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SER DONO DO SEU NEGÓCIO

Um dos pilares da TPM (Total Productive Maintenance) é o da Manutenção Autônoma e o foco


desse pilar é o operador do equipamento se sentir como dono do mesmo. Lá se vão os tempos onde
uma máquina começava a perder o rendimento e então se chamava a equipe de manutenção para
resolver. Este pilar mostra aos operadores que as suas máquinas vivem com eles a maior parte do
tempo. Eles conhecem cada som, “cada ‘mania”, cada vibração e são os primeiros e perceberem
problemas. Eles e não a manutenção são donos daquele equipamento e devem cuidar deles como
donos que são. A Manutenção é para coisas maiores como grandes paradas, e preventiva e preditiva,
interface com a engenharia para melhoria dos rendimentos, etc. Muitos confundem a filosofia 5S com
este pilar. O 5S aumenta o nível de consciência do operador e este pilar da TPM aumenta a
capacitação no seu equipamento, é mais profundo, complementa o 5S.

Mas o que a manutenção autônoma da TPM tem a ver com o “ser dono do seu negócio”? Vamos
extrapolar esta idéia para processo, para departamento, para empresa, enfim, para negócio. Quando
um profissional diz que a qualidade deve ser responsabilidade do depto. da Qualidade, quando um
profissional diz que o cliente está insatisfeito é problema a ser resolvido pela Qualidade, quando a
Alta Direção cobra da Qualidade ações para que os indicadores dos processos estejam dentro das
metas, estamos abandonando essa idéia, esse foco que a manutenção autônoma passa dentro da
TPM. Como cada operador deve se sentir dono do equipamento que opera, cada profissional, incluso
esse operador, deve se sentir dono da sua tarefa, dono do seu processo, dono do seu negócio.
Quando todos tiverem a noção de que aquela organização é sua, que todos entenderem que aquela
organização é o seu sustento, todos serão donos do seu negócio e acabarão as
departamentalizações.

O processo da Qualidade não faz qualidade, ensina os donos dos negócios a fazer qualidade.
Ensina, principalmente aos gestores dos processos, a se sentirem donos dos seus processos e,
portanto, a responder pelos seus indicadores. Eu coordenava as reuniões de Análise Crítica com a
Alta Direção e sempre via o gerente da Qualidade respondendo pelas metas não alcançadas, pelos
custos de retrabalhos, sucata, rendimentos operacionais, etc. Um dia resolvi fazer com que os
gestores dos processos respondessem, eles sim, pelas metas não alcançadas. Começaram
imediatamente a me procurar para descobrir as causas, implantar ferramentas, elaborar planos de
ação corretiva, preventiva, etc. Ou seja, começaram a se sentir realmente donos dos seus processos
e a me procurar para ensiná-los e ajudar no alcance das metas. Esta é a verdadeira função da
Qualidade, conduzir os processos, através dos seus gestores, para a melhoria contínua. Quem faz a
qualidade dos processos não é o processo da Qualidade e sim cada profissional da organização. O
dia que cada um se sentir dono do seu negócio como é da sua casa, do seu carro, do seu MP3, etc. a
sua organização será super cuidada, super “tocada”, isto é o verdadeiro conceito de “vestir a camisa”.
Seja dono do seu negócio, seja ele operar uma máquina, seja ele administrar um processo.

Carlos FILIPE s. Lagarinhos

Engenheiro Ind. Mecânico, auditor, Engenheiro de Certificação Sênior

carlosfilip@uol.com.br

www.carlosfilipelagarinhos.bologspot.com

(11) 96545114

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