O que mais se definiu no cenário da política internacional, neste ano de 2009, e
provavelmente em 2010 terá uma silhueta mais acentuada, foi a caracterização de uma direita e de uma esquerda internacionais, cuja maior configuração será, sem dúvida, a COP15, em Copenhague, na Dinamarca, em dezembro. O mundo está politicamente dividido entre direita (aqueles que estão contra um pacto para baixar os níveis de poluição e desmatamento na Terra), e esquerda (aqueles que querem salvar o planeta do superaquecimento e de prementes catástrofes oriundas da poluição). Aquela antiga e ultrapassada posição de direita e esquerda dos partidos, onde se posicionavam de um lado patrões e, de outro, empregados; ou confrontos entre povos e governos tendo como disputas questões trabalhistas, não faz o menor sentido. Aquelas rixas antipáticas entre PT e PSDB, aquelas linguagens agressivas, ataques, egos exaltados de políticos sem capacitação – tudo isso é passado, e a presença do desmatamento está chamando mais atenção. O meio ambiente ganhou força e todas as outras reivindicações são apenas subtítulos da manchete principal: PRESERVAÇÃO DA NATUREZA E DEFESA DO MEIO AMBIENTE. Todas as famosas chamadas de ordem da falecida esquerda política, foram desativadas. Criticam o presidente Lula por ter mudado seu discurso. E realmente o homem mudou. Primeiro que ele fez, como todo político, promessas que sabia que não ia cumprir, firmou alianças com grandes empresários e ficou comprometido, mas o principal motivo foi que ele entrou em cena numa época em que na cabe mais poluir a Terra. Sabe-se que toda a reserva de petróleo do Pré-Sal vai gerar mais poluição no planeta e aquele entusiasmo de produzir riqueza “malbaratando” a qualidade de vida, está em baixa. Muita gente está de olho nos políticos brasileiros (será que eles vão fingir que não estão vendo o problema?) e na Companhia Siderúrgica do Atlântico que promete poluir o Rio de Janeiro, em 2010, e aumentar em 76% a taxa de dióxido de carbono na atmosfera. Claro que todos nós queremos emprego e renda para todos os cidadãos do Rio de Janeiro, mas vamos ter que andar nus por causa do calor excessivo gerado pelo efeito estufa localizado e usar máscaras para minimizar os efeitos da poluição na atmosfera? Hoje, ambientalistas e pessoas de bom senso são esquerda internacional e se posicionam contrários a tudo que afeta a natureza, como a senadora Marina Silva, porque o meio ambiente não tem fronteiras, e todos nós continuamos a querer a justiça social e a riqueza dos povos, mas não podemos aprovar aumento de “produto internacional bruto”, ou seja um aumento da riqueza financeira do mundo e o decréscimo do capital natural, com covarde e brutal desmatamento, poluição dos oceanos e da atmosfera, crescimento das injustiças e das desigualdades sociais. Temos, hoje, portanto, uma esquerda ambientalista internacional e uma direita capitalista internacional, que vão medir forças na COP15, em dezembro. O pisicionamento da esquerda ambientalista internacional ganha força em todos os países, nas capitais e no interior dos estados, porque o desgaste da natureza afeta não só diretamente a vida de cada um de nós, mas afeta o turismo de meio ambiente, de estâncias termais e climáticas, de montanha, etc., e eticamente fica feio para o cidadão ou político que leva a insígnia de esperto – só ele importa, danem-se os outros, o meio ambiente e as próximas gerações, desde que ele leve vantagem!