BAIXADA FLUMINENSE - Há uma Palavra de Deus para ti

Ap. Fábio Fernando

Introdução

CHEGANDO À BAIXADA FLUMINENSE

E
m 31 de janeiro de 1998 fui enviado
por Deus à Baixada Fluminense,
especificamente ao Distrito de
Mesquita, nessa época ainda
pertencente à cidade de Nova Iguaçu – RJ,
no intuito de iniciar uma congregação.
Porém algo me incomodava muito! Na
Baixada tem uma igreja em cada
esquina!... Às vezes até mesmo uma ao
lado da outra!... Com tantos lugares onde
não existem igrejas, por que o Senhor
enviou-me para cá? A pouco havia
chegado de uma viagem missionária ao
interior do Sergipe, onde a pregação das
Boas Novas ali era extremamente precária.
Pouquíssimas igrejas em lugares tão
sedentos de Deus e de Sua Palavra. Qual
o propósito de Deus em implantar mais
uma igreja?

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Essas perguntas torturaram-me por

três anos seguidos, até que o Espírito
trouxe ao meu coração o discernimento.
Aos poucos fui entendendo que o Senhor
teria uma missão especial para mim: trazer
revelações específicas sobre o seu mover
que se realizaria na Baixada Fluminense.
Deus não queria apenas implantar mais
uma igreja e sim uma visão. Visão de
conquista! Uma visão para o Corpo de
Cristo espalhado por esse lugar. Não é
uma visão doutrinária, que venha ferir ou
atingir de alguma forma o Corpo, mas uma
visão profética:

“Farei dos que tropeçam um

remanescente, e dos dispersos uma
nação forte. O Senhor reinará sobre eles
daquele dia em diante e para sempre”.
(Miquéas 4:7)

Mediante a ordem de Deus, comecei a

estudar sobre a Baixada, suas origens,
fatos e acontecimentos que de alguma
forma podem ter influenciado o seu futuro.
Todas as revelações que recebi de Deus

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estão narradas nesse livro. Como não creio

que Ele tenha apenas revelado a mim,
tenho certeza de que esse livro servirá
como despertamento para que a Igreja do
Senhor conquiste a Baixada Fluminense,
expulsando o príncipe das potestades do ar
que aqui impera e entronizando o nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo neste
lugar.
Desejo que o Espírito de Deus ilumine seus
olhos e lhe dê o espírito de revelação e de
discernimento para que se manifeste a boa,
perfeita e agradável vontade de Deus para
esta terra.

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Capítulo I

A CANAÃ DO AÇÚCAR

“E te darei a ti e à tua descendência

depois de ti, a terra de tuas
peregrinações, toda a terra de Canaã em
perpétua possessão e ser-lhes-ei o seu
Deus”. (Gen. 17:8)

N
ão nos parece estranho observar a
quantidade de cemitérios israelitas
que existem em nossa região? Vila
Rosali, Jardim Bom Pastor e outros...
Pesquisando esse assunto pudemos
descobrir uma questão interessantíssima
sobre o lugar que vivemos.
Por volta do ano de 1682, a Inquisição
foi reaberta pela Igreja Católica Romana e
como todos sabemos, os judeus eram
considerados hereges. Ou se convertiam
ao catolicismo ou o seu destino era a
tortura e posteriormente a fogueira.
Degredados pela Inquisição, alguns
judeus desembarcaram em Recife, outros

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na Bahia e outros no Rio de Janeiro, que

fizeram moradia aqui em nossa região,
refazendo suas vidas e iniciando o cultivo
da cana de açúcar.
É notório que como integrantes de
uma nação escolhida por Deus, Israel, e
por serem detentores da benção de
Abraão, seu labor foi agraciado e por volta
do século XVIII a indústria açucareira se
tornou a principal fonte econômica dessa
região. Para que possamos ter uma idéia
de como era nossa Baixada há três séculos
atrás, veja o que diz uma descrição da
época:

“Este imenso Recôncavo, Canaã

exuberante, em vez de toponímia
hebraica, arrevessados nomes
indígenas: Meriti, Inhaúma, Pavuna,
Irajá, Iguaçu, Jacutinga (...) Daqui não
emana o mel bíblico, mas o aroma é
doce. Demasiado roça o azedo. Vem da
cana que os escravos cortam, do caldo
que escorre nos tachos, lambuza tudo e
todos; vem da garapa, do melado, da
rapadura e do açúcar que os engenhos

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fabricam dia após dia, menos no tempo

das chuvas. No delta do Recôncavo
deságuam vários rios e nas terras
encharcadas de Inhomirim e o Irajá
localizam-se as lavouras herdadas e
engenhos de muitos cristãos novos.
Gostam de rios os da nação, para
pendurar harpas e chorar saudades”.
(Fonte: IPAHB – Olga Pasquarelli)

Esse lugar foi chamado de Canaã,

tamanha era sua prosperidade! Os cristãos
novos aqui citados são justamente os
judeus que, para não serem mortos pela
Inquisição fingiram-se católicos. No final do
texto o autor faz até uma alusão ao salmo
137, que narra o lamento de Israel por ter
sido tirado de sua terra e ido para o exílio
babilônico:

“Junto dos rios de Babilônia, ali nos

assentamos e choramos, quando nos
lembramos de Sião. Sobre os salgueiros
que há no meio dela, penduramos as
nossas harpas”. (Sl 137:1, 2)

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O que aconteceu com a nossa terra

outrora chamada Canaã? Por que a invés
de prosperidade vemos miséria, derramar
de sangue, prostituição? Há uma resposta
para tudo isso. Talvez não seja a que você
esperava, mas se o tríplice ministério do
príncipe deste mundo é roubar, matar e
destruir, como certeza ele é o principal
responsável por isso. Satanás arquitetou
um plano para ser o senhor deste lugar,
mas a Igreja de Cristo subjugará o seu
reino e entregará este lugar para o reinado
de Jesus de Nazaré. Afinal de contas, dois
reinos não ocupam o mesmo lugar no
espaço, ou seja, para que o reino de Deus
entre é necessário que saia o de Satanás.
Essa é a nossa função: reconquistar Canaã
expulsando as nações inimigas!

Mas, se eu expulso os demônios pelo

Espírito de Deus, logo é chegado a vós
o reino de Deus. (Mt 12:28)

Amados, Deus tem um propósito para

todas as coisas e para todas as situações.

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Nos capítulos seguintes gostaria de

explanar sobre tudo que trouxe à nossa
terra as maldições que nos sobrevieram.
Não tenho dúvidas que o avivamento no
Estado do Rio de Janeiro começará pela
Baixada Fluminense e adjacências. Este
lugar que fica a dezenove metros abaixo do
nível do mar será alagado pelo Rio de
Deus que transbordará e alcançará todo o
nosso estado e país.
Um detalhe interessante: toda a
baixada outrora era um só município, Nova
Iguaçu. Com o decorrer dos tempos os
distritos foram se emancipando e
assumindo a condição de cidade. Foi assim
com Duque de Caxias, Nilópolis, São João
de Meriti, Belford Roxo, Mesquita, etc. Mas
querendo ou não o nome inicial era Iguaçu,
que posteriormente passou a se chamar
Nova Iguaçu. Esse nome não foi dado a
esse lugar à toa, mas como sinal profético
do que viria a acontecer. No decorrer desse
livro o Espírito Santo irá descortinar todas
essas revelações ao seu coração.

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Capítulo II

MALDIÇÕES GERADAS POR

DERRAMAMENTO DE SANGUE

A
Palavra nos registra várias maldições
ocorridas a Israel por causa da
desobediência. Muitos reis conduziram
o povo ao pecado, à adoração de outros
deuses, derramaram sangue inocente, etc.
Quero aproveitar para falar de duas
situações, uma ocorrida com Davi e outra
com Jeioaquim. Ambas sobre maldições
trazidas por causa de derramamento de
sangue:

“E houve nos dias de Davi uma fome de

três anos consecutivos; e Davi
consultou ao Senhor, e o Senhor lhe
disse: É por causa de Saul e da sua
casa sanguinária, porque matou os
gibeonitas”. (II Sm 21:1)

Embora Davi fosse um rei segundo o

coração de Deus, seu reino foi atingido por
uma maldição de fome. Davi não havia feito

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nada para que isso acontecesse. Ele tanto

ficou sem entender que foi consultar a
Deus para saber o motivo dessa fome. A
resposta de Deus foi clara e incisiva: Saul
derramou sangue inocente! Os gibeonitas
não poderiam ser mortos em virtude do
pacto que fizeram com Israel, como
descrito no capítulo 9 do livro de Josué. Por
causa do zelo que tinha por Israel Saul
desonrou esse pacto e derramou o sangue
dos gibeonitas. Davi procurou-os e,
perguntando o que poderia fazer por eles,
os mesmos pediram que sete homens da
casa de Saul fossem executados. Davi
atendeu o pedido, poupando apenas a
Mefibosete, filho de Jônatas, e o versículo
14 desse texto diz que depois disso Deus
respondeu as orações em favor da terra de
Israel. Cessou a maldição da fome. Os
ouvidos de Deus se fecharam aos pedidos
de cura para aquela terra enquanto aquele
sangue não fosse resgatado. Vejamos
outro fato, desta vez ocorrido com o rei
Jeioaquim:

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“Nos seus dias subiu Nabucodonosor,

rei de Babilônia, e Jeoiaquim ficou três
anos seu servo; depois se virou, e se
rebelou contra ele. E o Senhor enviou
contra ele as tropas dos caldeus, as
tropas dos sírios, as tropas dos
moabitas e as tropas dos filhos de
Amom; e as enviou contra Judá, para o
destruir, conforme a palavra do Senhor,
que falara pelo ministério de seus
servos, os profetas. E, na verdade,
conforme o mandado do Senhor, assim
sucedeu a Judá, para o afastar da sua
presença por causa dos pecados de
Manassés, conforme tudo quanto fizera.
Como também por causa do sangue
inocente que derramou; pois encheu a
Jerusalém de sangue inocente; e por
isso o Senhor não quis perdoar”. (II Rs
24:1-4)

Trinta e três anos e três meses depois

da morte de Manassés, no reinado de
Jeioaquim (Eliaquim) seu bisneto, Deus
entregou Israel na mão dos povos inimigos

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e deixou claro que um dos motivos foi o

sangue inocente derramado por Manassés.
A maldição sobreveio a Israel por causa
dos pecados que foram cometidos pelos
antepassados.
Se continuar a leitura desse livro, vai
observar como as peças se encaixam e vai
ver que não foi diferente o que aconteceu
com a nossa terra. Resta saber se estará
disposto a se colocar na brecha entre Deus
e essa terra carregada de maldições.

“Não subistes às brechas, nem

reparastes o muro para a casa de Israel,
para estardes firmes na peleja no dia do
Senhor”. (Ez 13:5)

“E busquei dentre eles um homem que

estivesse tapando o muro, e estivesse
na brecha perante mim por esta terra,
para que eu não a destruísse; porém a
ninguém achei”. (Ez 22:30)

É imperativo saber que a

responsabilidade de interceder de forma
profetica por esta terra é nossa. Não

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BAIXADA FLUMINENSE - Há uma Palavra de Deus para ti
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podemos permitir que a próxima geração

faça isso! Creio que se Deus o está
revelando a nós, é porque cabe a nós fazê-
lo.
Aqui vai uma palavra aos pastores e
líderes que se esquivam da oportunidade
que o Senhor está nos dando de unirmos
as partes do Corpo de Cristo:

Nenhuma igreja, por si só, conseguirá

vencer o reino satânico que impera nessa
terra, visto que a mesma é apenas parte do
Corpo; somente o Corpo completo, através
do Cabeça que é Cristo Jesus, terá a
autoridade para destronar o príncipe das
potestades do ar que tem imperado em
nossas regiões celestiais. O Corpo não se
unirá para discutir doutrinas ou dogmas,
pois isso é particular de cada parte do
mesmo; muito menos para discutir sobre
apoios políticos, pois qualquer que seja o
governante, estará debaixo dos domínios
demoníacos que aqui imperam. A união
desse Corpo se fará pelo elo do Espírito
Santo para destronar o diabo e entronizar a

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BAIXADA FLUMINENSE - Há uma Palavra de Deus para ti
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Jesus Cristo como Senhor absoluto desse

lugar.
É hora de tomarmos nossa posição
de conquistadores, é hora de exercermos o
ministério de João Batista e prepararmos o
caminho do Senhor, pois creio que esse
último avivamento virá para purificação da
Noiva de Cristo, de forma que Ele possa vir
buscá-la para as bodas do Cordeiro.

"Aquele que pede contas do sangue

derramado não esqueçe; ele não ignora
o clamor dos oprimidos." (Salmo 9:12)

Vejamos a seguir fatos outrora

desconhecidos de muitos que marcaram a
história de nossa terra e a envolveram em
maldições ainda não quebradas.

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Capítulo III

VILLEGAGNON E O PACTO
COM OS ÍNDIOS TAMOIOS

D
e acordo com os antecedentes geo-
históricos de Iguaçu (Fonte: IPAHB –
Gênesis Torres), em 10 de novembro
de 1555, chegou ao Rio de Janeiro um
grupo de protestantes franceses, liderados
pelo almirante Nicolau Durand de
Villegagnon. Por causa da perseguição aos
cristãos ocorrida na França, eles
procuraram refúgio em terras brasileiras.
Dois anos depois chegaram mais trezentos
colonos cristãos, juntamente com dois
ministros calvinistas e dois escritores. Um
deles, o escritor francês Jean de Léry,
reproduziu as palavras do Almirante
Villegagnon que definiam seu maior
objetivo em nossas terras:

“É minha intenção criar aqui um refúgio

para os fiéis perseguidos em França, na
Espanha ou em outro país de além-mar,
a fim de que, sem temer o rei ou o
imperador, nem quaisquer potentados,

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possam servir a Deus com pureza

conforme a Sua vontade”. (Villegagnon –
Fonte: IPAHB – Gênesis Torres)

Nossos irmão em Cristo, aqui

chegados há quase quinhentos anos,
fizeram um pacto de paz e amizade com os
índios Tamoios (ou Tupinambás) que aqui
habitavam. Esse pacto entrou para a
história com o nome de “Aliança Franco-
Tamoia”. Os cristãos franceses e de outros
povos viveriam aqui servindo a Deus em
harmonia com os nativos de nossa região.
Com certeza por intermédio deles os índios
teriam um encontro com o Senhor Jesus e
essa terra seria muitíssimo abençoada em
sua colonização.
Esse pacto, porém, incomodou a
Igreja Católica Romana e por intermédio
dos Jesuítas iniciou-se uma grande
oposição aos índios e uma crescente luta
para expulsão dos franceses. O padre
jesuíta José de Anchieta convocou as
forças portuguesas que, lideradas por Mem
de Sá, Estácio de Sá e Cristóvão de
Barros, aportaram em nossas terras para o

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confronto final, ajudados por Araribóia, um

traidor da raça indígena.
No dia 20 de janeiro de 1567 nossas
terras foram avermelhadas pelo sangue
dos inocentes índios Tamoios e dos
colonos cristãos que se recusaram a fugir e
preferiram morrer ao lado dos índios, como
um deles.
O texto seguinte narra o fato contado
pelo próprio José de Anchieta em sua
escrita “De Gestis Mendi de Sá”:

“Há um frêmito de horror nas matas. Os

inimigos resistem com denodo aos
assaltantes, rolando pedras enormes,
mas aos esquadrões de Cristo nem
flechas nem pedras conseguem parar; o
soldado, em fileiras cerradas, se arroja
teimoso, vence as escarpas, despede
certeiro dardos de arremesso. Chegam
às mãos: foge o selvagem. Persegue-o,
alcança-o, mete-lhe a espada, vara-lhe o
peito. A uns a lança de ponta aguda
atravessa a ilharga, abrindo à luz do sol,
as profundas cavernas da vida e
levando à morte aos membros pela

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larga ferida. Outros tombam, fendida a

fronte a golpes de espada, a outros
trespassa o coração a seta ligeira. Pelo
solo, escorre negro sangue, as matas se
encharcam da muita sangueira. Aqui e
ali, corpos nus e sem vida jazem nos
caminhos e fundos recessos dos
bosques”. Quem poderá contar os
gestos heróicos do chefe à frente dos
soldados na imensa mata? CENTO E
SESSENTA FORAM AS ALDEIAS
INCENDIADAS, mil casas arruinadas
pela chama devoradora, assolados os
campos, com suas riquezas,
PASSADAS TUDO AO FIO DA ESPADA!
Choraram a perda dos pais os filhos
queridos, carpiram as mães
inconsoláveis a perda dos filhos, a
esposa, agora viúva, chora a morte do
esposo. Morreram muitos à míngua
perdidos na selva, e, fato horroroso!
Com as próprias mãos, pais desumanos
mataram os filhos, que pelos bosques
os seguiam chorando, para que o choro
deles não atraísse o inimigo. O terror se
estendeu, e estendeu-se o luto

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profundo: tudo eram lágrimas, prantos e

espectros de morte; já há quinze dias, a
estrela da manhã, ressurgindo do fundo
oceano à frente do carro do sol
resplendente, contemplava nosso
exército a percorrer densas matas,
incendiar casas, talar campos, matar
inimigos. Após 48 horas de combate,
estava arrasado o último reduto dos
Tamoios. Seus chefes estavam mortos.
Aimberê, Igaraçu, Pindobuçu e seu filho
Parabuçu, o francês Ernesto e sua
mulher Guaraciaba tiveram suas
cabeças cortadas e espetadas em
estacas, porque daquela raça maldita de
Tamoios nada haveria de subsistir nas
terras conquistadas pelos portugueses.
(José de Anchieta – “De Gestis Mendi de
Sá” – Arquivo Nacional – RJ - 1958)

Torna-se necessária alguma outra

explicação sobre existir uma grande
maldição sobre a Baixada e sobre o Rio de
Janeiro, que trouxe essa deteriorização
para os dias de hoje? Esse sangue
inocente está clamando a Deus por justiça.

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BAIXADA FLUMINENSE - Há uma Palavra de Deus para ti
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Permita-me contar uma pequena

experiência pessoal:

“Há cerca de quatro anos atrás fui

levado por uma irmã, membro de nossa
igreja, a um sítio localizado nas
imediações de Austin, um bairro de
Nova Iguaçu. Havia nesse sítio
acontecimentos sobrenaturais. Via-se
vultos e ouvia-se vozes. Em um período
de carnaval passado houve um retiro
cristão nesse sítio que foi um
verdadeiro terror. Investidas malignas,
um peso espiritual impedia o mover de
Deus por mais que eles orassem. Ao
chegar lá orei e pedi a Deus o
discernimento sobre o porquê desses
acontecimentos. O Espírito levou-me a
perguntar a dona do sítio se houvera
algum assassinato naquele lugar. Ela
afirmou que próximo da casa-sede,
embaixo de uma árvore uma mulher
grávida havia sido assassinada. Assim
sendo, dirigi-me ao meio do terreno,
ajoelhei-me e me coloquei na brecha,
pedindo perdão por aquele pecado de

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sangue derramado, repreendi as

legalidades geradas para os demônios,
desligando, então, as manifestações
naquele lugar. Assim que terminei
derramei óleo para unção no terreno,
invocando a bênção de Deus. O Senhor
recebeu a oração e sarou aquela terra.
Dali por diante não mais houveram
manifestações como aquela”.

Não tenho dúvidas que o mesmo

acontece na Baixada, porém em âmbito
muito maior. Ainda assim o Corpo de Cristo
tem autoridade para se colocar na brecha
por esse sangue derramado e suplicar o
perdão de Deus para esse lugar.

“E se o meu povo, que se chama pelo

meu nome, se humilhar, e orar, e buscar
a minha face e se converter dos seus
maus caminhos, então eu ouvirei dos
céus, e perdoarei os seus pecados, e
sararei a sua terra”. (II Cr 7:14)

Talvez alguns digam: “Mas porque

sofremos por um mal feito há tantos

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séculos atrás? Não temos culpa desse

acontecido. Não fomos nós que fizemos
isso.” Não podemos esquecer que Davi
também não teve culpa do pecado
cometido por Saul e mesmo assim sofreu a
maldição. Trinta e três anos depois da
morte de Manassés, Israel sofreu a
maldição acometida por seus atos. Na
verdade o que importa não é de quem é a
culpa ou o período que aconteceu. O que
importa é que podemos na autoridade de
Cristo concedida à Igreja (veja bem: à
Igreja e não à determinada igreja) nos
colocarmos na brecha por esses pecados e
clamar a Deus pela quebra dessa maldição
e pela cura de nossa terra.
Infelizmente a questão não termina
por aí. Anos mais tarde, nossa terra é
entregue às hostes malignas, conforme
descreverei no capítulo seguinte.

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Capítulo IV

A ENTREGA

A
pós iniciar meu ministério na Baixada
Fluminense, que é focado nas áreas
de adoração, libertação e santidade,
fiquei intrigado com uma situação bem
peculiar. A cada dez casos de
endemoniamentos que enfrentei (a
proporção pode não ser exata), oito
envolviam sempre a mesma entidade como
chefe dos demônios ali relacionados. Essa
entidade é um orixá chamado “Omulu” ou
“Obaluaê”, conhecido também como
“Xapanã das doenças”, por ser o
responsável por inúmeras doenças,
principalmente a epilepsia. Esse fato
chamou-me a atenção. Estudando mais a
história de nossa região veja o que
encontramos:
Por volta de 1565, antes que os
católicos portugueses dizimassem os
nativos de nossa terra, Cristóvão Monteiro
torna-se o primeiro ouvidor do Rio de

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BAIXADA FLUMINENSE - Há uma Palavra de Deus para ti
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Janeiro e recebe de Portugal “grande parte

das terras de Iguaçu”.
Em sete de dezembro de 1596, a
Marquesa Ferreira, viúva de Cristóvão
Monteiro, entrega grande parte da terra ao
Mosteiro de São Bento, responsável agora
pelas terras que formariam a Fazenda de
São Bento em Iguaçu.
O professor Gênesis Torres,
presidente do IPAHB, em sua pesquisa
sobre Iguaçu retrata o seguinte acerca da
fazenda acima:

“Marco inicial da colonização no Vale do

Rio Iguaçu, a fazenda São Bento
originou-se nas terras doadas pela
Marquesa Ferreira ao mosteiro de São
Bento, em 1596. Esta herdeira era a
viúva de Cristóvão Monteiro, primeiro
proprietário das sesmarias ofertadas
por Estácio de Sá no ano de 1565, em
terras hoje pertencentes à cidade de
Duque de Caxias. Neste local, os
monges Beneditinos fizeram erguer
inicialmente uma capela dedicada a
Nossa Senhora das Candeias. No século

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XVIII, as terras passaram para as mãos

da irmandade de N. Sra. do Rosário dos
Homens Pretos. Com relação à Ordem
Monástica dos Beneditinos, assim se
expressa a Revista do Instituto
Histórico, vol. 142, p. 107: "Não sei
quem primeiro entre os nossos
historiadores identificou aqueles frades
brancos franceses como monges
beneditinos e os localizou nas
vizinhanças do rio Iguaçu. Até hoje
ninguém levantou dúvidas a respeito do
lugar deste estabelecimento religioso;
apenas houve leve divergência de
opinião sobre a Ordem monástica a que
deviam ter pertencido aqueles (frades
brancos), segundo Machado de Assis e
Vieira Fazenda, os consideravam
monges de S. Bernardo, isto é,
cistercienses, enquanto Rocha Pombo,
simplesmente os teve por beneditinos.
Tendo-se a lembrança que os
cistercienses apenas formam um
grande ramo da grande família
monástica de São Bento”. Por outro
lado, sabe-se que até hoje todos os

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monges beneditinos que se acham

como missionários nas zonas tropicais
vestem-se de branco”.

Creio eu que vocês imaginem que

não fiquei nada espantado ao verificar que,
no sincretismo religioso, a figura de “São
Bento” corresponde à entidade chamada
“Omulu”.

“Mas que digo? Que o ídolo é alguma

coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é
alguma coisa? Antes digo que as coisas
que os gentios sacrificam, as sacrificam
aos demônios, e não a Deus. E não
quero que sejais participantes com os
demônios”. (I Co 10:19,20)
Por detrás da consagração deste
lugar a “São Bento” está a consagração a
“Omulu”, um demônio que assumiu a
condição de príncipe de nossas regiões
celestiais.
Não quero, de maneira nenhuma, ter
a pretensão de declarar que ele é o
PRINCIPADO da Baixada Fluminense. Mas

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BAIXADA FLUMINENSE - Há uma Palavra de Deus para ti
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não creio em coincidências. Se não for ele,

pelo menos estamos bem perto de quem
quer que seja. Ainda assim, nada nos
custaria em fazer com que o Corpo de
Cristo repreendesse e desligasse a
atuação desse demônio sobre nossas
regiões celestiais, igrejas e cidades.

“E, chegando-se Jesus, falou-lhes,

dizendo: É-me dado todo o poder no
céu e na terra”. (Mt 28:18)

“Eis que vos dou poder para pisar

serpentes e escorpiões, e toda a força
do inimigo, e nada vos fará dano
algum”. (Lc 10:19)

“Em verdade vos digo que tudo o que

ligardes na terra será ligado no céu, e
tudo o que desligardes na terra será
desligado no céu”. (Mt 18:18)

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Capítulo V

RECONQUISTANDO CANAÃ

J
esus Cristo está voltando. Sua Noiva
precisa estar pronta para esse
momento sublime, porém não podemos
nos esquecer que ainda estamos em
guerra e que o reino de Deus é tomado à
força.

“E, desde os dias de João o Batista até

agora, se faz violência ao reino dos
céus, e pela força se apoderam dele”.
(Mt 11:12)

Afinal de contas sabemos pela

Palavra que essa guerra terá seu fim
quando for entregue a Deus todos os
reinos.

“Depois virá o fim, quando tiver

entregado o reino a Deus, ao Pai, e
quando houver aniquilado todo o

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BAIXADA FLUMINENSE - Há uma Palavra de Deus para ti
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império, e toda a potestade e força”. (I

Co 15:24)

Aqui vimos que habitamos em uma

terra outrora próspera, chamada Canaã,
primeiramente habitada por índios que
fizeram um pacto com nossos irmãos
cristãos vindos da França e da Espanha.
Terra essa chamada “Iguaçu”, depois
“Nova Iguaçu” e posteriormente dividiu-se
em vários municípios formando a Baixada
Fluminense.
Aqui há várias palavras proféticas que
gostaria de compartilhar:
Sabemos que o avivamento de Deus
sempre é comparado á derramamento de
águas. É interessante notar que em alguns
locais onde houveram grandes
avivamentos nesse século, os mesmos
sempre foram precedidos por enchentes e
inundações.
Creio que conosco não será diferente.
Ás águas do rio de Deus estão prontas a
serem derramadas sobre nós.

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Ap. Fábio Fernando

“Pedi ao Senhor chuva no tempo da

chuva serôdia, sim, ao SENHOR que faz
relâmpagos; e lhes dará chuvas
abundantes, e a cada um erva no
campo”. (Zc 10:1)

Em setembro de 1999, na sede de

nossa igreja, o Senhor fez-me trazer uma
profecia sobre o avivamento, onde disse
que mandaria um sinal no ano de 2003 em
forma de muita chuva e alagamentos. Há
cinco anos, na região que moro, nunca
aconteceu o que ocorreu em dezembro de
2003, onde a chuva foi tanta que a maioria
das casas de minha região foram
completamente alagadas.
É tudo uma questão de fé. Sabem por
que creio que a Baixada será o berço do
avivamento no Estado do Rio? Porque
esse lugar recebeu um nome profético! A
palavra “Iguaçu” significa “águas que
caem”, então, naturalmente, “Nova Iguaçu”
significa “novas águas que caem”.
Lembre-se que toda nossa região foi

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Ap. Fábio Fernando

chamada por esse nome, gerando depois a

Baixada Fluminense.
A palavra “Fluminense” deriva do
latim “flumem” e significa “rio”. O rio de
Deus correrá por essa Baixada até inundá-
la totalmente, como as águas de Ezequiel
que inundaram o templo, a ponto de
submergi-lo. As novas águas de Deus
serão enviadas para lavar a impureza e o
pecado deste lugar. Não há tempo a
perder!

“Sede pois, irmãos, pacientes até à

vinda do Senhor. Eis que o lavrador
espera o precioso fruto da terra,
aguardando-o com paciência, até que
receba a chuva temporã e serôdia”. (Tg
5:7)

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Ap. Fábio Fernando

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Ap. Fábio Fernando

Palavra Profética

BAIXADA FLUMINENSE
Há uma Palavra de Deus para ti

A
ssim diz o Senhor, o Santo de Israel:
Prepara os teus odres, pois estou
enviando o vinho, o trigo e o azeite sobre
ti. A pequena nuvem que se aproxima sinaliza
para a grande tempestade que se derramará
sobre este lugar. É tempo de comunhão, de
mobilização de minha Noiva. É tempo de Me
adorar em espírito e em verdade, sem
separações e divisões. É tempo de suplicar
por quebrantamento, de chorar pelas almas
deste lugar, entrar na brecha pelos pecados
cometidos por este povo, desligar a atuação
dos poderes das trevas. E assim virei sobre ti,
quebrarei as maldições que te assolam,
sararei esta terra e saciarei tua sede. Muitas
águas estão por vir, mais do que se pode
imaginar.
Prepara-te minha Noiva, pois já não tens
administrado bem as gotas que tenho enviado.
Como Tiatira, tens tolerado Jezabel em vosso
meio. Isso trouxe frieza e indiferença entre
vós. É tempo de voltardes para Mim de todo o
vosso coração, conhecer-Me como nunca

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Ap. Fábio Fernando

antes chegaram a fazer. Tenho vos dado Meu

coração, mas tendes preferidos os vossos. É
chegado o Meu tempo para esse lugar,
arrependei-vos! Voltai-vos para mim com o
vosso coração quebrantado e contrito e Me
voltarei para vós.
Tenho despertado o remanescente!
Farei dos que tropeçam esse remanescente e
dos dispersos uma forte nação. Não temam,
nem se espantem, mas dos pequenos tirarei
os grandes e deles extrairei a perfeita
adoração.
Ai daqueles que apenas se beneficiaram
da gordura das minhas ovelhas, pois terão o
mesmo fim de Hofni e Finéias. A Mim pertence
a gordura das ovelhas! Não permitirei que por
causa desses a Minha Glória se retire deste
lugar.
Sejam fortes e corajosos, pois vos
entregarei esta terra, sarada, fértil e propícia
para produzir muito fruto, para que por
intermédio deles venham a conquistar as
demais nações que também vos darei por
herança.
Palavra do Senhor, o Santo de Israel.

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Ap. Fábio Fernando

VISÃO OBTIDA POR UMA INTERCESSORA SOBRE

A BAIXADA FLUMINENSE

Num momento de intercessão profética pela

Baixada, após chegar da Escola “Clamor pelas
Nações” em Contagem, uma intercessora recebeu de
Deus uma visão muito significativa sobre a Baixada,
que tentei desenhar. Não ficou uma obra-prima,
porém retrata com perfeição o objeto da visão.

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