Você está na página 1de 6

30 de setembro

o som no cinema
MANIFESTO
Eisenstein, Pudovikin e Alexandrov, em agosto de 1928, fzeram um manifesto a
respeito do flme sonoro. Segundo eles, seria provvel que o som fosse utilizado
para satisfazer curiosidades do pblico conforme uma lei de menor esforo: o p-
blico no precisaria pensar nas imagens que visse, porque o som explicaria tudo.
Isso foi uma resposta novidade da poca, o flme sonoro e, depois, falado, re-
viravolta tcnica usada pela Warner para evitar a falncia. Mas o manifesto dos
cineastas soviticos, apesar de expressar um temor pelo que poderia vir a preju-
dicar a arte da montagem e teatralizar ou literaturizar o cinema, reconhecia a
contribuio que o som poderia dar arte cinematogrfca. Tudo, claro, aliado s
experincia e j existente teoria de montagem. a que surge a idia de no-
coincidncia entre som e imagem.
O SOM ENRIQUECE A DESCRIO
O som d aos planos, s seqncias e montagem como um todo
uma dimenso a mais em sua tarefa de explicitar e expressar. Isso,
no mnimo, libera o flme dos malfadados subttulos entre os qua-
dros.
O som pode existir no flme de vrias formas, ainda que a imagem
de onde proveniente no esteja em campo. Assim, o som pode
ser, tambm, of. Martin (2007) divide os fenmenos sonoros em
duas categorias:
rudos naturais
rudos humanos
rudos naturais
fenmenos sonoros do mundo natural
rudos humanos
fenmenos sonoros produzidos por pessoas, os quais podem ser:
trilha sonora (ou msica)
msica feita para acompanhar o flme e que no tem ligao material com o
que produzido em campo ou em of ( exra-diegtica)
ponto de escuta
equivalente sonoro do ponto de vista
mecnicos
mquinas, veculos, fbricas, etc.;
palavras
as falas dos personagens ou outras falas escutadas no flme;
msica-rudo
rdio tocando msica, personagens cantando, etc.
JACQUES AUMONT
(em A ESTTICA
DO FILME - ver pg.
194) classifca o
som como fnico
(as falas); musical (a
msica, seja ela de
qualquer origem) e o
analgico (os rudos
que no so da fala
e nem da msica).
Essa classifcao
no uma sistema-
tizao, mas apenas
uma separao entre
os tipos de material
sonoro de expresso
usados no cinema
papel dramtico
a msica oferece uma tonalidade psicolgica cena, til compreenso daquela ao
na adio de sentido s imagens
papel rtmico
substituindo rudos reais de outra ordem
sublimando rudos reais (que aos poucos se transformam em msica)
realce de movimento visual ou sonoro
papel lrico
doar s imagens uma dimenso lrica que estas no tm sozinhas
a trilha sonora possui:
vantagens do
cinema sonoro
1 a criao da impresso de realidade
2 efeito de continuidade
3 o som evita interttulos
4 o silncio pode ser usado como valor esttico e expressivo
5 o som pode servir como elipse quando imagem cabe outro papel
6 o som produz metforas
7 a msica modula e constri atmosferas

Você também pode gostar