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NA 7 BOLETIM DOS AMIGOS DOS AÇORES / ASSOCIAQÃO ECOLOGICA JUL. / SET. 1991

- AUTARQUIAS E AMBIENTE

- PLANTAS MEDICINAIS

- TNCTNERADoRAS E EMrssÁnlos SUBMARINoS


SERRA DEVASSA
- ConheceÍ poro Proteger -
IntegÍado no projecto "Conhe de um passeio pedestÍe, tomar
cer paÍa pÍoteger", no primeiro dia contacto com a beleza ímpaÍ da
do mês de Junho realizou-se uma paisagem, em paÍticulaÍ com as
mini conferência, subordinada ao Lagoas Empadadas, que se in
tema "Vulcão das Sete Cidades", sere, por Decreto Regulamentar de
proferida pelo PÍof. Doutor José 1 989, na Zona de Paisagem PÍote-

Fernandes, da Univ. dos AçoÍes, e gida das Sete Cidades.


que teria sido pÍocedida de uma De referir, por último, que todas
visiia de estudo à Serra Devassa estas visitas de estudo, lanto 6 já
Sete Cidâdes, não fosse o estado realizadas como as por concreüzâr
do tempo que obrigou ao seu este ano, são diÍectamente apoia-
adiantamento para o dia 10 da das pela Direcção Regioml do Am-
queìe mês. biente.
Não obstante, cerca de meia
centena de pessoas pôde, atÍavés

OFERÏAS ACTIVIDADES
Várias têm sido as doações Íeitas, aos Amigos dos No dia 18 de Maio realizou-se um passeio pedestre ao biótopo
Açores, este ano. Enlre elas, deslacam-se a oÍerta de do Programa Corine "Ponta do Cintráo", com a participação de 26
pessoas.
dois livros sobre Ornitologiaque pertenceram ao Ênga
No dia 29 de Maio os Amigos dos Açores colaboraram com o
José Maria AlvaÍes Cabral, por parte de sua filha, e grupo de Educação Física da Escola das Laranjeiras na iniciaüva
uma contribuiçáo no valorde dez contos, de um grupo
"Mês de lVaio - Mês do Coraçáo", atravós de uma "Cminhada
de estagiários de Biologia da Escola Secundária na Natureza". Participaram cerca de 40 pessoas
Domingos Rebelo, resultado da venda de plantas Nos dias 5 e 6 de Junho, a onvite da Junta de Freguesia da
durante o Dia Mundial do Ambiente. Maia, os Amigos dos Açores estiveram presentes na Es€la
Primária da Lombinha e na sede da Junta de Freguesia da Maia,
Alguns associados também têm ofeÍecido publica-
onde dinamizaram uma sessáo de projêcçáo de diapositivos
ções para a biblioteca e um número signiÍÌcativo, vo- sobre ouestóes ambienlais. No orimeiro dia assistiram todos os
luntariamente, aumentou o valor da sua quotizaçáo alunos da Escola e no segundo os que frequentam a "Educação
anual. de Adultos".
A todos, o nosso muito obrigado e que o seu exem- Na orimeira ouinzena de Julho realizou-se o levaniamento Ío-
plo seja seguido por muilos mais. tográÍico das principais grutas vulcânicãs de S. Miguel. Este
trabalho Íoi a conclu€o do iniciado o ano transaclo com o oroieclo ,

"Biospel - S. Miguel 90".

PUBLTCAçÕES PARA VENDA


Assoc./ouotas em dia Outros
ESTADO ACTUAL E PERSPECTIVAS DAS
ENERGIAS RENOVÁVEIS NOS AÇORES
Francisco M. S. Botelho 1 00$00 200$00
FAUNA DO NOSSO AMBIENTE (3)-O POLVO
José Contente 1 00$00 200$00
MONOGRAFIA DO PICO DA PEDRA, cilberto Bernardo 200$00 300$00
CATÁLOGO DAS PLANTAS VASCULARES DOS AQORES,
Rui Telles Palhinha .......... 300$00 400$00
ir.rlnóõúçÂó Àõ esïüõô E ôósËRüÀçÃò ôË ÃüËs
Nuno Oliveira 200$00 270$00
AS FLORËSTAS TROPICAIS. Char|es Secrelt 550$00 650$00
A ENERGIA NUCLEAR DEPOIS DE CHERNOBILL,
Amigos da Terra.......... 600$00 700$00
GUIA ANTIMILITARISTA NA 2 ...,...,........ 200$00 250$00

Todos os pedidos deverão ser acompanhados por cheque ou vale postal dirigido a:
AMIGOS DOS AÇORES. Apartado 29.9s00 PONTA DELGADA
O PAPEL DAS AUTARQUIAS NA DEFESA DO AMBIENTE
SEGUNDO A LEI PORTUGUESA

..Todos os cidadãos aliás de acordo com o homem'(2).


têm o direito a um am- consignado no artigo 664 Dos vários instrumen-
biente humano e ecolo- da Constituição, bem cla- tos da política de Am-
gicamente equilibrado e ta a responsabilidade biente citados na Lei de
o dever de o deÍender, que a todos implica a Bases do Ambiente,
destacam-se, devido à
sua particular relação
com as autarquias, os
planos regionais de or-
denamento do território
e os olanos directores mu-
nicipais, bem como o li-
cenciamento prévio de
todas as actividades
r potencial ou eÍectiva-
mente poluidoras ou
incumbindo ao Estado, defesa do Ambiente, caoazes de afectarem a
por meio de organismos deÍinido na mesma Lei paisagem (3). O licencia-
proprios e por apelo a como "o conjunto dos mento final de certas
iniciativas populares e co- sistemas f ísicos, obras e trabalhos, nos
munitárias. oromover a químicos, biológicos e termos da lei, está condi-
melhoria da qualidade de suas relações e dos fac- cionado ainda à aprova-
vida, quer individual, quer tores económicos, so- ção de um estudo de im-
colectiva" (1). Assim fala ciais e culturais com pacto ambiental (4).
a designada Lei de Ba- efeito directo ou indirec- A própria iniciativa da
ses do Ambiente (Lei na to, mediato ou imediato, classificação e conserva-
11187 de 7 de Abril), sobre os seres vivos e a ção de áreas protegidas
deixando desde loqo. qualidade de vida do ou clagsificadas poderá
O PAPEL DAS AUTARQUIAS NA DEFESA DO AMBIENTE
SEGUNDO A LEI PORTUGUESA (Conclusão)

também partir da admi- Qualidade de Vida dos nos de salientar a impor-


nistração local ou até de cidadãos em particular. tância de todas as inicia-
particular, enquanto a re- A este respeito, cite-se tivas que contribuam de
gulamentação da sua ainda a Lei das Associa- algum modo para colma-
gestão competirá, con- ções de Defesa do Am- tar aquela que é a grande
soante o seu âmbito. à biente (Lei ne 1Q187 de 4 lacuna e o grande
administração local (5). de Abril), onde se pode obstáculo à implementa-
A competência da ler que ..As autarquias ção de uma verdadeira e
administração local na locais e as associações consequente política de
defesa do Ambiente é de defesa do ambiente Ambiente : a consciencia-
indubitável, devendo o deverão colaborar nos lizaçáo ecológico-am-
Governo e a administra- planos e acções que res- bientaldo poder, em par-
ção regional e local arti- peitem a protecçáo e ticular e neste caso do
cular entre si a imple- valorização da natureza poder autárquico.
mentação das medidas e do ambiente" (8).
(1) LBA, Artigo 2e, ponto 1
necessárias à prossecu- No entanto e como se
(2) LBA, Artigo 54, ponto 2,
ção dos fins previstos na sabe, o cabal cumprimen- alínea a)
Lei de Bases do Am- to desse papel não é fácil (3) LBA, Arligo2Ta, ponto 1,
biente (6), o que poderá - quer porque, quase alíneas e) e h)
(4) LBA, Artigo 30e
mesmo passar pela cria- sempre, os recursos fi- (5) LBA, Artigo 294, pontos 3
ção, a nível municipal, nanceiros e humanos da e4
de organismos com o administração local são (6) LBA, Artigo 37e, ponto 2
(7) LBA, Artigo 38q, ponto 2
objectivo de coordenar a muito reduzidos, quer
(8) LADA, Artigo 8q
sua aplicação (7). porque, muitas vezes, os
A administração local próprios autarcas têm
tem assim um amplo e uma formação muito
importante papel a de- deficiente ou nula em
sempenhar na defesa do política do Ambiente.
Ambiente em geral e da Neste contexto, parece-
POLITICA
A propaganda oficial postçao: sem transcrever um con-
pretende fazer crer que -
1 Não hesite em (me- selho dado, por Sicco
todos nós somos corres- ter-se em política, para Mansholt, a todos os jo-
ponsáveis pelo dese- defesa da Vida; vens quanto à orienta-
quilíbrio ecológico. Nós 2 - Não colabore no ção a dar à sua vida:
não somos réus nem res- desperdício que signifi- "Que não vivam como
ponsáveis. As causas pri- cam as gigantestas cam- eremitas e menos ainda
meiras da crise residem panhas de cartazes pu- como santos. Que amem
nas orientações políticas, blicitários usadas pelos a vida, o teatro, as artes,
económicas e sociais que partidos políticos. Escre- a cultura. Que defendam
condicionam o compor- va para os partidos e o futuro das gera@es vin-
tamento individual de organismos oÍíciais pro- douras não desbaratan-
todo o cidadão. Como pondo outro método não do o solo, nem a àgua,
ecologistas, somos pela tanto agressivos; nem os recursos natu-
participação das pessoas 3 - Forme "Grupos de rais que um dia lhes fa-
em todas as decisões Pressão" com os seus rão Íalta. E que não se
I sobre tudo o que lhes amigos e vizinhos com o esqueçam das palavras
l.
disser respeito. Não objectivo de intervir jun- do poeta T. S. Eliot:
aconselhamos ninguém to das mais diversas ins-
"Assim acaba o mundo,
a ficar de braços cruza- tituições com vista à so- não por uma detonação
dos já que as acusações lução de problemas lo- brutal, masgemendodo-
aos grandes res- cais; cemente".
ponsáveis não devem 4 - Participe nas reali-
fazer esquecer coisas zações dos Organismos T. Braga
muito mais pequenas e de que seja membro. Não
quotidianas. deixe que os outros de-
Como estamos em vés- cidam por si;
pera de eleições e por- 5 - Adira aos grupos de
que há problemas cuja ecologistas ê de defesa
solução depende de da natureza e da vida
decisões políticas, as selvagem. Assine e co-
propostas, que a seguir labore com as publica-
faço dizem respeito a çÕes ecologistas.
possíveis tomadas de Não queria terminar
PLANTAS MEDICINAIS o sEU uso Ao LoNGe eeglEÌúIes

É antiquíssimo, perde-se na noite dos tem- homens: Aristóteles, Hipócrates, TeoÍrasto e


pos, o esÍorço do homem para compreender e Dioscórides.
depois usar as plantas como alimento e como Os gregos e, mais tarde; os romanos Íoram
medicamento. os grandes herdeiros dos conhecimentos
Na antiga China, os Egípcios. AÍistÓteles
sacerdotes não só se ocu- estudou historia natural
pavam da religiáo mas e botânica. HiPócrates
também do estudo e (Íins do século V,
príncipios do século IV
empÍego das plantas
medicinais. No livro a. c.) considerava a ali-
mentaçáo o PrinciPal re-
"PENTSAO-CANG", um médio para a doença,
verdadeiro tesouro da
botânica medicinal, en- acreditava que o corpo
contram-se mais de onze humano é, em grande
mil preparações tendo Por oarte, autocurativo.
base produtos do reino / Conhecia de 300 a 400
vegetal.
plantas com ProPrieda-
Os ideogramas sumé-
=.=- des medicinais. TeoÍras-
rios, datados de aProxr- to, discípulo de Platão e
madamente 2500 a. c., de Aristóteles (372-287
enumeram vários .me- a. c.) é autor de uma
dicamentos" de origem "História das Plantas",
publicação que teve uma
vegetal e os assírios tin-
ham pelo menos 250 orofunda inÍluência no de-
espécies na sua Íarma- senvolvimento da medi-
copeia. cina e da botânica du-
No Egiplo dos Faraós, rante ouase vinte sécu-
nos Íamosos paPiros de los. Agrupou cerca de
EBERS, uma compilação 500 plantas, tendo-as es-
de obras anteriores da- tudado no seu aspecto
tadas de 2600 a 2100 a. exterior, habitat, uso, etc..
c.. encontram-se enume- Dioscórides, que viveu
radas uma grande quantidade de doenças e as no inÍcio da era cristã, é autor de uma obra "De
respectivas ervas recomendadas para a cura. Matéria Médica", um autêntico protÓtipo das
Segundo Daniéle Laberge, na Biblía o termo nossas grandes Íarmacopeias. Conhecia cer-
erva aparece mencionado 17 vezes. O próprio ca de 600 plantas que dividia em quatro gru-
rei Salomáo é autor, segundo a história, de um pos: aromáticas, alimentares, medicinais e as
magníÍico herbário. Em Joáo 19,29 é mencio- que serviam Para fazer vinho.
nado o Íacto de ter sido dado a Jesus hissopo Na sua "História Natural", Plínio - o Antigo -
(simbolo da puriÍicaçáo). Os ervanários de então explica-nos o que Íoi o herborismo romano.
e de hoje usam-no no tratamento de Íeridas já Dos 37 volumes constituintes da sua monu-
que aquele protege-as contra as inÍecções e mental obra, oiÌo são dedicados às plantas
Íavorece a sua cura. medicinais.
Entre os antigos gregos destacaram-se quatro Galeno, nascido em Pérgamo, na Grécia, no
ano de 130 e Íalecido em2O2 em Roma deu um classiÍicaçáo, o botânico sueco Lineu estabele-
grande contributo aos conhecimentos Íarma- ceu no seu "Systema Natural" uma exaustiva
cêuticos, sendo as suas Íórmulas (prepara- classificação das plantas conhecidas até en-
ções galénicas) ainda hoje usadas, embora LdU.
com alteraçÕes. No século XVlll, Jean Batiste Lamarck, além
Com a queda do lmpério Romano do Oci- de outras obras, publica a "Enciclopédia Botâ-
dente e durante toda a ldade Média, apenas nica,, e a "llustração dos Géneros".
através da labuta de alguns monges e Íreiras, Já no nosso século o prestigiado médico
conhecedores do latim e do grego, se manteve Írancês H. Leclerc (187011955) introduz o con-
parte da cultura antiga e Íoram os religiosos ceito de fitoteraoia como sendo "a ciência que
que cultivaram alguns grandes jardins de plan- se ocupa do emprego das plantas medicinais
tas medicinais para tratamento de doentes. (ou dos seus extractos) no tratamento dos
Graças ao seu contacto com o mundo árabe, doentes,,.
onde se destacaram Avicena, Avenzoar e lbn- Em Maio de 1978, uma resolução da XXXI
el-Beithar, a chamada *Escola de Salermo,, Assembleia Geral da Organização Mundialde
exerceu um papel destacado, dando um contri- Saúde determina o início de um programa
buto considerável aos progressos da medicina mundial com o fim de avaliar e utilizar os méto-
do seu tempo. Deste período destacaram-se, dos da medicina popular, nos quais se inclue o
no século Xll, a abadessa Santa Hildegarda e recurso à Íitoterapia.
o abade Alexander Neckam de Cirencester De 21 a 26 de Março de 1988 é aProvada
que escreveram acerca das virtudes de algu- pela International Consultation on Conserva-
mas plantas. tion of Medicinal Plants, organizada pela World
Com o Renascimento uma nova concepção Heath Organization, I U C N e W W F, a Decla-
de vida surge no mundo ocidental. A valoriza- ração de CHIANG MAI que chama a atençáo
ção da observaçáo e experimentação, as via- das Nacões Unidas, suas agências e esÌados
I gens para as ìndias e América originaram um membros, organizaçÕes não governamentais'
novo surto de progresso no domínio da botâni- etc., para:
I
LI ca e conseouentemente no conhecimento do '1 -
a importância vital das plantas medicinais
uso das plantas para os mais diversos Íins. no cuidar da saúde;
Paracelso, no início do sec. XVl, tenta estu- 2 a crescente e inaceitável perda destas
a
dar e descobrir "alma" das plantas, da qual olantas medicinais devido à destruição do seu
supÕe proceder o seu poder curativo. O Íamo- habitat e práticas insustentáveis de recolha;
so médico suiço tenta estabelecer relações es- 3 - o signiÍicativo valor economico das plan-
oeculativas entre as virtudes medicinais das tas medicinais utìlizadas actualmente e o grande
plantas e as suas propriedades morÍológicas, potencial do reino vegetal para a produção de
sua Íorma e cor. novos medicamentos;
O italiano Andrea Mattioli, contemporâneo 4 - a contínua perturbaçáo e perda de cultu-
de Paracelso, descreve 100 novas espécies e ras indígenas que muitas vezes têm conheci-
comenta a obra de Dioscórides. mentos oue levam à descoberta de novas
No sec. XVll o Íarmacêutico Nicholas Culpe- plantas medicinais que podem beneficiar toda
per escreve uma obra intitulada "The Com- a comunidade;
plete Herbal', QUê é, em parte, uma tentativa 5 - a necessidade urgente de cooperação in-
para conseguir comercializar a produção do ternacional para estabelecer programas de
seu jardim, em Londres. Culpeper acreditava conservação de plantas medicinais a Íim de
que havia uma relação íntima entÍe os planetas assegurar quer quantidades adequadas este-
e as plantas, tendo em 1650 aÍirmado: jam disponíveis para Íuturas gerações.
"nenhum homem oode ser médico se não Íor
mestre em astrologia,,. Ainda neste século,
culminando todos os anteriores esÍorQos de
RESERVAS NATURAIS DAS BAÍAS DA PRAIA, DE S. LOURENçO,
DOS ANJOS E DA MAIA, NA ILHA DE ST3 MARIA

Com o objectivo de proteger (as rique- queológico ou a sua exploração sem


zas naturais de grande valor .e permitir a autorização do Governo Regional;
sua protecção e exploração ordenada" c - toda a pesca de arraste,. troley e com
foram criadas pelo Decreto Legislativo Re- redes de emalhar;
gional ne7/871A, de 29 de Maio, as Reser- d - apanha de carangueijo, lapa e cracas
vas Naturais das Baías da Praia, de São (poderá ser autorizada, desCe que não
Lourenço, dos Anjos e da Maia, na ilha de haja o risco de extinção da espécie).
Santa Maria. Segundo o artigo 9e o Governo Regional
De acordo com o artigo 3q do referido deveria elaborar os regulamentos das
decreto são proíbidas nas áreas das Re- Reservas no prazo de seis meses a contar
servas as seguintes actividades: da publicação do decreto que as criou (18
a- apanha de algas para fins indústriais; de Março de 1987).
b- colheita de material geológico ou ar-

4*:-
,i
.

I
l
-\.
.|',

Ì.
lnãn-e-rqãoro-s-e-emEsãr-ios submorinos,
duos formos de esconder o problemq do contominoçõo

A medida que a pressão tóxicos ou urbanos e os cinzas. A contaminação não


da opinião pública aumen- emissários submarinos. desaparece, passa do es-
ta, os governos e as A queima de resíduos, tado solido ou líquido ao
indústrias vêm-se obrigados quer urbanos, quer indus- gasoso. Os metais pesa-
aÍazer algo. Não importa o triais, começou na Europa dos, por exemplo, não se
quê, desde que destroem durante
possam cortar a incineração. Os
uma fita no acto Íiltros devem ser
de inauguração e renovados periodi- t

dar a impressão camente, transfor-


de que estão a mando-se no fim
resolver os proble- da sua utilização
mas. Ao lado des- em novo meio de
ta nova atitude que contaminação.
consiste em ven- Durante o pro-
der a imagem de cesso de combus-
ecologismo, surgiu uma Ílo- Centrale nos Estados Uni- tão, as substâncias orgâni-
rescente indústria que se dos nos anos 50 e 60. cas podem converter-se em
dedica à construção de ins- Enquanto que nestes países compostos ainda maÌs
talações como incinerado- a incineração é hoje con- tóxicos do que os que en-
ras e emissários submari- testada por múltiplos secto- tram nos fornos. A presen-
nOS Ou à ,<gestãO> de res sociais e está em declí- ça de dioxinas e furanos é
resíduos. nio, os governos e as indús- uma constante nas emis-
O ecologismo enfrenta trias querem começar a in- sões das inci neradoras.
agora um novo desaÍio, troduzi-la noutros países. As cinzas tóxicas são outro
porque a actual estratégia Hoje, quer-se queimar problema grave gerado pela
da indústria não se tradu- tudo. como se isso fizesse incineração. No caso dos
zirá numa rnelhoria global desaparecer o problema. A lixos, do total que se quei-
para o ambiente mas ape- realidade é, contudo, muito ma, 40o/" permanece nas
nas em desviar os proble- diferente. Durante o proces- cinzas. O que, no príncipio,
mas dos olhos dos cida- so de incineração, uma parte era uma série de produtos
dãos. Vamos referir-nos a importante dos contaminan- separáveis e recicláveis,
dois aspectos: as centrais tes são emitidos para a converteram-se no final do
de incineração de resíduos atmosfera e a outra Íica nas processo num "cocktail"
lncinerodorqs e emissórios submorinos,
duos formos de esconder o Pro blemo do contominoçõo
(Conclusão)

tóxico que deve sertratado afastado da costa se faz o triais dos estritamente ur-
como resíduo perigoso. Mas lançamento maior será a banos e proceder à sua de-
o principal argumento con- diluiçáo. É tacit compreen- puração.
tra a incineração é ético. Os der que se uma empresa Em diversos países euro-
países industrializados não lança '100 Kg de mercÚrio peus, e em alguns estadss
podem continuar a dos E. U., está-se
viver numa socie- a combaler o pro-

dade de des- blema dos resídu-


perdício e opulên- os de outra Íorma,
cia, graças à ex- fazendo com que
ploração de recur- se deixem de pro-

sos pertencentes duzir na origem. A


a toda a humani- razáo desta nova
política de resídu-
dade. Náo e etica-
mente aceitável os está no fracas-
que usemos, tire- so e na crescente
mos e queimemos milhÕes por ano ao mar, não imPor- oposição às ,,Pretensas" es"
de toneladas de objectos ta o comprimenlo de tubo Ìações de tratamento que
de consumo, Perante os por onde corre aquele Pro- sáo as incineradoras e os
olhos de B0% da humani- duto, o resultado Íinal é emissários submari nos.
dade que apenas atinge os sempre 100 kg de mercúrio
níveis de sobrevivência. que são postos no mar. (condensado de um texto do
Diversas empresas ao lon- Há uma razão mais Política movimento GreenPeace)
go das costas Pretendem para este tipo de obras.
Contacto: GREENPEACE
iludir a necessidade urgente Trata-se de limpar a PróPria Apartado Ne 849 F. D"
de reduzir, na origem, a imagem, afastando o foco 20080 Madrid
quantidadede resíduos de contaminação do lugar
tóxicos que Produzem, onde se situa a empresa.
construindo enormes tubos A construção de
que se introduzem no mar emissários também se faz
para lançar os efluentes. A para os efluentes urbanos.
justiÍicação mais habitual Esta é uma forma económica
para os emissários subma- de evitar os custos da sePa-
rinos é que quanto mais ração dos resíduos indus-
10
AVES
NARCEJ A (Gollinago gailinago)

Nos Açores A postura é


nidifica nos geralmente
prados de quatro
húmidos de ovos de
altitude. Ali- fundo verde-
menta-se de azeitona
pequenos In- com man-
vertebrados chas cinzen-
e de alguns tas e cas-
vegetais que tanho-escu-
encontra na ro. A incuba-
terra mole ção dura 20
onde o seu dias e os jo-
bico sensiti- vens depen-
vo consegue penetrar. dem dos adultos durante mês e meio. A
A parada nupcialcomeça em Abrile é sua ecologia, nos Açores, é malconheci-
caracterizada por um ruido, emitido pelas da e talcomo o seu biótopo particular,
rectrizes do macho durante o voo picado, merecia uma protecçáo absoluta.
que Íaz lembrar a voz trémula das ca-
(adaptação de um texto de Gerald Le Grand)
oras.

ENDEREÇOS:
CORRESPON DENCIA: APARTADO 2e
95OO PONTA DELGADA

SEDE: Av.da Paz, 14 (Edifício da Junta de Freguesia)


Pico da Pedra
9600 RIBEIRA GRANDE
CONTACTOS TELEFONICOS: ü774 (Teotito Braga)
31820 (George Hayes)
27 245 (Gualter Cordei ro)
HUMOR

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ZfiA Ì: EI?I:]üITI;T EÈAFIIOI,H T]T]I, ÍTYHi{}ìIËH"I EÌ{EPTELAJ I

iong THEFJieEflJL APÏLICâTIONoF ÌiUCLEA:ÌPOltgR !


J.i-re
v:.',a L"UTrlIÉ,Aïtot pÁ,e ÌIIQU3 DE ï,'EiÍEAGnE NUe L,ÉAlni i
es irì,e ïÍE mnZAlTEIIr"lNG DER ÂTcHElÌ,íEmiE lFÜR ZIïXI"E ZSEGã

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Este Boletim foi editado com o aooio da


Direcção Regional do Ambiente - SRTA

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