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INTRODUÇÃO

A água é um bem finito, porém indispensável à vida dos seres que


habitam a Terra e necessário ao desenvolvimento humano e econômico.
O corpo humano tem na sua composição mais de 80% de água,
formação esta que deixa o homem muito dependente deste elemento, daí ser
vital à vida humana. Quando o ser humano não consome água, dentro das
condições potáveis, inicia-se uma série de problemas que comprometem sua
saúde, tendo em vista que os órgãos do corpo necessitam de água para
cumprirem suas funções.
Na história da humanidade, quando o homem deixou de ser nômade
procurou fixar-se próximo a cursos d’água, pois desta forma poderia executar
suas necessidades vitais além de desenvolver atividades como a agricultura.
A história mostra também que a água era suficiente para a
população que habitava a Terra. Contudo, observamos que houve uma
aceleração no ritmo do crescimento populacional, aumentando a demanda por
água. Esse crescimento se deveu à diminuição nas altas taxas de mortalidade,
associado à permanência de taxas de natalidade elevadas.
No Brasil, esse crescimento acelerado configurou-se a partir da
década de 50, observando-se uma migração principalmente da região nordeste
para a sudeste. Essa migração foi motivada, sobretudo, pela industrialização
da região sudeste, fazendo com que aumentasse a demanda de água,
inclusive na atividade agrícola. Todavia, o crescimento populacional,
principalmente nas cidades, demandou também serviços de infra-estrutura,
dentre os quais o saneamento básico, composto pelos serviços de
abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos, drenagem urbana e
coleta e tratamento de resíduos sólidos, com reflexos diretos na qualidade de
vida da população.
A criação do Plano Nacional de Saneamento (PLANASA), no final da
década de 60, objetivava proporcionar o acesso à água e à coleta de esgotos.
No entanto, o primeiro objetivo foi bem sucedido apesar de não cumprido
totalmente, ficando o segundo a quem das necessidades da população,
refletindo até hoje, haja vista ainda a enorme deficiência na coleta e tratamento
de esgotos.
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É mister lembrar que as preocupações aqui citadas foram voltadas


para a área urbana, ou seja, as cidades, ficando a área rural à margem dessa
evolução. No caso da região nordeste, onde impera o clima sem-árido e a
população sofre com o fenômeno das secas e seus efeitos, as políticas
públicas e os programas de governo, apenas paliativos, fizeram com que o
homem rural continuasse migrando para as cidades na busca da sobrevivência,
aumentando assim o êxodo rural e o inchaço da zona urbana; por conseguinte,
o número de pessoas nas ruas, em estado de miséria, em razão do
desemprego, originou as chamadas favelas, pois o retorno do contingente
populacional campesino ao seu lugar de origem tornava-se impossível ante as
condições precárias de vida.
Atualmente a urbanização do Brasil atinge entorno de 85%, ou seja,
a grande maioria da população reside nas cidades, com parcela significativa
desta em situação precária, muitos ainda na miséria. No campo, além da perda
de população, os latifúndios monocultores, quando não improdutivos,
prejudicam o solo, pois o enfraquece, tornando necessária a aplicação de
produtos para combater as pragas que surgirão com o empobrecimento do
solo. Estes produtos são prejudiciais à saúde humana e também ao meio
natural.
Diante de tantas políticas públicas sem o devido planejamento,
porém importantes perante a gravidade do cenário rural, concretizadas na
construção de grandes açudes e barragens, adutoras, perfuração de poços,
dentre outras. No entanto, não houve gestão adequada, ou seja, as políticas
implantadas não foram acompanhadas, monitoradas e/ou adaptadas; enfim,
construíram as obras, porém estas não atingiram a eficácia social e econômica
esperada.
Nos últimos sete anos, observamos uma tendência de mudança em
relação às práticas supracitadas. O governo federal criou e/ou adaptou
programas que estão surtindo efeito, devido ao acompanhamento
governamental.
Entre estes programas, surge o Água Doce, que foi adaptado do
programa Água Boa. O Programa Água Doce, em 2004, aproveitou as políticas
de perfuração de poços e de implantação de dessalinizadores, ambas na
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região nordeste, e somou com o incentivo à participação da população bem


como à preocupação com a degradação ambiental.
Desta forma, o programa Água Doce, por atuar em comunidades
difusas da zona rural, vem se tornando uma política de governo cada vez mais
importante para o homem do campo, em razão da escassez de água de boa
qualidade e em quantidade suficiente.
O programa tem a preocupação de fazer com que a população
participe da gestão através da mobilização social, deixando a comunidade
usuária responsável pelo sistema de dessalinização, havendo formalização por
meio da assinatura de acordos locais. Ainda são realizados cursos de
capacitação visando à operacionalização do sistema pela própria população,
que também responde pelo consumo de energia elétrica do sistema, cabendo
por sua vez às instituições do programa o monitoramento e manutenção do
equipamento.
Outro aspecto do PAD é a preocupação com a sustentabilidade
ambiental. Ou seja, com a produção da água potável, os dessalinizadores
produzem também um rejeito, que é pelo menos duas vezes mais concentrado
que a água do poço. Sendo assim, o programa utiliza tanques de evaporação
para que o rejeito não seja lançado diretamente no solo causando impactos de
alta magnitude no meio natural, como a salinização, a erosão e a desertificação
do solo.
O Programa Água Doce além de trabalhar com mobilização social
(envolvimento da comunidade local) e sustentabilidade ambiental (preocupação
com os recursos naturais), também busca alternativas para utilização do rejeito.
As unidades demonstrativas como são chamadas, trabalham com o
aproveitamento do rejeito na criação de tilápias (peixes muito resistentes a alta
salinidade) e ainda utilizam a água proveniente dos tanques de criação destes
peixes para irrigação de uma planta chamada atriplex, conhecida também
como erva-sal, devido ao seu poder de absorver o sal que está no solo. Esta
planta serve de forragem para caprinos, complementando a alimentação destes
animais. Todo esse sistema é apropriado ao clima semi-árido, ou seja, alto
índice de incidência solar, chuvas irregulares, difícil acesso à água, etc.
Essas preocupações do PAD estão organizadas em bases
conceituais e em uma estrutura de gestão, sendo um programa bem
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fundamentado em justificativas baseadas numa realidade antiga, - o fenômeno


das secas – associado ao clima semi-árido do Brasil, tornando o acesso à água
mais difícil ante outras regiões do país.
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1 BASES CONCEITUAIS DO PROGRAMA ÁGUA DOCE.

1.1 – PROGRAMA ÁGUA DOCE NACIONAL – PAD

O Programa Água Doce (PAD) é uma ação do Governo Federal que


vem atuar em conjunto com as ações dos programas federais Fome Zero e
Água Para Todos. Resgatado do Programa Água Boa foi aperfeiçoado e
lançado em 2004 com o objetivo geral de contribuir para a implementação da
gestão integrada e participativa dos recursos hídricos, com a conseqüente
ampliação da oferta de água com qualidade para consumo humano, de forma
que sua escassez não se caracterizasse como um obstáculo para o
desenvolvimento sustentável na região do semi-árido brasileiro (MMA, 2009).
Desta forma, visa estabelecer uma política pública permanente de
acesso à água de boa qualidade para consumo humano, promovendo e
disciplinando a implantação, a recuperação e a gestão de sistemas de
dessalinização ambiental e socialmente sustentáveis, usando essa ou outras
tecnologias alternativas para atender, prioritariamente, as populações de baixa
renda residentes em localidades difusas do semi-árido brasileiro.
O PAD tem como concepção a acomodação das seguintes
premissas nacionais e mundiais:

 O compromisso do Governo Federal de oferecer acesso à água de boa


qualidade à população do semi-árido;
 Os princípios de conservação, do uso sustentável, da recomposição
ambiental dos recursos naturais e do acesso à água, firmados pela Declaração
do Semi-árido;
 A Declaração do Milênio, que estabelece a meta de reduzir pela metade, até
2015, a população sem acesso permanente e sustentável à água potável;
 A deliberação da I Conferência Nacional de Meio Ambiente, que propõe a
elaboração e execução de um plano de ação nacional de combate à
desertificação, composto por programas e projetos de dessalinização da água
de poços artesianos de comunidades afetadas pela estiagem, com treinamento
das pessoas atendidas e aproveitamento sustentável dos rejeitos da
dessalinização;
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 As orientações do Capítulo 18 da Agenda 21 que determina:


 a manutenção de oferta adequada de água de boa qualidade;
 o desenvolvimento de fontes alternativas de abastecimento – como
dessalinização e reciclagem – e a,
 delegação da responsabilidade, inclusive às comunidades e
indivíduos, pela operação e funcionamento dos sistemas de acesso à água.
 A adoção do modelo de Gestão Integrada de Recursos Hídricos (GIRH)
proposto pela Conferência Mundial das Águas de 2006, que determina o
compartilhamento de conhecimento, a capacitação dos recursos humanos, a
articulação espacial, o desenvolvimento institucional e a eficiência dos recursos
financeiros e materiais, nas ações locais voltadas para o uso, distribuição e
destinação das águas.
O Programa atua na implantação e recuperação de equipamentos de
dessalinização em poços tubulares (FIGURA 01), onde são também
conhecidos como poços artesianos, sendo aqueles onde a ―perfuração é feita
por meio de máquinas perfuratrizes à percussão, rotativas e rotopneumáticas.
Possui alguns centímetros de abertura (no máximo 50 cm), revestido com
canos de ferro ou de plástico‖ (CPRM, 1998). É uma obra destinada a captação
de água subterrânea, ou seja, nos mais diversos aqüíferos.

Figura 01 – Modelo do perfil de um poço


tubular.
Fonte: Poços tubulares, 2009.
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O Programa atua ainda, na implantação de sistemas produtivos, ou


seja, sistemas com base no aproveitamento dos rejeitos para aplicá-los na
aqüicultura, na irrigação de plantas halófitas (que absorvem sal), e na
construção de leitos de evaporação para separação e produção do sal, etc.
Em cada Estado onde o PAD atua há um Núcleo Estadual, instância
máxima de decisão, e uma Coordenação Estadual, com seu respectivo Grupo
Executivo, composto por técnicos capacitados pelo Programa em cada um dos
quatro componentes (mobilização, sustentabilidade, sistema de dessalinização
e aproveitamento do concentrado), coordenados pelo órgão de recursos
hídricos estadual.
Nas localidades atendidas, a gestão dos sistemas é realizada pelo
Núcleo Local, a partir de um acordo celebrado entre todos, com participação do
Estado e do município.
Os Estados atendidos atualmente pelo PAD são: Alagoas, Bahia,
Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do
Norte e Sergipe.
Como já foi citado, o PAD trabalha com quatro componentes
metodológicos onde cada um tem um objetivo a seguir:

1.1.1 Mobilização Social

O componente mobilização social é de extrema importância tendo


em vista que a população local é o instrumento principal envolvido no processo
de implantação do programa, necessitando de organização da mesma.
São duas as linhas principais de ação: ―na construção de instâncias
locais de gestão dos sistemas de dessalinização, e na formação de técnicos
junto aos grupos gestores estaduais para colaborarem com as comunidades na
construção das instâncias locais de gestão dos sistemas de dessalinização‖
(MMA, p. 03, 2007a).
Para tanto, é necessário editar permanentemente o conhecimento
abordado, inserindo novas alternativas e utilizando uma linguagem que esteja
em sintonia com as peculiaridades locais. A população deve estar sempre
estimulada a participar de forma ativa, organizada e intencional em processos
de educação ambiental e mobilização social no que diz respeito a sua
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comunidade, para exercer de forma qualificada, seu fundamental papel no


controle social das ações desencadeadas no processo de dessalinização.
Não é fácil mobilizar, trabalhar em grupo, aceitar a opinião de outras
pessoas quando esta diverge da sua. Assim, algumas etapas devem ser
seguidas antes, durante e após a implantação do programa em uma
comunidade, a saber:

1. O diagnóstico social;
2. A construção dos mecanismos de gestão local dos sistemas de
dessalinização, das unidades demonstrativas e das unidades produtivas; e
3. Monitoramento da gestão feita pelas comunidades atendidas pelo programa.

Acreditamos ser importante destacar algumas diretrizes do


Programa de Educação Ambiental e Mobilização Social em Saneamento
(PEAMSS) (BRASIL, 2009, p. 15), adaptadas para o PAD, com a finalidade de
destacar o papel do componente mobilização social, são elas:

(a) Participação comunitária e Controle Social – busca


estimular os diversos atores sociais envolvidos para interagir
de forma articulada e propositiva na formulação de políticas
públicas, na construção dos planos diretores municipais e
setoriais, assim como na análise dos estudos e projetos
realizados, no acompanhamento das obras em execução e na
gestão dos serviços públicos. A idéia é que a comunidade seja
mais do que a beneficiaria passiva dos serviços públicos, seja
atuante, defensora e propositora dos serviços que deseja em
sua localidade, por meio de canais de comunicação e de
diálogo entre a sociedade civil e o poder público.
(b) Possibilidade de articulação – busca a integração de
programas, projetos e ações em educação ambiental, meio
ambiente, recursos hídricos, desenvolvimento urbano e saúde
que promovam o fortalecimento das políticas públicas em
saneamento no País. Busca-se sob uma visão sistêmica e
integrada, desencadear um processo que leve a otimização de
recursos financeiros e humanos e que tenha como resultado a
sinergia entre as ações por meio da interação entre os órgãos
públicos federais, as iniciativas locais e os diferentes atores
sociais envolvidos.
(c) Ênfase na localidade – compreende que a participação
comunitária é facilitada na escala local, onde os laços
territoriais, econômicos e culturais fortemente ligados às
noções de identidade e pertencimento estão presentes e
marcantes. A proximidade da realidade a qual se quer
transformar, assim como dos fatores que afetam diretamente a
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qualidade de vida da comunidade, é um grande estímulo para a


atuação cidadã. Acompanhar de perto a evolução e os
resultados positivos das ações deflagradas fortalece a
participação popular e tende a estimular a adesão de novas
pessoas, grupos e instituições no decorrer do processo.
(d) Orientação pelas dimensões da sustentabilidade –
propõe que as intervenções em qualquer serviço estejam
atentas às suas diferentes dimensões, sejam elas de natureza
política, econômica, ambiental, ética, social, tecnológica ou
cultural. A continuidade e a permanência das ações são
fatores determinantes para a sustentabilidade do processo, e
devem ser buscadas de forma intencional ainda no
planejamento das ações propostas.
(e) Respeito às culturas locais – considera que a
diversidade cultural presente no país proporciona uma riqueza
de olhares e percepções sobre a realidade que deve ser
respeitada na condução do processo. As tradições locais,
assim como o seu patrimônio histórico, devem ser
consideradas no planejamento das ações, uma vez que
revelam a ligação da população ao lugar em que vive.
(f) Uso de tecnologias sociais sustentáveis – busca
alternativas tecnológicas que levam em consideração o
conhecimento popular e a aplicação de técnicas simples, de
baixo custo e impacto, e que podem ser mais apropriadas,
eficientes e eficazes frente à realidade de uma dada localidade.
O diálogo entre as tecnologias e técnicas de conhecimento
comunitário e aquelas produzidas pelos centros de pesquisa
deve ser estimulado sempre que possível. A tomada de
decisão quanto às tecnologias que serão utilizadas, bem como
o sistema de gestão dos serviços, não deve levar em
consideração apenas os aspectos convencionais, mas
observar na formulação dos seus custos e benefícios a
participação popular, a inclusão social, aspectos culturais e
tradicionais, entre outros.

È importante lembrar que,

o sucesso das atividades do Componente Mobilização Social


do PAD depende do desenvolvimento por parte das equipes
estaduais da habilidade de colaborar com o aperfeiçoamento
dos processos locais de tomada de decisões. Os acordos
devem ser das comunidades e não dos técnicos. Não quer
dizer que o trabalho dos técnicos tenha menor importância. Ao
contrário, a importância cresce na medida em que conseguem
– através de suas ações – colaborar com as comunidades para
que possam fazer a gestão dos sistemas de dessalinização.
Este papel não se esgota com a construção do acordo.
Estende-se ainda à fase de monitoramento do cumprimento do
acordo pelas comunidades (MMA, 2008 apud MG, 2009).
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1.1.2 Sustentabilidade Ambiental

O Programa Água Doce tem o compromisso de garantir o uso


sustentável dos recursos hídricos, promovendo a convivência com o Semi-árido
a partir da sustentabilidade ambiental. Assim, este componente trabalha com
cinco dimensões: social, ambiental, econômica, espacial e cultural. É
coordenado pela Embrapa Meio Ambiente e executado pela equipe de técnicos
capacitados em cada estado.
Um de seus objetivos é tornar os sistemas produtivos e de
dessalinização auto-sustentáveis com o controle dos impactos ambientais, por
meio da capacitação de agentes locais multiplicadores.
Entre seus instrumentos está a avaliação da situação de risco
socioambiental das localidades para definição daquela a ser beneficiada. Esta
avaliação é elaborada com base no método Novo Rural e no Índice de
Sustentabilidade Ambiental (ISA-ÁGUA), utilizando planilhas de caracterização
e priorização das famílias que indicam os fatores limitantes (críticos)
relacionados a:

- disponibilidade, acesso e uso de água proveniente de dessalinizadores;


- disponibilidade, acesso e uso de água provenientes de outras fontes;
- destino dos efluentes (concentrado, esgoto, águas servidas);
- aspectos gerais (estradas, energia, cooperativas, etc.).

Outras atividades realizadas pelo componente:

- Caracterização das comunidades e recursos hídricos disponíveis;


- Cadastro dos usuários da água e avaliação de risco nos domicílios da
comunidade;
- Avaliação da dinâmica de parâmetros físico-químicos da qualidade de água
para entendimento do comportamento do sistema piscicultura;
- Caracterização de fitoplanctons, zooplanctons e clorofila-a nos sistemas de
piscicultura.
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1.1.3 Sistema de Dessalinizadores

Os dessalinizadores (FIGURA 02) são instrumentos nos quais ocorre


a conversão da água salina ou salobra para doce. De acordo com a Resolução
Conama n.o 20/86, considera-se água salobra as águas com salinidade entre
0,5 e 30 % e água salina com salinidade acima de 30 %. Nesses
dessalinizadores, há uma remoção de minerais dissolvidos, que conforme
Cravo (1997), acontece naturalmente e de maneira contínua no ciclo
hidrológico da natureza, na forma de evaporação.

Figura 02 – Modelo de dessalinizador


Fonte: MMA, 2009.

O sistema de dessalinização (FIGURA 03) é composto por poço


tubular profundo, bomba do poço, reservatório de água bruta, abrigo de
alvenaria, chafariz, dessalinizador, reservatório de água potável, reservatório e
tanques de contenção de concentrado (efluente).

Figura 03 – Modelo proposto pelo PAD para o Sistema de Dessalinização


Fonte: MMA, 2009.
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A água subterrânea salobra ou salina é captada por meio de poço


tubular profundo e armazenada em um reservatório de água bruta. Em seguida,
essa água passa pelo dessalinizador, que utiliza o processo de osmose inversa
(OI).
O processo de osmose (FIGURA 04) é a passagem de um líquido de
uma solução fraca a uma solução mais concentrada, através de uma
membrana semipermeável que permite a passagem do solvente (água), mas
não dos sólidos dissolvidos (ex. sais minerais) (ÁGUAONLINE, 2010).
Enquanto que o processo de OI (FIGURA 04) é um método de tratamento
utilizado em sistemas de água, pressionando a água forçando-a a passar
através de uma membrana semipermeável.
A osmose inversa remove a maioria dos contaminantes de água
potável. Também usada no tratamento de águas residuais (ÁGUAONLINE,
2010), ou seja, é um processo no qual as membranas, que funcionam como um
filtro de alta potência, conseguem retirar da água a quantidade e os tipos de
sais desejados, separando a água potável daquela concentrada em sais.

Figura 04 – Processo de osmose e osmose inversa


Fonte: Carlson, 2006, p. 80.

De acordo com Pujato (2005, p. 33-34), um sistema de OI é


composto pelos seguintes componentes básicos: ―pré-tratamento, bombas de
alta pressão, linha de membranas e pós-tratamento.‖ Ainda segundo Pujato
(ibid, p. 34),
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a estrutura polimérica das membranas e seu tamanho de poro,


100 vezes menor que o de um filtro absoluto, permite a
eliminação de vírus, bactérias, piroxênios e colóides presentes
na solução a tratar. As membranas utilizadas na OI são
capazes de separar microssolutos dissolvidos com peso
molecular inferior a 500, por intermédio do mecanismo de
solução/difusão. Quando o peso molecular das partículas de
soluto excede esse valor, o mecanismo de separação é
determinado pelo tamanho das partículas presentes na solução
e pelo diâmetro dos poros da membrana. A taxa de rejeição ou
remoção (TR) dos sais dissolvidos, que representa a
capacidade de rejeição da membrana, pode variar de 90 a
99,8%. O desempenho do sistema fica expresso pelo nível de
recuperação (R), o percentagem de água permeada (DOW,
1997, apud PESSOA, 2000).

São várias as vantagens do processo de OI que conforme Cravo


(1997), são: baixos custos de instalação e operação; capacidade de tratar
volumes baixo a moderado de água bruta; alto nível de recuperação; excelente
qualidade da água tratada; versatilidade para aplicação de formas de energia
alternativa; menor área ocupada pelo equipamento e flexibilidade para futuras
expansões; operação simples; implantação em áreas de acesso difícil; padrão
de qualidade de água constante etc.
Dando continuidade ao processo, a água dessalinizada é
armazenada em um reservatório de água potável, para distribuição à
comunidade, e o concentrado armazenado em um reservatório para ser
encaminhado aos tanques de contenção e evaporação. De acordo com os
costumes da comunidade e a qualidade química do concentrado, parte do
efluente pode ser utilizado em cochos para dessedentação animal ou "água de
gasto".
Em comunidades que atendam aos requisitos técnicos estabelecidos
pelo programa, esse concentrado pode ser utilizado no sistema produtivo
integrado sustentável.
O Programa Água Doce prevê o acesso mínimo de 5 litros de água
potável por pessoa/dia nas localidades beneficiadas.
É importante ressaltar que, teoricamente, o sistema de OI não pode
garantir uma água totalmente isenta de partículas. Porém, a remoção de
bactérias de um sistema, que opere em condições normais, deveria ser sempre
maior do que 99,9%. No entanto, a falta de limpeza das membranas; nos
tanques de armazenamento; lodo na saída das mangueiras e falta de cuidado
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na manipulação, transporte e armazenamento domésticos podem causar


contaminação desta água (GOLDFARB, 2001).

1.1.4 Sistemas Produtivos

Uma Unidade Demonstrativa (FIGURA 05) é um sistema de


produção integrado onde são realizadas visitas, exposições, aulas e
demonstrações do processo produtivo com o objetivo de replicação do modelo.

Figura 05 - Sistema de Produção Integrado


Fonte: MMA, 2009.

O sistema de produção integrado foi desenvolvido pela Embrapa


Semi-Árido para se tornar uma alternativa de uso adequado para o efluente
(concentrado) do sistema de dessalinização, minimizando impactos ambientais
e contribuindo para a segurança alimentar.
Esse sistema utiliza os efluentes da dessalinização de águas
subterrâneas salobras ou salinas em uma combinação de ações integradas de
forma sustentável. É composto por quatro subsistemas interdependentes
(FIGURA 06):

1 - No primeiro momento, o sistema de dessalinização 2 - No segundo momento, o efluente do


torna a água potável. dessalinizador (concentrado), solução salobra ou
salina, é enviado para tanques de criação de peixes,
nesse sistema de produção integrado, a tilápia.
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3 - No terceiro momento, o efluente (concentrado) dessa 4 - No quarto momento, a forragem, com teor
criação, enriquecido em matéria orgânica, é aproveitado protéico entre 14 e 18%, é utilizada para a engorda
para a irrigação da erva-sal (Atriplex nummularia) que, de caprinos e/ou ovinos da região, fechando assim o
por sua vez, é utilizada na produção de feno. sistema de produção integrado ambientalmente
sustentável.
Figura 06 – Os subsistemas que compõem o sistema produtivo do PAD.
Fonte: MMA, 2009.

O sistema produtivo utiliza uma área total aproximada de dois


hectares e é constituído por dois viveiros para criação de tilápia, um tanque
para reciclagem do concentrado enriquecido em matéria orgânica (1 hectare) e
uma área irrigada para cultivo da erva sal (1 hectare), além de uma área para a
fenação.
Para que uma localidade possa receber a implantação do sistema
produtivo integrado, além dos critérios de criticidade gerais do Programa Água
Doce, deve atender às seguintes condições:

- vazão mínima do poço de 3.000 l/h e qualidade química adequada do


concentrado da dessalinização;
- propriedades do solo compatíveis com o sistema de irrigação da erva sal
(textura, profundidade, relevo/declividade);
- disponibilidade de área para implantação do sistema (com titularidade
pública);
- presença de exploração pecuária (caprinos/ovinos);
- presença de comunidade com experiência cooperativa.

Como citado anteriormente, o sistema produtivo é composto pela


produção de tilápia e plantação de atriplex, onde esta última é irrigada com a
água que sai dos tranques das tilápias.
São vários tipos desta espécie de peixe, contudo de acordo com
Porto e Araújo (1999b), a espécie Oreochromis sp, mais conhecida como tilápia
rosa,
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é um peixe melhorado geneticamente, de cor rosa e com grau


de domesticidade elevado. Sendo originária de regiões
tropicais, dispensa adaptações em relação ao clima do semi-
árido nordestino e demonstra uma alta tolerância às variações
de salinidade e dureza do ambiente aquático, suportando,
inclusive, água do mar que apresenta salinidade ao redor de
36,0 gramas de sais por litro de solução [...].

Além destas características, esta espécie de tilápia possui uma


carne de excelente qualidade, possui um bom crescimento, é de fácil produção,
rústica e tem uma ótima conversão alimentar, sendo de 1:1,5) (PORTO;
ARAÚJO, 1999b).
Os cuidados com o cultivo da espécie são os mesmos utilizados na
piscicultura convencional dentro do sistema intensivo.
Somado ao cultivo da tilápia, o sistema tem a plantação de uma
espécie arbustiva do tipo halófita, na qual é irrigada com água proveniente dos
tanques de peixe.
A halófita mais utilizada é a atriplex, conhecida como erva sal devido
a sua capacidade de absorver sal através de seu sistema fisiológico (PORTO;
ARAÚJO, 1999a), que será irrigada com o rejeito e depois servirá de alimento
para os animais.
As halófitas de acordo com Blumwald (1999, apud, Pujato, p. 19,
2005) têm sido utilizadas na reciclagem de águas de drenagem agrícola, assim
como ―biofiltros de efluentes de aqüicultura‖ (GLENN et al; BROWN et al,
1999), além de servirem na ―recuperação de solos afetados por sais em
distritos de irrigação em regiões áridas‖ (GLENN et al, 1998; Blumwald, 1999).
A atriplex faz parte da família Quenopodiácia onde mais da metade
de suas 550 espécies são halófitas. As espécies mais produtivas desta família
rendem 10 a 20 ton./ha de biomassa sob irrigação com água do mar. Tem
capacidade de sobreviver em níveis de salinidade acima dos 30 a 35 dS/m e
precipitação anual menor que 50 mm.
De acordo com Pujato (2005, p. 19), a atriplex nummularia, espécie
utilizada no PAD, ―é uma das mais importantes como forrageiras‖. Tem origem
na Astráulia sendo introduzida no semi-árido brasileiro através dos trabalhos de
pesquisa do pesquisador Guimarães Duque, na década de 40 (PORTO;
ARAÚJO, 1999a).
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Segundo a FAO (1996, apud PORTO; ARAÚJO, 1999a), a erva sal


tem algumas características que lhe dão a devida importância, a saber:

alta resistência a condições de aridez, bom rendimento


forrageiro, com valor nutritivo entre 14 e 17 % de proteína
bruta, fácil propagação, alto poder calorífico e pouca
susceptibilidade a pragas e doenças. Uma peculiaridade
importante nesta planta é que ela requer sódio como elemento
essencial em sua nutrição.

Corroborando com esta informação, Barrett-Lennard (2003, apud


Pujato, 2005, p. 20), relata que a atriplex destaca-se por,

conseguir produzir e manter uma abundante fitomassa, mesmo


em ambientes de alta aridez e salinidade (CE do solo acima de
50 dS/m), adaptando-se muito bem às regiões com
precipitação de 100 a 250 mm/ano e suportando até 50
mm/ano. Sobrevive bem em solos rasos, com texturas
pesadas, ainda que tenha menor desenvolvimento e
produtividade em solos profundos de texturas médias. Não
tolera encharcado e resiste altas temperaturas, sendo a faixa
de 30o a 35º C ótima para a fotossíntese, embora temperaturas
de inverno muito baixas podem causar a morte da plantação.

De acordo com PORTO; ARAÚJO (1999b), ―a integração do cultivo


de tilápia rosa com o de plantas halófitas, utilizando água salobra proveniente
do rejeito da dessalinização por osmose inversa, tem se mostrado uma boa
alternativa para redução dos impactos ambientais na região semi-árida
brasileira.‖
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2. DELIMITAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA DO SEMI-ÁRIDO


BRASILEIRO

O clima semi-árido é encontrado em outras áreas do planeta; aqui


no Brasil este clima está presente na região nordeste do país, que de acordo
com Cirilo (2008, p. 62, apud CIRILO et al., 2007, p. 33), localiza-se na posição
norte-oriental do país, entre os paralelos de 1º02’30‖ de latitude norte e
18º20’07‖ de latitude Sul e entre os meridianos de 34º47’30‖ e 48º45’24‖ de
longitude Oeste de Greenwich.
Limita-se ainda, a norte e a leste com o Oceano Atlântico, com os
Estados de Minas Gerais e Espírito Santo ao sul e a oeste com os Estados do
Pará, Tocantins e Goiás. Esta região abrange nove Estados (FIGURA 07), são
eles: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco,
Alagoas, Sergipe e Bahia.

Figura 07 – Divisão regional do Brasil com seus respectivos Estados.


Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br
30

O nordeste do Brasil possui alguns acidentes geográficos que


abalizam esta região e influenciam os climas presentes, a saber: as chapadas
Diamantina (Bahia) e Araripe (Ceará, Piauí e Pernambuco), o planalto da
Borborema (Alagoas ao RN), planaltos e chapadas da bacia do rio Parnaíba
(Maranhão e Piauí), a depressão sertaneja e do rio São Francisco, tabuleiros
litorâneos, planícies etc.
Quatro tipos dos climas encontrados no país estão presentes nesta
região: clima equatorial úmido (pequena parte do Maranhão e Piauí); clima
litorâneo úmido (litoral da Bahia ao Rio Grande do Norte); clima tropical (Bahia,
Ceará, Maranhão e Piauí) e clima tropical semi-árido (presente em todo o
sertão).
O clima semi-árido está presente principalmente no interior da região
nordeste ou sertão nordestino (FIGURA 08), no entanto, em alguns Estados
como Ceará e Rio Grande do Norte, chega até os limites do litoral e mais ao sul
abrange os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

Figura 08: Subregiões do nordeste: 1- Meio-norte, 2- Sertão,


3- Agreste, 4- Zona da mata
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Brazil_Region_
Nordeste_Subregions.svg
31

Este clima quente e seco é influenciado pelo planalto da Borborema,


citado acima como um dos acidentes geográficos da região nordeste. Este
relevo que inicia no Estado de Alagoas e segue até ao Rio Grande do Norte
mede aproximadamente 250 km de extensão norte-sul, comportando grandes
belezas distribuídas entres suas serras e vales.
O planalto da Borborema localiza-se na região agreste dividindo o
litoral com sua vegetação de mata atlântica e a depressão sertaneja com a
caatinga como bioma marcante. Este relevo tem um papel importante no clima
local, tendo em vista que a região recebe influência de quatro massas de ar e
este se constitui como barreira natural para a passagem dessas massas.
As áreas à direita do Planalto da Borborema são transversais à
direção preponderante dos ventos e provocam desvios significativos que, de
pronto, se evidenciam sobre a força e a continuidade das massas de ar, para,
finalmente, se diferenciarem quanto às precipitações.
Nesse sentido, a planície costeira, as serras dos Brejos e o declive
oriental da Borborema são atingidos pelos ventos úmidos de Sudeste,
influenciados pela massa de Ar Equatorial do Atlântico Sul, que tem o início de
sua atuação no outono, com sua maior umidade na corrente inferior dos alísios.
Os ventos úmidos, dado as condições topográficas, se elevam, resfriando-se e
ultrapassando, muitas vezes, o nível de condensação, com nuvens e condições
de precipitações, que originam as chuvas (LIMA; HECKENDORFF, 1985, p.
34).
Por outro lado, segundo os autores supracitados, toda a área a
oeste do Planalto da Borborema, não satisfatoriamente atingida pelos ventos
úmidos do Atlântico, recebe a influência das massas de ar quentes e úmidas
oriundas da Amazônia (Massa de Ar Equatorial Continental), sendo a única
massa de ar continental úmida, pois se origina sobre uma superfície com farta
e caudalosa rede de drenagem coberta por uma exuberante e densa floresta,
produzindo fortes chuvas de convecção, podendo alcançar o semi-árido, em
sua porção oeste, de novembro a janeiro, particularmente quando ocorre em
conjunto com o deslocamento em direção ao sul da Zona de Convergência
Intertropical – ZCIT.
A ZCIT é um evento meteorológico que influencia na quantidade de
chuvas da porção setentrional do nordeste brasileiro. É uma zona de
32

convergência em baixos níveis que acontece próximo à superfície terrestre e


assemelha-se a um cinturão de atividades onde se espelham como nuvens
com grande movimento vertical interno, ou seja, nuvens que originam muita
precipitação.
A região ainda recebe influência da Massa de Ar Tropical Atlântica,
que atua, sobretudo no litoral, sendo impedida pelo sistema orográfico de
avançar para o sertão e produzir chuvas abundantes e de forma ainda mais
tímida que as demais, a região ainda recebe alguma influência da Massa de Ar
Polar Atlântica, no inverno, através da incorporação da mesma aos alísios de
sudeste, produzindo chuvas abundantes no litoral e menos expressivas no
interior do Estado.
A partir desses condicionantes meteorológicos e geomorfológicos, a
região em foco, de acordo com a classificação de Köopen, é de clima BSh, na
qual B significa que a evapotranspiração potencial média é maior que a
precipitação média anual, e não havendo, portanto, excedente de água, daí o
porquê de nenhum rio permanente originar-se no local; S indica estação seca
de verão; e h refere-se à temperatura média anual superior a 18º, ou seja,
temperatura elevada (MENDONÇA; DANNI-OLIVEIRA, 2007, p. 120-121).
Corroborando com as características acima, Fontes (2008, p. 107),
também descreve o semi-árido como sendo um clima de abundância em raios
solares,

com temperaturas elevadas na maior parte do ano; de chuvas


escassas e irregulares, com longos períodos de secas e
precipitação anual média variando, aproximadamente, entre
400 e 650 mm; de rios intermitentes e sazonais, com volume
de água limitado, insuficiente para a irrigação, com exceção do
Parnaíba e do São Francisco; e de uma paisagem onde boa
parte dos solos são rasos e pedregosos e o subsolo abriga
grandes rios subterrâneos.

Ainda de acordo com Fontes (2008, p. 107), o semi-árido é uma


região do,

Brasil onde o acesso à água em muitos lugares ainda não se


consolidou como direito básico, mas que possui uma dinâmica
articulação de organizações da sociedade civil, que tomou para
si a responsabilidade de resolver este problema e mudar uma
paisagem ainda dominada por oligarquias políticas.
33

[...]

Um Brasil que há mais de um século expulsa sua população


para outras regiões do País como mão-de-obra barata. Um
Brasil em que boa parte da população passa fome.

Esse cenário retrata o nordeste brasileiro, como um palco de muitas


lutas na busca da sobrevivência, na busca de um entendimento harmonioso
entre um fenômeno natural, a seca, e uma vida digna para o homem do campo.
Contudo, apesar de um quadro aparentemente desolador, o
nordeste é uma região extremamente rica em recursos naturais e de um povo
destemido. O bioma da caatinga, ao contrário do que veiculam, é heterogêneo
e se subdivide em 12 diferentes tipos que vão de ―florestas altas e secas com
árvores de até 20 metros de altura, a chamada caatinga arbórea, até
afloramentos de rochas com arbustos baixos e esparsos, com cactos e
bromélias saindo das fendas do solo [...]‖. Ainda é importante frisar que este
bioma é endêmico do Brasil (FONTES, 2008, p. 107-108), o que torna ainda
mais eminente sua preservação.
Soma-se às características supracitadas a pedologia local, sendo o
embasamento cristalino predominantemente na região, onde os solos
geralmente são rasos (cerca de 0,60 m), apresentando baixa capacidade de
infiltração, alto escoamento superficial e reduzida drenagem natural, onde a
água só fica armazenada nas fraturas das rochas recebendo a denominação
de aqüífero fraturado ou fissural (FIGURA 9). A parte rosa representa os solos
cristalinos demonstrando cerca de 50% da região semi-árida. Nessa região as
águas geralmente são salobras ou salinas devido à presença maciça de
rochas.
34

FIGURA 9: Distribuição dos Sistemas aqüíferos do Semi-árido.


Fonte: ALAGOAS, 2008.

Outra denominação é bastante utilizada para o sertão e/ou região


semi-árida nordestina, conhecida como polígono das secas, que de acordo
com Yoshikawa (2009), foi criado pela Lei n. 175/36 e revisado em 1951 pela
Lei n. 1348 (área de atuação do Departamento Nacional de Obras Contra as
Secas (DNOCS)), sendo reconhecida como uma ―área do Nordeste brasileiro
composta de diferentes zonas geográficas com distintos índices de aridez e
sujeita a repetidas crises de prolongamento das estiagens‖.
Os termos semi-árido e polígono das secas tornam-se sinônimos e
refletem um cenário, retratados por muitos, de seca, miséria, fome, sede,
índices baixos de educação, dentre outros. Caracterizados também como
sendo um clima quente e seco; pluviosidade abaixo de 800 mm por ano; duas
estações ao ano, sendo uma seca e outra chuvosa; eventos chuvosos durante
3 a 4 meses, porém de forma irregularmente distribuídos (FIGURA 10).
35

Figura 10 – Pluviometria do semi-árido brasileiro


Fonte: ESTADO DE ALAGOAS, 2008

Quanto à posição demográfica, o semi-árido brasileiro é um dos


maiores e mais populosos do mundo, com um contingente populacional de 18
milhões aproximadamente, sendo a metade na zona rural.
De acordo com Dantas Neto (2008), ―até o ano de 1995, sob os
efeitos da Lei 7.827/89, os critérios utilizados para a delimitação geográfica do
semi-árido eram baseados nas precipitações pluviométricas iguais ou inferiores
a 800 mm (oitocentos milímetros)‖, desta forma, os municípios eram inseridos
na área de atuação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste
(SUDENE), uma autarquia criada em 1959 no governo de Juscelino Kubtschek.
Em 1995, a Sudene atualizou os municípios pertencentes ao semi-
árido, através da portaria no. 1.181 do mencionado órgão. Após a extinção da
autarquia, em 2001, a responsabilidade quanto à inclusão dos municípios na
36

região do polígono das secas passou a ser do Ministério da Integração


Nacional.
O clima do semi-árido é caracterizado por baixa umidade e por
pouca precipitação pluviométrica, ou seja, de acordo com a classificação
mundial, precipitações médias de chuva entre 300 mm e 800 mm anuais
marcam este clima. No entanto, de acordo com o Ministério da Integração
Nacional (MI) (2005),

os conhecimentos acumulados sobre o clima permitem concluir


não ser a falta de chuvas a responsável pela oferta insuficiente
de água na região, mas sua má distribuição, associada a uma
alta taxa de evapotranspiração, que resultam no fenômeno da
seca, a qual periodicamente assola a população da região.

Desta forma, no ano de 2005, através do Grupo de Trabalho


Interministerial (GTI) convocado pelo MI, foi atualizada a área do semi-árido
brasileiro, baseado em três critérios, a saber:

I. Precipitação pluviométrica média anual inferior a 800 milímetros;


II. Índice de aridez de até 0,5 calculado pelo balanço hídrico que relaciona
as precipitações e a evapotranspiração potencial, no período entre 1961
e 1990; e
III. Risco de seca maior que 60%, tomando-se por base o período entre
1970 e 1990.
Assim, a área classificada oficialmente como semi-árido brasileiro,
aumentou de 892.309,4 km2 para 969.589,4 km (MAPA 01), um acréscimo de
8,66% em sua área (MI, 2005).
37

Mapa 01 - Delimitação do semi-árido a partir de 2005.


Fonte: Ministério da Integração Nacional, 2005.

Esta área abrange 86,48% do nordeste brasileiro abrangendo oito


Estados, a saber: Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco,
Alagoas, Sergipe e Bahia. Além do nordeste ainda fazem parte o norte de
Minas Gerais e do Espirito Santo.
38

3. ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

O Estado do Rio Grande do Norte (RN) está situado na região


Nordeste do Brasil, limitando-se com o Oceano Atlântico ao Norte e a Leste; ao
Sul com o Estado da Paraíba e a Oeste com o Estado do Ceará (FIGURA 11),
estando situado entre os paralelos de 4º49’53‖ e 6º58’57‖ latitude sul e os
meridianos de 35º58’12‖ a oeste de Greenwich. Possui uma área de 52.796,79
km2, correspondendo a 0,62% do território nacional (IDEMA, 2008), sendo
maior do que países como ―Holanda (41.864 km²), Taiwan (36.000 km²),
Bélgica (30.528 km²) e Israel (21.042 km²)‖. Sua distância entre os pontos
extremos Norte-Sul é de 233 km e entre os pontos extremos Leste-Oeste de
403 km.

Figura 11 – Localização do RN no Brasil


Fonte: NATAL CONVENTION & VISITORS BUREAU, 2009.

3.1 POPULAÇÃO

O Estado do Rio Grande do Norte possui uma população de


2.776.782 habitantes distribuídos em 167 municípios, concentrando 2.036.673
na área urbana, o que significa 73,35% de sua população total (IBGE, 2000).
Com a contagem 2007 do IBGE esse número total elevou-se para 3.013.740.
Quanto à população rural, que conta apenas com 740.109 habitantes, observa-
se (GRÁFICO 01) que passou a decrescer a partir da década de 1970,
enquanto que a urbana passou a crescer vertiginosamente atingindo no ano
2000 um grau de 73,35% de urbanização, acompanhando o cenário nacional,
39

tendo em vista que o Brasil vem passando por um processo de urbanização


acelerada.

Gráfico 01 – Evolução da população no RN, no período de 1940 - 2000


Fonte: IDEMA, 2002.

Apesar de uma urbanização acelerada, o ritmo deste crescimento


no âmbito geral vem diminuindo, sendo de extrema importância distinguirmos
urbanização de crescimento populacional, onde este último é apenas o
crescimento numérico de pessoas, seja ele vegetativo e/ou migratório. O
fenômeno da urbanização é mais complexo tendo em vista que envolve o
ambiente urbano, com todos os seus componentes, como por exemplo, o
desenvolvimento econômico.

Segundo a Barsa (2004, p. 264), urbanização é,

o processo mediante o qual uma população se instala e


multiplica numa área dada, que aos poucos se estrutura como
cidade. Fenômenos como a industrialização e o crescimento
demográfico são determinantes na formação das cidades, que
resultam, no entanto da integração de diversas dimensões –
sociais, econômicas, culturais e psicossociais – em que se
desempenham papel relevante as condições políticas da
nação.

Desta forma, a população do RN, nas últimas três décadas, vem


apresentando um ritmo ascendente tanto nas taxas de crescimento
40

populacional quanto de urbanização, comportamento apresentado também


pelo país (TABELA 01). Todavia, percebe-se uma tendência à desaceleração
do crescimento populacional em ambos os cenários.

De acordo com o IBGE (1991;2000;2007), o crescimento


populacional do Brasil entre o ano de 1991 e 2000, foi de 15,64%, enquanto
que entre 2000 e 2007, foi apenas de 8,35%. O RN acompanhou este mesmo
compasso visto que obteve, neste período, um aumento da população de
14,95% e 8,53%, respectivamente.

No segundo semestre de 2009, foi divulgado uma estimativa da


população até o mês de julho do mesmo ano, confirmando a diminuição do
crescimento total da população brasileira e norteriograndense, onde estas
aumentaram 4,05% e 4,10%, respectivamente, em relação à contagem de
2007.

Tabela 01 – População total do Brasil e do RN (1991 – 2007)

País/ População Total

Estado 1991 2000 2007 2009

Brasil 146.825.475 169.799.170 183.987.291 191.446.848

Rio Grande do 2.415.567 2.776.782 3.013.740 3.137.541


Norte
Fonte: IBGE (1991; 2000; 2007; 2009).

No RN, observadas informações disponibilizadas pelo IBGE, nos


anos mencionados, verifica-se que não houve apenas uma desaceleração no
crescimento populacional, mas ocorreu também perda em relação a população
total em um quarto dos municípios, ou seja, cerca de 25% dos 167 municípios
do Estado, se comparado os dados de 2000 a 2007.
Um dado bastante interessante é que apesar da diminuição do
referido crescimento, nos anos de 2000 a 2009, nos últimos dois anos apenas
o município de Severiano Melo perdeu população, enquanto que todos os
demais 166 ganharam, indo de encontro às informações anteriores a este
período. Os municípios que ganharam população acima de mil habitantes
41

localizam-se, principalmente na região da grande Natal, porém alguns


municípios pólos também obtiveram esse crescimento. O aumento
populacional do RN, no período de 2007 a 2009, se deve, principalmente, a
vinte e uma cidades que juntas comportam 66% desse crescimento (TABELA
02).

Tabela 02 – Municípios com crescimento acima de 1000 habitantes, (2007-


2009).

POPULAÇAO TOTAL
MUNICÍPIO 2007 2009 AUMENTO
AÇU 51 262 53.282 2.020
APODI 34 632 35.768 1.136
BARAÚNA 23 098 24.347 1.249
CAICÓ 60 656 63.006 2.350
CANGUARETAMA 29 334 30.541 1.207
CEARÁ-MIRIM 65 450 67.869 2.419
CURRAIS NOVOS 42 066 43.536 1.470
JOÃO CÂMARA 30 423 31.518 1.095
MACAÍBA 63 337 66.380 3.043
MACAU 27 132 28.157 1.025
MOSSORÓ 234 390 244.287 9.897
NATAL 774 230 806.203 31.973
NÍSIA FLORESTA 22 906 24.109 1.203
NOVA CRUZ 35 280 36.561 1.281
PARNAMIRIM 172 751 184.222 11.471
PAU DOS FERROS 26 728 27.809 1.081
SANTA CRUZ 33 736 35.095 1.359
SÃO GONÇALO DO AMARANTE 77 363 80.737 3.374
SÃO JOSÉ DE MIPIBU 36 990 38.404 1.414
SÃO MIGUEL 22 579 23.593 1.014
TOUROS 29 436 30.549 1.113
Fonte: IBGE (2007; 2009).
42

De acordo com IBGE (2007), no RN podemos destacar dentre os


dez municípios mais populosos do Estado, cinco municípios com uma taxa de
urbanização maior que 80%, a saber: Natal (100%), Mossoró (93,1%), Caicó
(90,6%), Parnamirim (87,5%) e Currais Novos (88,8%).
Todo esse crescimento tem implicações diretas na densidade
demográfica, tendo em vista que seu conceito se refere à relação entre a
população e o tamanho da superfície territorial, assim quanto maior o número
de pessoas maior sua densidade. Atualmente a densidade do RN é de 59,4
hab./km2, chegando a ser duas vezes e meia maior que a do País, 22,48
hab./km2 (IBGE, 2009), que é inferior à média do planeta, 43,6 hab./km2
(PAREJO, 2009). A densidade demografica do Brasil ainda é bem menor que
a de países intensamente povoados, como a ―Bélgica (342 hab./km²) e o Japão
(337 hab./km²)‖ (WIKPEDIA, 2009). Mesmo assim, o RN não possui uma das
maiores densidades, pois ocupa a décima posiçao dentre os 26 Estados e o
Distrito Federal (FIGURAS 12 e 13).

Figura 12 - Mapa brasileiro por densidade demográfica.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Brazilian_States_by_
Population_density.svg
43

Figura 13 – distribuição da população brasileira em 2000.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:ARCHELLA_E_
THERY_Img_06.png

Considerando que o crescimento populacional vem aumentando,


mesmo que em um ritmo mais lento, a densidade demográfica do Rio Grande
do Norte deve seguí-lo também, por não ter ocorrido nenhuma mudança em
seus limites territoriais. Em 1991, esse índice foi de 45,75 hab./km², em 2000
chegou a 52,59 hab./km², em 2007 correspondeu a 57,08 hab./km² e em 2009
encontra-se em 59,42 hab./km2 (TABELA 03).

Tabela 03 – Densidade demográfica do RN e do Brasil ( 1991 – 2009)

País/ Estado Densidade Demográfica (hab./km²)


1991 2000 2007 2009
Brasil 17,24 19,94 21,60 22,48
Rio Grande do Norte 45,75 52,59 57,08 59,42
Fonte: IBGE. (1991-2009)
44

No entanto, esse crescimento é mal distribuído, concentrando-se no


litoral oriental e apresentando variação de ―4.212,4 hab./km2 em Natal (capital
do Estado) a 5,3 hab./km2, no município de Galinhos (IDEMA, 2008)‖.
Ainda, no que se refere à densidade demográfica observa-se que
metade da população ocupa somente 12,83% da área territorial norte-rio-
grandense e que desta metade, 75% está na Região Metropolitana de Natal
(RMN), ou seja, aproximadamente um milhão e cem mil pessoas.

3.2 REGIÃO METROPOLITANA DE NATAL

A RMN (FIGURA 14), também conhecida como a Grande Natal, foi


criada pela Lei Estadual Complementar n.º 152, em 16 de janeiro de 1997
(DOE de 06 de fevereiro de 1997). Possui uma área de 2.719,574 km² (5,16%
do território estadual) com uma população de 1.312.123 habitantes, assumindo
a 15ª posição, em relação às trinta e uma regiões metropolitanas do Brasil por
população, e uma densidade demográfica de 482,47 hab./km² (IBGE, 2007).

Figura 14 – Localização da Região Metropolitana de Natal sem o município de Vera Cruz.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Regiao_Metropolitana_de_Natal.svg

A região é composta por nove municípios, assim identificados: Natal,


Ceará-Mirim, Extremoz, Macaíba, Monte Alegre, Nísia Floresta, Parnamirim,
45

São Gonçalo do Amarante e São José de Mipibu, e mais recentemente, com a


Lei Complementar Estadual n.º 391, do dia 22 de julho de 2009, o município de
Vera Cruz (CÂMARA, 2009), passou a fazer parte desta região, aumentando
para dez o número de municípios. Atualmente, a RMN abriga 42,16 % da
população do RN.
Diante da concentração populacional acima mencionada, esta região
apresenta-se com grande dinamismo econômico e social. Todavia, do ponto de
vista da urbanização, quatro municípios ainda apresentam populaçao rural
maior que a urbana (TABELA 04).

Tabela 04 – Municípios que compõem a RMN.


Municípios População Total População Urbana População Rural
Ceará-Mirim 65 450 32 947 32 503
Extremoz 21 792 12 787 9 005
Macaíba 63 337 40 111 23 226
Monte Alegre 20 590 8 330 12 260
Natal 774 230 774 230 -
Nísia Floresta 22 906 9 165 13 741
Parnamirim 172 751 172 751 -
São Gonçalo do Amarante 77 363 65 209 12 154
São José de Mipibu 36 990 17 984 19 006
Vera Cruz 10 313 5 020 5 293
Total 1 265 722 1 138 534 127 188
Fonte: IBGE (2007); CÂMARA (2009).

3.3 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH)

O IDH é um índice bastante importante e utilizado pelas esferas


governamentais para medir as condições socioeconômicas de um determinado
lugar, mas não é decisivo para inferir a situação real da população, tendo em
vista que é baseado em médias. As médias podem mesclar os resultados, pois
o resultado de um componente pode encobrir o resultado do outro.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), foi criado em 1990
pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq, e vem sendo usado desde 1993
pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no seu
relatório anual. Este índice é uma maneira padronizada de avaliação e medida
do bem-estar de uma população, sendo também uma medida comparativa que
46

engloba três dimensões: riqueza (renda), educação (índice de educação) e


esperança média de vida (longevidade), a saber:

Índice de educação: Para avaliar a dimensão da educação o


cálculo do IDH considera dois indicadores. O primeiro, com
peso dois, é a taxa de alfabetização de pessoas com 15 anos
ou mais de idade — na maioria dos países, uma criança já
concluiu o primeiro ciclo de estudos (no Brasil, o Ensino
Fundamental) antes dessa idade. Por isso a medição do
analfabetismo se dá, tradicionalmente a partir dos 15 anos. O
segundo indicador é a taxa de escolarização: somatório das
pessoas, independentemente da idade, matriculadas em algum
curso, seja ele fundamental, médio ou superior, dividido pelo
total de pessoas entre 7 e 22 anos da localidade. Também
entram na contagem os alunos supletivo, de classes de
aceleração e de pós-graduação universitária, nesta área
também está incluido o sistema de equivalências Rvcc ou
Crvcc, apenas classes especiais de alfabetização são
descartadas para efeito do cálculo.
Longevidade: O item longevidade é avaliado considerando a
esperança de vida ao nascer. Esse indicador mostra a
quantidade e anos que uma pessoa nascida em uma
localidade, em um ano de referência, deve viver. Ocultamente,
há uma sintetização das condições de saúde e de salubridade
no local, já que a expectativa de vida é fortemente influenciada
pelo número de mortes precoces.
Renda: A renda é calculada tendo como base o PIB per capita
do país. Como existem diferenças entre o custo de vida de um
país para o outro, a renda medida pelo IDH é em dólar PPC
(Paridade do Poder de Compra), que elimina essas diferenças
(wikpedia, 2009).

Com o intuito de aplicá-lo em nível municipal, o PNUD, em parceria


com a Fundação João Pinheiro e o Instituto de Pesquisas Econômicas
Aplicada (IPEA), promoveu algumas adequações conceituais e metodológicas
que resultaram na formulação do Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal – IDH-M. Considerando que esse índice varia de 0 (nenhum
desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total), os municípios
são classificados em: baixo desenvolvimento humano (IDH-M até 0,499);
médio desenvolvimento humano (IDH-M entre 0,500 e 0,799) e alto
desenvolvimento humano (IDH-M entre 0,800 a 1).

Entre 1991 e 2000, no Brasil e no Rio Grande do Norte, o IDH


mostrou-se crescente, mas continuou na classificação de médio
desenvolvimento humano (TABELA 05).
47

Tabela 05 – IDH do Brasil e do RN - 1991 – 2000

País/ IDH
Estado 1991 2000
Brasil 0,696 0,766
Rio Grande do Norte 0,604 0,705
Fonte: PNUD, 2003.

Entre 1991 e 2000, o IDH do Brasil e do Rio Grande do Norte


mostraram-se crescentes. Não obstante, o Estado permaneceu com um índice
inferior ao obtido pelo país. Entre os Estados da federação, sua posição
oscilou do 20º lugar, em 1991, para o 19º em 2000. No entanto, no que se
refere à região nordeste, o RN ocupa a segunda posição, ficando atrás apenas
de Pernambuco (TABELA 06).

Tabela 06 - IDH dos Estados da Região Nordeste

Estados IDH – 1991 IDH - 2000


Pernambuco 0,620 0,705
Rio Grande do Norte 0,604 0,705
Ceará 0,593 0,700
Bahia 0,590 0,688
Sergipe 0,597 0,682
Paraíba 0,561 0,661
Piauí 0,566 0,656
Alagoas 0,548 0,649
Maranhão 0,543 0,636
Fonte: PNUD, 2000.

A RMN possui um IDH médio de 0,689 em 1991 e 0,762 em 2000


(crescimento de 10,6%), ficando acima do índice do Estado, e ocupa a 31 o
posição entre as trinta e três regiões metropolitanas do Brasil por IDH (PNUD,
2003). Quanto as componentes do IDH observamos na Tabela 07 que todas
elas também mantiveram o crescimento.
48

Tabela 07 – IDH-M do Rio Grande do Norte

Estado IDHM IDHM IDHM IDHM IDHM IDHM


Renda Renda Longevidade Longevidade Educação Educação
– 1991 – 2000 – 1991 – 2000 – 1991 – 2000
Rio Grande
do Norte 0,579 0,636 0,591 0,700 0,642 0,779
Fonte: PNUD, 2000.

Observam-se na Figura 13, três áreas onde o IDH é melhor, a região


metropolitana de Natal o que ratifica o reconhecimento do desenvolvimento
socioeconômico obtido pela capital potiguar; o seridó, região que concentra 14
municípios (43,75%) dos 32 que obtiveram maior IDH no Rio Grande do Norte,
em 2000. Esse dado é relevante, tendo em vista a problemática sócio-
econômica (desestruturação do tripé algodão-pecuária-mineração) e ambiental
(processo de desertificação) que afeta essa região. E ainda, a região de
Mossoró.
Porém, a compreensão desse perfil de desenvolvimento humano
passa pelo processo histórico de construção e reconstrução regional, no qual
sobressaem as estratégias sócio- culturais e políticas, que assinalam o perfil da
sociedade regional.
Ainda é possível observar que o município de Caicó se destaca com
o terceiro melhor e o mais elevado da região semi-árida (ANEXO 4), inclusive
superando o de Mossoró, segundo município mais populoso do Estado, cuja
economia baseia-se na indústria do petróleo, fruticultura e amplo setor terciário.
Uma visão panorâmica da espacialização do IDH-M do Rio Grande
do Norte pode ser vislumbrada a partir da representação cartográfica relativa
ao ano 2000 (FIGURA 15).
49

Figura 15 – IDH-M do Rio Grande do Norte - 2000


FONTE: PNUD, 2000.

No oposto da longevidade, temos a mortalidade infantil que consiste


no óbito de crianças durante o seu primeiro ano de vida. Estes óbitos são
utilizados para calcular a taxa de mortalidade infantil que de acordo com Fiori
(2005), no Brasil,

[...] caiu para menos da metade entre 1990 e 2007, segundo


estatísticas divulgadas hoje (21) pela Organização Mundial de
Saúde (OMS). As mortes entre crianças de até um ano de
idade diminuíram de 49 para 20 por mil nascidos vivos,
enquanto as mortes de crianças até cinco anos de idade
recuaram de 58 para 22 por mil nascidos vivos.
Os dados, constantes no relatório Estatísticas Sanitárias
Mundiais de 2009, confirmam tendência já indicada pela
Organização das Nações Unidas no começo deste ano. E
colocam o Brasil em condição bem superior à media mundial.
Em termos globais, a taxa de mortalidade entre menores de um
ano passou de 63 (1990) para 46 (2007) entre cada mil
50

nascidos vivos. Entre menores de cinco anos, o número de


mortes ficou em 67 por mil nascidos vivos, contra 91 em 1990.

De acordo com o Ministério da Saúde (2008b), as altas taxas de


mortalidade infantil ―refletem, de maneira geral, baixos níveis de saúde, de
desenvolvimento socioeconômico e de condições de vida. No entanto, mesmo
quando as taxas de mortalidade infantil são baixas, podem ser encontradas
pronunciadas variações entre segmentos da população, ou seja, essas taxas
devem variar também entre as classes econômicas, pois quanto maior a renda,
provavelmente as condições de vida serão melhores, do mesmo modo que
quanto menor a renda, a tendência é a redução desta qualidade.
A mortalidade infantil conforme o MS (2008b), ―é o número de óbitos
de menores de um ano de idade, por mil nascidos vivos, na população
residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado.‖ Esta taxa é
considerada como alta (50 por mil ou mais), média (20 a 49) e baixa (menos de
20). Podendo ser encontrada até abaixo de 10 por mil, todavia podem estar
encobrindo más condições de vida em segmentos sociais específicos (MS,
2008b).
No Brasil, observamos taxas variando de baixa para média nas
regiões sul, sudeste e centro-oeste; no seu extremo temos as regiões norte e
nordeste com taxas variando de média para alta (MS, 2005) (GRÁFICO 2).

80
70
60
50
40 1991(a)
30 1997(b)
20
2000(c)
10
2004(c)
0

Gráfico 02 – Taxa de mortalidade infantil nas cinco regiões do Brasil, entre os


anos de 1991 e 2004
51

Todavia, há consistente tendência de redução da mortalidade infantil


em todas as regiões brasileiras, o que reflete, principalmente, a melhoria nas
condições de vida e os efeitos de intervenções públicas nas áreas de saúde,
saneamento e educação da mãe, entre outros aspectos. Ainda assim, as
maiores taxas são no nordeste, ficando sempre acima da média do país.
Por conseguinte, o Estado do RN também revela taxas elevadas e
acima tanto da média brasileira quanto do nordeste. Contudo, a tendência de
redução também é observada no Estado, seja para mortalidade infantil
(GRAFICO 03) seja para mortalidade de crianças menores de cinco anos (MS,
2008) (GRAFICO 04).

60

50

40

Brasil
30
Nordeste
20 RN

10

0
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Gráfico 03 – Mortalidade infantil no período de 1997 - 2006


52

70

60

50

40 Brasil
30 Nordeste
RN
20

10

0
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Gráfico 04 – Mortalidade Menores de 5 anos, no período de 1996 – 2006

A redução da mortalidade infantil reflete também na esperança de


vida do brasileiro, que passou de 59 anos em 1970 para 72 anos em 2008
(UNICEF, 2010).

3.4 ECONOMIA

O Estado tem na sua esfera econômica atividades bastante


diversificadas que passam pelos três setores (primário, secundário e terciário),
tendo nas características físicas do seu território condições muito propícias,
principalmente, para algumas atividades do setor primário e terciário.
Apesar da história do Estado ter iniciado com a atividade de
agropecuária, o mesmo não possui um setor forte, haja vista que o fenômeno
das secas combinado a dificuldade de acesso a água prejudicam bastante a
atividade.
O RN tem atividades como fruticultura tropical irrigada e tradicional,
nas regiões do Vale do Açu e Chapada do Apodi, com destaque para o melão e
a castanha de caju;
A caprinovinocultura é o ramo da pecuária voltado para criação de
caprinos e ovinos. Por serem bastante resistentes às adversidades climáticas,
nos últimos anos esta cultura vem apresentando um resultado satisfatório,
sendo estimulado por ações do Governo Estadual, através dos programas do
53

leite e pelas caprifeiras, o que tem atraído também a atenção dos


empreendedores rurais.
De acordo com o Idema (2000), a bovinocultura tem apresentado
resultados bastante instáveis, devido aos períodos freqüentes de estiagem.
No setor da pesca, a carcinicultura fez o Estado despontar como
primeiro produtor do Brasil, em 2001, pois a região Nordeste e
excepcionalmente, o RN possui as condições necessárias para esta atividade.
No entanto, após o ano de 2004, houve algumas perdas devido ao excesso de
chuvas e as enchentes ocorridas no Estado.
Ainda no setor primário, o Estado produz uma diversificada e
considerável quantidade de minerais, tais como: granito, mármore, diatomita,
calcareo, caulim, tantalita-columbita, scheelita, as gemas, dentre outras.
O sal também encontrado na economia do Estado, faz o RN ser o
principal produtor do país, com mais de 90% da produção nacional (TABELA
08).

Tabela 08 - Quantidade de Sal Marinho Produzido (1997-2001)

Ano Quantidade Produzida (t) Participação (%) (A/B)


Rio Grande do Norte (A) Brasil (B)
1997 4.808.000 5.064.000 94,94
1998 5.108.000 5.353.000 96,77
1999 4.378.000 4.528.000 96,69
2000 4.435.515 4.625.515 95,89
2001 4.166.143 4.371.143 (1) 95,31
Fonte: DNPM/SIESAL/IDEMA

O Estado é o segundo produtor de petróleo do país e o primeiro em


terra, além de produzir também o gás natural. Esta atividade é encontrada
principalmente, no litoral sententrional do RN.
De acordo com o Idema (2000),

o setor petrolífero é de importância fundamental para a


economia do Rio Grande do Norte. Além do pagamento de
royalties ao Estado e municípios e a indenização aos
proprietários de terras onde são perfurados poços, a
PETROBRAS tem gastos expressivos na aquisição de material
e em contratos com terceiros.
54

O Estado tem um potencial muito forte na produção de energia


eólica assim como a solar, todavia a primeira vem sendo explorada onde
desponta alguns campos de produção desta energia. O gás é também um
produto que o RN vem produzindo, mas que precisa de expansão,
principalmente, para atender o seu próprio consumo interno.
No setor secundário, se comparado à região sudeste do país, e até
mesmo a Estados da região Nordeste, como Pernambuco, o RN ainda é pouco
industrializado. Contudo, o setor industrial é voltado para fábricas têxteis e
alimentícias.
No setor terciário, o Estado tem o turismo como sua principal
atividade, onde o Idema (2000) afirma que,

Beneficiado com a insolação durante 300 dias do ano, com 410


km de faixa litorânea, onde despontam praias de rara beleza
povoadas por mais de 2.000 ha. de dunas, onde se realizam os
famosos passeios de buggy, o Estado conta ainda com a
riqueza dos manguezais, as lagoas, a mata atlântica, os sítios
arqueológicos e o maior cajueiro do mundo, localizado na praia
de Pirangi do Norte. No interior destacam-se: as águas termais,
os campos petrolíferos, as salinas e a região de mineração.
Outro destaque é o Parque Estadual Dunas do Natal Jornalista
Luiz Maria Alves, sendo o segundo em área urbana (1.172 ha.)
só ficando atrás da Floresta da Tijuca na cidade do Rio de
Janeiro. Todo esses atrativos, somados à rica gastronomia,
têm colocado o Estado numa posição de destaque no turismo
nacional, dando um grande impulso à rede hoteleira que conta
atualmente com 450 meios de hospedagem, disponibilizando
10.082 unidades habitacionais e 26.353 leitos.

Desta forma, com tantos recursos naturais o turismo no RN vem


crescendo nos últimos anos, colaborando com o aumento o Produto Interno
Bruto (PIB) do Estado (TABELA 09).

Tabela 09 – Crescimento do PIB do RN entre 2002 – 2006.

Ano Moeda PIB per capita


2002 R$ 4.234
2003 R$ 4.626
2004 R$ 5.260
2005 R$ 5.948
55

2006 R$ 6.754
Fonte: IDEMA, 2008.

3.5 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA

Para entender melhor o cenário de atuação do PAD no RN é


necessário que seja realizada uma caracterização dos elementos físicos do
Estado. O Rio Grande do Norte é um Estado bastante diversificado em todos
os seus recursos naturais, seja no clima, solo, recursos hidricos, fauna e flora,
etc. Desta forma, iniciamos com o clima, pois diversos outros fatores
dependem deste.
Apesar de ser um Estado com área territorial relativamente pequena,
o RN possui quatro divisões (MAPA 02), a saber: clima árido, semi-árido, sub-
úmido seco e úmido (IDEMA, 2006).

Mapa 02 – Tipologia dos clima do RN


Fonte: IDEMA, 2009

O Clima Árido - localizado na parte central e litoral setentrional,


prolongando-se numa faixa estreita, quase contínua, até o extremo sul do
Estado, abrangendo uma área total de 18% da superfície estadual. Não
56

apresenta excedente de água durante todo o ano, bem como suas


precipitações são baixas, com uma média de 500 mm/ano.
Clima Semi-Árido - domina, de forma quase contínua, todo o interior
do Estado, onde a oeste se prolonga até o litoral setentrional, perfazendo uma
área de 57% da superfície estadual. Apresenta um excedente de água inferior
a 40mm durante os meses de março e abril.
Clima Sub-Úmido Seco - localizado, em parte, no litoral oriental e
nas áreas serranas do interior do Estado; este clima abrange 20% da superfície
estadual. Possui um excedente de água que vai de 150 a 450mm durante os
meses de março a junho aproximadamente.
Clima Úmido - localizado no litoral oriental, engloba as estações
pluviométricas de Natal, São José de Mipibu e Canguaretama, perfazendo 5%
da área estadual. A estação pluviométrica de Natal apresenta um excedente de
água de 1.040mm, distribuído de fevereiro a julho, enquanto as estações de
Canguaretama e São José de Mipibu, têm um excedente de água de 400mm,
distribuído de abril a julho.
Acompanhando os tipos de clima supracitados, a vegetação (MAPA
03) é bastante peculiar de cada região, resultando em diversas formações de
vegetais:

Floresta Subperenifólia (incluindo Cerrados e Formações


Florestais Secundárias) – Floresta Ciliar sem Carnaúba -
presente ao longo dos rios do litoral oriental em uma faixa cuja
largura não ultrapassa algumas dezenas de metros, mantém
contato com as florestas semidecíduas e decíduas e com os
manguezais. Acima do município de Extremoz, a Floresta Ciliar
é o único tipo florestal presente ao longo dos rios que
desembocam no litoral oriental e, algumas vezes, nas várzeas
e margens de lagoas. Por ser uma floresta densa e exuberante,
a duração do período chuvoso tem importância secundária, de
vez que sua fonte de água está presente nos lençóis
subterrâneos e na água dos rios e várzeas.

Floresta Subcaducifólia (incluindo Cerrados, Formações


Florestais Secundárias, Caatinga Hipoxerófila e Floresta
Subcaducifólia) – Floresta Decídua - ocupa uma estreita faixa
entre a zona úmida e o sertão e, também, o topo e as encostas
das serras do interior (Serra de Santana, Serra de João do
Vale, Serra do Mel, Serra de Martins e Serra de São Miguel). É
composta por espécies que indicam uma posição fitogeográfica
intermediária entre os biomas da Floresta Atlântica e da
57

Caatinga, no entanto a classificação dessa floresta nessa


categoria é provisória, visto que a ausência de levantamentos
florísticos nesses locais, dificulta seu posicionamento
fitogeográfico.

Caatinga Hipoxerófila – Caatinga Arbustiva – excluída a


região do Seridó oriental, esta formação vegetal recobre toda a
porção centro-meridional do Estado. Tem por características a
completa ausência de folhagem em grande parte da estação
seca e a dificuldade de penetração em função de sua
densidade.

Caatinga Hiperxerófila – Caatinga Arbustivo-Arbórea –


apresenta-se principalmente na porção setentrional do Estado
e caracteriza-se por ser uma vegetação densa e de estrutura
irregular, muitas vezes formando moitas e descobrindo
parcialmente o solo. Durante a maior parte do período seco
permanece sem folhas.

Caatinga Hipoxerófila e Subdesértica “Seridó” – Caatinga


Aberta do Seridó – as áreas abrangidas por esta formação
vegetal estão no Seridó oriental. O estrato herbáceo apresenta-
se bastante desenvolvido, formando, em algumas áreas, um
tapete bastante denso. No período seco as ervas morrem e os
arbustos perdem suas folhas.

Caatinga Hiperxerófila (incluindo Floresta Ciliar de Carnaúba)


– Floresta Ciliar com Carnaúba (Carnaubal) - presente nas
baixadas mais úmidas e várzeas dos rios da porção
setentrional do Estado, tem como trechos de maior extensão
àqueles situados ao longo dos rios Apodi-Mossoró e Piranhas-
Açu. A carnaúba é a espécie que predomina sobre as demais.
Caracteriza-se por possuir uma vegetação bastante compacta
e de difícil penetração, tanto pelas condições do terreno,
muitas vezes alagado, como também pela proximidade de
palmeiras novas e de outras espécies vegetais de menor porte.
Durante a estação de seca a principal fonte de água é o lençol
freático.

Cerrados – Cerrado – conhecidos regionalmente como


―vegetação dos tabuleiros‖ ou ―vegetação dos tabuleiros
costeiros‖, estão presentes nos baixos platôs (tabuleiros) do
litoral oriental, sendo os trechos mais extensos àqueles
localizados na porção sudeste, nos municípios de
Canguaretama e de Pedro Velho, assim como na porção
nordeste, acima do rio Potengi. Possui o aspecto de uma
savana composta por arvoretas e arbustos isolados ou por
moitas entremeadas por um tapete onde predominam as
gramíneas.

Floresta de Várzea e Campos de Várzea – Campos de


Várzea – sua distribuição em terras potiguares é bastante
restrita, ocorrendo somente nas áreas onde a água doce
freqüentemente inunda o solo, que permanece úmido durante
58

todo o ano, sendo mais comum ao longo do litoral, às margens


de rios e lagoas.

Formações das Praias e Dunas – Dunas e Praias – ocupa


uma estreita faixa ao longo de todo o litoral, com exceção das
áreas ocupadas por manguezais, compondo a vegetação das
dunas móveis e das praias, que aliada à vegetação das dunas
fixas são conhecidas como vegetação de restinga. Sua
característica principal é que, ocorrendo sobre areias de origem
marinha, são diretamente influenciadas pela salinidade e pelos
ventos intensos.

Formações Halófilas e Áreas Desprovidas de Vegetação


(incluindo Caatinga Hiperxerófila e Floresta Ciliar de Carnaúba)
– Campos Salinos – as formações halófilas são aquelas que
estão adaptadas aos ambientes salinos e periodicamente
inundados pela água do mar, estando presentes nas planícies
flúvio-marinhas dos rios Apodi-Mossoró e Piranhas-Açu.

Manguezal - presente ao longo do litoral, principalmente nos


estuários, em suas porções alagadiças e sujeitas à influência
da maré, estende-se até as regiões onde existe água salobra,
resultante do encontro da água do mar com a água dos rios.
Sua importância está na expressiva quantidade de peixes e
crustáceos que vivem em suas águas. (Grifos nossos) (IDEMA,
2009)

Mapa 03 – Vegetação do RN.


Fonte: IDEMA, 2009.

Observa-se no mapa acima que a vegetação arbórea e arbustiva


predomina no Estado, ou seja, a caatinga está presente em quase todo o
59

território, e não podia ser diferente, pois nessa mesma área o clima é semi-
árido e árido.
No tocante às características pedológicas, são diversos os tipos de
solo (MAPA 04), podendo ser destacados os seguintes:

Luvissolos (Solos Bruno Não Cálcicos) – ocupam a parte


centro sul do Estado e caracterizam-se por serem de rasos a
pouco profundos, de relevo suavemente ondulado, são
moderadamente ácidos a praticamente neutros estando
relacionados principalmente com os biotita-gnaisses. Estes
solos são ricos em nutrientes, no entanto o seu uso é restrito
em virtude de estarem localizados, em sua maioria, no sertão,
onde as chuvas assim como o relevo e a profundidade efetiva
são fatores restritivos.

Latossolo Vermelho Amarelo – estende-se por quase todo o


litoral do Rio Grande do Norte e caracteriza-se por apresentar
solos profundos, acima de um metro, bem drenados, porosos,
friáveis, com baixos teores de matéria orgânica e
predominantemente ácidos.

Neossolos (Areias Quartzosas, Regossolos, Solos Aluviais,


Solos Litólicos) – ocupam também quase todo o litoral e a
margem dos principais rios. São solos não hidromórficos,
arenosos, desde ácidos até alcalinos e excessivamente
drenados, tanto na forma muito profunda, as Areias
Quartzosas, quanto na forma rasa e pouco profunda, os
Litólicos, com fertilidade que vai de baixa, nas Areias
Quartzosas, a alta, nos Litólicos.

Planossolos (Soloncharks–Sálico, Solonetz–Solodizado) -


estão presentes em pequenas áreas do Estado, são solos de
rasos a pouco profundos, com limitação de moderada a forte
para uso agrícola, em conseqüência das más condições de
drenagem do solo e dos teores de sódio trocável, que variam
de médio a alto.

Argissolos (Podzólico Vermelho-Amarelo) – ocupam,


principalmente, a região do Alto Oeste. Caracterizam-se por
serem solos medianamente profundos a profundos, fortemente
a moderadamente drenados, com baixos teores de matéria
orgânica, possuindo grande potencial agropecuário.

Cambissolo Eutrófico – característico de áreas de relevo


plano a fortemente ondulado, sob a vegetação de caatinga hipo
e hiperxerófila, são solos rasos a profundos, bem drenados,
desenvolvidos a partir de diversas rochas, como calcário,
granito e migmatito.
60

Solos de Mangue – presentes nas desembocaduras dos rios,


como o Potengi e o Curimatáu, caracterizam-se por apresentar
salinidade e grande quantidade de matéria orgânica.

Chernossolos (Rendzinas) – localizados na chapada do


Apodi, são solos alcalinos rasos moderados a imperfeitamente
drenados e derivam de calcários. (Grifos nossos) (IDEMA,
2009).

Mapa 04 – Tipos de solo do RN


Fonte: IDEMA, 2009.

Assim como o clima, o solo e a vegetação, o relevo (MAPA 05)


também é bastante diversificado, que vai de Planícies Costeiras, passando por
depressões até área de planaltos, assim disposto:

Planície Costeira – estende-se por todo o litoral do Estado e é


formada por praias que se limitam de um lado com o mar e do
outro com os tabuleiros costeiros, apresentando, ainda, a
formação de dunas. Em sua extensão encontram-se as
principais praias de nosso litoral: Ponta Negra, Pirangi,
Genipabu, Pipa, Galinhos etc.

Planícies Fluviais – terrenos baixos e planos, situados às


margens dos rios. São conhecidos também por vales, como o
Vale do Açu e o Vale do Rio Ceará-Mirim, e por várzea,
inundados pela enchente dos rios Ceará-Mirim, Potengi, Trairi
etc.
61

Tabuleiros Costeiros – também denominados de planaltos


rebaixados, são formados basicamente por argila e possuem
áreas planas e de baixa altitude. Estão localizados próximo ao
litoral, às vezes chegando até o mar, como em Barra de
Tabatinga e em Pipa.

Depressão Sub-Litorânea – são os terrenos rebaixados


localizados entre os Tabuleiros Costeiros e o Planalto da
Borborema.

Planalto da Borborema – formação que se estende por terras


potiguares, paraibanas e pernambucanas, aqui estão
localizadas as serras e os picos mais altos do Estado.

Depressão Sertaneja – são os terrenos baixos situados entre


as partes mais altas do Planalto da Borborema e da Chapada
do Apodi.

Chapada do Apodi - são terrenos planos, ligeiramente


elevados e que são cortados pelos rios Apodi-Mossoró e
Piranhas-Açu.

Chapada da Serra Verde – formação que também apresenta


terrenos planos e ligeiramente elevados, localiza-se entre os
Tabuleiros Costeiros e o relevo residual do chamado ―Sertão
de Pedras‖, estendendo-se pelos municípios de João Câmara,
Jandaíra, Pedra Preta, Pedro Avelino e Parazinho. (Grifos
nossos) (IDEMA, 2009).

Mapa 05 – Tipos de relevo do RN.


Fonte: IDEMA, 2009.
62

Apresentando um relevo com altitude modesta, com mais de 80% de


sua área possuindo menos de 300m de altura, tem como rios principais o
Potengi, Mossoró, Apodi, Açu, Piranhas, Trairi, Jundiaí, Jacu, Seridó e
Curimataú. Ainda faz parte do Estado, as ilhas do Atol das Rocas.
A hidrografia do Rio Grande do Norte tem na sua maioria rios
intermitentes, ou seja, rios que secam no período de estiagem. Estes rios
formam dezesseis bacias hidrográficas (MAPA 06) que se distribuem por todo o
Estado, apresentando características que são influenciadas principalmente,
pelo clima e o regime pluviométrico.

Mapa 06 – Bacias hidrográficas do RN


Fonte: Semarh, 2009.

Considerando a extensão das bacias hidrográficas percebe-se que a


do Piranhas-Açu e a do Apodi-Mossoró estendem-se pela área semi-árida,
apresentando na sua grande maioria, rios intermitentes. Essas bacias
representam um papel socioeconômico importantíssimo para a permanência
do homem nesse espaço, visto que o regime pluviométrico dessa região é
bastante irregular, devido à predominância do clima semi-árido e da ocorrência
de secas.
63

Tratando-se especificamente da bacia do Piranhas-Açu, sabe-se que


em sua extensão existem 1.112 açudes, o que representa um percentual de
49,3% dos reservatórios potiguares. O potencial de acumulação desses açudes
corresponde a 3.503.853.300 m³, ou seja, 79,6% do volume de água superficial
existente no Estado estão concentrados nessa bacia (MMA, 2005).
É importante referendar que o maior reservatório de água do Estado –
Barragem Armando Ribeiro Gonçalves – encontra-se nessa circunscrição, sendo
responsável pelo desenvolvimento da fruticultura irrigada do Vale do Açu e pelo
abastecimento de dezenas de cidades. Além desse reservatório ainda podemos
destacar o papel de açudes e barragens de grande porte como, o Boqueirão em
Parelhas, o Itans em Caicó e o Marechal Dutra em Acari que respondem pelo
abastecimento humano de várias cidades e de inúmeras comunidades rurais,
garantindo também o suprimento alimentício de diversas famílias seridoenses.
No que se refere à bacia hidrográfica do Apodi-Mossoró, segunda
maior e que se estende pelas regiões do Alto Oeste, do Médio Oeste e de
Mossoró seu volume de acumulação é representado por 1.364.882.650 m³ de
água. O principal curso d’água é o Apodi-Mossoró que nasce na serra de Luiz
Gomes, passando pelos municípios situados na Chapada do Apodi e por
Mossoró. Por fim, desemboca suas águas no Oceano Atlântico entre os
municípios de Grossos e Areia Branca, onde se situam grandes salinas. Ao
longo da sua extensão contabiliza-se 619 açudes que são responsáveis por
atender a demanda hídrica de municípios que sofrem com a falta de chuvas.
No conjunto desses reservatórios destaca-se a Barragem de Santa Cruz do
Apodi (Apodi) que responde por uma acumulação de 599.712.000 m³ e a de
Umari (Upanema) com 293.813.650 m³ (MMA, 2005).
Analisando os dados supracitados evidencia-se que as bacias
hidrográficas Piranhas-Açu e Apodi-Mossoró são de extrema importância,
tendo em vista seu volume, sua extensão (mais de 50% do Estado), sua
localização geográfica e sua representatividade econômica, impulsionando o
desenvolvimento de atividades agrícolas e pecuárias em pleno semi-árido.
Outrora se verifica em leitura cartográfica (MAPA 06) que existem
outras bacias hidrográficas espalhadas pelo território do Rio Grande do Norte.
Percebe-se que estas se aproximam mais do litoral leste do Estado, sendo
menores, mas não menos importantes.
64

A bacia do Ceará-Mirim ocupa uma superfície de 2.635,7 Km²,


correspondendo às áreas semi-áridas e sub-úmidas secas. O seu principal rio é
o Ceará- Mirim que nasce na Serra do Feiticeiro, município de Lajes. Os altos e
médios cursos dos rios dessa bacia são intermitentes, passando uma grande
parte do ano sem fluir, porém nos baixos cursos a perenidade predomina. Na
bacia foram cadastrados 147 açudes, cujo volume de acumulação atinge
170.819.000 m³ de água. Seu principal reservatório é o Engenheiro José Batista
do Rego Pereira, no município de Poço Branco, com capacidade cumulativa de
136.000.000 de metros cúbicos (SERHID, 1998).
Tomando por base a bacia do Potengi que abrange terras semi-áridas e
sub-úmidas secas, afirma-se que o índice pluviométrico decresce no sentido litoral /
interior, ou seja, foz / cabeceira. Isso se deve, principalmente, ao rigor do clima
semi-árido na nascente do rio Potengi, na Serra de Santana, região do Seridó. A
extensão dessa bacia é de 4.093 Km² que representa 7,7% do território do Rio
Grande do Norte. Em sua delimitação foram identificados 245 açudes que totalizam
um volume de 109.986.600 m³ de água.
Na circunscrição da área semi-árida e sub-úmida seca ainda
registram-se a Bacia do Trairí que recobre uma superfície de 2.867,4 Km². O
principal curso de água é o Trairí que nasce na Serra do Doutor, especificamente
nas delimitações municipais de Campo Redondo e Coronel Ezequiel. Foram
cadastrados 63 açudes que correspondem a um volume de acumulação de
92.567.400 m³ de água, sendo que o Trairí em Tangará e o Inharé em Santa Cruz
são os principais reservatórios dessa bacia (SERHID, 1998).
A base econômica dessa bacia sustenta-se na pecuária e na
agricultura, o que enaltece ainda mais a preocupação com a disponibilidade
dos recursos hídricos nessa área, visto que sua oferta ou escassez influi
diretamente na permanência dessas atividades econômicas nesse espaço.
A bacia do Jacu apresenta 44 açudes, cujo principal reservatório é o
Japi II, localizado no município de São José do campestre. Sua extensão
equivale a 1.805,5 Km² agregando terras semi-áridas e sub-úmidas secas que
são vulneráveis ao processo de desertificação (SERHID, 1998). É importante
referendar que o rio Jacu nasce no estado da Paraíba adentrando no Rio
Grande do Norte pelo município de Japi em pleno agreste. Sua
65

desembocadura ocorre na lagoa de Guaraíra, situada na área não susceptível


a desertificação.
A bacia do Curimataú localiza-se no sudeste do Estado, ocupando
uma superfície de 830,5 Km². Ao longo da sua delimitação foram cadastrados
25 açudes que representam um volume de acumulação de 3.918.400 m³ de
água. Essa disponibilidade hídrica garante o abastecimento humano e o
desenvolvimento de lavouras de pequenos agricultores familiares.
A delimitação territorial das bacias do Boqueirão, Punaú e
Maxaranguape também pertence às Áreas Susceptíveis a Desertificação. De
modo geral, o regime de chuvas decresce no sentido litoral / interior.
No que se refere à Bacia do Boqueirão sua extensão localiza-se no
município de Touros ocupando uma superfície de 250,5 Km². Nessa bacia não
há registros da existência de grandes açudes, cabendo destacar apenas a
lagoa do Boqueirão. Já a bacia do Punaú, apresenta uma superfície de 447,9
Km² agrupando parte dos municípios de Pureza, Maxaranguape e Touros. A
bacia Maxaranguape que ocupa uma superfície de 1.010,2 Km² não apresenta
açudes de grande expressividade.
Cabe ressaltar que na Bacia Secundária da Faixa Litorânea Norte
as chuvas médias anuais variam entre 400 e 700 milímetros o que agrava a
situação hídrica em algumas partes dos municípios dessa bacia. Sua
superfície total equivale a 5.736,4 Km², sendo constituída por quatro sub-
bacias independentes.
Na área não susceptível a desertificação, no Estado do Rio Grande
do Norte, temos a bacia do Catu, do Guaju e da Faixa Litorânea Leste. No
entanto, é necessário destacar que a última apresenta algumas sub-bacias que
estão situadas no recorte semi-árido e sub-úmido seco.
A partir do exposto acima e podendo ser melhor visualizado na Tabela
10, constata-se que nas áreas semi-áridas existe um grande número de açudes
distribuídos pelas bacias hidrográficas. No entanto, a maior parte desses
reservatórios está concentrada no Piranhas-Açu e no Apodi-Mossoró, o que torna o
restante das áreas semi-áridas e sub-úmidas secas mais vulneráveis a falta de
água, visto que os invernos nesse recorte territorial são irregulares e mal
distribuídos, afetando dessa forma a população rural que não dispõem de meios ou
66

até mesmo de recursos financeiros para trazer água dos grandes reservatórios até
as suas comunidades.
67

BH Área Total do Clima Pluviometria Açudes Total do Volume (m3) Total do


(km2) Estado média (mm) Estado Estado
(%) (%) (%)
Apodi-Mossoró 14.276 26,8 Semi-árido 700 618 27,4 469.714.600 10,7
Piranhas-Açu 17.498,5 32,8 Semi-árido 600-500 1112 49,3 3.503.853,300 79,6
Boqueirão 250,5 0,5 Tropical chuvoso c/ verão 1100-600 - - - -
seco*
Punaú 447,9 0,8 Tropical chuvoso c/ verão 1250-650 - - - -
seco*
Maxaranguape 1.010,2 1,9 Tropical chuvoso c/ verão 1400-500 - - - -
seco*
Ceará-mirim 2.635,7 4,9 Tropical chuvoso c/ verão 1400-400 147 6,5 170.819,000 3,9
seco*
Doce 387,8 0,7 Tropical chuvoso c/ verão 1400-700 - - - -
seco*
Potengi 4.093 7,7 Tropical chuvoso c/ verão 1300-500 245 10,9 109.986,600 2,5
seco*
Pirangi 458,9 0,9 Tropical chuvoso c/ verão 1300-900 - - - -
seco*
Trairi 2.867,4 5,4 Tropical chuvoso c/ verão 1300-500 63 2,8 92.567,400 2,1
seco*
Jacu 1.805,5 3,4 Tropical chuvoso c/ verão 1300-500 44 2,0 51.127,500 1,1
seco*
Catu 208,5 0,4 Tropical chuvoso c/ verão seco 1400-1050 - - - -
Curimataú 830,5 1,6 Tropical chuvoso c/ verão seco 1500-800 25 1,1 3.918,400 0,1
Guaju 150,6 0,3 Tropical chuvoso c/ verão seco 1500-1200 - - - -
Faixa Litorânea Norte 5.736,4 10,8 Semi-árido 700-500 - - - -
Faixa Litorânea Leste 649,4 1,2 Tropical chuvoso c/ verão seco 1100-1500 - - - -
Tabela 10 – Informações gerais das bacias hidrográficas do RN
Fonte: SERHID, 1998.
68

Traçando um paralelo entre a distribuição hídrica e a disponibilidade hídrica


no Estado do Rio Grande do Norte penetra-se agora no estudo das potencialidades
hídricas superficiais para as suas respectivas bacias hidrográficas. É um indicador que
representa a vazão específica média por unidade de planejamento calculada em (L/s.
Km²). Sua definição é resultante das vazões naturais, livres de intervenções realizadas
na bacia. Nesse estudo, o Grupo de Recursos Hídricos da Universidade Federal de
Pernambuco considerou a correção dos deflúvios médios, calculados nos postos
fluviométricos mais representativos, acrescentando-lhes os valores ativados da
potencialidade a montante do posto (ANA, 2005). O resultado é apresentado no Mapa
07.

Mapa 07: Estudo das potencialidades hídricas no Estado do Rio Grande do Norte
Fonte: ANA, 2005.

O cartograma exposto mostra as vazões específicas nas diversas


unidades hidrográficas do Rio Grande do Norte, cujos valores mantêm-se entre
inferior a 0,5 e superior a 20,0 L/s. Km². No caso do Brasil, a vazão específica média
é igual a 21 L/s. Km². Nesse contexto, percebe-se que os valores registrados no
Estado são inferiores a média nacional.
De forma geral, a bacia que apresentou os menores valores foi a Faixa
Litorânea Norte. Na delimitação de toda área semi-árida a vazão variou de 0,5 a 5,0
L/s. Km², destacando os maiores valores na área de influência do rio Piranhas e na
nascente do rio Apodi-Mossoró. Nas imediações territoriais da área sub-úmida seca
69

as vazões médias nas bacias do Punaú, Maxaranguape, Doce e Pirangi oscilam


entre 5,0 a 20,0 L/s. Km², sendo que em outras localidades os valores da vazão
específica são bem inferiores ficando entre 0,5 e 3,0 L/s. Km².
Para minimizar a situação crítica quanto à disponibilidade hídrica instituiu-se
ao longo do tempo a construção de grandes, médios e pequenos reservatórios de água
que garantam o abastecimento da população nos períodos mais exíguos do ano.
Vale lembrar que apesar da quantidade de recursos hídricos disponíveis
ainda é comum nas comunidades rurais e até mesmo em pequenas cidades sérios
problemas de abastecimento d’água. Esses percalços são provenientes do
descompasso entre oferta de água (espacialmente concentrada) e a demanda
(espacialmente distribuída). Isso quer dizer que para minimizar essa situação
algumas medidas foram tomadas, como perfuração de poços com o intuito de
aumentar a oferta de água nos mais diversos locais do Estado.
Esta perfuração de poços demanda estudos acerca das potencialidades
hídricas de cada região, pois as águas retiradas destes poços são subterrâneas, ou
seja, são retiradas de aqüíferos, que segundo Demetrio et al (2007), são formações
geológicas que tem a capacidade de armazenar e ceder água em quantidades que
sejam economicamente viáveis de serem aproveitadas pelo homem.
Em principio, uma rocha cristalina não formaria bom aqüífero, uma vez
que os minerais que a constituem estão fundidos uns aos outros, ou seja, não há
poros, pelo menos para fins práticos de acumulação de água. No entanto, em razão
dos esforços tectônicos, de diversas naturezas, essas rochas se quebram, formando
fraturas ou juntas, e nos espaços abertos dessas feições estruturais a água se
acumula.
No que se refere à ocorrência de águas subterrâneas, como o território
nordestino é em mais de 80% constituído por rochas cristalinas (Figura 16), há
predominância de águas com teor elevado de sais captadas em poços de baixa
vazão, da ordem de 1 m³/h. A exceção ocorre nas formações sedimentares, em que
as águas normalmente são de melhor qualidade e se podem extrair maiores vazões,
da ordem de dezenas a centenas de m³/h, de forma contínua (ANA, 2005).
70

Figura 16 - Distribuição das rochas sedimentares e cristalinas na área de


abrangência do polígono das secas da Sudene.
Fonte: Demetrio et al., 2007.

Rebouças (1997), a partir de estudos anteriores, ressalta que as reservas


de água doce subterrânea nas bacias sedimentares do Nordeste permitem a
captação anual de vinte bilhões de metros cúbicos por ano, sem colocar em risco as
reservas existentes. Esse volume equivale a 60% da capacidade do reservatório de
Sobradinho, na Bahia (34 bilhões de metros cúbicos), principal responsável pela
regularização das vazões do Rio São Francisco, ou o triplo da capacidade do açude
Castanhão (6,7 bilhões de metros cúbicos). Trata-se, portanto, de volume
considerável de água. É necessário ressaltar, no entanto, as peculiaridades dessas
reservas:
 em muitos lençóis a profundidade encarece o custo de implantação e
operação dos poços (na Chapada do Araripe, município de Bodocó, no lado
71

pernambucano, há um poço com 950 metros de profundidade e capacidade


de 140 m³/h, onde o nível dinâmico da água está a mais de 300 metros
abaixo do terreno);

 existe muita incerteza sobre os mecanismos de recarga dos aqüíferos


sedimentares do semi-árido, bem como a dimensão dessa recarga; por essa
razão, uma exploração intensiva pode colocar em risco essas fontes.

Pelo apresentado, as águas subterrâneas nas reservas sedimentares do


semi-árido nordestino devem ser usadas criteriosamente, de preferência para o
abastecimento humano (diversas cidades do Nordeste situadas sobre as bacias
sedimentares ou próximas a elas são abastecidas por essas fontes), e não faz
sentido considerar que essa potencialidade seja capaz de atender às demandas
regionais, até porque seriam necessárias grandes transferências de água para isso.
De acordo com Cirilo (2008), agregando-se as potencialidades
superficiais e subterrâneas, diversos estudos, a partir do PLIRHINE (SUDENE,
1980), atualizados pelo Projeto Áridas (1994) e agrupados por Rebouças (1997,
p.144), apresentam indicadores potenciais de quantidade de água por habitante por
ano para as unidades de planejamento em que o PLIRHINE dividiu a região. Esses
indicadores indicam regiões particularmente críticas como Leste da Paraíba (1.030
m³/hab/ano), Leste Potiguar (997 m³/hab/ano), Fortaleza (846 m³/hab/ano) e Leste
de Pernambuco (819 m³/hab/ano). Considere-se o parâmetro estabelecido pela ONU
de 1.500 m³/hab/ano como a quantidade potencial de água mínima para o bem-estar
e desenvolvimento de qualquer região.
Conforme a Agência Nacional das Águas (2008), o Estado do Rio Grande
do Norte apresenta três domínios hidrológicos: Poroso, Fraturado e Fraturado –
Cárstico. Nesse contexto, os aqüíferos de maior potencial hídrico são os Porosos
(compreendendo os sistemas Aluviões, Açu, Barreira, Cobertura Detrítico-Laterítica,
Depósitos Litorâneos, Dunas, Rio do Peixe e Serra dos Martins) e o Fraturado –
Cárstico (representado pelo sistema de Jandaíra). Eles totalizam 43,6% da superfície
estadual. Por outro lado, o domínio Fraturado (sistema aquífero Cristalino)
predominante em 56,4% do Rio Grande do Norte (MAPA 08) apresenta baixo
potencial hídrico.
72

Mapa 08: Sistemas Aqüíferos do Estado do Rio Grande do Norte


Fonte: ANA, 2005.

Observando essa cartografia, percebe-se que a circunscrição do


cristalino confunde-se com a delimitação geográfica da maior parte das áreas
susceptíveis a desertificação. Convém ressaltar que é justamente neste território
afetado pelas secas que a potencialidade hídrica dos aqüíferos subterrâneos é
limitada, apresentando também um elevado teor de sais nas suas águas.
No entanto, a perfuração de poços no subsolo do sertão e do agreste
potiguar foi uma solução encontrada para amenizar a problemática da escassez de
água nos espaços mais longínquos e que não tinham açudes nas suas
proximidades. ―A falta de critérios de locação de poços e de programas de
manutenção das obras de captação torna elevada a quantidade de poços
abandonados e desativados nesta área (CONEJO, 2005, apud SANTANA, 2007, p.
58).
Historicamente, as secas afetam a vida dos sertanejos que habitam a
região do semi-árido brasileiro. Essa limitação decorre da oferta hídrica distribuída
irregularmente pelo espaço, proveniente de índices pluviométricos que apresentam
uma extrema variabilidade temporal e espacial. Nesse contexto, o abastecimento
humano e animal, juntamente com as atividades produtivas ficam bastante
comprometidos.
73

Nesse cenário, o Rio Grande do Norte também comunga dessa realidade


desoladora. A estiagem nesse território constitui-se num grave problema que afeta a
população urbana e, principalmente, os camponeses que desprovidos de poder
econômico sofrem as maiores agruras produzidas pela ocorrência desse fenômeno
climático.
Utilizando água de qualidade ruim durante décadas, a população do semi-
árido que não dispõe de mananciais próximos, pôde, nos fins da década de 90 e
início do século 21, usufruir de uma água de boa qualidade. O sistema de adutoras
se configurou como uma obra de solução mais adequada, seja a partir de
reservatórios de maior porte seja a partir de poços em áreas sedimentares (com
maior restrição para que sejam identificadas as potencialidades dessas reservas, no
que tange principalmente aos mecanismos de recarga), ou mesmo a partir de rios e
reservatórios mais distantes, mesmo em outras bacias hidrográficas, configurando-
se as chamadas transposições de água entre bacias.
Grandes obras hídricas de transporte de água foram concluídas, estão em
construção ou foram projetadas para abastecer as cidades do semi-árido e nas
entrelinhas desse processo, destacou-se o Monsenhor Expedito, personalidade
pioneira na luta por projetos de canalização de água de açudes e lagoas para
lugares distantes e com precária disponibilidade de água. Dessa forma, a construção
de adutoras no Estado, nos últimos anos, formalizou a representação cartográfica
abaixo (MAPA 09).
74

Mapa 09: Sistemas Adutores do Rio Grande do Norte.


Fonte: IDEMA., 2003.

Pelo exposto, percebe-se que existe um grande número de sistemas


adutores distribuídos pelo Estado. Alguns deles, já foram construídos, enquanto
outros estão em fase de implantação. Por outro lado, observam-se algumas
adutoras que foram apenas projetadas (caso da adutora do Mato Grande, de
Carnaúba dos Dantas e do Alto Oeste). A seguir será descrita uma análise sobre os
sistemas adutores implantados.
O sistema adutor Agreste, Trairi e Potengi utiliza as águas da lagoa do
Bomfim localizada no município de Nísia Floresta. Essa obra destina-se ao
abastecimento humano e dessedentação animal de um grande número de sedes
municipais e de comunidades rurais situadas na região Agreste que dispõe de uma
exígua disponibilidade hídrica.
A barragem Armando Ribeiro Gonçalves – maior reservatório de água
superficial do estado – garante oferta hídrica para várias adutoras. Nessa
perspectiva, destaca-se o sistema Sertão Central - Cabugi que leva água de
qualidade para os municípios de Angicos, Fernando Pedrosa, Pedro Avelino, Lajes,
Pedra Preta, Caiçara do Rio do Vento, Jardim de Angicos e Riachuelo, além de
diversos núcleos rurais. O sistema adutor do Médio Oeste também depende desse
reservatório para abastecer algumas comunidades rurais e sedes urbanas de
75

Triunfo Potiguar, Espírito Santo do Oeste (Paraú), Campo Grande (Augusto


Severo), Janduís, Messias Targino, Patu e Almino Afonso. Nele encontra-se
também a subadutora que atende as comunidades da Serra de João do Vale.
A adutora Deputado Aristófanes Fernandes, ou seja, sistema adutor
Serra de Santana abastece as cidades de Florânia, Tenente Laurentino Cruz, São
Vicente, Lagoa Nova, Bodó; o distrito de Boi Selado em Jucurutu e diversas
comunidades rurais situadas na extensão da Serra de Sant’Ana que sofriam nos
períodos de seca com água imprópria para o consumo humano.
Por outro lado, a captação do sistema adutor Mossoró ocorre à jusante
da barragem através de estação de bombeamento, beneficiando Mossoró, Serra do
Mel e algumas comunidades rurais que sofriam com a carência desse líquido
fundamental ao bem-estar social. A adutora Manoel Torres atende as cidades de
Timbaúba dos Batistas, São Fernando e Caicó. Seu local de captação é no rio
Piranhas, a jusante da ponte de Jardim de Piranhas. Com a construção dessa obra,
a cidade de Caicó, importante centro regional, ganhou uma segurança no seu
abastecimento de água, devido a perenização do rio Piranhas-Açu pelo complexo
Coremas - Mãe d’água no Estado da Paraíba.
Os elementos supramencionados revelam que da barragem Armando
Ribeiro Gonçalves subsidia uma rede de adutoras para diversas regiões do Estado
garantindo água potável para essas comunidades, evitando sérios problemas de
saúde e êxodo rural.
Outra adutora de longo alcance que será construída é a do Alto Oeste. O
projeto quando implantado beneficiará um grande número de municípios localizados
no Alto Oeste, incluindo distritos e pequenas comunidades rurais. A captação
ocorrerá na Barragem Santa Cruz, no município de Apodi, que apresenta grande
disponibilidade hídrica. O principal objetivo dessa obra é substituir o abastecimento
precário dessas localidades por um sistema que ofereça água de qualidade no
decorrer de todo ano.
A adutora Jardim do Seridó leva água da Barragem Passagem das
Traíras para diversas comunidades que se localizam no seu traçado, bem como
para o município de Jardim do Seridó, que passou por sérios problemas de
abastecimento d’água quando dependia do açude Zangarelhas, no leito do rio
Cobra. Com a concretização da obra, os jardinenses não tiveram mais transtornos
no que se refere à falta de água.
76

O sistema adutor Santana do Seridó retira água no Açude Caldeirões


para atender a cidade de Santana do Seridó que dependia de poços. O
racionamento, a escassez e a má qualidade da água já eram comuns nesse
território. Com a concretização da obra, o município passa a dispor de água para o
consumo humano e dessedentação animal.
Observando a cartografia dos sistemas adutores, observa-se ainda outras
extensões de canalização que foram implantadas pela Companhia de Águas e
Esgotos do Rio Grande do Norte – CAERN no Estado. Normalmente, apresentam
dimensões menores, mas uma importância sublime diante dos seus benefícios.
Nesse contexto, inserem-se as adutoras de Martins, Riacho da Cruz, Viçosa, Apodi,
Caraúbas, Grossos e Tibau, Açu, Pendências, Macau, Cerro Corá, Acari /Currais
Novos, Pureza / João Câmara, Bom Jesus, Santo Antonio, Pedro Velho /Nova Cruz,
situados nas áreas semi-áridas e sub-úmidas secas; e as adutoras Jiqui e Extremoz
na área de entorno.
Diante do exposto, chega-se a conclusão de que as adutoras têm um
papel fundamental na redução das calamidades resultantes da insuficiência de água
nas áreas vulneráveis a desertificação, atendendo parte das demandas da
população do campo e das cidades. Com isso, diminui-se, consideravelmente, os
efeitos da seca sobre os potiguares que habitam esses espaços afetados por esse
fenômeno.
Diante de tudo que foi descrito, as adutoras configuram-se como
estratégias para assegurar a garantia e a regularização de abastecimento de água
nas diversas regiões do Estado. Tomando como base essa inferência, é salutar
mencionar a necessidade de ampliação dessa infra-estrutura para outras
localidades, principalmente, para municípios e comunidades rurais que não dispõem
de um potencial hídrico capaz de suprir as necessidades da sua população.
Finalizando essa análise, torna-se imperativo cuidar do gerenciamento
dos recursos hídricos, de maneira especial, nas áreas vulneráveis a desertificação
que apresentam condicionantes naturais para agravar a escassez desse recurso.
Com isso, o abastecimento com padrões de qualidade e quantidade será
garantido para o presente e o futuro próximo. Sem esses cuidados, estaremos
hipotecando a convivência do homem nesse espaço castigado pelas estiagens.
77

3.6 PROCESSO DE DESERTIFICAÇÃO

A desertificação atualmente não pode deixar de ser discutida ou pelo


menos comentada em qualquer trabalho que passe pela caracterização dos Estados
que compõem a região nordeste. Esta problemática decorre de centenas de anos,
pois passa pelo desmatamento de florestas e/ou vegetação de uma determinada
área, ou melhor, da forte ação antrópica.
Segundo o tratado da Convenção das Nações Unidas de Combate a
Desertificação (UNCCD), desertificação é ―a degradação da terra nas regiões áridas,
semi-áridas e sub-úmidas secas, resultante de vários fatores, entre eles as variações
climáticas e as atividades humanas‖. Esta degradação compreende a degradação
dos solos, dos recursos hídricos e da vegetação (MMA, 2007, p. 13).
No Brasil, as áreas suscetíveis à desertificação (ASD) abrangem o trópico
semi-árido, sub-úmido seco e áreas de entorno, ocupando cerca de 1.340.000 km e
atingindo diretamente 30 milhões de pessoas. Desse total, 180 mil quilômetros
quadrados já se encontram em processo grave e muito grave de desertificação,
concentrados principalmente nos estados do Nordeste, que têm 55,25% do seu
território atingido em diferentes graus de deterioração ambiental (MMA, 2007, p. 09).
O critério estabelecido para delimitação dessas áreas foi o Índice de
Aridez (THORNTHWAITE, 1941), o qual é dado pela razão entre a precipitação e a
evapotranspiração potencial (ET). De acordo com esse índice, quando a razão
estiver entre 0,05 e 0,20, o clima é considerado árido; na faixa entre 0,21 e 0,50, o
clima é caracterizado como semi-árido; quando estiver entre 0,51 e 0,65,
considerasse sub-úmido seco e; por fim, acima desse valor, sub-úmido úmido ou
úmido. A vazão específica por unidade de planejamento também é utilizada para
determinação de áreas criticas, as quais podem ser verificadas no Mapa 10.
78

Mapa 10 – Vazão específica por unidade de planejamento na região do semi-árido brasileiro.


Fonte: ANA, 2005.

Recentemente, em dezembro de 2004, o Brasil cumpriu com um dos


compromissos básicos dos Países-Partes da UNCCD: a elaboração do Programa de
Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca
(PANBrasil).
Gerada por causas naturais e antrópicas, a degradação das terras e a
desertificação trazem consigo conseqüências dramáticas e, em muitos casos, de
difícil recuperação, gerando altíssimos custos sociais, econômicos e ambientais.
Outro aspecto de avanço considerável foi a delimitação das Áreas
Susceptíveis à Desertificação do Brasil (ASD). Estas áreas, como podem ser
observadas no Mapa 11, se confundem com o semi-árido, variando a intensidade do
processo de desertificação de região para região.
79

Mapa 11 – Áreas susceptíveis à desertificação e áreas afetadas por processos de


desertificação.
Fonte: MMA, 2007.
80

De acordo com MMA (2007, p. 28), um dos precursores no estudo da


desertificação no país foi o Profº Vasconcelos Sobrinho. Ele selecionou,
empiricamente, seis áreas piloto, onde existiam processos de degradação de solo e
da cobertura vegetal, nos Estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,
Pernambuco e Bahia. Fundamentado nos seus estudos, o Ministério do Meio
Ambiente promoveu visitas a campo de um grupo de pesquisadores a essas áreas.
Dentre elas, quatro foram caracterizadas como de alto risco à desertificação
conhecidas como Núcleos de Desertificação de Gilbués (PI), Irauçuba (CE), Seridó
(RN) e Cabrobó (PE).
Nesses quatro núcleos identificados no Mapa 12 foi constatado que o
fator antrópico para a intensa degradação, de uma maneira geral, foi a substituição
da caatinga por práticas de agricultura, pecuária e retirada de madeira para
produção de lenha e carvão. Alguns fatores associados foram a mineração e a
extração de argila de solos aluviais. Entretanto, sabe-se que o grau do impacto
antropogênico nesses quatro núcleos é variável, pois as naturezas geomorfológica,
pedológica e climática também são relevantes e, muitas vezes, distintas.
81

Mapa 12 – Áreas susceptíveis à desertificação e núcleos de desertificação


Fonte: MMA, 2007.
82

As características desses quatro núcleos (Figura 15) exemplificam o


caráter ambiental essencialmente frágil das ASD, nas quais as atividades
econômicas, essencialmente extrativistas, comuns e recorrentes em toda região, são
fatores preponderantes para a degradação dos recursos naturais. O Ministério do
Meio Ambiente vem promovendo debates com interlocutores estaduais no sentido
de estabelecer áreas de atuação prioritárias para estudos e combate à
desertificação em cada um dos Estados integrantes das ASD.

Figura 17 - Caracterização dos municípios integrantes dos Núcleos de Desertificação


Fonte: MMA (2007)

Desta forma, o Rio Grande do Norte também elaborou seu Programa de


ação estadual de combate a desertificação e mitigação dos efeitos da seca no
Estado do Rio Grande do Norte (PAE/RN), seguindo as orientações do programa
nacional.
No Rio Grande do Norte, as Áreas Susceptíveis a Desertificação – ASD,
equivalem a 95,21%, abrangendo 159 municípios dos 167 existentes. Destes
municípios, 143 integram a Área Semi-árida, 13 fazem parte da Área Sub-úmida
Seca e 3 compõem a Área do Entorno (PAE/RN, 2010, p. 16).
Ainda segundo o PAE/RN (2010, p. 58), que tem como visão a
convivência com dignidade da sociedade norte-rio-grandense, ―através da promoção
83

de estratégias que permitam a adaptação, a mitigação e o combate a desertificação


e os efeitos da seca nas ASD do Estado‖, podemos citar o objetivo principal do
mesmo, que é,

servir como instrumento norteador para a execução de ações de


adaptação, de mitigação e de combate a desertificação e mitigação
dos efeitos da seca no Rio Grande do Norte (Ações de adaptação,
mitigação e combate a desertificação e aos efeitos da seca /
Implementação em 100% das ações de adaptação, mitigação e
combate a desertificação e aos efeitos da seca propostas pelo
PAE/RN em 10 anos).

3.7 POLÍTICAS PÚBLICAS REGIONAIS E NO ESTADO DO RN

A água é um condicionante não só para vida dos seres vivos como


também para o seu desenvolvimento. As políticas de acumulação de água,
executadas pelos governos da região nordeste, ao longo dos anos, com o intuito de
enfrentar o fenômeno da seca, foram as mais diversificadas.
A acumulação em açudes, comum na região, tem sido feita sob duas
formas. A primeira, em grandes reservatórios com capacidade de regularização
plurianual, através de bacias hidrográficas de maior porte, sendo essa capacidade
na ordem de bilhões de metros cúbicos. A exemplo destes, no RN, como já foi
destacado, temos a barragem Armando Ribeiro Gonçalves, no município de Itajá, e
a de Santa Cruz, no município de Apodi. A segunda, decorre da construção de
pequenos reservatórios com capacidade da ordem de pouco milhares de metros
cúbicos, os chamados barreiros.
No entanto, apesar da capacidade de acumulação, os altos índices de
incidência solar fazem com que haja altas taxas de evaporação, sendo no nordeste,
as maiores, na ordem de 2.500 mm por ano. Essa situação se reproduz em sérios
problemas de falta d’água, principalmente, nos pequenos reservatórios.
Outra política implantada, todavia mais executada em comunidades rurais
difusas, são a perfuração de poços e construção de cisternas. No nordeste do Brasil,
segundo Cirilo (2008), estima-se que cerca de cem mil poços tenham sido
perfurados. No RN, foram perfurados cerca de nove mil poços, em um período de 26
anos. A perfuração de poços, no caso do semi-árido nordestino, enfrenta alguns
84

obstáculos, tendo em vista que boa parte de seu território encontra-se nas
formações cristalinas. No caso do RN, a maior parte de seu território tem nas suas
camadas pedológicas superficiais, o cristalino aflorando. Limitações como, baixas
vazões, na maioria dos casos até 02 m3/h; teor de sais elevados, acima do indicado
para consumo humano; altos índices de poços secos, dadas as peculiaridades
geológicas; custos financeiros elevados devido à profundidade do poço para
encontrar água, dentre outras, fazem parte da perfuração de poços.
No RN, apesar da preocupação em amenizar a problemática da escassez
de água, através da perfuração de poços no subsolo do sertão e do agreste
potiguar, não houve o cuidado com os critérios de locação de poços, além da
ausência de implementação dos programas de manutenção das obras de captação.
Esta falta de critérios tornou elevada a quantidade de poços abandonados
e desativados nesta área (CONEJO, 2005 apud, SANTANA, 2007, p. 58). A Tabela
11 mostra o número de poços perfurados no intervalo temporal de 1980 a 2006,
segundo a distribuição geográfica dos municípios de acordo com as áreas
susceptíveis a desertificação (PAE/RN, 2010). Observa-se ainda que o maior
número de poços foi perfurado na região semi-árida, tendo em vista a dificuldade no
acesso a água de boa qualidade pelas comunidades rurais e difusas.

Total de poços
Áreas susceptíveis e não susceptíveis a Regiões segundo os planos de
Perfurados de
desertificação do RN desenvolvimento regionais
1980a 2006

Região de Mossoró 315

Região do Médio Oeste 431

Região do Alto Oeste 1.536

Região do Vale do Açu 588


Área Semi-árida
Região do Seridó 2.225

Região do Litoral Norte 1.075

Região do Agreste, Potengi e Trairi 1.776

Região Leste 150

Região Leste Potiguar 190


Área Sub-úmida Seca
Região do Agreste, Potengi e Trairi 164
85

Área de Entorno Região Leste Potiguar 257

Áreas Não Susceptível Municípios não susceptíveis 187

Total de poços perfurados no RN - 8.894


Tabela 11 – Poços perfurados no RN, no período de 1980 a 2006.
Fonte: IDEMA, 2003 (apud PAE/RN, 2010).

No caso das cisternas ou outras formas de captação e armazenamento


de águas pluviais, os registros datam de dois mil anos, não deixando de permanecer
na atualidade, tendo em vista que o governo brasileiro vem executando o programa
um milhão de cisternas no nordeste do país. Um exemplo destas pode ser
visualizado na Fotografia 01.

Fonte: CIRILO, 2008.


Fotografia 01 – Cisternas de placa e sistema de coleta de água do telhado.

De acordo com Cirilo (2008), as cisternas, ―com capacidade de


acumulação normalmente entre 7 e 15 metros cúbicos, representam a oferta de 50
litros diários de água durante 140 a 300 dias, admitindo-a cheia no final da estação
chuvosa e nenhuma recarga no período.‖ Se adotados os devidos cuidados com
todo o conjunto da cisterna, como limpeza do telhado, da própria cisterna, da calha e
86

da tubulação, é uma solução fundamental para o atendimento das necessidades


básicas da população rural difusa.
A construção de barragens subterrâneas (Fotografia 02) é mais uma
alternativa que pode ser citada como forma de acumulação de água no semi-árido.
Somente em Pernambuco foram construídas cerca de 500 barragens, sendo
necessário um trabalho de capacitação da população beneficiada no intuito de um
melhor aproveitamento das águas acumaladas nestas obras hídricas (CIRILO,
2008).

Fonte: CIRILO, 2008.


Fotografia 02 - Construção de barragem subterrânea – escavação e colocação de Manta
Impermeável.

Dentre tantas tentativas de enfrentamento à seca, nas comunidades


rurais difusas, estas alternativas foram e são as mais utilizadas até os dias atuais,
nos pequenos imóveis. O Quadro 01 descreve, de maneira resumida, estas formas
de captação e acumulação de água, bem como a capacidade estimada, a
característica da água e ainda os usos sugeridos para esse produto.
87

Formas de captação Capacidade Características Usos


de água estimada sugeridos

20 a 30 m3 ao fim Água para a


do inverno, com Boa qualidade família beber
captação no telhado e cozinhar.
e uma casa de
tamanho médio.

Cisterna
Média de 1.000 l/h Geralmente -
(poço no cristalino) salobra. Dessedentacã
o
de animais.
- Uso
sanitário.
Poço
Barragem Subterrânea Depende de largura, - Em geral boa; -Agricultura
extensão - Precisa familiar;
e profundidade de manejo -Produção
do aluvião. adequado agrícola.
para evitar
salinização;
- Risco de
poluição por
agrotóxico.

Pequeno Açude Média de 10.000 m3 - Altas perdas -Produção


(em propriedades por evaporação. agrícola;
particulares). -Agricultura
familiar.

Quadro 01- Opções de captação e armazenamento de água em imóveis pequenos rurais.


Fonte: Campello Netto et al. (2007, p.491, apud CIRILO, 2008).

No tocante ao transporte de água à grande distância, não podemos deixar


de destacar as adutoras, que já foram comentadas acima, e a transposição do rio
São Francisco, situação vivenciada hoje, principalmente pelo Estado de Minas
Gerais onde iniciaram as obras.
A transposição do rio São Francisco, tem como destino os Estados do
Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Paraíba, com objetivo de levar água à
população do semi-árido nordestino, de forma a regularizar o nível de água dos
reservatórios.
Apesar de grandes discussões a favor e contra este projeto, um grande
argumento a favor da transposição de águas do São Francisco, além do
abastecimento humano, é que os reservatórios inseridos no projeto, destinados à
88

irrigação, terão grande ganho sinérgico, dado que não necessitarão guardar água
para os períodos secos e, portanto, perderão muito menos água por evaporação. A
concepção geral do projeto pode ser vista na Figura 18.

Figura 18 – Concepção geral do projeto – eixos, adutoras e reservatórios.


Fonte: MI, 2009.

3.8 PROGRAMAS ANTECEDENTES AO PAD

Vários foram os programas federais implantados na região nordeste a fim


de captar, armazenar e usar a água, visando estabelecer o desenvolvimento
sustentável no semi-árido. A saber: O PROHIDRO tinha como objetivo instalar no
semi-árido um suporte hídrico permanente para a sustentabilidade das atividades
agrícolas, através da construção de açudes públicos; perfuração e recuperação de
89

poços tubulares e ainda a perenização de rios intermitentes do Nordeste, dentre


outras ações.
Outro programa federal foi o de apoio ao pequeno produtor (PAPP),
objetivava aumentar a produtividade, a produção e a renda das famílias dos
pequenos produtores rurais, promovendo o acesso à Terra e à água. Tão importante
quanto os outros o projeto sertanejo buscava a organização e consolidação da
pequena e média propriedade agrícola do Nordeste. Segundo Bezerra (2002, p.40),
este projeto deu ênfase a uma política de água ao nível de pequena e média
açudagem e poços, ―orientando-a para o seu aproveitamento econômico em
atividades produtivas e para o cumprimento da função social de benefícios a um
maior número possível de famílias.‖
O Programa de irrigação do Nordeste (PROINE) tinha como alvo
aumentar a área de irrigação e apoiou-se basicamente em dois órgãos federais: a
(CODEVASF) ―que promove e articula as ações para o desenvolvimento sustentável
da Bacia do São Francisco‖ e o DNOCS, com função de desenvolvimento e
gerenciamento dos recursos hídricos, com vistas ao aproveitamento hidroagrícola
(BEZERRA, 2002, p.40).
Com tantas tentativas governamentais, é inegável o êxito de alguns
destes programas, assim como a oportunidade gerada, através de seus enganos e
equívocos, de não repetir mais os erros cometidos pelos mesmos.

3.9 ATUAÇÃO DO PAD NO RN

O Programa Água Doce iniciou sua atuação no Estado do RN em 2005


com a implantação da unidade produtiva da Comunidade Caatinga Grande,
localizada no município de São José do Seridó. Em 2008, foram selecionadas doze
comunidades (TABELA 12) com o propósito de recuperação dos dessalinizadores,
de acordo com a concepção do PAD, e em 2009, foi implantada a unidade produtiva
da Comunidade de Ararau, em Santa Cruz.
90

Tabela 12 – Comunidades selecionadas em 2008 para recuperação dos


dessalinizadores

No Município População do Localização População


Município Atendida
1 Jandaíra 6.447 Assentamento 100
Guarapes
2 Caicó 60.656 Comunidade Barra da ?
Espingarda
3 Macau 27.132 Assentamento 128
Sebastião Andrade
4 Governador Dix- 12.374 Assentamento Três 70
Sept Rosado Marias
5 Apodi 34.632 Comunidade Nova 34
Descoberta
6 Apodi 34.632 Comunidade Lagoa 150
Rasa
7 Afonso Bezerra 10.339 Comunidade Jacumã 55
8 Pedro Avelino 7.405 Assentamento Novo 68
Horizonte
9 Pedro Avelino 7.405 Assentamento Bom 70
Jesus
10 Pedro Avelino 7.405 Assentamento Nova 63
Conquista
11 São Miguel do 8.810 Assentamento Canto da 50
Gostoso Ilha I
12 São Miguel do 8.810 Assentamento Canto da 49
Gostoso Ilha II
Total 837
Fonte: Semarh, 2009.

As comunidades supracitadas passaram por um diagnóstico para


reconhecimento da área, tendo em vista a necessidade de entendimento com a
população e levantamento do estado de conservação do dessalinizador.
A seleção realizada, por ter sido anterior a elaboração do plano estadual,
não obedeceu aos critérios adotados pelo PAD, no entanto, a metade, ou seja, seis
comunidades encontram-se entre os quinze primeiros municípios com maior índice
de condição no acesso a água (ICAA). Quanto às unidades produtivas, os
91

municípios estão acima da octogésima posição, não levando em consideração o


ICAA.
Apesar das outras seis comunidades estarem localizadas em municípios
com índices melhores, ficando em posições bem distantes, não quer dizer que as
mesmas não necessitem do programa. Ao contrário, toda a região semi-árida carece
de políticas de combate a seca. É importante conhecer a realidade dos municípios
escolhidos e identificar quais comunidades serão priorizadas. Inicialmente, foram
dez cidades a receberem o programa água doce (MAPA 13), a seguir, descrevem-se
os municípios.

Mapa 13 – Municípios que estão sendo atendidos pelo PAD.


Fonte: Semarh, 2009.

3.9.1Município de Afonso Bezerra

Afonso Bezerra foi elevado à condição de município em 27 de outubro de


1953, desmembrando-se de Angicos. Localiza-se a 179 quilômetros da capital do
estado e possui uma área de 560,8 quilômetros quadrados (MORAIS, 1998, p. 15).
Com uma população de 10.339 habitantes e quase a metade (4561 hab.) reside na
área rural. Tem um IDH de 0,629, assumindo a quinta posição no ranking de
92

prioridade, com o ICAA de 0,39 (Anexo I). A economia do município baseia-se na


agropecuária e no artesanato.
A comunidade selecionada foi a Jacumã, com potencial de 55 famílias,
está dividida em Jacumã de Cima e de Baixo, contudo apenas 23 famílias estavam
sendo atendidas pelo sistema de dessalinização, instalado em 2003, funcionando
apenas um ano (FOTOGRAFIAS 03 e 04).
A atividade econômica desta comunidade é a agricultura e criação de
gado.

Fonte: Semarh, 2008. Fonte: Semarh, 2008.


Fotografia 03 – Abrigo do dessalinizador do Mu- Fotografia 04 – Reservatório da água doce do
nicípio Afonso Bezerra. Município Afonso Bezerra.

3.9.2 Município de Macau

Desmembrado do território de Angicos, Macau tornou-se município em 02


de outubro de 1847. Localiza-se a 190 quilômetros da capital e possui uma área de
750 quilômetros quadrados (MORAIS, 1998, p. 142 - 143), sendo conhecida por
suas belas praias e sua produção salineira. Possui uma população de 27.132
habitantes e um IDH de 0,69. A cidade de Macau, apesar de ocupar a sexta posição
no ranking do ICAA (0,39), tem 95% de sua população atendida com a rede de
abastecimento público de água advinda da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves. E
ainda, 80% da cidade possuem rede coletora de esgoto (MACAU, 2010). A
economia deste município se baseia no setor turístico.
A comunidade selecionada foi o assentamento Sebastião, com 128
famílias (FOTOGRAFIAS 05 e 06).
93

Fonte: Semarh, 2008. Fonte: Semarh, 2008.


Fotografia 05 – Dessalinizador do Município de Fotografia 06 – Reservatórios para o rejeito
Macau e água doce do Município de Macau.

3.9.3 Município de Pedro Avelino

Na data de 03 de dezembro de 1948, o distrito de Pedro Avelino tornou-se


município, desmembrando-se de Angicos. Com um território de 878 quilometros
quadrados e uma população de 7.405 habitantes (IBGE, 2007) está situado a 153
quilometros da capital do Estado. Com o ICAA de 0,40 ocupa a nona posição no
ranking. Sua economia é baseada em agricultura e pecuária.
Em Pedro Avelino foram selecionadas três comunidades para receberem
o programa, sendo o assentamento Bom Jesus (FOTOGRAFIAS 07 e 08) com 70
famílias; assentamento Novo Horizonte (FOTOGRAFIAS 09 e 10), com 68 famílias e
o assentamento Nova Conquista (FOTOGRAFIAS 11 e 12), com 63 famílias.

Fonte: Semarh, 2008. Fonte: Semarh, 2008.


Fotografia 07 – Dessalinizador do Assentamento Fotograifa 08 – Abrigo do dessalinizador do
Bom Jesus em Pedro Avelino. Assentamento Bom Jesus em Pedro Avelino
94

Fonte: Semarh, 2008. Fonte: Semarh, 2008.


Fotografia 09 – Dessalinizador do Assentamen- Fotografia 10 – Abrigo do dessalinizador do As-
to Novo Horizonte em Pedro Avelino sentamento Novo Horizonte em Pedro Avelino

Fonte: Semarh, 2008. Fonte: Semarh, 2008.


Fotografia 11 – Dessalinizador do Assentamen- Fotografia 12 – Abrigo do dessalinizador no
to Nova Conquista em Pedro Avelino Assentamento Nova Conquista em Pedro Avelino

3.9.4 Município de Jandaíra

Há quase cinco décadas o povoado de Jandaíra passou a ser município,


emancipando-se politicamente em 27 de dezembro de 1963. Este está localizado na
região do mato grande, a 117 quilômetros da capital do estado, com um território de
428 quilômetros quadrados, sendo habitado por seis mil pessoas. Sua economia é
baseada na agropecuária e no artesanato (MORAIS, 1998, p. 105).
O município de Jandaíra tem o IDH 0,571, ocupando a posição 12 no
ranking do ICAA. O assentamento selecionado foi o Guarapes (Fotografias 13 e 14),
com 100 famílias.
95

Fonte: Semarh, 2008. Fonte: Semarh, 2008.


Fotografia 13 – Dessalinizador do Município de Fotografia 14 – Caixa d’água do Município de
Jandaíra Jandaíra

3.9.5 Município de Governador Dix-Sept Rosado

Governador Dix-Sept Rosado tornou-se município em 04 de abril de 1963,


quando se desmembrou de Mossoró. Está localizado na região do médio oeste
potiguar, a 314 quilômetros da capital, com uma área de 1.268 quilômetros
quadrados (MORAIS, 1998, p. 92). Possui uma população de 12.314 habitantes,
sendo 5.868 habitantes na área rural. Seu IDH de 0,637 contribuiu para a vigésima
oitava posição no ranking do ICCA com 0,47 (ANEXO I). Sua economia é a base de
agricultura e criação de animais.
A comunidade selecionada chama-se Assentamento Três Marias com
uma população de setenta famílias. O dessalinizador foi solicitado pelo
assentamento em 2002 e de acordo com o diagnóstico realizado (FOTOGRAFIAS
15 e 16), o mesmo continua funcionando, parando apenas no período chuvoso.
96

Fonte: Semarh, 2008. Fonte: Semarh, 2008.


Fotografia 15 - Sistema de dessalinização do Fotografia 16 – Dessalinizador do Município
Município Governador Dix-Sept Rosado Governador Dix-Sept Rosado

3.9.6 Município de Apodi

A cidade de Apodi está distante 352 quilômetros da capital do estado,


limitando-se a oeste com o estado do Ceará. Elevou-se ao status de município em
11 de abril de 1833, por Resolução do Conselho Geral da Província, sendo
desmembrado do Portoalegre e em 05 de março de 1887, recebeu o foros de cidade
pela Lei n.o 988 (MORAIS, 1998, p. 24-25). Possui uma área de 1556 quilômetros
quadrados com uma população de 34.632 habitantes, sendo 17.805 habitantes na
zona rural, configurando menos pessoas na área urbana.
O IDH de Apodi é 0,654 ocupando a posição 123 entre os 167 municípios,
enquanto que no ranking do ICAA ocupa a posição 50.
As comunidades que foram beneficiadas com a recuperação dos
dessalinizadores foram o Assentamento Nova Descoberta (FOTOGRAFIAS 17 e 18)
e Lagoa Rasa (FOTOGRAFIAS 19 e 20). A primeira, de acordo com o diagnóstico,
recebeu o poço em 1991, enquanto que o dessalinizador em 2002. Tem capacidade
para atender oitenta famílias, no entanto atende apenas quarenta.
97

Fonte: Semarh, 2008. Fonte: Semarh, 2008.


Fotografia 17 – Dessalinizador do Assentamento Fotografia 18 – Abrigo e reservatórios do
Nova Descoberta em Apodi Assentamento Nova Descoberta em Apodi

Fonte: Semarh, 2008. Fonte: Semarh, 2008.


Fotografia 19 – Dessalinizador do Assentamen- Fotografia 20 – Estrutura geral do Assentamento
to Lagoa Rasa em Apodi Lagoa Rasa em Apodi

3.9.7 Município de São Miguel do Gostoso

Tornou-se município em 1993, deixando de pertencer a Touros. Localiza-


se no litoral setentrional do Estado, distante a 110 quilômetros da capital (MORAIS,
1998, p. 246-247). Possui uma área de 345 quilômetros quadrados para uma
população de 8.810 habitantes, sustenta por uma economia baseada na pesca e no
turismo praieiro. Seu IDH de 0,558 somado a outros índices coloca-o na posição 37
no ranking do ICAA.
As comunidades escolhidas foram os Assentamentos Canto da Ilha I
(FOTOGRAFIAS 21 e 22) e Canto de Ilha II (FOTOGRAFIAS 23 E 24), com 50 e 49
98

famílias, respectivamente. Este último possui dessalinizador a cerca de doze anos,


conforme diagnostico realizado pela Semarh, em 12 de junho de 2008.

Fonte: Semarh, 2008. Fonte: Semarh, 2008.


Fotografia 21 – Dessalinizador Canto Fotografia 22 – Abrigo do dessalinizador no A-
da Ilha I em São Miguel do Gostoso ssentamento Canto da Ilha I em São Miguel do
Gostoso

Fonte: Semarh, 2008. Fonte: Semarh, 2008.


Fotografia 23 – Dessalinizador do Assentamen- Fotografia 24 – Reservatório da água doce no
to Canto da Ilha II em São Miguel do Gostoso Assentamento Canto da Ilha II em São Miguel
do Gostoso
99

3.9.8 Município de Caicó

Cidade pólo do seridó ocidental, Caicó tornou-se município em 1868 com


o nome de Vila do Príncipe e somente vinte e dois anos após sua criação recebeu o
nome de Caicó, que significa mato ralo, na língua tupi-guarani. O município de Caicó
possui uma área de 1.220 quilômetros quadrados para uma população de 60.656
habitantes (Contagem IBGE, 2007), distante de Natal 269 quilômetros.
Com uma economia baseada na agropecuária, extração mineral e
artesanato, possui o terceiro melhor IDH do Estado, 0,756, atrás apenas de Natal e
Parnamirim, com 0,788 e 0,760, respectivamente. Apesar da alta taxa de
mortalidade infantil, seu IDH eleva o município para 142 o posição no ranking do
ICAA.
O PAD iniciou sua atuação antes da elaboração do plano estadual, por
isso não foram levados em consideração os critérios elencados pelo programa
nacional. No entanto, é um município que está inserido nas áreas susceptíveis a
desertificação, do qual foi um dos pré-requisitos para seleção dos municípios
prioritários.
Neste município foi selecionada a comunidade Barra da Espingarda
(FOTOGRAFIAS 25 e 26), com uma população de ? famílias.

Fonte: Semarh, 2008. Fonte: Semarh, 2008.


Fotografia 25 – Dessalinizador em Caicó Fotografia 26 - Estrutura geral em Caicó
100

3.9.9 Município de São José do Seridó

São José do Seridó foi elevado à condição de cidade no ano de 1962 e


está localizado na região do Seridó oriental do Estado, distante 239 quilômetros da
capital. Seu território abrange uma área de 195 quilômetros quadrados com uma
população de 3.925 habitantes (Contagem IBGE, 2007).
Possui o quinto melhor IDH do Estado e mesmo com uma alta taxa de
mortalidade infantil e de intensidade de pobreza, posiciona-se na 130º no ranking do
ICAA. Sua economia baseia-se na agricultura, pecuária e no artesanato.
O município foi o primeiro a receber o PAD aqui no Estado, quando em
2005 foi inaugurada a primeira Unidade Demonstrativa de Caatinga Grande
(FOTOGRAFIAS 27 e 28).

Fonte: www.robsonpiresxerife.com/.../ Fonte: ELIENE, 2008.


Fotografia 27 – Tanque de tilápia em São José do Fotografia 28 – Pesca da tilápia em
Seridó São José do Seridó

3.9.10 Município de Santa Cruz

A cidade de Santa Cruz foi desmembrada de São José de Mipibú em


1876, quando se tornou município. Distante da capital 115 quilômetros possui uma
área de 595 quilômetros quadrados com uma população de 33.736 habitantes
(Contagem IBGE, 2007). Sua economia baseia-se na pecuária e na agricultura.
101

O município está na 88º posição no ranking do ICAA, com um IDH de


0,655, mas com altas taxas de mortalidade infantil e de intensidade de pobreza.
No inicio do ano corrente, foi inaugurada a segunda Unidade
Demonstrativa do Estado (Fotografia 29), localizada na comunidade de Araraú,
neste município.

Fonte: FBB, 2010.


Foto 29 – Tanque de peixe, no assentamento Ararau, em
Santa Cruz.
102

4 PROJETO ESTADUAL DO PROGRAMA ÁGUA DOCE NO RN

O RN faz parte do conjunto de Estados que constituem o chamado


polígono das secas, e consigo traz todas as características peculiares do bioma
caatinga e do clima semi-árido que compõem esta região.
Não obstante, entorno de 88% do território norte riograndense está
contido na região semi-árida, ou seja, dos 167 municípios 147 estão inclusos (Anexo
2) e apenas 20 estão fora desta delimitação (MI, 2005).
Historicamente, assim como as demais áreas da região nordeste, o
Estado vem lutando para enfrentar o fenômeno das secas que anualmente fazem
evaporar milhões de metros cúbicos de água acumulados nos reservatórios do
Estado.
A deficiência na oferta de água potável em muitas comunidades do
interior do Rio Grande do Norte é uma realidade cruel, e muitas vezes até
desumana, que atinge centenas de famílias, especialmente as populações de poder
aquisitivo menor, residentes em áreas difusas do semi-árido.
É um problema de grande complexidade, que envolve medidas
emergenciais em todos os setores (econômico, social, cultural, ambiental e
tecnológico) de forma a mitigar e/ou eliminar seus efeitos sobre essas populações.
Medidas que vão de encontro à história, onde estas sempre foram adotadas como
respostas governamentais aos eventos da seca, mantendo a população dependente
dessas ações, como frentes de trabalho, distribuição de cestas básicas e
fornecimento de água por carros-pipa. Essas medidas devem ter eficiência e
sustentabilidade ambiental, além de possuírem resultados em longo prazo.
No Nordeste, assim como no RN, a ação mais comum é o uso de
barreiros, açudes, cisternas, poços, dentre outros. Contudo, tais medidas não têm
sido muito eficazes, tendo em vista que compreende um número pequeno de
pessoas e a qualidade da água na maioria das vezes não atende aos padrões de
qualidade para o consumo humano.
A situação mais comum é obtenção da água advinda dos poços, porém
esta água sai com qualidade comprometida pelo nível de concentração de sais que
às vezes é comparada a água do mar. Esta característica é resultante da
prevalência de rochas cristalinas, ou seja, dos tipos de rochas e solo encontrados
103

em cada local. Para melhorar esta qualidade, foram implantados dessalinizadores no


Estado do RN, através do próprio governo estadual e alguns órgãos como Funasa e
Dnocs. O equipamento sendo bem utilizado e mantendo-se uma manutenção
adequada, cumpre o objetivo inicial, que é de melhorar a qualidade da água.
No semi-árido do RN, existem atualmente, no mínimo, 400
dessalinizadores de domínio do Governo do Estado, através da Semarh, do Dnocs e
da Funasa, em 103 municípios, atendendo a uma população de aproximadamente
110.000 pessoas. Além destes ainda há inúmeros outros de domínio dos
municípios, que por sua vez, não se tem um levantamento da quantidade,
localização, e o estado de conservação.
Através do PAD, a recuperação de vários sistemas de dessalinização,
bem como da implantação de novos estão sendo viabilizados, onde o Governo do
Estado tem demonstrado a sua confiança na viabilidade dessa tecnologia para
assegurar água de boa qualidade às famílias que padecem por falta crônica desse
bem primário a sua sobrevivência.
A partir das concepções do PAD, o Governo também tem qualificado o
referido sistema, ao construir tanques de rejeito nas unidades recuperadas e/ou
implantadas, além de reutilizar este rejeito através de unidades de produção de
atriplex e o peixe tilápia.

4.1 JUSTIFICATIVA

A atuação deste programa no RN é de suma importância tendo em vista


sua ação direta na melhoria da qualidade de vida da população, bem como seus
efeitos mitigatórios nas conseqüências dos processos climáticos, ou seja, com água
de boa qualidade e em quantidade suficiente torna-se menos difícil enfrentar os
efeitos da seca. Esta política governamental tem um reflexo também na
permanência do homem no campo, além de poder ajudar a combater o processo de
desertificação instalado no Estado do RN.
No entanto, mesmo com as iniciativas do Governo de recuperar e ampliar
sistemas de dessalinização para mais localidades, há que se observar a viabilidade
de implantação do programa, pois não sendo viável tem que se buscar outras
alternativas, que por sua vez já foram citadas, como cisternas por exemplo. Não
104

deixando desta forma a comunidade sem alternativa de coleta e armazenamento de


água potável.
Outras alternativas são necessárias, pois verifica-se que ainda há uma
demanda, e necessidade, muito grande por diversas comunidades que não são
assistidas de nenhuma maneira ou estão com os seus sistemas danificados,
carecendo de água em quantidade e qualidade para sua sobrevivência, que têm
como única opção consumir água de barreiros, salinizada ou contaminada,
precisando ainda, em muitos casos, realizar longas caminhadas para buscar o
recurso na fonte mais próxima.
É nesse contexto que fica demonstrada a importância e urgência para
inúmeras famílias do semi-árido da atuação do PAD no Estado, pois além de
implantar e recuperar dessalinizadores, trabalha com a mobilização social para a
gestão do sistema e oferece uma destinação adequada do concentrado resultante
do processo, favorecendo uma ação sustentável de convivência com o meio
ambiente.

4.2 OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICOS

Diante da necessidade preemente do programa no Estado, a formulação


deste plano tem como objetivo geral democratizar o acesso a água de boa qualidade
à população rural, em comunidades difusas do semi-árido norte-rio-grandense. Para
tanto, seus objetivos específicos são:

 Definir os municípios a serem contemplados com a restauração dos


equipamentos;

 Definir os municípios a serem contemplados com a implantação de novos;

 Preparar os profissionais para execução do plano;

 Monitorar as comunidades que serão implantadas o programa;

 Buscar parcerias com prefeituras, bancos, setores privados, dentre outros;

 Incentivar estudos de alternativas de aproveitamento do rejeito;


105

 Realizar registros fotográficos das comunidades;

 Fazer diagnóstico socioeconômico e ambiental das comunidades;

 Desenvolver um trabalho educativo sobre a importância do gerenciamento


participativo dos recursos hídricos locais para uma eficiente utilização dos mesmos,
tanto sob aspectos de quantidade e qualidade, quanto da equidade dos seus
benefícios;

 Executar intervenções e ações de mobilização social voltadas para o


gerenciamento participativo dos recursos hídricos locais;

 Implantar um programa permanente de educação sanitária e ambiental nas


comunidades contempladas;

 Elaborar materiais didáticos voltados para as ações de educação sanitária e


ambiental, bem como de gerenciamento e operacionalização do equipamentos
instalados na comunidade;

 Valorizar a linguagem popular e a sintonia conceitual e pedagógica com as


políticas públicas relacionadas;

 Buscar integração entre programas, projetos e ações dentre as instituições


partícipes do núcleo estadual;

 Criar, alimentar e manter um banco de dados das comunidades atendidas pelo


PAD no Estado.

 Atualizar informações e elaborar um banco de dados digital sobre os poços e


dessalinizadores do semi-árido com informações gerais das comunidades onde
estão instalados;

 Relocar dessalinizadores para comunidades que possuem poços com água


salobra;

 Recuperar, operar e manter os sistemas de dessalinização instalados por projetos


anteriores, com realização de trabalhos de mobilização e sustentabilidade ambiental;
106

 Implantar novos dessalinizadores em lugares que ainda não existem;

 Dar continuidade à operação, e demais trabalhos, dos sistemas de dessalinização


implantados pelo Programa Água Doce no Estado;

 Fortalecer o grupo gestor estadual buscando maior comprometimento das


instituições envolvidas;
 Fortalecer o grupo executivo estadual por meio de oficinas e capacitações, e
aquisição de equipamentos;

 Concluir a recuperação dos sistemas de dessalinização instalados por projetos


anteriores, a partir dos parâmetros concebidos pelo PAD;

 Incentivar e incorporar novas tecnologias com vistas ao uso sustentável dos


recursos hídricos e a convivência com o semi-árido, por meio de um conjunto de
ações voltadas à melhoria e ampliação do sistema de dessalinização (ex.:
alternativas de uso, tratamento e disposição final do rejeito).

4.3 METODOLOGIA

A metodologia a ser adotada seguirá a estabelecida pelo Programa


Nacional Água Doce, a qual possui uma seqüência de atividades realizadas de
forma integrada pelos diferentes componentes do Programa.
Inicialmente, deverão ser identificadas as áreas prioritárias para a ação do
PAD no Estado, cujos dados serão submetidos à apreciação do Núcleo Estadual.
Estas áreas deverão seguir os seguintes critérios de seleção:

- fazer parte no núcleo de desertificação;


- fazer parte das áreas susceptíveis a desertificação;
- ausência ou dificuldade de acesso a outras fontes alternativas de água;
- menor IDH municipal;
- maior índice de mortalidade infantil;
- menores índices pluviométricos, e
- preferencialmente em assentamentos, para implantação das UD’s.

É importante ressaltar que no RN o primeiro critério será com relação ao


núcleo de desertificação e depois as áreas susceptíveis a desertificação, tendo em
107

vista o nível da problemática já explicitada neste plano e a otimização de recursos


financeiros, humanos e temporais.
Por fim, será encaminhado um documento à Coordenação Nacional
indicando as áreas prioritárias.
Estabelecida a área, será efetuada uma seleção das comunidades a
serem atendidas, com realização de diagnósticos ambiental (avaliação de risco),
técnico e social. Também será verificada a disponibilidade de área para a
construção do reservatório de contenção do concentrado. Os diagnósticos serão
enviados à Coordenação Nacional para avaliação, e para os componentes do PAD.
Esses diagnósticos serão integrados e, após análise e avaliação dos
diagnósticos feitos pela Coordenação Nacional, será produzida uma proposta de
execução das ações de recuperação/instalação dos Sistemas de Dessalinização,
considerando-se a avaliação de risco (critério de criticidade) a variável mais
importante para priorização dos sistemas/comunidade.
Após a seleção das comunidades, serão realizadas reuniões com os
prefeitos dos municípios beneficiados, e providenciadas a regularização da
titularidade, outorga e o licenciamento ambiental.
Iniciam-se então as ações de mobilização, para a construção dos
―acordos locais‖ (mecanismos de gestão), e de sustentabilidade ambiental. Serão
definidos no mínimo dois operadores para cada sistema de dessalinização que
participarão de um curso de capacitação. As obras civis são executadas com
acompanhamento de técnico do Estado, e os dessalinizadores recuperados,
concomitantemente com a continuidade dos trabalhos de mobilização e
sustentabilidade ambiental.
Com o fim das obras e recuperação dos sistemas, esses começam a
operar, sendo formalizados os ―acordos locais‖ por meio de assinatura de todos os
atores envolvidos, para a gestão do sistema de dessalinização.
O início da operação do sistema é seguido por uma fase de
monitoramento técnico, ambiental e de gestão dos sistemas de dessalinização,
sendo aos poucos reduzida a periodicidade das visitas, para reduzir a dependência
das comunidades.
Após essa etapa, ficam sendo realizadas atividades de manutenção dos
sistemas de dessalinização.
108

4.4 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DE ÁREAS COM POTENCIALIDADES PARA IMPLANTAÇÃO DESSAS


UNIDADES

A área a ser escolhida, para a implantação dessas unidades, deverá


apresentar algumas especialidades que são exigências técnicas definidas pelo
sistema de produção estabelecido pela Embrapa. Em termos gerais, a área mínima
para cada tanque é de 30 x 50 m, totalizando 1.500 m 2. Como será constituída por
dois viveiros e um tanque, a necessidade de área total é de 4.500 m 2. Já a área para
o cultivo da Atriplex é de um hectare. Assim, a área total para a implantação do
sistema completo é de aproximadamente 1,5 a 2,0 hectares. Os demais critérios são
elencados a seguir:

A fonte hídrica (poço) deverá:

 se encontrar fora do aglomerado urbano

 estar localizada a uma distância máxima de 100 metros de áreas que


possam ser exploradas com agricultura

 ter uma vazão mínima de 3.000 litros de água por hora

 a salinidade não deverá ser superior a 6,0 gramas de sais por litro.

A área deverá ser:

 domínio público (titularidade da área), além de possuir documentos


referentes ao licenciamento ambiental (ou à sua dispensa) e à outorga do
uso da água (ou dispensa)

 livre de risco de inundação

 plana, ou com declividade não superior que 1,0%

 de fácil acesso.

A comunidade na qual será implantada a unidade deverá ter no mínimo


trinta famílias e ainda experiência em trabalhos cooperativos e em atividades com
caprinos ou ovinos. Ressalta-se que a erva-sal (Atriplex) será utilizada como
forragem para esses animais.
109

Os solos da área a ser escolhida deverão ter profundidade de perfil de,


pelo menos, 1,0 metro para facilitar a escavação dos tanques e favorecer um melhor
desenvolvimento do sistema radicular da erva-sal. O solo não deverá ser argiloso,
para facilitar a drenagem.
Nas áreas pré-selecionadas deverão ser coletadas amostras de água do
poço (2 litros) e do solo (2,0 kg). Essas amostras deverão ser etiquetadas e
enviadas ao Laboratório de Solo e Água da Embrapa Semi-árido. As amostras de
água deverão ser envasadas em garrafas de refrigerantes, desde que bem lavadas.
As amostras de solo deverão ser coletadas dentro da mesma área e em pelo menos
três locais: nas profundidades de 0-30 cm, 30-60 cm e 60-90 cm. Estas sub-
amostras deverão ser misturadas e colocadas em um saco plástico, para cada uma
das 3 (três) profundidades.
No caso dos estados que dispõem de laboratórios para a realização
dessas análises, fica a critério da coordenação estadual enviar as amostras para o
Laboratório da Embrapa ou realizá-las no próprio estado.
Os Núcleos Estaduais do Programa Água Doce fazem a pré-seleção das
áreas com potencialidades para implantação do sistema de produção, além de
realizarem o acompanhamento da implantação e condução das Unidades
Demonstrativas.
O processo de implantação de cada unidade se iniciará a partir da pré-
seleção de três comunidades que se enquadrem nos critérios definidos acima. Em
seguida, a equipe técnica do estado deverá enviar à coordenação nacional de
produção informação sobre análises de solo, água, teste de vazão do poço e mapa
topográfico da área onde será implantada a unidade. De posse de todas as
informações, a coordenação nacional da área técnica de produção e a equipe
estadual definirão a comunidade onde será implantada a unidade.
Em seguida, a equipe estadual de produção, o engenheiro de pesca e o
engenheiro agrônomo da coordenação técnica da Embrapa farão a apresentação do
projeto para a comunidade e para as autoridades municipais. Nesses encontros
participam técnicos da mobilização social, tanto da coordenação estadual como da
nacional, que iniciarão os trabalhos para a realização dos acordos. No dia seguinte,
ainda na mesma visita, serão demarcadas as áreas para a construção dos viveiros e
reservatórios e para a implantação da erva-sal. A implantação dessas obras deverão
se desenvolver em um período de 45 dias.
110

Após a implantação do sistema completo (viveiros, reservatórios, cerca,


depósito, casa de bomba, isolamento da área, sistema de irrigação, peixamento e
plantio da erva sal), nos primeiros três meses, o técnico do estado responsável pela
produção deverá fazer uma visita a cada 15 dias. Pelo menos um dos técnicos do
componente produção da equipe nacional deverá visitar a área a cada 45 dias, ou a
qualquer momento, caso haja demanda urgente.
Um mês após o peixamento, haverá a primeira amostragem para avaliar o
desempenho do pescado. Essa tarefa será feita pelos engenheiros de pesca das
equipes nacional e estadual. As demais visitas serão realizadas pelo responsável
pela produção da equipe estadual.
Por ocasião da primeira despesca, que coincidirá com a primeira colheita
da erva sal, haverá a presença de um engenheiro de pesca e de dois zootecnistas
de ambas as equipes (estadual e nacional). A presença dos zootecnistas tem como
objetivo orientar a produção de feno ou silagem e a formatação das dietas
alimentares para os animais, com a incorporação da erva sal.

4.5 ARRANJO INSTITUCIONAL DO PAD RN

4.5.1 O NÚCLEO ESTADUAL

O modelo de gestão concebido pelo PAD/RN compartilha da metodologia


definida pelo Programa nacional quanto ao funcionamento dos sistemas de
dessalinização e das unidades demonstrativas, ao atribuir à comunidade um papel
de destaque através dos instrumentos de gestão local sobre tais sistemas, bem
como ao garantir estruturas coletivas voltadas para uma atuação articulada de
entidades gerais da sociedade civil e das instituições governamentais, com
atribuições voltadas para a política de recursos hídricos e de meio ambiente.
O Núcleo Estadual do PAD/RN, sob a coordenação da SRH, deve
fortalecer as instâncias locais de gestão dos sistemas de dessalinização,
estimulando e contribuindo para o aprofundamento da participação da comunidade
na gestão local do referidos sistemas, inclusive como fiel depositária dos
equipamentos, estruturas e instalações (através de sua entidade de representação,
formalmente constituída).
Com isso, o Programa revela o caráter formador de suas políticas, cuja
perspectiva consiste na apropriação coletiva do sistema por essa comunidade,
111

através da realização das atividades de capacitação, mobilização e sensibilização


das comunidades atendidas. E caberá ao Estado do Rio Grande do Norte, através
da SRH, a responsabilidade direta pela realização dessas atividades formativas.
Na perspectiva de fortalecimento da comunidade na gestão do sistema,
em âmbito local, é preciso que esta também assuma parcela dos custos com a
recuperação e instalação dos sistemas, como contrapartida dos investimentos,
através de sua mão de obra, bem como em parte da manutenção dos mesmos,
através da criação de um fundo rotativo, alimentado com o pagamento regular de
cada família que se beneficia da água potável dessalinizada.
Com foco no âmbito local, outro ator fundamental é o ente publico
municipal. Nesse sentido, as Prefeituras devem responsabilizar-se pelas condições
legais das áreas onde os sistemas estão e serão instalados, assim como,
compartilhar das despesas de custeio para o funcionamento dos sistemas e, através
dos agentes comunitários de saúde, desenvolverem política de monitoramento
ambiental de uso da água nos domicílios.
Para atingir a eficiência no funcionamento dos sistemas de
dessalinização, também é preciso que seja concebida uma política permanente de
manutenção e monitoramento sobre os mesmos. Daí a necessidade de definir um
arranjo multi-institucional, a partir da definição de atribuições de cada integrante
(algumas já citadas acima), tendo como suporte uma estrutura de gestão associada,
regionalizada e sustentável do sistema de abastecimento rural, cujo componente
central seja o sistema de dessalinização. Essa estrutura descentralizada deve
ultrapassar os limites de cada comunidade, congregando-as regionalmente e em
articulação com as demais instituições (públicas e da sociedade civil) responsáveis
pelas políticas de recursos hídricos e de meio ambiente.
O Programa Água Doce no Estado do Rio Grande do Norte – PAD/RN
tem como eixo norteador a co-responsabilidade intergovernamental dos 03 entes da
federação e destes com a sociedade civil, tendo abrangência nos seguintes âmbitos:
1) gerenciamento do Programa; 2) formação de recursos humanos; 3) diagnóstico
técnico e ambiental; 4) sistema de informações; 5) mobilização social; 6)
monitoramento; 7) manutenção; 8) operacionalização; e 9) pesquisa.
É objetivo do PAD/RN a busca incessante pela eficiência, eficácia e a
efetividade do serviço de oferta de água potável. Para tanto, a Semarh tem como
proposta de reestruturação administrativa e organizacional o organograma abaixo.
112

SEMARH

SECRETÁRIO ADJUNTO

SUBSECRETARIA DE MEIO AMBIENTE

COORDENADORIA DE SANEAMENTO

SUBCOORDENADORIA DE SISTEMAS DE ABASTECIMENTO SIMPLIFICADO EM COMUNIDADES RURAIS

PAD/RN

NÚCLEO ESTADUAL

SEMARH SAPE SEARA SECD SESAP INCRA DNOCS SOCIEDADE INSTITUIÇOES DE


HH CIVIL ENSINO E
PESQUISA

É importante lembrar que as instituições partícipes não trabalharão fora


da sua área de atuação, mas sim dentro de suas competências institucionais,
buscando otimizar ações e recursos no que se refere as outras atividades de sua
instituição. Assim, as missões institucionais de cada órgão membro do núcleo
seguem abaixo:

SEMARH – Responsabilidade de planejar, coordenar e executar as ações públicas


estaduais relativas à oferta e à gestão dos recursos hídricos do Estado do Rio
Grande do Norte, é condutora da Política Estadual de Recursos Hídricos, compõe o
Sistema Integrado de Gestão dos Recursos Hídricos e exerce a gestão do Fundo
Estadual de Recursos Hídricos.

IDEMA - Promover a política ambiental do Rio Grande do Norte, visando o


desenvolvimento sustentável aproveitando as potencialidades regionais, na busca
de melhoria da qualidade de vida.

IGARN – Gerir técnica e operacionalmente os recursos hídricos em todo o


território norte-riograndense.
113

SAPE – executa os programas de apoio ao desenvolvimento rural, realiza


planejamento, avaliação e controle de seus programas e projetos. Entre as
atribuições temporais da Sape, destacam-se as ações especificas de organização e
melhoria da base produtiva, ações setoriais direcionadas de comento a produção
animal e vegetal, ações de pesquisa e difusão de novas metodologias e tecnologias,
ações setoriais especificas de geração de emprego, renda e inserção social no meio
rural.
EMPARN - Gerar, adaptar e transferir conhecimentos e tecnologias para o
agronegócio, visando o desenvolvimento sustentável do Estado do Rio Grande do
Norte.

EMATER – Contribuir para a promoção do agronegócio e do bem-estar da


sociedade, com foco na agricultura familiar, através do serviço de extensão rural
pública com qualidade, para o desenvolvimento sustentável.

SEARA - Desenvolver ações complementares à Reforma Agrária e implantar


políticas públicas que possibilitem o acesso, o uso, a permanência e a legitimidade
da terra, como instrumentos sustentáveis de inclusão e mobilidade social, garantindo
o pleno exercício da cidadania. Tem como público-alvo, prioritariamente, o pequeno
e médio agricultor, promovendo a inclusão social através do acesso à terra,
regularização fundiária e apoio à reforma agrária.

SECD - Garantir à população um ensino público, gratuito com qualidade,


assegurando-lhe a universalização do acesso e possibilitando sua permanência com
sucesso, visando o exercício da cidadania.

SESAP - Promover a descentralização para os municípios dos serviços e das ações


de saúde, bem como, acompanhar, controlar e avaliar estas ações, proporcionando
apoio técnico e financeiro, coordenando o processo saúde-doença, na perspectiva
da proteção e recuperação da saúde individual e coletiva.

INCRA - Implementar a política de reforma agrária e realizar o ordenamento


fundiário nacional, contribuindo para o desenvolvimento rural sustentável.

DNOCS – Executar a política do Governo Federal, no que se refere a


beneficiamento de áreas e obras de proteção contra as secas e inundações;
114

irrigação; radicação de população em comunidades de irrigantes ou em áreas


especiais, abrangidas por seus projetos; subsidiariamente, outros assuntos que lhe
sejam cometidos pelo Governo Federal, nos campos do saneamento básico,
assistência às populações atingidas por calamidades públicas e cooperação com os
Municípios.

CAERN - Contribuir para melhoria da qualidade de vida da população do RN,


satisfazendo suas necessidades de abastecimento de água e esgotamento sanitário,
respeitando os fatores sociais, econômicos e ambientais.

As instituições supracitadas foram distribuídas nos componentes do


programa, absorvendo desta forma as atividades correspondentes a cada
componente. Ficaram assim distribuídas:

IDEMA
SEMARH
IGARN
SEARA
Mobilização
Social
INCRA

SEEC

SEMARH
EMPARN
SAPE
Sustentabilidade EMATER
Ambiental SESAP
Componentes
IFRN

CENTROS
ACADEMICOS UERN

SEMARH UFRN
Sistema Produtivo
SAPE

SEMARH
Dessalinização
DNOCS

O núcleo atuará como uma instância consultiva e deliberativa, todavia,


para atingirmos o objetivo deste plano, bem como suas metas propostas, faz-se
necessário a contratação de uma equipe executiva formada por profissionais de
115

nível: superior, técnico e estagiário, com a missão de executar em parceria com o


núcleo estadual, o plano do Programa água doce no Estado do RN.
Essa equipe é imprescindível devido à grande demanda de atividades que
antecedem a implantação do programa, assim como durante sua execução. O
núcleo estadual já comporta uma gama de atividades em suas respectivas
instituições que comprometem seus técnicos em uma rotina preestabelecida, não
podendo dedicar-se exclusivamente ao programa.
Sendo assim, este programa só será executável de forma eficaz e
eficiente, com a contratação desta equipe multidisciplinar de profissionais habilitados
em planejamento, coordenação e execução de pesquisa socioambiental e de
mobilização social durante todo o período de sua realização, com a qual o núcleo
poderá contar para executar o PAD. Os profissionais necessários inicialmente são:

SISTEMA DE SISTEMA DE MOBILIZAÇÃO SUSTENTABILIDADE


DESSALINIZAÇÃO PRODUÇÃO SOCIAL AMBIENTAL

ENGENHEIRO GEÓGRAFO / GESTOR


QUÍMICO / ENGENHEIRO AMBIENTAL /
SOCIÓLOGO (A)
MECANICO / AGRONOMO / PESCA BIÓLOGO E ÁREAS
GEÓLOGO AFINS

TÉCNICO EM
TECNICO AGRONOMO ESTAGIÁRIOS TÉCNICO AMBIENTAL
MECANICA

ESTAGIÁRIOS ESTAGIÁRIOS ESTAGIÁRIOS

O acompanhamento deste plano deverá ser realizado pelo núcleo


estadual, por meio de visitas in loco e reuniões avaliativas, através de material
didático exposto pelo grupo executivo, inclusive relatórios de suas atividades
demonstrando os problemas encontrados, as soluções aplicadas, os avanços e
retrocessos, enfim, um relatório detalhado sobre a execução do programa. As
reuniões deverão ocorrer trimestralmente de forma ordinária e/ou extraordinária.
Tais reuniões trimestrais não eximem o núcleo da sua responsabilidade
diária para com o plano, ou seja, as reuniões são avaliativas, mas a presença
freqüente das instituições no desenvolvimento do programa é fundamental.
116

4.6 ÁREAS DE ATUAÇÃO

O PAD/RN atuará, principalmente, nas áreas susceptíveis a


desertificação (MAPA 14), tendo em vista os critérios já elencados, mas também por
coincidir com a região semi-árida do Estado, sendo esta região a mais frágil
ambiental e economicamente.

Mapa 14 – Áreas susceptíveis a desertificação no RN.


Fonte: PAE/RN, 2010.

No intuito de hierarquizar a priorização dos municípios de atuação do


PAD, levou-se em consideração o núcleo de desertificação instalado no Estado,
encontrado na região do Seridó oriental, fazendo parte dele seis municípios, a
saber: Currais Novos, Carnaúba dos Dantas, Acari, Parelhas, Cruzeta e Equador.
Apesar do Índice de Condição de Acesso a Água demonstrar que os
municípios supracitados não seriam os primeiros, é válido lembrar que o Estado do
Rio Grande do Norte tem uma peculiaridade no que tange às características de seus
recursos hídricos, como foi mencionado nesse estudo. Se observarmos, em todos
os mapas distribuídos pelo plano veremos que as informações relativas a estes
117

municípios são sempre preocupantes, com exceção do IDH-M, que não deve ter um
olhar tão atencioso, tendo em vista seu poder de mascarar a realidade. Mesmo
assim, a hierarquização dos municípios acompanhou o ICAA (MAPA 15).

Mapa 15 - Índice de Condição de Acesso a Água - ICAA


Fonte: MMA, 2009.

Dentre os seis primeiros municípios, os estudos devem iniciar pelo


município de Carnaúba dos Dantas ocupando a 64º posição no ICAA, ou seja, o
menor índice entre os municípios do núcleo de desertificação. Este município está
localizado na mesorregião central do Estado e na microrregião do Seridó oriental.
Passou a condição de cidade no ano de 1954, sendo um município novo com
apenas 56 anos de fundação. Carnaúba dos Dantas tem o turismo e o artesanato
como atividades principais na sua economia.
Seguindo a ordem de classificação do ICAA, no que se refere ao núcleo
de desertificação do Estado, os próximos municípios serão:

Tabela 13 – Municípios que fazem parte do núcleo de desertificação

Ordem Município ICAA

64o Carnaúba dos Dantas 0,51


118

116o Currais Novos 0,56

118o Parelhas 0,56

124o Cruzeta 0,57

126o Acari 0,57

Equador

Fonte: MMA, 2009.

Mister lembrar que na seleção de áreas para implantação das UD’s, o


município de Currais Novos deve ser o primeiro a ser analisado, tendo em vista que
é o único município com assentamentos do INCRA (Anexo 6) com população
mínima de 30 famílias.
Após a contemplação do núcleo de desertificação, o plano seguirá a
ordem normal de classificação do ICAA, com exceção apenas para a implantação
das UD’s conforme já fora ressalvado anteriormente.
Veja a seguir como fica a distribuição dos vinte primeiros municípios com
seus respectivos índices de condição de acesso a água (FIGURA 19 e TABELA 14):

Figura 19 – Distribuição dos vinte primeiros municípios a serem atendidos pelo PAD.
Fonte: MMA, 2009.
119

Tabela 14 – Vinte primeiros municípios.

Ranking ICAA Município ICAA

1 Galinhos (RN) 0,32


2 Pedra Preta (RN) 0,37
3 Guamaré (RN) 0,38
4 Caiçara do Norte (RN) 0,39
5 Afonso Bezerra (RN) 0,39
6 Macau (RN) 0,39
7 São Bento do Norte (RN) 0,40
8 Fernando Pedroza (RN) 0,40
9 Pedro Avelino (RN) 0,40
10 Caiçara do Rio do Vento (RN) 0,43
11 Angicos (RN) 0,43
12 Jandaíra (RN) 0,43
13 Bento Fernandes (RN) 0,44
14 Triunfo Potiguar (RN) 0,44
15 Upanema (RN) 0,44
16 Parazinho (RN) 0,44
17 Lagoa Nova (RN) - 0,44
18 Cerro Corá (RN) 0,44
19 Bodó (RN) 0,45
20 Santana do Matos (RN) 0,45
Fonte: MMA, 2009.

Observa-se que os vinte primeiros municípios a serem diagnosticados


localizam-se na região central do Estado, porém em direção ao norte. São
municípios com população até quinze mil habitantes, portanto municípios
relativamente pequenos, porém com altos índices de pobreza e altas taxas de
mortalidade infantil.

Vale salientar que entre os vinte municípios, quatro já estão sendo


contemplados pelo PAD, mas apenas o município de Jandaíra foi totalmente
contemplado; cinco não possuem registro de dessalinizadores e os onze restantes
possuem registro de dessalinizadores, de acordo com levantamento da Semarh 1
(ANEXO 3).

1
O levantamento dos dessalinizadores até a data de elaboração deste plano ainda não havia sido concluído.
120

Na seqüência observamos mais vinte municípios totalizando os quarenta


primeiros. A tendência para o norte do Estado é visível, contudo a região oeste e
alto oeste passam a ser vislumbradas (FIGURA 20 e TABELA 15).

Figura 20 – Distribuição dos quarenta primeiros municípios a serem atendidos pelo PAD.
Fonte: MMA, 2009.

Tabela 15 – Quarenta primeiros municípios.

Ranking ICAA Município ICAA

21 Jardim de Angicos (RN) 0,45


22 Lajes (RN) 0,45
23 Japi (RN) 0,46

24 São Vicente (RN) 0,46

25 Ipanguaçu (RN) 0,46


26 Porto do Mangue (RN) 0,47
27 Campo Grande (RN) 0,47
28 Governador Dix-Sept Rosado (RN) 0,47
29 Coronel Ezequiel (RN) 0,47

30 Tenente Laurentino Cruz (RN) - 0,47


31 João Dias (RN) 0,47
32 Caraúbas (RN) 0,47
33 Doutor Severiano (RN) 0,47
121

34 Felipe Guerra (RN) 0,47


35 Água Nova (RN) 0,48
36 Pedra Grande (RN) 0,48
37 São Miguel do Gostoso (RN) 0,48
38 Coronel João Pessoa (RN) 0,48
39 Venha-Ver (RN) 0,48
40 Paraú (RN) 0,48

Fonte: MMA, 2009.

Estes são municípios um pouco maiores em população (FIGURA 21 e


TABELA 16), mas não passam de vinte mil habitantes, no entanto, também
possuem altas taxas de mortalidade e altos índices de pobreza. Entre estes vinte
municípios apenas um, Governador Dix-Sept Rosado, tem a atuação do PAD.
O Plano apresentará até os sessenta primeiros municípios a serem
visitados, pois a sequência, com exceção do núcleo de desertificação, é o ICAA
(ANEXO I).

Figura 21 – Sessenta primeiros municípios.


Fonte: MMA, 2009.
122

Tabela 16 – Sessenta primeiros municípios.

Ranking ICAA Município ICAA

41 São Bento do Trairi (RN) 0,48

42 Florânia (RN) 0,48


43 Tibau (RN) 0,49
44 Campo Redondo (RN) 0,49
45 Sítio Novo (RN) 0,49
46 Luís Gomes (RN) 0,49
47 João Câmara (RN) 0,49
48 Apodi (RN) - 0,50
49 São Fernando (RN) 0,50
50 Riacho de Santana (RN) 0,50
51 Janduís (RN) 0,50

52 Pendências (RN) 0,50


53 Lajes Pintadas (RN) 0,50
54 Grossos (RN) 0,50
55 Ruy Barbosa (RN) 0,50

56 São Rafael (RN) 0,51

57 Jucurutu (RN) 0,51

58 Itajá (RN) 0,51


59 Jaçanã (RN) 0,51
60 Poço Branco (RN) 0,51

Fonte: MMA, 2009.

Com o mapa acima, podemos inferir que os sessenta primeiros


municípios estão localizados nas regiões centro-norte e centro-oeste do Estado. Os
últimos vinte municípios são também relativamente pequenos, exceto as cidades de
Luís Gomes, João Câmara e Apodi, com populações acima de trinta mil habitantes.
Este último também já foi contemplado pelo PAD, pelo menos em duas
comunidades, Lagoa Rasa e Assentamento Nova Descoberta.

Os municípios supracitados referem-se a instalação e/ou recuperação de


dessalinizadores, todavia para implantação de uma unidade demonstrativa, faz-se
necessário outra seqüência (TABELA 17), que obedecerá o ICAA, mas será dado
prioridade aos municípios que possuem assentamento do INCRA, haja vista a
regularidade da terra. Através desta ordem o núcleo estadual poderá realizar os
diagnósticos necessários para implantação das UD’s.
123

A seleção das áreas para implantação das UD’s deve seguir os critérios
descritos no item 4.7 deste plano, pois estas unidades requerem maiores áreas e
tem mais especificidades quando comparadas ao sistema de dessalinização.
124

Tabela 17 - Ordem dos municípios para implantação das UD’s, segundo critérios supracitados:
2 o
Ordem Município Assentamento N de Famílias

1 Currais Novos Alagoinha 36

2 Galinhos Pirangi 104

3 Guamaré Santa Paz; Lagoa de Baixo; Umarizeiro e Santa Maria III 55, 41, 73 70, respectivamente.

4 Caiçara do Norte Nova Olinda 161

5 Afonso Bezerra Paraiso II, Progresso 120 e 80, respectivamente.


3
6 Macau Sebastião Andrade e Venâncio Zacarias 128 e 30, respectivamente.

7 São Bento do Norte Baixa da Quixaba; Santa Vitória; São Miguel; Caju Nordeste; 25 de Julho. 63, 69, 66, 40 e 100, respectivamente.

8 Pedro Avelino Fazenda Feijão; Nova Conquista; Novo Horizonte; Nova Esperança e Bom 35, 68, 80, 40 100, respectivamente
Jesus

09 Angicos Bonfim 41

10 Bento Fernandes Madalena; Espinheiro; Canadá e Aldemir Lemos 30; 125; 60 e 30, respectivamente

11 Upanema Fazenda Palheiros; Baixa do Dutra; Esperança; Nova Vida; Lagoa 354; 33; 76; 114; 34;150; 40; 65; 65;
Vermelha; Bom Lugar; Salgado; Sabiá; São Manoel II; Sombreiro; São 65; 65 e 40, respectivamente.
Sebastião III e São Geraldo.

12 Parazinho 1º de Junho e Bom Trabalho 30 e 40, respectivamente

2
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, 2009.
3
Os assentamentos grifados de amarelo já foram atendidos pelo PAD, mas não foi implantada nenhuma UD.
125

13 Lagoa Nova Santana; José Milanês e Serrano 47; 132 e 68, respectivamente.

14 Cerro Corá São Francisco e Santa Clara II 30 e 166, respectivamente

15 Santana do Matos Palestina; Jatuarana e Acauã 97; 53 e 40, respectivamente.

16 Lajes Boa Vista e 03 de Agosto 140 e 80, respectivamente

17 Japi Barbaço e Casinhas 211 e 83, respectivamente

18 Ipanguaçu Santa Maria e Pedro Ezequiel de Araújo 206 e 529, respectivamente

19 Porto do Mangue Rio Doce e Porto do Sol 80 e 128, respectivamente

20 Governador Dix-Sept Rosado Areais; Três Marias; Monte Alegre; Santo Antônio; Nossa Senhora da 35; 70; 160; 39; 61; 30; 44; 60 e 113,
Conceição; Paulo Canapum; Osmar Vicente da Costa; Chico Rego e Terra respectivamente.
de Esperança.

21 Caraúbas Maravilha; Santa Agostinha; Petrolina; Ursulina; 1º de Maio; 8 de Março; 38; 31; 34; 45; 65; 32; 30 e 41,
José Sotero da Silva e Nove de Outubro. respectivamente.

22 Pedra Grande Bom Sucesso e Boca do Campo 69 e 55, respectivamente.

23 São Miguel do Gostoso Canto da Ilha de Cima; Antonio Conselheiro; Santa Fé e Boa Esperança. 89; 157; 41 e 50, respectivamente.

24 Paraú Estrela do Oeste 35

25 Serra do Meio e Serra Nova 80 e 120, respectivamente


Florânia (RN)
26 Pedra São Pedro 51
Sítio Novo (RN)
27 Marajó; Modelo; Boa Sorte; Brinco de Ouro; Serra Verde; Xoá; Santa 52; 51; 153; 82; 42; 66; 102; 41; 60;
João Câmara (RN) Terezinha; Lajeado; Baixa do Novilho; Vivará; Maria da Paz e Chico 60; 45 e 43, respectivamente
Santana.
126

28 Aurora da Serra; Frei Damião; Sítio de Góis; Tabuleiro Grande; Portal da 58; 39; 60; 60; 31; 45 e 60,
Apodi (RN)
Chapada e Caiçara respectivamente

29 Alto da Felicidade e Mulungu 364 e 33, respectivamente


Pendências (RN)
30 Serrote/Serra Branca e Entre Santos/Santo Antônio 245 e 31, respectivamente
São Rafael (RN)
31 Surubim e Nova Aliança 45 e 52, respectivamente
Poço Branco (RN)
32 Canafistula; Meu Rancho; Bernardo Marim e Paulo Freire III 67; 55; 47 e 61, respectivamente
Pureza (RN)
33 Serra Vermelha; Ponta do Mel; Casqueira e Garavelo 60; 62; 76 e 84, respectivamente
Areia Branca (RN)
34 Lagoa Nova I e Patativa do Assaré II 240 e 30, respect.
Riachuelo (RN)
35 Tiradentes/Pico Estreito; Catingueiro; Rancho do Pereiro; Bom Sucesso dos 76; 45; 40; 41; 200; 40 e 35, respect.
Baraúna (RN)
Militares; Poço Novo; Formosa e Vitoria.

36 Boqueirão de Touros; Zabelê; Arizona; Quilombo dos Palmares; Chico 360; 337; 180; 300; 63; 70 e 41,
Touros (RN)
Mendes; Planalto do Retiro e Canudos respect.

37 Baixa da Quixaba; Santa Vitoria; São Miguel; Caju Nordeste e 25 de Julho 63; 69; 66; 40 e 100, respectivamente
Serra de São Bento (RN)
38 Lagoa Nova II; São Sebastião e Roseli Nunes 60; 240 e 40, respectivamente
Ielmo Marinho (RN)
39 Logradouro; Taboleiro do Barreto e Jerusalém 42; 60 e 80, respectivamente
Taipu (RN)
40 Rosado; Planalto do Mel; Canto Comprido; Planalto; Pau D’Arco; Cavaco; 76; 265; 127; 51; 30; 30; 50; 130; 35 e
Carnaubais (RN)
Ligação; Nova Descoberta; Morada do Sol; Rosa Luxemburgo; 70, respectivamente

41 Santa Rita 30
Santa Cruz (RN)
42 Nova Trapiá; Novo Pingos; Patativa do Assaré e Professor Mauricio de 80; 56; 45 e 70, respectivamente
Açu (RN)
Oliveira
127

43 Passagem do Juazeiro e Pequena Vanessa 191 e 33, respectivamente


Senador Elói de Souza (RN)
44 Fazenda Favela; Fazenda Hipolito; Lagoa do Xavier/São Vicente; Lorena; 92; 137; 42; 41; 112; 38; 96; 117; 73;
Mossoró (RN)
Mulunguzinho; Independência; Cabelo de Negro; Cordão de Sombra; 80; 60; 85; 50; 50; 85; 40; 41; 123;
Recreio; Fazenda Nova; Quixaba; Jurema; Novo Espinheirinho; Maracanaú; 132; 40; 60; 1150; 30; 45 e 63,
Vingt Rosado; Boa Fé; São Cristóvão; São Romão; Oziel Alves; Santa Rita respectivamente
de Cassia; Paulo Freire; Maisa; Terra Nossa; Cheiro da Terra e Olga
Benário.

45 Ronda e Três Voltas 102 e 80, respectivamente


Tangará (RN)
46 Remédio 50
Umarizal (RN)
47 Pedra Branca 39
São Paulo do Potengi (RN)
48 Uirapuru 54
São José do Campestre (RN)
49 Catururé 35
Jardim do Seridó (RN)
50 Paraná 30
Itaú (RN)
Fonte: INCRA, 2005.
128

4.7 METAS

A meta do plano segue a meta nacional, que será de atingir 50% da


comunidade rural, no semi-árido brasileiro, desprovida de acesso a água de boa
qualidade. Tendo em vista que o contingente rural no Estado do RN é de 558.372
habitantes, a meta inicial a ser atingida será de 279.186 habitantes.
No entanto, devido à ausência de dados mais específicos, e ao mesmo
tempo buscando proximidade tanto da meta nacional quanto da realidade estadual
local, o plano estadual definiu como meta4 a restauração de 50% dos
dessalinizadores do Estado, bem como a implantação de equipamentos de
dessalinização em 50% dos municípios que ainda não possuem acesso a água de
boa qualidade.
Esta meta teve como base o diagnóstico quantitativo e qualitativo dos
dessalinizadores implantados no Estado do RN, que está sendo realizado pela
Semarh, mas que ainda não foi concluído. Até a conclusão deste plano foram
diagnosticados 379 dessalinizadores, onde vários estavam danificados e muitos
outros não se encontravam no devido local e/ou tinham sido removido para outros
locais (ANEXO III).
O período de implantação e execução do plano será do ano de 2010 a
2019, sendo dividido em curto, médio e longo prazos. Para efeitos de prazos, aqui
não será considerado o período de atuação do plano anterior a este.
Os anos de 2010 a 2013 se referem ao curto prazo, onde serão
restaurados sessenta dessalinizadores e implantados treze novos.
O médio prazo corresponde ao período de 2014 a 2016, onde a meta
deve compreender a recuperação de setenta dessalinizadores e a implantação de
mais treze novos.
E por último, a meta de longo prazo que envolverá o período de 2017 a
2019, com a restauração de mais setenta dessalinizadores e a implantação de mais
quatorze novos.
Em valores absolutos, a meta de restaurar 50% dos dessalinizadores já
existentes no Estado, chega a quantidade de 200 destes equipamentos, tendo em
vista que foram contabilizados até o momento cerca de 400. E para implantação de
4
A meta do plano poderá aumentar conforme as metas do Programa de Convivência com o Semi-árido Potiguar
(PSP) da Semarh.
129

novos equipamentos em municípios que não há registro destes em comunidades


difusas, a meta alcança o total de 40 dessalinizadores, devido ao diagnóstico da
Semarh de 80 municípios sem a presença dos mesmos (MAPA 16).

Mapa 16 – Distribuição dos dessalinizadores no RN


Fonte: Semarh, 2009.

Dentre esse total de 240 dessalinizadores serão implantadas mais 06


unidades demonstrativas que se somarão com as duas UD’s já existentes, uma na
zona de Caicó e a outra na zona do agreste. Essas unidades deverão,
preferencialmente, ser distribuídas entre as zonas homogêneas do Estado (IDEMA,
2002b) (MAPA 17), a saber: Zona do Litoral Oriental (subzona de Natal, do Vale do
Ceará-Mirim, da Mata); Zona do Litoral Norte (subzona de João Câmara, de Touros);
Zona do Agreste (subzona do agreste central, fronteiriça da Paraíba e do Potengi);
Zona de Currais Novos; Zona de Caicó; Zona das Serras Centrais (subzona de
Santana do Matos e de Jucurutu); Zona do Alto Apodi e Zona Mossoroense
(subzona de Mossoró, de Açu e Salineira).
130

Mapa 17 – Zonas homogêneas do Estado do RN.


Fonte: IDEMA, 2002.

4.8 ORÇAMENTO

O orçamento do plano estadual do PAD/RN teve como referência a


planilha de custo aplicada pela Coordenação Nacional do Programa no IV encontro
de formação do PAD, em Natal/RN, no período de 03 a 06 de agosto de 2010. O
custo total para recuperar e implantar os equipamentos de dessalinização nas
duzentas e quarenta comunidades rurais difusas previstas do semi-árido, incluindo
atividades de sustentabilidade ambiental, diagnóstico técnico ambiental, mobilização
social e formação de recursos humanos, durante o período pretendido pelo PAD que
são dez anos, é de R$ 38.070.000,00 (Trinta e oito milhões e setenta mil reais)
(Anexo II)5.

5
O orçamento deste plano refere-se a 25% da população semi-árida do RN. Esta redução foi realizada pela
Coordenação Nacional do PAD.
131

4.9 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

4.9.1 Cronograma de execução por metas de recuperação e implantação.

ANO

DESCRIÇÃO 2010 2014 2017 TOTAL

2013 2016 2019

Recuperação 60 70 70 200
Implantação 13 13 14 40
TOTAL 73 83 84 240

4.9.2 Cronograma de acompanhamento e monitoramento.

O plano deverá acompanhar anualmente os dessalinizadores que foram


implantados, com o intuito de monitorar os mesmos.
132

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Programa Água Doce mostra-se como uma das políticas mais viáveis
no tocante ao acesso de água potável às comunidades difusas rurais do semi-árido
nordestino. Não só por tonar possível que uma população tenha acesso a esse
elemento vital, mas por fazer responsáveis os usuários deste sistema, e ainda pela
preocupação com os impactos causados no meio ambiente, utilizando tecnologias
sustentáveis.
O PAD busca também todos os meios legais para a implantação do
programa, ou seja, além da necessidade de autorizações; licenças ambientais,
dentre outros documentos, é feito regularização das terras onde a população é
assistida pelo programa, dando-lhe mais uma segurança.
Este programa atua em um cenário que necessita de políticas de
combate e convivência com a seca, pois o semi-árido, a partir das características
supracitadas, possui uma situação peculiar em relação às outras regiões do país,
onde nem sempre há recursos hídricos disponíveis e acessíveis a toda população.
A análise dos aspectos demográficos e sociais no Rio Grande do Norte
revela que, embora alguns indicadores tenham apresentado um comportamento
positivo, o cenário geral é preocupante, exigindo que decisões e ações sejam
ultimadas, visando à resolução e/ou mitigação das situações-problemas que o
geram.
Em termos de população total, delineou-se a tendência a desaceleração
do crescimento, mas que na estimativa de 2009, o IBGE demonstrou que em
relação à contagem de 2007, apenas um município no Estado perdeu população.
Essa desaceleração é visualizada, principalmente na região Semi-árida, embora
existam diversas diferenças nesta área, que são motivadas pelo recente dinamismo
econômico das atividades de extração de petróleo e fruticultura, dentre outras, e a
conseqüente expansão do terciário.
A ocupação territorial demonstra uma desigual distribuição espacial da
população norte-rio-grandense, que se expressa na densidade demográfica quando
comparada entre os municípios, um exemplo disto é o município de Galinhos e
Natal. A desigual distribuição espacial da população se reflete também, em termos
das zonas rural e urbana. Observa-se a tendência da urbanização visto que mais de
80% da população vivem nas áreas urbanas.
133

A dinâmica populacional na região semi-árida do Rio Grande do Norte


sinaliza para aspectos preocupantes, sobretudo no tocante a sua distribuição
espacial. As razões que justificam essa desigual ocupação do território e motivam a
saída do homem da zona rural para a urbana estão vinculadas a concentração de
atividades econômicas dinâmicas, em determinados locais; bem como a
transferência de pessoas para as cidades, na esperança de conseguir melhores
condições de vida; a intensificação dos processos de degradação ambiental, dentre
eles o processo de desertificação que gera uma diminuição na fauna e flora da
região; a falta de acesso a água de boa qualidade e em quantidade suficiente
(problema histórico), dentre outros.
Essas informações ratificam a necessidade de implementar políticas
públicas e de investimentos privados que possibilitem a vivência digna das pessoas
em todo território, principalmente, na zona rural, com o intuito de fixar o homem no
campo, fazendo com que as pessoas possam retornar também para a área rural. As
ações precisam ser pensadas levando em conta a realidade demográfica dos
espaços urbano e rural, tendo em vista que as cidades concentram a maioria da
população e as atividades do campo ainda são fundamentais a estrutura produtiva
do Estado.
Desta forma, embora reconhecendo as particularidades que envolvem as
diferentes situações demográficas, há convergência no que se refere às demandas
sociais e ambientais, principalmente no tocante ao acesso a água. Estas requisitam
a implementação de estratégias que gerem postos de trabalho e assegurem ou
melhorem a renda; promovam a oferta de serviços de educação e saúde de
qualidade; difundam o conhecimento tecnológico e incrementem o uso de
tecnologias no arranjo produtivo; financiem melhorias nas condições de moradia e
fomentem o desenvolvimento dos setores de transporte, comunicação, lazer, entre
outros. Entre essas estratégias não podem ser esquecidas a políticas de acesso a
água às comunidades difusas da área rural.
Esse conjunto de ações ao ser implementado, difusamente no território,
poderá interferir na dinâmica populacional, fomentando o dinamismo econômico em
áreas onde hoje se apresenta precário, mitigando ou revertendo problemas de
degradação ambiental, especialmente, a desertificação, dentre outros. No entanto, é
preciso sempre lembrar que sem água não há desenvolvimento.
134

Neste ponto de vista, haverá possibilidades de assegurar a permanência


das famílias na zona rural ou nas pequenas cidades, onde poderão usufruir de
melhor qualidade de vida e oportunidades de trabalho, reduzindo os fluxos de
deslocamentos para as áreas onde o adensamento populacional já se configura
elevado. No entanto, para atingir esse conjunto de ações é necessário que haja
acesso a água de boa qualidade e em quantidade suficiente, pois sem água não há
desenvolvimento.
Neste plano, além dos indicadores demográficos, foram avaliadas
variáveis de desenvolvimento, elegendo como parâmetro o IDH. Neste quesito é
importante notificar que o IDH dos municípios potiguares apresentou uma tendência
crescente, embora inferior a média do país. Esse fato evidencia que são
necessários investimentos nas áreas que repercutem diretamente sobre a qualidade
de vida, o que inclui educação, saúde, saneamento básico, lazer dentre outros.
As informações apontam que a renda é o mais baixo dos indicadores que
compõem o IDH dos municípios; neste sentido, implementar ações que visem a
ampliação dos postos de trabalho e da renda, repercutirão diretamente sobre o nível
de desenvolvimento humano, não apenas no aspecto quantitativo, mas,
principalmente, na qualidade de vida da população.
No que se refere à educação, apesar de estar entre as variáveis mais
elevadas em alguns municípios, é preciso considerar a existência de desigualdades
no âmbito das regiões e o que expressa os indicadores que a compõem (taxa de
alfabetização e taxa bruta de freqüência a escola). Neste sentido, torna-se
importante buscar estratégias para que as políticas públicas educacionais consigam
ampliar o contingente de pessoas que dominem as habilidades básicas da leitura e
escrita e estimular a freqüência escolar, através da oferta de um processo de
ensino-aprendizagem de qualidade.
Essa perspectiva de ação envolve, sobremaneira, o poder público e está
sintonizada com os princípios do desenvolvimento sustentável que tem na
Educação um dos seus pilares. Através da educação, o indivíduo e, por conseguinte
a sociedade, tem acesso ao conhecimento, em suas várias dimensões, matéria–
prima fundamental ao desenvolvimento na atualidade. Com educação as práticas de
higiene tendem a melhorarem.
A longevidade, em alguns municípios foi o indicador mais elevado dentre
os que formam o IDH. Tendo em vista que sua configuração possui estreita relação
135

com as condições de vida e, em particular, de saúde é relevante expandir,


qualitativa e quantitativamente, a atuação desse setor. Um sinal de que as políticas
públicas que incidem sobre o comportamento dessa variável surtiram efeito positivo
é representada pela sua tendência a elevação, simultânea a redução das taxas de
mortalidade, entre elas, a infantil. Todavia, a despeito da significativa e acelerada
queda da mortalidade infantil torna-se importante não negligenciar as políticas e
ações voltadas para o atendimento as necessidades básicas da população, pois
rebatem diretamente no comportamento desse indicador.
Apesar da elevação do IDH dos municípios do Rio Grande do Norte, é
factível de reconhecimento que a maioria da população vive sob precárias
condições de vida. Neste cenário, um dos grandes desafios enfrentados pela
população é reduzir a intensidade da pobreza. Atingir esse objetivo, implica acionar
políticas e ações interdependentes e/ou complementares, que visem a
reorganização do sistema produtivo, em consonância com as características
ambientais, de modo a fomentar a geração de trabalho e renda, através do
incremento de novas atividades e da reestruturação das antigas, levando em conta
as características ambientais; a implementação de melhorias na oferta de serviços
como saúde, educação e lazer e o acesso aos programas de habitação
governamentais. Nesta perspectiva, a redução da intensidade da pobreza se
traduzirá na conquista de condições de vida mais dignas para a população.
É importante acometer a mudança de visão e de prática à população,
sendo fundamental que o poder público invista na difusão de conhecimentos sobre
Educação Ambiental, Degradação Ambiental, Desertificação, Legislação Ambiental
e temas correlatos, com o objetivo de que a população tome consciência da
problemática socioambiental que a envolve e possa, através do conhecimento
adquirido, contribuir para as mudanças que a realidade exige.
Mediante o nível de conhecimento científico e tecnológico atual, é
reconhecível que a atividade humana precisa estar calcada em ações planejadas
consoantes com as características do ambiente, caso contrário podem transformar
em vulnerabilidade o que antes era uma potencialidade. Assim, o planejamento das
atividades se institui como uma ferramenta fundamental a uma perspectiva de
desenvolvimento sustentável.
A percepção do problema da escassez e/ou do difícil acesso a água e da
necessidade de agir, com certa urgência, poderá contribuir para melhoria da saúde
136

da população, bem como fixar ainda mais o homem no campo. O desafio da


sociedade atual é identificar os caminhos que permitem articular crescimento
econômico e desenvolvimento social, balizados pelos princípios da sustentabilidade,
que articulam as dimensões econômica, política, sócio-cultural, técnico-científica e
ambiental.
137

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143

Anexos
144

Taxa de Mortalidade

Rankig/IDH-m
Índice de
de Crianças
Pop. Urbana Pop rural Pop. Total Desenvolvimento
Ranking menores de um ano Pluviometria Intensidade da
Município contagem 2007 contagem 2007 Contagem 2007 Humano ICAA
ICAA por mil habitantes – (mm/ano) pobreza, 2000
IBGE IBGE IBGE Municipal, 2000
2005 – Por
IDH-M
Município

1 Galinhos (RN) 1 258 891 2 149 0,612 48 72,54 750 60,7 0,32
2 Pedra Preta (RN) 936 1 723 2 659 0,575 6 58,18 850 66,6 0,37
3 Guamaré (RN) 4 232 7 505 11 737 0,646 114 72,54 750 47,1 0,38
4 Caiçara do Norte (RN) 6 318 66 6 384 0,631 81 72,54 850 50,13 0,39
5 Afonso Bezerra (RN) 5 778 4 561 10 339 0,629 76 58,18 750 58,48 0,39
6 Macau (RN) 6 139 7 028 13 167 0,69 146 72,54 650 41,42 0,39
7 São Bento do Norte (RN) 1 099 2 430 3 529 0,643 109 72,54 950 53,75 0,40
8 Fernando Pedroza (RN) 2 457 419 2 876 0,625 71 58,18 750 54,49 0,40
9 Pedro Avelino (RN) 4 297 3 108 7 405 0,622 65 58,18 750 54,34 0,40
10 Caiçara do Rio do Vento (RN) 2 090 974 3 064 0,619 59 58,18 950 58,74 0,43
11 Angicos (RN) 9 566 1 661 11 227 0,688 145 58,18 750 50,05 0,43
12 Jandaíra (RN) 3 684 2 763 6 447 0,571 5 53,03 850 54,85 0,43
13 Bento Fernandes (RN) 1 945 3 061 5 006 0,578 9 53,03 1050 65,53 0,44
14 Triunfo Potiguar (RN) 1 816 1 456 3 272 0,577 8 40,11 750 61,61 0,44
15 Upanema (RN) 5 903 6 816 12 719 0,589 18 40,11 750 62,14 0,44
16 Parazinho (RN) 3 035 1 737 4 772 0,564 3 53,03 950 58,7 0,44
17 Lagoa Nova (RN) - 6 139 7 028 13 167 0,62 61 41,35 750 61,88 0,44
18 Cerro Corá (RN) 5 013 5 877 10 890 0,592 20 41,35 750 59,7 0,44
19 Bodó (RN) 1 395 1 147 2 542 0,595 25 41,35 750 59,04 0,45
20 Santana do Matos (RN) 6 588 7 724 14 312 0,594 24 41,35 750 58,69 0,45
21 Jardim de Angicos (RN) 482 2 054 2 536 0,628 74 58,18 950 54,14 0,45
22 Lajes (RN) 8 338 2 074 10 412 0,64 104 58,18 850 48,68 0,45
23 Japi (RN) 4 025 1 585 5 610 0,57 4 34,67 950 72,63 0,46
145

24 São Vicente (RN) 3 451 2 368 5 819 0,639 101 41,35 750 57,48 0,46
25 Ipanguaçu (RN) 5 100 8 344 13 444 0,613 51 36,45 650 55,25 0,46
26 Porto do Mangue (RN) 2 818 1 974 4 792 0,598 31 36,45 650 54,06 0,47
27 Campo Grande (RN) 4 682 4 254 8 936 0,611 46 40,11 750 56,1 0,47
28 Governador Dix-Sept Rosado (RN) 6 506 5 868 12 374 0,637 94 46,34 850 56,28 0,47
29 Coronel Ezequiel (RN) 2 269 2 986 5 255 0,6 36 34,67 850 65,86 0,47
30 Tenente Laurentino Cruz (RN) - 1 286 3 834 5 120 0,628 75 41,35 750 54,99 0,47
31 João Dias (RN) 1 299 1 424 2 723 0,587 15 34,04 950 70,84 0,47
32 Caraúbas (RN) 13 034 6 705 19 739 0,614 54 46,34 850 54,4 0,47
33 Doutor Severiano (RN) 2 640 3 791 6 431 0,598 29 44,24 1150 71,21 0,47
34 Felipe Guerra (RN) 3 742 1 938 5 680 0,633 89 46,34 850 54,59 0,47
35 Água Nova (RN) 1 816 1 027 2 843 0,587 14 44,24 1150 69,89 0,48
36 Pedra Grande (RN) 1 230 2 688 3 918 0,587 16 44,33 950 58,89 0,48
37 São Miguel de Touros (RN) 3 679 5 131 8 810 0,558 2 44,33 1050 62,72 0,48
38 Coronel João Pessoa (RN) 1 825 3 002 4 827 0,592 21 44,24 1150 69,47 0,48
39 Venha-Ver (RN) 958 2 536 3 494 0,544 1 44,24 1250 72,41 0,48
40 Paraú (RN) 3 067 813 3 880 0,612 49 40,11 750 52,14 0,48
41 São Bento do Trairi (RN) 1 888 1 814 3 702 0,616 57 34,67 850 62,98 0,48
42 Florânia (RN) 6 309 2 004 8 313 0,657 129 41,35 750 52,77 0,48
43 Tibau (RN) 3 368 382 3 750 0,678 141 55,77 850 43,28 0,49
44 Campo Redondo (RN) 5 461 5 001 10 462 0,633 88 34,67 850 61,93 0,49
45 Sítio Novo (RN) 2 322 2 890 5 212 0,605 41 34,67 950 65,78 0,49
46 Luís Gomes (RN) 40 111 23 226 63 337 0,644 111 44,24 1150 68,76 0,49
47 João Câmara (RN) 20 930 9 493 30 423 0,639 100 53,03 1050 54,15 0,49
48 Apodi (RN) - 16 827 17 805 34 632 0,654 123 46,34 950 55,28 0,50
49 São Fernando (RN) 2 152 1 229 3 381 0,664 132 48,38 750 42,68 0,50
50 Riacho de Santana (RN) 1 761 2 531 4 292 0,621 62 44,24 1150 65,74 0,50
51 Janduís (RN) 3 784 1 632 5 416 0,604 39 40,11 850 52,46 0,50
52 Pendências (RN) 9 848 2 657 12 505 0,631 84 36,45 650 46,12 0,50
53 Lajes Pintadas (RN) 2 258 1 959 4 217 0,655 124 34,67 850 59,64 0,50
146

54 Grossos (RN) 7 103 2 338 9 441 0,683 142 37,98 750 52,18 0,50
55 Ruy Barbosa (RN) 1 370 2 255 3 625 0,579 10 34,67 950 61,16 0,50
56 São Rafael (RN) 5 369 2 747 8 116 0,638 98 36,45 750 50,96 0,51
57 Jucurutu (RN) 10 510 6 991 17 501 0,637 95 36,45 750 50,89 0,51
58 Itajá (RN) 5 386 1 024 6 410 0,635 91 36,45 750 50,67 0,51
59 Jaçanã (RN) 5 495 2 293 7 788 0,631 82 34,67 850 57,27 0,51
60 Poço Branco (RN) 6 953 5 335 12 288 0,606 42 53,03 1150 53,35 0,51
61 Pureza (RN) 2 869 5 161 8 030 0,577 7 44,33 1150 60,64 0,51
62 Antônio Martins (RN) 3 653 3 344 6 997 0,636 92 34,04 950 62,86 0,51
63 Areia Branca (RN) 19 531 4 867 24 398 0,71 154 37,98 750 51,51 0,51
64 Carnaúba dos Dantas (RN) 5 352 1 484 6 836 0,742 163 31,45 750 59,09 0,51
65 Serrinha dos Pintos (RN) 1 966 2 394 4 360 0,637 97 34,04 950 62,2 0,51
66 São Tomé (RN) - 6 091 5 024 11 115 0,613 53 34,67 950 60,32 0,51
67 Rafael Godeiro (RN) - 1 916 1 215 3 131 0,637 96 34,04 850 56,65 0,51
68 Monte das Gameleiras (RN) 1 399 995 2 394 0,593 22 34,67 1050 64,14 0,52
69 Serra do Mel (RN) 1 780 7 436 9 216 0,619 60 37,98 750 45,83 0,52
70 Messias Targino (RN) 3 194 601 3 795 0,614 55 40,11 850 48,7 0,52
71 Riachuelo (RN) 4 206 2 618 6 824 0,656 128 40,65 1050 60,76 0,52
72 Presidente Juscelino (RN) 5 003 3 280 8 283 0,605 40 40,65 1150 63,59 0,52
73 São Miguel (RN) 13 186 9 393 22 579 0,615 56 44,24 1250 65,68 0,52
74 Encanto (RN) 2 227 2 931 5 158 0,625 70 44,24 1150 60,76 0,52
75 Baraúna (RN) - 14 351 8 747 23 098 0,6 34 37,98 850 49,55 0,52
76 Januário Cicco (RN) 3 062 5 232 8 294 0,596 27 40,65 1150 62,69 0,52
77 Barcelona (RN) - 1 579 2 349 3 928 0,613 50 34,67 950 58,56 0,52
78 Ielmo Marinho (RN) 1 425 10 224 11 649 0,59 19 40,65 1150 62,21 0,52
79 Frutuoso Gomes (RN) - 2 777 1 583 4 360 0,639 99 34,04 950 60,34 0,52
80 Almino Afonso (RN) - 3 370 1 578 4 948 0,64 103 34,04 950 60,15 0,52
81 Olho-d'Água do Borges (RN) 3 262 1 180 4 442 0,631 83 34,04 850 54,3 0,52
82 Taipu (RN) 4 153 7 615 11 768 0,584 12 44,33 1150 57,73 0,52
83 Touros (RN) 7 842 21 594 29 436 0,595 26 44,33 1150 58,25 0,52
147

84 Carnaubais (RN) 4 543 4 741 9 284 0,651 117 36,45 650 41,71 0,52
85 Major Sales (RN) 2 827 632 3 459 0,63 79 44,24 1150 59,73 0,52
86 Alto do Rodrigues (RN) 7 471 3 972 11 443 0,688 144 36,45 650 43,3 0,53
87 Martins (RN) 4 345 3 744 8 089 0,694 149 34,04 950 62,12 0,53
88 Santa Cruz (RN) - 28 055 5 681 33 736 0,655 125 34,67 950 59,59 0,53
89 Lagoa d'Anta (RN) 10 510 6 991 17 501 0,601 38 40,65 1150 61,64 0,53
90 Açu (RN) 38 273 12 989 51 262 0,677 140 36,45 750 47,1 0,53
91 Serra de São Bento (RN) 3 104 2 697 5 801 0,6 37 34,67 1150 66,25 0,53
92 Senador Elói de Souza (RN) - 2 535 3 371 5 906 0,588 17 40,65 1150 59,5 0,53
93 Lagoa de Pedras (RN) 2 308 4 681 6 989 0,594 23 40,65 1250 64,83 0,53
94 Patu (RN) 9 088 2 215 11 303 0,676 139 34,04 850 53,82 0,53
95 Serrinha (RN) 2 030 4 710 6 740 0,598 33 40,65 1250 64,76 0,53
96 Viçosa (RN) 1 687 82 1 769 0,653 122 36,97 950 54,58 0,54
97 São Pedro (RN) 3 468 2 965 6 433 0,63 80 40,65 1150 60,25 0,54
98 Lucrécia (RN) - 2 161 1 257 3 418 0,66 130 34,04 950 57,08 0,54
99 Mossoró (RN) 214 238 20 152 234 390 0,735 161 37,98 750 45,97 0,54
100 Tenente Ananias (RN) 6 266 3 045 9 311 0,597 28 28,78 1050 64,45 0,54
101 Portalegre (RN) 3 387 3 468 6 855 0,633 90 28,78 950 60,41 0,54
102 Tangará (RN) - 8 854 4 227 13 081 0,631 87 34,67 1050 59,44 0,54
103 Umarizal (RN) - 8 553 2 087 10 640 0,643 110 34,04 950 55,2 0,54
104 Alexandria (RN) - 8 917 4 812 13 729 0,637 93 28,78 950 60,01 0,54
105 Lagoa Salgada (RN) 4 819 2 360 7 179 0,598 30 40,65 1250 61,5 0,55
106 Passa e Fica (RN) 6 000 4 372 10 372 0,611 47 40,65 1150 56,64 0,55
107 Marcelino Vieira (RN) 4 540 3 572 8 112 0,613 52 28,78 1050 63,18 0,55
108 Bom Jesus (RN) 6 437 2 041 8 478 0,625 68 40,65 1150 56,55 0,55
109 Riacho da Cruz (RN) 2 594 431 3 025 0,624 67 28,78 950 57,57 0,55
110 Santa Maria (RN) 3 053 1 606 4 659 0,627 73 40,65 1150 55,21 0,56
111 São Paulo do Potengi (RN) - 11 103 3 380 14 483 0,642 106 40,65 1050 50,11 0,56
112 São João do Sabugi (RN) 4 577 1 188 5 765 0,725 160 30,78 750 47,8 0,56
113 Francisco Dantas (RN) - 1 648 1 280 2 928 0,622 64 28,78 1050 60,91 0,56
148

114 Ouro Branco (RN) 3 317 1 656 4 973 0,702 152 31,45 750 45,78 0,56
115 Santo Antônio (RN) 13 349 7 914 21 263 0,655 126 40,65 1250 60,91 0,56
116 Currais Novos (RN) - 37 365 4 701 42 066 0,724 158 31,45 750 46,48 0,56
117 São José do Campestre (RN) - 9 637 2 107 11 744 0,631 85 34,67 1150 59,49 0,56
118 Parelhas (RN) 16 577 3 395 19 972 0,704 153 31,45 750 44,4 0,56
119 Paraná (RN) 647 3 239 3 886 0,609 45 28,78 1150 64,01 0,56
120 Santana do Seridó (RN) 1 613 1 116 2 729 0,684 143 31,45 750 42,62 0,57
121 Severiano Melo (RN) 2 077 3 594 5 671 0,631 86 28,78 950 53,39 0,57
122 Taboleiro Grande (RN) 1 954 324 2 278 0,641 105 28,78 950 53,53 0,57
123 Pilões (RN) 2 451 930 3 381 0,643 108 30,75 1050 56,87 0,57
124 Cruzeta (RN) - 5 930 1 895 7 825 0,713 155 31,45 750 42,57 0,57
125 Rafael Fernandes (RN) - 2 617 1 991 4 608 0,652 119 28,78 1050 58,37 0,57
126 Acari (RN) 8 557 2 354 10 911 0,698 151 31,45 750 41,76 0,57
127 José da Penha (RN) - 3 383 2 599 5 982 0,629 77 28,78 1150 62,11 0,58
128 Jardim do Seridó (RN) 9 577 2 436 12 013 0,722 157 31,45 750 42,11 0,58
129 Serra Negra do Norte (RN) 2 606 4 635 7 241 0,663 131 30,78 850 45,19 0,58
130 São José do Seridó (RN) 2 934 991 3 925 0,74 162 31,45 750 42,77 0,58
131 Rodolfo Fernandes (RN) 3 842 727 4 569 0,653 121 28,78 950 51,71 0,58
132 São Francisco do Oeste (RN) - 2 691 978 3 669 0,652 120 28,78 1050 55,95 0,58
133 Vera Cruz (RN) 5 020 5 293 10 313 0,607 43 40,65 1250 52,41 0,58
134 Itaú (RN) 4 810 948 5 758 0,675 137 28,78 950 51,42 0,58
135 Timbaúba dos Batistas (RN) 1 902 393 2 295 0,719 156 30,78 750 40,71 0,58
136 Jardim de Piranhas (RN) 10 588 3 116 13 704 0,675 138 30,78 850 43,95 0,58
137 Nova Cruz (RN) 23 955 11 325 35 280 0,617 58 40,65 1350 57,78 0,59
138 Passagem (RN) 1 246 1 383 2 629 0,648 116 40,65 1350 58,99 0,59
139 Ipueira (RN) 1 782 253 2 035 0,691 147 30,78 850 43,5 0,59
140 Monte Alegre (RN) 8 330 12 260 20 590 0,645 112 40,65 1350 57,81 0,59
141 Várzea (RN) 4 153 1 123 5 276 0,621 63 40,65 1350 56,41 0,59
149

142 Caicó (RN) 54 986 5 670 60 656 0,756 164 30,78 750 38,34 0,60
143 Brejinho (RN) 8 383 2 752 11 135 0,625 69 40,65 1350 53,84 0,60
144 Pau dos Ferros (RN) - 24 168 2 560 26 728 0,725 159 28,78 1050 46,49 0,63
145 Macaíba (RN) 20 989 6 143 27 132 0,665 134 40,03 1350 48,36 0,63

TOTAL POPULAÇÃO RURAL 558.372


META DO PLANO (50% POP. RURAL) 279.186
TOTAL DE SISTEMAS DEMANDADO
PARA O PLANO 465
MEDIA DE BENEFICIADOS POR SISTEMA 600
150

Anexo II
151
152
153
154
155
156

Fonte: Coordenação do PAD Nacional. IV Encontro de Formação do PAD. Natal/RN, 03 a 06/08/10.


157

Anexo III

M u n ic íp i o In c lu s ã o
O rd em C ó d ig o IB G E N om e A n t ig o Novo
1 2400109 Acari X
2 2400208 Açu X
3 2400307 A fo n s o B e z e r r a X
4 2400406 ÁguaNova X
5 2400505 A l e x a n d r ia X
6 2400604 A lm in o A f o n s o X
7 2400703 A lt o d o R o d r ig u e s X
8 2400802 A n g ic o s X
9 2400901 A n t ô n i o M a r ti n s X
10 2401008 Apodi X
11 2401107 A re i a B r a n c a X
12 2401305 AugustoSevero X
13 2401453 Baraúna X
14 2401503 B a rc e lo n a X
15 2401602 BentoFernandes X
16 2401651 Bodó X
17 2401701 BomJesus X
18 2401800 B re j in h o X
19 2401859 C a iç a ra d o N or te X
20 2401909 C a iç a ra d o R i o d o V e n t o X
21 2402006 C a ic ó X
22 2402105 C am p o R e d o n d o X
23 2402303 Caraúbas X
24 2402402 C a rn a ú b a d o s D a n ta s X
25 2402501 C a rn a u b a is X
26 2402709 CerroCorá X
27 2402808 CoronelEzequiel X
28 2402907 CoronelJoãoPessoa X
29 2403004 C ru z e ta X
30 2403103 CurraisNovos X
31 2403202 D o u to r S e v e r i a n o X
32 2403301 Encanto X
33 2403400 Equador X
34 2403707 F e l ip e G u e r r a X
35 2403756 F e r n a n d o P e d ro z a X
36 2403806 F l o râ n i a X
37 2403905 F ra n c is c o D a n t a s X
38 2404002 F ru t u o s o G o m e s X
39 2404101 G a li n h o s X
G o v e r n a d o r D i x -S e p t R o s a d
40 2404309 o X
158

41 2404408 G ro s s o s X
42 2404507 G u am a r é X
43 2404606 Ie lm o M a r in h o X
44 2404705 Ip a n g u a ç u X
45 2404804 Ip u e ir a X
46 2404853 It a j á X
47 2404903 It a ú X
48 2405009 Jaçanã X
49 2405108 J a n d a ír a X
50 2405207 J a n d u ís X
51 2405306 J a n u á r i o C ic c o X
52 2405405 Japi X
53 2405504 J a rd im d e A n g ic o s X
54 2405603 J a rd im d e P ir a n h a s X
55 2405702 J a rd im d o S e r id ó X
56 2405801 JoãoCâmara X
57 2405900 JoãoDias X
58 2406007 JosédaPenha X
59 2406106 J u c u ru t u X
60 2406205 L a g o a d 'A n t a X
61 2406304 L a g o a d e P e d ra s X
62 2406403 LagoadeVelhos X
63 2406502 LagoaNova X
64 2406601 LagoaSalgada X
65 2406700 Lajes X
66 2406809 L a j e s P in ta d a s X
67 2406908 L u c ré c i a X
68 2407005 L u ís G om e s X
69 2407104 M a c a íb a X
70 2407203 Macau X
71 2407252 MajorSales X
72 2407302 M a rc e li n o V ie ir a X
73 2407401 M a r ti n s X
74 2407609 MessiasTargino X
75 2407807 MonteAlegre X
76 2407906 M o n t e d a s G a m e l e ir a s X
77 2408003 Mossoró X
78 2408300 NovaCruz X
79 2408409 O lh o - d '- g u a d o B o rg e s X
80 2408508 O u ro B r a n c o X
81 2408607 P a ra n á X
82 2408706 P a ra ú X
83 2408805 P a ra z i n h o X
84 2408904 P a re lh a s X
85 2409100 P a s s a e F ic a X
159

86 2409209 P a s s a g em X
87 2409308 P a tu X
89 2409407 P a u d o s F e r ro s X
90 2409506 PedraGrande X
91 2409605 PedraPreta X
92 2409704 PedroAvelino X
93 2409902 Pendências X
94 2410009 Pilões X
95 2410108 PoçoBranco X
96 2410207 Portalegre X
97 2410256 PortodoMangue X
98 2410306 PresidenteJuscelino X
99 2410405 Pureza X
100 2410504 RafaelFernandes X
101 2410603 RafaelGodeiro X
102 2410702 RiachodaCruz X
103 2410801 RiachodeSantana X
104 2410900 Riachuelo X
105 2411007 RodolfoFernandes X
107 2411106 RuyBarbosa X
108 2411205 SantaCruz X
88 2409332 SantaMaria X
109 2411403 SantanadoMatos X
110 2411429 SantanadoSeridó X
111 2411502 SantoAntônio X
112 2411601 SãoBentodoNorte X
113 2411700 SãoBentodoTrairi X
114 2411809 SãoFernando X
115 2411908 SãoFranciscodoOeste X
116 2412104 SãoJoãodoSabugi X
117 2412302 SãoJosédoCampestre X
118 2412401 SãoJosédoSeridó X
119 2412500 SãoMiguel X
120 2412559 SãoMigueldeTouros X
121 2412609 SãoPaulodoPotengi X
122 2412708 SãoPedro X
123 2412807 SãoRafael X
124 2412906 SãoTomé X
125 2413003 SãoVicente X
126 2413102 SenadorElóideSouza X
127 2413300 SerradeSãoBento X
128 2413359 SerradoMel X
129 2413409 SerraNegradoNorte X
130 2413508 Serrinha X
131 2413557 SerrinhadosPintos X
160

132 2413607 SeverianoMelo X


133 2413706 SítioNovo X
134 2413805 TaboleiroGrande X
135 2413904 Taipu X
136 2414001 Tangará X
137 2414100 TenenteAnanias X
138 2414159 TenenteLaurentinoCruz X
106 2411056 Tibau X
139 2414308 TimbaúbadosBatistas X
140 2414407 Touros X
141 2414456 TriunfoPotiguar X
142 2414506 Umarizal X
143 2414605 Upanema X
144 2414704 Várzea X
145 2414753 Venha-Ver X
146 2414803 VeraCruz X
147 2414902 Viçosa X
Região Semi-árida 140 7
161

Anexo IV

Fam Conservação
Nº Município Comunidade Obs.
Benf. Boa Reg. Pess.
1 Acari Bulhões 150
Vaca Brava de
2 Acari
Cima
3 Afonso Bezerra São Sebastião
4 Afonso Bezerra Ass. Paraiso II 106 x
5 Afonso Bezerra Jacumã 55
6 Afonso Bezerra Sítio Jacumã
7 Alexandria Barbatana 20 x
Malhada
8 Alexandria 120 x
Branca
9 Alexandria Maniçoba 60 x
10 Alexandria Monteiro 30 x
11 Alto do Rodrigues Barrocas 200 x
Adutora - relocar
12 Angicos Rio Velho 20 x
dessalinizador
Ass. Nova
13 Apodi 25 x
Descoberta
14 Apodi Barro Vermelho 20 x
15 Apodi Bela Vista 60 x
16 Apodi Juazeiro 50 x
17 Apodi Lagoa Rasa 150 x
18 Apodi São Lourenço II 50 x
19 Apodi Santa Cruz 30 x
20 Apodi Visão Não localizado
21 Areia Branca Ponta do Mel 500 x
22 Areia Branca Redonda 150 x
23 Areia Branca São Cristovam 90
24 Areia Branca São José 70 x
25 Assu Banguê 50 x
Nova
26 Assu 200 x
Esperança
27 Assu Panon I 180 x
28 Assu Porto do Piató 110 x
Riacho e
29 Assu 65 x
Caboclo
30 Assu Simão 40 x
31 Assu Sítio Talhado
32 Baraúna Juremal I 380 x
33 Baraúna Primavera 80 x
34 Baraúna Pico Estreito 60 x
35 Baraúna Taioba 80 x
36 Baraúna Velame 93 x
37 Baraúna Santa Clara 11 x
38 Baraúna Poço Novo 130 x
39 Baraúna Veneza 40 x
40 Baraúna Juremal II 380 x
41 Baraúna Sítio Velame
42 Barcelona Poço do 50 x
162

Serrote
Adutora - relocar
43 Barcelona Riacho Fundo I 70 x
dessalinizador
44 Barcelona Sede Desativado - adutora
45 Bento Fernandes Ass. Ubais Não localizado
Passagem
46 Bento Fernandes Não localizado
Pedra
47 Boa Saúde Barrentas 70 Desativado - adutora
48 Boa Saúde Lagoa da Horta 30 x
49 Boa Saúde Xique-Xique 30 x
50 Boa Saúde Alagoinha 50 x
51 Boa Saúde Guarani 30 x
52 Boa Saúde Canto Grande 40 x
53 Boa Saúde Timbaúba 60 x
Faz. Passa
54 Bodó
Tempo Acesso não permitido
55 Bom Jesus Santa Catarina 50 x
56 Brejinho Remedio Não localizado
Conj. Santa
57 Caiçara do Norte 80 x
Rita
58 Caiçara do Norte Rua Projetada 200 x
59 Caiçara do Norte Rocas (Sede) 120 x
Lago da
60 Caiçara do Norte
Liberdade Poço desativado
61 Caiçara do Norte Pedrinhas Não localizado
Rosa dos
62 Caiçara do Norte
Ventros Não localizado
63 Caiçara do Norte Terra Santa Não localizado
64 Caicó Açudinho 100 x
65 Caicó Assent. Sabugi 70 x
Barra da
66 Caicó 100 x
Espingarda Manutenção pela SEMARH
67 Caicó Concórdia 30 x
68 Caicó Manhoso 50
69 Caicó Umbuzeiro
Talvez seja abastecido
70 Campo Grande Bom Jesus I 180 x
pela adutora
71 Campo Redondo Sede 2.093
72 Caraúbas Ass. Maravilha 40 x
73 Caraúbas Petrolina Não localizado
Carnaubas dos
74 Rajada 90
Dantas
75 Cel. Ezequiel Gurijaú Não localizado
Riacho do
76 Cel. Ezequiel
Melão Não localizado
Adutora - relocar
77 Cerro Corá Baixa Verde 190 x
dessalinizador
Varzea dos
78 Cerro Corá 20 x
Evaristos
Varzea dos
79 Cerro Corá 60 x
Felix
80 Cruzeta Pau Lagoa 90 x
81 Cruzeta Rio do Meio 14 x
82 Currais Novos Maxixe Não localizado
Negros do
83 Currais Novos 45
Riacho
163

84 Currais Novos Trangola Não localizado


85 Currais Novos Totoró Não localizado
86 Encanto Conceição 30 x
87 Encanto Várzea Alegre 50 x
88 Equador Cohab 200 x
Quintos de
89 Equador 20 x
Cima
90 Francisco Dantas Engenho 40 x
91 Francisco Dantas Jacu 60 x
92 Francisco Dantas Menino Jesus 80 x
inexistente / sistema
93 Francisco Dantas Sede
pertence a SEMARH
94 Frutuoso Gomes Candeia 80 x
Mombaça de
95 Frutuoso Gomes 100 x
Cima
96 Galinhos Ass. Pirangi 110 x
97 Galinhos Galos 210 x
98 Galinhos Sede 450 x
Gov. Dix Sept Assent. Três
99 80 x
Rosado Marias
Gov. Dix Sept
100 Lagoa do Pau 40
Rosado
Gov. Dix Sept
101 Marcolino 20 x
Rosado
Gov. Dix Sept
102 Sítio Aroeira 70 x
Rosado
Gov. Dix Sept
103 Monte Alegre 70 x
Rosado
Gov. Dix Sept
104 Ipueira 70 x
Rosado
Gov. Dix Sept
105 Sabueiro 40 x
Rosado
Gov. Dix Sept
106 Campestre
Rosado Não localizado
Gov. Dix Sept Juazeiro
107
Rosado Grande Não localizado
Gov. Dix Sept Fazenda
108
Rosado Maclina Não localizado
109 Guamaré Ass. Santa Paz 55 x
Ass. Lagoa
110 Ielmo Marinho 90 x
Nova II
111 Ielmo Marinho Alegria 50 x Desativado / roubado
112 Ielmo Marinho Boa Vista 70 x Desativado / roubado
113 Ielmo Marinho Fazenda Nova 30 x
114 Ielmo Marinho Oiticica 45 x
Serrote
115 Ielmo Marinho 70 x
Coberto Desativado / roubado
116 Ielmo Marinho Telha "A" 35 x
117 Ielmo Marinho Vila Marina 80 x
118 Ipanguaçu Baldum Não localizado
Lavanderia
119 Ipueira 450 x
Nova
120 Itau Sítio Acauã Não localizado
Sítio Angico
121 Itau
Velho Não localizado
122 Itau Sítio Areia Não localizado
164

Branca
Sítio
123 Itau
Catingueira Não localizado
124 Jaçanã Boca da Mata Não localizado
125 Jaçanã Conjunto Flores Desativado
126 Jandaíra Aroeira 500 x Não localizado
127 Jandaíra Trincheira 300 x
128 Jandaíra Ass. Guarapes 500
129 Jandaíra Tubibal 220 x
130 Japi Pedrêz 50 x
131 Japi Pedra Preta 40 x
132 Japi Queimadas Não localizado
133 Japi Serrinha Não localizado
Sítio Currais
134 Japi
Novos Não localizado
Jardim de Ass. Fazenda
135
Angicos Nova
Jardim de
136 Milha 40 x
Angicos
Jardim de
137 Serrinha
Angicos Não localizado
Alto da
138 Jardim do Seridó 40 x
Esperança
Cachoeira
139 Jardim do Seridó
Preta Não localizado
140 Jardim do Seridó Cacimba Velha Não localizado
141 Jardim do Seridó Currais Novos 115 x
142 Jardim do Seridó Sede 512 x
Sítio Currais
143 Jardim do Seridó
Novos Não localizado
144 João Câmara Amarelão Está sendo instalado
Ass. Boa
145 João Câmara
Saúde
146 João Câmara Cauaçu 20 x
Serrote de São
147 João Câmara 70 x
Bento
148 José da Penha Ema II 100 x
Riacho do
149 Jucurutu 11 x
Santana
150 Lagoa de Pedra Alto do Juá 80 x
151 Lagoa de Velhos Arapuá Desativado - adutora
152 Lagoa de Velhos Monte Alegre 30 x
153 Lagoa de Velhos Sede I Desativado - adutora
154 Lagoa de Velhos Sede II Desativado - adutora
155 Lagoa Nova Boi Sentado Acesso não permitido
Poço do
156 Lagoa Nova
Sindicato Não localizado
Poço da
157 Lagoa Nova
Maternidade Não localizado
158 Lagoa Salgada Sítio Paturi Não localizado
159 Lajes Ass. Boa Vista 130 x
160 Lajes Pintada Catolé Desativado
161 Lajes Pintada Sede Não localizado
162 Lucrécia Sede Não localizado
163 Lucrécia Tanguinos Não localizado
165

164 Lucrécia Várzea Grande Não localizado


Ass. Seb.
165 Macau 128 x
Andrade
166 Macau Moinho do Juá 53 x
Várzea
167 Macau 30 x
Cercada
Monte das
168 Macambira
Gameleiras Não localizado
Monte das
169 Sede
Gameleiras Não localizado
Monte das
170 Serra Bonita
Gameleiras Não localizado
171 Mossoró Alagoinha 200 x
172 Mossoró Arisco I 30 x
173 Mossoró Arisco II 80 x
174 Mossoró Arisco III 30 x
Baixa do
175 Mossoró 50 x
Juazeiro
Barreia
176 Mossoró 60 x
Vermelha
177 Mossoró Bom Destino 50 x
178 Mossorró Cabelo Negro Desativado - poço seco
179 Mossorró Cajazeiras 100
180 Mossorró Camurupim 60 x
181 Mossorró Chafariz 50 x
182 Mossorró Coqueiros I 150 x
183 Mossorró Coqueiros II 180 x
Corrego
184 Mossorró 100 x
Mossoró
Corrego
185 Mossoró Mossoró 100 x
Escola
186 Mossoró Curral de Baixo Desativado - adutora
187 Mossoró Ema 100 x
188 Mossoró Espinheirinho 60 x
189 Mossoró Inga 50 x
190 Mossoró Jurema 85 x
191 Mossoró Lajedo I 180 x
192 Mossoró Lajedo II 160 x
193 Mossoró Oitiçica 60 x
Olho D'água
194 Mossoró 50 x
Velho
Passagem do
195 Mossoró 40 x
Rio
196 Mossoró Pau Branco 250 x
197 Mossoró Picada I 40 x
198 Mossoró Picada II 30 x
199 Mossoró Puxa Boi 10 x
Rancho da
200 Mossoró 65 x
Caça
201 Mossoró Recreio 60 x
202 Mossoró Santana 70 x
203 Mossoró Santo Antonio 50 x
São João da
204 Mossoró 50 x
Várzea
166

205 Mossoró São Joaquim 30 x


206 Mossoró São José I 24 x
207 Mossoró São José II 75 x
208 Mossoró São Romão 50 x
209 Mossoró Senegal 20 x
210 Mossoró Serra Mossoró 100 x
211 Mossoró Tabuleiro Alto 20 x
Distrito
212 Natal
Industrial Acesso não permitido
213 Natal Não localizado
214 Nova Cruz Capim Açu Desativado
215 Nova Cruz Juriti 200 x
216 Nova Cruz Sítio Jatobá Não localizado
217 Ouro Branco Poção do Meio 30 x
218 Parazinho Ass. Alivio Não localizado
Ass. Nova
219 Parazinho
Jarusalem Não localizado
Ass. Santa
220 Parazinho
Luzia Não localizado
221 Paraú Campos Belos
222 Paraú Madeira 40 x
Boa Vista dos
223 Parelhas 30 x
Negos
224 Parelhas Cachoeira 30 x
225 Parelhas Juazeiro 145 x
Olho D'água do
226 Parelhas
Boi
Quintos de
227 Parelhas
Baixo Não localizado
Quintos do
228 Parelhas 40 x
Meio
229 Parelhas São Sebastiao 336 x
230 Parelhas Sussuarana I 47 x
Várzea do
231 Parelhas 25 x
Barro
232 Passagem São Bento 40 x
Lagoa da
233 Passagem
Esperança Não localizado
234 Pau dos Ferros Alagoinha 40 x
235 Pau dos Ferros Areias 30 x
236 Pau dos Ferros Cachorinha 30 x
237 Pau dos Ferros Extrema 30 x
Lagoa
238 Pau dos Ferros 20 x
Redonda
Perímetro
239 Pau dos Ferros 80 x
Irrigado
Ass. Boca do
240 Pedra Grande 55 x
Campo
Ass. Boca
241 Pedra Grande
Quente Não localizado
242 Pedra Grande Ass. Floresta 8 x
243 Pedra Grande Alto da Aroeira 30 x
244 Pedra Grande Barreiros 45 x
245 Pedra Grande Pov. Queimado Não localizado
246 Pedra Grande Sede 240 x
167

247 Pedra Grande Lagedo 30 x


248 Pedra Grande Quixabeira 50 x
249 Pedra Preta Ass. São Pedro Não localizado
Fazenda São
250 Pedra Preta
Pedro Não localizado
Moinho do
251 Pedra Preta 90 x
Capim
252 Pedra Preta Sede
253 Pedra Preta Ubaeira
254 Pedro Avelino São José Não localizado
Volta da
255 Pedro Avelino
Quixada Não localizado
256 Pilões Baliza 70 x
257 Poço Branco Santa Fé Não localizado
Ass. São
258 Poço Branco
Miguel Não localizado
259 Porto do Mangue Ass. Rosado Não localizado
260 Porto do Mangue Logradouro Não localizado
Ass. Meu
261 Pureza
Rancho Não localizado
262 Rafael Fernandes Maretas 50 x
263 Rafael Godeiro Cacimbinha 90 x Desativado
Potengi
264 Riachuelo
Pequeno Não localizado
265 Santa Cruz Ass. Araraú 30
266 Santa Cruz Barra do Japi 30 x
267 Santa Cruz Bom Sucesso 200 x
268 Santa Cruz Gloria 12 x
269 Santa Cruz Mangangá 20 Abandonado
270 Santa Cruz Pau de Leite 25 x
271 Santa Cruz Sede Não localizado
272 Santa Cruz Serra Branca 40 x
273 Santa Cruz Umbú 30 x
274 Santa Maria Bancos 95 x
275 Santa Maria Jurumenha 80 x
Santana do
276 São Bento
Seridó Não localizado
Santana do
277 Sede I 480 x
Seridó
Santana do
278 Sede II 150 x
Seridó
Santana do
279 Tuiuiú 80 x
Seridó
Santana do
280 Verde
Seridó Não localizado
281 Santo Antonio Capim Açu 100
282 Santo Antonio Micaela Não localizado
283 Santo Antonio Mundo Novo Não localizado
284 Santo Antonio Timbauba Não localizado
São Bento do Ass. Cajú
285 40 x
Norte Nordeste
São Bento do Ass. 25 de
286 100 x
Norte Julho
São Bento do
287 Carnauba 10 x
Norte
168

São Bento do
288 Jucuri 30 x
Norte
São Bento do Adutora - relocar
289 Juremal 16 x
Norte dessalinizador
São Bento do
290 Santa Vitória 58 x
Norte
São Bento do
291 São Miguel 110 x
Norte
São Bento do
292 Sede 170 x
Norte
São Bento do Baixa Verde de
293
Trairi Baixo Não localizado
São Bento do
294 Sede
Trairi Não localizado
São Bento do
295 Sítio Camelo
Trairi Não localizado
São Bento do
296 Sítio Remédio
Trairi Não localizado
Adutora - relocar
297 São Fernando Ramada 20
dessalinizador
São Francisco do
298 São Gonçalo 30 x Poço dentro de açude
Oeste
São G. do Hospital B.
299 3.642 x
Amarante Monte
São G. do Uruaçu
300 x
Amarante (Mártires)
São José do
301 Curralinho 40 x
Campestre
São José do Lagoa da
302 32 x
Campestre Pedra
São José do
303 Lagoa Preta
Campestre Não localizado
São José do
304 Picos 50 x
Campestre
São José do
305 Quarta Feira 40 x
Campestre
São José do
306 Santa Júlia 40 x
Campestre
São José do
307 Terra Nova 40 x
Campestre
São José do Caatinga
308 45 x
Seridó Grande
São José do
309 Sede 516
Seridó
S. Miguel do Angicos de
310 70 x
Gostoso Fora II
S. Miguel do Ass. Canto da
311 40 x
Gostoso Ilha I
S. Miguel do Ass. Canto da
312 49 x
Gostoso Ilha II
S. Miguel do Ass. Novo Adutora - relocar
313 60 x
Gostoso Horizonte dessalinizador
S. Miguel do Baixinha da
314 Não localizado
Gostoso França
S. Miguel do
315 Baixio 40 x
Gostoso
S. Miguel do
316 Jãojão
Gostoso Não localizado
317 S. Miguel do Juá Não localizado
169

Gostoso
S. Miguel do
318 Morros
Gostoso
São Paulo do
319 Mocó
Potengi
São Paulo do
320 Riacho Salgado 75 x
Potengi
São Paulo do
321 São Francisco 22 x
Potengi
Lagoa do
322 São Pedro 70 x
Canto
323 São Pedro Lagoa de Fora 50 x
Lagoa do
324 São Pedro 58
Sobrado
325 São Pedro Muquem Não localizado
326 São Pedro Sede
327 São Pedro Torres Não localizado
328 São Rafael Caraú II 40
329 São Rafael Cavalo Bravo 19 x
330 São Tomé Espinheiro
331 São Tomé Gameleira 70 x
Gameleira de
332 São Tomé 50 x
Cima
Ingá de Santa
333 São Tomé 40 x
Luzia
Pedra Preta de
334 São Tomé
Baixo Não localizado
335 São Tomé Roça 33 x
336 São Vicente Vaca Brava 28 x
Sen. Eloi de Lagoa dos Inexistente - Sistema
337
Souza Cavalos pertence a SEMARH
Sen. Eloi de Lagoa dos Inexistente - Sistema
338
Souza Novilhos pertence a SEMARH
Sen. Eloi de Lagoa de Inexistente - Sistema
339
Souza Carnauba pertence a SEMARH
Sen. Eloi de
340 São Severino
Souza
Serra Negra do
341 Alecrim 50
Norte
Serra Negra do Barra da
342 20 x
Norte Maniçoba
Serra Negra do
343 Barro Vermelho 50
Norte
Serra Negra do
344 Lagoa da Serra 60 x
Norte
Serra Negra do
345 Pintado 80
Norte
Serra Negra do
346 Saudade 30
Norte
347 Serrinha Barriguda 15 x
348 Serrinha Boa Vista 60 x
349 Serrinha Cedro x Desativado
350 Serrinha Cedro/Alazão Não localizado
351 Serrinha Pedra Branca 30 x
352 Serrinha Pendência 65 x
353 Serrinha Sítio Goes Não localizado
354 Sítio Novo Sede Não localizado
170

355 Sítio Novo Não localizado


356 Taipu Umarizeira Não localizado
357 Taipu Xinxa Não localizado
358 Tangará Araponga 100 x
359 Tangará Ass. Ronda 30 Falta ligar equipamento
Irapurú-
360 Tangará 80 x
Carnaúba
361 Tenente Ananias Vila Mata 180 x
Tenente
362 Boa Vista
Laurentino Não localizado
Tenente
363 Canafístula
Laurentino Sendo instalado - PDS
Tenente Adutora - relocar
364 Sede I 150 x
Laurentino dessalinizador
Tenente Adutora - relocar
365 Sede II 100 x
Laurentino dessalinizador
Tenente
366 Umbuzeiro Não localizado
Laurentino
Tenente
367 Umbuzeiro I 70 x
Laurentino
Tenente
368 Umbuzeiro II 215 x
Laurentino
Tenente
369 Umbuzeiro III
Laurentino Não localizado
Tenente
370 Umbuzeiro IV
Laurentino Não localizado
Tenente
371 Muniz
Laurentino Sendo instalado - PDS
Timbauba doa
372 Riacho Pedrês
Batistas Não localizado
Timbauba doa
373 Timbauba
Batistas Não localizado
Lagoa da Serra
374 Touros
Verde Não localizado
375 Umarizal Murici 60 x
376 Upanema Sabiá
377 Vera Cruz Pororoca 30 x
378 Viçosa Sede
379 Viçosa Sede I 132 x
Fonte: Semarh, 2009.
171

Anexo V

Posição Cidade IDH


Desenvolvimento humano médio
1 Natal 0,788
2 Parnamirim 0,760
3 Caicó 0,756
4 Carnaúba dos Dantas 0,742
5 São José do Seridó 0.740
6 Mossoró 0,735
7 Pau dos Ferros 0,725
8 São João do Sabugi 0.725
9 Currais Novos 0.724
10 Jardim do Seridó 0.722
11 Timbaúba dos Batistas 0.719
12 Cruzeta 0.713
13 Areia Branca 0.710
14 Parelhas 0.704
15 Ouro Branco 0,702
16 Acari 0.698
17 São Gonçalo do Amarante 0.695
18 Extremoz 0.694
19 Martins 0.694
20 Ipueira 0.691
21 Macau 0.690
22 Alto do Rodrigues 0.688
23 Angicos 0.688
24 Santana do Seridó 0.684
25 Grossos 0.683
26 Tibau 0.678
27 Assu 0.677
28 Patu 0.676
29 Itaú 0.675
30 Jardim de Piranhas 0.675
31 São José de Mipibu 0.671
32 Nísia Floresta 0.666
33 Equador 0.665
34 Macaíba 0.665
35 São Fernando 0.664
36 Serra Negra do Norte 0.663
37 Lucrécia 0.660
172

38 Florânia 0.657
39 Riachuelo 0.656
40 Lajes Pintadas 0.655
41 Santa Cruz 0.655
42 Santo Antônio 0.655
43 Tibau do Sul 0.655
44 Apodi 0.654
45 Rodolfo Fernandes 0.653
46 Viçosa 0.653
47 Rafael Fernandes 0.652
48 São Francisco do Oeste 0.652
49 Carnaubais 0.651
50 Goianinha 0.651
51 Passagem 0,648
52 Ceará-Mirim 0,646
53 Senador Georgino Avelino 0,646
54 Guamaré 0,645
55 Monte Alegre 0,645
56 Luís Gomes 0,644
57 Baía Formosa 0,643
58 São Bento do Norte 0,643
59 Pilões 0,643
60 Umarizal 0,642
61 São Paulo do Potengi 0,642
62 Taboleiro Grande 0,641
63 Almino Afonso 0,640
64 Lajes 0,640
65 São Vicente 0,639
66 Frutuoso Gomes 0,639
67 Vila Flor 0,639
68 João Câmara 0,639
69 São Rafael 0,637
70 Governador Dix-Sept Rosado 0,637
71 Alexandria 0,637
72 Rafael Godeiro 0,637
73 Serrinha dos Pintos 0,637
74 Jucurutu 0,637
75 Antônio Martins 0,636
76 Itajá 0,635
77 Portalegre 0,633
78 Felipe Guerra 0,633
173

79 Campo Redondo 0,633


80 Severiano Melo 0,632
81 Caiçara do Norte 0,631
82 Pendências 0,631
83 São José do Campestre 0,631
84 Jaçanã 0,631
85 Tangará 0,631
86 São Pedro 0,631
87 Olho-d'Água do Borges 0,630
88 Lagoa de Velhos 0,630
89 Major Sales 0,630
90 José da Penha 0,629
91 Afonso Bezerra 0,629
92 Tenente Laurentino Cruz 0,628
93 Jardim de Angicos 0,628
94 Santa Maria 0,627
95 Pedro Velho 0,626
96 Bom Jesus 0,625
97 Brejinho 0,625
98 Encanto 0,625
99 Fernando Pedroza 0,625
100 Arês 0,624
101 Riacho da Cruz 0,624
102 Pedro Avelino 0,622
103 Francisco Dantas 0,622
104 Riacho de Santana 0,621
105 Várzea 0,621
106 Lagoa Nova 0,620
107 Serra do Mel 0,619
108 Caiçara do Rio do Vento 0,618
109 Nova Cruz 0,617
110 São Bento do Trairí 0,616
111 São Miguel 0,615
112 Messias Targino 0,614
113 Caraúbas 0,614
114 São Tomé 0,613
115 Marcelino Vieira 0,613
116 Ipanguaçu 0,613
117 Barcelona 0,613
118 Galinhos 0,612
119 Paraú 0,612
174

120 Passa-e-Fica 0,611


121 Augusto Severo 0,611
122 Paraná 0,609
123 Maxaranguape 0,608
124 Vera Cruz 0,606
125 Poço Branco 0,606
126 Sítio Novo 0,605
127 Serra Caiada 0,605
128 Janduís 0,604
129 Lagoa d'Anta 0,601
130 Coronel Ezequiel 0,601
131 Baraúna 0,600
132 Serra de São Bento 0,600
133 Canguaretama 0,600
134 Doutor Severiano 0,598
135 Porto do Mangue 0,598
136 Lagoa Salgada 0,598
137 Rio do Fogo 0,598
138 Serrinha 0,598
139 Tenente Ananias 0,597
140 Januário Cicco 0,597
141 Bodó 0,595
142 Touros 0,594
143 Lagoa de Pedras 0,594
144 Santana do Matos 0,594
145 Monte das Gameleiras 0,593
146 Coronel João Pessoa 0,592
147 Cerro Corá 0,592
148 João Dias 0,590
149 Ielmo Marinho 0,590
150 Upanema 0,588
151 Senador Elói de Souza 0,588
152 Água Nova 0,588
153 Pedra Grande 0,587
154 Montanhas 0,586
155 Taipu 0,583
156 Espírito Santo 0,581
157 Ruy Barbosa 0,579
158 Bento Fernandes 0,579
159 Triunfo Potiguar 0,578
160 Pureza 0,577
175

161 Pedra Preta 0,576


162 Jandaíra 0,571
163 Japi 0,570
164 Parazinho 0,564
165 São Miguel do Gostoso 0,558
166 Venha-Ver 0,544

Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_munic%C3%ADpios_do_estado_do_Rio_Grande_do_Nort
e_por_IDH
176

Anexo VI

Ranking do IDH dos Estados em 2005

Fonte: PNUD/Fundação João Pinheiro, Brasília, 15/09/2008, Disponível em:


http://www.pnud.org.br/pobreza_desigualdade/reportagens/index.php?id01=3039&lay=pde
177

Anexo VII
178
179
180
181
182
183
184
185
186
187
188
189
190
191

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