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Práticas e modelos A.A.

das BE

Tarefa 2: Análise Crítica ao Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares

A sociedade do século XXI coloca novos desafios à escola, relacionados com o


novo paradigma digital, implicando que os jovens dominem um conjunto de novas
competências, para as quais a escola e as BE/CRE terão que dar resposta, como afirma
Elsa Conde “ a escola não pode, por isso, permitir-se perpetuar modos de ensino e
aprendizagem magistrais que formam para ler de forma acrítica” (in Modelo de auto-
avaliação da BE).

O Modelo de Auto-Avaliação constitui, assim, um instrumento pedagógico eficaz,


para delinear o plano de acção, que as Bibliotecas Escolares devem seguir, com vista à
melhoria dos seus desempenhos. Este modelo apresenta um quadro referencial que
permite orientar as escolas, através de factores críticos de sucesso para áreas nucleares
do funcionamento e sucesso da BE. Este é um processo que não constitui um fim em si
mesmo, devendo ser entendido como um processo que deverá conduzir à reflexão e a
mudanças concretas na prática. Há que adaptar este procedimento ao contexto de cada
escola/agrupamento e ter em conta as diferentes estruturas pedagógicas. Assim, o
modelo de auto-avaliação é perspectivado como uma estratégia que promove o
desenvolvimento da BE, cujo objectivo é identificar áreas de maior ou menor sucesso e
consequentemente reforçar ou modificar as práticas existentes. Conforme o exposto, a
auto-avaliação não é uma ameaça, pelo contrário, pode ser uma grande oportunidade,
um instrumento de regulação e de melhoria.

«…teachers and library media specialists must constantly monitor and adjust
their work in the light of their increased knowledge of the nature of their learners and
the learning. This design cycle of construction, analysis, and adjustment is grounded in
the essential question: How do I know if what I did today worked?»

Zmuda ,Allison et al., Reframing the library media specialist as a learning


specialist in School Library Media

São muitos os estudos que sublinham a importância da Biblioteca Escolar para o


sucesso educativo dos alunos e para o desenvolvimento das literacias imprescindíveis na
actualidade o que reforça a necessidade de auto-avaliar para:

• aferir a eficácia dos serviços da BE;

Trabalho elaborado por Elsa Pinto


Práticas e modelos A.A. das BE

• aferir o impacto nas aprendizagens e competências dos utilizadores;

• identificar pontos fortes (boas práticas com bons resultados) e pontos fracos (a
requerer intervenção e mudança concreta de práticas);

• planear o trabalho da BE com base em evidências;

• melhorar os serviços da BE.

Na sociedade da informação, por excelência, a BE assume, de forma clara, um papel


formativo fundamental no desenvolvimento curricular e nas aprendizagens dos jovens.
O aluno é encarado, neste âmbito, como um sujeito activo que participa na construção
do próprio conhecimento. A BE, neste caso em particular, é um dos instrumentos mais
eficazes para lidar com os desafios que as TIC colocam às atitudes, hábitos e comportamentos
dos enraizados nos alunos, muitas vezes passivos e mecânicos.

No que concerne à Organização estrutural e funcional. Adequação e


constrangimento, o Modelo de Auto-Avaliação estrutura-se em quatro domínios
considerados fundamentais ao desenvolvimento e qualidade da BE.

• Domínio A: Apoio ao Desenvolvimento Curricular

• A.1 Articulação curricular da BE com as estruturas de coordenação educativa e


supervisão pedagógica dos docentes

• A.2. Promoção das Literacias da Informação, Tecnológica e Digital

• Domínio B: Leitura e Literacias

• Domínio C: Projectos, Parcerias e Actividades Livres e de Abertura à


Comunidade

• C.1. Apoio a actividades livres, extra-curriculares e de enriquecimento curricular

• C.2. Projectos e parcerias

Domínio D: Gestão da Biblioteca Escolar

• D.1. Articulação da BE com a Escola/ Agrupamento. Acesso e serviços


prestados pela BE

Trabalho elaborado por Elsa Pinto


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• D.2. Condições humanas e materiais para a prestação dos serviços

• D.3. Gestão da colecção/da informação

Cada domínio/subdomínio é apresentado num quadro que inclui um conjunto de


indicadores temáticos que se concretizam em diversos factores críticos de sucesso; para
cada indicador são apontados possíveis instrumentos de recolha de evidências. São
igualmente sugeridas acções de melhoria que poderão ser implementadas se os
resultados da avaliação feita assim o aconselhar. Estas características fazem deste
modelo um facilitador à reflexão aprofundada baseada da realidade da BE e em
evidências, o que conduz a uma progressiva adequação aos/dos documentos
estruturantes da escola. Porém, é igualmente pertinente, referir alguns dos
constrangimentos inerentes à aplicação do modelo:

- O papel da BE, que ainda não foi reconhecido pela escola como parte
fundamental no processo ensino-aprendizagem;

-Dificuldade em trabalhar os dados recolhidos;

- Ausência de práticas de avaliação baseada em evidências;

- Dificuldades em sensibilizar a comunidade escolar para a colaboração neste


processo;

- A aplicação do modelo, envolve alguma burocracia e ocupará muito do nosso


tempo de trabalho na biblioteca;

O PB desempenha um papel essencial no que respeita à Integração/aplicação à


realidade da escola, o modelo tem que ser assumido por todos e deve ser apresentado às
estruturas pedagógicas da escola ou agrupamento. Cabe a cada um de nós, PB, formar e
informar a equipa e os restantes intervenientes no processo, sempre em diálogo aberto
com o órgão de gestão. No fundo, promover uma gestão de mudança, procurando a
adaptação e flexibilização da BE de acordo com a missão, metas e objectivos da Escola.

É necessário que o BE invista na melhoria das suas práticas e, para tal, tem de
conhecer os resultados da sua acção e tomar decisões baseadas em evidências,
contribuindo para tal é fundamental o domínio de determinadas competências por parte
do professor bibliotecário, a saber:

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- O PB deve assumir um papel de liderança, não impor mas saber ouvir os outros
respeitando opiniões, promovendo, assim, um trabalho de cooperação entre os
docentes/BE;

- Desenvolver uma atitude positiva face aos imprevistos, motivando a


colaboração da comunidade educativa e o trabalho em equipa.

- Ter capacidade de coordenação dos recursos humanos disponíveis;

- O PB deve ser competente na pesquisa e tratamento da informação e nas TIC,


tal como constata Michael B. Eisenberg e Danielle H. Miller no texto «School Library
Journal.

Assim, após esta breve reflexão, tenho consciência que devemos encarar a auto-
avaliação não como uma ameaça, pelo contrário como uma grande oportunidade para
aferir e melhorar a eficácia dos serviços proporcionados pela BE; não como um fim em
si mesma, mas como devendo um processo que deverá conduzir à reflexão e a
mudanças concretas na prática, por forma a promover o sucesso educativo dos alunos e
o domínio de literacias fundamentais na sociedade actual.

Trabalho elaborado por Elsa Pinto

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