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Plano de Avaliação da Biblioteca Escolar Nuno de

Montemor

Agrupamento de Escolas de S. Miguel – Guarda

Introdução

É fundamental que toda a Comunidade Educativa perceba que o papel da


BE é, essencialmente, de contribuir para uma melhor aprendizagem dos
seus alunos, o que se vai traduzir no sucesso educativo das escolas que
apoia.

No caso concreto da BE que coordeno, que abrange todas as crianças do


pré-escolar e 1º ciclo do Agrupamento de Escolas de S. Miguel, num total de
vinte e seis estabelecimentos de ensino, é sua missão apoiar a
concretização das metas propostas no Plano Anual de Actividades e nos
projectos a desenvolver ao longo do ano lectivo: “Miúdos e Graúdos na BE”,
“O Comboio dos Livros” e “ Ler+ para crescer…”. Todos eles direccionados
para a promoção da leitura e aquisição de competências leitoras do seu
público-alvo.

Para além destes, a BE presta apoio diário a alunos e docentes, no que


concerne a sugestões de apoio ao currículo e empenha-se na criação de
condições para que as aulas sejam ministradas de forma motivadora e
aliciante, nomeadamente com o recurso ao quadro interactivo que apenas
existe na BE.

É evidente que não descura as visitas de escritores e ilustradores, que na


minha opinião, tanto contribuem para aguçar o apetite para a leitura.

A BE Nuno de Montemor trabalha em conjunto com a BE da Escola EB2/3 de


S. Miguel (sede de Agrupamento) e com outras BE pertencentes a outro
Agrupamento da cidade. Para além destas desenvolve um trabalho árduo
com a Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço e conta com a colaboração da
Câmara Municipal da Guarda e do Museu. Tenho o privilégio de estar
integrada num grupo dinâmico e com objectivos comuns: promover a
leitura, apoiar as aprendizagens de crianças e jovens e alargar os seus
horizontes para que atinjam o tão desejado sucesso educativo.
Avaliar para quê?

Quando falo em avaliar os serviços prestados pela BE, bem como a sua
importância na obtenção de bons resultados, pretendo esclarecer os
colegas e restante comunidade que temos que ir mais além de inputs,
processos e outputs. Estes são importantes, mas não isoladamente, é
através deles que podemos chegar ao mais importante: os outcomes, que
não são mais do que os impactos, as marcas que a BE consegue deixar nos
seus utilizadores, traduzido na tão ambicionada mudança de conhecimento,
competências, atitudes, valores, níveis de sucesso, bem-estar, inclusão…

A auto-avaliação das BE do Agrupamento de Escolas de S. Miguel, com o


empenho e esforço das suas professoras bibliotecárias, pretende fazer parte
integrante e essencial da avaliação interna da escola/agrupamento. Quando
falo em esforço refiro-me concretamente à necessidade de nos entrosarmos
com o modelo de auto-avaliação utilizado pela escola/agrupamento.

Começa-se agora a perceber (direcção e docentes) que a BE não é um


espaço à parte, a BE é um pilar fundamental de sustentação do sucesso da
escola. Esta constatação é visível pela partilha de objectivos anuais que
constam no Plano de Actividades. A BE serve de estratégia para a
concretização de uma grande parte deles.

Assim, quando se fizer a auto-avaliação da escola, está implícita a auto-


avaliação da BE e se verificarmos que existem objectivos que não se
concretizaram da melhor forma, significa que é necessário fazer ajustes ou
mesmo reestruturar o que falhou.

Este é o grande papel do Modelo de Auto-Avaliação da BE: utilizar os


resultados para a melhoria continua. Mas, como todos sabemos, avaliar não
é uma missão fácil, daí o MABE se encontrar organizado em quatro domínios
e respectivos subdomínios ajustados a determinadas actividades, serviços
ou programas, permitindo a realização de um estudo longitudinal com vista
à melhoria do desenvolvimento de boas práticas.

É neste sentido que eu me proponho a avaliar o Domínio B, uma vez que


este ano lectivo a BE que coordeno está, pela primeira vez, a trabalhar
directa e intensamente aspectos da leitura e literacia, com todas as escolas
de 1º Ciclo e Jardins-de-Infância do Agrupamento, sendo que, apenas uma
tem o espaço físico.

O principal desafio desta tarefa reside na avaliação dos impactos. Surge

assim a necessidade de estruturar um Plano de Avaliação:

1. Avaliação diagnóstica
Em anos anteriores as BE do Agrupamento de Escolas de S. Miguel estavam
mais direccionadas para o trabalho colaborativo com a escola onde se
encontravam inseridas. Este ano e após termos constatado esse ponto
fraco, todas as actividades foram pensadas na perspectiva da totalidade das
escolas, onde há muito para fazer no respeitante à promoção da leitura e da
literacia.

2. Identificação do objecto de avaliação


A identificação da situação referida no ponto anterior permite à equipa da
BE constatar que o trabalho de auto-avaliação deve começar pelo Domínio
B.
Podemos então partir para a definição de instrumentos de avaliação, não
sem antes analisarmos em profundidade o conteúdo inerente ao domínio
em causa. Assim, a BE tem como missão:
a) Disponibilizar uma colecção variada tendo em conta os interesses e
necessidades dos utilizadores;
b) Promover acções formativas que ajudem a desenvolver competências
na área da leitura;
c) Incentivar o empréstimo domiciliário;
d) Promover acções com vista à implementação do PNL;
e) Desenvolver sistematicamente acções no âmbito da promoção da
leitura;
f) Promover encontros com escritores e outros eventos culturais;
g) Incentivar a leitura em ambientes digitais;
h) Apoiar os alunos nas suas escolhas e conhecer as novidades
literárias;
i) Favorecer a existência de ambientes de leitura;
j) Promover a articulação da leitura com os diversos departamentos, BM
e outras instituições;
k) Envolver a família em projectos ou actividades na área da leitura.

3. Tipo de avaliação
Tendo em conta a diversidade dos factores críticos de sucesso que este
domínio integra, é necessário optar por instrumentos de avaliação
diversificados capazes de descortinar a sua maioria.
Após a aplicação destas directrizes do MABE será mais fácil passar a
mensagem de que ele pode ajudar a melhorar a BE e os serviços que ela
presta.

4. Métodos e instrumentos a utilizar


Para avaliar os factores de sucesso mencionados no ponto 2 serão utilizados
os seguintes instrumentos de avaliação de forma a abranger 20% dos
professores e 10% dos alunos:
• Estatísticas de requisição;
• Estatísticas de utilização informal da BE;
• Estatísticas de utilização da BE para actividades de leitura articulada
com outros docentes;
• Registos de actividades/projectos;
• Questionário aos docentes (QD2);
• Questionário aos alunos(QA2);
• Questionário aos pais/EE (QEE1);
• Observação da utilização da BE(O3,O4);

5. Intervenientes
A implementação do processo de auto-avaliação do serviço da BE será da
responsabilidade do professor bibliotecário. O primeiro passo a dar é
consultar o órgão de gestão, envolvendo-o em todo o processo, como forma
de facilitar a formalização dos procedimentos e a aceitação do mesmo pela
comunidade educativa.
Seguidamente os esforços devem centrar-se nos utilizadores directos da BE:
alunos, professores, assistentes operacionais, encarregados de educação e
outros parceiros envolvidos.
6. Calendarização / planificação das tarefas necessárias
Estamos perante um processo de avaliação algo complicado e de grande
exigência, tendo em conta as limitações temporais. Assim, estando previsto
o seu início em Janeiro, passo a apresentar a calendarização que me parece
mais viável:

 Apresentação do modelo ao Conselho Pedagógico


 Reunião de trabalho com o Director do Agrupamento
para apresentação deste plano de avaliação da BE
Janeiro de 2010
 Trabalho com a equipa para identificação dos itens a
trabalhar no domínio B e respectivos instrumentos
de avaliação a utilizar;
Fevereiro de 2010  Recolha de evidências através dos diferentes
instrumentos previstos neste plano
 Análise dos resultados e preparação de algumas
Março de 2010
medidas de melhoria
 Recolha de novas evidências através dos diferentes
Maio de 2010
instrumentos previstos neste plano
Junho de 2010  Aferição do perfil de desempenho
 Elaboração e apresentação do relatório final com o
registo de auto-avaliação ao Conselho Pedagógico
Julho de 2010  Elaboração e apresentação de um plano de
melhorias
mediante os resultados obtidos
 Elaboração de um plano anual de actividades que
Setembro de
reflicta o plano de melhorias apresentado no final do
2010
ano lectivo anterior

7. Análise e comunicação dos resultados


Finda a aplicação do processo é também importante relatar os resultados da
avaliação, comunicando a identificação das acções de melhoria dos pontos
fracos identificados, com vista a obter o apoio da escola a essas acções.
Para este fim existe o relatório Final de Avaliação da BE, que não é mais do
que um instrumento de descrição e análise dos resultados da Auto-
Avaliação, de identificação do conjunto de acções a ter em conta no
planeamento futuro e de difusão desses resultados e acções junto dos
órgãos de gestão e de decisão pedagógica.

O Relatório deve integrar o Relatório Anual de Actividades da


Escola/Agrupamento, originar uma súmula a incorporar no Relatório de
Auto-Avaliação da Escola/Agrupamento, sempre que esta tiver lugar, e
orientar o coordenador da BE na possível entrevista a realizar pela
Inspecção-Geral de Educação no âmbito da avaliação externa.

O Relatório deve, portanto, dar uma visão holística do funcionamento da


biblioteca escolar, incluindo a informação mais detalhada e fundamentada
sobre a aplicação do modelo de auto-avaliação no Domínio seleccionado, e
a informação disponível sobre os restantes Domínios que, não tendo sido
avaliados por esse processo, não deixaram de ser trabalhados durante o
ano pelas BEs. (in Texto da Sessão)

8. Limitações
Sem dúvida que a principal limitação se prende com a escassez de tempo
para a sua implementação.
Para além desta, surge também a adaptação de toda a equipa ao MABE e ao
acréscimo de trabalho que isso implica.

A falta de recursos financeiros para apoiar a plena concretização do Modelo,


uma vez que a grande parte dos professores não preenche os questionários
on-line, sendo por isso necessário recorrer a fotocópias.

9. Levantamento de necessidades
Para a implementação de um modelo de auto-avaliação com estas
características é necessário mobilizar recursos. São de destacar os recursos
pertencentes aos domínios apontados no texto de apoio:
a) recursos humanos: elementos da equipa da BE, professores
colaboradores e assistentes operacionais;
b) recursos financeiros: apenas os necessários para custear os recursos
materiais requeridos pelo processo;
c) recursos materiais: papel, material informático, tinteiros, toners…
Conclusão
Todo este esforço será compensado quando se conseguir demonstrar junto
dos professores, o contributo da BE para a aprendizagem e os resultados
escolares, mostrando-lhes as suas potencialidades e a forma como podem
utilizá-la melhor nas suas actividades de planeamento das aulas e de
ensino. (in Texto da Sessão)

Bibliografia:

MCNAMARA, Carter, Basic Guide to Program Evaluation [em linha]. MBA,


PhD, Authenticity Consulting, LLC. Copyright 1997-2008. [Consult. 27
Nov. 2009]. Disponível em
http://managementhelp.org/evaluatn/fnl_eval.htm.

RBE, Modelo de auto-avaliação da biblioteca escolar [em linha]. Rede de


Bibliotecas Escolares, 2009. [Consult. 25, Nov. 2009]. Disponível em
http://forumbibliotecas.rbe.min-edu.pt/mod/resource/view.php?
id=10375.

RBE, Bibliotecas Escolares: Modelo de Auto-Avaliação (Instrumentos de


Recolha de Dados) [em linha]. Rede de Bibliotecas Escolares, 2008.
[Consult. 25, Nov. 2009]. Disponível em http://forumbibliotecas.rbe.min-
edu.pt/course/view.php?id=95.

RBE, O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares:


metodologias de operacionalização [em linha]. Rede de Bibliotecas
Escolares, 2009. [Consult. 25, Nov. 2009]. Disponível em
http://forumbibliotecas.rbe.min-edu.pt/course/view.php?id=95.

A Formanda,

Mónica Cristina Pinto Martins

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