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Modelo de Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares- Metodologias de Operacionalização

Domínio B- Leitura e Literacia


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O Modelo de Auto-Avaliação das


Bibliotecas Escolares:

Metodologias de Operacionalização
(Parte I)

PLANO DE AVALIAÇÃO

Domínio B - Leitura e Literacia

Plano de Avaliação da BE Pedro da Fonseca


Agrupamento de Escolas de Proença-a-Nova

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Modelo de Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares- Metodologias de Operacionalização
Domínio B- Leitura e Literacia
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(...) ser capaz de ler não define a literacia no complexo mundo de hoje. O conceito de literacia inclui a
literacia informática, a literacia do consumidor, a literacia da informação e a literacia visual. Por
outras palavras, os adultos letrados devem ser capazes de obter e perceber a
informação em diferentes suportes. Além do mais, compreender é a chave. Literacia significa ser capaz
de perceber bem ideias novas para as usar quando necessárias. Literacia significa saber como
aprender".
STRIPLING, Barbara , in CTAP Information Literacy Guidelines K-12, 1992

1 - Considerações Prévias

A Biblioteca Escolar Pedro da Fonseca, da Escola Básica e Secundária do Agrupamento de Escolas de


Proença-a-Nova, localiza-se na escola sede do Agrupamento, assegurando um serviço de bibliotecaa esta
mesma escola, que inclui turmas de 2º e 3º ciclos do ensino básico, cursos do ensino secundário (Científico-
Humanísticos, Profissionais) e curso de Educação e Formação (ao nível do 3º ciclo). A Professora
Bibliotecária desloca-se amiúde às escolas do 1.º Ciclo (desprovidas de BE e deslocadas fisicamente da
escola sede), dinamizando sessões de leitura, e encarrega-se da gestão da BE de uma escola do 1º ciclo. A
partir do próximo ano, terá ainda a seu cargo a BE do Centro Educativo de Proença-a-Nova (JI e 1º ciclo).
Contudo, o processo de auto-avaliação vai incidir sobre o trabalho desenvolvido na Escola Básica e
Secundária, incluindo os alunos do 4º ano do 1º ciclo por dela constarem no presente ano lectivo, por motivo
de obras de remodelação/construção do Centro Educativo.

O Modelo de Avaliação da BE, proposto pela Rede de Bibliotecas Escolares (RBE), integra quatro domínios:
A - Apoio ao Desenvolvimento Curricular; B- Leitura
e Literacia; C- Projectos, Parcerias e Actividades Livres e de Abertura à
Comunidade; D - Gestão da Biblioteca Escolar.
Este Plano de Avaliação cinge-se ao Domínio B. A necessidade de articular a acção da BE com os
restantes agentes educativos é uma preocupação constante da equipa, e sendo a ausência de hábitos de leitura
e as dificuldades na selecção e processamento da informação dificuldades diagnosticadas pelos docentes,

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apontam para a consideração deste domínio como prioritário na acção da BE. O próprio Projecto Educativo
nos incita a esta decisão, ao apontar como objectivos:
- Promover uma cultura de qualidade/excelência no processo de ensino-aprendizagem, ao nível dos
processos e resultados escolares;
- Promover aprendizagens sólidas e conscientes e preparar os jovens para a construção do seu projecto
de vida;
- Contribuir para a construção de cidadãos activos, intervenientes, críticos e reflexivos.

Tal como é citado no Texto da Sessão, [Libraries] They do not manage value. They manage processes
and activities and they make decisions that might lead to production of value to the users of the library
and to the parent organization (Cram, 1999, in Texto da Sessão).

A leitura de Basic Guide to Program Evaluation, escrito por Carter McNamara, reforça tudo o que subjaz ao
processo de auto-avaliação das BE: Ensure your evaluation plan is documented so you can regularly and
efficiently carry out your evaluation activities. Record enough information in the plan so that someone
outside of the organization can understand what you're evaluating and how.

1.1 Selecção do Domínio

Domínio Seleccionado B – Leitura e Literacia

Fundamentação

Seleccionamos o Domínio B para elaborar este trabalho pelas razões que a seguir
se indicam:
1 – Está provado que as crianças e jovens que nutrem prazer pela leitura obtêm
melhores resultados escolares e, por isso, a promoção da leitura tem sido uma das áreas
de maior enfoque na Escola Básica e Secundária Pedro da Fonseca.
Formatada: Esquerda
2 –A escola continua envolvida em acções do Plano Nacional de Leitura;
3 – Parece ser opinião generalizada que a BE tem desenvolvido um bom trabalho nesta
área, mas esta ideia carece de sustentabilidade, a qual poderá (ou não) advir de uma
auto-avaliação estruturada que pretenderá aferir o impacto da BE no sucesso educativo.

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2. Problema/Diagnóstico

É reconhecido o envolvimento da BE em vários projectos e diferentes actividades de


promoção da leitura. Mas que impacto tem tido nas atitudes e competências leitoras dos
alunos? Qual é o seu efectivo contributo para a aprendizagem e para o sucesso
educativo das crianças e jovens?

3. Objecto da Avaliação

B1 – Trabalho da BE ao serviço da promoção da


Indicador de Processo
leitura

B3 – O impacto do trabalho da BE nas atitudes e


Indicador de Impacto competências dos alunos, no âmbito da Leitura e das
Literacias

4. Tipo de Avaliação de Medida a Empreender

O plano tem por base uma avaliação de carácter quantitativo e qualitativo.


Avaliação quantitativa - tem por base a avaliação dos inputs, dos processos e dos
outputs- número de: empréstimos domiciliários e para sala de aula, visitas à BE,
reuniões com os docentes e Direcção; actividades de promoção da leitura realizadas,
percentagem de turmas e docentes envolvidos nessas actividades e utilização dos
serviços da BE e equipamentos.
Avaliação qualitativa – medir os “outcomes” – conhecer o benefício para os
utilizadores da sua com a BE, aferindo o impacto do trabalho da BE nas competências
dos alunos no âmbito da leitura e das literacias, “traduzido numa mudança de
conhecimento, competências, atitudes, níveis de sucesso...”

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5. Etapas do processo de Auto-Avaliação da BE

Etapas Intervenientes Calendarização

Equipa da BE Novembro / 2009


Avaliação diagnóstica, elaboração do
perfil da BE e selecção do domínio a
avaliar
Formatada: Espaçamento
entre linhas: 1,5 linhas
Professora
Divulgação do processo de auto-avaliação
bibliotecária
da BE junto da Direcção do Agrupamento
Direcção do Novembro / 2009
e do Conselho Pedagógico.
Agrupamento
Envolvimento destes órgãos na selecção
Conselho
do domínio a avaliar
Pedagógico
Formatada: Espaçamento
entre linhas: 1,5 linhas
Equipa da BE
Preparação dos instrumentos Dezembro-Janeiro /
2009-2010

Equipa da BE
Alunos Fevereiro / 2010
Recolha de Evidências
Professores (1º momento)
Enc. Educação
Abril-Maio / 2010
(2º momento)

Equipa da BE Fevereiro /2010


Análise e tratamento dos dados recolhidos
a
(incluindo a avaliação diacrónica dos Junho / 2010
resultados dos alunos)

Equipa da BE Julho / 2010


Análise dos resultados: definição do nível
de desempenho da BE

Professora Julho / 2010


Elaboração do relatório de auto-avaliação
bibliotecária
Professora

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Divulgação do relatório de auto-avaliação bibliotecária
junto da Direcção do Agrupamento e do
Direcção do
Conselho Pedagógico; Agrupamento Julho / 2010
Discussão/definição de acções para plano
Conselho
de melhoria Pedagógico

Equipa BE Julho-Setembro /
Elaboração de um Plano de Melhoria da
2010
BE (tendo por base os pontos fracos
identificados e as sugestões do Conselho
Pedagógico).
Professora
bibliotecária Setembro / 2010
Apresentação/ Aprovação do Plano de
Melhoria da BE. Conselho
Pedagógico

6. Métodos e Instrumentos a utilizar

O objectivo último será sempre o de conseguir alcançar um estudo comparativo.


Daí a imprescindibilidade de utilização de uma panóplia o mais variada possível de instrumentos.
Durante o ano lectivo serão realizados os seguintes registos:
- Registo de reuniões/contactos – docentes / outras entidades;
- Registo Actividades/Projectos desenvolvidos no âmbito da animação e promoção da leitura;
- Registo dos dados do empréstimo domiciliário;
- Registo de utilização da BE para as actividades de:
. Promoção da leitura programada pela BE;
. Promoção da leitura (programada pelos professores) com utilização da BE.

A avaliação de cada indicador ganha em fazer uso de instrumentos diversificados, os quais permitem, ao
serem cruzados, obter uma informação mais consistente e fiável.

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It helps to have a “devil´s advocate” during tis phase of identifying indicators, i.e., someone who
can question why you can assume that an outcome was reached because certain associated indicators
were present.
Basic Guide to Program Evaluation

Análise Documental

• Projecto Educativo;
• Plano Anual de Actividades;
• Regulamento Interno;
• Plano de Acção da BE;
• Plano Anual de Actividades da BE;
• Projectos Curriculares de Turma;
• Actas;
• Documentação produzida pela BE;
• Levantamentos fotográficos;
• Artigos de imprensa;
• Trabalhos de alunos;
Formatada: Espaçamento
… entre linhas: 1,5 linhas

Instrumentos para recolha de dados

B1
- Estatísticas de requisição domiciliária;
- Estatísticas de utilização da BE para actividades de
leitura/literacia;
- Análise do trabalho dos alunos;
- Questionário aos docentes (QD2);
- Questionário aos alunos (QA2);

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- Grelhas de observação da utilização da BE (O3 e O4).

B3
- Estatísticas de requisição domiciliária;
- Estatísticas de utilização da BE para actividades de
leitura/literacia;
- Análise do trabalho dos alunos;
- Questionário aos docentes (QD2);
- Questionário aos alunos (QA2);
- Grelhas de observação da utilização da BE (O3 e O4).

Nota: as amostras percentuais serão as definidas no modelo de auto-


avaliação.
Os dados recolhidos serão objecto de tratamento sob a forma de
gráfico e em grelhas de sistematização da informação.

7. Intervenientes

 Professor bibliotecário e equipa da BE (implementação do processo; análise e


interpretação de resultados, elaboração de conclusões e divulgação dos dados).
 Direcção do Agrupamento (acompanhamento do processo).
 Conselho Pedagógico (divulgação do modelo, discussão/aprovação do relatório de
auto-avaliação; delineamento do plano de melhoria).
 Professores (resposta a questionários, cedência de materiais, actividades de
observação).
 Alunos (resposta a questionários, cedência de materiais, actividades de observação).
 Pais/Encarregados de Educação (resposta a questionários sobre a utilização da BE
pelos seus educandos e participação em actividades de promoção de hábitos de leitura).
 Biblioteca Municipal (Análise e interpretação de dados e elaboração de conclusões –
“Critical friend”)

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8. Indicadores em avaliação

INDICADOR: B1 – Trabalho da BE ao serviço da promoção da leitura

Factores críticos de sucesso Recolha de Evidências/


Instrumentos

Formatada: Esquerda
 A BE disponibiliza uma colecção variada e - Estatísticas de requisição e uso
adequada aos gostos e interesses de informação de recursos relacionados com a
dos utilizadores. leitura;
- Estatísticas de utilização
 A BE identifica novos públicos (CEF, Cursos informal da BE;
Profissionais) e adequa a colecção e as práticas às - Estatísticas de utilização da BE
necessidades desses públicos. para actividades de leitura
programada/articulada com
 A BE incentiva o empréstimo domiciliário. outros docentes;
- Estatísticas de utilização da BE
 A BE está informada relativamente às linhas de por grupo/turma;
orientação e actividades propostas pelo PNL e - Estatísticas de utilização
desenvolve as acções implicadas na sua individual da BE;
implementação. - Actas de reuniões;
- Memorandos/sínteses
 A BE desenvolve, de forma sistemática, produzidos pela BE;
actividades no âmbito da promoção da leitura. - Registos de actividades;
- Documentação variada relativa
 A BE promove encontros com escritores ou a actividades desenvolvidas;
outros eventos culturais que aproximem os alunos - Levantamento de participações;
dos livros e incentivem o gosto pela leitura. - Reportagens fotográficas;
- Questionários aos docentes
 A BE envolve, regularmente, a comunidade em (QD2);
actividades de promoção da leitura, convidando-a - Questionários aos alunos
a associar-se ao prazer de ler. (QA2);

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- Questionários aos
 A BE incentiva a leitura em ambientes digitais. Pais/Encarregados de Educação
(QEE1).

 A BE apoia os alunos nas suas escolhas e


conhece as novidades literárias e de divulgação
que melhor se adequam aos seus gostos.

 A BE incentiva a leitura informativa, articulando


com os departamentos curriculares no
desenvolvimento de actividades de ensino e
aprendizagem ou em projectos e acções que
incentivem a leitura.

9. Recolha e Tratamento da Informação

Actividade Calendarização

Formatada: Esquerda
Definição da equipa responsável pela recolha e Dezembro 2009
tratamento de dados; selecção da amostra

Formatada: Esquerda
Elaboração de instrumentos para recolha e tratamento Dezembro/Janeiro 2009/2010
de dados
Fevereiro 2010
Formatada: Espaçamento
Recolha de evidências a entre linhas: 1,5 linhas
Maio 2010
Fevereiro 2010
Formatada: Espaçamento
Tratamento de dados a entre linhas: 1,5 linhas
Junho 2010

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10. Formas de divulgação dos resultados

 Apresentação/Discussão em Conselho Pedagógico;


 Produção de uma síntese para inclusão no relatório de auto-avaliação da Escola;
 Divulgação na Página Web do Agrupamento e no Blogue da BE (a criar);
 Discussão no Grupo de Trabalho Interconcelhio das Bibliotecas Escolares.

Nota: Após a recolha e o tratamento dos dados, proceder-se-á à elaboração do relatório


de auto-avaliação, preenchendo-se o quadro-síntese do modelo de Relatório de Auto –
Avaliação que deve apresentar uma visão holística do funcionamento da Biblioteca
Escolar, incluindo informação detalhada sobre a aplicação do modelo no Domínio
seleccionado e a informação disponível sobre os outros domínios, que não sendo
objecto de avaliação, foram trabalhados pela BE. Dele devem também constar o
perfil/nível de desempenho da BE no domínio avaliado e as acções de melhoria a
implementar, numa perspectiva de melhoria estratégica, promovendo a mudança de
práticas de trabalho e o potenciar das suas mais-valias ao serviço do processo de ensino
aprendizagem. Este relatório será apresentado em reunião de Conselho Pedagógico e
integrará o Relatório de Avaliação do Desempenho da Escola.

11. Constrangimentos

 Limitações de tempo para a implementação do processo;


 Escassez de recursos humanos para um melhor tratamento de dados;
 Desconhecimento do Modelo de Auto-Avaliação da BE por parte da comunidade
educativa e fraca valorização dos benefícios da implementação do processo
demonstrada pela Direcção;
 Pouco rigor nas respostas dadas aos questionários;
Formatada: Esquerda
 Alguma insegurança da professora bibliotecária na relação com o processo
(dificuldade em quantificar o impacto);
 Dificuldade de conciliar a auto-avaliação de um domínio e o desenvolvimento

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cuidado de trabalho nos outros domínios;
 Práticas de auto-avaliação ainda incipientes.

Formatada: Esquerda
It’s better to do what might turn out to be an average effort at evaluation than to do
Formatada: Tipo de letra:
no evaluation at all. Itálico, Cor do tipo de letra:
Roxo, Português (Portugal)
Basic Guide to Program Evaluatio

BIBLIOGRAFIA

Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares, Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares, Novembro
de 2009.
MCNAMARA, Carter. Basic Guide to Program Evaluation, 1997-2008.
Adapted from the Field Guide to Nonprofit Program Design, Marketing and Evaluation, [em linha],
disponível na Plataforma Moodle da RBE.
Texto da sessão: O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de
operacionalização I
STRIPLING, Barbara, in CTAP Information Literacy Guidelines K-12, 1992.

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