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Um Laboratório de Educação a Distância com acessibilidade

A inclusão social de deficientes visuais

Fátima Azeredo Melca


Coordenadora do Laboratório de Educação à Distância
do Instituto Benjamin Constant
Mestre em Educação pela UFRJ
fatimamelca@ibc.gov.br

Marlene Montezi Blois


Consultora da Unicarioca/Univir
Doutora em comunicação Social- Tv e Rádio

Resumo: A sociedade brasileira é composta pela diversidade étnica e cultural de diferentes grupos com
desigualdades no acesso a bens econômicos e culturais, em que os determinantes de classe social, raça e
gênero atuam de forma marcante. Entre os excluídos, estudos chamam a atenção para a parcela da
sociedade constituída por pessoas com necessidades especiais. A Educação a Distância (EAD) vem se
traduzindo como uma tendência de aprendizado eficiente na dinâmica atual de negócios, marcada pela
busca por conhecimento aplicado e ao mesmo tempo pela necessidade de redução de custos e maior
flexibilidade e interação nos processos de aprendizagem.. O Instituto Benjamin Constant, órgão do
Ministério da Educação especializado em educação para portadores de deficiência visual, através do seu
Laboratório de Educação a Distância oferece à população, independentemente de suas diferenças, um
ambiente virtual de aprendizagem com acessibilidade, o que possibilita capacitação profissional com mais
economia, rapidez e, ainda, com a vantagem de escolher o melhor horário para realização das atividades.
Acredita-se que projetos, que se utilizam da EAD associados às Tecnologias de Informação e
Comunicação, possam oferecer relevantes contribuições à educação nacional..

Palavras-chaves: Acessibilidade - Educação a Distância - Educação Especial - Inclusão Social -


Laboratório de Educação à Distância - Tecnologias Assistivas

Introdução

O sistema educacional brasileiro preconiza uma educação para todos, uma escola,
heterogênea, pluralista, que acolha todas as pessoas, independentemente de suas
diferenças, buscando para tanto, estratégias que viabilizem atuar na e para a diversidade.

Em média, 10% da população mundial é constituída por pessoas com algum tipo
de deficiência. Em nosso país, milhões de brasileiros compõem um contingente de
excluídos e entre esses, pesquisas realizadas chamam a atenção para a parcela da
sociedade formada por pessoas com necessidades especiais, o equivalente a 24,6 milhões
de pessoas, 14% da população¹. De acordo com o IBGE², constata-se que desse universo,
mais de 170.000 são pessoas cegas, 2 milhões apresentam deficiências graves de visão e
14 milhões acusam problemas visuais.

1
A Internet vem despontando como um importante recurso para os diferentes
setores da sociedade, como educação, saúde, entretenimento, economia, cultura, entre
outros, uma vez que, as limitações de tempo e espaço são facilmente contornadas pelos
diferentes meios de comunicação e por possibilitar a troca de informações, a
interatividade entre as pessoas, a pesquisa imediata sobre qualquer assunto que se deseje
apurar, a disseminação de conhecimentos e a observação de diferentes culturas.

De acordo com a UIT (União Internacional de Telecomunicações) ³, o acesso à


Internet ainda é um privilégio de poucos. Hoje são, aproximadamente, 700 milhões de
pessoas conectadas, o que corresponde a 10% da população mundial total. O Brasil,
apesar da gigante exclusão digital, aparece em 11º lugar no ranking mundial, com cerca
de 15,8 milhões conectados, ou seja, cerca de 12% da população. Esses números, ainda,
são menos expressivos, quando se refere a pessoas com necessidades especiais. Segundo
os dados do Projeto Saci (USP) e do DosVox (UFRJ)4, aproximadamente 10.000 pessoas
com deficiência visual, o equivalente a 0,5% da população, têm acesso à mídia eletrônica.

Dado o potencial da Internet e os benefícios de sua utilização, faz-se necessário


que as pessoas com necessidades especiais sejam incluídas e para tanto as barreiras que
ainda existam devem ser superadas.

Os movimentos de defesa de equiparação de oportunidades reconhecem o papel


imprescindível de direito à Informação às pessoas com necessidades especiais e,
conseqüentemente, ao acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).
Objetiva-se uma sociedade mais justa, menos preconceituosa. A democratização da
sociedade passa pela possibilidade desse segmento excluído ter acesso às tecnologias e,
portanto, condições de utilizarem tais recursos.

Foley 5 afirma, no Comitê Preparatório da Cúpula Mundial da Sociedade da


Informação da Organização das Nações Unidas – ONU, que uma Sociedade Global de
Informação Inclusiva deve possibilitar a todas as pessoas, sem distinção, estarem
habilitadas para criar, receber, compartilhar e utilizar informação e conhecimento para o
seu próprio desenvolvimento econômico, social, cultural e político.

Ao se buscar a construção de uma cultura de respeito às diferenciações, é preciso


repensar a área educacional e os estabelecimentos de ensino necessitam rever suas
práticas, desenvolver novas competências e propor estratégias de aprendizagem
condizentes com as reais necessidades de sua clientela.

Educação a Distância

Ao longo do tempo, a Educação vislumbrou nas tecnologias de seu tempo perspectivas


interessantes para levar suas ofertas a pessoas distantes. É o acesso a uma ou mais
tecnologias pelos segmentos da população que se quer atingir que dá existência à EAD.
O quadro a seguir nos dá uma panorâmica histórica sobre a evolução tecnológica que
marcou o século passado, revolucionando as comunicações e, conseqüentemente, as
relações humanas.

2
Vale lembrar que, no Brasil, a primeira emissora de rádio- a Rádio Sociedade do Rio de
Janeiro- é criada em 7 de abril de 1923, com programação voltada para a cultura e
educação.

http://www.bmj.com/cgi/content/full/332/7555/1403/DC1
TenAlps
Nigel Dacre
Broadband Learning Symposium22 June 2006

A Educação a Distância (EAD) surge, nesse cenário, como um meio eficaz para
atender aos desafios educacionais e às exigências de um país de dimensões continentais.
Esta modalidade ocupa um papel cada vez mais importante no contexto educacional
brasileiro, não somente no âmbito das tecnologias educacionais, mas, também, no
desenvolvimento socialeconômico do país.

A EAD vem se disseminando pelo mundo, independente do grau de


desenvolvimento dos países e, no Brasil, país de tantos contrastes sociais, tem sido
amplamente difundida com a socialização dos meios de comunicação, caracterizando-
se, assim, pelo seu grande potencial para a diminuição das desigualdades.
O número de empresas que utilizam a EAD, como um caminho de capacitação
profissional, tem crescido vertiginosamente. Em 1999, quando se inicia a aplicação no
meio empresarial do e-learning no Brasil, eram menos de dez empresas, hoje o número
ultrapassa 566, com mais de 1,5 milhão de pessoas treinadas por esta modalidade 6

3
Em 2004, mais de 1,1 milhão de brasileiros optaram por algum curso não
presencial. O número de alunos de graduação e pós-graduação cresceu mais 100% entre
2003 e 2004 e 63% dos cursos credenciados utilizavam a Internet como meio de
comunicação 7

Os números revelam um aumento dramático na utilização da Internet. O IBOPE


em 2006 que 14,4 milhões de internautas acessaram de suas residências à Internet, uma alta
de 18% em relação a dezembro de 2005 e que a média de horas dos brasileiros, na Internet, foi
de 21h 39minutos por mês. 8

A Pesquisa Nacional do IBGE 9por Amostra de Domicílios, em 2006, registrou os


seguintes dados:

Cidadãos acima de 10
anos que acessam a 32,1 milhões, o equivalente a 21% da população.
internet no país
Percentual de usuários Brasil - 62% no mundo e 4º na América Latina ( atrás da
Costa Rica, Guiana Francesa e Uruguai)
Local de acesso: domicílio- 50%
local de trabalho- 39,7%
escola- 25,7%
centro público de acesso pago- 21,9%
centro público de acesso gratuito- 10%
outro local- 31,1%
Finalidade educação e aprendizado- 71,7%
comunicação- 68,6%; lazer- 54,3%
leitura de jornais e revistas- 46,9%
interação com autoridades e órgãos de governo- 27,4%
busca de informações e outros serviços- 24,5%
transações bancárias- 19,1%
compras e encomendas- 13,7%.
Acesso: somente discado- 52,1%
somente banda larga- 41,2%
discado e banda larga- 6,7%
Usuários da rede idade média- 28,1 anos
número médio de anos de estudo- 10,7 anos
rendimento mensal por domicílio per capita- R$1.000,00.

O Instituto Benjamin Constant

A inclusão da educação especial no sistema regular de ensino é hoje a principal


diretriz das políticas públicas educacionais, e a formação de professores é, sem dúvida, o
aspecto determinante para a efetivação dessa política.

A questão da formação de professores tem sido objeto de estudo por muitos


teóricos. Constata-se uma população com necessidades especiais que precisa ser atendida
pelo sistema educacional, e percebe-se, também, um segmento expressivo de
profissionais da área de educação, em formação ou em exercício, que precisa de uma
qualificação especializada para atender a essa demanda escolarizável.

4
A valorização da diversidade cultural e a necessidade de incorporar esse contexto
multicultural na educação e, mais especificamente, a inclusão social de pessoas com
necessidades especiais fortaleceram a intenção do Instituto Benjamin Constant de criar o
seu Laboratório de Educação a Distância- LED.

Nesta base, o IBC passa a oferecer à sociedade um espaço para o desenvolvimento


de projetos que, ao privilegiarem o uso das tecnologias avançadas em um ambiente
virtual de aprendizagem, possibilite a formação de professores para atendimento
especializado, em salas regulares de ensino e garanta, também, a inclusão de pessoas com
necessidades especiais, na formação de estudantes e profissionais, dando ênfase à área da
deficiência visual.

Esta iniciativa atende as exigências do Governo Federal, no que consiste em


alicerçar uma política de inclusão social e digital, além de caracterizar uma inovação do
IBC, no sentido de se utilizar as Tecnologias de Informação e Comunicação para a
ampliação de um campo de pesquisa, que se mostra bastante promissor no resgate de uma
parcela da sociedade há muito excluída de uma vida social sem obstáculo.

Site do IBC

O site do IBC está conectado à Rede Rio, através do Centro Brasileiro de


Pesquisas Físicas, e o seu Laboratório de Educação à Distância dispõem de uma estrutura
com ultraconexão feita por meio de enlaces de fibra ótica, operando à velocidade de 100
mbps.

O site é totalmente acessível e tem o selo de aprovação pelas normas brasileiras de


acessibilidade na Internet.

Site do IBC- www.ibc.gov.br

5
Laboratório de Educação a Distância ( IBC-LED)

Proposta

Ao se inserir no contexto da era da informação, o Laboratório, apoiando-se nas


redes de comunicação e nas parcerias estabelecidas com órgãos públicos e privados, se
propõe a:

 oferecer condições para que pessoas com deficiências visuais possam usufruir,
com igualdade de oportunidades, de ações educacionais, que propiciem a criação de
espaços de construção do conhecimento, baseados nos princípios universais de
acessibilidade, através do desenvolvimento e da adequação de ambientes de
aprendizagem mediados pelas Tecnologias de Informação e Comunicação;

 favorecer a disseminação de conhecimentos sobre educação especial,


utilizando, para isso, de um ambiente virtual de aprendizagem que possibilite às
unidades administrativas (Departamentos e Divisões) capacitarem recursos
humanos, nas áreas pedagógica, técnica, reabilitacional e médica, com ênfase na
deficiência visual.

No intuito de fortalecer a pesquisa e o desenvolvimento das Tecnologias de


Informação e Comunicação, associados à utilização da Internet, o IBC-LED vem
estabelecendo parcerias com outros órgãos públicos e privados .

Fundamentação Teórica

Para embasar o Laboratório, a fundamentação teórica pauta-se na confluência da


concepção sociointeracionista de desenvolvimento com o efeito do emprego de múltiplos
veículos de comunicação, nas mensagens cognitivas, e com os princípios básicos da
educação popular. Assim, três teóricos foram eleitos: Lev Vygotsky, Howard Gardner e
Paulo Freire.

Acessibilidade sem discriminação

A Internet, embora seja uma ferramenta de crescimento e expansão social maior


que todas as outras mídias modernas, ainda é um recurso tecnológico, que exclui um
grande número de pessoas. E isso fica mais evidenciado, quando existe alguma
necessidade especial por parte do usuário, que demande uma especificidade maior na
forma de utilização.

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As Tecnologias Assistivas (TA) visam possibilitar que pessoas com diferentes
tipos de comprometimento sensorial, físico e cognitivo tenham acesso à internet e aos
benefícios oferecidos pela rede.em suas atividades cotidianas. Com a utilização das
variadas ferramentas, disponíveis no mercado, será possível reduzir o grande abismo
digital entre os que têm e os que não têm acesso a informações digitais. É evidente, que
sem o emprego das TA, mesmo que se alcance uma massificação digital, grande parcela
dessa população ainda continuará excluída.
Além das tecnologias assistivas, o acesso de pessoas com deficiência a Internet e
aos seus veículos de informação e comunicação como: sítios eletrônicos, terminais
bancários, programas de computador, equipamentos de informática é determinado por
princípios internacionais de acessibilidade .

Estudos feitos por W3C 10 (consórcio para Web) e WAI 11(iniciativa para a
Acessibilidade na rede) apontam situações e características diversas, que o usuário pode
apresentar:
1- incapacidade de ver, ouvir ou deslocar-se, ou grande dificuldade - quando não a
impossibilidade - de interpretar certos tipos de informação;
2- dificuldade visual para ler ou compreender textos;
3- incapacidade para usar o teclado ou o mouse, ou não dispor deles;
4- insuficiência de quadros, apresentando apenas texto ou dimensões reduzidas, ou uma
ligação muito lenta à Internet;
5- dificuldade para falar ou compreender, fluentemente, a língua em que o documento foi
escrito;
6- desatualização, pelo uso do navegador com versão muito antiga, ou navegador
completamente diferente dos habituais, ou por voz ou sistema operacional menos
difundido.

O Brasil adotou esses princípios internacionais, que estão disponibilizados através


do EMAG – “Recomendações de acessibilidade para a construção e adaptação de
conteúdos do governo brasileiro na internet”12, documento produzido pelo governo
eletrônico. A aplicação de tecnologias voltadas para a pessoa com deficiência já é parte
da legislação brasileira: o Decreto No. 5.296 de 02/12/2004, 13que consolidou as leis de
acessibilidade Nos. 10.048 e 10.098, estabeleceu o prazo de 02/12/2006 para que todos
os sítios públicos e de interesse público na internet, sejam acessíveis para esse público.

A expressão "acessibilidade", presente em diversas áreas de atividades, tem , na


informática, um importante significado. Representa para os deficientes o direito de
acessar a rede de informações, mas, também, o direito de eliminação de barreiras
arquitetônicas, de disponibilidade de comunicação, de acesso físico, de equipamentos e
programas adequados, de conteúdo e apresentação da informação em formatos
alternativos.

7
Condorcet 14esclarece que “accessibilitate”, em latim, significa qualidade de ser
acessível ou, como adjetivo, a que se pode chegar facilmente; que fica ao alcance, ou
mesmo, como definição proposta pela ONU, processo de conseguir a igualdade de
oportunidades em todas as esferas da sociedade. A consideração do termo acessibilidade,
não poderá ser ditada por meras razões de solidariedade, mas, sobretudo, por uma
concepção de sociedade, realmente onde todos deverão participar - com direito de
igualdade - e de acordo com as suas características próprias.

O Instituto Benjamin Constant, como centro de referência nacional na área de


deficiência visual, tem como compromisso promover e divulgar a iniciativa da
acessibilidade na Internet e desenvolver soluções com critérios de acessibilidade.

Portal

Para que o IBC-LED possa ser acessado pelo público, foi criado um portal no Site
Institucional do IBC, de forma a facilitar o acesso por pessoas com deficiências. O portal
do Laboratório foi desenvolvido para possibilitar que pessoas, com os mais variados tipos
de deficiência, possam ter acesso a um ambiente tecnológico na Internet, diminuindo as
barreiras de acesso ao universo digital.

Sites que atendam às recomendações de acessibilidade podem ser apresentados


sem prejuízo, tanto para usuários em geral, como para aqueles que estejam interagindo a
partir do uso de uma tecnologia assistida.

Os deficientes visuais podem ter acesso aos conteúdos do portal, utilizando um


leitor de voz. Dentre os leitores para deficientes visuais os mais utilizados,
atualmente, em nosso país são o Dosvox, o Virtual Vision e o Jaws.

8
As plataformas customizadas para o IBC-LED são acessíveis ao Dosvox e aos
demais leitores.

O sistema Dosvox é muito prático e fácil de ser operado pelo deficiente visual,
pois cria seu próprio ambiente de trabalho, onde permite que o usuário execute todas as
tarefas normais de um computador. Trata-se de um sistema operacional para
microcomputadores da linha PC (PersonalComputer, - Computador
Pessoal), que se comunica com o usuário através de síntese de voz,
viabilizando deste modo o uso de computadores por deficientes visuais.
Este sistema vem sendo desenvolvido desde 1993 pelo NCE - Núcleo de
Computação Eletrônica da UFRJ (Universidade Federal do Rio de
Janeiro), sob a coordenação do professor José Antônio dos Santos Borges.

O programa pode ser capturado da Internet (gratuitamente) e


atualmente o projeto conta com mais de 5.000 usuários espalhados pelo
Brasil, sendo composto por mais de 70 programas.

Pré-requisitos

Para participar das ações desenvolvidas no LED, é preciso:


 ter conhecimentos básicos, em nível de usuário, de correio eletrônico para enviar e
receber mensagens, e de navegação em páginas Web;

 dispor dos seguintes requisitos mínimos:


-um Microcomputador com processador Pentium, ou similar, com sistema operacional
MS-Windows 98, memória RAM de 64Mb e uma placa de rede com velocidade 56000
Kbps;
-um programa de correio eletrônico (Outlook, Internet mail, Eudora, Netscape messager,
ou similar) e de navegação na Web (Internet Explorer, Netscape Navigator ou similar).
Porém, todos os softwares necessários podem ser acessados e baixados, gratuitamente,
via páginas Web.

Metodologia

O perfil interativo e instantâneo das mídias eletrônicas permitem uma conexão on-
line e on-time, o que garantem seu potencial para disseminar conhecimentos e permite ao
participante:

 ter acesso conteúdo a qualquer hora e de qualquer lugar;


 receber orientações sobre como estudar;
 desenvolver atividades propostas;
 participar de Fóruns e Chats;
 interagir com outros profissionais;

9
 contar com o acompanhamento de um Tutor;
 construir o conhecimento contextualizando aprendizagem e realidade.
O IBC-LED oferece uma das melhores e mais fáceis maneiras de capacitação, ao
compatibilizar o estudo com a atividade profissional e com a vida pessoal. Caracteriza-se
por ser um ambiente que estimula e possibilita, individual e coletivamente, a busca de
conhecimento e o contínuo desenvolvimento dos profissionais. O participante aprende no
seu próprio ritmo, nos horários disponíveis e sem sair de casa ou do trabalho, quebrando,
assim, barreiras de tempo e flexibilibizando a possibilidade de estudo.

Além dos requisitos citados acima, existem os requisitos pessoais como:


 Autodisciplina- para obter um bom desempenho nessa modalidade de
estudo o participante precisa ter autodisciplina.
 Atitude pró-ativa - como o participante tem total adequação de horário,
ausência de deslocamento físico e possibilidade de socialização do saber por
meio de uma troca multicultural, torna-se necessário ser o próprio
empreendedor do seu conhecimento.
 Compromisso com a realização das ações a serem desenvolvidas - o
participante deve estar ciente da necessidade do compromisso assumido,
sobretudo no que tange à sua participação nas atividades interativas, o que
torna a aprendizagem dinâmica e colaborativa .
 Vigilância do cumprimento dos prazos - o participante define o seu próprio
ritmo de aprendizagem .

Metas

 Produção de cursos on-line


A cultura tecnológica tem criado novas oportunidades para as práticas
educacionais e buscado desenvolver experiências, que tornem possível capacitar o maior
número de pessoas com maior economia.

A Educação Continuada vem obtendo destaque, como indicativo de que o


aprendizado precisa ser um processo de caráter dinâmico e permanente, em um mundo
globalizado, dinâmico e altamente competitivo, que necessita de atualização profissional
cada vez mais rápida e constante.

Os conteúdos dos cursos são redigidos pelos professores especialistas do Instituto


Benjamim Constant e são trabalhados por uma designer instrucional especializada em
EAD, para que possam ser formatados de acordo com os padrões específicos para cursos
on -line.

Os participantes têm a oportunidade de aprender com os melhores profissionais da


mais conceituada instituição na área de deficiência visual do Brasil.

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Cada curso tem sua própria equipe de tutores a fim de:
 esclarecer as dúvidas ;
 promover a interatividade entre os participantes;
 corrigir as atividades e a avaliação final;
 avaliar o desempenho dos participantes ;
 fomentar e acompanhar os debates realizados nos Fóruns e nos Chats;
 facilitar o acesso ao conhecimento;
 explorar as potencialidades dos meios utilizados.

Os cursos promovidos enfatizam a cooperação entre os participantes e os tutores,


em um ambiente onde todos buscam o melhor aprendizado e a construção de
conhecimentos, de maneira contextualizada.

A certificação será conferida pelo Instituto Benjamim Constant e/ou pela


entidade parceira.

 Criação de um ambiente colaborativo de aprendizagem

A construção de ambientes virtuais de aprendizagem está se definindo no cenário


da EAD, como uma poderosa ferramenta de capacitação contínua, flexível e de
qualidade, atendendo à demanda social. Em particular, no caso do IBC-LED, esse
ambiente colaborativo pode se constituir em um valioso instrumento para proporcionar
aos profissionais da área médica a chance da atualização permanente, e um meio para
colocarem-se em dia com os avanços científicos e tecnológicos.

O Laboratório dispõe, também, de um espaço virtual para troca de comunicação,


caracterizando-se por ser um ambiente eletrônico, colaborativo, interativo, construtivo e
ativo do conhecimento. Este ambiente está sendo oferecido aos médicos oftalmologistas
do IBC e atende a educação continuada, tanto no que diz respeito ao avanço nos
conhecimentos sobre a área de abrangência, como de novas práticas estabelecidas por
métodos e procedimentos inovadores de trabalho.

Neste espaço, os médicos oftalmologistas têm acesso a informações, cursos,


grupos de estudos, arquivos de texto, áudio e vídeo, materiais para downloads, fóruns e
chat, o que concorre para a propagação de conhecimentos e difusão dos aspectos
culturais, próprios ao IBC. Acredita-se que, assim, a democratização do acesso à
Informação possa ser difundida de uma forma rápida e eficiente, em todo o território
nacional, com foco no que estiver sendo desenvolvido pelo staff médico do IBC.

Parcerias

O Instituto Benjamin Constant firmou parceria com a:

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Universidade Federal Fluminense

A Universidade Federal Fluminense-UFF é uma das maiores universidades


públicas brasileiras, situada na cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro.
Em abril de 2005, foi firmada uma parceria entre o Grupo de Inclusão Digital do
Instituto de Computação da UFF e o Instituto Benjamin Constant, visando à
customização da plataforma Interagir (www.interagir.uff.br), para utilização no
Laboratório de Educação a Distância do IBC.

Com apoio dos profissionais da UFF, Prof. Luiz Valter Brand Gomes, Filipe
Saramago e Diego Dacal, está sendo feita a adequação da Plataforma Interagir aos
princípios universais de acessibilidade, o que permite criar um ambiente virtual para
produção, realização e acompanhamento de cursos, que atendam à educação continuada
de profissionais da área da educação e um ambiente virtual colaborativo de
aprendizagem.

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O primeiro curso produzido pelo IBC/UFF com acessibilidade – Alfabetização
através do Sistema Braille, da Professora Maria da Glória de Souza Almeida está em
fase de validação, nas dimensões pedagógica e tecnológica. Brevemente estará sendo
oferecido, gratuitamente, à comunidade.

 Uma empresa de informática

A empresa EduWeb foi fundada em 1998, a partir do programa da Incubadora


Gênesis da PUC-Rio, com a qual mantém, ainda hoje, por intermédio do Laboratório de
Engenharia de Software (LES), estreita parceria, sobretudo na área do desenvolvimento
de soluções tecnológicas.

A missão da EduWeb é prover tecnologia, serviços, e conteúdo para as áreas


estratégicas da Economia da Informação: e-learning & e-commerce.

A partir de março de 2006, a Eduweb em parceria com o IBC está desenvolvendo


um projeto, com o apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
(FAPERJ), para implementação de uma solução Web com acessibilidade, visando
contribuir para a inclusão digital de deficientes visuais. Para tanto precisou :
 tornar o software LMS (Learning Management System) AulaNet,
desenvolvido pela PUC-Rio, acessível para pessoas com deficiência visual ;
 trasmitir know-how para a equipe do IBC ;
 desenvolver um curso de especialização de 360 horas em deficiência visual
on-line.

Com essa iniciativa, a Eduweb estará projetando e implementando soluções Web


com acessibilidade, que visem favorecer inclusão digital não apenas de pessoas com
deficiência, mas, também, de idosos, colaborando, assim, para uma condição de maior
igualdade de oportunidades.

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Conclusão

Com a globalização, a informação circula rapidamente, sem limites de tempo e


espaço, e tem-se uma sociedade mais interativa, mais tecnológica, mas que, ainda, não é
inclusiva.

O Laboratório do IBC se insere no atual movimento mundial de inclusão e na


realidade brasileira, no programa do Ministério de Educação, que tem como ponto
estratégico a qualificação de professores. O envolvimento do IBC em sua criação indica o
reconhecimento da sua responsabilidade com uma educação pública e gratuita ao alcance
de todos. Com esta iniciativa, o IBC busca desenvolver um espaço que, ao mesmo tempo,
concilie os direitos de igualdade a todas as pessoas, respeitando as diferenças culturais, e
enfatize a questão da acessibilidade à web, pois esta é parte integrante do projeto
brasileiro de inclusão digital.

As competências listadas no regimento interno do IBC estão em consonância com


as metas do país, a partir de seus compromissos internacionais, como: a Educação para
Todos 15 a Declaração de Salamanca 16e a Convenção Interamericana e nacionais,
como: Constituição Brasileira 17, a LDB 18 o Plano Nacional de Educação19 e as
Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica 20que preconizam
uma educação ao alcance de todas as pessoas.

Nesse contexto, o IBC-LED almeja ser uma contribuição à educação especial,


atuando na formação e capacitação de professores, médicos e demais agentes da área da
educação e da saúde, bem como, na produção de conhecimento por meio de pesquisas e
projetos disponibilizados, em um espaço virtual de aprendizagem, que favoreça a troca de
experiências, a realização de cursos e o acesso à informação.

Com a criação do Laboratório, uma iniciativa pioneira, o IBC pretende ampliar


não só o acesso de deficientes visuais à mídia eletrônica, mas também a outras pessoas,
independentemente, das características do usuário. Assim estará contribuindo, tanto para
a inclusão digital, quanto para a inclusão social do segmento populacional formado por
deficientes visuais, que segundo o último censo do IBGE - Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, representa 1% dos 180 milhões de brasileiros.

O IBC-LED reforça a missão do Instituto ao procurar consolidar sua posição,


como Centro de Referência Nacional na Área da Deficiência Visual, ao atender, na
modalidade à distância, as demandas sociais de ensino, permitindo o acesso, a ampliação
e a disseminação de conhecimentos e a difusão da cultura nesta área, criando um modelo
brasileiro de EAD adequado à realidade do país, no que se refere à área da deficiência
visual.

É indiscutível a importância desse recurso para pessoas com necessidades


especiais, uma vez que a tecnologia utilizada lhes proporcionará maior independência no

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seu dia-a-dia. Com isso busca-se obter uma condição de maior igualdade de
oportunidades e de justiça social.

1- Disponível em: http://www.ibge.gov.br/censo. Acessado em agosto de 2006.


2- Disponível em: http://www.adeva.org.br/fiquepordentro/elearning.htm. Acessado em agosto de 2006.
3- Disponível em http://ftp.mct.gov.br/temas/info/Imprensa/Noticias_5/Internet_5.htm. Acessado em
setembro de 2006
4- Disponível em
http://www.mj.gov.br/sedh/ct/conade/conferencia/arquivos/subsidios_para_o_conferencista.doc. Acessado
em setembro de 2006
5 Foley, D. J P. Discurso de D. John Patrick Foley na primeira fase da Cúpula Mundial da Sociedade
de Informação, Ginevra, 11/12/2003) Disponivel em:
http://www.vatican.va/roman_curia/secretariat_state/2003/index_po.htm. Acessado em agosto de 2006.
6- Disponível em: http://www.elearningbrasil.com.br/home/brasil. Acessado em abril de 2007
7-Brasil..Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância - 2005.Disponível em:
http://www.abed.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home&UserActiveTemplate=4abed.
Acessado em agosto de 2006.
8- Ibope/NetRatings Disponível em http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas_sesc/pb/artigo.cfm?
Edicao_Id=260&breadcrumb=1&Artigo_ID=4087&IDCategoria=4583&reftype=1. Acessado em março de
2007
9- Disponível em
:http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2005/default.shtm.Acessado
em março de 2007
10-Disponível em:http://www.w3.org. Acessado em abril de 2007
11-Disponível em:http://www.w3.org/WAI. Acessado em abril de 2007
12- Disponível em: www.inclusaodigital.gov.br/.../emag-acessibilidade-de-governo-eletronico-modelo-
v20.pdf Acessado em agosto de 2006.
13-DECRETO Nº 5.296 DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004. ......
Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Decreto/D5296.htm -. Acessado em
agosto de 2006.
14-CONDORCET, B. Webvox - Um Navegador Para A World Wide Web Destinado A Deficientes
Visuais. Rio de Janeiro - RJ- 2001Dissertação (Mestrado em Informática), UFRJ IM/NCE.
15-DECLARAÇÃO MUNDIAL SOBRE EDUCAÇÃO PARA TODOS. Plano de Ação para satisfazer
as Necessidades Básicas de Aprendizagem (Jomtien, Tailândia, 1990).
16- UNESCO. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais.
Brasília: CORDE, 1994.
17- BRASIL Constituição Federal Brasileira, 1988.
18-_______ Lei no 9.394/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 1996.
19-______. Plano Nacional de Educação, 2000.
20-______. Resolução 1/2001. Conselho Nacional de Educação / Câmara de Ensino Básico. Diretrizes
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, Brasília: CNE/CEB, 2001.

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