Quarteto de Cordas de Matosinhos
Vítor Vieira violino
Juan Maggiorani violino
Jorge Alves viola
Marco Pereira violoncelo
Programa:
Ludwig van Beethoven Quarteto em Si bemol maior, op.18 nº 6
Anton Webern Rondó para quarteto de cordas
Felix Mendelssohn Quarteto em Mi bemol maior, op.12 nº 1
Conhecido pelo título Melancolia devido ao seu original último andamento, o Quarteto op.18 nº 6 encerra o célebre ciclo de quartetos de Beethoven dedicados ao príncipe Lobkowitz. Ritmos dançantes mas sobretudo um intenso lirismo e um ímpeto orquestral caracterizam o Rondó que Webern escreveu em 1906. De Mendelssohn escutamos a obra que inaugura o seu vasto catálogo para quarteto de cordas, peça escrita aos vinte anos e que alterna a alegria da juventude com a atmosfera de intimidade tâo característica deste género. No último andamento pressente-se igualmente uma certa melancolia.
Título original
20150203 | Programa de Sala Quarteto de Cordas de Matosinhos
Quarteto de Cordas de Matosinhos
Vítor Vieira violino
Juan Maggiorani violino
Jorge Alves viola
Marco Pereira violoncelo
Programa:
Ludwig van Beethoven Quarteto em Si bemol maior, op.18 nº 6
Anton Webern Rondó para quarteto de cordas
Felix Mendelssohn Quarteto em Mi bemol maior, op.12 nº 1
Conhecido pelo título Melancolia devido ao seu original último andamento, o Quarteto op.18 nº 6 encerra o célebre ciclo de quartetos de Beethoven dedicados ao príncipe Lobkowitz. Ritmos dançantes mas sobretudo um intenso lirismo e um ímpeto orquestral caracterizam o Rondó que Webern escreveu em 1906. De Mendelssohn escutamos a obra que inaugura o seu vasto catálogo para quarteto de cordas, peça escrita aos vinte anos e que alterna a alegria da juventude com a atmosfera de intimidade tâo característica deste género. No último andamento pressente-se igualmente uma certa melancolia.
Quarteto de Cordas de Matosinhos
Vítor Vieira violino
Juan Maggiorani violino
Jorge Alves viola
Marco Pereira violoncelo
Programa:
Ludwig van Beethoven Quarteto em Si bemol maior, op.18 nº 6
Anton Webern Rondó para quarteto de cordas
Felix Mendelssohn Quarteto em Mi bemol maior, op.12 nº 1
Conhecido pelo título Melancolia devido ao seu original último andamento, o Quarteto op.18 nº 6 encerra o célebre ciclo de quartetos de Beethoven dedicados ao príncipe Lobkowitz. Ritmos dançantes mas sobretudo um intenso lirismo e um ímpeto orquestral caracterizam o Rondó que Webern escreveu em 1906. De Mendelssohn escutamos a obra que inaugura o seu vasto catálogo para quarteto de cordas, peça escrita aos vinte anos e que alterna a alegria da juventude com a atmosfera de intimidade tâo característica deste género. No último andamento pressente-se igualmente uma certa melancolia.
Juan Maggiorani violino Jorge Alves viola Marco Pereira violoncelo Ludwig van Beethoven Quarteto n 6 em Si bemol maior, op.18 n6 (17981800;c.24min.)
1. Allegro con brio
2. Adagio ma non troppo 3. Scherzo (Allegro) 4. La Malincolia (Adagio Allegretto quasi allegro Adagio
Allegretto Poco adagio Prestissimo)
Anton Webern Rond para quarteto de cordas (c.1906;c.7min.) Felix Mendelssohn Quarteto de cordas n 1 em Mi bemol maior, op.12 (1829;c.23min.)
1. Adagio non troppo Allegro non tardante
2. Canzonetta (Allegretto) 3. Andante expressivo 4. Finale: Molto allegro e vivace
explora a oscilao dinmica: o ataque dessa nota primordial em
forte progredindo para um sbito piano. O segundo tema tem um ligeiro ar de dana. Para este carcter ser bem afirmado, as duas partes devem ser repetidas, como acontece. O Adagio ma non troppo procura o seu requinte numa elabo rada ornamentao, mas no pretende entrar em ambientes de grande profundidade ou tenso, como se no quisesse retirar o protagonismo ao fabuloso Scherzo que se segue. Este um dos mais rtmicos andamentos beethovenianos, carcter acentuado pelas suas sncopas e sforzandos. Destaque para o virtuosismo exigido ao primeiro violino, um recurso solstico que viria a ser repetido nos quartetos tardios. Chega o momento alto de todo o quarteto, alvo do enigmtico ttulo LaMalincolia, ao qual se segue a indicao esta pea deve ser executada com a maior delicadeza. Tem incio com uma introduo lenta. A escolha dos instrumentos da maior impor tncia. Escutamos o tema nos dois violinos e na viola, e depois a sua repetio no segundo violino, viola e violoncelo, como se a mesma afirmao ganhasse um sombreado pleno de mgoa. Este ambiente do Adagio ser interrompido por uma dana, um lndler marcado Allegretto quasi allegro. O andamento prosse gue com contnuas mudanas de tempo e carcter, como se a marca da melancolia fosse a recordao de lugares distintos. RUI PEREIRA, 2015
Ludwig van Beethoven
BONA, 1770 VIENA, 1827
Anton Webern
Quarteto n 6 em Si bemol maior, op.18 n6
VIENA, 1883 MITTERSILL, 1945
O ltimo dos seis quartetos op.18 dedicados ao prncipe
Lobkowitz, que Beethoven comps entre 1798 e 1800, parece balanar entre os dois sculos cuja viragem marcou. O seu Adagio parece olhar o passado com plena maturidade e o Scherzo que se segue parece desafiar o futuro, bem como a originalidade do ltimo andamento que deu nome obra, Malincolia. No fundo, Beethoven pretendeu explorar os contrastes que se podem con seguir na diviso tradicional de um quarteto em quatro andamen tos. Se o conseguiu com igual nvel de mestria artstica, essa uma questo que caber ao ouvinte avaliar. O primeiro andamento, Allegro con brio, explora o contraste das texturas num jogo de densidades absolutamente brilhante. A estrutura a da formasonata com dois temas. O primeiro bem caracterstico e assenta num grupo de notas em staccato aps uma nota longa e um pequeno ornamento. O efeito expressivo APOIO
Rond para quarteto de cordas
Antes de Webern se tornar um dos expoentes do dodecafonismo, com Arnold Schoenberg e Alban Berg, o seu estilo enquadrava se na vertigem pela expanso do tonalismo que caracterizou o final do perodo Romntico na transio para o sculo XX. O intenso cromatismo e a quase perda das referncias tonais j tomara de assalto a msica europeia, embora a libertao total do enquadramento dado por um tom de referncia e certas rela es harmnicas consonantes estivesse ainda a alguns anos de ruir com as propostas revolucionrias de Schoenberg das quais Webern se tornaria o mais radical cultor. No Rond para quarteto de cordas, composto provavelmente em 1906, muitas ncoras da harmonia tonal ainda se ouvem, com acordes maiores e meno res contrastando com momentos de cromatismo mais intenso, e MECENAS PROGRAMAS DE SALA
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est ainda longe o pontilhismo atonal que caracterizaria as suas
obras a partir de 1908. A partitura do Rond esteve perdida durante muitos anos, sendo encontrada pelo investigador Hans Moldenhauer apenas em 1965, sob uma pilha de livros do esplio do compositor. No pertence a qualquer quarteto de cordas oficial, j que Webern apenas publicaria os Cinco andamentos para quarteto de cordas em 1909 e o Primeiro Quarteto em 1938. Com um ritmo de valsa apelativo, apresenta de imediato o seu tema principal no primeiro violino, uma melodia emotiva mas animada e inten samente cromtica. Seguese um segundo tema mais lrico na viola, agora sim firmemente assente na tonalidade de F suste nido menor, numa ponte inequvoca com a linguagem romntica. O tema inicial retomado sempre com o regresso ao cromatismo mais tenso, aps o que a calma impera com uma concluso em R bemol maior. Surge ento uma fuga construda sobre o tema principal da pea e iniciada pelo violoncelo, e finalmente a coda junta vrios temas que foram ouvidos anteriormente.
Felix Mendelssohn HAMBURGO, 1809 LEIPZIG, 1847
Quarteto de cordas n 1 em Mi bemol maior, op.12
Apesar da vida breve, Mendelssohn foi capaz de construir uma obra extensa e uma carreira bemsucedida como maestro. Aos 13 anos comea a publicar a sua msica, e no ano em que surge o Quarteto op.12, conta o compositor 20 anos, j so conheci dos trs quartetos com piano, um ciclo de canes, a 1 Sinfo nia em D menor, o Quarteto de cordas n2 (interpretado nesta sala pelo Quarteto de Cordas de Matosinhos em Novembro pas sado), o significativo Octeto para cordas e a famosa abertura Sonho de Uma Noite de Vero para orquestra, entre outras. A composio deste quarteto concluda numa das suas viagens GrBretanha, a mesma que lhe d inspirao para a Sinfonia Escocesa e a abertura AsHbridas. Mas Mendelssohn torna se tambm um entusiasta da grande msica alem esquecida no passado da Paixo segundo So Mateus de Bach, que d a conhecer aps um sculo de obscuridade precisamente no ano em que compe o quarteto em programa, Nona Sinfonia de Beethoven, que interpreta ao piano, e s oratrias de Hndel, que dirige entre 1833 e 1835. Os dois primeiros Quartetos de cordas de Mendelssohn, opp.12 e 13, so profundamente marcados pela influncia de Beethoven, cujos quartetos tinha estudado seriamente. Depois de um Adagio non troppo a servir de introduo, o primeiro anda mento do Quarteto op.12 segue em forma rondsonata, com um tema lrico que inspira linhas equilibradas de contornos clssicos, bem mais afirmativas que as do op.13. A Canzonetta aparece em lugar do Scherzo beethoveniano: tratase de um momento onde a graciosidade impera sob a delicadeza dos pizzicatos, assu mindo o sabor da cano popular renascentista italiana que lhe d o nome. intercalada pela energia imparvel de um tema em semicolcheias que se deixa desvanecer na reentrada da can
o. Depois do Andante espressivo marcado por uma melodia
de contornos vocais, entra o Finale praticamente sem interrup o com uma fria inabalvel. Apresentamse ento memrias oriundas do primeiro andamento, que se vo intensificando at o primeiro violino, a solo, tornar bvia a ligao ao incio do quar teto, dando lugar a citaes dos seus vrios temas e coda do primeiro andamento, que d por terminada a obra. FERNANDO PIRES DE LIMA, 2015
Quarteto de Cordas de Matosinhos
O Quarteto de Cordas de Matosinhos (QCM), actualmente no seu sexto ano de actividade artstica, agora uma das ECHO Rising Stars, e como tal realizar em 20142015 uma tourne em algu mas das mais importantes salas de concerto europeias, como o Barbican em Londres, o Concertgebouw em Amesterdo e o Muzikverein em Viena. Aclamado como um caso singular de excelncia no panorama musical portugus (Diana Ferreira, Pblico, 2010), desde o incio todos os seus membros trabalha ram no sentido de construir um som nico de quarteto de cordas e trazer o grande repertrio desta formao ao pblico. Criado atravs de uma iniciativa da Cmara Municipal de Matosinhos, o QCM vem beneficiando de uma residncia e tem porada de concertos em Matosinhos desde 2008, e estabeleceu se como um conjunto de referncia em Portugal, apresentando se na maioria dos festivais e salas de concerto. Colabora com alguns dos mais destacados msicos portugueses, tais como Pedro Burmester, Antnio Rosado, Miguel Borges Coelho, Ant nio Saiote, Paulo Gaio Lima e Pedro Carneiro. Desde a sua criao, o QCM assumiu um forte compromisso com o repertrio portugus para quarteto de cordas, interpre tando muitas obras menos conhecidas e abraando novas obras de compositores contemporneos. Nos seus mais de 100 concer tos, estreou obras de Carlos Azevedo, Carlos Guedes, Fernando Lapa, Vasco Mendona, Miguel Azguime, Eurico Carrapatoso, Antnio Chagas Rosa, lvaro Salazar, Nuno CrteReal, Eduardo Patriarca, Paulo FerreiraLopes, Telmo Marques, Srgio Azevedo e Antnio Pinho Vargas. O outro principal objectivo artstico do QCM vem sendo cumprido com a interpretao em Matosinhos do grande repertrio para quarteto de cordas: as obras comple tas de Mozart e Mendelssohn foram j apresentadas, estando em curso as integrais de Haydn, Beethoven e Chostakovitch. O QCM e os seus membros foram reconhecidos com prmios nos mais importantes concursos musicais nacionais, como o Pr mio Jovens Msicos da RDP e o Concurso Internacional de Msica de Cmara Cidade de Alcobaa. Todos os membros estudaram na Academia Nacional Superior de Orquestra e aperfeioaram a sua arte em vrias escolas de prestgio, incluindo a Escuela Supe rior de Msica Reina Sofa (Madrid), a Northwestern University (Chicago) e Conservatrio de Sion (Sua). O QCM tambm rea lizou formao especializada no Instituto Internacional de Msica de Cmara de Madrid, onde estudou com Rainer Schmidt (violi nista do Quarteto Hagen), alm de trabalhar em masterclasses com membros de grandes quartetos de cordas, como Alban Berg, Lasalle, Emerson, Melos, Vermeer, Kopelman e Talich. A CASA DA MSICA MEMBRO DE