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C o o p e r a t i v i s m o e m r e v i s ta
Entrevista
Janeiro 2010 - Ano 8 - N°18
Computação em nuvem
Sua vida na internet
Evento
Evento em Ribeirão Preto discute
Cooperativismo Sindicalista
Antônio Otero
Presidente da Comissão de
Cooperativismo da OAB-SP diz:
“ O cooperativismo é um corretor
das imperfeições dos mercados
”
Veja também Cooperativismo é modelo de inclusão social
Editorial
Edição n°18 - Janeiro - 2010
Sumário
Entrevista/Capa
Entrevista com Otero 4
C o o p e r a t i v i s m o e m r e v i s ta
nossa entidade de classe e
representação, a socieda-
de civil é muito bem vinda,
já que na prática é quem
percebe os efeitos de nos-
sa atuação. De tal forma,
as cooperativas não só po-
dem, mas devem participar
das reuniões e palestras que
realizamos. Eu até gostaria Antônio Otero fala sobre cooperativismo
de fazer um convite aberto Em qualquer área que se É um sistema injusto, vitima-
Entrevista/Capa
para que as cooperativas olhe, existe uma cooperati- do pela indolência das au-
participem de nossas reuni- va. Até a reciclagem do lixo toridades, que insistem em
ões ordinárias, que ocorrem não existiria sem as coope- não regulamentar o coope-
todas as segundas quartas- rativas! São fatos corriquei- rativismo de maneira ade-
feiras do mês, na Rua An- ros, mas que são percebi- quada.
chieta, 35 - 9º andar, centro dos, notados ou divulgados
de São Paulo, às 10 horas. por poucos! Veja o exemplo das Coo-
Essas reuniões são abertas e perativas de Trabalho, que
será um imenso prazer rece- Mas falemos especifica- estão sendo perseguidas
ber as cooperativas e seus mente do poder público. sem lógica válida ou crité-
dirigentes na casa dos ad- Todos os demais segmen- rios conhecidos e extintas,
vogados paulistas. tos produtivos nacionais, por vezes, até sem direito à
diga-se indústria, comér- defesa. O terror em tal setor
Você acha que o coopera- cio, serviços, bancos etc., do cooperativismo é tal que
tivismo deveria ter uma im- participam ativamente do o mercado, embora em
portância maior para o po- acompanhamento e for- franca expansão, vem se
der público? mulação de políticas pú- fechando para ele.
blicas no poder executivo.
Otero: Claro. Apesar de o Tal participação se dá, por A incompreensão do poder
setor ser altamente repre- exemplo, nos inúmeros car- público com o cooperativis-
sentativo em várias áreas de gos ocupados ou indicados mo, portanto, decorre “prin-
nossa economia, o respeito politicamente. No legislativo cipalmente”, das funções
que recebe do poder públi- então, a representação dos endêmicas dos mercados,
co é completamente des- setores que visam o lucro é de sua concorrência, seus
proporcional. Ao olharmos ainda mais acentuada, pois efeitos, defeitos e injustiças.
a história do Brasil vemos as empresas fazem doa- O poder público acaba se
que sem as Cooperativas ções vultuosas para eleger tornando por vezes, de ma-
neira indireta e alternada, vismo no Brasil – Regulação prática. Muita gente me
Entrevista/Capa em um Xerife dos setores
melhor representados, por
outras, um balcão de recla-
e Autonomia da Vontade”
e foi publicado na Revista
de Direito Público da Econo-
pergunta: “Otero, será que
as alterações serão aprova-
das?” Eu costumeiramente
mações privadas contra o mia n.o 11, de julho de 2005. respondo a mesma coisa,
cooperativismo ou até uma que não acredito que tais
Tribuna para o setor. Em resumo, o grupo con- mudanças acontecerão,
C o o p e r a t i v i s m o e m r e v i s ta
do interesse do setor priva- zada no cooperativismo. Ou gorias que representam.
do em investir. até mesmo um Conselho.
O que não ocorre com a
Por tudo isso (e muito mais) A OCB – Organização das OCB ou qualquer outra Ins-
é que continuo acreditando Cooperativas Brasileiras po- tituição (não sindical) que
e defendendo a “regulação deria ser utilizada como atue em nome do coopera-
do cooperativismo” no Bra- base e catalisadora de um tivismo brasileiro, diante da
sil, como a melhor mudança novo Sistema Regulador ausência da regulação.
que poderá ocorrer para o do Cooperativismo no Bra-
segmento. sil (SRC). É indiscutível que, O fundamental, de qual-
apesar da falta de pode- quer forma, é que um novo
Entrevista/Capa
O que o cooperativismo res legais de representação Órgão Regulador (ORC) de-
precisa, além de tudo que e regulação, ninguém fez tivesse poderes e pudesse
você disse, para crescer e mais pelo setor do que a ser técnico e objetivo, para
se desenvolver no Brasil? OCB no Brasil. Ninguém tam- que não fosse capturado
pouco reúne inteligência, politicamente ou subjugado
Otero: Eu acho que já disse histórico ou quadros com por interesses econômicos.
bastante. Poderíamos, con- tanta qualidade técnica e Seria ideal que fossem ga-
tudo, desenvolver várias al- de gestão. rantidos a diversidade e os
ternativas a partir do que já princípios cooperativistas.
disse. Façamos alguns exer- Para o desenvolvimento do
cícios básicos de lógica e Cooperativismo no Brasil, Enfim, idéias não faltam. Po-
criatividade. a OCB poderia reunir seus deria oferecer ou debater
valores de gestão e suas muitas outras. Mas, antes
Uma Agência (ANACOOP – expertises com as dos Sindi- de tudo, para o desenvol-
Agência Nacional do Coo- catos para atuar de manei- vimento do cooperativismo
perativismo) viria do Execu- ra conjunta, local e tópica, no Brasil, precisamos primei-
tivo e supriria a maioria dos em setores do cooperativis- ro da união, compreensão
percalços do cooperativis- mo ou regiões geográficas, e boa vontade.
mo no legislativo. já que são Instituições que
possuem capacidades e O Cooperativismo não é o
De uma tacada só, o Go- peculiaridades distintas que patinho feio. É, na verdade,
verno não somente alteraria poderiam se complemen- um frondoso cisne. Perdo-
a base legal do cooperati- tar, de maneira plural e de- em-me o repeteco da fábu-
vismo no Brasil, mas o pre- mocrática. Façamos mais la. C o o p e r a t i v i s m o e m r e v i s ta
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doações utilizando-se de cooperativa para fabricar
cooperativas luvas de couros
C o o p e r a t i v i s m o e m r e v i s ta
A nova lei eleitoral que entrou em vigor Mulheres das cidades de Candeias do
tem um parágrafo que habilita coope- Jamari e Itapuã do Oeste se unem por
rativas doarem dinheiro para campa- meio de cooperativa para produzir e
nhas eleitorais. Dessa forma sindicatos vender luvas de couro para empresas
que não realizavam doações, agora de construção civil. São produzidas 10
poderão, já que alguns dos grandes mil pares de luvas por mês. Essa inicia-
sindicatos têm cooperativas de crédito tiva traz a esperança de uma vida me-
e habitacionais, como o Sindicato dos lhor para as mulheres que trabalharão
Metalúrgicos do ABC. na cooperativa.
Coopernotas
Arnaldo Jardim está Maranhão terá lei estadual
otimista com Frencoop/SP do cooperativismo
O deputado federal, Arnaldo Jardim O Projeto de Lei visa disciplinar a polí-
uma das pessoas mais atuantes em fa- tica cooperativista do estado. A Lei re-
vor do cooperativismo disse estar otimis- presenta um avanço para o cooperati-
ta com a Frente Parlamentar do Coo- vismo maranhense. Vale destacar que
perativismo em São Paulo. Ele acredita vários estados brasileiros já tem sua Lei
que o deputado Davi Zaia e os outros Estadual, e o Maranhão está sendo um
deputados serão capazes de imple- dos últimos a propor um projeto de lei
mentar uma dinâmica de trabalho fa- que rege o cooperativismo.
vorável ao cooperativismo.
C o o p e r a t i v i s m o e m r e v i s ta
lhar esses arquivos com ou- Desafios
Um exemplo bem simples tras pessoas que poderão,
para entender a computa- não somente ler, mas tam- Como toda nova tecno-
ção em nuvem é a utiliza- bém editar. logia surge os desafios. No
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Entrevista CPT CPT comemora 30 anos de História
Quem poderia imaginar uma cooperativa de artistas sobreviver a tantas mudanças
econômicas e sociais de um país?
lista de Teatro, que em 2009 mais com as dificuldades nha, em participar desse
comemorou seus 30 anos que nós vivemos e com ins- quadro societário de mo-
de vida em prol da cultura, tabilidade econômica do delo bem particular que é o
e que implanta um novo sis- país. Para você ver, um gru- cooperativismo, onde o ar-
tema de gestão, o EasyCO- po de artistas há 30 anos, ar- tista passa a ser inserido de
OP, desenvolvido pela Easy tistas destemidos, querendo forma regular, o que é bem
System, visando obter maior fazer alguma coisa impor- difícil até por uma questão
transparência em suas ope- tante e, de repente, conse- cultural, e trazer esse artista
rações e oferecer maior co- guem sobreviver durante 30 para a formalidade, para a
modidade e flexibilidade no anos num país que não tem regulamentação, onde ele
atendimento aos coopera- políticas culturais sérias. passa a ter seus direitos e
dos e tomadores de serviço. obrigações, em um sistema
Para esta entrevista, convi- Hoje a cooperativa é uma cooperativista onde ele de-
damos a vice-presidente, referência no país. Foi à cide aonde vai atuar, traba-
Cene Gots, e o tesoureiro, primeira cooperativa de lhar, de que forma, horário.
Aiman Hammoud, para teatro do Brasil, não existia Ele é dono da própria força
contar sobre os 30 anos da nada parecido. Então, é de trabalho.
cooperativa e as inovações muito gratificante trabalhar
tecnológicas que estão sen- em uma cooperativa que Como estão sendo come-
do implementados para fa- sobreviveu durante 30 anos morados estes 30 anos da
cilitar o trabalho da coope- num país onde a cultura é cooperativa?
rativa. colocada em segundo pla-
no. Atualmente, a coope- Cene: Nós planejamos qua-
A Cooperativa Paulista de rativa conta com quatro mil tro eventos ao longo desse
Teatro completou 30 anos associados, todos voltados ano. O primeiro foi o Prêmio
de história. Como é partici- para a área de cultura. É CPT. Foi o primeiro ano de
par de um projeto com 30 importantíssimo comemorar entrega de um prêmio de
14 anos de vida? essa data. reconhecimento de núcleos
de produção. Nós prioriza- cooperativa capacita pro- Como foi o trabalho de im-
mos, neste prêmio, o coleti- fissionalmente seus sócios. plantação do sistema na
vo ao invés de prêmios indi- Hoje nós temos um projeto Cooperativa Paulista de Te-
viduais. desenvolvido, juntamente atro?
com a Fundação Nacional
O segundo evento que re- de Arte (Funarte) e a Secre- Cene: No momento, ainda
alizamos foi IV Mostra Lati- taria do Estado da Cultura estamos finalizando este
no Americano de Teatro de chamado CAT (Centro de processo, validando as mu-
Grupo. Esta mostra ocorre Aprimoramento Teatral), danças que foram feitas no
anualmente e traz grupos onde o cooperado tem vá- sistema.
do Brasil e da América Lati- rias oficinas disponíveis (mú-
na. sica, dança, interpretação, Aiman: Nós partimos do se-
dramaturgia, etc). guinte ponto, foi verificado
O terceiro evento foi o Tea- o que a Easy tinha no siste-
tro nos Parques, a abertura Como o surgiu o contato ma e o que poderia aten-
foi no dia 5 de setembro no com a Easy System? der à cooperativa. No siste-
C o o p e r a t i v i s m o e m r e v i s ta
Parque da Água Branca. ma que a Easy System tinha
Foram 32 apresentações Cene: Em 2003 eu partici- pronto naquele momento,
ao longo de dois meses se- pei de um curso promovido nos atendia em 60%, e isso
tembro e outubro, em vários pelo Sescoop que foi a ca- foi ótimo. Agora estamos no
parques da cidade. pacitação de gestores para processo para completar os
o cooperativismo. Nesse 40% restantes.
O quarto evento, que fe- evento eu conheci a Easy
chou as comemorações, foi System que, na época, ti- O sistema facilitará o traba-
o lançamento do livro com nha acabado de lançar no- lho da cooperativa?
a história dos 30 anos da co- vos softwares no mercado.
operativa. Esse primeiro livro Cene: Nós estamos certos
Entrevista CPT
é o resgate histórico da co- Fizemos um contato com disso. Numa cooperativa é
operativa, que foi elabora- eles, mas nosso trabalho essencial para você ter agi-
do pelo Alexandre Mate. tem muitas especificida- lidade. Muitas vezes, preci-
des e, naquele momento, samos tomar decisões muito
Existem ações que a coope- foi inviável a aquisição do rápidas e, para isso, preci-
rativa realize para estimular software. Neste ano com a samos ter dados confiáveis
as pessoas a assistirem es- transição do sistema, nós os para tomar a decisão cor-
petáculos teatrais? procuramos e eles estavam reta. Nós estamos acredi-
com módulo mais flexível tando muito e nossa expec-
Cene: Nós temos grupos e que atendia ao que nós tativa no sistema da Easy
que recebem recursos da queríamos. Então surgiu à System é muito boa.
lei Rouanet e outras leis de parceria entre da Easy Sys-
incentivo, permitindo que os tem e a Cooperativa Paulis- Aiman: Faz parte do projeto,
espetáculos sejam gratuitos. ta de Teatro. também, a reformulação
Nós estamos com um proje- do website, que oferecerá
to habilitado pela lei Roua- Aiman: Nossa cooperativa inúmeros recursos para faci-
net chamado de Formador tem muitas especificações litar a vida do cooperado.
de Platéia, que no momento bem diferentes das outras.
inclusive precisa de patroci- A forma de trabalho, por Cene: A Easy System foi su-
nadores. Este projeto atingi- exemplo, nós não lidamos per atencioso conosco,
rá todas as universidades do com o produto final como acho que todos os esforços
país. Por isso estamos atrás as cooperativas de traba- estão sendo empenhados
de incentivadores e patro- lho, nós temos núcleo de para nós chegarmos ao sis-
cinadores para este projeto. produção, então é um pro- tema ideal. Tanto nós da
São ações que a coopera- cedimento bem diferente, cooperatuva como a equi-
tiva faz para ampliar essa inclusive foram feitas várias pe da Easy System estamos
base de espectadores. adaptações para atender trabalhando para chegar-
às nossas necessidades ope- mos ao ponto que todos fi-
Aiman: Por outro lado, a racionais da cooprativa. carão satisfeitos. C o o p e r a t i v i s m o e m r e v i s ta
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As Cooperativas de trabalho depois
do projeto de lei 131/2008
José Eduardo Gibello Pastore.
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que muitos estão esperan- somente como usuários, cooperativas, visto que tem
do que, com a vigência da mas como reais e efetivos é efetivamente sócio não
referida Lei, tudo vá se resol- donos desse tipo de empre- entra com ação na Justiça
ver. endimento. É o ato corpora- do Trabalho, alegando ser
empregado.
Artigo
bordinado. A natureza jurí-
dica do trabalho associati-
vo se encontra na figura do
trabalho coordenado. As
cooperativas de trabalho
que desejam manter-se no
mercado vão ter de obser-
var essas premissas.
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Cooperativismo
Sindicalista
Sandra Campos, presidente da Fetracesp Dr. José Roberto, assessor jurídico Sincoomed
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Dr. Rodrigo Forcenette, advogado Dr. Marco Aurélio Kaluf, consultor jurídico
O Sindicato dos
Trabalhadores em
GaleriaFotos
Cooperativas de Trabalho de Sandra Campos, presidente da Fetracesp Dr. Maud Nogueira, da Uniodonto-SP
São Paulo e o Sindicato dos
Trabalhadores Empregados
em Cooperativas de São
Paulo realizaram no dia 15
de setembro a posse de seus
respectivos diretores com
a presença do presidente
na Uniodonto São Paulo, Dr.
Professor Hermes Dra. Ana Maria, da OAB/SJC
Maud Nogueira Fragoas,
entre outros convidados.
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13º Encontro
Cooperativo
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Palestra sobre Fusão e Incorporação Alexandre Augusto Filho, abertura
1º Encontro da
Frencoop/SP
O 1º Encontro da
C o o p e r a t i v i s m o e m r e v i s ta
Frente Parlamentar do
Aldo Rebelo e Sandra Campos Sandra, Antônio Otero e Daniel Wendell Cooperativismo Paulista
ocorreu no dia 14 de
setembro com o tema
“Proposta de Modificação
do Código Florestal”, e teve
a presença de políticos e
os presidentes da Ocesp e
OCB.
......................
Deputado federal, Odacir Zonta Luiz, Arnaldo, José, Sandra, Fernando e Daniel
Fetracesp realiza
GaleriaFotos
palestra para
cooperados