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Tutorial RMI

by lufer, Carlos Castro , Sandra Melo

(v.1.1)

Este documento resultou do tratamento e compilação de informação vária sobre JAVA RMI,
existente em livros da especialidade, acetatos das aulas, URLs da Web e outras fontes. Esta
versão teve a colaboração dos alunos Sandra Melo e Carlos Castro do curso de SIG.

Referências:

Tutorais:

• http://java.sun.com/javase/technologies/core/basic/rmi/index.jsp

• http://www.guj.com.br/java.tutorial.artigo.37.1.guj

• http://www.genady.net/rmi/v20/docs/installation/configure_jdk.html

RMI e Bases de Dados:

• http://java.sun.com/javase/technologies/core/basic/rmi/whitepaper/index.jsp

Livro:

• Java RMI, O´Reilly, ISBN: 9781565924529

JAVA RMI

A tecnologia RMI - Remote Method Invocation (Invocação de Métodos Remotos), surge na


expectativa de, por um lado acompanhar a força do desenvolvimento apoiado em arquitecturas
RPC (Remote Procedure Call), no mundo da Programação Orientada a Objectos, e por outro,
suportando o desenvolvimento distribuído em JAVA, herdando o que de melhor estas
tecnologia e paradigma oferecem.

O JAVA RMI surgiu logo com a versão Java JDK 1.1, e tem vindo a sofrer pequenas alterações
à medida que novos pacotes JAVA são lançados. Embora a portabilidade de soluções
desenvolvidas não esteja saudavelmente garantida entre versões JAVA (entenda-se, JVM -
Máquinas Virtuais JAVA), a arquitectura RMI assenta num padrão de desenvolvimento que se
tem respeitado.

Apresentação

O principal objectivo do JAVA RMI é possibilitar o desenvolvimento de aplicações distribuídas


em JAVA, utilizando a sintaxe e semântica usada nos programas não distribuídos. Pretende-se
utilizar métodos de objectos remotos a partir de qualquer JVM, residentes ou não na mesma

1
máquina. Praticamente todas as “virtudes” da tecnologia JAVA são mantidas, como é o caso do
portabilidade, segurança e polimorfismo. Interagir com sistemas legados (via JNI, JDBC, etc.),
com outros objectos existentes, etc., é uma tarefa suportada. Os arquitectos do RMI tentaram
fazer com que o uso dos objectos distribuídos em Java fosse similar ao uso de objectos Java
locais.

A arquitectura RMI define como os objectos se comportam (através de JAVA Interfaces), como
e quando excepções podem ocorrer, como a memória é gerida e como os parâmetros são
passados e retornados entre métodos remotos.

Arquitectura JAVA RMI

A arquitectura RMI é baseada num importante princípio: a definição do comportamento e a


implementação do comportamento são conceitos separados. O RMI permite que o código que
define o comportamento e o código que implementa o comportamento permaneçam separados
e corram em Máquinas Virtuais separadas separadas.

Em RMI, a definição do serviço remoto é codificada através de uma Interface Java, enquanto a
sua implementação (desse mesmo serviço remoto) é codificada numa classe. Logo, a chave
para se entender o RMI é recordar que as Interfaces definem o comportamento e as classes
definem a implementação.

A classe que implementa o comportamento (i.e, os métodos ou serviços que se pretendem


disponibilizar) executa no lado do servidor RMI. A classe que executa no cliente actua como
um Proxy para o serviço remoto, tal como é representado no seguinte diagrama:

O programa cliente faz chamadas de métodos pelo objecto Proxy, o RMI envia a requisição
para a JVM remota e redirecciona para a implementação. Qualquer valor devolvido (return)
pelo servidor é devolvido ao Proxy e depois ao programa cliente.

Um objecto RMI, ao poder ser evocado remotamente, tem de ser implementado seguindo as
seguintes especificações RMI:

• Extende UnicastRemoteObject

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• Possui métodos públicos distribuídos que lidam com (throw) RemoteException
• Possuem um construtor que lida com RemoteException
• Possuem um interface separado que descreve a assinatura dos métodos remotos e
extende java.rmi.Remote.

Implementação

A implementação do RMI é essencialmente feita em três camadas de abstracção. A primeira


camada contém os Stub e Skeleton (equivalentes aos stubs da especificação RPC - esta
camada intercepta as chamadas de métodos feitas pelo cliente), depois a classe que
implementa a Interface redirecciona essas chamadas para o serviço RMI remoto.

A próxima camada é a Remote Reference Layer. Esta camada sabe como interpretar e gerir as
referências feitas dos clientes para os objectos no serviço remoto. A conexão do cliente ao
servidor é Unicast (uma-para-um).

A camada de transporte é baseada em conexões TCP/IP.

Cada uma das camadas pode ser facilmente melhorada ou substituída sem afectar o resto do
sistema. Por exemplo, a camada de transporte poderia ser substituída por uma camada que
implemente conexões UDP/IP, sem afectar as camadas superiores.

Nome dos Objectos Remotos

Como um cliente “descobre” o serviço remoto RMI?

Os clientes encontram os serviços remotos usando o serviço de nomeação ou directório


(naming or directory). Isto parece um pouco redundante, mas o serviço de nomeação ou
directório funciona como um endereço bem formado (host:port).

O RMI pode usar diferentes tipos de serviços de directório, incluindo o JNDI (Java Naming and
Directory Interface). O próprio RMI inclui um simples serviço, chamado RMI Registry (no JDK
>=4.0 corresponde ao programa rmiregistry) que executa em cada máquina que hospeda o
serviço remoto, por defeito, na porta 1099.

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Numa máquina host, o servidor cria o objecto que implementa um dado serviço remoto
pretendido. Depois regista-o no RMI Registry, com um nome público.

No lado do cliente o RMI Registry é acedido através da classe estática Naming. Ela possui,
entre outros métodos, o método lookup( ), que o cliente usa para procurar o registro. Esse
método aceita a URL que especifica o nome do servidor e o nome do serviço desejado. O
método retorna uma referência remota para o objecto do serviço. A URL tem o seguinte
aspecto:

rmi://<host_name>[:port_number]/<service_name>

“Receita” para programar RMI

Para este tópico vamos utilizar o exemplo Mensageiro (também analisado nas aulas e cujo
código se encontra na página da disciplina), utilizado pelos tutoriais Java na demonstração de
vários processos de desenvolvimento. Para isso não necessitamos obrigatoriamente de duas
máquinas distintas ou com IP distintos. O exemplo pode ser executado na mesma máquina,
pois o RMI sabe como lidar com isso, mesmo que o host e o cliente sejam no mesmo local.

Um sistema RMI é composto de várias partes:

• Definição das interfaces para os serviços remotos

• Implementações dos serviços remotos

• Ficheiros de Stub e Skeletons

• Um servidor para hospedar os serviços remotos

• Um serviço de RMI Naming que permite ao cliente encontrar os serviços remotos

• Um provedor de ficheiros de classes (servidor http ou ftp)

• Um programa cliente que necessita dos serviços remotos

É possível sugerir uma notação capaz de orientar melhor a escrita de código. Assim, no nosso
exemplo, vamos ter:

Nome Exemplo Objectivo

Sem sufixo Mensageiro.java Código do Interface

Sufixo Impl MensageiroImpl.java Implementa os métodos (regras)

Sufixo Server MensageiroServer.java Servidor: cria objectos

Sufixo Client MensageiroClient.java Programa cliente

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Sufixo _stub e MensageiroImpl_Stub.class Classes que mapeiam os métodos no
skel cliente e no servidor
MensageiroImpl_Skel.class

Um exemplo RMI

Vamos criar um sistema teste que implemente o RMI, utilizando um programa cliente e um
programa servidor. Não vai ser utilizado um servidor FTP ou http e os programas estão
alojados na mesma máquina com a mesma estrutura de directórios.

Os passos a serem seguidos agora são:

• Definir a Interface

• Escrever e compilar o código Java da interface

• Escrever e compilar o código Java das implementações das classes

• Gerar as classes Stub e Skeleton das classes de implementação

Antes de se criarem os Stub e Skeleton, a estrutura de ficheiros necessários terá a seguinte


forma embora seja possível, mas não recomendável, juntar num único módulo o Interface e a
sua implementação):

– Servidor
• MensageiroImpl.java (implementação)
• Mensageiro.java (interface)
• StoreServer.java (main)
• Outras classes
– Cliente
• MensageiroClient.java
• Mensageiro.java

Crie agora um directório para guardar todos os ficheiros deste exemplo.

Interface

O primeiro passo, deverá ser então a criação da interface e compilá-la. A interface define todas
as funcionalidades remotas oferecidas pelo serviço. Nomeie o ficheiro como Mensageiro.java.

import java.rmi.Remote;

import java.rmi.RemoteException;

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public interface Mensageiro extends Remote {

public void enviarMensagem( String msg ) throws RemoteException;

public String lerMensagem() throws RemoteException;

Anote que esta interface extende a classe Remote, e cada assinatura de método ao declarar as
funcionalidades do serviço, prevê a existência de serem geradas excepções RemoteException.

Guarde este ficheiro no seu directório e compile, com a seguinte linha de comando:

javac Mensageiro.java

Implementação do interface

Agora é necessário implementar cada um dos serviços remotos, ou seja, o código a ser
executado no ambiente remoto. Nomeie o ficheiro como MensageiroImpl.java.

import java.rmi.RemoteException;
import java.rmi.server.UnicastRemoteObject;

public class MensageiroImpl extends UnicastRemoteObject implements Mensageiro {

public MensageiroImpl() throws RemoteException {


super();
}

public void enviarMensagem( String msg ) throws RemoteException {


System.out.println( msg );
}

public String lerMensagem() throws RemoteException {


return "This is not a Hello World! message";
}
}

Guarde este ficheiro no seu directório e compile, com a seguinte linha de comando:

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javac MensageiroImpl.java

Observe que a classe utiliza (extende) a classe UnicastRemoteObject para linkar com o
sistema RMI. Neste exemplo a classe extende a classe UnicastRemoteObject directamente.
Quando uma classe extende a classe UnicastRemoteObject, ela deve disponibilizar um
construtor que declare que ele pode lançar uma excepção RemoteException, pois quando o
método super( ) é chamado, ele activa o código em UnicastRemoteObject, que executa o link
RMI e a iniciação do objecto remoto.

Gerar os Stub e Skeleton

Gere os ficheiros Stub e Skeleton da classe de implementação que corre no servidor. Para isso
1
execute o comando rmic, compilador RMI do JDK (segundo o JRMP – Java Remote Method
Protocol).

rmic MensageiroImpl

Existem contudo outras formas de gerar os stubs, dependendo da versão JAVA a utilizar:

– Com a versão JDK5.0, os stubs passam a ser gerados automaticamente

– Com a versão JDK1.2, os stubs são gerados com:

– rmic –v1.2 MensageiroImpl

– Antes de JDK1.2, stubs e skeletons são criados com

– rmic –v1.1 MensageiroImpl

Após a execução deste comando, você deverá ver no seu directório os ficheiros
Mensageiro_Stub.class, Mensageiro_Skeleton.class. Todas as classes devem ser compiladas
(com javac) antes da utilização do rmic.

Assim, após a geração de stubs, a estrutura típica de ficheiros de uma aplicação RMI ficará:

– Servidor
• MensageiroImpl.java (implementação)
• Mensageiro.java (interface)
• StoreServer.java (main)

1
http://java.sun.com/j2se/1.5.0/docs/tooldocs/windows/rmic.html

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• Outras classes
• MensageiroImpl_Stub.class
– Cliente
• MensageiroClient.java
• Mensageiro.java
• MensageiroImpl_Stub.class

Servidor

O serviço remoto RMI deve ser hospedado num processo servidor. A classe MensageiroServer
é um servidor bem simples, que implementa somente os serviços pretendidos. Guarde o
ficheiro como MensageiroServer.java.

import java.rmi.Naming;
public class MensageiroServer {

public MensageiroServer() {
try {
Mensageiro m = new MensageiroImpl();
Naming.rebind("rmi://localhost:1099/MensageiroService", m);
}
catch( Exception e ) {
System.out.println( "Trouble: " + e );
}
}

public static void main(String[] args) {


new MensageiroServer();
}
}

Guarde este ficheiro (MensageiroServer.java) no seu directório e compile, com a seguinte linha
de comando:

javac MensageiroServer.java

Cliente

O código fonte para o cliente é o seguinte. Guarde o ficheiro como MensageiroClient.java.

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import java.rmi.Naming;
import java.rmi.RemoteException;
import java.rmi.NotBoundException;
import java.net.MalformedURLException;

public class MensageiroClient {


public static void main( String args[] ) {
try {
Mensageiro m = (Mensageiro) Naming.lookup( "rmi://localhost/MensageiroService" );
System.out.println( m.lerMensagem() );
m.enviarMensagem( "Hello World!" );
}
catch( MalformedURLException e ) {
System.out.println();
System.out.println( "MalformedURLException: " + e.toString() );
}
catch( RemoteException e ) {
System.out.println();
System.out.println( "RemoteException: " + e.toString() );
}
catch( NotBoundException e ) {
System.out.println();
System.out.println( "NotBoundException: " + e.toString() );
}
catch( Exception e ) {
System.out.println();
System.out.println( "Exception: " + e.toString() );
}
}
}

Nota:

Para que o cliente “descubra” o servidor, é utilizada a instrução

Naming.lookup( "nome_servidor" )

Neste caso é procurado, por omissão, na porta 1099, no localhost. A sintax mais adequada
deverá ser contudo,

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Naming.lookup(“rmi://host:port/name”);

Neste caso é possível indicar o IP da máquina e a porta disponibilizada para tal. No nosso
exemplo poderia então ser, por exemplo:

Naming.lookup( "rmi://127.0.0.1:99/MensageiroService" );

Se pretender conhecer todos os servidores registados no registry, a classe Naming possui o


método list, usado com a seguinte sintax:

String[] bindings = Naming.list(“<url do registry>”);

Guarde este ficheiro (MensageiroClient.java) no seu directório e compile, com a seguinte linha
de comando:

javac MensageiroClient.java

Testar a aplicação RMI

Para testar um exemplo de RMI, talvez o melhor seja utilizar três consolas diferentes do MS-
DOS.

Numa das consolas vai executar o programa servidor, numa outra execute o RMI Registry e na
última execute o Cliente.

Inicie o RMI Registry. Você deve estar no mesmo directório em que estão gravados os
ficheiros. Execute a seguinte linha de comando:

start rmiregistry

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Aparecerá então uma consola DOS na qual está a ser executado o RMI registry.

Na segunda consola vamos executar o programa servidor. Você deve estar no mesmo
directório em que estão gravados os ficheiros para executar o aplicativo. Execute o seguinte
comando:

java MensageiroServer

Este comando inicia o servidor, carrega a sua implementação na memória e espera pela
conexão com o cliente.

Na última consola, execute o programa cliente. Você deve estar no mesmo directório em que
estão gravados os ficheiros. Para isso execute o seguinte comando:

java MensageiroClient

Se tudo correr bem, nas consolas 2 (servidor) e 3 (cliente) deverão ocorrer as seguintes
mensagens.

Na consola 2 (servidor):

“Hellow World!”

Na consola 3 (cliente):

“This is not a Hello World! Message”

Tratamento de segurança

Tratando-se de um sistema que pretende aceder a processos que correm em máquinas


diferentes, é importante considerar questões de permissões de acessos e outras, relacionadas
com segurança.

Este processo, embora não muito simples, foca-se na análise das classes que gerem a
segurança do JAVA, neste caso essencialmente a classe System.setSecurityManager. Para
isto, o código no processo Cliente deverá conter a seguinte instrução

System.setSecurityManager(new RMISecurityManager());

Para que consiga ser executado, as condições de acesso e permissão poderão ser
definidasem ficheiros externos (policy files) e referidos na altura da execução dos processos. O
comando seguinte refere um ficheiro (policy.all) no qual estarão definindo todas as regras de

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segurança pretendidas (convém aprofundar mais este assunto, lendo sobre “Implementação de
segurança em aplicações Java”).

java –Djava.security.policy=policy.all MensageiroClient

Outro exemplo RMI

Interface

public interface myRMIInterface extends java.rmi.Remote


{
public java.util.Date getDate() throws java.rmi.RemoteException;
public int sum(int x, int y) throws java.rmi.RemoteException;
}

Classe que implementa o Interface

import java.rmi.*;
import java.rmi.server.UnicastRemoteObject;

public class myRMIImpl extends UnicastRemoteObject implements myRMIInterface


{
public myRMIImpl(String name) throws RemoteException
{
super();
try
{
Naming.rebind(name, this);
}
catch(Exception e)
{
System.out.println("Exception occurred: " + e);
}
}

public java.util.Date getDate()


{
return new java.util.Date();
}

public int sum(int x, int y)


{
return (x+y);
}
}

Servidor implementado como instância da classe que implementa o interface (myRMIImpl)

import java.rmi.*;
import java.rmi.server.UnicastRemoteObject;

public class myRMIServer

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{
public static void main(String[] argv)
{
System.setSecurityManager(new RMISecurityManager());
try
{
myRMIImpl implementation = new myRMIImpl("myRMIImplInstance");
System.out.println("Servidor escuta...");
}
catch (Exception e)
{
System.out.println("Exception occurred: " + e);
}
}
}

Cliente
import java.rmi.*;
import java.rmi.registry.*;
import java.rmi.server.*;
import java.util.Date;

public class myRMIClient


{
public static void main(String[] argv)
{
System.setSecurityManager(new RMISecurityManager());
if (argv.length != 1)
{
System.out.println("usage: java myRMIClient <IP address of host running RMI
server>");
System.exit(0);
}
String serverName = argv[0];
try
{
//bind server object to object in client
myRMIInterface myServerObject = (myRMIInterface)
Naming.lookup("rmi://"+serverName+"/myRMIImplInstance");

//invoke method on server object


Date d = myServerObject.getDate();
System.out.println("Date on server is " + d);

int x = myServerObject.sum(2,3);
System.out.println("Soma de 2 com 3 = :" + x);

}
catch(Exception e)
{
System.out.println("Exception occured: " + e);
System.exit(0);
}
System.out.println("RMI connection successful");
}

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}

Repare-se que neste último caso a classe main() do Servidor está definida, não na classe que
implementa o interface mas sim na classe instância.

Repare-se também que neste exemplo é possível indicar, na altura da execução do cliente, o
IP da máquina onde está a executar o servidor.

2
Desenvolver aplicações RMI com Eclipse

Caso queiras utilizar o IDE Eclipse para escrever o código JAVA, segue um pequeno tutorial de
como instalar o plugin necessário.

Configurar o JDK no Eclipse

a) Antes de tudo é fundamental configurar correctamente o JAVA no IDE Eclipse.


Obviamente que terá de instalar uma das versões do JDK (JDK 1.4.2 ou JDK 1.5.0 ou
3
mesmo J2SE v1.4.2_12 SDK") .

b) Supondo que optou pela instalação do JDK5.0, na pasta “C:\Program


Files\Java\jdk1.5.0_09“.

c) Inicie o Eclipse e aceda ao serviço Preferences (Window -> Preferences...) (Figura 1)

2
Capítulo criado com a colaboração do aluno Carlos Castro ( 3º ano de SIG)
3
Não confunda JDK com JRE. Este último refere-se somente à máquina virtual

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Figura 1

d) Aceda à página referente a "Java->Installed JREs". (Figura 2)

Figura 2

Tem de verificar que a localização da a máquina virtual (JRE) deverá corresponder à PATH
onde instalou o JDK.

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e) Se tiver de alterar a localização, por defeito, do JRE, seleccione o registo corrente
(checkbox) e click em “Edit…”. (Figura 3)

Figura 3

f) Escreva o correspondente à versão que instalou ("jdk-1.5.0", por exemplo) no campo


“JRE name” e defina "C:\Program Files\Java\jdk1.5.0_09" a PATH
correspondente ao local onde instalou o JDK, no campo "JRE home directory". Click
em "OK" para terminar.

Nota:

Por vezes a portabilidade JAVA fica comprometida sempre que estejam várias versões JDK ou
mesmo JRE instaladas. Isto pode acontecer, por exemplo, se compilar com uma versão (com
javac) e for executar (com java) com outra versão distinta…para evitar isto, certifique-se que
todas as variáveis de ambiente estão devidamente configuradas: PATH, CLASSPATH e
JAVA_HOME.

Configuração do Plugin

• Download do plugin RMI em http://www.genady.net/rmi/v20/downloads.html

• Colocar o conteúdo da pasta features e plugins dentro das respectivas com o mesmo
nome na directoria do eclipse.

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Utilização

• Criar um novo projecto JAVA como se tratasse de uma aplicação Java normal. Uma
boa prática neste caso é criar Packages para agrupar classes. Sendo assim, criamos
(por exemplo) 3 Packages, Cliente, Servidor e Interface.

• Antes de compilar a aplicação, clicar com o botão direito do rato por cima do nome do
projecto no Package Explorer, escolher RMI e depois Enable Stubs Generation (isto
para activar a geração automática do Stub - "rmic")

• Para compilar e correr a aplicação, basta clicar com o botão direito novamente sobre o
nome do projecto, depois escolher Run As, e finalmente RMI Application. Irá surgir uma
mensagem em que se pede que seja escolhida uma classe main (escolhemos a classe
que contem o servidor). De seguida fazemos um Run novamente mas seleccionamos a
classe Cliente.

• Se for necessário introduzir parâmetros na invocação da classe cliente por exemplo,


quando fazemos Run, surgem vários submenus antes da confirmação final e aí é
possível introduzir alguns dados entre os quais os parâmetros da invocação.

Desenvolver aplicações RMI sem IDE

Trata-se de desenvolver aplicações RMI sem a ajuda de qualquer IDE específico mas somente
através de um editor de texto (situação comum para ambientes linux ou mesmo os menos
adeptos ao Windows).

Neste caso, uma sugestão de organização de ficheiros e criação de scripts é apresentado nos
seguintes tópicos:

Organização de ficheiros:

Uma estrutura indicada pode ser a apresentada na figura seguinte:

onde, na pastas:

• server são colocados o código JAVA do interface, as classes que o implementam e o


código da aplicação servidor.

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no nosso caso:

• client é colocado o código JAVA da aplicação cliente

no nosso caso

• build são colocadas todas as classes resultantes da compilação

no nosso caso

Batch Files:

Para facilitar a compilação poderão ser criadas algumas batch files (ou scripts) tais como se
apresentam a seguir:

build.bat
usada para compilar todo o código
@rem preparar exemplo de RMI
@by lufer

@rem Set up de variáveis locais


setlocal
set pwd=E:\Users\work\Ipca\2006-2007\ISI\RMI\Exemplos\Exemplo2
set class_dir=%pwd%\build\classes
set int_dir=%pwd%\server
set impl_dir=%pwd%\server
set client_dir=%pwd%\client

@rem criar directorias auxiliares


mkdir build
mkdir build\classes

copy policy.all build\classes

@rem compilar tudo


javac -classpath %class_dir% -d %class_dir% %int_dir%\*.java
javac -classpath %class_dir% -d %class_dir% %impl_dir%\*.java
javac -classpath %class_dir% -d %class_dir% %client_dir%\*.java

@rem executar rmic para gerar stub e skeleton


rmic -classpath %class_dir% -d %class_dir% MensageiroImpl

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endlocal

server.bat
usada para iniciar o rmiregistry e a aplicação servidor
@rem executa o servidor.

cd build\classes

@rem inicia o rmiregistry


start rmiregistry

@rem corre o servidor


start java -Djava.security.policy=policy.all MensageiroServer

cd ..\..

client.bat
usada para iniciar a aplicação cliente
@rem Run the SampleServer client
cd build\classes
java -Djava.security.policy=policy.all MensageiroClient
cd ..\..

Conclusão

Se tudo correu bem, acabou de criar um sistema utilizando a tecnologia RMI. Apesar de ter
executado os programas na mesma máquina, o RMI usa a pilha de rede TCP/IP para
comunicar entre as três diferentes instâncias da JVM.

Resumindo, algumas das vantagens de um sistema RMI.

• Orientado a Objectos: objectos como parâmetros e devolução de tipos complexos

• Comportamento “Móvel”: a classe que implementa o Interface pode ser transferida do


4
cliente para o servidor e vice-versa ;

• Desenvolvimento via Design Patterns: a arquitectura RMI é respeitada

• Segura e Portável: garantido pelo próprio JAVA

• Fácil de programar e de usar

• Integra-se bem com sistemas legados: via JNI, JDBC, etc.

• Write Once, Run Anywhere: com os devidos cuidados, a portabilidade é garantida

• Garbage Collection distribuída: garantido pelo JAVA

• Admite computação paralela: pois pode recorrer a JAVA threads

4
Mais informação em http://java.sun.com/javase/technologies/core/basic/rmi/whitepaper/index.jsp

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• Para concluir, é fácil de programar e é robusta.

Esta tecnologia compete directamente com a especificação CORBA e com a tecnologia Web
Services.

Quiçá uma das desvantagens, entre outras, seja a dependência exclusiva do JAVA.

Luís Ferreira, Sandra Melo, Carlos Castro

Março, 2007

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