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ABORTAMENTO

Stefan Welkovic
Abortamento - Conceito
• Interrupção da gestação antes da 22a. semana
ou 500 g.
• Caso não haja conhecimento da IG ou falta de
acesso a balança, pode-se utilizar o
comprimento cabeça-calcanhar do feto (16,5
cm) - retrospectivo
• Aproximadamente 20% dos internamentos da
Maternidade da Encruzilhada.
Etiologia
• Genética (trissomias)
• Incompetência istmo-cervical
• Ginecopatias: Mal-formações uterinas,
miomas, hipoplasia uterina,
Ashermann, pólipos.
• Hormonais: tiróide, Insuficiência lútea
Etiologia
• Infecções (toxoplasmose, listeriose,
brucelose, sífilis, micoplasma,
citomegalovírus, herpes, rubéola)
• Imunológicos (anticorpos antifosolípides,
incompatibilidade Rh e ABO
• Nutricionais (deficiência de ácido fólico,
vitamina E)
• Psicológicos
Classificação clínica
• Ameaça: sangramento discreto, cólicas, colo
fechado.
• Inevitável: sangramento vultoso e/ou cólicas
e/ou colo aberto. Incluir os casos de rotura da
bolsa confirmada com menos de 22 semanas.
• Completo: colo fechado, sangramento
praticamente ausente
• Incompleto: sangramento vultoso, cólicas,
colo aberto (geralmente a paciente refere ter
perdido o feto).
Classificação cronológica

• Precoce:
– antes da 13a semana
• Tardio:
– a partir da 13a semana
Abortamento Infectado
• Presença de febre por dois dias consecutivos
(maior que 38o C).
• Considerar história de manobras abortivas
• Lembrar que misoprostol pode causar febre
sem haver infecção de fato.

• Classificação da infecção:
Grau I – Limitada ao útero
Grau II – útero e anexos.
Grau III – peritonite e/ou sepsis
Abortamento Retido
• Retenção do ovo morto por mais de 4
semanas
• USG - ausência de vitalidade
• Anamnese
– Diminuição do volume uterino
– Parada dos movimentos fetais
– Diminuição do peso
– Diminuição do volume e consistência das
mamas
– Negativação dos testes de gravidez
Abortamento Retido
Exame obstétrico
• AFU menor que o esperado para a IG
• BCF ausente
• Especular – sangramento ausente ou
escasso
• Colo fechado
Abortamento Retido
Complicações
• Distúrbios da coagulação:
passagem para o sangue de toxinas
oriundas da degeneração do feto e
placenta
• Infecção (rara)
Conduta - Abortamento precoce
EXAME CLÍNICO

TOQUE

FECHADO ABERTO

EXAME INTERNAR
ESPECULAR SOLICITAR VDRL E CS

Rh
BCF

NEGATIVO
POSITIVA NEGATIVA

50 µg IG ANTI-Rh
PRÉ-NATAL/USG RETIDO

ESVAZIAR

CURETAGEM AMIU
CONVENCIONAL

ALTA ALTA
6 HORAS 1 HORA
APÓS RESULT
EXAMES

CONTRACEPÇÃO
Conduta no abortamento tardio
TOQUE

FECHADO ABERTO feto presente ABERTO ausência de feto

USG BCF NEGATIVO BCF POSITIVO

BCF POSITIVO BCF NEGATIVO CESÁREA ANTERIOR AGUARDAR EVOLUÇÃO

PRÉ-NATAL RETIDO POSITIVA NEGATIVA

OCITOCINA MISOPROSTOL
16 amp 24 ml/h 1 comp vag 6/6

CURETAGEM CONVENCIONAL

ALTA APÓS 6 HORAS


C/ CONTRACEPÇÃO

rh negativo =
250 µg Ig anti Rh
Conduta no abortamento infectado
classificar

I II III

1 Ab ou 0 2 ab 3 ab

cloranfenicol ampi + clora Ampi + genta + clora


500 mg vo 6/6 oral com retorno da dieta oral com retorno da dieta
suspender 48 h após último sintoma suspender 48 h após último sintoma manter mínimo de 7 dias

histerectomia se agravar
Antibiótico Dose
Ampicilina 1 g IV 6 em 6 h / 500 mg
VO 6 em 6 h
Cefalotina 1 g IV de 4 em 4 h
Cefalexina 500 mg VO 6 em 6 h
Cloranfenicol 1 g IV 6 em 6 h / 500 mg
VO 6 em 6 h
Metronidazol 500 mg IV 6 em 6 h
Gentamicina 120 mg IV dose única
Conduta
Abortamento infectado
• Prescrever metronidazol ou cefalotina apenas
para os casos em que o cloranfenicol e a
ampicilina não surtirem efeito,
respectivamente (alternativas)
• Suspender os antibióticos 48 h após o último
sintoma, exceto em casos de sepsis e abscessos
pélvicos quando a antibioticoterapia deverá
ser prolongada por no mínimo 7 dias
• Caso persista a febre, considerar hipótese de
abscesso pélvico e na sua inexistência,
tromboflebite pélvica.
Habitual
• 3 ou mais abortamentos consecutivos
espontâneos
(2 em pacientes com esterilidade ou com
mais de 35 anos)
• Causas: uterinas (bicorno ou septado),
miomas, IIC, Ashermann, endócrinas
(diabetes, tiróide), insuficiência lútea,
infecciosos, imunológicos.
Habitual - Diagnóstico
• Anamnese
• Exame ginecológico
• USG
• TSH, T4, glicemia, teste oral de tolerância à
glicose, infecções (sífilis, rubéola, CMV,
toxoplasmose, clamídia, micoplasma)
• Imunológica: Anti-corpos anti-fosfolípides
(anti-corpos anti-cardiolipina, anti-nucleares,
anti-coagulante lúpico).
Habitual - conduta

• O tratamento depende da etiologia


• Acompanhamento quinzenal
• Insuficiência lútea:
– Progesterona 25 a 50 mg vaginal 2 a
3 vezes ao dia até a 14ª semana.
http://www.dr-stefan.cjb.net
FIM

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