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Código de Ética

do
Corpo Discente
“Toda educação é uma ação interativa: faz-se mediante informações,

comunicação, diálogo entre seres humanos. Em toda educação há um

outro em relação. Em toda educação, por tudo isso, a ética está implicada”.

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Companheirismo Sigilo
Honra

Justiça Zelo Responsabilidade

Igualdade Honestidade

Competência Respeito
Liberdade

Lealdade Solidariedade

Generosidade
Cooperação
A ética trata do comportamento do homem, da relação entre sua vontade e

a obrigação de seguir uma norma, do que é o bem e de onde vem o mal, do

que é certo e errado, da liberdade e da necessidade de respeitar o próximo.

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1. PREÂMBULO

A dimensão ética da Educação é algo que não pode ser menosprezado e as Escolas devem ser espaços
onde todos os que a frequentam devem assumir uma postura ética de acordo com as suas funções e
obrigações, de alunos a docentes, passando pelos funcionários e famílias. Todos devem ter e/ou sentir
um conjunto de obrigações decorrentes do seu papel do sistema educativo e agirem de acordo com ele,
existam ou não códigos escritos a determiná-lo.
A decisão de se proceder à elaboração de um Código de Ética e conduta do Pessoal Discente da
Escola Secundária de Domingos Sequeira prende-se com a necessidade de se criarem mecanismos de
intervenção imediata e eficaz nas situações de indisciplina que se registam na escola.
Destaque-se que um documento desta natureza só se torna útil e profícuo se for encarado por toda a
comunidade educativa como traduzindo uma vontade e uma acção colectiva de melhorar o clima de
Escola que se pretende aperfeiçoar na ESDS, não devendo, por isso, os vários agentes educativos se
demitir das suas funções de educadores/formadores na gestão diária dos conflitos disciplinares.
Uma vez que todos os registos acumulados pelos alunos no âmbito das suas infracções disciplinares
deverão ser anexados ao seu processo, os alunos terão oportunidade de reflectir de uma forma
objectiva sobre o seu comportamento, no sentido de desenvolverem uma atitude mais positiva em
relação à sua escola, melhorarem as suas relações interpessoais, crescerem progressivamente na
responsabilidade e na predisposição para a aprendizagem.

2. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Artigo 1º
Para efeito do presente Código, ética compreende o conjunto de costumes, normas e de acções do
corpo discente da ESDS, passíveis de apreciação e julgamento susceptíveis de avaliação, sob o ponto
de vista do bem e do mal, relativos à Escola.
Artigo 2º
A aplicação dos princípios éticos visa promover os actos considerados mais adequados pela Escola.
Artigo 3º
A ESDS construirá a sua cultura e clima escolares pautados pela dignidade, respeito, lealdade e zelo
pelo património escolar, de forma a estimular o crescimento pessoal da população escolar, favorecendo
a consciência crítica e consolidação de uma conduta ética.
Artigo 4º
No início de cada ano lectivo, o corpo discente tomará conhecimento e comprometer-se-á a acatar e
observar as regras estabelecidas neste Código.

3. OBJECTIVOS
Artigo 1º
Traçar formas adequadas de conduta do corpo discente, para que este exercite as suas acções de um
modo correcto e em conformidade com os padrões de conduta correcta, justa e honesta.
Artigo 2º
Orientar e difundir os princípios éticos entre os seus membros, ampliando a confiança do corpo
discente na integridade das suas acções.
Artigo 3º
Propiciar um melhor relacionamento com a comunidade educativa e o respeito pelo património
público.
Artigo 4º
Promover a consciencialização dos princípios éticos fixados neste Código e no Regulamento Interno
da Escola, de modo a prevenir a existência de transgressões.
Artigo 5º
Estimular a necessidade da manutenção de um elevado padrão ético no cumprimento dos direitos e
deveres do corpo discente.

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4. DIREITOS DOS ALUNOS
1. Usufruir de ensino e de uma educação de qualidade de acordo com o previsto na lei, em
condições de efectiva igualdade de oportunidades no acesso, de forma a propiciar a realização
de aprendizagens bem sucedidas;
2. Usufruir do ambiente e do projecto educativo que proporcionem as condições para o seu pleno
desenvolvimento físico, intelectual, moral, cultural e cívico, para a formação da sua
personalidade e da sua capacidade de auto-aprendizagem e de crítica consciente sobre os
valores, o conhecimento e a estética;
3. Ver reconhecidos e valorizados: o mérito, a dedicação e o esforço no trabalho e no desempenho
escolar e ser estimulado nesse sentido;
4. Ver reconhecido o empenhamento em acções meritórias, em favor da comunidade em que está
inserido ou da sociedade em geral, praticadas na escola ou fora dela; e ser estimulado nesse
sentido;
5. Usufruir de um horário escolar adequado ao ano frequentado, bem como de uma planificação
equilibrada das actividades curriculares e extracurriculares, nomeadamente as que contribuem
para o desenvolvimento cultural da comunidade;
6. Ser informado e beneficiar, no âmbito dos serviços de acção social escolar, de apoios concretos
que lhe permitam superar ou compensar as carências do tipo sócio-familiar, económico ou
cultural que dificultem o acesso à escola ou o processo de aprendizagem;
7. Beneficiar de outros apoios específicos, necessários às suas necessidades escolares ou às suas
aprendizagens, através dos serviços de psicologia e orientação ou de outros serviços
especializados de apoio educativo;
8. Ser tratado com respeito e correcção por qualquer membro da comunidade educativa;
9. Ser respeitado na sua confissão religiosa, no que diz respeito aos princípios da sua fé e às
práticas daí decorrentes;
10. Ver salvaguardada a sua segurança na escola e respeitada a sua integridade física e moral;
11. Ser assistido, de forma pronta e adequada, em caso de acidente ou doença súbita, ocorrido ou
manifestada no decorrer das actividades escolares;
12. Ver garantida a confidencialidade dos elementos e informações constantes do seu processo
individual, de natureza pessoal ou familiar;
13. Participar, através dos seus representantes, nos termos da lei, nos órgãos de administração e
gestão da escola, na criação e execução do respectivo projecto educativo, bem como na
elaboração do Regulamento Interno;
14. Eleger os seus representantes para os órgãos, cargos e demais funções de representação no
âmbito da escola, bem como ser eleito, nos termos da lei e do Regulamento Interno;
15. Apresentar críticas e sugestões relativas ao funcionamento da escola e ser ouvido pelos
professores, directores de turma ou professores tutores e órgãos de administração e gestão da
escola, em todos os assuntos que justificadamente forem do seu interesse;
16. Organizar e participar em iniciativas que promovam a formação e ocupação de tempos livres,
incluindo visitas de estudo, intercâmbios e outras actividades interescolares organizadas pela
ESDS;
17. Participar na elaboração do Regulamento Interno da escola, conhecê-lo e ser informado sobre
todos os assuntos que justificadamente sejam do seu interesse;
18. Participar nas demais actividades da escola, nos termos do respectivo Regulamento Interno;

5. DEVERES DOS ALUNOS


1. Estudar, empenhando-se na sua educação e formação integral;
2. Ser assíduo, pontual e empenhado no cumprimento de todos os seus deveres no âmbito do
trabalho escolar;
3. Seguir as orientações dos professores relativas ao seu processo de ensino e aprendizagem;

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4. Tratar com respeito e correcção qualquer membro da comunidade educativa;
5. Ser leal para com os seus professores e colegas;
6. Respeitar as instruções do pessoal docente e não docente;
7. Contribuir para a harmonia da convivência escolar e para a plena integração na escola de todos
os alunos;
8. Participar nas actividades educativas ou formativas desenvolvidas na escola, bem como nas
demais actividades organizativas que requeiram a participação dos alunos;
9. Respeitar a integridade física e moral de todos os membros da comunidade educativa;
10. Prestar auxílio e assistência aos restantes membros da comunidade educativa, de acordo com as
circunstâncias de perigo para a integridade física e moral dos mesmos;
11. Zelar pela preservação, conservação e asseio das instalações, material didáctico, mobiliário e
espaços verdes da escola, fazendo uso correcto dos mesmos;
12. Manter padrões de higiene e asseio pessoal que sejam compatíveis com a vivência escolar;
13. Manter actualizadas as vacinas prescritas no Plano Nacional de Vacinação, excepto quando,
por razões de saúde devidamente justificadas, delas deva ser dispensado mediante declaração
emitida pela autoridade de saúde concelhia;
14. Respeitar a propriedade dos bens de todos os membros da comunidade educativa;
15. Participar na eleição dos seus representantes e prestar-lhes toda a colaboração;
16. Conhecer as normas de funcionamento dos serviços da escola e o Regulamento Interno da
mesma e cumpri-los;
17. Respeitar e cumprir a lei e o Regulamento Interno quanto à posse e consumo de substâncias
aditivas, em especial, drogas, tabaco e bebidas alcoólicas;
18. Não transportar quaisquer materiais, instrumentos ou engenhos passíveis de, objectivamente,
causarem danos físicos ao aluno ou a terceiros;
19. Não praticar qualquer acto ilícito, nomeadamente qualquer tipo de tráfico ou facilitação de
consumo de substâncias psicoactivas;
20. Respeitar o exercício do direito à educação e ensino dos outros alunos;
21. Ser diariamente portador do cartão de estudante;
22. Não permanecer no espaço exterior às salas de aulas (corredores), enquanto estas decorrem;
23. Não usar bonés dentro da sala de aula;
24. Não mascar pastilha elástica dentro da sala da aula;
25. Manter os equipamentos tecnológicos, telemóvel, Ipod, MP3 desligados durante as actividades
lectivas;
26. Não comer dentro da sala de aula;
27. Apresentar-se na Escola e nas aulas em boas condições de higiene e vestido de forma adequada
e/ou apropriada;
28. Respeitar e facilitar a passagem (em portas e escadas) de qualquer membro da comunidade
educativa, em especial, os alunos com mobilidade restrita.

6. MEDIDAS EDUCATIVAS DISCIPLINARES


MEDIDAS DISCIPLINARES PREVENTIVAS E DE INTEGRAÇÃO

São medidas disciplinares preventivas e de integração:


a. A advertência;
b. A ordem de saída da sala de aula (*);
c. As actividades de integração na escola;
d. O condicionamento no acesso a determinados espaços ou na utilização de materiais e equipamento
específicos, sem prejuízo daqueles que se encontrem afectos a actividades lectivas;
e. A mudança de turma.

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Sempre que o aluno tem um comportamento incorrecto, dentro ou fora da sala de aula, é feita uma
Participação Disciplinar da ocorrência. Esta poderá ser feita por qualquer membro da comunidade
escolar sendo o aluno encaminhado para o Gabinete Disciplinar ou ao Director. Posteriormente, esta
participação será comunicada ao Director de Turma e/ou ao Director, que, consoante a gravidade da
mesma, encaminhará o processo disciplinar de acordo com o presente regulamento e registará no
Programa Gestão de Alunos/Processo Disciplinar a ocorrência.

(*) No caso de ser dada ordem de saída da sala de aula, será obrigatoriamente elaborada a respectiva
participação e o aluno encaminhado para a Gabinete Disciplinar, onde será analisado e registado o
comportamento do aluno. Ao aluno que for dada ordem de saída da sala de aula, o mesmo deve ser
acompanhado por uma actividade para realizar relacionada com a área curricular disciplinar.

7. MEDIDAS DISCIPLINARES SANCIONATÓRIAS

São medidas disciplinares sancionatórias:


a) A repreensão;
b) A repreensão registada;
c) A suspensão da escola até 5 dias úteis;
d) A suspensão da escola de 6 a 10 dias úteis;
e) A transferência de escola;
f) A expulsão da escola

8. CUMULAÇÃO DE MEDIDAS DISCIPLINARES

A medida disciplinar de execução de actividades de integração na escola pode aplicar-se


cumulativamente com as medidas disciplinares sancionatórias, com excepção da de expulsão da
escola, de acordo com as características do comportamento e as necessidades reveladas pelo aluno,
quanto ao desenvolvimento equilibrado da sua personalidade, da sua capacidade de se relacionar com
os outros, da sua plena integração na comunidade educativa, do seu sentido de responsabilidade e das
suas aprendizagens.

Advertência

A advertência consiste numa chamada verbal de atenção ao aluno, perante um seu comportamento
perturbador do funcionamento normal das actividades da escola ou das relações no âmbito da
comunidade educativa passível de ser considerado infracção disciplinar, alertando-o para a natureza
ilícita desse comportamento, que, por isso, deve cessar e ser evitado de futuro.

Ordem de saída da sala de aula

1. A ordem de saída da sala de aula é uma medida cautelar, de carácter excepcional, aplicável ao
aluno que aí se comporte de modo que impeça o prosseguimento do processo de ensino e
aprendizagem dos restantes alunos, destinada a prevenir esta situação.
2. A ordem de saída da sala de aula pode ser aplicada quando estejam reunidas, cumulativamente, as
seguintes condições:
a) A escola disponha de espaço devidamente supervisionado para o qual o aluno possa, de imediato,
ser encaminhado;
b) A duração do período de permanência no espaço alternativo seja, pelo menos, igual ao tempo
remanescente da actividade da qual o aluno foi excluído.

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2. O disposto no número anterior não se aplica a alunos maiores de 18 anos, os quais, quando
sujeitos a ordem de saída da sala de aula devem, de imediato, apresentar-se ao Director, que,
ouvido o aluno, determina a eventual aplicação de medida disciplinar adicional.
3. A ordem de saída da sala de aula implica a marcação de falta ao aluno e a comunicação, por
escrito, pelo professor que deu a ordem, ao director de turma ou professor tutor, para comunicação
ao encarregado de educação e para efeitos disciplinares e de adequação do plano de trabalho
individual. O professor entregará cópia da participação ao Observatório da Indisciplina.

Actividades de Integração na escola

1. A execução de actividades de integração na escola traduz-se no desempenho, pelo aluno que


desenvolva comportamentos passíveis de serem qualificados como infracção disciplinar grave, de
um programa de tarefas de carácter pedagógico que contribua para o reforço da sua formação
cívica, com vista ao desenvolvimento equilibrado da sua personalidade, da sua capacidade de se
relacionar com os outros, da sua plena integração na comunidade educativa, do seu sentido de
responsabilidade e das suas aprendizagens.
2. As tarefas referidas no número anterior são executadas em horário não coincidente com as
actividades lectivas, no máximo duas horas por dia, mas nunca por prazo superior dez dias úteis.
3. As actividades de integração na escola devem, se necessário e sempre que possível, compreender a
reparação do dano provocado pelo aluno.
4. As tarefas referidas no nº 1 estão previstas no Anexo ao Regulamento Interno, capítulo II, artigo
5.º.
5. Na execução do programa de integração referido no nº 1 a escola conta com a colaboração do
serviço de apoio social escolar, se requerido.

Condicionamento no acesso a espaços escolares

1. O condicionamento no acesso a determinados espaços escolares ou na utilização de certos


materiais e equipamentos é uma medida disciplinar preventiva, de carácter excepcional, que visa
alertar o aluno para a necessidade de correcção de comportamentos considerados perturbadores do
normal funcionamento das actividades escolares.
2. A aplicação desta medida não se aplica aos equipamentos e materiais afectos a actividades lectivas
e não pode ultrapassar um período lectivo.
3. A determinação de aplicação desta medida está a imediata comunicação aos pais ou ao
encarregado de educação, no caso do aluno ser menor de idade.

Mudança de turma

1. A mudança de turma é uma medida disciplinar preventiva, de carácter excepcional, aplicável


sempre que o aluno manifeste comportamentos perturbadores do normal funcionamento das
actividades lectivas e do processo de ensino-aprendizagem, em claro prejuízo dos colegas, e
sempre que se constate que o comportamento reincidente pode vir a ser alterado em virtude da
integração do aluno noutra turma.
2. A determinação da aplicação desta medida está sujeita a imediata comunicação aos pais ou ao
encarregado de educação, no caso do aluno ser menor de idade.
3. A aplicação desta medida vigora até ao final do ano lectivo em curso.

Repreensão

A repreensão consiste numa censura verbal ao aluno, perante um comportamento perturbador do


funcionamento normal das actividades da escola ou das relações no âmbito da comunidade educativa,

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constituinte de uma infracção disciplinar, com vista a responsabilizá-lo no sentido do cumprimento dos
seus deveres como aluno.

Repreensão registada

A repreensão registada consiste numa censura escrita ao aluno e arquivada no seu processo individual,
nos termos e com os objectivos referidos no artigo anterior, mas em que a gravidade ou a reiteração do
comportamento justificam a notificação aos pais e encarregados de educação, pelo meio mais expedito,
com vista a alertá-los para a necessidade de, em articulação com a escola, reforçarem a
responsabilização do seu educando no cumprimento dos seus deveres como aluno.

Suspensão da escola
1. A suspensão da escola consiste em impedir o aluno, de idade não inferior a 12 anos, de entrar nas
instalações da escola, quando, perante um comportamento perturbador do funcionamento normal
das actividades da escola ou das relações no âmbito da comunidade educativa, constituinte de uma
infracção disciplinar grave, tal suspensão seja reconhecidamente a única medida apta a
responsabilizá-lo no sentido do cumprimento dos seus deveres como aluno.
2. A medida disciplinar de suspensão da escola pode, de acordo com a gravidade e as circunstâncias
da infracção disciplinar, ter a duração de 1 a 10 dias.

Transferência de escola

1. A transferência de escola é aplicável ao aluno de idade não inferior a 12 anos que desenvolva
comportamentos passíveis de serem qualificados como infracção disciplinar muito grave,
notoriamente impeditivos do prosseguimento do processo de ensino e aprendizagem dos restantes
alunos da escola, e traduz-se numa medida cautelar destinada a prevenir esta situação e a
proporcionar uma efectiva integração do aluno na nova escola, se necessário com recurso a apoios
educativos específicos.
2. A medida disciplinar de transferência de escola só pode ser aplicada quando estiver assegurada a
frequência de outro estabelecimento de ensino e, frequentando o aluno a escolaridade obrigatória,
se esse outro estabelecimento de ensino estiver situado na mesma localidade ou na localidade mais
próxima, servida de transporte público ou escolar.

Expulsão da escola

1. A expulsão da escola consiste na proibição do acesso ao espaço escolar e na retenção do aluno,


desde que não abrangido pela escolaridade obrigatória, no ano de escolaridade que frequenta
quando a medida é aplicada, impedindo-o, salvo decisão judicial em contrário, de se matricular
nesse ano lectivo em qualquer outro estabelecimento de ensino público e não reconhecendo a
administração educativa qualquer efeito da frequência, pelo mesmo período, de
estabelecimento de ensino particular ou cooperativo.
2. A medida disciplinar de expulsão da escola só pode ocorrer perante um comportamento do
aluno que perturbe gravemente o funcionamento normal das actividades da escola ou as
relações no âmbito da comunidade educativa, constituinte de uma infracção disciplinar muito
grave, quando reconhecidamente se constate não haver outro modo de procurar responsabilizá-
lo no sentido do cumprimento dos seus deveres como aluno.
3. Sempre que haja suspeita de que um aluno consuma estupefacientes, o mesmo será comunicado
de imediato ao encarregado de educação. Este, no prazo máximo de 48 horas, efectuará um
exame de despiste. A recusa do encarregado de educação em fazer o exame levará à
instauração do processo de expulsão. Quando o resultado desse exame for positivo, o aluno terá
de integrar, obrigatoriamente, um programa de desintoxicação, podendo, no entanto, frequentar

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as actividades lectivas. A reincidência ou a falta ao programa de desintoxicação conduzirá à
instauração de processo para expulsão da escola.
4. O disposto nos números anteriores não impede o aluno de realizar exames nacionais ou de
equivalência à frequência, na qualidade de candidato autoproposto nos termos da legislação em
vigor. Neste seguimento, remetemos para os pontos seguintes do Estatuto do Aluno dos
Ensinos Básico e Secundário, no que toca à “Competência para aplicação das medidas
disciplinares”, bem como ao “Procedimento Disciplinar”:

9. PROCEDIMENTO DISCIPLINAR

O procedimento disciplinar passa por diferentes fases e implica, em cada uma delas, actuações e
agentes diversificados.
O quadro seguinte apresenta uma sistematização das fases, agentes e acções a empreender, no Estatuto
do Aluno e no Código de Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei nº6/96.

FASES DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR


• Comunica comportamento grave ou muito
Professor/Funcionário
grave ao Director de Turma ou ao Director.
• Participa a ocorrência, se a considerar grave
Director de turma
Preparação da ou muito grave, ao Director
instrução • Instaura procedimento disciplinar, no prazo
de um dia útil;
Director
• Nomeia instrutor para o processo (professor
da escola)
• Convoca os interessados com a antecedência
mínima de dois dias úteis;
• Promove audiência oral dos interessados
(aluno e EE, aquando da menoridade do
primeiro)
• Procede às demais diligências necessárias ao
processo de instrução, a concluir no prazo
máximo de cinco dias úteis;
• Pode pedir prorrogação do prazo em função
do número de testemunhas a ouvir;
Instrutor (professor • Elabora versão escrita da instrução, num
Instrução
da escola) relatório com qualificação do comportamento,
ponderação das circunstâncias atenuantes e
agravantes, proposta de aplicação da medida
disciplinar e proposta de arquivamento do
processo
• Remete relatório ao Director, que pode
suspender o aluno preventivamente da
frequência da escola por duração
correspondente à instrução do processo;
• Por motivos de imparcialidade no processo, o
instrutor não poderá ser um professor

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envolvido na ocorrência (Código de
Procedimento Administrativo)
• Exerce o poder disciplinar (de acordo com a
Director medida disciplinar a aplicar e as competências
que lhe estão definidas ou convoca o CTD, no
prazo máximo de dois dias úteis
Tomada de decisão • Exerce o poder disciplinar (de acordo com a
medida disciplinar a aplicar e as competências
Conselho de turma
que lhe estão definidas)
disciplinar (CTD)
• Os professores envolvidos na ocorrência não
poderão estar presentes na reunião
• Fundamenta e comunica a decisão por si
tomada, no prazo de dois dias úteis,
explicitando o momento da execução da
Director
medida disciplinar (notificação seja por
contacto pessoal com o aluno, quando maior,
ou com o EE, seja por carta registada com
aviso de recepção)
Comunicação
• Fundamenta e comunica a decisão por si
tomada, no prazo de cinco dias úteis,
explicitando o momento da execução da
Conselho de turma
medida disciplinar (notificação seja por
disciplinar (CTD)
contacto pessoal com o aluno, quando maior,
ou com o EE, seja por carta registada com
aviso de recepção)
• Formula recurso hierárquico para o Director
Encarregado de Regional de Educação, no prazo de dez dias
Recurso da tomada de
educação ou úteis;
decisão
Aluno (maioridade) • É notificado pelo Director do despacho do
recurso.
• Acompanha o aluno na execução da medida
disciplinar a que foi sujeito;
• Articula a sua actuação com os pais e EE,
bem como com a dos professores da turma
• Assegura a co-responsabilização de todos os
Execução da medida intervenientes nos efeitos educativos da
Director de turma
disciplinar medida aplicada;
• Conta com o apoio das estruturas de
orientação educativa e dos serviços
especializados de apoio educativo (SPO e
eventual equipa multidisciplinar de apoio
sócio-educativo)

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10. DIAGNOSE DA PROBLEMÁTICA/ENCAMINHAMENTO E JULGAMENTO DAS
ACÇÕES

Consideram-se graves e alvo de intervenção as situações que a seguir se enunciam. Refira-se que, de
acordo com a gravidade da situação verificada, a actuação a ser tomada pelo agente educativo deve
orientar-se pela ordem apresentada (de 1 a 3), sendo obrigatório o preenchimento da ficha de registo
apresentada em anexo em todas as situações.

Situação Actuação Penalização


1. Advertência
I – Falta de civismo e de respeito pelos 2. Registo e comunicação escrita ao Consoante a gravidade da situação, as
outros, não respeitando a integridade E.E. medidas de penalização são aferidas após o
física e moral de cada um; 3. Encaminhamento para Procedimento Procedimento Disciplinar
Disciplinar
II – Utilizar, dentro da sala de aula, 1. Advertência
equipamentos tecnológicos passíveis de 2. Registo e comunicação escrita ao Consoante a gravidade da situação, as
perturbar o normal funcionamento das E.E. medidas de penalização são aferidas após o
actividades lectivas (telemóveis, Ipods, 3. Encaminhamento para Procedimento Procedimento Disciplinar
MP3 e outros) Disciplinar
III – Entrar sem correcção na sala de 1. Advertência
aula, assumindo atitudes e uma postura 2. Registo e comunicação escrita ao Consoante a gravidade da situação, as
de desrespeito pelos colegas e professor, E.E. medidas de penalização são aferidas após o
não adequadas de uma ambiente de 3. Encaminhamento para Procedimento Procedimento Disciplinar
trabalho Disciplinar
1. Advertência
IV – Não respeitar as instruções dadas 2. Registo e comunicação escrita ao Consoante a gravidade da situação, as
pelos professores e/ou assistentes E.E. medidas de penalização são aferidas após o
operacionais 3. Encaminhamento para Procedimento Procedimento Disciplinar
Disciplinar
1. Advertência
V – Intervir de forma incorrecta nas
2. Registo e comunicação escrita ao Consoante a gravidade da situação, as
aulas e sentar-se na sala de aula de
E.E. medidas de penalização são aferidas após o
acordo com uma postura de desrespeito
3. Encaminhamento para Procedimento Procedimento Disciplinar
para com os colegas e o professor;
Disciplinar
1. Advertência
2. Registo e comunicação escrita ao Consoante a gravidade da situação, as
VI – Após o toque de saída, sair da sala
E.E. medidas de penalização são aferidas após o
sem autorização do professor.
3. Encaminhamento para Procedimento Procedimento Disciplinar
Disciplinar
1. Advertência
2. Registo e comunicação escrita ao Consoante a gravidade da situação, as
VII – Sair da sala de aula deixando-a
E.E. medidas de penalização são aferidas após o
suja e desarrumada
3. Encaminhamento para Procedimento Procedimento Disciplinar
Disciplinar
• Recolha imediata do lixo
VIII – Colocar o lixo fora dos recipientes 1. Advertência
• Limpeza do recinto escolar (1 dia)
apropriados 2. Registo e comunicação escrita ao E.E.
• Limpeza do recinto escolar (3 dias)
1. Advertência
2. Registo e comunicação escrita ao • Consoante a gravidade da situação, as
E.E. medidas de penalização são aferidas
IX - Consumo de tabaco 3. Encaminhamento para Procedimento após o Procedimento Disciplinar
Disciplinar
4. Auto de notícia para a PSP (Lei nº
37/2007 de 14 de Agosto)
1. Advertência
2. Registo e comunicação escrita ao • Consoante a gravidade da situação, as
X - Consumo de álcool E.E. medidas de penalização são aferidas
3. Encaminhamento para Procedimento após o Procedimento Disciplinar
Disciplinar
4. Advertência
5. Registo e comunicação escrita ao • Consoante a gravidade da situação, as
XI - Consumo de álcool E.E. medidas de penalização são aferidas
6. Encaminhamento para Procedimento após o Procedimento Disciplinar
Disciplinar

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• Após a denúncia no C.E. comunica-
• Consoante a gravidade da situação, as
se o sucedido ao E.E.
XII – Consumo de estupefacientes medidas de penalização são aferidas
• Encaminhamento para Procedimento
após o Procedimento Disciplinar
Disciplinar
Repor/corrigir os bens danificados,
1. Advertência envolvendo ou não o Encarregado de
2. Registo e comunicação escrita ao Educação, conforme a gravidade da
XIII – Actos de vandalismo sobre o E.E. situação.
património escolar
3. Encaminhamento para Procedimento Outras medidas de penalização aferidas
Disciplinar após processo disciplinar.

• Após a denúncia feita no Director


Devolver/pagar os bens retirados,
comunica-se o sucedido ao E.E.
XIV – Roubos/apropriação de bens envolvendo ou não o Encarregado de
• Encaminhamento para Procedimento
alheios Educação, conforme a gravidade da
Disciplinar, consoante a gravidade situação
da situação
1. Advertência
2. Registo e comunicação escrita ao
E.E. Consoante a gravidade da situação, as
XV – Posse e uso indevido de objectos
3. Encaminhamento para Procedimento medidas de penalização são aferidas após o
cortantes e perfurantes
Disciplinar Procedimento Disciplinar.
4. Encaminhamento para o SPO caso
se justifique
1. Advertência
2. Registo e comunicação escrita ao Consoante a gravidade da situação, as
XVI – Utilização de vocabulário/gestos
E.E. medidas de penalização são aferidas após o
impróprios
3. Encaminhamento para Procedimento Procedimento Disciplinar
Disciplinar
1. Advertência
2. Registo e comunicação escrita ao Consoante a gravidade da situação, as
XVII – Namorar no recinto escolar
E.E. medidas de penalização são aferidas após o
(desde que ultrapasse o limite do decoro)
3. Encaminhamento para Procedimento Procedimento Disciplinar
Disciplinar
1. Advertência
2. Registo e comunicação escrita ao
E.E. Consoante a gravidade da situação, as
XVIII – Vestuário não adequado (desde
3. Encaminhamento para Procedimento medidas de penalização são aferidas após o
que ultrapasse o limite do decoro)
Disciplinar Procedimento Disciplinar
4. Encaminhamento para o SPO caso
se justifique

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Escola Secundária de Domingos Sequeira
REGISTO DA SITUAÇÃO PREVISTA NO CÓDIGO DE ÉTICA
PARTICIPAÇÃO DISCIPLINAR

Identificação
Aluno: _______________________________________ Ano: ___ Turma: ___ N.º Processo: _______
Autor do Registo/Participação: ________________________________________________________
Director de Turma: __________________________________________________________________

Ocorrência/Situação -  I -  II -  III -  IV -  V -  VI  VII -  VIII -  IX


 X -  XI -  XII -  XIII -  XIV -  XV-  XVI -  XVII -  XVIII
Local: ________________________________ Data: ___/___/___ Hora: ___h___m

Descrição da ocorrência:

Atitude Tomada:

Testemunhas:

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Tendo em conta o tipo de comportamento do(a) aluno(a), considero conveniente tomar a(s) seguinte(s)
medida(s):
 Advertência ao(à) aluno(a)
 Registo e comunicação escrita ao E. de Educação
 Encaminhamento para Procedimento Disciplinar

O autor do Registo/Participação

_________________________

(Redigido em ___/___/___)

Director / Director de Turma / Observatório de Indisciplina:

Tendo em conta o acima referido, considero conveniente  Manter  Não Manter a(s) medida(s)
propostas
O autor da Entrevista

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(Redigido em ___/___/___)

O Director / O(A) Director(a) de Turma/Professor(a)

_____________________________________________

(Recebido em ___/___/___)

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