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VALORAÇÃO ECONÔMICA DO

MEIO AMBIENTE
Objetivos

• Conhecer os princípios básicos


da valoração ambiental
• Conhecer as possibilidades de
avaliação e análise de projetos
ambientais: ACB, ACE, ACU
• Reconhecer o custo de
oportunidade ambiental
• Interpretar efeitos das escolhas
de diferentes taxas de desconto
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Aula 12 2
Yukie Kuwahara
A valoração

• a valoração econômica de recursos


ambientais pode ser entendida como um
conjunto de técnicas que sirvam ao
propósito de ordenar opções excludentes
e que implica, basicamente, em
“determinar o valor econômico de um
recurso ambiental”, o que significaria
“estimar o valor monetário do recurso
ambiental em relação aos outros bens e
serviços disponíveis na economia”
(MOTTA, 1998, p. 15)
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Aula 12 3
Yukie Kuwahara
Principais Questões

• - quais recursos ambientais devem


ser alvo da concentração de
esforços da sociedade
• - quais métodos devem ser
utilizados para atingir os objetivos
desejados

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Aula 12 4
Yukie Kuwahara
Análise Custo Benefício
• “o objetivo básico
é comparar custos
e benefícios
associados aos

∑B ∑ C
impactos das n n
estratégias i I
− I i
alternativas de
políticas em
termos de seus
valores
monetários”
(MOTTA, 1998, p.
18).
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INDICADORES DE VIABILIDADE 1

VALOR PRESENTE LÍQUIDO


VPL

• Se VPL > 0,
indica
viabilidade, e as
∑B t
− Ct
ações podem
ser ordenadas
de acordo com a
(1 + d ) t

magnitude de
VPL. Economia do Meio AmbienteMônica
Aula 12 6
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Taxa de desconto (d)
A taxa de desconto pode ser uma
decomposta em um de dois conjuntos
de considerações, ou de ambos,
simultaneamente
• 1. Taxa social de preferência no
tempo ou taxa de desconto de
consumo – seria uma taxa pela qual
indivíduos mostrar-se-iam dispostos a
postergar consumo (s)
• 2. Custo de oportunidade do capital
ou taxa de retorno do capital – seria
uma taxa que indicasse quanto
tomadores de recursos estariam
dispostos a pagar pelo recursos (r)
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Interpretando a taxa de
desconto
• s depende do valor que a sociedade dá
ao consumo presente, associando-se à
taxa esperada de crescimento do
consumo per capita
• r depende do risco e do crescimento,
associando-se à rentabilidade média do
conjunto de projetos da economia
• QUAL DELAS? Depende da fonte de
financiamento do projeto o do destino
dos benefícios

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Aula 12 8
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Problemas relacionados à “d”

• A taxa varia ao longo do tempo, à


medida que variam as
expectativas
• Uma taxa baixa pode levar à uma
decisão econômica ótima, mas
ambientalmente não sustentável
porque o valor presente passaria a
ser bem maior que o valor futuro,
antecipando a exaustão.
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INDICADORES DE VIABILIDADE 2

Relação benefício-custo
B/C

• Se B/C > 1,
ações podem ∑b t
ser indicadas de (1 + d ) t
B =
acordo com a
magnitude de
C ∑c t

B/C (1 + d ) t

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Aula 12 10
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INDICADORES DE VIABILIDADE 3

A taxa interna de retorno (TIR)


• A viabilidade será dada
quando TIR for igual à
taxa de desconto
aceita pelo analista.
Se não se considerar a bt −ct
taxa de desconto,
restringindo a análise = 0
(1+TIR)t
aos valores internos do
projeto. O problema é
que a TIR pode variar
ao longo do tempo.
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Análise Custo-Utilidade

• ao invés de usar uma única medida


do valor monetário de um
determinado benefício, os
indicadores são calculados pra
valores econômicos e também para
o critério ecológico, como por
exemplo, indicadores de
insubstitutubilidade,
vulnerabilidade, grau de ameaça,
representatividade e criticabilidade.
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Análise Custo Eficiência (ACE)
• Quando os custos para a estimação dos
benefícios ou utilidade se mostrarem
muito elevados, é possível ordenar
prioridades pelo critério ecológico.
• “A ACE considera as várias opções
disponíveis para alcançar uma prioridade
política pré-definida e compara os custos
relativos destas em atingir seus
objetivos”.(MOTTA, 1989, p.20)
• ACE não ordena prioridades, mas ações
diante de uma dada prioridade.

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Aula 12 13
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Associando ACB e Objetivos de
Políticas
• Dadas as amplas possibilidades da
análise de Custo Benefício, Seroa
da Motta sugere desagregar as
variáveis de forma que distintos
níveis de análise dos custos de
oportunidade envolvidos possam ser
estabelecidas.
• Mas antes de desagregarmos, o que
é custo de oportunidade ambiental?
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Custo de Oportunidade

• Segundo a definição tradicional de


custos de oportunidade, este custo
seria aquele decorrente da
alternativa preterida. Em outras
palavras, o custo de uma alternativa
medido em termos de outra a qual
se compare e que implique em
escolha, definindo o custo da
alternativa não escolhida como uma
Proxy da oportunidade da escolhida
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Custo de oportunidade
ambiental
• “valor” (custo) dos recursos
alocados para investimento e
gastos ambientais quando
confrontados com outras
alternativas de alocação.
• Seroa da Motta sugere discriminar
os custos de oportunidade em
quatro categorias que não são
mutuamente exclusivas e, portanto,
não deveriam ser somadas.
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Discriminando os custos de
oportunidade
• “i) custos de oportunidade sustentados
por classes de renda ou setores
econômicos;
• ii) custos de oportunidade associados à
receita fiscal perdida pelos governos
local e central;
• iii) gastos de conservação incorridos
pelos governos local e central;
• iv) gastos de conservação incorridos
pelas agências ambientais e
proprietários privados da área ou sítio
natural.” (MOTTA, 1989,p21)
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ACB e os Objetivos de Política Econômica –
critérios para desagregação das variáveis

• Análise privada – a perspectiva do


usuário
• Análise fiscal – a perspectiva do
Tesouro
• Análise econômica –a perspectiva
da eficiência
• Análise social – a perspectiva
distributiva
• Análise de sustentabilidade – a
perspectiva ecológica

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Aula 12 18
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Pxij

O VALOR ECONÔMICO DOS


RECURSOS
• Para a maioria dos bens econômicos,
uma unidade “j” de um bem “X” qualquer
poderia ter ser valor expresso na forma
de um vetor de preços, onde aij são os
atributos da unidade j do bem i

P xij = Pxi (aij1, aij 2 ,.......aijn )

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Aula 12 19
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O VALOR ECONÔMICO DOS
Pxij

RECURSOS AMBIENTAIS
• Os recursos ambientais não
apresentam apenas atributos
derivados (ou percebidos) através
de seu consumo. Possuem também
atributos que derivam apenas e
simplesmente de sua existência
como recurso ambiental, mesmo
que isso implique na não utilização
do recurso.

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Aula 12 20
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O VALOR ECONÔMICO DOS
Pxij

RECURSOS AMBIENTAIS (VERA)


• Esta especificidade do recurso
ambiental demanda uma
generalização distinta para o Valor
Econômico do Recurso Ambiental
(VERA), que passa a ser definido
pelo valor de uso (VU) e pelo valor
de não uso (VNU) do recurso.
• Pode-se desagregar ainda mais,
dividindo o Valor de uso em mais
três categorias
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Aula 12 21
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Valores de uso ambientais 1

• Valor de uso direto (VUD) inferido de


bens e serviços ambientais
apropriados diretamente do uso (da
exploração) do recurso e que
implica, normalmente, em consumo
no tempo presente.
• Exemplo: alimentos, medicamentos,
turismo ecológico

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Aula 12 22
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Valores de uso ambientais 2

Valor de uso indireto (VUI) – bens e


serviços ambientais que são
gerados de funções ecossistêmicas
apropriados e consumidos
indiretamente hoje.

Exemplo: Manutenção da diversidade


genética, controle da erosão,
reciclagem de lixo
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Valores de uso ambientais 3

• Valor de Opção (VO) – bens e


serviços ambientais de usos diretos
e indiretos a serem apropriados e
consumidos no futuro. O exemplo
seria o valor atribuído à
possibilidade de preservar a terra
para uso futuro, que diferente do
valor VUI, implica na possibilidade
de futuras apreensões de valores de
uso diretos e indiretos a partir do
recurso.
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Valor de não uso, ou valor de
existência (VE)
• valor não associado ao uso atual ou
futuro e que reflete questões
morais, culturais, éticas ou
altruísticas. Um exemplo seria a
idéia de preservar algumas
florestas onde espécies raras
habitem para que no futuro seja
possível contemplar estas espécies,
não pretendendo retirar daí
qualquer uso, direto ou indireto.
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VERA = VUD + VUI + VO + VE

• O grande desafio da valoração


ambiental é justamente determinar
quanto melhor ou pior estará o bem-
estar das pessoas devido a
mudanças na quantidade de
recursos ambientais. Neste sentido,
a função da valoração ambiental é
captar estas distintas parcelas de
valor econômico do recurso
ambiental.
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Aula 12 26
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REFERÊNCIAS
• MARQUES, J.F & COMUNE, A. E. “A teoria
neoclássica e a valoração ambiental” in
ROMEIRO, A.R. & REYDON, B. P &
LEORNARDI, M.L.A. Economia do Meio
Ambiente. Campinas: Unicamp, 1997, pp.
21-42
• MOTTA, R.S. Manual de valoração
econômica de recursos ambientais.
Brasília: MMA, 1998
• ORTIZ, R.A. “Valoração Econômica
ambiental” in MAY, P.& LUSTOSA, M.C. &
VINHA, V. Economia do Meio Ambiente.
Rio de Janeiro: Campus, 2003, pp 81-99.
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