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Fusão nuclear 1

Fusão nuclear
Fusão Nuclear - é o processo no qual
dois ou mais núcleos atómicos se
juntam e formam um outro núcleo de
maior número atômico. A fusão
nuclear requer muita energia para
acontecer, e geralmente liberta muito
mais energia que consome. Quando
ocorre com elementos mais leves que o
ferro e o níquel (que possuem as
maiores forças de coesão nuclear de
todos os átomos, sendo portanto mais
estáveis) ela geralmente liberta
energia, e com elementos mais pesados
ela consome. Até hoje início do século
XXI, o homem ainda não conseguiu
encontrar uma forma de controlar a
fusão nuclear como acontece com a
fissão.

O principal tipo de fusão que ocorre no


interior das estrelas é o de Hidrogênio
em Hélio, onde dois prótons se fundem
em uma partícula alfa (um núcleo de Três fases da reação de fusão nuclear: 1 - o deutério e o trítio são acelerados até uma
hélio), liberando dois pósitrons, dois velocidade que permita o início da reação.
2 - é criado um núcleo instável de He-5.
neutrinos e energia. Mas dentro desse
3 - a ejeção de um nêutron e a expulsão de um núcleo de He-4.
processo ocorrem várias reações
individuais, que variam de acordo com
a massa da estrela. Para estrelas do tamanho do nosso Sol ou menores, a cadeia próton-próton é a reacção dominante.
Em estrelas mais pesadas, predomina o ciclo CNO.

Vale ressaltar que há conservação da energia, e, portanto, pode-se calcular a massa dos quatro prótons e o núcleo de
hélio, e subtrair a soma das massas das partículas iniciais daquela do produto desta reação nuclear para calcular a
massa/energia emitida.
Utilizando a equação E=mc2, pode-se calcular a energia liberada, oriunda da diferença de massa. Uma vez que o
valor do "c" é muito grande ( aprox. 3 . 108 m/s ), mesmo uma massa muito pequena corresponde a uma enorme
quantidade de energia. É este fato que levou muitos engenheiros e cientistas a iniciar projetos para o
desenvolvimento de reatores de fusão para gerar eletricidade (por exemplo, a fusão de poucos cm3 de deutério, um
isótopo de hidrogênio, produziria uma energia equivalente àquela produzida pela queima de 20 toneladas de carvão).
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Requisitos para a fusão


Uma substancial barreira de energia deve ser vencida antes que a fusão possa ocorrer. A grandes distâncias, dois
núcleos expostos se repelem mutuamente devido à força eletrostática que atua entre seus protões positivamente
carregados. Se os núcleos puderem ser aproximados suficientemente, porém, a barreira eletrostática pode ser
sobrepujada pela força nuclear forte a qual é mais poderosa a curta distância do que a repulsão eletromagnética.
Quando um núcleo tal como o próton ou nêutron é adicionado a um núcleo, ele é atraído pelos outros nucleons, mas
principalmente por seus vizinhos imediatos devido à força de curto alcance. Os nucleons no interior do núcleo têm
mais vizinhos do que aqueles na sua superfície. Desde que núcleos menores têm uma grande razão de superfície para
volume, a energia de ligação por nucleon devido à força nuclear forte geralmente aumenta como o aumento do
tamanho do núcleo, mas atinge um valor limite que corresponde à vizinhança do nucleon totalmente preenchida.
A força eletrostática, por outro lado, é uma força proporcional ao inverso do quadrado da distância; então, um próton
adicionado ao núcleo ira sentir uma repulsão eletrostática de todos os prótons no núcleo. A energia eletrostática por
nucleon devido à força eletrostática irá portanto aumentar independentemente do tamanho do núcleo.
O resultado combinado destas duas forças opostas é que a energia de ligação por nucleon geralmente aumenta com o
aumento de tamanho do átomo, para elementos até com núcleo do tamanho de ferro e níquel, e diminui para núcleos
mais pesados. Eventualmente, a energia de ligação se torna negativa e núcleos muitos pesados não são estáveis. Os
quatro núcleos blindados mais compactos, em ordem decrescente de energia de ligação, são 62Ni, 58Fe, 56Fe, and
60
Ni [1]. Embora o isótopo do Níquel 62Ni seja o mais estável, o isótopo do Ferro 56Fe é uma ordem de magnitude
mais comum. Isto é devido em grande parte à grande razão de desintegração do 62Ni no interior de estrelas
conduzida pela absorção de fótons.
Uma notável exceção a esta regra geral é o núcleo do hélio-4, cuja energia de ligação é maior que a do lítio, o
próximo elemento mais pesado. O princípio de exclusão de Pauli provê um explicação para este comportamento
excepcional – isto se dá porque os prótons e nêutrons são férmions, eles não podem coexistir exatamente no mesmo
estado. Cada estado energético de um próton ou nêutron em um núcleo pode acomodar uma partícula de spin para
abaixo e outra de spin para acima. O Hélio-4 tem uma banda de energia de ligação anormalmente grande porque seu
núcleo consiste de dois prótons e dois nêutrons; então todos os nucleons dele podem estar em um estado
fundamental. Qualquer nucleon adicional deverá ir para um estado energético alto.
A situação é similar se dois núcleos são colocados juntos. Ao se aproximarem, todos os prótons em um núcleo
repelem todos os prótons do outro, até o ponto em que os dois núcleos entrem em contato para que a força nuclear
forte domine. Conseqüentemente, mesmo quando o estado de energia final é mais baixo, há uma grande barreira
energética que deve ser ultrapassada primeiro. Na química, este fato é conhecido como energia de ativação. Em
física nuclear ele é chamado de barreira de Coulomb.
A barreira de Coulomb é menor para os isótopos do hidrogênio – eles contêm uma única carga positiva em seus
núcleos. Um bipróton não é estável, então os nêutrons devem ser envolvidos, de forma a produzir um núcleo de
hélio.
Usando combustível deutério-trítio, a barreira de energia resultante é de cerca de 0,1 MeV. Em comparação, a
energia necessária para remover um elétron do hidrogênio é 13,6 eV, cerca 7.500 vezes menos energia. O resultado
(intermediário) da fusão é um núcleo instável de 5He, o qual imediatamente ejeta um nêutron com 14,1 MeV. A
energia recuperada do núcleo de 4He remanescente é 3,5 MeV, então a energia total liberada é 17,6 MeV. Isto é
muitas vezes mais que a barreira de energia a ser transposta.
Se a energia para iniciar a reação vem da aceleração de um núcleo, o processo é chamado de fusão por projétil-alvo;
se ambos os núcleos são acelerados, isto é fusão projétil|projétil. Se o núcleo faz parte de um plasma próximo ao
equilíbrio térmico, denominamos fusão termonuclear. A temperatura é uma medida da energia cinética média das
partículas, então por aquecimento o núcleo deverá ganhar energia e eventualmente transpor a barreira de 0,1 MeV. A
conversão das unidade entres elétron-volts e kelvins mostra que esta barreira será transposta quando a temperatura
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ultrapassar 1 GK, obviamente uma temperatura muito alta.


Há dois fatos que podem diminuir a temperatura necessária. Um é o fato que a temperatura é uma média da energia
cinética, implicando que alguns núcleos a esta temperatura poderão já ter uma energia maior que 0,1 MeV, enquanto
outros um pouco menos. Estes núcleos na faixa de alta-energia da distribuição de velocidade participam da maioria
das reações de fusão. O outro efeito é o tunelamento quântico. O núcleo não precisa sempre ter bastante energia,
podendo atravessar, por efeito túnel, a barreira restante. Por esta razão, combustíveis a temperaturas menores podem
experimentar eventos de fusão, a uma taxa mais baixa.
A seção transversal da reação σ é uma medida da
probabilidade de reação de fusão com uma função da
velocidade relativa dos dois núcleos reativos. Se os
núcleos têm uma distribuição de velocidade, isto é, uma
distribuição térmica com a fusão termonuclear, então
eles são úteis para obter uma média sobre a distribuição
dos produtos da seção transversal e da velocidade. A
taxa de reação (fusão por volume por tempo) é <σv>
vezes o produto da densidade dos participantes:

A fusão de reação de deutério-trítio aumenta sua taxa rapidamente


com a temperatura até ela se maximizar a 70 keV. (800 milhões
kelvins) e então gradualmente descende.

Se um tipo de núcleo está reagindo com si próprio, tal como a reação PP, então o produto pode ser substituído
por .
aumenta de praticamente zero a temperatura ambiente para um significativo valor a temperatura de 10 - 100
keV. A estas temperaturas, bem abaixo da energia de ionização típica (13,6 eV no caso do hidrogênio), os reativos da
fusão existem um estado de plasma.
O significado de <σv> como uma função da temperatura em um experimento com uma energia de tempo
confinamento é determinado pela utilização do critério de Lawson.

Projetos em andamento
Existem diversos projetos em andamento ao redor do mundo, com a finalidade de obter o domínio da tecnologia de
fusão nuclear para fins de geração controlada de energia elétrica.
Um dos projetos em andamento é o ITER (International Thermonuclear Experimental Reactor), baseado na
tecnologia do Tokamak. O financiamento internacional deste projeto ultrapassa a barreira dos 10 bilhões de dólares.
Outras abordagens alternativas para tentar chegar ao domínio da fusão nuclear são estudadas por diversos cientistas.
Alguns exemplos são a tecnologia de focus fusion, desenvolvida pelo físico Eric Lerner; a fusão por bolhas
(sonofusion); e o confinamento eletrostático-inercial (IEC), proposto por Robert Bussard.
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Veja também
• Fissão nuclear

Ligações externas
• Perguntas frequentes [2]
• U.S. Fusion Energy Science Program [3]
• EURATOM/UKAEA Fusion Association [4]
• ITER [5]
• Focus Fusion Society [6]
• Practical Fusion, or Just a Bubble? - New York Times [7]
• FUSION FAQ [8]
• European Fusion Development Agreement [9]
• Plasma/Fusion Glossary [10]
• The Helimak Experiment, at the Fusion Research Center at UT Austin [11]
• Investigations of the Formability, Weldability and Creep Resistance of Some Potential Low-activation Austenitic
Stainless Steels for Fusion Reactor Applications (ISBN 0-85311-148-0):A.H. Bott, G.J. Butterworth, F. B.
Pickering
• "Low Activation Material Candidates For Fusion Power Plants"; C.B.A. Forty and N.P. Taylor [12] (PDF format)
• International Thermonuclear Experimental Reactor (Iter) fusion reactor work gets go-ahead (BBC news May
2006) [13]

Referências
[1] http:/ / hyperphysics. phy-astr. gsu. edu/ hbase/ nucene/ nucbin2. html#c1
[2] http:/ / www. cfn. ist. utl. pt/ pt/ consultorio. html
[3] http:/ / www. ofes. fusion. doe. gov/
[4] http:/ / www. fusion. org. uk/
[5] http:/ / www. iter. org
[6] http:/ / focusfusion. org/ log/ index. php
[7] http:/ / www. nytimes. com/ 2007/ 02/ 27/ science/ 27fusion. html?_r=1& ref=science& oref=login
[8] http:/ / fusedweb. pppl. gov/ FAQ/ fusion-faq. html
[9] http:/ / www. efda. org
[10] http:/ / fusedweb. pppl. gov/ Glossary/ glossary. html
[11] http:/ / www. ph. utexas. edu/ %7Ephy315/ Helimak. htm
[12] http:/ / www. fusion. org. uk/ techdocs/ euromat. pdf
[13] http:/ / news. bbc. co. uk/ 1/ hi/ sci/ tech/ 5012638. stm
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Fontes e Editores da Página


Fusão nuclear  Fonte: http://pt.wikipedia.org/w/index.php?oldid=19022688  Contribuidores: 333, Adailton, Alessandro70, Anti-estufa, Arkanoid02, Der kenner, E2m, Eduardoferreira,
Fusioneer, Interrogativo, Jo Lorib, Kim richard, Kleiner, Luiza Teles, Manuel Anastácio, MetalFenix, Mosca, Mschlindwein, NH, Nomad, Nuno Tavares, One People, Porantim, Rodrigo
Amarante Colpo, Rutheford, Sebastiao.rocha, Steve Rogers, Tumnus, Wikityke, Wikityke2, Yanguas, 56 edições anónimas

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