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2007
INTRO DUÇÃO
O projeto Cidade Criança é uma parceria entre o Centro Popular de Cultura e Desenvo lvimento
(CPCD) e a Funda ção Bernardo Van Leer. Este é o seu terceiro ano atendendo crian ças de zero a
seis anos e gestantes. Baseia-se no lema “É preciso toda a aldeia para cuidar de uma crian ça”,
orientado pelo objetivo de propo rcionar cuidados ao seu púb lico-alvo, aplicando as quatro
dimensões: acolhimento, cuidado, aprendizagem e oportunidade.
ATIVIDADES DE A COLHIMENTO
• A rod a
De acordo com o MDI – Maneiras Diferentes e Inovadoras – elaborado pela equipe de trabalho, a
rod a é a atividade número um do processo. É o instrumen to de acolhimen to de idéias e de
pessoas. Uma menina de dois anos, após ser atend ida pela mãe-cuidadora, segu ia o caminho de
casa. Era um morro cheio de pedras ro liças no bairro Arra ial. Ela chorava e pirraçara para não
subir o morro, que representava, realmente, um g rande de safio para ela. Sua outra companheira
puxava alegremente um carrinho confeccionado com garrafas descartáveis. A edu cadora
A educadora Cleide, da comunidade Alfredo Graça, continu a desafiando os limites d a equipe, que
insiste na recuperação de sua dependência alcoólica. Apesar do tratamento e de seu sucesso
parcial, ela ainda não está tota lmen te re cupe rada e tem recaídas. Este ano, na segunda re caída,
houve uma segunda roda de conversa com ela. Dessa ve z, a e quipe p ropô s que ela tomasse chá s
que ajudam a desintoxicar o organismo. Outras atividades vêm send o também desen volvidas em
busca de sua recuperação, como a construção de um banheiro em sua casa, dia de beleza
semanal com a família, passeio (duas vezes na semana) com as crianças e oficina de constru ção
de brinquedos. Ocupar-se com seus filhos não é u ma tarefa cotidiana da mãe, que deixa escapar,
apesar do esforço, momentos de impa ciência e de scuido co m eles. Todas as atividades propostas
a ela são monitoradas pela equipe, tarefa possível graças à pro ximidade das casas e da rela ção
afetiva estabelecida com Cleide.
Neste momento, ela vive mais um drama: o regresso de um de seus filhos gêmeos que estava
passeando há três mese s na casa de uma tia, que agora se nega a entregá-lo. Essa tarefa está
na mão do Conselho Tutelar. T odas essas situações não favorecem o equilíbrio men tal de Cleid e.
Apesar disso, suas companhe iras de trabalho estão sempre atentas no sentido de manter sua
tranqüilidade e lucidez, animan do-a das mais diversas maneiras, procurando ocupá-la com
pequenas tarefas e visitas.
Visitas às casas: são atividades diárias que atendem à mesma família semanalmente. As
gestan tes e crianças assistidas esperam com entusiasmo esse momento, quando os brinquedo s
são oferecidos às crian ças.
Grupos de produção: cada grupo encontrou apenas uma vez com suas respectivas
comunidades, o que ainda não possibilitou uma avaliação de maior impacto. Os grupos
confeccionara m pomadas, xarope e sabão. Esse é um período em que as crian ças gripa m mais e
as comunidades têm o xaro pe como solução para o problema. A participação é tímida, mas há
O jogo “Afeto” só teve um resultado satisfató rio após a terceira vez de uso. As crianças se
interessavam pouco por ele e estavam brigando muito, sem ra zão aparente. A repetição
possibilitou o exercício de afeto entre os colegas e as brigas diminuíra m. Esse efeito dos jogos
torna a participação efetiva e a apreensão de conceitos como solidariedade, respeito e
socialização é possibilitada por outros jogos, como Torre de Hanói e Caprichosos.
O guisado desperta o interesse das crian ças, mas foram necessárias duas ro das de conversas
para que o objetivo fosse alcançado . Na primeira vez, as crianças cortaram verduras com faca
comum de cozinha, sem acidentes e com pouca higiene. Na avaliação feita com o gru po de
educadoras, analisou-se sobre a segurança nas atividades. Atitudes de higiene, como lavar bem
as mãos, inclusive entre os dedos, e manter os cabelos protegidos, foram men cionadas. Na
segunda vez, conversou-se com o grupo de crian ças sobre o não-uso das facas e a falta de
segurança na atividade. As reflexões nos grupos de educadores para analisar os mínimos
detalhes, às ve zes compro meted ores, tornam as ações mais eficazes e permitem repensar
sempre todas as atitudes e falas com as crianças. Considerando a fase de desenvolvimento delas
e o fato de sere m vinte, isso req uer cuidado s maiores e é necessário refazer esse caminh o para
alcançar os objetivos.
As reu niões de educadoras aconte cem periodicamente e permitem a elas disposição e abertura
às críticas para a evolução do processo educativo. As memórias, elaboradas semanalmente, são
As educad oras estão trabalhando d iretamente com seu público-alvo há um mês e meio. O período
anterior foi reservado ao levantamento nos bairros e na comun idade, à capacitação e à confecção
de brinquedos e jogos.
O encon tro nos grupo s de produção é uma atividade desenvolvida nos últimos dois anos e as
pessoas das comunidades se ap ropriaram dela , re conhecendo seu potencial de aumento da auto-
estima, a participação e a eficiência em resolver as questões na roda. A avaliação remete as
participantes à reflexão da necessidade de organização coletiva em prol da transformação social.
As crian ças de zero a três anos são atendidas individualmente, em casos espe cíficos e em grupo,
quando estão em uma atividade coletiva, como passeios e guisados. Fora m re alizados trê s
passeios nos bairros da cidade e em cada um deles foi possível observar o desen volvimento da
fala naquelas que apresenta vam um grau de dificuldade comprometedo ra. As educadoras contam
histórias e cantam músicas que ajudam o desenvolvimento da fala. O re conhecimen to de ruas,
pessoas, objetos e elementos da natureza é u sado como fonte inspiradora para a motivação.
As crian ças de quatro a seis ano s são a tendidas coletivamente, com atividades que possibilitam a
socialização, a elevação da auto-estima e a criatividade. As rodas de contação de histórias
Foi elaborado um MDI para atender à demanda da equ ipe, principa lmen te no sentido de manter a
harmonia e a coesão . A rea lidade enfrentada por elas é, às ve zes, de sgastan te. Observou-se que,
periodicamente, elas se encontram desmotivadas e sem energ ia para o exercício do tra balh o.
Para manter esse ânimo, algumas atividades foram propostas: leitura de livros e revistas
informativas, ca minhadas e ginásticas, dia de beleza e en contros de lazer.
D IFICULDADES ENCONTRAD AS
- Doenças infantis
- Morte de um bebê de qua tro meses
- Maternid ade indesejada e não -planejada
- Gravidez precoce
B REVE S ÍNTESE
A mob ilização das co munidades se faz necessária e é fundamen tal na conquista dos objetivos do
projeto. Todas as pequenas atitud es são consideradas de extre ma importância no
empre endimento da transformação social. A demonstra ção de afeto nas famílias pro porciona
menos violência doméstica e maior participação dos homens na edu cação dos filhos e no
compromisso do cuidado com a natureza, tarefa q ue estava até então nas mãos das mulheres. A
compree nsão dessa necessidade histórica do cuidado com o p laneta, passando pelo cuidado com
as pessoas próxima s de suas rela ções e pela diminuição dos excedentes, impulsionou novas
atitudes nos homens, de um modo ge ral, antes considerado s insensíveis às causas do projeto.
Tirar retrato das cr ianças no colo dos pais foi uma rea lização sem precedentes. No início, servia
de chacota para os companhe iros, mas agora é motivo de orgulho. Essa é ap enas uma das tantas
ANEXOS
-
10 - Filmes 2 /2 meses até
dezembro/08
2 - Músicas Diária 01
instru mentais
8 - Dia de 1 vez/mê s 6
beleza
3 - Contação de Diária 8
histórias
De quantas
2 - Aqu ecimen to Diária Ritinha Cumprindo.
maneiras
e alongamento
diferentes e
físico, da nças,
inovad oras posso
massagem,
contribuir com o
ginástica.
bem-e star da
equipe?
3 - Oficina de 1/ ve z por mês Rosa Realizada uma
Beleza oficina.