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Índice
.....................................................................................................................................................1
ÍNDICE.......................................................................................................................................2
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................4
LINGUAGEM............................................................................................................................6
LÍNGUA E FALA......................................................................................................................9
COMUNICAÇÃO....................................................................................................................11
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO....................................................................................13
MÁXIMAS CONVERSACIONAIS........................................................................................15
ENUNCIAÇÃO E ENUNCIADO............................................................................................24
HORA DO CONTO:............................................................................................................................26
O LOBO CULTO...............................................................................................................................26
PLANIFICAÇÃO.....................................................................................................................31
COMPETÊNCIAS/OBJECTIVOS.........................................................................................31
ACTIVIDADES/ESTRATÉGIAS...........................................................................................32
2
DESENVOLVIMENTO..........................................................................................................................33
MATERIAIS UTILIZADOS:..................................................................................................34
FICHA 1..........................................................................................................................................34
VERIFICA SE COMPREENDESTE O CONTO “O LOBO CULTO”..................................................................34
LÊ E RESPONDE CORRECTAMENTE COM V DE VERDADEIRO E F DE FALSO AS SEGUINTES AFIRMAÇÕES.......34
FICHA 2..........................................................................................................................................35
RECONTA A HISTÓRIA COM A AJUDA DAS IMAGENS...............................................................................35
ESCREVE ALGUMAS FRASES DESCREVENDO AS IMAGENS........................................................................35
FICHA 3..........................................................................................................................................37
CRIA UMA NOVA CAPA PARA A HISTÓRIA. E DÁ UM NOVO TÍTULO..........................................................38
NOVO TÍTULO.................................................................................................................................38
CONCLUSÃO..........................................................................................................................38
BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................40
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Introdução
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Irá apresentar-se também uma breve referência as máximas conversacionais
assim como a sua utilização na produção de enunciados humorísticos, causando a
quebra dessas máximas.
A linguagem nas crianças, abordará o tema das comunicações precoces nas
crianças, as crianças, ao contrários dos animais, não nasce a saber falar, é um processo
algo moroso de aprendizagem de uma língua, processo esse em que os adultos têm um
papel essencial.
Os seres humanos, utilizam variados meios, que podem ser visuais, auditivos ou
gestos, mas o instrumento principal da comunicação humana é sem dúvida a linguagem
verbal, falada ou escrita. E para garantir uma perfeita aquisição desses meios, desde
cedo as crianças são iniciadas na aprendizagem da leitura e escrita. E para que essa
aprendizagem ser perfeita os professores utilizam variados métodos de ensino,
adequando sempre esses métodos as dificuldades e capacidades dos alunos.
Como complemento deste trabalho, é apresentada uma planificação de uma aula,
assim como os objectivos/competências e alguns exercícios inseridos nas fichas de
trabalho sobre um conto “O Lobo Culto”.
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Linguagem
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do século XIX, devido aos avanços sociais, económicos, políticos a língua tem evoluído
conforme essas necessidades.
São também criativas, pois através delas é possível produzir e receber
enunciados nunca antes produzidos, desde que o discurso quer oral, quer escrito se
encontre devidamente organizado e articulado.
As línguas naturais são redundantes, dado que nas frases existem elementos
redundantes, que não suscitam nenhuma informação extra.
Existe feedback ou retorno na linguagem humana, pois é possível recorrer à
utilização de palavras mais claras para transmitirem determinada mensagem.
As línguas humanas são ambíguas, dado que por vezes existem palavras que
suscitam interpretações distintas. Esta ambiguidade pode ser lexical, palavras que no
seu contexto suscitam diversas interpretações, como por exemplo, canto da mesa ou
canto do verbo cantar. E ambiguidade gramatical, quando existe diferentes
interpretações da mensagem, como por exemplo a seguinte frase “Vende-se cadeira-de-
rodas a doente em bom estado”, esta frase pode claramente levar a outra interpretação
que não a inicial ou pretendida.
A intermotabilidade ou reciprocidade de papéis é outra característica universal
da linguagem humana, caracteriza-se pela troca constante que experimentamos durante
o acto comunicativo, ora somos emissor ora somos receptor.
Quando através da produção do discurso, nomeadamente oral, se consegue
enganar o receptor do discurso isso é prevaricação, é outra possibilidade da linguagem
humana, enganar através do discurso o receptor.
Quando pela substituição de letras numa palavra se origina novas palavras, com
significados distintos, é chamada a comutação.
Segundo Saussure propôs que a língua é como um sistema de signos, Saussure
assinalou a importância da questão do arbitrário do signo linguístico, a dupla articulação
e com ela o significado e significante.
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Signo
linguísti
co
Dupla
articulaç
ão
Significante
(corresponde
Significado
uma
(corresponde
imagem
um
acústica ou
conceito)
gráfica
do conceito )
Imagem 1: quadro síntese do signo linguístico por Saussure.
O signo é visto como a união do sentido e da imagem acústica. O que ele chama
de “sentido” é a mesma coisa que conceito ou ideia, isto é, a representação mental de
um objecto ou da realidade social em que nos encontramos.
Em outras palavras, para Saussure, conceito é sinónimo de significado (plano
das ideias), algo como o lado inteligível, em oposição ao significante (plano da
expressão), que é sua parte sensível.
Assim a imagem acústica é o significante. Com isso, temos que o signo
linguístico é uma entidade psíquica de duas faces, o significante e o significado, estão
intimamente ligados, reclamam reciprocidade no acto comunicativo.
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Imagem 2: Significado e significante.
Língua e fala
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conteúdos não é resultado de uma imposição intrínseca, mas definida por normas,
convenções, estabelecidas entre os utilizadores de uma língua.
A fala antes não era vista como expressão do homem, a linguística viu a língua
como expressão da realidade e tomou-a como realidade, coisa em si, objecto externo,
produto de estranha decantação social, inatingível a cada um, invulnerável á o
procedimento do indivíduo.
Se a fala é uma expressão do homem, o homem tem de estar no centro e não fora
da explicação.
Para Saussure a língua não é uma realidade mas uma abstracção, uma
possibilidade. Não é do mundo exterior, é do mudo interior. Realidade é a fala,
algo externo - momento sensível em que os elementos da língua se manifestam.
Como expressão do homem, a fala é uma projecção do mundo interior, área em
que se fecha a língua, inacessível à experiência alheia. Ninguém pode conhecer a
riqueza de língua de um homem que está calado.
A língua não é um serviço, é uma serventia, é um material de construção, não e
uma construção: é um estado de análise, não é uma síntese. Não é expressão, é uma
possibilidade. É intra-individual, não é extra-individual. A fala, sim, é que é um serviço,
uma construção, uma síntese, uma expressão, uma actividade inter-individual, uma
actividade social.
A fala cria a língua e a língua fornece meios veiculares à circulação, no reino
dos sentidos. Se o homem é um produto do meio e a fala uma expressão do homem,
então ela é feita de imagens do meio, de ressonâncias do mundo, captadas em vivências
expressivamente filtradas.
A linguagem comporta, duas partes: uma, essencial, tem por objecto a língua,
que é social em sua essência e independente do indivíduo, outra, secundária, tem por
objecto a parte individual da linguagem, a fala, inclusive a fonação.
Sem dúvida, esses dois objectos estão estreitamente ligados e se implicam
mutuamente; a língua é necessária para que a fala seja inteligível e produza todos os
seus efeitos; mas esta é necessária para que a língua se estabeleça.
“Como seria associar uma ideia a uma imagem verbal se não se surpreendesse de
início esta associação no acto de fala. Por outro lado, é ouvindo os outros que
aprendemos a língua materna, através da audição, repetição e memorização.”
(Prof. Dr. Sérgio Augusto Freire de Souza in Introdução à Análise de Discurso)
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É a fala que faz evoluir uma língua: são as impressões recebidas ao ouvir os
outros que modificam nossos hábitos linguísticos. Existe, pois, interdependência
da língua e da fala; aquela é ao mesmo tempo o instrumento e o produto desta.
Tudo isso, porém, não impede que sejam duas coisas absolutamente distintas.
A língua existe na colectividade sob a forma duma soma de sinais depositados
em cada cérebro, mais ou menos como um dicionário cujos exemplares, todos idênticos.
Comunicação
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conforme o interesse dos alunos, vai adequando o seu discurso conforme os sinais que
recebe dos alunos.
A interacção comunicativa de um emissor não pode ignorar esta relação, que
sempre se estabelece com o destinatário/receptor sob pena de atingir objectivos
contraditórios aos que pretendia.
Tendo em atenção esta problemática, Buhler organizou as intenções
comunicativas em três grupos distintos, intenções informativas, intenções apelativas e
intenções expressivas.
As intenções informativas são, definitivamente as mais facilmente detectadas e
que durante bastante tempo ocuparam um papel importante no acto comunicativo.
Com uma comunicação deste género, pretende o emissor introduzir novos
conhecimentos do receptor ou activar conhecimentos já existentes.
As notícias e comunicados são alguns dos exemplos mais evidentes, nestes casos
a acção do destinatário consiste em demonstrar o seu interesse, por outro lado o emissor
pretende que com a sua comunicação, o receptor a aceite e acredite nela.
A uma comunicação de conteúdo cognitivo espera-se uma adesão cognitiva.
As intenções apelativas têm uma forma imediatamente reconhecível, pelo apelo
que se faz de um modo directo. Esta comunicação pretende que o receptor ao receber a
mensagem actue, que o leve a agir de alguma maneira. Os pedidos, as ordens, as
perguntas são exemplos concretos deste tipo de intenção comunicativa.
Com ela pretende-se obter uma mera reacção e não aumentar o conhecimento.
Á primeira vista as intenções expressivas não têm objectivos, de facto o que se
pretende quando usadas são respostas afectivas. As promessas, as expressões de
sentimentos são sempre esperadas respostas afectivas.
Em qualquer das situações, é necessário um bom “comunicador” deve respeitar
as características do receptor a quem se destina a mensagem. Toda a informação seja ela
apelativa, informativa ou expressiva, não se organiza indiscriminadamente, de modo
igual para qualquer tipo de receptor. Este embora aparentemente seja passivo,
condiciona a produção humana.
Para que estas intenções comunicativas funcionem são necessários outros
elementos comunicativos, além do emissor, conteúdo ou mensagem e receptor.
É essencial que o aluno compreenda que há situações que definem e determinam
os contornos de uma comunicação.
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Elementos da comunicação
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professor e aluno; empregador e empregado, é estratificada e segue algumas regras pré-
estabelecidas.
A social, embora emissor e receptor ocupem o mesmo espaço físico, não estão
ao alcance corporal, existindo um contacto visual e auditivo, é o caso da relação entre
conferencista e plateia.
Finalmente, o próprio contexto comunicativo influi na transmissão dos
conteúdos. As comunicações anteriores, mesmo quando perdidas na memória, podem
determinar uma interpretação e conduzi-la por vias inesperadas.
O mesmo se pode dizer das comunicações paralelas, simultâneas, subentendidas.
Comunicar implica utilizar um sistema de sinais e por um sistema de regras,
regras essas combinatórias dos sinais, e que são conhecidas por ambos os
intervenientes.
Esse sistema dá pelo nome de código. O emissor serve-se do código para poder
elaborar a sua mensagem, o receptor ao receber essa mensagem irá identificar o sistema
de signos utilizado, e irá descodificar então a mensagem recebida.
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MÁXIMAS CONVERSACIONAIS
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I Categoria da qualidade
Supermáxima: Tente fazer uma contribuição verdadeira
1a. Máxima: Não diga o que acredita ser falso;
2a. Máxima: Não diga algo de que não tem adequada evidência.
II Categoria da quantidade:
1a. Máxima: Faça da sua contribuição tão informativa quanto necessária (para os
propósitos reais da troca de informações);
2a. Máxima: Não faça sua contribuição mais informativa do que o necessário.
IV Categoria de modo
Supermáxima: Seja claro
1a. Máxima: Evite a obscuridade de expressão;
2a. Máxima: Evite a ambiguidade;
3a. Máxima: Seja breve;
4a. Máxima: Seja ordenado.
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sentido literal, então é preciso encontrar um sentido que responda tais princípios.
Quando ocorre quebra de máximas, o enunciado problematiza o dito e o leitor talvez
não consiga perceber o que está implícito naquele texto.
Se o ouvinte, ou leitor, falha em relacionar o dito e o implícito, automaticamente
inicia uma série de cálculos mentais a fim de buscar uma interpretação.
A ironia, as expressões ambíguas, a metáfora, entre outras constituem, para
Grice, uma violação do Princípio de Cooperação ou, pelo menos, de uma máxima
conversacional.
Tomando como exemplo a banda desenhada da publicação “Toda Mafalda”, da
autoria do argentino Quino, da editora Martins
Fontes – 1991, para analisar de acordo com as teorias citadas anteriormente.
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E por fim, podemos notar que a palavra Mãe está metaforicamente lembrando
alguém que tem o poder, alguém que impõe, que oprime e castiga, nesse caso, o
governo em vigor na época referida. A banda desenhada da Mafalda viola a máxima do
modo (seja claro) quando metaforiza as pessoas como galinhas, pois como todos já
sabem que ela detesta sopa, pode ser que ela queira deixar claro que também não gosta
que sua mãe mate as galinhas para fazer a sopa. Ela poderia querer defender as aves.
E quando usa a metáfora acima, ela deixa de ser clara e pretende que o leitor
interprete o que ela diz, para então, construir sobre essa metáfora um significado
semântico adequado à situação e ao contexto.
Além do que, há também, a violação da máxima de qualidade (fale a verdade),
pois diz algo que não é verdadeiro; não são galinhas que foram mortas, mas sim, o povo
argentino e não era a sua mãe que as estava matando e sim o governo.
Quino convida o leitor a interpretar o que está implicado por atrás dessas
metáforas, ele espera que o leitor entenda o implícito e não o dito, já que não podia falar
abertamente, o seu ponto de vista, pois o país estava em plena ditadura militar e se ele
expressasse a sua opinião, provavelmente seria a próxima “galinha” que seria morta.
Aqui está um exemplo claro da utilização ou não das máximas
conversacionais.
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Envolvida num ambiente de falantes, a criança logo procura recursos que a
façam ser também compreendida pelos seus interlocutores.
Segundo Vigotski (2000) a comunicação representa a função primordial da fala,
as crianças com poucos meses de nascimento começam já a sentir a necessidade de
fazerem uso de recursos comunicativos.
Portanto, ao passo que a criança vai conseguindo emitir sons, cada vez mais, é
bombardeada de estímulos sonoros, no caso, a fala das pessoas que a cerca,
impulsionando-a a repetir as palavras ouvidas e conseguindo fazer uso da fala, aos
poucos a criança vai utilizar as palavras como instrumento para a comunicação.
Para tentar responder aos estímulos que recebe a criança, como ainda não
conhece nenhuma língua, expressa-se usando expressões faciais. Assim como o choro
ou o riso, que funcionam aqui como parte comunicativa essencial numa criança de
meses.
Nos primeiros meses de vida a criança fisicamente terá grandes mudanças, que
lhe permitiram aos poucos desenvolver o seu conhecimento linguístico.
O balbuciar dos bebés de aproximadamente seis meses sinaliza o começo da
aquisição de uma linguagem. Os sons produzidos não são associados a nenhum
significado linguístico. O estágio dos balbucios é marcado por uma variedade de sons
que muitas vezes são usados em alguma das línguas do mundo, embora muitas vezes
não sejam a língua que a criança irá, posteriormente, falar.
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Os balbucios sinalizam o começo da habilidade de comunicação linguística da
criança. Nesse estágio, os sons oferecem o repertório no qual a criança irá identificar os
fonemas da sua língua.
Segundo McNeil (1970 in STILINGS, 1987) ressalta que a ordem que os sons
aparecem durante o período de balbucio é, geralmente, contrária àquela que eles
aparecem nas primeiras palavras da criança. Por exemplo, consoantes posteriores e
vogais anteriores, como [k], [g] e [p], aparecem cedo nos balbucios das crianças, mas
tarde no seu desenvolvimento fonológico.
A repetição da mesma sílaba [papa], [baba], [mama], características nas crianças
entre os oito e dez meses de vida.
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a rodeia. Ela vai adquirindo manias, e sabe que com isso pode controlar as
atitudes dos adultos.
Existe quase sempre um objecto que permite à criança o reconhecimento do
ambiente familiar, um objecto de transição é muito importante para o desenvolvimento
saudável e equilíbrio emocional da criança.
A criança mais pequena, geralmente usa como objecto de transição um
paninho, uma fralda, um bocado de cobertor, um peluche, uma chucha, caso
contrário poderá apresentar algum tipo de distúrbio ou desequilíbrio emocional,
porque o objecto de transição constituí o primeiro objecto fora do "eu",
contribuindo como um apoio, um afecto, uma segurança para a mesma.
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Iniciação à leitura e escrita pelas crianças
Para comunicarem entre si, os seres humanos, utilizam variados meios, que
podem ser visuais, auditivos ou gestos, mas o instrumento principal da comunicação
humana é sem dúvida a linguagem verbal, falada ou escrita.
A escrita serve e serviu dentro das comunidades para comunicar pensamentos,
sentimentos e informações, estando-lhe associadas práticas sociais e culturais
específicas.
Aprender a ler e escrever implica a apreensão do sentido dessas mesmas
práticas, de modo que, o saber ler equivale a ser capaz de transformar uma mensagem
escrita numa sonora, de acordo com certas regras estabelecidas.
Assim ler não é somente uma técnica de decifração, mas também é
compreender.
Um dos objectivos fundamentais do ensino da leitura e da escrita é dotar a
criança de um conhecimento de símbolos escritos do pensamento, assim como da
capacidade de interpretar as ideias expressas por esses símbolos.
Segundo Mialaret “Não nos devemos contentar em ensinar a ler aos nossos
alunos, temos de os levar a gostar da leitura e a descobrir os prazeres e alegrias que ela
lhes pode proporcionar” (1974:19). É essencial que as crianças na aprendizagem da
leitura e escrita fomentem a curiosidade de aprender, de descobrir o gosto pela leitura e
escrita.
É necessário que na sala de aula surjam múltiplas ocasiões de convívio com a
escrita e com a leitura. Existem vários métodos e processos para ensinar a criança a ler e
a escrever.
O método sintético, que parte da unidade do som, ou seja, parte da letra para a
sílaba e só depois para a palavra, é talvez o mais usados nas escolas tradicionais.
Na escrita, é o método que se inicia com o traçado isolado de cada letra, e às
vezes só parte dela, sem se saber o que ela significa, tendo de ser traçada dentro dum
espaço limitado (papel de duas linhas) e logo nas proporções e nas inclinações devidas.
Na Escola ensinavam-se os nomes e o traçado de todas as letras do abecedário,
isoladas umas das outras, sem que o aluno soubesse o que era e para que servia aquilo,
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depois de bem sabidas era suposto que o aluno soubesse ler porque bastava juntar as
letras e soletrar. Hoje este método não é muito usado e é desaconselhado.
O método global apareceu mais tarde, como um novo método de leitura, cuja
concepção foi elaborada pela primeira vez, de forma clara e sistemática, por Decroly.
Na aprendizagem da leitura e da escrita, o aluno aprende primeiro um texto
escrito.
À medida que contacta com o texto que já decorou, vai apercebendo-se a par e
passo, e à medida das suas capacidades, das suas partes componentes, tirando as suas
conclusões. É natural que a pouco e pouco, que comece por ele a identificar palavras
que lhe aparecem constantemente, e assim comece a ler sozinho algumas palavras e
mesmo algumas pequenas frases, que tendo algumas palavras que já conhece e outras
que não conhece, conclua pelo sentido a frase completa que dirá.
E o aluno começa a ler quase sozinho. É sem duvida um método bastante
autónomo, e com ele o aluno construa o seu próprio conhecimento, através da
autonomia que lhe é dada neste método.
Este método desperta na criança o gosto pela leitura, desenvolve mais
actividade, adquirindo hábitos precisos a uma boa leitura. Este método tem três fases, a
primeira é o momento das aquisições globais puras, durante o qual se faz a leitura,
fixação e reconhecimento das frases.
A segunda fase engloba o momento em que se faz o reconhecimento da palavra,
através de jogos de composição, recomposição e formação de frases com as mesmas
palavras.
A terceira fase engloba o momento de reconhecimento da sílaba por meio de
jogos de decomposição da palavra.
Estes dois métodos são os mais usados nas escolas, existindo outros como o
método analítico-sintetico e os métodos holísticos.
Muitos professores entenderam que nos métodos globais ou analíticos os alunos
ficavam muito dependentes de si próprios, porque eram levados a globalizar os textos,
sem no entanto serem encaminhados até à análise da mais pequena parte constituinte da
palavra – a letra. Admitiam até que muito dificilmente escreveriam sem erros
ortográficos, eventualmente não distinguiriam todas as letras de cada palavra e não
entenderiam a sua função de síntese nos vocábulos.
Então, muitos professores decidiram aplicar as vantagens próprias dos métodos
globais, mas descendo em análise até à letra, para imediatamente a seguir
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proceder à síntese da mesma palavra, próprio do velho método sintético.
Supunha-se que assim o aluno, ao compreender a palavra e o seu significado
contextualizado, e ao desmontá-la e ao voltar a montá-la, entenderia o
mecanismo da leitura da referida palavra.
Surgiu assim o método analítico-sintetico.
Actualmente destaca-se a utilização dos chamados métodos holísticos, ou seja
cada professor constrói segundo a sua experiência e necessidades um método.
Como está explicito no programa do 1º Ciclo do Ensino Básico, objectivos que
permitem a utilização de diversos métodos, apontando para que cada professor
crie o seu próprio método, adaptando-o ás características do seus alunos.
Não há por isso métodos bons e métodos maus, uma vez que todos os métodos
conhecidos têm as suas vantagens, se forem ao encontro das necessidades das crianças e
cumprirem com a sua função que é a de ensinar a ler e escrever.
Enunciação e enunciado
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alguém fala, e também por aquele que escuta, no momento e onde esse alguém escuta."
(ASCOMBRE & DUCROT apud KERBRAT-ORECCHIONI. 1980).
Enunciados são produtos do processo de enunciação, ideológicos e também
vivenciais para os interlocutores. Portanto, os sujeitos envolvidos nesse processo (que é
único e circunstancial), estão imersos num contexto situacional, que é histórico e
extrapolam o universo linguístico, já que estão referenciados numa prática que
transcende os aspectos puramente verbais, mas que estão marcados no discurso ou
enunciado.
Se a enunciação depende da interacção entre sujeitos em contextos espacio-
temporais precisos, os discursos também se materializam e se plasmam com marcas:
sujeitos; espaço e tempo, que viabilizam as práticas discursivas.
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Planificação de uma aula
Hora do conto:
O lobo culto
Depois de caminhar durante muitos dias, um Lobo chegou a uma pequena cidade.
Estava cansado e com fome, doíam-lhe os pés e só lhe restava algum dinheiro que
estava a guardar para uma emergência.
Então, teve uma ideia: "Há uma quinta fora da cidade", pensou. "Hei-de encontrar lá
alguma coisa para comer...
Quando espreitou por cima da cerca, viu um porco, um pato e uma vaca. Estavam a ler
sentados ao sol.
O lobo nunca tinha visto animais a ler. “Os meus olhos estão a pregar-me partidas”,
pensou. Mas, como tinha muita fome, não pensou mais no assunto.
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Aaa-OOOOO-ooo!
0 Lobo era estudioso e bem comportado e, depois de se esforçar muito, aprendeu a ler
e a escrever. Daí a pouco era o melhor da turma.
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Muito satisfeito, o Lobo voltou à quinta e saltou a cerca. "Vão já ver”, pensou.
0 Romeu deu
a comida ao cão.
— Ainda tens de comer multa batata — disse o Pato, sem mesmo se dar ao trabalho de
levantar os olhos do livro. E o Porco, o Pato e a Vaca continuaram a ler os seus livros
sem parecerem nada impressionados.
O lobo saltou outra vez a cerca e correu… direito à biblioteca. Estudou muito, leu
montes de livros poeirentos e treinou até ser capaz de ler sem parar.
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“Agora já devo estar bom para eles”, disse para consigo.
O Lobo caminhou até ao portão da quinta e bateu. “Isto vai impressioná-los, com toda
a certeza”, pensou.
Lia cheio de confiança e entusiasmo e o Porco, a Vaca e o Pato escutavam sem dizer
uma palavra.
Assim que ele acabava uma história, o Porco, a Vaca e o Pato pediam ao Lobo que
fizesse o favor de lhes ler mais uma.
E o Lobo leu uma história atrás da outra. Tão depressa era um génio a sair da
lâmpada, como o Capuchinho Vermelho ou um pirata fanfarrão.
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E lá fizeram o piquenique, o Porco, a Vaca, o Pato e o Lobo. Estenderam-se na erva e
passaram a tarde a contar histórias.
FIM
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Planificação
Competências/Objectivos
Interpretar a história:
Público-alvo:
Alunos do 1ºano do ensino básico.
Duração:
Duas horas.
Recursos/Materiais usados:
31
Imagens do livro;
Computador e Projector;
Actividades/Estratégias
• Apresentação do Livro/Leitura
32
Desenvolvimento
33
Materiais utilizados:
Ficha 1
34
Ficha 2
35
36
Ficha 3
37
Cria uma nova capa para a história. E dá um novo título.
Novo Título
Conclusão
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Com a realização deste trabalho fez-se uma apresentação breve e cuidada de
alguns conceitos da linguagem humana.
A língua materna permite ao ser humano a sua identificação, a comunicação com
os outros, a descoberta e a compreensão do mundo em que as crianças vivem. Neste
sentido, é o instrumento privilegiado da comunicação, uma vez que é através dela que
exprime o que se pensa, o que se sente e o que se quer.
O homem ouve a língua materna ainda antes do seu nascimento e ao longo de
toda a sua infância, é através desta, que lhe são veiculados a maioria dos conhecimentos
essenciais à sua sobrevivência pessoal e social. Deste modo, é um canal de aquisição,
consolidação e transmissão de saberes, assumindo em qualquer sistema escolar, um
lugar de destaque, tornando-se um meio de aprendizagem de todas as disciplinas.
Assim “ Entende-se que o domínio da Língua Materna, como factor de
transmissão e apropriação dos diversos conteúdos disciplinares, condiciona o sucesso
escolar” (Programa 1990: 27).
A linguagem é um fenómeno humano universal e nomeadamente no campo da
educação, ocupa um lugar crucial, constituindo um meio privilegiado de cooperação
interpessoal e de desenvolvimento pessoal e social.
A comunicação oral é a primeira no sistema de relações humanas, uma vez que é
a base de toda a interacção social.
Assim a comunicação oral é um conjunto de competências que permite exprimir
emoções, sentimentos, ideias e opiniões. É portanto através desta, que a maioria dos
conhecimentos são veiculados, uma vez que “A língua é essencialmente um código de
comunicação oral” (Idem, 1992:36).
É através da fala que a criança exprime mais facilmente e directamente aquilo
que pensa. Quando chega à escola, já fala, já domina, bem ou mal, a língua. Cabe ao
professor tendo como base as características de cada aluno, incentivar as crianças a falar
do “seu mundo”, dos seus gostos, das suas vivências, pois é falando de si própria que
ela se vai descobrindo e construindo a sua personalidade e a sua autonomia.
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• http://www.gforum.tv/board/619/47264/a-imitacao-nas-criancas.html
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