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Essa seria a objeo dos liberais de inspirao clssica, como Mises, Hayek e at
mesmo do austro-libertrio Rothbard. Pois ora, no momento que se legitima a ao
estatal para atenuar eventuais desigualdades (entendidas como injustias) corre-se o
srio risco de penalizar a gerao de riquezas e incentivar a preguia e a ociosidade. No
fim das contas, o resultado pode ser a nivelao da pobreza. Alm disso, tirar de uns
para dar aos outros fere o direito de propriedade aos frutos do trabalho. Implica na
violao de direitos inatos, inclusive dos direitos propriedade dos dotes naturais que,
para os liberais clssicos, devem ser garantidos como propriedade pessoal. A resposta
para o argumento da desigualdade ser imerecida que, mesmo assim, essa desigualdade
fortaleceria o tecido social, pois, em ltima anlise, os portadores de dotes especiais
tendem a gerar valor para a sociedade beneficiando a todos. Penaliz-los, pois, implica
em lanar as sementes do conflito de classes, podendo comprometer a harmonia social e
o bem-estar geral.
Por fim, considera-se, por um lado, que determinadas exigncias de igualdade podem
implicar na extino de liberdades e, por outro lado, desigualdades circunstanciais no
significam injustias, de modo a colocar o Estado de Direito operar leis com
tratamento desigual. Como salientou Hayek, leis constituem-se por seu carter geral,
abstrato e igual para todos. Quando a lei perde essa conotao assiste-se uma
degenerao da prpria justia.
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Referncias
HAYEK, Friedrich A. von. Direito, Legislao e Liberdade. Viso, 1985.
DWORKIN, Ronald. A Virtude Soberana: a teoria e a prtica da igualdade. Martins
Fontes, 2005.
MISES, Ludwig von. Ao Humana: um tratado de economia. Instituto Liberal, 1995.
RAWLS, John. Uma Teoria da Justia. Martins Fontes, 2002.
ROTHBARD, Murray N. The Ethics of Liberty. New York Press, 1998.
SEN, Amartya. Desigualdade Reexaminada. Record, 2001