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Nela até agora não podemos saber que haja ouro nem prata, nem
alguma coisa de metal nem de ferro lho vimos; pero a terra em si é
de muitos bons ares, assim frios e temperados como os d'antre
Doiro e Minho, porque neste tempo de agora assim os achamos
como os de lá; águas são muitas infindas e em tal maneira é
graciosa, que querendo aproveitar-se dar-se-á nela tudo por bem — Pero
das águas que tem; pero o melhor fruto que nela se pode fazer me Vaz
parece que será salvar esta gente (…) boa e de boa simplicidade. Caminha
Expedições exploratórias
Em 1503 houve nova expedição, desta vez comandada (sem controvérsias) por
Gonçalo Coelho, sem ser estabelecido qualquer assentamento ou feitoria. Foi
organizada em função um contrato do rei com um grupo de comerciantes de
Lisboa para extrair o pau-brasil. Trazia novamente Vespúcio e seis navios.
Partiu em maio de Lisboa, esteve em agosto na ilha de Fernando de Noronha e
ali afundou a nau capitânia, dispersando-se a armada. Vespúcio pode ter ido
para a Bahia, passado seis meses em Cabo Frio, onde fez entrada de 40
léguas terra adentro. Ali teria deixado 24 homens com mantimentos para seis
meses. Coelho, ao que parece, esteve recolhido na região onde se fundaria
depois a cidade do Rio de Janeiro, possivelmente durante dois ou três anos.
Outras expedições ao litoral brasileiro podem ter ocorrido, já que desde 1504
são assinaladas atividades de corsários. Holanda, em Raízes do Brasil, cita o
capitão francês Paulmier de Gonneville, de Honfleur, que permaneceu seis
meses no litoral de Santa Catarina. A atividade de navegadores não-
portugueses se inspirava doutrina da liberdade dos mares, expressada por
Hugo Grotius em Mare liberum, base da reação européia contra Espanha e
Portugal, gerando pirataria alargada pelos mares do planeta.
Extração de pau-brasil
Em 1503, toda a terra do Brasil foi arrendada pela coroa a Fernão de Noronha
(ou Loronha), e outros cristãos-novos, produzindo 20 mil quintais de madeira
vermelha. Segundo Capistrano de Abreu, em Capítulos da História Colonial,
cada quintal era vendido em Lisboa por 21/3 ducados, mas levá-lo até lá custava
apenas meio ducado. Os arrendatários pagavam 4 mil ducados à Coroa.
Administração colonial
Capitanias do Mar (1516-1532)
Governo-Geral (1549-1580)
Duarte da Costa
Mem de Sá
O terceiro Governador-Geral, Mem de Sá (1558-1572), deu continuidade à
política de concessão de sesmarias aos colonos e montou ele próprio um
engenho, às margens do rio Sergipe, que mais tarde viria a pertencer ao conde
de Linhares (Engenho de Sergipe do Conde). Para enfrentar os colonos
franceses estabelecidos na França Antártica, aliados aos Tamoios na baía de
Guanabara, Mem de Sá aliou-se aos Temiminós do cacique Araribóia. O seu
sobrinho, Estácio de Sá, comandou a retomada da região e fundou a cidade do
Rio de Janeiro a 20 de Janeiro de 1565, dia de São Sebastião.