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O que é Web 2.0?

30 de outubro de 2006, 2:17

Uma visão pragmática do termo que define a


segunda geração da internet.
Por Marcello Póvoa
Naturalmente o leitor já ouviu falar da Web 2.0. O termo esta cada vez mais
em voga, apesar de ter uma significancia bastante ampla, e muitas vezes um
pouco nebulosa. Quanto mais divulgada e popular é a expressão, mais os
limites de sua definição ficam indeterminados. Assim, as linhas abaixo
procuram definir uma síntese do que, ao menos originalmente, se trata a já
famosa Web 2.0.
O termo Web 2.0 se refere a uma suposta segunda geração de serviços de
internet. Como toda forma de classificação histórica, não podemos dizer
exatamente quando termina ou começa este período cronologicamente. Mas a
observação destes padrões de comportamento na rede pode ser saudável do
momento em que colabora com a organização de idéias e conceitos em uma
indústria nova e particularmente complexa por sofrer agressivas mutações —
justamente por estar ainda em sua fase embrionária.
A expressão Web 2.0 foi primeiramente cunhada pela empresa O’Reilly Media,
e desdobrou-se em uma séria de conferências e livros atingindo grande
popularidade nas comunidades de desenvolvimento web. Uma observação de
padrões em comum de negócio e tecnologia em uma variedade de projetos
web que estão surgindo levou a dita cuja classificação “Web 2.0”. Abaixo, uma
síntese dos principais padrões que são considerados como parte do grupo de
tendências desta segunda geração web.
A web como platafoma
Sites deixam de ter uma caracteristica estática para se tornarem verdadeiros
aplicativos no servidor. As funcionalidades dos sites são muito mais poderosas,
lembrando a sofisticação de softwares que rodam no desktop de seu PC.
Certamente hoje é mais complexo (e na maioria das vezes mais custoso)
desenvolver um serviço web competitivo do que há alguns anos.
Estes “sites aplicativos” tem também uma integração mais eficiente com a
interface no cliente (browser) – que passa a ser mais poderosa com protocolos
como o AJAX, que podem gerar uma usabilidade mais intuitiva e que resembla
as interfaces escritas em código de baixo nível ( C++ e afins ).
Beta eterno
Tradicionalmente sites e aplicativos evoluiam com lançamento de versões 1.0,
2.0, 3.0 etc. Software é um buraco sem fundo, ou seja, nunca chegaremos a
versão “final”. No mais, pelo fato do aplicativo estar em rede, o feedback de
usuários e constante teste de funcionalidades torna-se um processo sem
necessariamente uma interrupção por versões. Assim, sites/aplicativos ficam
em “beta eterno”, denotando uma evolução sem fim. Apesar de pelo ponto de
vista tecnológico o beta eterno fazer sentido, do ponto de vista de marketing o
conceito é questionável já que o consumidor precisa de uma percepção clara
de valor agregado na evolução do produto — principalmente para justificar
usar mais ou mesmo gastar mais neste produto. Assim, alguma forma de
empacotamento de fases na evolução do produto deverá continuar sendo
necessária, mesmo que seja puramente perceptual — através de branding, por
exemplo.
Redes sociais
Recentemente houve uma explosão da audiência em sites que formam e
catalisam comunidades, tais como Orkut e My Space, dentre outros. Na
verdade, estas redes de pessoas sempre existiram desde os primórdios da
internet (BBS, chat, fóruns etc.). O que aconteceu foi uma aceleração recente
do número de usuários destas comunidades devido a maior riqueza de conceito
e sofisticação tecnológica dos “sites aplicativos”, somados a um aumento da
base instalada de banda larga.
Flexibilidade no conteúdo
O conteúdo passa a ser dinâmico e sua publicação muito mais flexível, tanto
por editores profissionais como pelos proprios usuários. Ferramentas de
publicação multi-plataforma (PC, celular, PDAs, IPTV) geram poder e eficiência
jornalistica à sites de notícias, por exemplo. Ao mesmo tempo, o próprio
usuário passa a gerar conteúdo (ex. YouTube), classificá-lo e mesmo
parcialmente editá-lo usando formatos como RSS, ou Really Simple Syndication
(ex. Netvibes). As “Wikis” são talvez a forma mais extrema de edição
colaborativa, onde qualquer pessoa teoricamente qualificada pode melhorar a
qualidade de determinado conteúdo (ex. Wikipedia).
Tags
Tradicionalmente o conteúdo era classificado para o usuário, ou mesmo pelo
próprio usuário em categorias pré-definidas. As Tags geraram uma taxonomia
“invertida”, onde conteúdos se auto-classificam em categorias definidas (ex.
del.icio.us).
Percepção de valor econômico
Talvez a mais importante função do termo Web 2.0 tenha sido a de sinalizar o
início de uma nova e promissora fase na web, que vinha sob visão um tanto
pessimista do mercado após o estouro da bolha especulativa no começo do
século.
Durante a “bolha”, forças do mercado fizeram acreditar que a perda do timing
de entrada na nova economia seria um problema sério a médio prazo para
corporações já estabelecidas. Assim, apesar da nítida super-valorização no
preço das empresas que representavam a dita nova economia, muitas destas
foram adquiridas pois acreditava-se que o custo de entrada seria compensado
através de um ingresso rápido em um mercado em formação, e irreversível a
longo prazo. Com uma estratégia agressiva de aquisições e venda rápida,
alguns bancos ( especialmente Wall Street) lucraram significativamente com
participações principalmente em emissões primárias (IPOs). Com o fim deste
fenômeno cognitivo, gerou-se um sentimento pessimista no mercado quanto a
web.
O fato é que a web nunca parou de evoluir, apenas agora com um filtro seletivo
de modelos de negócio muito mais realista. O IPO do Google em 2004 talvez
tenha sido o marco para a entrada nesta nova fase de otimismo pragmático do
mercado em relação a web. O termo Web 2.0 certamente ajudou a consolidar
esta nova percepção de valor da internet, agora com modelos de negócio
apresentando retornos reais. Ao mesmo tempo, uma integração da internet no
modus operandi das corporações “tradicionais”, gerou novos e vitais canais de
geração de receita, redução de custos ou mesmo formação de um CRM
inteligente. Tudo isso denota esta segunda geração da internet, que esperamos
seja apenas uma das muitas outras gerações promissoras que virão pela
frente. [Webinsider]

Conceituando o que é Web 2.0


48 Comentários
por editor
Até hoje não se tem definido o que é a web 2.0. No fim do artigo sobre Web 2.0
da Wikipédia, até o momento não existe consenso sobre o que
exatamente é a Web 2.0. Na história, só é possível analisar um fato histórico
depois de algum tempo de acontecido e como a Web 2.0 está em construção,
ele ainda não tem sua forma final. Nós estamos moldando a Web 2.0.
O termo Web 2.0 foi criado por Tim O’Reilly e tem o seguinte conceito na
wikipédia:
“Web 2.0 é a mudança para uma internet como plataforma, e um
entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre
outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os
efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas
pessoas, aproveitando a inteligência coletiva.”
Porém, para facilitar o entendimento do termo com uma visão brasileira, pedi
ajuda a algumas pessoas envolvidas na web brasileira. Como são eles que
constroem nossa Web 2.0, sua visão é essencial para uma resposta. Como o
objetivo é uma resposta simples e objetiva, pedi a eles que limitassem a
resposta a 128 caracteres. Não existe resposta certa ou errada, apenas
diferentes pontos de vista. Ordenei conforme as repostas foram chegando.
Obrigado a todos pela colaboração.
O resultado do que é a web 2.0, você confere abaixo:
“Melhor aproveitamento da inteligência coletiva e do poder de processamento
da máquina cliente. Poder às pessoas.”
Marco Gomes - co-criador do boo-box
“A Web 2.0 representa a transição para um novo paradigma onde a
colaboração ganha força suficiente para concorrer com os meios tradicionais
de geração de conteúdo.”
Renato Shirakashi - criador do Rec6
“Mudança ocorrida na vida dos usuários que com a banda larga passam mais
tempo on-line e exercem massivamente o potencial interativo da Internet.”
Carlos Nepomuceno - autor do livro Conhecimento em Rede
“Web 2.0 é um buzz word que define conteúdo gerado pelo usuário e com foco
no compartilhamento de informações. Tudo regado a AJAX.”
Nando Vieira - criador do spesa
“Web 2.0 é um novo paradigma na utilização e criação de web sites mais
participativos e colaborativos.”
Fabio Seixas - criador do Camiseteria
“Web 2.0 é o momento em que o mercado, por força dos usuários, voltou a dar
importância para web depois do estouro da bolha.”
Paulo Rodrigo Teixeira - criador do 0BR
“Web 2.0 é o termo usado para identificar uma nova forma de navegar pela
internet e, conseqüentemente, de desenvolver aplicações orientadas à esta
nova geração de internautas.”
Diego Polo - criador do linkk
“Web 2.0 é como chamamos, depois de uma profunda análise histórica da web,
um conjunto de práticas que ao longo dos anos provaram dar resultado.”
Gilberto Jr - criador do Outrolado
“A Web 2.0 aponta para uma mídia popular, independente de grandes
corporações, recriada pelos seus próprios usuários.”
Frederick van Amstel - é mestrando em Tecnologia pela UTFPR e edita o blog
Usabilidoido
“O registro dos fluxos de conversação entre usuários e o registro destes fluxos
ao redor de aplicações.”
Mauro Amaral - editor do CarreiraSolo.org
“Ajax, redes sociais, CGM: as definições mais comuns pra Web 2.0, ou um jeito
para se voltar a falar de internet? Para mim nada mudou, tudo evoluiu.”
Michel Lent - sócio-diretor da 10 Minutos
“Web 2.0 é buzzword, é fato que a internet está sofrendo transformações, mas
precisamos rotulá-la para que essas mudanças tenham validade? Pra maioria
da população mundial, que ainda está offline, essa é a Web 1.0.”
Edney Souza - editor do blog Interney
“Sinaliza uma fase na web onde se pratica a liberdade de falar e ser
ouvido. É uma consequência natural do desenvolvimento da internet.”
Vicente Tardin - editor do Webinsider
“Web 2.0 usa a web como plataforma de socialização e interação entre
usuários graças ao compartilhamento e criação conjunta de conteúdo.”
Guilherme Felitti - repórter do IDG Now! e mestrando em Web 2.0
“Na web 2.0 não somos mais nômades caçadores-coletores: temos nome,
plantamos conteúdo, colhemos conhecimento e criamos novos mundos.”
Rene de Paula Jr - projetos especiais, Yahoo! Brasil e editor do blog Roda e
Avisa
“Alguém ouviu falar em TV 2.0 quando as transmissões passaram a ser
coloridas ou via satélite?”
Marcelo Sant’Iago - presidente do Conselho Consultivo do IAB Brasil e
mantém o blog Poucas e Boas.
E você? Qual a sua definição para a Web 2.0?
Entenda o que é a Web 2.0
Publicidade

da Folha de S.Paulo

O termo Web 2.0 é utilizado para descrever a segunda geração da World Wide
Web --tendência que reforça o conceito de troca de informações e colaboração
dos internautas com sites e serviços virtuais. A idéia é que o ambiente on-line
se torne mais dinâmico e que os usuários colaborem para a organização de
conteúdo.

Dentro deste contexto se encaixa a enciclopédia Wikipedia, cujas informações


são disponibilizadas e editadas pelos próprios internautas.

Também entra nesta definição a oferta de diversos serviços on-line, todos


interligados, como oferecido pelo Windows Live. Esta página da Microsoft,
ainda em versão de testes, integra ferramenta de busca, de e-mail,
comunicador instantâneo e programas de segurança, entre outros.

Muitos consideram toda a divulgação em torno da Web 2.0 um golpe de


marketing. Como o universo digital sempre apresentou interatividade, o reforço
desta característica seria um movimento natural e, por isso, não daria à
tendência o título de "a segunda geração". Polêmicas à parte, o número de
sites e serviços que exploram esta tendência vem crescendo e ganhando cada
vez mais adeptos.

Confira um glossário da Web 2.0 elaborado pela Folha de S.Paulo

AdSense: Um plano de publicidade do Google que ajuda criadores de sites,


entre os quais blogs, a ganhar dinheiro com seu trabalho. Tornou-se a mais
importante fonte de receita para as empresas Web 2.0. Ao lado dos resultados
de busca, o Google oferece anúncios relevantes para o conteúdo de um site,
gerando receita para o site a cada vez que o anúncio for clicado

Ajax: Um pacote amplo de tecnologias usado a fim de criar aplicativos


interativos para a web. A Microsoft foi uma das primeiras empresas a explorar
a tecnologia, mas a adoção da técnica pelo Google, para serviços como mapas
on-line, mais recente e entusiástica, é que fez do Ajax (abreviação de
"JavaScript e XML assíncrono") uma das ferramentas mais quentes entre os
criadores de sites e serviços na web

Blogs: De baixo custo para publicação na web disponível para milhões de


usuários, os blogs estão entre as primeiras ferramentas de Web 2.0 a serem
usadas amplamente

Mash-ups: Serviços criados pela combinação de dois diferentes aplicativos


para a internet. Por exemplo, misturar um site de mapas on-line com um
serviço de anúncios de imóveis para apresentar um recurso unificado de
localização de casas que estão à venda

RSS: Abreviação de "really simple syndication" [distribuição realmente


simples], é uma maneira de distribuir informação por meio da internet que se
tornou uma poderosa combinação de tecnologias "pull" --com as quais o
usuário da web solicita as informações que deseja-- e tecnologias "push" --com
as quais informações são enviadas a um usuário automaticamente. O visitante
de um site que funcione com RSS pode solicitar que as atualizações lhe sejam
enviadas (processo conhecido como "assinando um feed"). O presidente do
conselho da Microsoft, Bill Gates, classificou o sistema RSS como uma
tecnologia essencial 18 meses atrás, e determinou que fosse incluída no
software produzido por seu grupo

Tagging [rotulação]: Uma versão Web 2.0 das listas de sites preferidos,
oferecendo aos usuários uma maneira de vincular palavras-chaves a palavras
ou imagens que consideram interessantes na internet, ajudando a categorizá-
las e a facilitar sua obtenção por outros usuários. O efeito colaborativo de
muitos milhares de usuários é um dos pontos centrais de sites como o
del.icio.us e o flickr.com. O uso on-line de tagging é classificado também como
"folksonomy", já que cria uma distribuição classificada, ou taxonomia, de
conteúdo na web, reforçando sua utilidade

Wikis: Páginas comunitárias na internet que podem ser alteradas por todos os
usuários que têm direitos de acesso. Usadas na internet pública, essas páginas
comunitárias geraram fenômenos como a Wikipedia, que é uma enciclopédia
on-line escrita por leitores. Usadas em empresas, as wikis estão se tornando
uma maneira fácil de trocar idéias para um grupo de trabalhadores envolvido
em um projeto.

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