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General Stanley McChrystal, quando foi indicado como novo comandante das
forças dos EUA no Afeganistão, em reunião com Barack Obama
Ele também disse que o fez não por se sentir insultado, mas porque um artigo de revista
contendo citações insolentes do general e seus assessores a respeito de altos
funcionários do governo não atendia aos padrões de comportamento para um general de
comando e ameaçava minar o controle civil das forças armadas.
“A guerra é maior do que qualquer homem ou mulher, seja um soldado, um general ou
presidente”, disse Obama. “Por mais difícil que seja perder o general McChrystal, eu
acredito que seja a decisão certa para a segurança nacional.”
“Eu aprecio o debate entre a minha equipe”, ele disse, “mas não tolerarei divisão”.
Obama destacou que a mudança na liderança não sinaliza uma mudança em sua
estratégia geral no Afeganistão, onde milhares de novos soldados americanos têm
chegado nos últimos meses em meio ao aumento das baixas e crescentes dúvidas a
respeito do progresso da guerra.
“É uma mudança de pessoal, mas não é uma mudança na política”, disse Obama.
Ele e Obama iniciaram sua reunião pouco antes das 10 horas da manhã, após o general
ter se encontrado com líderes militares no Pentágono. O artigo na revista “Rolling
Stone” citava McChrystal e seus assessores fazendo críticas a praticamente todos os
membros da equipe de segurança nacional do presidente, dizendo que Obama parecia
“desconfortável e intimidado” durante seu primeiro encontro com o general, e
desprezando Biden como “Bite Me” (me morda).
O artigo provocou uma tempestade que foi alimentada pelas crescentes dúvidas –até
mesmo nas forças armadas– sobre se é possível uma vitória no Afeganistão e pelo
colapso do apoio público à guerra que já dura nove anos, enquanto crescem as baixas
americanas. E os comentários também expuseram o desarranjo e a inimizade em uma
equipe de política externa que está tendo dificuldades com a guerra.
O secretário de Defesa, Robert M. Gates, antes aquele que mais apoiava o general,
criticou McChrystal por “um erro significativo”, e o almirante Mike Mullen, o chefe do
Estado-Maior das Forças Armadas, foi descrito por um importante assessor como
“profundamente decepcionado” com os comentários. Mas Hamid Karzai, o presidente
afegão, e seu poderoso meio-irmão, Ahmed Wali Karzai, saíram em defesa de
McChrystal.
A nota de Jones levou a secretária de Estado, Hillary Rodham Clinton, a se queixar com
Obama, e o apoio dela a Holbrooke o manteve no cargo. No artigo, que foi postado no
site da revista na terça-feira, um dos assessores de McChrystal é citado se referindo a
Jones como “palhaço”.
As brigas internas têm se intensificado devido à situação cada vez mais perigosa em
solo. A violência no Afeganistão está em ascensão. A missão para pacificar Marjah e
Kandahar está extremamente fora de rumo. E o esforço para criar um governo afegão
viável está cada vez mais em dúvida, devido à corrupção disseminada.
McChrystal provou ser a autoridade americana que melhor conseguiu lidar com Karzai
de forma diária. Além disso, a estratégia de guerra de Obama é, de muitas formas, uma
estratégia de McChrystal. O general concebeu o plano, que pedia por milhares de
soldados adicionais para combater a insurreição e, talvez mais importante, criar uma
sensação de segurança para o povo afegão.