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PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO

COMITÊ ESTADUAL MINAS GERAIS


BOLETIM ESTADUAL DE ORGANIZAÇÃO
NÚMERO 015 – PRIMEIRA QUINZENA DE JUNHO DE 2010

PCB LANÇA CANDIDATURA PRÓPRIA


AO GOVERNO DE MINAS
Em ato político realizado na quarta-
feira (16 de junho) o PCB apresentou sua
CALENDÁRIO
PCB – MINAS GERAIS
pré-candidatura ao Governo de Minas
Gerais. O Ato Político contou com a 16 de junho
presença do camarada Ivan Pinheiro, pré- Ato Político do PCB – Belo
candidato do PCB a presidência da Horizonte
República. Lideranças estudantis,
sindicais, militantes, amigos e familiares 26 de junho
prestigiaram o evento. Atividade Sindical da
Unidade Classista – Sul de
O candidato dos comunistas é o Minas
professor de História e Filosofia da rede
pública estadual Fábio Bezerra. Membro 29 de junho
do Comitê Central do PCB e Secretário
Ativo Eleitoral
Político (Presidente) do PCB em Minas Gerais Fábio
Bezerra participou ativamente da reconstrução 17 de julho
revolucionária do PCB. Segundo Seminário
Em sua intervenção Fábio destacou que sua Estadual da
candidatura “estará a disposição dos movimentos sociais, INTERSINDICAL - BH
populares, sindical e estudantil” e “buscará dialogar com as 01 de agosto
principais demandas e bandeiras de lutas dos movimentos
Aniversário da UJC
em Minas Gerais”.
07 de setembro
O secretário Geral do PCB e pré-candidato à
presidência da república IVAN PINHEIRO apresentou o Grito dos excluídos
camarada Fábio Bezerra destacando o exemplo de 31 de outubro
dedicação e luta do militante. Em sua intervenção Ivan Seminário da UJC – Belo
Pinheiro destacou os principais elementos da chamada Horizonte
Campanha - Manifesto do Partido Comunista Brasileiro –
PCB que objetiva a construção de uma Frente 13, 14 e 15 de novembro
Anticapitalista e Antiimperialista. Na parte da tarde Ivan Terceiro Encontro Nacional
Pinheiro concedeu entrevista para a TV Assembléia da INTERSINDICAL –
Legislativa e para a Rede Bandeirantes. Campinas - SP

CONVENÇÃO ELEITORAL DO PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO – PCB


SEGUNDO ATIVO ELEITORAL
Dia: 29 de junho de 2010 (sábado)
Horário: 19 horas.
Local: Rua Curitiba – 656 – Sala 68 – Centro – Belo Horizonte
pcbminas@ig.com.br www.expressovermelho.blogspot.com
Rua Curitiba – 656 – 6º andar – Centro – Belo Horizonte - (31)32016478 – CEP 30170-120
UJC - UNIÃO DA JUVENTUDE COMUNISTA

V CONGRESSO NACIONAL DA UJC

INFORME POLÍTICO
Entre os dias 01 e 04 de abril de 2010 ocorreu o V Congresso Nacional da
União da Juventude Comunista (UJC), na cidade de Goiânia, em Goiás. O
Congresso foi precedido pela realização do Seminário Internacional de Educação,
Extensão e Universidade Popular. A UJC é uma organização que comporta jovens
comunistas que possuem concordância política com a estratégia e tática do Partido Comunista
Brasileiro, sendo uma frente de massas do mesmo.
Fundada em 1927, a UJC nunca havia realizado, até então, dois congressos seguidos. Em sua
história, entre um congresso e outro, a UJC ora era dissolvida em razão de questões táticas do PCB, ora era
dizimada pelas ditaduras que sofremos no Brasil. Assim, todos os Congressos até hoje haviam sido Congressos
de organização ou reorganização. Pela primeira vez, a UJC realiza um Congresso consecutivo: o primeiro de
2006, que reorganizou a juventude do PCB e o segundo, em 2010 no qual se avaliou conjuntura política, a
situação da juventude e a atualização da nossa linha política.
Entre o Congresso de Reorganização em 2006 e o Congresso em 2010 várias foram as atividades
realizadas pela UJC. No âmbito do mundo do trabalho, atuamos tanto com os jovens empregados quanto com
os jovens desempregados, encampando campanhas, como a Campanha: “Nenhum direito a menos para a
juventude trabalhadora! Pela redução da jornada de trabalho, sem redução do salário! Mais e melhores
empregos para a juventude! Pela criação de frentes de trabalho para a juventude e os desempregados!” No
movimento estudantil, atuamos, fundamentalmente, na defesa da Educação e Universidade Popular, sendo
contra a lógica mercantil do ensino. No campo cultural, nossa atuação ocorreu através de trabalho com grupos
culturais de regiões periféricas, se opondo veementemente à reprodução de valores dominantes e lutando pela
valorização da cultura popular, revitalizando a identidade e unidade de classe entre os oprimidos pelo
capitalismo. Além desses campos de atuação, a UJC esteve presente nas atividades relacionadas ao
internacionalismo proletário, como, por exemplo, as campanhas de solidariedade a Cuba, Palestina e Haiti.
Assim, nesse Congresso foram quatro os principais eixos debatidos: análise de conjuntura, o papel
da juventude no contexto atual, as diferentes frentes de atuação da organização e a própria estrutura da mesma.
Entendendo que a recente crise econômica foi uma crise sistêmica do capital, isto é, foi uma crise
que faz parte do próprio funcionamento do sistema econômico vigente, e que acontece periodicamente, como
ocorreu em outros momentos da história do capitalismo, a UJC não encontra possibilidade de uma ruptura
espontânea com o capitalismo. A crise econômica foi uma crise na taxa de lucro da burguesia, mas não uma
crise do Capital. No entanto, é inegável que esta crise demonstra os problemas estruturais do sistema
capitalista.
A burguesia, para superar a crise, toma medidas para acirrar a exploração do proletariado, como a
diminuição das condições de trabalho, as demissões em massa, contratação de funcionários com baixo salário,
o trabalho informal e precarizado, as terceirizações e flexibilização, e mesmo a queima de capital constante, isto
é, deixando máquinas inoperantes.
Na tentativa de superação da crise, a burguesia acirra também as ações imperialistas, que espoliam
países através da força armada. Tal espólio é realizado tanto na forma do roubo de matéria prima como na
destruição da infra-estrutura do país, exigindo-se que um governo derrotado financie a reconstrução realizada
por empresas imperialistas. Tal mecanismo é uma medida constante por parte da burguesia na busca da
expansão de seu mercado e como medida de combate a queda tendencial de sua taxa de lucro.
No Brasil, o Governo Lula se encerra tendo cumprido o papel de desenvolvimento de uma formação
social capitalista completa, formando um consenso tipicamente burguês na nossa sociedade. Através de sua
política de incorporação e cooptação dos sindicatos na administração estatal, de acomodação dos movimentos
sociais através da cooptação político-ideológica e de envio de fundos para os mesmos, e com a ampliação da
política assistencialista, o governo Lula consolidou a ditadura do capital pela hegemonia burguesa.
O plano econômico, aplicado durante os governos neoliberais anteriores e continuada e
aperfeiçoada no governo Lula, serviu ao fortalecimento da grande burguesia brasileira, fortalecendo o domínio
da mesma sobre o proletariado. As condições de trabalho continuam precárias e pioram com o avanço das
terceirizações. É cada vez maior o número de empregos precarizados e informais, ganhando destaque a
inserção dos jovens neste contexto. As condições de estudo, embora sejam propagandeadas como tendo
melhorado, em verdade foram expandidas, sem necessariamente apresentar melhorias em sua qualidade,
como é o caso do Reuni, caracterizando-se como uma expansão comprometida com o capital. A estrutura
educacional do país não leva em conta as necessidades da sociedade, mas sim as necessidades do mercado.
As políticas como a do pró-uni servem não para mudar o caráter do ensino brasileiro, mas sim para
subsidiar as próprias universidades particulares. O que antes eram estudantes inadimplentes hoje são
estudantes bolsistas. Não por acaso foi criada uma lista nacional dos estudantes inadimplentes que é dividida
entre boa parte das escolas e universidades particulares, fazendo com que aqueles que deixaram
de pagar mensalidades das instituições de ensino não possam se matricular em outras. Assim, apesar da
propaganda feita sobre o pró-uni, este não está em favor dos trabalhadores, mas sim do setor privado da
educação, em detrimento das universidades públicas.
Neste contexto, a juventude continua a ser um dos segmentos sociais que mais sofre com a
precarização do trabalho e com o desemprego. Com baixas condições de estudo, e se submetendo a empregos
precários nos quais o nível de exploração é altíssimo, como no caso de estágios ou de bolsas remuneradas nas
quais os jovens devem prestar serviços, a perspectiva de boas condições de vida dos jovens não aumenta. Para
os jovens do meio rural, as condições de vida são ainda mais precárias, pois além da falta de oportunidades e de
serviços públicos, sofrem com a enorme concentração fundiária em nosso país, umas das principais geradoras
das injustiças e desigualdades sociais no campo brasileiro.
Além dessas questões, a juventude é bombardeada cotidianamente pela hegemonia burguesa, que
enfatiza o culto ao indivíduo, o consumismo e a universalização das demandas particulares da burguesia como
verdades absolutas e naturais. Por exemplo, os espaços de lazer hoje são mercantilizados e marcados pela
exploração. Torna-se impossível ter qualquer forma de lazer sem resultar em altos gastos. Os espaços de lazer
além de serem vendidos como mercadoria e cada vez mais privados, não contribuem na formação de uma
consciência critica da juventude, só servindo à alienação.
Nesta conjuntura, a UJC, dentro da linha política do PCB tirada em seu XIV Congresso Nacional,
reafirma a necessidade de reorganização da juventude em nosso país, estabelecendo um campo de alianças
anticapitalistas e antiimperialistas. Os ataques a educação e a condição de trabalho que a juventude sofre se
configuram como principal área estrutural de ofensiva do neoliberalismo. A hegemonia burguesa mantém o
bloco burguês no poder, como condição essencial para a manutenção do capitalismo.
Assim, a UJC compreende a necessidade de manter e aprofundar sua inserção nas suas três
principais frentes de atuação: Jovens Trabalhadores, Movimento Estudantil e Cultura.
A frente de Jovens Trabalhadores tem como principal tarefa a busca pela sindicalização dos jovens.
A atuação sindical dos jovens comunistas e daqueles que concordam com nossa linha é a atuação em conjunto
com a Unidade Classista, dentro da Intersindical, sempre trabalhando em conjunto com o PCB.
No entanto, dada a especificidade da juventude, que se encontra em desemprego ou em trabalhos
precarizados e sem condições de sindicalização, a UJC compreende que pode ser criado um mecanismo de
mediação. Tal mecanismo de mediação deve buscar organizar os jovens que não estão em condições de
sindicalização e encampar as lutas da classe trabalhadora.
No movimento estudantil, a UJC deve empreender esforços pela retomada do papel do movimento
estudantil na luta de classes, através do trabalho de base nas escolas e universidades. As entidades nacionais
(UNE, UBES) estão caracterizadas pela burocracia, verticalização e distanciamento das históricas bandeiras
do movimento estudantil, estando em processo de amoldamento à lógica institucional burguesa.
Dentro de tais condições, e entendendo que a UJC não deve buscar disputar aparelho
burocratizado, a atuação não deve ocorrer através da disputa de cargos na UNE/UBES ou em outras entidades
igualmente burocratizadas. A atuação da União da Juventude Comunista deve ser através da construção do
movimento de base, recuperando o caráter combativo e crítico do movimento estudantil.
Assim, devemos focar nossas atenções na construção de Centros Acadêmicos, Diretórios Centrais,
Executivas e Federações de curso, Projetos de Extensões, Grêmios e Associações estudantis através do
movimento real, buscando a constituição destes como espaços organizativos dos estudantes e que sejam
autônomos diante das escolas, universidades, governos e patrões.
Ainda que as escolas e universidades hoje existentes no Brasil sejam aparelhos de dominação da
burguesia, o conflito capital x trabalho não se dá de forma tão clara no movimento estudantil. A defesa pela
Educação e Universidade Popular, que atenda aos interesses do conjunto da Classe Trabalhadora e não das
grandes empresas, evidencia as contradições do capitalismo.
Nesse sentido, por vezes, pode ser necessário o uso de instrumentos de mediação na busca por
organizar todos os estudantes que concordarem com a necessidade de construir o movimento estudantil pela
base, buscando a constituição da luta pela Educação e Universidade Popular.
Quanto ao trabalho do movimento cultural, a UJC, entendendo o caráter mercantilizado da cultura
de massas, atuará dentro da cultura popular. Consideramos como cultura popular aquela que é resultado da
atuação criativa da população, constituindo espaços alternativos de expressão que fujam do controle
mercadológico. É através da atuação em conjunto com esses espaços de cultura popular, e através da
elaboração de material próprio, que a UJC deverá atuar no próximo período.
Com tais resoluções, o V Congresso Nacional da UJC reafirma seu caráter de Frente de Massas do
PCB, seguindo sua linha política e subordinada à estratégia e tática do mesmo, mas que possui uma forma de
organização própria, que permite a participação ampla de jovens que não estejam organicamente ligados ao
PCB, mas que tenham acordo com tal linha política e ideológica.

Viva a União da Juventude Comunista!


Viva o Partido Comunista Brasileiro!
Viva a Revolução Socialista!
Viva o Internacionalismo Proletário.
AVALIAÇÃO DA GREVE DOS(AS) TRABALHADORES(AS)
EM EDUCAÇÃO DA REDE ESTADUAL
Quanto vale a luta? O que se conquistou? O que se aprendeu?
O que não se conquistou? Quanto vale...?
Por: Fábio Bezerra.

Não adianta fugir a regra, pois quando se termina ou suspende um


movimento grevista ou qualquer outro movimento de reivindicações de
classe, essa é a questão que sempre norteia nossas avaliações e opiniões.
Há aqueles que irão se prender ao imediato, ou seja, reivindicamos
X, lutamos Y e ganhamos Z.
Há aqueles que irão relevar os pontos positivos frente a situação que
se tinha antes e aqueles que irão repetir as mesmas “receitas de bolo” dos
bolcheviques de plantão, de que a estratégia foi errada, de que há crise na
direção ou de que essa luta é limitada e não adianta mais.
Eu diria que todas as questões podem estar certas ou erradas
dependendo do ponto de partida da análise que se pretende fazer.
É incontestável que essa foi a maior greve do movimento sindical em Minas dos últimos 15 anos e inegável a
disposição que a categoria dos trabalhadores (as) em educação manifestaram ao longo de 47 dias de luta e diga-se de
passagem só quem não esteve na greve ou não é trabalhador é que ignora o que isso significa em um contexto onde o
que reinava era a mais profunda apatia e desilusão com o sindicalismo e a luta política.
Para aqueles que só enxergam o momento presente e não compreendem que a vida é um processo dinâmico,
dialético e às vezes flexível, que passa por etapas muitas das vezes imperceptíveis aos olhos dos mais desatentos ou
precipitados, a não realização da nossa pauta de reivindicações é o coroamento do fracasso do movimento ou da
falência da luta direta das massas.
Não se trata agora de fazer um balanço apenas do resultado financeiro restrito e isolado, mas do rico e fértil
processo que esse movimento instaurou em nossa categoria.
Há cerca de oito anos, na greve de 2002, uma triste história teve seu ápice na traição que a direção do Sind- UTE
operou contra a categoria que estava em Greve contra o então governo Itamar Franco, aliado de LULA nas eleições
daquele ano.
Em uma assembléia histórica e com cerca de 10 mil pessoas, a Direção do sindicato ofuscada pelo processo
eleitoral capitulou as pressões externas do PT e golpeou a todos com a decretação do fim de nossa greve. Foi uma
revolta total e oito longos anos de ressaca de um processo que deixou marcas e desconfianças em nossa categoria.
Passado todo esse período as coisas não ficaram imóveis.
Nossas condições de trabalho ficaram cada vez mais precarizadas, por sua vez novos profissionais chegaram
enquanto outros saíram e até o mais improvável aconteceu, uma ruptura interna no seio da Articulação Sindical forçando
o grupo vitorioso a mudar o status quo reinante para se requalificar frente a sua base, com o resgate de discursos e
ações abandonadas com o tempo.
Soma-se a isso uma pitada de humor político- eleitoral e temos todas as condições de se iniciar uma nova etapa
no movimento.
Mas auto lá, vamos devagar... Principalmente aqueles que são mais afoitos. Uma nova etapa não significa que
mudou tudo de vez ou que haverá um progresso contínuo, retilíneo e uniforme.
Estou falando que após todo esse rico processo que vivenciamos e que nos tirou do ostracismo político e que
educou as massas que se lançaram ao campo de batalha, um novo e profícuo espaço se abriu entre nós e cabe agora
àqueles que não se iludem com o economicismo sindical e que tem um compromisso com a luta para além do capital,
explorar as oportunidades de reconstrução do movimento sindical na área da educação em nosso Estado.
A categoria dos trabalhadores (as) em educação, talvez sem ter a consciência disso, deu o maior exemplo de
resistência e luta para o conjunto dos trabalhadores desse país e mesmo ressaltando essa convicção com uma pontinha
de orgulho por ter participado desse movimento, faço-o com a mais absoluta serenidade após passar o furor das
emoções e o contagio do calor impetuoso das massas.
Que categoria em tempos de abandono da luta classista e independente, no gozo mais requintado do modo de
vida pós-moderno, individualista e sem utopias, cercada de aparelhos ideológicos e alienantes por todos os lados,
poderia surpreender e suportar todo o arsenal do aparato do Estado burguês, que implacavelmente desferiu toda a
artilharia que possuía contra os grevistas e a cada ataque a resposta era a adesão, a persistência e a luta?
E não estou falando aqui do trivial que lançam contra qualquer categoria que perturba a ordem burguesa, ou
seja, a imprensa pusilânime, safada, mentirosa e imoral, a repressão policial ou a Justiça tendenciosa que nos colocou
na condição de bandidos e fora da lei.
Estou falando de cortes de salário sobre pais e mães de família que mesmo na miséria não recuaram um
milímetro sequer, estou falando de pessoas que não tem a educação como bico e que mesmo com a ameaça de
desemprego evidente e as angústias e incertezas que isso trazia, mantiveram-se firmes e decididas a irem até o final.
Estou falando de uma massa de trabalhadores em assembléia ( cerca de 15 mil) que quando a Direção do
sindicato, temerária e vacilante frente as ameaças do Governo, quis por fim a Greve em 18 de Maio, não vacilou e nem
tremeu na base, atropelando o medo e a indecisão da Articulação com um sonoro coro de vozes e punhos
cerrados em toda a Praça: GREVE, GREVE, GREVE, GREVE!!!!
A cada porrada do Governo , um saia do movimento, mas dois ou mais aderiam, a cada ataque desesperado a
resposta era a indiferença dos grevistas a mesma que o Governo Aécio nos tratou durante todo esse tempo.
Já não tínhamos mais nada a perder, a não ser os grilhões que nos acorrentavam ao medo, a apatia, a
mediocridade, a falta de amor próprio, ao ostracismo político e a cegueira de classe.
Se agora me perguntarem quanto valeu essa greve, eu direi sem dúvidas que valeu o aprendizado que tivemos e
o resgate do sentido de nossa luta. Que, diga-se de passagem, não tem preço!
Se me perguntarem o que conquistamos de fato, direi que conquistamos o direito de sonhar de novo, de se
rebelar de novo, de viver de novo, pois rompemos a barreira do lugar comum que tanto o sindicalismo acomodado e bem
comportado, quanto a ideologia da conciliação de classes nos diz para seguir sem questionamentos.
A aula de resistência e luta que nossa categoria deu nas ruas e praças de Minas Gerais a fora, ecoaram por todo
o país e hoje tem motivado a outras categorias do nosso Estado a se mobilizarem e saírem do mundo das sombras na
qual elas se encontram.
É muito simplório e idealista talvez, querer dizer que saímos derrotados...
-Ledo engano!
Em todos esses 20 anos como militante eu nunca assisti uma categoria, mesmo dividida ao meio quando da
votação da continuidade da greve, continuar em sua grande maioria junta e unida, esperando o desfecho final da
assinatura do acordo que suspendeu nosso movimento.
O nosso retorno para as salas de aula não foi de cabeças baixas com o rabo por entre as pernas como vivenciei
muitas vezes em minha vida.
De cabeças baixas e com os rabos por entre as pernas estavam meus tristes e ignóbeis fura greves que não
conseguiam esconder o constrangimento de tanta covardia e mediocridade.
E olha que muitos nem agradeceram a conquista do concurso público que agora vão poder fazer graças ao
nosso movimento e quem sabe saírem da triste condição de designados/ resignados!
E confesso que só desfiz meu sorriso e alegria ao voltar de cabeça erguida para a escola, quando fui recebido
com aplausos por um grupo de alunos do EJA, por serem trabalhadores e sentirem na pele o que é ser explorado dia a
dia como escravo. A essa manifestação de solidariedade inesperada não respondi com sorrisos...
-Chorei copiosamente, abraçado a eles (as).
Se não conquistamos tudo o que merecíamos e tendo o gostinho de que poderíamos ter ido mais longe, se não
fossem as vacilações da Direção do sindicato, o sentimento de resgate da identidade de classe, da autonomia sobre sua
profissão, da coragem e da ousadia realimentou de vida e esperança uma categoria que era julgada como moribunda ou
morta, sem respeito e que não protagonizaria mais nada no cenário político desse Estado.
Para aqueles que viveram a Greve intensamente, para aqueles que sentiram os impactos de nossas
manifestações nas ruas de Minas e foram forjando em seu ser social uma nova consciência, para aqueles que mudaram
o eixo da triste sina ao qual estávamos errantes, não é preciso dizer que valeu muito a nossa luta e que frente à etapa na
qual nos encontrávamos anteriormente a luta da classe trabalhadora em geral saiu vitoriosa dessa greve.
Sem receio do que vou dizer, construímos na história de nosso movimento, uma nova etapa política, que se
iniciou quando a indignação e a esperança venceram o medo e o imobilismo. E esta etapa está aberta e cheia de
possibilidades àqueles que desejam reconstruir o sindicalismo classista, independente e combativo em nossa
categoria.
Dezenas de novos militantes surgiram nessa Greve, centenas de trabalhadores voltaram seus olhos para o
papel de nossa categoria no cenário sindical e político desse Estado ou retornaram ao movimento depois de tantas
desilusões e traições de classe e milhares de profissionais, mesmo que decepcionados com a condução da Greve em
sua reta final perceberam a força de mobilização que ainda possuímos.
Não podemos enquanto marxistas, avaliar um movimento de massas apenas pelo seu aspecto reivindicatório e
economicista, ou subjugar a pujança desse movimento e todas as suas variantes, por este não ter conseguido maiores
vitórias ou não ter chegado aos céus e tomado o poder das mãos da burguesia!
A cada etapa, um processo diferente, a cada processo uma análise à luz do que havia antes e das mudanças que
se manifestaram e transformaram a realidade objetiva e subjetiva e a cada mudança o entendimento do que estava em
contradição e do que surgiu dessa contradição e se instaurou como o novo ou como a possibilidade do novo.
Sem isso companheiros(as) fica difícil querer fazer uma análise bem feita de nossa Greve, ou de qualquer
movimento de massas que se coloque em oposição ao sistema capitalista, mesmo que lutando contra aspectos isolados
desse sistema, como é o caso da luta econômica.
No nosso caso, quando a Justiça do Trabalho julgou nossa Greve ilegal e nos colocou na ilegalidade, rasgando a
Constituição, passando por cima do Direito de Greve e penalizando a categoria com multa e ameaça de demissões, a
Greve da educação assumiu naquele momento um simbolismo nunca antes evidenciado em nosso Estado. Pois já não
se tratava mais de uma Greve salarial e contrária ao Governo do PSDB, mas uma Greve de dimensões maiores, pois
nossa desobediência à ilegalidade da Justiça e a Magistratura subserviente representava todo o sentimento de
resistência do conjunto do funcionalismo do Estado e mesmo do Brasil.
Não podemos nos esquecer que o ex-grevista e sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva, apoiava naquele mesmo
momento a decisão do STJ de decretar a ilegalidade da Greve dos Funcionários do IBAMA que se viram constrangidos a
recuarem e terminarem o movimento.
Sem dúvidas há muito ainda o que se superar, tanto em nossa estrutura sindical, quanto em nossas táticas de
luta e organização, tanto em nossas concepções, quanto em nossas debilidades e vícios... Mas é inegável que após a
Greve de 2010 dos educadores de Minas Gerais, uma “nova” lição todos nós reaprendemos na escola da luta de
classes:
Só com a luta se muda a vida e só vive de fato aquele que ousa lutar.
II SEMINÁRIO ESTADUAL DA INTERSINDICAL
BELO HORIZONTE - 17/07/2010
Programação:
Manha:
08:00 as 09:00 – Inscrições
Tarde: 09:00 – Abertura – Mesa de analise de conjuntura.
14:00 – Grupos: 12:00 as 14:00 – Almoço
15:30 – Plenária Estadual da INTERSINDICAL

TAXA DE CONTRIBUIÇÃO – R$10,00.

Carta de Porto Alegre


Solidariedade ao Povo de Cuba
Os participantes da XVIII Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba,
realizada na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, entre os dias
04 e 06 de junho de 2010, reiteram, por meio dessa Carta, o compromisso solidário e
incondicional com os princípios da vitoriosa Revolução Cubana que, em 1º de janeiro de
1959, iniciou o processo de desenvolvimento social de caráter autônomo e soberano
naquele país.
Para nós, a visão revolucionária e socialista de Cuba, com forte influência do
pensamento de seu herói nacional, José Martí, aponta para o apoio mútuo entre os
povos e a valorização do ser humano e da sua cultura.
Assim, solidários à luta permanente de Cuba pela defesa da sua soberania e,
alinhados ao seu povo, nos colocaremos contra qualquer tipo de governo que desrespeite o direito a sua
autodeterminação.
Aos ilegais e abusivos bloqueios econômicos, financeiro e comercial impostos a Cuba pelo imperialismo
estadunidense e seus colaboradores – com sérias aplicações extraterritoriais –, alia-se o bloqueio midiático. Ele
tem a vergonhosa intenção de desvalorizar e descaracterizar a luta de um país que, apesar dos permanentes
ataques, responde com ações de ajuda humanitária a diversos países do mundo, e concede ao seu povo, de
modo universal e gratuito, os direitos fundamentais que constroem a sua cidadania, como educação, saúde,
cultura, lazer e trabalho.
Ao lado dos revolucionários cubanos, nos manteremos firmes no propósito de defender o caminho que
escolheram. Como movimento de solidariedade a Cuba, permaneceremos lutando contra os bloqueios, o
isolamento e todos os tipos de violações impostos àquele país. Defenderemos, ainda, a efetiva integração
econômica, política e cultural de Cuba em toda a nossa América.
Lutaremos, também, pelo fechamento da base militar de Guantánamo – utilizada como cárcere pelos
Estados Unidos –, e pela devolução do seu território a Cuba.
Da mesma forma, exigimos a liberdade dos cinco heróis cubanos, presos arbitrariamente nos Estados
Unidos, para que se restabeleçam os princípios de justiça com respeito aos direitos humanos e aos direitos
internacionais.
Por fim, considerando as diretrizes apresentadas nessa Carta, nos comprometemos a desenvolver as
ações discutidas e aprovadas nos painéis e grupos de trabalho da XVIII Convenção.
Estados participantes: RS, SC, PR, SP, RJ, MG, ES, SE, CE, PE, RN, DF, BA e PB.
Porto Alegre, 05 de junho de 2010

ENCONTRO DOS AMIGOS DE CUBA CONTRA A AGRESSÃO MIDIÁTICA – BELO HORIZONTE


A Associação Cultural José Martí – Minas Gerais realizou no dia 28 de maio um debate que contou com a
presença do jornalista Luis Carlos Bernardes (Peninha) e do jornalista Beto Almeida da TELESUR. Os
participantes do encontro puderam esclarecer suas dúvidas sobre a atual situação de Cuba e receber novas e
importantes informações sobre as medidas e ações do imperialismo estadunidense contra o governo e o povo
cubano. A militância comunista esteve presente no encontro. O PCB parabeniza a Associação Cultural José Martí
pela promoção deste importante evento.
Che Guevara completaria 82 anos
Neste 14/06/2010 faria 82 anos Ernesto Guevara de La Serna, um dos maiores revolucionários que
a história já ouviu falar. Che foi, junto com Raul Castro, um dos brilhantes comandantes de “La
Revolución” que, segundo ele mesmo, foi a primeira grande derrota do imperialismo na América Latina e
um símbolo para todos os povos oprimidos do mundo. Além de sua contribuição estratégica na guerrilha
cubana, Che deixou legado enorme em muitas áreas do conhecimento humano, através de escritos
econômicos, políticos, além de ter inaugurado a guerra de guerrilhas chamada de “foquismo” e mais
tarde em sua homenagem de “chevarismo”.
Deixou diversos livros e manuscritos, sendo chamados de “o ser humano mais completo do século
XX” pelo filósofo Jean Paul Sartre. Escreveu e refletiu sobre quase todos os temas possíveis, e sobre os
revolucionários Che disse:

“Devo dizer, correndo o risco de parecer ridículo, que o verdadeiro revolucionário é movido por
sentimento de amor”
Gabriel Siqueira
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