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Manual de Psicolc do Despor v CG a npc te al dees eo Dspan ane be oan, ror eter ran comps: ait ean or Orpen Ue {0 Pop Tet poled writs ris, ‘ahaa omcporcmir {ecco devs reso roe em Poe: Petia Aaradecientos riyssoonigk sienna 2 Fcoloia do deporte da ‘vide ia: Nate, hiss e devemveimento Jos F Cruz 2 pas Pricologa do desporo Pesado, pest otro ene V. Raposo a no ’ psicogia do desporo Carmo cies «com prea ‘ens P Bato 4 pa Desporto psteogico: Dos limes wanscendéncia do compe GatarF Gongales tetas ebenlicion Pricolegcon do execiioe (nctiveade cs ond FCs, Palo P ‘Machado ‘Mera Mow 6 td Conscasenclas psieoogieas sd despot escola: Uma ‘rin exterior picoonia Francisco Sobral 7 P9 | inervencao do psicdlono no despot: Creneas¢ expecta, problemas ‘iene detos ros fexeF Cruz, Ru Games Miguel FVisn e Peo ‘ims wrActonts PsIcOrGeIe0s SSOCIADOS AD I NDINENKO DSYORTVO (Cracterstcas,competénclas f process psicelegios Sssocados a0 sess © 20 tho rendiment Sesportivo Jose Cruz 4 pi Sess ansiedace na corpatiqae despot: Natueza efor wavalngso ese Cre 10 pas ‘rlacio ene weiedade © feeineta na cespot “oorar © hips expavas este Caz " 265 -Ato-conianga 2 rendimento ra compass desoociva Jose F Cruze Miguel F Viana 2 P27 ‘Nengd0«coneenagio na competigaedesoriva ‘miguel FVanae José F. Cruz ry 9.305 Motivago puraa pia competi dears owe F Cae “ pan As atbuigbes cuss em contexts despetvos ‘aoa. Fnsece 15 ps6 Processamerto ds iniomagSoetomada de ecto no despord Jes Alves e Duar Araio 6 309 deranga de eauipasdesporivas © ‘ornporamento do welnador Jost Crux eA Ru Comes v7 pant ‘relagtoweinadoratleta Sisono Sap 18 42s indica de grupos coesso mas equips seporias oat Cruse Jo80 M. Antunes 19 pur Gs comporamentos gress no desporto ‘Sideno Sop 20 pass Respontas scolgicas 8 sobrecara de tino a P.467 Factores pcolbgios aoclados 3 esbes espontivas Jone Cruze Moria A. Dias 2 past Siro do et a endive ‘despot: Una abordagem pictsiléica (Cals Shae forge M Siero a 503 ( espotamento (umou) no despot Jorge Siverio 2 past Aas e superstigo no desprto ‘anno P Beto IMLPREPARACAO MENTAL E PSICOLOGICA PARA A COMPETICAO DISPORTIVA 2 P.533 © tion dis competncas psicooicas 2 preparagio mental pare acompetia0 Jost Cruze Miguel F. Wana 26 2.567 “Teena #eratgie de contol do tess € A arsiedade na compet desporiva Ions Caz wv Po © trina de fomulagio objetivo como SSteaea motacional ous Cue “rena de naginagevsuizagS0 ment Jost F Cue Miguel F Vana 2» Pow Tein de competent sencionas no eta ‘Miguel F Vian 20 9.63 ‘Ns y rentmion depot: Lines fentewenesn Tine gee Ane M- Bueno u vas Piolo dl pore alicada: Areas de Ineevencion en relacioncom el entrenador fwe Hoc 2 por Die ecuperagi pscleglca no despano& fu active fica Tost Lue Riso O TREINO DAS COMPETENCIAS PSICOLOGICAS E A PREPARACAO MENTAL PARA A COMPETICAO José Fernando A. Cruz Instituto de Educagao e Psicologia, Universidade do Minho & Miguel Faro Viana Instituto Superior de Psicologia Aplicada, Lisboa InTRODUGAO. CContvaiando a tendncia para o nivelamento do rendimento desportio aue a evo- lugio e uniformizagao das metodologias e técnicas de preparacio dos atlets tom perm tido, continua a verificar-se uma signiicatva diferenciagSo a0 nivel dos resultados aleanca- dos. Este facto, tem levado o agentes desportvos a interessarem-se por ireas do treino desportivo como a preparasio psicaligica ou o treino mental. Hé mesmo quem considere 2 Psicologia como a tltima fronteira no que respeita a preparagao dos aletas (Unesthal, 1985), ouvindo-se com ftequéncia nos meios despotvas afirmagaes de que os factorespsi- col6gicos explicam 50%, 60% ou 70% dos rendimentos e resultados desportivos.Eviden- cas cientifias da literatura especalizada (Corbin, 1972; Feltz e Landers, 1933; Meyers et 1989) atestam, também, a importincia do treino ou pritica mental na realizacao de acti- Vidadesfsico-desportivas. Ainda que esteja por responder com claeza qual otipo de vari veispsicol6gicas susceptves de uma intrvencao sistemtica e objectiva através do tren, ‘estas perspectivas justiicariam, s6 por si, a necessidade de teinadores e colaboradorestéc- nicos, dedicarem uma percentagem do seu tempo 3 preparacao mental dos alletas. Tal no acontece, na maioria dos casos, por tes ordens de razdo. Porque os técnicos nto sabem como ensinar 0s atletas a adquirrem as competéncias psicoldgicas essenciais; porque pres- supoem que se tratam de qualidadesinatas e que pouco hé 2 fazer; ou, em tlima anise, porque no the ariauer muita importa, se .Cue aM Mana (0s sitimos anos tém sido marcados pela crescenteinstitucionalizacao da interven ‘lo psicologica junto de desportsas de alto rendimento. A natureza do ao0io ou acompa- ‘nhamento destes grupos tem evaluide da simples e esti avaliagdo de diagndstico psicol6- ico ou intevengao clinica em situagdes de crise, para um trabalho com caracteriticas mmarcadamente preventvas e educativas, Associado aos movimentos das escolas comport mentalist e cognitvistas, omecou a surir ha alguns anos nos melos desporivos,o inte resse pelo Treino de Competéncias Psicoldgicas (TCP) (ver Vealey, 1980), Estabelecendo lamplas analogia com outta dimensbes do tino desportvo, 0 TCP implica a aprendiza- ‘gem e/ou aperfeigoamento de competencias especiica e estratégias de freparacdo para a ‘Competicao, tendo como objective resposas mais eficazes e consistentes por parte dos atle~ tas face 3s exigéncias das sitagtes desportivas {Em diversos pases Europeus e Norte Americanos, possuidores de um sistema des- portivo mats desenvolvido, tems generalizado, a prestagao de servigos ao nivel do treino ental dos alletas e a producio de material escrito e audio-visual como divulgag80 ou su porte pedagogico dese tio de acces, A qualidade e validade experimental destas abord~ [gens de preparacdo psicologica deixam, no entanto, algo a desear. A simples adopcao de Prinipiose técnicas da psicologia geral para 0 contexto desportivo (Cruz 1908), a falta de Uniformizagdo e estandardizacio dos conceitos e metodologias utlizadas (Nitsch, 198), fu 0 reducionismo caractristico de algumas das priticas referenciadas a literatura (Vea Tey, 1988), tem constitulda obsticulos importantes. Outro tipo de problemas, relaciona-se ‘com a escassa sensibilizagioe formacao dos diversos agents desportvos para as enormes texigencias que este tipo de inciativas envolve em temas de mabilizagao e organizacao de recursos humanos e mater. ‘Num capitulo anterior (Cruz, A. Gomes, M. Viana & P. Almelds)tvemos ja opor- tunidade de abordar e desmisiicar algumas crengas e mitos inadequaios, relacionados ‘com a intervencio psiolégica no despoco, que justfcam a negligéncia e pouca atencso presada por veinadores, aes e drigentes 0 teino e preparagio metal e psicolica, fpesar de todos eles reconhecerem de foema quase undnime o papel fundamental e deci- vo dos factores psicologicos no rendimento desportvo. Seguidamente, abordaremos de forma mais detalheda os objectivos, estruturago e implementagao de programas de treino de competéncias picologicas. COBJECTIVOS, ESTRUTURA E DESENVOLVIMENTO [DE PROGRAMAS DE TREINO DE COMPETENCIAS PSICOLOGICAS [Um programa de Treino de Competéncias Pricolégicas (TCP) pxde ser entendido ‘como um “programa que identifica, analisa, ensina e teina as competéncias cogntivas, mentais ou psicoldgicas mais diectamente relacionadas com o rendimento desportivo” (Alderman, 1984, p. 51). Subjacente a tais programas esta idea de que as competéncias ‘ou capacidades psicol6gicas, 8 semelhanga das capacidades fsicas e técnicas, podem ser aprendidas, adquiridas ou melhoradas através do ensino, do treo e da pric. [Neste sentido, os programas de TCP partem geralmente de dois pressupostos geras: 2) atletassd0 primeir seres humanos © 6 depois si atletas; eb) as competnciaspsico- logcas podem ser ensinadas e aprendidas. Por iso, de um modo geval, 0s objectvos dos programas de TCP centam-se em dois aspectos fundamentais, directamente associados @ Ovrine ds compan ricaigene 515 {ais pressupostos: a) a promogdo do crescimento e desenvolvimento pessoal; b) a promo- (oe optimizacao do rendimento desporivo, ‘A Figura 1 sumariza as prinipais competncias psicoldgicas que tém vindo a see _bordadas efou sugeridas em diferentes programas de TCP, desenvolvidos por autores de di- ferentespafses para atletas de diferentes niveiscompettvos, das mals variadas modaidades {individuais e colectivas) e com diferentes objectivos (ex: melhoria e/ou optimizagio do ‘endimento; promogo do desenvolvimento e crescimento pessoal; et.) POPUAGAD.AWNO (COMPETENCIAS FSCOLOGICAS : ‘intaliza;30, pensamento postive, formulas “ie bjectves ecomnscayso Seradi1965) Ales profane Aula Relea mil, poeta Se tateotauaane pte omungo de ebjocvore Nitin 965) Alta te Concerta mapassasagso ment comets ‘eaxanen, alas, noe enooe (is eonarente Sinn 1906 eas ats Renamer, cool do srs cet doe femoeteae, penser, ao repila0 «pa meeta) Manens1987) Ads de visio eicament,iagracoeaizyio man ris competes onete copitvo, cle doer ferro decbjecroe e987) ‘teas anda! Formalato de objec conte do sess Goat compro trode, auo conve pence ot uaz30 metas 0€ ncsnagio. senes oer ‘ven faze dase, Soci desprtos So salagatecenent po Se conde wsazaao metal Fear, cone de dey, inl, tans 0999) Concleda acto a cont ence, ona does, aging, ‘Sewing er 193) ‘lea protons Fao tn, ining mena desene ‘elaaren,comole da ans “uescontons, concerto, raane, apow(1994) Alt de rata Formule de bic deat compet Figura 1 ~Competéncias psicoligcasabordadas em diferentes programas de TCP ede preparagso mentale plcolgicn De um modo geal, como se poder verfcar, 0 controle do stress da ansedade, a tengo e concentragdo, a imaginacio e visualizaga0 mental, a formulacio de objectivos & ' auto-confianca, parecem constitu as competéncias psicologicas mais relevantes para a preparacio mental dos atletas. Paalelamente, as competéncias de comunicacio e relaglo Jnterpessoal, assim como a coesio e “espto de equipa”assumem-se tamoém como impor- tantes competéncias psicol6icas, nomeadamente nos desportos de equa. Além disso, tém sido deservolvidos e implementados programas de TCP mais vocacionados claramente para a optimizago do rendimento dos atletas (ver Vealey, 1988; Weinberg & Gould, 1995), mas também programas mais vocacionades para a promogdo do crescimento e desenvol= vitmento pessoal dos atletas, Independentemente da idade e do nivel compettivo (Danish, Peltpas & Hale, 1993, 1994,1995; Orick, 1991; Weiss, 1991) Weinberg ¢ colaboradores Weinberg & Gould, 1995; Weinberg & Wiliams, 1993), salientam, de uma forma bastante clara, ndo 36 as fases fundamentas di estrutura de um programa de TCP, mas também 0s aspectos etapas centrais no desenvolvimento e imple- mentagao de um tal programa. 'No que se refere a esuturacao geral dos programas de TCP, eles englobam geral mente tes fase dstntas 1) Uma fase de educaco ou formacio, onde se procura conscien:ializar os agentes esportivos para a importénela de apeenderer determinadas competéncias psicologicas € ‘ontrbuir para a compreensio acerca do modo como os diferentes facores psicoligicos afectam 0 rendimento (ex: 20 ensinar competéncias de contole da ansiedade, dever ser ‘explicadas as causas da ansiedade competitiva, 0 mado como a ansiedade afecta ou 130 0 rendimento e as potencialidades e importancia das capacidades pessoals de avto-contole dos niveis de ansiedade; 2) Uma fase de aquisicao, mals centrada nas técnicase estatélas para a aprendiza- gem e mest de diferentes competencies pivoldgicas, procurando sempre ir de encontre€ ter em conta as necessidades Gnicas e individuais de cada atleta (ex: 0 treino de relaxa- ‘mento muscular paderd ser inadequado para um alleta cujaansiedade € muito mals expe rienciada ao nivel cognitivo, através de excessivos pensamentos negatives, por exemplo, do ‘que 20 nivel somatic);e,finalmente, 3) Uma fase de pritica, onde se pretende no s6 automatizar as competéncias ens hadas, mas também ensinar os alletas a intgrarem as competéncias pscoldgicas de uma forma sistemstica nas suas prestagdes compettvas ¢ a estimularem as competéncias que s como 0 con ttole da ansiedade ou da activacio fisiolagica pré-competiivae a atencio e concentragio. “Torna-se asim evidenle que se por um lado “os aletas tém necessidades dinicas que podem influenciar 0 seu rendimento de forma positva ou negatva” e se “cada des porto tem cetosfactorespsicolégicas que afectam mais drectamente rendimento compe= Tivo’, por outro lado toma-se necessrio integra estes dados para “deteminar quais 0s factors psicoligcos que dever se prirtrios na peparagao mental pare a competisio" (Taylor, 1995, p. 350). € com base nesta informacio que devem ser escolhidas as estraté- tins de Itervencio psicologica mais adaptadas para um determinadoatlets, de uma deter ‘rinada modalidade. Por exemplo, no caso de um atlta de tenis, ténieas como a paragem {do pensamento, a linguagem corporal postva ou o recurso a palaras-chave positvas, S80 fundamentas para manter durante vérias horas a auto-conflanca do alleta, Por outto lado, teenicas como a formulagdo de objectivos a curt-prazo, ecorrendo a palavas-chave mat ‘actonais ou A visualizacio mental, sio necessérias para manter 0 aleta mativado durante Lum jogo longo, que pode incluir brevesperiodos de mas prestagdes ov rendimentos. 52 Cueva ‘Em suma, a implementagao de esratégias de preparagio mentel fe a sua conse ‘quenteeficécia), implica a consideragdo simultinea das necessidades espectficas de cada atleta (do ponto de vista psicolégico), a andlise das exigénciasfisicas, téenicas e logisticas ‘da modalidade e a determinacao das exigéncias psicologicas da modaidade em cavsa, ‘A IMPLEMENTACAO DE UM PROGRAMA DE TREINO DE COMPETENCIAS PSICOLOGICAS ‘Varios autores (Gould e Damarjan, no prelo; Weinberg & Gould, 1995; Weinberg ‘& Williams, 1993) tém vindo a sugerr alguns aspectos centras ter ent conta na Impl. ‘mentagio dos programas de TCP. Em primeio lugar, coloca-se a questao “quem deve implementar tal programa?” Parece ser mais ou menos consensual que um programa de TCP pode set eficazmente im plementado no s6 por psicologos, mas também por teinadores (Martens, 1987). xistem, No entanto duas limitagdes quando o programa é implementado pelos tsinadores a falta de tempo e a possvel falta de conhecimentos para planear uma intervencSo psicoldgica deste género. Além disso, se por um lado os psicologos poderto ajudar mals facilmente os atletas que tenham dificuldades em discutiraspectos pessoals com os seus treinadores, por jutro lado alguns atleta sentem que a divulgacio, aos treinadores, de divides ou proble mas pessoais pode levi-los a prescindir dos seus servigns em stuagdes competitvas reas Um problema adicional que poder surgi tem a ver com a incapacidade financeira de um clube ou associagdo desportiva para contatatem um psicSlogo em “ulltime™. A Contratag3o em “part-time” como consultorna ajuda a0 treinador consi uma altemativa Possivel. Em qualquer caso, como rferem Gould e Damarjan ino prelo a treinador const {ui sempre um facto central e ciico no sucesso ou fracasso de um programa de TCP: "6 es- Sencial que 0s psicdlogos desportivs e os teinadores trabalhem conjuntamente para ase -uraro sucesso de qualquer programa de TCP®(p. 26) Um outro aspecto central em a ver com a resposta & questio “Quando, em que altura da época e durante quanto tempo se deve implementar um programa de TCP?" Varios autores (eg, Martens, 1987; Weinberg & Willams, 1993; Weinbere & Gould, 1995) sugerem que, de um ponto de vista idea, o periodo pés-6poca(iéras) ou © inicio da épaca compettiva consttuem as melhores altuas para inciar um programa de TCP, pelo simples facto de nestas alturas os treinadoresestarem mals disponivels paa ajudarem os psieclogos no planeamento e implementagao do programa. A pior altura para 0 implementar 6, curiosa seguramente, aquela em que mais fequentemente ¢solictada ajuda e apoio dos pscélo- 80s: imediatamente antes do inicio de fsesfnais de campeonatos ou competigbes impor. antes, sobretudo quando as equipas ou atletas estio claramente a vivencia experigncias de fracasso desportivo. Por uma razdo muito simples: al como acontece com as competéncias fsicase tenieas, as competencias psicoldgicastém que ser muito bem treinadas, antes de Poderem ser dominadas e executadas na perteigdo (ou quae.) Preferencialmente, 0 TCP dever ser uma parte integrante do proceso de treino dic Flo, muito embora nao se pretenda com ito afar que otreino mental mais importante 0 que 0 treino fisico,técnico ou tictico, Tal como referem Sinclair e Sinclair (1994), 95 ‘competéncas psicolégicas e mentals podem e devem ser usadas para ajudarem a promover '@ aqUsi¢ao e dominio de competéncias tscase técnica. ina ds compen sicolelas 50 Um aikimo aspecto central e essencial a considerar na preparagio ¢ planeamento ‘de um programa de TCP é reterido por Gould e Damarjan (no pelo} ¢refer-se 3 resposta 2 questio “Quais sio as etapas a consierar na elaboracio de um programa de TCP2". Os autores sugerem varias etapas: 1) Defnigdoe clarficaso dos objectivos prtendids © a ating (determinaco rea lista, pelo treinadore pelo psicologo, das competéncias psicoldgicas mais importantes ara lum determinado atleta ou equipa, tendo em conta 0 tempo disponvel para as *wabalhar”) 2} Determinacao objectva e clara das melhores esratégias psicolgcas para ating os objectives propostos, tenda em conta as caracersticas do alleta ou equa ( ex: opr ‘por uma ou duas das multas estratégias para otreino de controle do stress eda ansedade; '3) Determinag3o do horétio de funcionamento do programa de TOP (ex: quantas sessbes, duragao de cada sesso, hora e lacal de realizac30), evitando sempre realizar as ‘esses de teino mental apds algumas horas de treino isco drduo e intensivo e tendo sem- pre em conta que o tino mental deverd integrar sempre uma fase de educagiovformagio e uma fase ou etapa de pritcaleino das competéncas; '4)Avaliagéo continua do programa de TCP, por forma a veriicar se os objectivos inicialmente propostos e formulades esto a ser concretizados e atingidos (ex: em caso ne- Bativo, averiguar porgué, analisar os obsticulos 4 sua concretizagio e estudar formas para tltrapassre lidar com asituacdo). EXEMPLOS E APLICACOES PRATICAS DA PREPARACAQ MENTAL E PSICOLOGICA PARA A COMPETICAO DESPORTIVA, Nos capitlos que se seguem serio analisadas com maior pormenore detalhe dif rents técnicas¢ estratégas expecticas para a promacio e desenvolvimento de diversas Competéncias psicol6gicas nos alletas (ex: controle do sess e da ansiedade,atenglo © con- isualizagio e prética mental, ec), Neste sentido, abordam-se seguidamente, a fio, algumas aplicagdes e exemplos de intervengoes psicologcas destinadas a treinare melhorara preparacio mentale psicolégica para a competicio despot. ‘Um programa de Treino de Competéncias Nogicas para patinadores (© programa de TCP para patinadores que aqui se apresenta inseru-se num plano mais vasto de colaboragio de um dos autores (M. Viana) com a Comissio Técnica Nacional de Patinagem Artistica (CTNPA) da Federaga0 Portuguesa de Patinagem, junto de aletas pté-selecionados para paficiparem em competigbes internacional. ‘0 protocolo global de acompanhamento (Plano de Preparagao e Aconselhamento Psicoligico para Patinadores) previa o aconselhamento psicolégico de atletas e equipas téenicas da federaclo © dos clubes, com vista ao melhor conhecimento das necessidades psicoligicas de treino e de preparagao para a competigso dos jovens envovidos e, 20 de erwolvimento e implementacao de programas de intervene psicolégica que possbiitas- sem: 1) maximizar as suas peestagbes desportivas; 2) promover de forma equilibrada 0 seu desenvolvimento psicasocial; 3} melhocar 0 conhecimento de si proprios rlativamente aos ‘seus padres de comportamento em treino e competigio;e, 4) a aprendizazem de compe- téncias psicol6gicas bisicas para a prestacio desportiva, 0 projecto envolveu 13 atltas de ambos os sexos das especialidases de patinagem live, Aguras obrigatrias e danca, dos escalaes de juvenis, Juniors e Seniors. Este plano desenrolou-se em 4 fases sequencias fase preliminar, fase de explorago, fase de interven- (0 € fase de avaliagao} que se descrevem seguidamente. A Fase Preliminar {ta fase devera contibuir para que os atlas: 1) aceitasem 0 pscblogo como ele- ‘mento vilido no seio da equa técnica e como garante do estabelacimento de el {bes de ajuda postvas e de confianga mtu; 2} ompreendessem a impocancia dos factores mentas da preparagio pscoldgica na prtica desportva de competi; 3) Se familiarizassem com as técnicas e metodologias de trabalho utlizadas em fases Postriores; 4) discutssem e aceltassem o programa proposo;« 5) se comprometes- ‘sem livemente, a aderir e empenharemse durante desenvolvimerso do programa Fsta fase constitu também uma oportunidade para analisar e sata vabilidade € importancia deste programa de trabalho com a C.T.N.P.A. © equipastécnicas en volvidas, por forma a definir mals pormenorizadamente 0 estatuto de cada um dos intervenientes,estabelecer uma calendarizago final eespecficar es actividades em fungi das solictaoes envetanto apresentadas, B — Fase de Exploracio © perfodo de explorasio deveria contribu para o conheciments dos factores de natureza sociale psicoldgica que influenciam as prestacdes despotvas dos aleta, assim como das estatéglas mentais que utlzanvrecortem para responder 8s exi- _éncias das situagbes de reno e de competicso, Procurou-se explorar um Conjunto diverso de fontes de influénciae de caracteritcas individuals: Determinantes de natureza social - vida escolar, relacionamento cam estutuas des: potivas,relacionamento com meios de comunicacio sociale pxblico em geral: Deteminantes de natureza psico-social - grupo de amigos e coleas, teinadores © restantes membros dats) equipats técnicats Determinantes de natureza individual - procurando-se integrar com elementos de natureza técnica e fsica, foram analisados para além dos diversos elementos biogricos, factores individuals como a motvacao, ansiedade, contiolo emo- ional, atensio, auto-conflanca e conhecimento de estatégas de preparagio mental Procedeu'se & pesquisa destes dads através da observago dos atltas em situagao de treino e competicio, aplicagao de provas psicolégicasexpeciics no expecti- ‘as para o contexto desportvo e, entevsts indviduais ou de grupo com 0s peo pros aletas, com als) equipals) Técnicas) e com os adultos da esera familiar dos rimeicos. (C= Fase de Itervencio Pretendeu-se nesta terceira fase, devenvolver @ implementar junto dos atletas, um Programa especifico de treino de competéncas pscolégicas (PTCP) O programa foi tena das compere piligkas 545 ‘executado durante um perfodo de cerca de 4 meses, coincidente em parte com a preparacio fisica e técnica dos aletas para uma competigao interacional impor- tante, Este programa sera referido mais adiante. D= Fase de Avaliagao Nesta fase procurow-se: 1) avalar as novas necessidades de acompamamento psi- ‘coligico da populagdo de atletas que beneficiou deste programa; 2) avaliar do pro- ess0 global de intervencio e; 3) avaliar os resultados obtidos. A avaliagSo nfo Se revestu de um caractercentficativo, visando antes, conribuit para reformular © ‘rientar acces posteriores, tenham eas fungtesesttamenteinsttucienas,clinicas ‘ude investigacio. Decorteu apés a paticipagao dos alletas nas prov iternacio nas prevstas, tendo envolvido todos os agentes itervenientes. Objectivas espectices do programa (0 Programa de Treino de Competéncias Psicolégicas (PTCP) fi deireado no sen- tido de proporcionar a aprendizagem e integracdo, nas rotinas de treino e competigio, de 4 fesraglas de teino mental: visalizagéo mental; relaxamento muscular € control respira {brio estabelecimento de objectivos e controlo do pensamento. A aprendizagem destas nicas, deveriaajudar os atletas a desenvover: controlo dos processos de actvagofisiolé- fica: capaetdade de regulagdo da ansiedade competiva; auto-confanga; geso adequada das competénciasatencionas. Com a apeendizagem, apereigoamento e integracao deste conjunto de competén-

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