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UMA HISTRIA DO SILNCIO

Os escravos permaneceram mudos, exceto rarssimas excees; fato que se explica


pela prpria lgica do sistema escravista: a maioria absoluta dos escravos, e muitos dos
libertos, no sabiam ler e escrever. A massa dos documentos disponveis para a histria da
escravido, provm da administrao metropolitana ou local, dos missionrios, dos colonos e
administradores, ou de viajantes e outros observadores ocasionais, estranhos sociedade
escravista.
Com isso, h poucas dcadas, os historiadores da escravido, assumiam o ponto de
vista dos administradores e dos senhores de escravos. Nos ltimos anos, R. Hofstadter fazia o
apelo: toda histria da escravido deve ser escrita, em grande parte, do ponto de vista do
escravo. A mudana de perspectiva permitiu uma viso muito mais rica, em obras de autores
como E. Genovese, G. Rawick, J. Fouchard, J. Casimir, K. de Queirs Mattoso. verdade
que esta orientao tambm corre o risco de distoro e exagero.

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