UMA HISTRIA DE

CARNAVAL

Era uma vez um palhao

pobre que tinha um saco de
retalhos cheio de uvas pretas e
um grande guarda-sol.
Chegou a um campo de
relva, desdobrou o leno de
assoar (que era grande e
lavadinho) e sentou-se sobre o
leno. Tirou as uvas pretas do saco de retalhos. Mas antes tinha aberto o guarda-sol que espetara
na terra (sabe-se l, ainda podia vir a ser um girassol!).
E ps-se a comer muito contente.
Passou uma rapariga por ali (mascarada moda da terra dela) e disse-lhe, muito admirada:
- Tu, no Carnaval, a comer uvas? E debaixo de um guarda-sol?
- Tenho direito a ser palhao, mesmo pobre, fora do circo. Divertir-me a mim mesmo. E, afinal,
no disparate nenhum, vendo bem as coisas. Faz sol. E no s isso...
- E as uvas? Neste tempo! Como as arranjaste?
- Tinha-as guardadas numa caixa cheia de areia.
Uma caixa de madeira, no penses l que de plstico. Os prestidigitadores no tiram
pombas e lenos (e outras coisas) das suas caixas? Ei tirei uvas de uma caixa com areia. E divirto-me.
E apontou para a cabea cor de estopa.
- Bom. Talvez tenhas razo. Deves ter mesmo. Tu no s mentiroso. Mas como te divertes
assim sozinho?
- Troco as estaes. Fao uma baralhada. Fao do Fevereiro Setembro. E, assim, estou a
brincar ao Outono, percebes?
- Percebo...

(Matilde Rosa Arajo, Livro "Crescer", Ana Maria Rodrigues )


O CARNAVAL
Carnaval a gente deixar de ser a gente.
Fingir que palhao, nariz de abbora e um
grande lao.
ser um leo, tigre ou elefante
ou um papagaio muito bem falante.
falar aos amigos com voz a fingir,
trocar de nome e no parar de rir.
Carnaval virar o Mundo
de pernas para o ar
mas tomar cuidado para no o estragar.
No Carnaval
pode fazer-se quase tudo
at em vez de Carnaval
chamar-lhe... Entrudo!
(Livro "Pequenos Leitores 4", Conceio
Marques e Nelson Timteo)
CARNAVAL
As crianas vo chegando,
Cantando.
Trazem no olhar
A fantasia e a alegria
Do que vo criar.
Carnaval!
E, de repente,
A sala fica diferente.
H serpentinas no ar,
H sonhos a voar
Nas mscaras de cada um.
- Vou ser fada!
- Vou ser palhao!
- Vou ser borboleta!
Carnaval...
(Manuela Martins, Livro "O Sabicho",
Livraria Arnado)
VEM A O CARNAVAL
Umas vezes em Fevereiro
Outras em Maro, conforme
Brincamos ao Carnaval.
Ponho uma caraa feia
Com um narigo enorme
Ponho o chapu do meu av
E ningum sabe quem sou!
- Quem s tu, mascarado
que ests to bem disfarado?
- Eu tambm no sei quem s!
Vamo-nos fartar de rir.
S nos podem descobrir
Pelas mos, ou pelos ps.
(365 Histrias de Encantar, Livro "V de
Roda", M. Carolina Pereira Rosa )