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Rádio regional sanjoanense

«Conversa a Dois» convida Paço Bandeira

Paço Bandeira tem uma vida cheia de canções.

Autor de êxitos como ‘Ó Elvas, Ó Elvas’ ou ‘A Ternura dos 40’ Paco Bandeira é o
convidado esta semana do programa «Conversa a Dois» na Rádio Regional
Sanjoanense. Não fugiu às questões, e garantiu que o seu maior sucesso é ouvir
alguém cantar as suas músicas. Ao longo da entrevista mostrou um tom sereno,
sorrisos discretos que mostram o lado do cantor que assinala 50 anos de carreira e
de quem aprendeu certamente muitas coisas com a vida.

Duarte Ramos

Francisco Veredas Bandeiras nasceu a 2 de Maio de 1945, em Elvas. Mas foi com o
nome artístico de Paco Bandeira pelo qual se tornou conhecido. Numa conversa, sem
pressas nem reservas, ao programa semanal da Rádio Regional Sanjoanense, «Conversa
a Dois», aos sábados entre as 11h00 e as 12h00, com repetição às quartas-feiras, entre
as 19 e as 20h00, o cantor, autor e compositor fala, nesta entrevista, do balanço de 50
anos de carreira e de mais de 600 canções e a melhor recompensa que pode ter ao fim
destes anos “é ouvir alguém a cantarolar uma musica sua”.
O certo é que o nome de Paco Bandeira há muito com histórias rurais e temas
românticos que conquistou um lugar na música portuguesa.
Somando sucessos atrás de sucessos, desde um já distante (mas ainda tão presente!) «A
Minha Cidade», ao clássico «A Ternura dos Quarenta», passando pelo (inconfundível e
imortal) «A minha cidade (Ó Elvas)» «Ternura dos 40» «De amar nunca me
deixes» «Lisboa vai, Lisboa vem» ou ainda «Chula da livração» até ao mais recente
«Share ou não Share... eis a questão!».
Nesta entrevista o cantor deu conta ao apresentador do programa, António Gomes
Costa, que pensou em retirar-se de gravar em 1977 porque “achava que já tinha dito
tudo” e como a “rádio estava no mau caminho” não fazia sentido continuar porque as
suas musicas não eram passadas nas rádios.
Recordou a sua infância, a cidade que o viu nascer e aprendeu a tocar guitarra com a
ajuda de um senhor invisual a quem chamava carinhosamente de tio. Aos 14 anos
tornou-se guitarrista e vocalista do grupo Cuban Boys, com o qual deu vários concertos
em Portugal e Espanha e “que foram uma óptima escola para mim”. Durante cinco anos,
foi locutor da estação regional Extremadura-Badajoz da rádio espanhola S.E.R e mesmo
contra a vontade dos espanhóis “passava música portuguesa”.
Diz guardar muito boas recordações da altura em que começou a ser reconhecido na rua
“o que me fazia muita confusão” mas era um reconhecimento nessa altura de as pessoas
me aceitarem” e isso tem sido um grande “triunfo para mim ao longo da vida e uma
coisa que me conforta bastante”. Já morou em Espanha e na Alemanha mas garante que
nunca pensou sair de Portugal mesmo com todas as dificuldade que sentiu ao longo da
sua carreira.
Neste momento continua a percorrer o pais e o estrangeiro com um concerto que
assinala o lançamento do novo projecto musical do cantor «Share ou não Share eis a
questão» e que marca o seu regresso aos palcos e o início da tournée de 2011.
Relativamente a este ultimo trabalho diz que o mesmo nasceu em jeito de sátira social e
com o objectivo de querer transmitir a mensagem dos artistas que quererem comunicar
directamente com o público e que grande parte das vezes “existirem algumas barreiras”.
Existem sempre, na maioria dos casos, "mediadores intelectuais", que definem as play-
lists que passam nas rádios. O que interessa são as audiências, os "pseudo-shares"...
Este disco refere que tem ainda o objectivo de chegar ao público “tal como eu sou! Sem
filtro!”.

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