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Bruxelas, 16.8.2007
COM(2007) 474 final
COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO
{SEC(2007)1045}
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COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO
1. INTRODUÇÃO
A investigação e a inovação são elementos cruciais para abordar algumas das questões
importantes com que a União Europeia se vê confrontada e para defender um modelo
comunitário baseado no crescimento económico, na responsabilidade social e no
desenvolvimento sustentável. Precisamos de aumentar a produtividade e as taxas de emprego
e de fazer a transição para actividades económicas de maior valor acrescentado. Os
trabalhadores necessitam de dispor de competências de mais alto nível e da capacidade para
se adaptarem à mudança. Investir no capital humano é, por conseguinte, de importância
crucial para reforçar as actividades de investigação e de inovação.
A investigação e a inovação proporcionam também soluções para superar a utilização
insustentável de recursos (incluindo o consumo de energia) e para enfrentar os problemas
ligados às alterações climáticas e os desafios da evolução demográfica. Numa economia
global aberta, a competitividade reside na capacidade das empresas de criarem produtos e
serviços de elevado valor acrescentado. Por conseguinte, a evolução no sentido de um
crescimento baseado na inovação é um aspecto central da Agenda de Lisboa renovada que
constitui a resposta da UE à globalização.
A inovação é abordada de forma mais eficaz a nível regional, dado que a proximidade física
promove as parcerias entre intervenientes, tanto no sector público como privado. A formação
de agregados regionais é frequentemente a chave para a promoção com sucesso da
investigação, do desenvolvimento tecnológico e da inovação. A capacidade dos decisores e
empresários regionais de transformar os conhecimentos, as capacidades e as competências em
vantagens competitivas sustentáveis é de importância crucial para o desempenho económico
das regiões. Contudo, as regiões europeias variam consideravelmente na sua capacidade de
absorção e desenvolvimento de conhecimentos e tecnologias. Esse facto constitui um
obstáculo às suas perspectivas de crescimento e poderá reforçar as disparidades consideráveis
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verificadas em termos de prosperidade em toda a UE, que se acentuaram na sequência dos
alargamentos recentes.
Os novos desafios que a UE enfrenta são de complexidade crescente. Esses desafios exigem
uma combinação mais estruturada e estratégica das políticas comunitárias, nacionais e
regionais.
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O objectivo de 60% diz respeito às regiões menos desenvolvidas (Convergência) enquanto o objectivo
de 75% diz respeito às outras regiões (Competitividade). Os objectivos são obrigatórios para a UE-15 e
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margem para sinergias com as políticas de investigação e inovação nunca foi tão grande como
neste momento.
(1) Cada uma das políticas ter uma base jurídica diferente no Tratado da UE. Embora o
objectivo global - emprego e crescimento - seja o mesmo, é necessário que os
objectivos sejam definidos em conformidade com o Tratado.
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No âmbito do 7.º Programa-Quadro, foram criadas várias iniciativas específicas para
aumentar a capacidade de participação dos operadores de regiões em atraso em projectos de
cooperação, mas não foi considerado oportuno propor critérios de selecção que reflectissem a
dimensão regional de um projecto ou taxas de ajuda diferenciadas em função da fase de
desenvolvimento de uma região. Do mesmo modo, embora a política de coesão não fixe
dotações mínimas específicas para a IDTI, nem na verdade para qualquer sector, tanto a
regulamentação como as orientações estratégicas em matéria de coesão contribuem
claramente para aumentar a capacidade de investigação e inovação nas regiões mediante o
financiamento de investimento produtivo, juntamente com a ajuda para o lançamento de
estratégias de I&D e inovação baseadas em recursos locais. Números indicativos são o facto
de os Estados-Membros terem "reservado" cerca de 45 mil milhões de euros do financiamento
da política de coesão para investimentos em investigação, desenvolvimento e inovação,
incluindo o investimento em capital humano. Este montante é mais de três vezes superior ao
investido nestas áreas no período de 2000-2006.
Conforme indicado nas Orientações Estratégicas Comunitárias, a chave para uma estratégia
de apoio coerente no domínio da investigação, desenvolvimento tecnológico e inovação reside
nos Estados-Membros e nas regiões. Estes avaliam as necessidades de investimento e
desenvolvem uma reserva de projectos (project pipeline). Embora, em termos de boa gestão
financeira dos fundos públicos, não seja possível utilizar o financiamento proveniente de duas
fontes comunitárias diferentes para o mesmo conjunto de custos elegíveis (n.º 5 do artigo 54.°
do Regulamento (CE) n.° 1083/2006 do Conselho), é possível utilizar os Fundos Estruturais, o
FEADER e outros fundos da UE para diferentes aspectos ou fases de, por exemplo, um
projecto ou programa de investigação e inovação, desde que esse aspecto ou fase satisfaça os
critérios de concessão de apoio estabelecidos pela fonte de financiamento relevante.
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3. REFORÇAR AS SINERGIAS ENTRE AS POLÍTICAS DE INVESTIGAÇÃO, DE INOVAÇÃO E
DE COESÃO
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Em 25 de Junho de 2007, o Conselho (Competitividade) adoptou conclusões "sobre um apoio mais
eficaz à investigação e à inovação: coordenação da utilização do Programa-Quadro de Investigação e
dos Fundos Estruturais". As conclusões sublinham, nomeadamente, a importância do desenvolvimento
de estratégias de IDTI e do reforço da governação e do desenvolvimento da excelência em IDTI.
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O Comité de Investigação Científica e Técnica da UE (CREST) adoptou orientações sobre uma
utilização mais coordenada do Programa-Quadro e dos Fundos Estruturais em apoio à I&D (How to
make better coordinated use of Framework Programme and Structural Funds to support R&D). O
Comité Consultivo Europeu sobre Investigação (EURAB) apresentou um parecer sobre o modo de
dinamizar o triângulo europeu do conhecimento - investigação, educação e inovação - através dos
Fundos Estruturais (Energising Europe’s Knowledge Triangle of Research, Education and
Innovation through the Structural Funds). O Fórum Europeu de Estratégias para Infra-Estruturas de
Investigação (ESFRI) apelou para maiores sinergias no que diz respeito às infra-estruturas de
investigação. O ESFRI apresentará uma análise dos aspectos regionais das infra-estruturas de
investigação pan-europeias em princípios de 2008. O Comité ITRE do Parlamento Europeu
encomendou recentemente um estudo sobre sinergias entre o 7.º Programa-Quadro de Investigação, o
Programa-Quadro para a Competitividade e a Inovação e os Fundos Estruturais (Synergies between the
EU 7th Research Framework Programme, the Competitiveness and Innovation Framework
Programme and the Structural Funds), que apela para maiores sinergias entre o 7.º PQ, o PCI e os FE,
tentando evitar lacunas e sobreposições.
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(f) A necessidade de maiores sinergias entre a política de coesão e o 7.° PQ sobre
infra-estruturas de investigação e a importância de envolver, de uma forma
significativa, os Estados-Membros "mais recentes" no roteiro europeu de
infra-estruturas de investigação.
4. CONCLUSÕES
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(2) A Comissão preparará até finais de 2007 um guia prático sobre as oportunidades de
financiamento sob o ponto de vista de uma instituição de investigação ou empresa que
deseje utilizar o financiamento da UE para realizar actividades de investigação e
inovação. O guia examinará também modos de criação de mecanismos a nível
nacional e regional para promover o acesso coordenado aos diferentes instrumentos e
de explicação do n.º 5 do artigo 54.° do Regulamento (CE) n.° 1083/2006 do Conselho
sobre a utilização do financiamento proveniente de duas fontes comunitárias diferentes
para o mesmo conjunto de custos elegíveis;
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