Você está na página 1de 17
TEXTOS UNIVERSITARIOS DE CIENCIAS SOCIAIS E HUMANAS oa eran FUNDACAO CALOUSTE GULBENKIAN FUNDAGAO PARA A CIENCIA E A TECNOLOGIA Ministrio dla Cincia, Tecnologia eEnsino Superior 2.5 08 ELEMENTOS MORFOLOGICOS DO ESPAGO URBANO A idenificacao de elementos morfoldgicos pressupse conhecer quait at porter dda forma © 0 modo como se estruturom nas diferentes escolos identficadas, Sendo leitura e composicde urbanas exsencialmente arquitectonices, podemos ‘plicor oo expaca urbana os mesmo métodos interpretativor da orquitectura Num edifcio, ot elementos mortolagicos sd0 também elementos canstrutivos espaciais. Nas épocoseldssicas, do Renoscimento 0 Barroco, podem se identficor ‘as colunas, o frontao, o entablamento, 2 cornija, 0 soco e fantos outros. Na arqui- tactura «moderna, tals elementos nda existem, mas existem outros: a pilar, a vige, © pola de beta0 # por a fora, Seo elementos diferentes e, por serem diferentes pe le'mode como se organizam, diferenciam o arquitectura dessas époces Jonelas ¢ escados ¢ outros elementos sempre exisirom e sempre desempenho ram idanticos funeSe: luminagso interior ou uniBo entre niveis diferentes. Tiverom dimensses e formes diferentes, posicionamentos diversos, intencBes estticas distin fat: umos vezes tratados como simples elementos Funcioncis e discretomente inser dos no edificio, outras rotados como elementos estticos, marcantes, exocerbados, como a janele do Convento de Cristo, em Tomar. Estes elementos 880, 8 partida & fom si mesmos, exigencias funciona’: e constrtivas. modo como s© posicionam & se estruturam nos edifcies tem a ver com esses exigéncias, mas depende des inten 5808 de comunicagao extetica ov dequilo a que se convencionov chomer o «lingua {Gem arquitectanicas. E evidente que, a0 dizer isto, aceito 0: contributos da semiolo Gio erquitecténica, na medide em que o codificacdo dos elementos arquitecténicos, 8 2 cnalogia com a linguagem é um contributo tedrco interessante (Os elementos mois génericos, como as paredes, as coberturas, as janelas, os ves, of portas, o excodas, a8 rompos ¢ tentos oviros, 80 relalivamente constan. tes na arquitectura [como, no tentido mais gero, #80 relativamente constantes os palavras na linguagem ao longo dos tempos}. As suas caracteisicas e aspecto ex Ferior, © modo como se interrelacionam num eaificio ¢ que voriom de época nora Spoca ou de autor pare autor » tém a ver com uma linguegem, cam a estética © a comunicacdo e com o orgonizacdo do proprio espaco. Em todo a orquitectora ocidentol, padem-se idenificer toi elementos: 0 aque las partes minimas reconheciveis nos edificios com uma funcao construtiva ou pro gramarica, uma finaidads esrerca e significant n Recorrendo @ analogias estruturalistas da semiologia e com alguma prudéncla, po- derio comporer a linguagem arquitecténica ¢ os elementos morfolégicos dos edificios com lingvagem lterdria 9, na qual existem o texto e as palayras. Estas articulam-se e poticionam-se para formar frosese ideios. Para transmitir uma ideia num texto, exstem Varios possibilidadeslinguisticos, lterdrias, de estilo e de forma, tol como 0 mesmo edi- ficio ov programa pode ser organizado e construide com formas e elingvagens» arqui- tecténicas diversas. Pode-se também verificar que, sendo ot elementos morfolégicos relativamente constantes na arquitectura, é através do modo como se estruturam e se organizam que provém a comunicacdo extetice do abjecto arquitecténico. Esta constatacao e tambem extensive 00 espaco urbano. Na cidade, o sentido fgu- rative, como obra de arte colectiva, provém dos ebjectos — edificios (ou construcées) —e da sua arfculagéo com 0 espaco por eles definido. (O que disse sabre ot edifcios é extrapolavel para 0 espaco urbano. Todavia, desde logo, existe o necessidade de estabelecer uma escala de leituras, ov seja,estabelecer quois os elementos minimos na forma urbanal «Sub-repticiamentesjé 0 havia feito, quendo, 20 falar de portas, néio mencionei as dobradicas, as fechaduras e botentes, ou, a0 falar de escadas, néo referi o degrau, © cobertar, 0 erpelho, ou, 00 falar do espace urbano, ndo fale dos postes de iluminacéo (04 dos fos eléctricos, que também so importantes, mas certamente jé em outro nivel de leiture, 0 SOLO — 0 PAVIMENTO Ea partir do terrtério existente e do sua topografia que se desenha ou constr6i a ci- dade, ¢ comesario no «chao que se pisa» a identficar os elementos morfologicos do es- paso urbane. E a topografia © modelagdo do terreno, mas so também os revestimen- tos e pavimentor, os degraus e passeios empedrados, os lancis, a faixes asfltadas, os corris dos elécricos e tantos outros aspecto. tolo-pavimento & um elemento de grande importéncia no espaco urbano, mas ‘elemento também de grande froglidade e suieto o continuas mudancas. Basta relem- brar as evolucées dos pavimentos, 00 longo dos tempos. Mas, em contrapertida, re lembrarie a enorme diferenca de axpecto e comodidade que o correcto tratamento do solo e © pavimentacdo conferem a cidade. Registo os confitos dos interesses que disputam o solo poblico — 0 tréfego rodovié rice 0 uso pedonal, pelo menos, e 0 evolucdo negativa deste conflto em cidades como Lisboa, em que de ono para 0 ano 0 solo disponivel para 0 pedo vai inexoravelmente

Você também pode gostar