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(Laroy)

Do corpo preto brota a voz do desespero

H quem de mim no espere nada

Eu sei, no sou um erro

Meu canto guarda a palavra j o corpo no guarda, dispara

No choro tupiniquim, renasci des colonizada

Sou Rata de rua, corpo-bala

O som que vem do corpo ultrapassa a fala

Um corpo que grita

Rosto, brao, cho, Senzala

Meu corpo, uma arma, um tiro em disparada

Sou Rata de rua, corpo em chama

A palavra molotov escancara a ponta da lana

Lana, que no machuca o corpo, atinge a alma

E expem seu desconforto em no me ver calada

Que como voc queria que eu estivesse,

Se no tivesse encontrado um som que me coubesse

Abertura de gaiola, quebra de contrato,

As bixas pretas esto todas saindo do anonimato

Do Fim da feira fao a festa,

Ser s mais uma nesse jogo (j) no me interessa,

Da importncia da curtida a iluso que te engoliu

da minha cabea no esqueo navio negreiro que se partiu

Se o meu corpo uma arma, o disparo o movimento

Em balas eu expresso nada mais que sentimentos


Eu sou da terra em que se d cem cruzeiros por cabresto e no se d dez por um cavalo.
Sou de Glria do Goit; perto de Governador de Barros.

Analfabeto de pai e me

Trocado por uma gua,

fugi de casa

Cai na lapa

Filho de Ogun e Ians

Devoto de Josephine Baker

Marginal urbano,

pode me chamar de Sat!

O que Deus d o resto nossa senhora intera

Eu fui sempre um homem muito feliz porque, graas a Deus, eu fui sempre um sujeito de
muita sade.

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