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Prensa Ano 3 – número 15

Fevereiro de 2004
Distribuição gratuita

Subseção de Foz do Iguaçu e Região do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná

ditadura

OPERAÇÃO
CONDOR
Pesquisa nos arquivos da Delegacia
da Polícia Federal de Foz do Iguaçu
revela a existência de documentos
com informações preciosas.
A documentação comprova a ação, durante as
ditaduras latino-americanas, de uma rede de
espionagem formada por Brasil, Argentina,
Paraguai, Chile e Uruguai. Durante 15 anos, a
Assessoria Especial de Segurança e
Informações (AESI), da Itaipu Binacional,
espionou e emitiu relatórios que eram
difundidos sistematicamente aos órgãos de
repressão do regime ditatorial.
Leia episódios ocorridos nas décadas
de 70 e 80 nas páginas 10 e 11.

Sindicato abre Luta pelo diploma Foz ganha primeiros


sala de leitura em jornalismo jornalistas “da casa”
Página 3
Página 5 Páginas 6 e 7
2 Prensa opinião

FRASE SANGUE
“E que se esclareça de vez
GRITO DAS AMÉRICAS
DAS
que os maiores NOVO
latifundiários do Brasil não O Prêmio Sangue Novo
são aqueles que são no Jornalismo Paranaense
apontados por farsantes. chega à sua nona edição
Os maiores latifundiários

Elson Rezende de Mello


em 2004. Idealizado pelo
brasileiros são hoje o Sindicato dos Jornalistas
governo, os índios e o MST. E Profissionais do Paraná, ele
para concluir, o êxodo rural visa divulgar e reconhecer a
não parece ser tão ruim qualidade da produção
assim. Tanto que se Lula, por acadêmica desenvolvida nas
exemplo, tivesse permanecido instituições de ensino. Os
em Garanhuns, sua terra, interessados em participar
hoje ele não estaria A forca está apertando para os com a participação de 1.230 pes- devem inscrever seus
ocupando a Presidência da povos do continente. A Área de Li- soas de 35 países: “Derrotar a Área trabalhos até 27 de
República”. Paulo Martins, em vre Comércio das Américas de Livre Comércio das Américas fevereiro. Somente serão
“A festa do MST”, sobre o (ALCA) está prevista para ser im- em todos os seus formatos – total, aceitos trabalhos
encontro na antiga Fazenda plantada no começo de 2005, light ou la carte, além dos tratados apresentados no ano letivo
Mitacoré que marcou os 20 numa imposição dos Estados Uni- de livre comércio bilaterais ou sub- 2003. A avaliação dos
anos do movimento. Na TV dos para os outros 33 países ame- regionais”. trabalhos inscritos levará em
Tarobá, em 24 de fevereiro. ricanos. A única nação fora do blo- Em Cuba, foi organizada uma consideração a relevância
co é Cuba. agenda de mobilizações e iniciada do tema abordado, o
conquista Polêmico, o assunto tem levan-
tado disputas entre os países em
a discussão de um projeto alterna-
tivo de integração das Américas,
aprofundamento da
apuração, qualidade da
O sindicato interveio
desenvolvimento, como o Brasil, e noticiou o Brasil de Fato, em sua edição do material,
positivamente no pagamento
o império estadunidense. Brasília edição de 5 de fevereiro. O primei- ineditismo, criatividade, em
do 13º salário dos profissionais
tenta defender os interesses nacio- ro ato “será em 20 de março, dia conformidade com os
de comunicação de A Gazeta
nais, mas nessa briga de economi- mundial de protestos contra a guer- princípios éticos e a
do Iguaçu. O jornal procurou a
as tão distintas é fácil prever que ra e a ofensiva militar dos Estados responsabilidade social do
entidade para explicar o ajuste
Washington sairá em vantagem. Unidos. Em 24 de abril, as mani- jornalismo. O regulamento
de caixa e apresentar uma
O saldo desse jogo de interesses festações serão contra o pagamen- completo do Prêmio Sangue
proposta de pagar o benefício
é a ALCA light, cujas arestas fo- to da dívida externa e as institui- Novo pode ser obtido no
em quatro parcelas. A oferta
ram polidas na 17ª Reunião do ções financeiras multilaterais”. sítio www.sindijorpr.org.br.
foi considerada prejudicial aos
Comitê de Negociação Comerci- “Em 29 de agosto, os movi-
trabalhadores, sendo iniciada
al, em janeiro, na cidade mexica- mentos vão sair às ruas em solida- PRÊMIO NOVO NORDISK
uma negociação. Depois de
na de Puebla. Principal órgão téc- riedade aos estadunidenses que es- www.novonordisk.com.br
uma assembléia na redação,
os profissionais decidiram nico do “Acordo de Legalização da tarão mobilizados em Nova Inscrições até 30/04
apresentar contraproposta de Colonização das Américas”, o Iorque, na convenção do Partido
CNC esteve incumbido de definir Republicano, quando deve ser de- PRÊMIO MASSEY
pagamento em duas vezes FERGUSON
(dezembro e janeiro). Mas, no um novo roteiro após os poucos finida a candidatura de George W.
avanços da 8ª Reunião Ministe- Bush à reeleição. E ainda, no se- DE JORNALISMO
fim das contas, após nova
rial da ALCA, em novembro do gundo semestre, é aguardada uma Inscrições até 14/02
insistência do sindicato para
ano passado, em Miami. grande jornada de luta contra a www.massey.com.br
efetuar o pagamento sem
prejuízos aos trabalhadores, a Frente a essa ameaça, o 3º En- ALCA, na 9ª Reunião Ministe-
contro Hemisférico de Luta con- rial, prevista para ocorrer no Bra- PRÊMIOS ABRAMGE
Gazeta pagou o décimo DE MEDICINA E DE
terceiro integral em dezembro. tra a ALCA saiu com uma posi- sil”. Em outras palavras, a posi-
ção firme de Havana, onde foi ção do Brasil será vital para o fu- JORNALISMO
promovido de 26 a 29 de janeiro, turo do bloco. Inscrições até 8/10
www.abramge.com.br
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Prensa ESPAÇO ABERTO


Jornal da Subseção de Foz do Iguaçu e Região do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná. Colaborações para
Redação, edição e diagramação: Alexandre Palmar (jornalista responsável). Redação e revisão: Douglas Furiatti. sindijorfoz@foznet.com.br
Impressão: Igrafoz, 1.500 exemplares – Textos assinados não refletem necessariamente a opinião do veículo. O Prensa se reserva ao direito de
Telefone: 9967-5060 – Av. Paraná, 1610 – Bloco 6 – Apto 801 – 85863-720 – Foz do Iguaçu/PR. selecionar cartas e publicar trechos.
ação sindical Prensa 3

Sindicato amplia Além de oferecer publicações relacionadas


à mídia, espaço tem hemeroteca e
videoteca; iniciativa é realizada em

sala de leitura parceria com Casa do Teatro,


que oferece livros de cultura

acervo de publicações relacionadas 400 exemplares da Caros Amigos (a co-


O à mídia da Subseção de Foz do leção completa, inclusive edições especi-
Iguaçu e Região do Sindicato dos Jorna- ais), da Revista Imprensa, Jornal dos Jor-
listas Profissionais do Paraná começa a nais, Revista Comunicação, Carta Capi-
ganhar corpo. Já são mais de 400 títulos tal, Reportagem, Fórum, Cadernos
disponíveis para consulta dos trabalha- Diplô, entre outras revistas.
dores em comunicação, universitários, es- Entre os jornais, estão disponíveis pe-
tudantes e público em geral. riodicamente o Brasil de Fato, A Nova
O material está disponível na sala de Democracia e informativos de outras en-
leitura, mantida em parceria com a Casa tidades de classe. Em fevereiro, será efe-
do Teatro, situada na Avenida Jorge tivada a assinatura de jornais nacionais,
Schimmelpfeng, 500 (antigo Espaço estaduais e municipais.
Arandu). Seu objetivo é oferecer à cate- Os meios de comunicação do sindi-
goria uma alternativa no intercâmbio de cato também podem ser encontrados pe-
conhecimento e troca de experiências. los freqüentadores. A subseção, aliás, está
A iniciativa começou tímida no ano resgatando todas as edições do Extra
passado com a compra dos primeiros tí- Pauta para oferecer à classe toda a histó-
tulos. Aos poucos, ela ganhou adesão de ria registrada pelo jornal estadual da en-
alguns profissionais, que emprestaram ou tidade. O Prensa, o informativo da dele-
doaram à entidade dezenas de volumes gacia, está com seu arquivo completo.
de interesse da classe. Embora pequeno, Além de veículos impressos, a
o acervo é diversificado, com livros so- subseção tem adquirido filmes de inte-
bre a prática jornalística, grandes repor- resse jornalístico. São quase 30 títulos
tagens, teorias da comunicação, ética, bas- empresados por sindicalizados à entida-
tidores da imprensa, mídia segmentada, de. Outros 20 longas-metragens que sa-
além de alguns volumes sobre política, íram de catálogo de locadoras serão com-
Entidade está recebendo história e economia. prados. A medida vai consolidar os en-
doações e empréstimos O espaço tem ainda uma hemeroteca, contros para assistir e debater coletiva-
de publicações com veículos que fogem da grande im- mente temas tratados em películas. As
relacionadas à imprensa. prensa. Lá, é possível encontrar mais de sessões ocorrem todo fim de mês.

www.scrivereperleimprese.it

Memória da imprensa de Foz


A sala de leitura faz parte de uma jornal Alto Paraná, de 1918, editado pelo
ação maior do sindicato que está em im- cientista Moysés Santiago Bertoni.
plantação neste ano. A entidade está Além de Tezza, a iniciativa tem con-
resgatando a memória da imprensa tado com a colaboração de outros de-
iguaçuense. A primeira etapa consiste canos da imprensa para conseguir exem-
em reunir os veículos impressos já cria- plares raros, mas às vezes esbarra no teira. Por enquanto, entre os veículos mais
dos no município. Depois, será feita uma compreensível apreço pelas relíquias. antigos reunidos estão A Notícia, Mini
avaliação de conteúdo dos meios de co- Nesse caso, é solicitada autorização para Informativo, Revista Painel, O Jornal de
municação. retirar fotocópias dos jornais. Essa es- Foz, Nosso Tempo e Diário A Notícia.
O ponto de partida foi uma profun- tratégia é adotada, inclusive, para repro- A entidade também quer catalogar os
da pesquisa feita pelo escritor José duzir o material arquivado na bibliote- primeiros passos da mídia eletrônica
Vicente Tezza, que na edição 209 (mar- ca pública. iguaçuense e criar um arquivo de ima-
ço/abril de 2002) da sua revista Painel A meta é conseguir pelo menos uma gem e áudio, mas como o custo para re-
traz uma análise dos veículos impressos cópia de cada publicação produzida em produzir fitas VHS e cassete é maior em
editados na cidade. Conforme o estudo, Foz, possibilitando assim dimensionar relação ao impresso, essa etapa será de-
o pioneiro da imprensa iguaçuense é o quais trilhas foram percorridas na fron- senvolvida num outro momento.
4 Prensa expedição

Sobre a atuação dos jornalistas europeus na mídia, “de cara”


uma semelhança com o Brasil: o mercado de trabalho está
concorrido e o salário não garante o sustento do profissional

De volta a terras brasileiras


Emerson Dias parativos da viagem antes de saírem do
Brasil no início de 2003.
oram 23 mil quilômetros, 150 ci- Apesar de terem muitas histórias para
F dades e 17 países visitados... De- contar, o Prensa procurou abordar as-
pois de 12 meses na estrada com um suntos ligados aos profissionais e estu-
motorhome, caminhão-trailer bastante dantes de comunicação. Pedimos a
usado por viajantes do Velho Mundo, as Fabiula que ela explicasse aos leitores
três jornalistas do Grupo Eurotrip es- como foi desenvolver um projeto que
tão de volta ao Brasil, após desenvolve- envolvia os três principais ramos da Co-
rem um projeto arrojado de divulgação municação Social: Jornalismo, Publici-
de Foz do Iguaçu, cidade onde moram. dade e Relações Públicas. Isso porque en-
Cláudia Almeida, Fabiula Wurmeister e quanto coletavam informações e imagens
Patrícia Taufer desembarcaram dia 14 de para arquivo (fotos e vídeo digitais), di- elas, apesar das adversidades, cada mi-
janeiro no Rio de Janeiro, depois de saí- vulgavam os atrativos naturais de Foz em nuto da viagem foi um aprendizado. “A
rem da cidade de Frankfurt, Alemanha. agências de turismo (visitas, entregas de gente acredita que o trabalho de divul-
Para os interessados em saber mais folders, etc.) e trabalhavam a imagem do gação direcionado contribuiu para o tu-
detalhes dessa good trip realizada pelas jor- próprio projeto junto à mídia, transfor- rismo de Foz”, afirmou Cláudia.
nalistas, basta acessar o mando o Eurotrip em “personagem” de O fato das três terem atuado em di-
www.eurotrip.com.br, site em que elas dezenas de reportagens. versas áreas da imprensa no Paraná aju-
concentraram dados sobre o roteiro, tro- “Exploramos o potencial de cada uma dou muito a contatar profissionais es-
ca de informações com profissionais e de nós. Cláudia e Patrícia eram mais aten- trangeiros. Fabiula trabalhou em jornais
empresas do trade turístico internacional, tas às imagens em vídeo, enquanto eu tra- impressos, sendo o último a Gazeta do
descobertas fascinantes (desde visitas a balhava com fotos e textos. De qualquer Povo (sucursal de Foz), enquanto Patrí-
cemitérios exóticos, passando por cam- maneira, discutíamos tudo em três, e isso cia levava consigo a bagagem de produ-
pos de concentração até chegar a igrejas melhorava mais nosso trabalho. Outra coi- zir reportagens para a Rede Globo. Além
feitas de ossos) e também dificuldades, sa bastante importante e que nos ajudou da experiência em televisão (trabalhou no
como dois assaltos que transtornaram a muito foi a experiência profissional que grupo que retransmite o SBT no Esta-
vida da equipe (como a invasão do trailer cada uma de nós tivemos anteriormen- do), Cláudia também já foi apresentado-
ocorrido em Amsterdã, na Holanda). Um te”, explicou Fabiula, a mais jovem do ra e repórter de rádios em Foz e Curitiba.
“diário de bordo” – que também pode grupo, com apenas 26 anos.
ser conferido no site – conta com diver- Para Patrícia e Cláudia, a expedição
sas anotações do grupo, inclusive os pre- ficou acima das expectativas. Segundo Emerson Dias é jornalista

Uma amostra dos jornais europeus


Foto: Divulgação

Sobre a atuação dos jornalistas europeus de programação reservada para o jornalis-


na mídia, “de cara” uma semelhança com o mo (incríveis 5% no Brasil).
Brasil: o mercado de trabalho está concorri- Pelo relato do grupo, o termo “aventu-
do e o salário não garante o sustento do ra” não parece ser o ideal para definir tama-
profissional. Assim como em vários países, a nho projeto. Tudo foi previamente organi-
maioria dos jornalistas de Portugal – talvez a zado, desde a compra de equipamentos até
opção mais fácil para profissionais brasilei- a elaboração do roteiro, passando pela aqui-
ros tentarem emprego no exterior – trabalha sição de documentos, vistos, e ainda a bus-
em dois veículos de comunicação (e olha que ca de patrocinadores. Além de dominarem
a carga horária lá é de sete horas diárias!). bem o espanhol e o inglês, as jornalistas Patrícia, Fabiula e o jornalista Gian Luca, em
“Mas em compensação, enquanto a gente ainda procuraram cursos intensivos em lín- entrevista à RAI (Itália)
briga por espaço para produzir uma boa re- guas como o francês, o italiano e o alemão.
portagem, lá eles têm todo o espaço (para Sobre o que querem fazer no futuro, a uma viagem à Europa. Também será monta-
jornal) e tempo (para rádio e TV) que preci- única certeza é a de que pretendem voltar ao da uma exposição com as fotos tiradas ao
sam. As matérias são mais longas e as em- jornalismo enquanto desenvolvem projetos longo dos milhares de quilômetros percorri-
presas de comunicação não se preocupam paralelos decorrentes da expedição. Um li- dos. “Temos várias horas de imagens em
em manter o mínimo (de produção vro deve ser editado por elas, misturando vídeo, mas ainda não temos uma idéia exata
jornalística) exigido pela lei”, comentou memórias do diário com informações úteis para pôr em prática. Mas com certeza apro-
Fabiula, referindo-se ao percentual da grade para viajantes que queiram aproveitar mais veitaremos as gravações”, finalizou.
diploma Prensa 5

Continua luta pela formação superior


Manutenção da decisão judicial que acaba com a obrigatoridade do diploma
para ser jornalista é um atentado à sociedade e à categoria
impasse sobre a obrigatoriedade da Desde o começo da polêmica, o Sin-
O formação superior para exercício dicato dos Jornalistas Profissionais do
do jornalismo continua. Iniciada em ou- Paraná tem demonstrado posição favo-
tubro de 2001, a disputa judicial teve seu rável à formação superior como o me-
capítulo mais recente em dezembro do canismo mais indicado para a existência
ano passado, quando novamente a ne- de uma imprensa qualificada.
cessidade de ter o curso universitário na A total desregulamentação requerida
área deixou de ser condição básica para pelo Ministério Público Federal de São
exercer a profissão. Paulo, com apoio do patronato da mídia
Já são mais de dois anos de liminar, paulista (ambos signatários da ação civil
sentença, recurso, agravo, entre outros pública), é sem dúvida um retrocesso que Celso Schroder

instrumentos jurídicos. E a tendência é confunde liberdade de expressão com o


de que a ação civil pública, hoje em aná- direito de os jornalistas terem uma regu- Conselho Federal de Jornalismo
Federal
lise no Tribunal Regional Federal (TRF) lamentação profissional que exija o mí- A Fenaj solicita a todos os sindicatos e
da 3ª Região, em São Paulo, arraste-se nimo de qualificação. jornalistas do País que enviem
por mais um bom tempo até chegar ao Ciente do embate em curso, a Fede- correspondências ao ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF), quan- ração Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e Trabalho, Ricardo Berzoini, para que
do será batido o martelo final. Veja a cro- os sindicatos estão renovando as estra- chancele o pedido de criação do
nologia logo abaixo. tégias de mobilização para conscientizar Conselho Federal de Jornalismo e o
Caso seja mantida a decisão de abo- a sociedade da importância da qualifica- envie imediatamente ao Ministério do
lir o diploma enquanto o mérito da ques- ção do ofício. A campanha ganhará novo Planejamento. O endereço é Ministério
tão não é julgado em última instância, formato, mais ousado e com um discur- do Trabalho, Esplanada dos Ministérios
milhares de pessoas conseguirão o cha- so mais combativo. É um dever dos pro- – Bloco F – 5º andar
mado registro precário (termo usado fissionais não deixar esse debate res- 70059-900 – Brasília/DF
para designar a habilitação sub judice). trito às redações. e-mail: ministro@mte.gov.br.
Até agora, em todo o Brasil, pelo A Subseção de Foz do Iguaçu e
menos seis mil pessoas ganharam o títu- Região do Sindijor já está preparando a Fiscalização
lo amparado nessa lacuna jurídica. No mobilização, que terá como ápice o 7 de Impedido pela Justiça de fiscalizar o
Paraná, 213 foram beneficiados. Em Foz, abril, Dia do Jornalista. A discussão exercício ilegal da profissão, o sindicato
existem ao menos 17 registros precári- também será levada para os acadêmicos está concentrando esforços para fazer
os. Vale ressaltar que a sentença, além de comunicação da cidade. Para valer a Convenção Coletiva de Trabalho
de dispensar o diploma, exclui a necessi- participar dessa luta basta procurar os e a Consolidação das Leis de Trabalho,
dade de qualquer tipo de formação, se- diretores da entidade e engrossar o coro que garantem aos trabalhadores, entre
quer, por exemplo, o segundo grau. por uma imprensa de qualidade. outros direitos, o piso salarial, hora extra
remunerada com 100% de acréscimo e
carteira assinada. Essa é uma forma de
Principais passos da disputa judicial obrigar as empresas a respeitar a
regulamentação.

17 outubro de 2001 – A juíza substituta da 16ª Vara Cível de São Paulo, Carla Abrantkoski Jornada de trabalho
Rister, acata, via liminar, pedido do Ministério Público Federal de São Paulo, endossado pelo O deputado Carlos Nader (PFL/RJ)
Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo. Ela obriga o Ministério retirou da pauta da Comissão de
do Trabalho e Emprego a conceder o registro profissional sem exigir formação superior em Trabalho, Administração e Serviço
jornalismo e proíbe o órgão de autuar e multar as empresas que contratam jornalistas sem o
diploma específico. Decisão vale para todo o País.
Público da Câmara Federal o projeto de
18 de dezembro de 2002 – A juíza Carla Rister concede sentença em primeira instância lei que amplia a jornada de trabalho dos
ratificando a liminar (decisão provisória) de outubro de 2001. jornalistas de cinco para seis horas.
23 de julho de 2003 – Desembargadora Alda Basto, do Tribunal Regional Federal da 3ª Argumentos
Região (TRF-3), sediado em São Paulo, acata recurso da Federação Nacional de Jornalistas A polêmica quanto à obrigatoriedade do
(Fenaj) e suspende efeitos da sentença até que o mérito da causa seja julgado pelo TRF-3. diploma está freqüentemente nos sites
2 de dezembro de 2003 – Juiz convocado Manoel Álvares, do TRF-3, restabelece a sentença
www.fenaj.org.br,
da juíza Carla Rister e assim anula a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão
de jornalista. www.comunique-se.com.br e
www.observatoriodaimprensa.com.br.
6 Prensa debate

Perspectivas para a impre


Formatura da primeira turma de jornalismo na cidade tende a mudar comp
formatos jornalísticos, o que deve ajudar a ampliar veículos e, quem sabe, d

Alexandre Palmar tizar os meios de comunicação; colocá- Outro desafio é a exploração de áre-
los a serviço da população; dar voz ao as inóspitas no município. Foz gera no-
formatura da primeira turma de povo; lutar pela diminuição das injusti- tícias nacionais e internacionais, mas pa-

A jornalismo da União Dinâmica de


Faculdades Cataratas (UDC), em
dezembro passado, traz algumas ques-
ças sociais e por uma imprensa plural,
ética, independente e transparente são
eternas metas dos comunicadores.
radoxalmente perde feio em número de
veículos de comunicação para Cascavel
– cidade do mesmo porte populacional.
tões a serem pensadas pela sociedade e Dar corpo aos ensinamentos acadê- Para confirmar a disparidade basta con-
setores ligados à mídia em Foz do micos acima é um dilema histórico. tar o número de jornais, revistas e rádi-
Iguaçu. Elas vão desde as transforma- Quem buscar sair do marasmo ou ten- os (com jornalismo) cascavelenses com
ções na imprensa perceptíveis ao leitor, tar revolucionar os tradicionais veículos circulação estadual e regional.
telespectador e ouvinte, ao imediato acir- de comunicação corre o risco de ser ta- Uma solução para driblar as adversi-
ramento na disputa por vagas no merca- chado de romântico. Os jornais, contu- dades seria resgatar a imprensa alterna-
do do trabalho. do, precisam de talentos. São eles que dão tiva, a imprensa operária, sindical, o jor-
Uma mudança salutar está para acon- o mínimo de credibilidade ao elenco he- nalismo comunitário, entre outros cam-
tecer com a vinda semestral dos jorna- terogêneo das redações. pos desprazados; na verdade, quase to-
listas recém-formados. Eles têm amplas
condições de erradicar os vícios das re-
dações, colocar em prática as idéias dis-
cutidas nos bancos escolares, melhorar Existem 28 cursos de
a qualidade de informação, revolucionar Jornalismo no Paraná
a linguagem tupiniquim, enfim, balançar
as estruturas empoeiradas. Fonte: Ministério da Educação
Mas os maiores desafios dos focas
(como são chamados os novatos na área),
assim como de todos os jornalistas, da-
tam de outras épocas. Deixar a impren-
sa um pouco menos burguesa; democra-

Reflexos no mercado de
A primeira turma de jorna- am não mais que seis faculdades de jornalismo no Estado flexo da e
lismo insere 36 novos gradua- (quatro públicas e duas particulares). dade de m
dos num mercado de trabalho No Brasil, são 219 cursos, que formam anualmente cer- Outro
que nos últimos cinco anos se ca de 18 mil. São números preocupantes, que em poucos mação su
habituou a comportar em mé- anos devem dobrar a mão-de-obra, atualmente em 110 mil nua sub ju
dia cem profissionais regulares. jornalistas. Os dados são do Ministério da Educação, Fede- dido de at
É possível afirmar, portanto, ração Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e Sindicato dos Jorna- o exercício
que a classe deve dobrar de listas Profissionais do Paraná. impede a
tamanho ao fim de 2004 (é uma turma por semestre). Isso Ainda para ilustrar, é preocupante a quantidade de cur- e pagame
sem mencionar os formados em outras cidades paranaenses sos no Brasil ser bem superior ao total de cursos de odonto- Os efe
e brasileiras que migram para a fronteira. logia (169), como evidencia estudo feito pelo diretor-suplente de identifi
Somente no Paraná existem 28 estabelecimentos de do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio Janeiro, aumento
ensino superior com o curso de Jornalismo, cujo potenci- Boanerges Lopes. talentosos
al é formar em média mil jornalistas por ano. Vinte e qua- É impossível que essa mão-de-obra consiga espaço nos dez penei
tro dessas instituições são particulares e quatro são públi- veículos comunicação de massa por vários motivos, como o profission
cas. Vale lembrar que pouco tempo atrás, em 1997, existi- fechamento de empresas em virtude da crise do setor – re- contratar
debate Prensa 7

ensa de Foz Emprego


portamento da mídia, com criação de novos
democratizar meios de comunicação Vagas

dos inexplorados na cidade ou produzi- Também não é


Concurso Mídiaemcrise
dos sem muito profissionalismo. Encon- mais possível fe- O trabalho no mercado local está
trar a fórmula para torná-los rentáveis é char os olhos cada vez mais restrito. Os meios de
comunicação de massa estagnaram na
outro serviço para esses novos tempos. para o trabalho
ance fronteira. Nos últimos anos, fecharam
Quanto aos formatos, são fabulosas nos municípios Free-l quatro sucursais de jornais estaduais (O
as experiências de rádios comunitárias vizinhos, onde, Estado do Paraná, O Paraná, Gazeta do
em bairros e em locais de grande con- aliás, o sindicato Paraná e Folha de Londrina), além do
centração humana (como terminais de sempre enfrentou Departamento de Jornalismo da TV Naipi/
transporte coletivo), de jornais em gran- maior dificuldade SBT. Desses, apenas o Grupo Paulo
Pimentel acena um retorno.
des painéis eletrônicos, em mesa de bar, para regularizar os postos de trabalho.
Por outro lado, as emissoras de tevê a
muros, postes, vidros de ônibus, etc. Isso O espaço realmente existe. As revis- cabo (TV Cidade, Foz TV e TVC) e as
sem falar em jornais direcionados a de- tas Caros Amigos, Reportagem, Carta caçulas entre a rede aberta (Pólo Iguassu/
terminado público, como os turistas, ju- Capital, Fórum, Caderno de Idéias, Do- TV Educativa e Independência/TV Record)
ventude e Mercosul. cumento Reservado (esses dois últimos têm amplas condições de absorver parte
Novata, a internet é um campo imen- paranaenses) e uma infinidade de publi- da mão-de-obra, principalmente nos
telejornais – que quando existem têm
so a ser explorado. A rede mundial de cações voltadas à cultura estão nas ban-
conteúdo e formato dentro do
computadores inicialmente registrou um cas. Ao lado delas figuraram os jornais convencional.
boom de jornais virtuais. Com o tempo, Brasil de Fato, além de outras publica- As rádios AM e FM, que proliferam
muitos deles fecharam. Resta agora iden- ções País afora. na região, têm um quadro mínimo de
tificar os acertos e erros para tentar lan- Esse time recusa as notícias fruto de repórteres regulares. Nesse caso, ainda
çar projetos jornalísticos dentro da rea- simples cobertura de eventos ou falácias existem as rádios piratas com sede nos
lidade local. de autoridades. É reconhecido por ten- países vizinhos, mas com a grade da
programação quase inteiramente voltada
A assessoria, por sua vez, está em tar oferecer um produto diferenciado ao aos brasileiros. A possível entrada de
crescimento, seja no setor empresarial, consumidor, um jornalismo melhor aca- profissionais nesse setor é uma incógnita,
institucional, político ou de eventos. É bado. Está aí, talvez, um bom começo já que a qualificação do jornalismo é uma
sempre bom denunciar que esse segmen- para encontrar espaço no mercado edi- prioridade distante para os donos das
to, repleto de picaretas, precisa ser oxi- torial e quem sabe alcançar a realização emissoras.
genado por bons profissionais. profissional.

Alexandre Palmar é jornalista

trabalho
estagnação econômica do País, aliada à incapaci-
muitos empresários administrar seus negócios.
Controle cursos
o entrave é o impasse da obrigatoriedade da for-
O Ministério da Educação deveria es- “OAB Recomenda”, programa que lista
uperior em jornalismo. Enquanto o caso conti-
tar atento a esse fenômeno com um con- os melhores cursos jurídicos do País se-
udice, o Ministério do Trabalho permanece impe- trole rigoroso para autorizar a abertura de gundo a performance de seus alunos nas
tender aos pedidos dos sindicatos para fiscalizar cursos conforme a necessidade regional. avaliações do Exame Nacional de Cur-
o da profissão. A decisão judicial, entretanto, não Embora com poder de fogo limitado por sos, o Provão, e do Exame de Ordem.
fiscalização dos direitos como carteira assinada não ter a condição de um Conselho ou De um total de 215 cursos de Direito
ento de horas extras. uma Ordem, a Fenaj também pecou ao avaliados, apenas 28% obtiveram o selo
eitos dessa explosão de trabalhadores são fáceis hesitar em demonstrar uma posição mais de qualidade conferido pela instituição.
ficar, pois têm natureza intrínseca ao capitalismo: rígida contra a abertura indiscriminada dos Na ocasião, a OAB avaliou que a situa-
cursos. ção chegou ao nível de escândalo nacio-
do desemprego, que atingirá (atinge) jornalistas
Uma postura que deve ser adotada nal. Existem 762 cursos de Direito no
s e medíocres. Como já ocorre em nove entre vem do Conselho Federal da Ordem dos Brasil, muitos deles abertos sem levar em
iras, a regra do patronato – e não a capacidade Advogados do Brasil (OAB). A entidade conta a necessidade social da sua cria-
nal – tende a ser o principal critério na hora de divulgou em janeiro a segunda versão do ção, segundo o site da OAB.
um funcionário.
8 Prensa debate

Impressos diários repetem pautas veiculadas pela mídia eletrônica sem

O futuro do jornal na e
A velha fórmula do lead – o O modelo ultrapassado de se fazer
primeiro parágrafo da notícia que um jornal impresso repercute até mes-
responde às perguntas o que, mo no Paraná. Em Foz do Iguaçu, nos
quem, quando, onde, como e últimos três anos, foram fechadas sucur-
por que – é um imperativo nas sais dos jornais O Estado do Paraná, O
redações que não traz aborda- Paraná, Gazeta do Paraná e Folha de
gens diferenciadas às notícias já Londrina. O fenômeno do sucateamento
veiculadas no dia anterior pelos das sucursais também é notório em ou-
outros meios de comunicação. tras cidades pólos, a exemplo de Maringá,
Aliam-se a essas condições so- Cascavel e Ponta Grossa.
brecarga de trabalho, baixos salários, o O jornalista Ricardo Noblat, ex-di-
Denise Paro estresse do horário de fechamento e re- retor de redação do Correio Braziliense,

Q
duzido espaço para reportagens ou ma- traz dados pertinentes quanto ao futuro
ual será o futuro do jornal na era térias que fogem aos assuntos oficiais re- dos jornais em seu livro A Arte de Fazer
da informação digital? O rádio, a lacionados ao governo. Sem contar a re- um Jornal Diário, publicado em 2002
televisão e os sites noticiosos da alidade de boa parte das empresas pela Editora Contexto. Segundo pesqui-
internet assumem cada vez mais a fun- jornalísticas, que vêm sendo mal admi- sa citada no livro, entre março de 2001 e
ção de divulgar notícias de forma ágil e nistradas e condenadas à falência. O re- março de 2002, os 15 maiores jornais
em tempo real. Quanto ao jornal diário sultado desse somatório é visível. Dimi- brasileiros, responsáveis por 74% do
impresso, atualmente, cabe à maioria re- nuição no percentual de anunciantes e volume total de exemplares vendidos no
petir as principais pautas já veiculadas desinteresse por parte dos leitores, que País, diminuíram sua circulação em 12%.
pela TV, internet e rádio, sem apresentar agora têm a opção de dar um click na Com isso, deixou-se de vender 346.376
inovações no enquadramento da notícia tela do computador para obter informa- exemplares, o que corresponde a uma
ou um conteúdo mais aprofundado. ções em tempo real. edição inteira da Folha de S. Paulo.

A udiência X responsabilidad
Armação em programa de tevê revela artifícios para enganar

Douglas Furiatti mesmo o jornalismo foi incorporado a que apareceram mascarados dentro de
esse show fantasioso. Um dos fatos que um veículo, passando-se por integrantes
Há tempos a guerra pela audiência mais repercutiu, e ainda repercute com da facção criminosa Primeiro Comando
em programas dominicais deixou de lado desdobramentos até na esfera criminal, da Capital (PCC), de São Paulo. Com ar-
o respeito para com o telespectador da ocorreu no último mês de setembro. mas em punho, os dois ameaçaram apre-
tevê aberta. O mau gosto e a falta de A segunda maior emissora brasileira sentadores de programas policiais (José
conteúdo útil imperam nas atrações co- – cujo proprietário é um dos maiores Luiz Datena, da TV Bandeirantes; Mar-
locadas no ar sem que as emissoras te- comunicadores populares do País, mas celo Rezende, Rede TV!; Oscar Roberto
nham qualquer escrúpulo em promover que já deixou claro que o jornalismo não de Godoy, Record) e o vice-prefeito de
uma massificação alienante. lhe interessa por não dar o retorno co- São Paulo, Hélio Bicudo.
A cada semana o público é inserido mercial satisfatório – apresentou uma falsa Pior que citar nominalmente essas
numa briga por audiência entre dois pro- entrevista que se caracteriza numa farsa pessoas – que estariam falando demais,
gramas de auditório das maiores redes carregada de irresponsabilidade e má-fé. como colocaram –, os falsos bandidos
de tevê brasileiras, sem nada de provei- E mais, foi recebida como uma ofensa aos ameaçaram as famílias dos profissionais.
toso receber em troca. Muito pelo con- profissionais sérios da imprensa, mostran- Ou seja, terceiros foram envolvidos
trário, aqueles que optam por ficar em do ainda desrespeito com o público e pro- numa armação levada ao ar em rede na-
frente da televisão são vistos como nú- vocando transtornos para a família de pes- cional, cujos efeitos psicológicos em
meros, cifras, apenas agentes que garan- soas desavisadamente envolvidas. quem se sentiu amedrontado certamen-
tem retorno comercial às emissoras. te não importavam aos produtores, exe-
Não bastassem as atrações produzi- O FATO – A produção de uma equipe cutores e demais pessoas que sabiam da
das pelas equipes desses programas, até de reportagem contratou dois homens montagem.
Prensa debate Prensa 9

m apresentar inovações

era da informação digital


Somados às estatísticas, Estudo qualitativo e comparativo que reali- Em se tratando das matérias veiculadas pe-
o livro cita outros dados zamos durante quatro dias em janeiro de 2003, los telejornais no dia anterior e apresentadas nos
preocupantes: envolvendo o telejornal da Band (Rede Bandei- jornais, nota-se pouco avanço em termos de
rantes), o Jornal Nacional (Rede Globo de Tele- aprofundamento e contextualização dos temas
Os jovens – leitores em visão) e os jornais Folha de S. Paulo e O Estado por parte da mídia impressa, ao contrário do
potencial para o futuro – de S. Paulo, revela que a maioria dos assuntos que deveria ocorrer.
1 fogem da leitura dos jor-
nais e preferem informar-
apresentados nos telejornais estava veiculada nos
dois jornais no dia seguinte, o que evidencia a
O estudioso Mauro Wolf, na obra La
Investigación de La Comunicación de Masas, re-
se por outros meios. hipótese da agenda-setting – seleção homogê- fere-se ao papel da mídia impressa de ampliar,
nea de pautas. As exceções foram matérias pro- contextualizar e aprofundar a notícia, ao con-
A internet começa a tomar
duzidas pelas duas emissoras, sem relação dire- trário da televisão que se centra mais na atuali-
anúncios antes destina-
ta com as chamadas notícias do dia-a-dia, além dade dos acontecimentos. Em sua obra, eviden-
dos aos jornais. Até 2010,
2 segundo o livro, os jornais
de VTs gerados de televisões afiliadas à Rede
Bandeirantes e à Rede Globo, cujos assuntos,
cia que o jornal deveria ir mais adiante dos fatos
apresentados pela televisão, relacionando ao con-
deverão perder para a
na maior parte das situações, não se referiram texto social, econômico e político e vinculando-
web de 10% a 30% de sua
ao eixo Rio, São Paulo, Brasília, cidades que do- os a outras ocorrências.
receita com publicidade.
minam o noticiário pela importância política e Diante desse realidade é fato que os jornais
Os leitores acham que os econômica no contexto nacional. devem fazer uma reperspectivação de sua atua-
assuntos dos jornais estão A análise mostrou que os impressos veicu- ção frente ao mercado e ao leitor a fim de sobre-
lam um maior número de assuntos em relação viver na era tecnocêntrica, na qual a informação
3 mais de acordo com o
gosto dos jornalistas do aos telejornais e apresentam gêneros mais vari- em tempo real se tornou o atrativo maior. São
necessárias reflexões a respeito de que modo apre-
que com o gosto deles. ados, tais como editorial e textos opinativos, em-
bora estejam relacionados, quase sempre, aos sentar as notícias na tentativa de atrair a geração
principais temas já veiculados pela televisão. de leitores nascida sob a égide do mundo virtual.

Denise Paro é jornalista e mestranda pela


Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Bauru (SP).
sociedade deniseparo@hotmail.com

de: quem perde é o público


A REPERCUSSÃO – No dia seguin- no dia 21 de setembro. Os envolvidos
te, além de – indignados – se pronuncia- estão respondendo inquérito policial por
rem sobre o fato de uma emissora dar apologia ao crime e a rede de televisão
voz a pretensos bandidos para ameaçar pode ser responsabilizada por crime con-
pessoas, os apresentadores citados cobra- tra a Lei de Imprensa.
ram providências da polícia. Aberto um
inquérito para apurar os fatos, a verdade TIRO NO PÉ – Toda essa armação foi
veio à tona: a entrevista foi feita no veí- em vão. Além dos maus-caracteres que
culo de um dos produtores, com duas promoveram essa farsa não terem con-
pessoas contratadas. Tudo o que falaram seguido sequer vencer a disputa pela au-
era lido em textos escritos pela produ- diência naquela oportunidade, revelaram
ção e colocados atrás da câmera. ao Brasil os artifícios empregados para
Esse episódio causou revolta até mes- enganar o telespectador, passando por
mo nos integrantes do PCC, que no dia cima do código de ética dos jornalistas,
seguinte à entrevista fizeram contato com de valores morais e da responsabilidade
repórteres policiais negando que os dois social que deve ter um meio de comuni-
homens fossem da facção e até amea- cação de massa com concessão pública.
çando puni-los por isso.
A Justiça já manifestou seu entendi-
Imagem extraída da capa do livro “Showrnalismo -
mento sobre o caso, proibindo a exibi- O espetáculo da notícia”, de José Arbex Jr.
ção do programa responsável pela farsa Douglas Furiatti é jornalista Arte de Chico Max (Editora Casa Amarela)
10 Prensa reportagem

Documentos revelam
participação de Itaipu
na Operação Condor
Pesquisa nos arquivos da Delegacia da Polícia Federal de Foz do
Iguaçu revela a existência de documentos com informações
preciosas. A documentação comprova a ação, durante as ditaduras
latino-americanas, de uma rede de espionagem formada por
Brasil, Argentina, Paraguai, Chile e Uruguai.

Aluízio Palmar

D
urante 15 anos, a Assessoria Es- A Assessoria Especial de Segurança na Argentina e costumava vir a Foz visi-
pecial de Segurança e Informa- e Informações não se limitava a espio- tar os amigos, desapareceu. Anos mais
ções (AESI), da Itaipu Binacional, nar os empregados e os candidatos a tarde o professor paraguaio Martins
espionou e emitiu relatórios que eram di- emprego na empresa binacional. Mora- Almada (2) descobriu durante pesquisa
fundidos sistematicamente aos órgãos de dores de Foz do Iguaçu e região eram no arquivo secreto da polícia de Stroess-
repressão do regime ditatorial. De 1973 investigados e os paraguaios, argentinos, ner que Agostín Goiburú havia sido se-
a 1988 a agência foi um reduto de mili- uruguaios e chilenos que trabalhavam na qüestrado e levado para o Paraguai, onde
tares e policiais torturadores que perten- obra recebiam uma atenção especial. foi torturado até a morte no Regimento
ciam à estrutura repressiva da ditadura. A participação de Itaipu na Opera- Escolta Presidencial, em Assunção.
Alguns desses agentes atuaram num apa- ção Condor pode ser comprovada em Durante pesquisa no arquivo da PF,
relho paralelo que era mantido pelo con- diversos expedientes que se encontram encontrei cópias de documentos que
sórcio de construtoras – Unicon. no arquivo da PF de Foz do Iguaçu, comprovam a participação dos militares
Tanto a estrutura formal (AESI) como por exemplo o informe 031/76, que atuavam no Centro de Informações
como a clandestina tinham suas simila- de 15/12/76, enviado pela AESI brasi- do Exército (Ciex) e na Assessoria Es-
res no Paraguai, onde funcionava a ver- leira à sua similar paraguaia. Atendendo pecial de Informações de Itaipu no se-
são guarani dos “tonton macoute” (1). ao pedido de seus colegas paraguaios, os qüestro e morte de Agostín Goiburú.
Diversas cidades espalhadas pelo Brasil beleguins do general Costa Cavalcanti Como acesso ao arquivo da PF acon-
faziam parte do organograma da espio- puseram os seus agentes no encalço do teceu numa condição excepcional, não
nagem e repressão da binacional, com médico ortopedista e dirigente do Mo- me foi permitido fazer cópias dos docu-
suas principais bases operacionais situa- vimento Popular Colorado (Mopoco) mentos. (3) Durante os três meses em
das no Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba Agostín Goiburú Gimenez. que vasculhei a papelada enchi três ca-
e Assunção, além de Foz e Ciudad del Dois meses após a AESI/Itaipu ter dernos com informações mais relevan-
Este (na época Ciudad Puerto Presiden- enviado o relatório aos militares tes. A respeito do caso Goiburú encon-
te Stroessner). paraguaios, Goiburú, que estava asilado trei os seguintes registros:

registros
Origem: Ciex – Pedido de Busca Foz do Iguaçu. Agostín Goiburú Itaipu Binacional (4) – Assessoria Especial de Seguran-
0140/75 – “Dr
“Dr.. Goiburú fugiu do Gimenez, Tito Martinez, César Cabral, ça e Informações – Informe 031/76, de 15/12/76 – Sub-
território argentino onde esta- Rodolfo Mongelos Leguizamón, versivos paraguaios em Foz.
Eduardo Sardi Ostergag, Silvestre Go- a – Coordenação de Segurança informa que subversivos
va asilado e se encontra em ter-
mes Caselli”. paraguaios planejavam reunião em Guaíra, a qual não chegou
ritório brasileiro possivelmente a se concretizar. Tal fato já confirmado pela Coordenação de
em Foz do Iguaçu”. 5º Região Militar – Centro de Segurança do Paraguai, que enviou na ocasião elementos de
Informações do Exército (Ciex) busca àquela cidade. B – Há indícios de que Goiburú e Aníbal
Origem: SNI – Pedido de Busca
– Informe 0089/76 – “Recebemos Abate Soley sejam a mesma pessoa.
1664 –10/11/76 – “Está prevista a
informações que será realizada reu- 1. Goiburú é visto constantemente em companhia de companheiros
chegada em Foz na primeira quinze-
nião em Guaíra com a presença de de Aníbal.
na de setembro de Eduardo Sardi,
Aníbal Abatte Soley, Alejandro 2. Ambos nunca foram vistos juntos nas reuniões da organização.
Agostín Goiburú, Silvestre Gomes e
Stumpfs, Rodolfo Monjelos, Nielse 3. Goiburú faz viagens para Buenos Aires, Foz, Cambé e Ponta
do Tenente Caselli”.
Fernandes, Aluízio Ferreira Palmar, Porã e viaja em companhia de Tito Mendes. Aníbal tem negócios
Origem: S2 1º Batalhã Batalhãoo de César Cabral, Epifânio, Tito e Xisto
Fro nteiras – 11/2/77 – “Relação de
ronteiras em Cuiabá.
Fleitas”. 4. Goiburú viaja com documentação falsa e como disfarce usa
elementos subversivos paraguaios em
peruca. Aníbal é visto constantemente de peruca.
reportagem Prensa 11

Operação Condor
baseava-se em um sistema
centralizado de coleta e
Mortenatravessia
intercâmbio de informações e
compreendia missões de paraPuertoIguazú
execução, seqüestro e extradição
clandestina de militantes da Outro exemplo do conluio que havia entre Os religiosos italianos sumiram. Tatu foi
esquerda latino-americana que as ditaduras do Cone Sul é a morte dos argen- convocado à Capitania dos Portos de Foz do
em sua fuga ou exílio radicavam- tinos Lílian Inês Goldemberg e Eduardo Iguaçu e à Prefectura Naval de Puerto Iguazú
se em países vizinhos e inclusive Gonzalo Escabosa, ocorrida durante a traves- e aconselhado a esquecer a morte dos jovens ar-
fora dos limites continentais. sia do casal do Porto Meira, em Foz do Iguaçu, gentinos ocorrida em sua lancha.
a Puerto Iguazú, na Argentina. Passados mais de vinte anos do desapareci-
Num sábado, 2 de agosto de 1980, Lílian, mento de Agostín Goiburú, da morte dos jo-
de 27 anos, loura e franzina, e seu companhei- vens argentinos na lancha e do desaparecimento
Diversos documentos mantidos ar- ro Eduardo, de 30 anos, embarcaram na lan- na região de Foz de seis brasileiros (Onofre Pin-
quivo da PF de Foz registram a parti- cha Caju IV, pilotada por Antonio Alves to, Daniel e Joel de Carvalho, José Lavechia,
cipação de Itaipu na Operação Condor. Feitosa, conhecido na região como “Tatu”. Vitor Ramos e possivelmente Gilberto Faria
A AESI mantinha correspondência di- Antes da atracação no lado argentino, dois po- Lima) e de um argentino (Ernesto Ruggia) (5),
reta e constante com os órgãos de re- liciais brasileiros que estavam a bordo manda- uma cortina de mistério impede que os detalhes
pressão das ditaduras argentina, ram o piloto parar a lancha e apontaram suas da participação brasileira nessas e outras ações
paraguaia, uruguaia e chilena. É o caso armas para o casal. da Operação Condor sejam conhecidos.
de vários pedidos de informações so- Cercados, Lílian e Eduardo ainda pude- Algumas pistas, como os casos relatados
bre militantes do marxista Exército Re- ram ver que mais policiais desciam ao neste texto, indicam que a tríplice fronteira
volucionário do Povo (ERP) e do atracadouro, vindos da aduana argentina. As- esteve no olho do furacão antidemocrático que
peronista de esquerda Montoneros en- sim que perceberam ter caído numa cilada, fustigou a América Latina na década de
M viados pelos militares argentinos ao de-
partamento de inteligência de Itaipu.
Lílian e Eduardo se ajoelharam diante de um
grupo de religiosos que estava a bordo e grita-
70. Entretanto, informações mais
completas e detalhadas somente se-

E No arquivo há várias listas com no-


mes de pessoas que estariam trabalhan-
ram que eram perseguidos políticos e preferi-
am morrer ali a serem torturados. Em segui-
da abriram um saco plástico, tiraram uns com-
rão conhecidas quando o de-
creto 4.553 for revogado e
todos os arquivos que
do na construção da hidrelétrica. Para
S atender seus colegas argentinos, os mi-
litares que dirigiam o serviço secreto
primidos e os engoliram bebendo a água bar-
renta do Rio Paraná. Morreram em trinta
guardam docu-
mentos sobre
O de Itaipu elaboraram um plano repres-
sivo, batizado de Operação Mesopotâmia.
segundos, envenenados por uma dose fortíssima
de cianureto.
a época forem
abertos.

P Comandada pessoalmente pelo ge-


neral Costa Cavalcanti e pelo capitão
Roberto Henrique Helbling (ex-chefe
Sigiloviolaacessoàinformação
O da 2ª Seção do então 1º Bfront) e de-
pois pelo coronel Bruno Castro da
O decreto 4.553, sancionado por FHC e
regulamentado por Lula, é um retrocesso na
Quando se fala então em pesquisar docu-
mentos do período ditatorial é um deus-nos-acu-

T Graça, a operação constou de investi-


gações minuciosas de todos os latino-
abertura de documentos históricos, pois amplia
os prazos de sigilo de documentos secretos, con-
da. Com exceção dos arquivos das delegacias de
ordem política e social, que foram abertos pelos

 americanos que trabalhavam na obra.


Por conta dessa operação diversos tra-
balhadores suspeitos de serem “subver-
fidenciais e reservados e prevê a renovação inde-
finida para documentos ultra-secretos.
Ele viola o direito fundamental de acesso à
governos estaduais na década de 90, os demais
continuam fechados a sete chaves.
No arquivo da PF de Foz, milhares de
M sivos” foram entregues aos militares
argentinos, como é o caso de Carlos
informação, garantido no artigo 5º, inciso 33,
da Constituição: “Todos têm direito a receber
documentos registram informações importantes
para quem estiver interessado em pesquisar o

I Roberto Albarracin. Sobre esse e ou-


tros casos existem abundantes cópias
de documentos emitidos pela AESI/
dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que
serão prestadas na forma da lei, sob pena de
período ditatorial. Ssobre Foz e região Oeste,
existem documentos sobre movimentos sociais,
conflitos de terra, imprensa, índios Avá-
A Itaipu no arquivo da PF de Foz. responsabilidade”. Guaranis, Igreja e Itaipu.

Aluízio Palmar é jornalista


notas
1 – Polícia política do ditador Jean-Claude Eles acabaram encontrando décadas de histó- Mopoco, é um antigo comerciante de Foz do
Duvalier, do Haiti, famosa pelo controle que ria documental sobre a repressão no Paraguai e Iguaçu. Enquanto Goiburú era médico radica-
exercia sobre a população e pelas atrocidades outros países. do na Argentina.
que cometia contra seus prisioneiros. 3 – O autor teve acesso ao arquivo da delega- 5 – Onofre, Daniel, Joel, Lavechia, Vitor, Gil-
2 – Em dezembro de 1992 o ex-prisioneiro polí- cia de Foz do Iguaçu da Polícia Federal graças berto e Ruggia faziam parte do grupo remanes-
tico Martin Almada, acompanhado pelo juiz ao credenciamento que recebeu da Comissão cente da Vanguarda Popular Revolucionária
paraguaio José Fernandes, entrou na delegacia 9.140, dos Mortos e Desaparecidos Políticos, (VPR) que desapareceu no mês de julho de 1974
de polícia de Lambaré, subúrbio de Assunção, vinculada ao Ministério da Justiça. entre Santo Antônio do Sudoeste e Foz do Iguaçu,
para procurar seu dossiê no arquivo policial. 4 – Neste informe a AESI toma uma pessoa por na fronteira entre Brasil e Argentina.
outra. Aníbal Abatte Soley, também membro do
12 mercado editorial Prensa
Caderno de Idéias

Uma nova maneira de fazer


jornalismo no Paraná
Márcio Santos
Assim, os mais competentes profis- O Caderno de Idéias estabeleceu se-
sionais em atividade no Estado foram ções fixas, como as entrevistas e as indi-
A Travessa dos Editores – editora convocados para produzir reportagens cações de leitura, entre outras. No entan-
curitibana que desde 1994 vem publican- especiais, algumas delas verdadeiros tra- to, uma das seções bastante comentada é
do literatura e que tem à sua frente os tados, a exemplo do texto sobre o caso a que abre espaço ao “olhar estrangeiro”:
jornalistas Rubens e Fábio Campana – Tocafundo. Além do mais, o Caderno de todo mês um grande nome da literatura
passou a editar em 2003 uma publica- Idéias firmou uma equipe permanente brasileira, que vive em outro Estado, co-
ção de conteúdo jornalístico com perio- de articulistas composta por profissio- labora com uma crônica tratando de ques-
dicidade mensal e circulação em todo nais experientes como Fábio Campana, tões contemporâneas. Moacyr Scliar,
Paraná. Trata-se do Caderno de Idéias. Luiz Geraldo Mazza, Aroldo Murá e Marina Colasanti, Fabrício Carpinejar e
Essa nova publicação foi concebida Belmiro Valverde. outros medalhões já tiveram inéditos vei-
com a proposta de tratar de questões De acordo com o editor Rubens culados nas páginas da publicação.
políticas, econômicas, comportamentais, Campana, um dos pilares do Caderno de Em sua sétima edição, o Caderno de
enfim, culturais que, de um jeito ou de Idéias é proporcionar jornalismo por Idéias está consolidando-se como um ve-
outro, digam respeito à realidade meio de textos bem escritos. “Prioriza- ículo inovador. Não apenas pelo conteú-
paranaense. E, levando em conta que o mos a informação, a investigação jorna- do, mas também pela apresentação gráfi-
veículo circula mensalmente, a proposta lística, mas é preciso que essa informa- ca. Hoje, ela conta com assessoria de arte
seria produzir material jornalístico com ção seja veiculada por meio de textos de Oswaldo Miranda, o Miran. Sem dú-
mais profundidade do que é praticado bem feitos, bem articulados”, explicou vida, um projeto audacioso que traz no-
nos jornais diários. Rubens Campana. vos ares para a comunicação no Paraná.

Romero Sales lança “Sonhos in Versos”


Há oito anos em Foz, o jornalista sional passagem por praticamente todos
traz um estilo diferente de poesia, os jornais da região. Como característica
própria, seu texto apresenta neologismos,
com os mais variados temas
Foto: Divulgação

trocadilhos, frases de efeito, exercitando


a imaginação do leitor.
“Destaque” do Concurso Nacional
de Poesias promovido pela Revista
jornalista Romero Sales, 35, lan- dos fatos, sejam eles de ordem pessoal,
O çou o livro “Sonhos in Versos”, social e universal.
Brasília em 1994, o autor foi o presiden-
te da Comissão de Imprensa do 12º Con-
uma coletânea de mais de dez anos de Romero dedica várias páginas à ci- gresso Brasileiro de Teoria e Crítica Li-
poesias, que marca sua estréia como es- dade, como em “Fozsementimentaliza”, terária. No mesmo ano, ele também
critor. A solenidade foi realizada em de- “Fozverbol”, “Invencível”, “Soumn”, presidiu o 11º Seminário Internacional
zembro. Outros lançamentos estão mar- entre outros. A trajetória do presidente de Semiótica e Literaturas Latino-Ame-
cados para este trimestre. Luiz Inácio Lula da Silva, o “fenôme- ricanas, ambos realizados simultanea-
Produzida com o apoio da Funda- no” Ronaldinho, conflitos sociais brasi- mente em Campina Grande, na Paraíba.
ção Cultural de Foz, a obra contém 142 leiros, Bush x Saddam/Bin Laden inte- O título pode ser encontrado em li-
páginas, nas quais o leitor encontra poe- gram a galeria de temas do trabalho. vrarias, bancas e na Subseção Regional
mas que retratam histórias, passagens, Paraibano, Romero está em Foz des- do Sindicato dos Jornalistas do Paraná
comentários e uma visão diferenciada de 1995. Traz como experiência profis- em Foz, ao preço de R$ 20,00.

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