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ABSTRACT RESUMO
This paper presents a detailed comparative analysis between Neste trabalho apresenta-se uma detalhada análise compara-
synchronous and induction machines for distributed genera- tiva entre máquinas síncronas e de indução para uso em sis-
tion applications. The impacts of these generators on the per- temas de geração distribuída. Os impactos desses geradores
formance of distribution networks are determined and com- no desempenho de redes de distribuição são determinados e
pared by using different computational simulation tools and confrontados utilizando diferentes ferramentas e modelos de
models.The technical factors analyzed are steady state volt- simulação computacional. As questões técnicas analisadas
age profile, electrical losses, voltage stability, transient sta- são perfil de tensão de regime permanente, perdas elétricas,
bility, voltage sags due to unbalanced faults and short-circuit estabilidade de tensão, estabilidade transitória, afundamento
currents. The results show that the most suitable choice de- de tensão devido a faltas desequilibradas e correntes de curto-
pends on the network technical characteristics, i.e. what are circuito. Os resultados de simulação mostram que a melhor
the main operating restrictions related to distributed genera- decisão do ponto de vista técnico deve ser tomada baseada
tion. nas características da rede, i.e. dependerá da maior restri-
ção operativa da rede referente ao aumento da capacidade de
KEYWORDS: distributed generation, induction generators, geração distribuída.
short-circuit currents steady state voltage profile, syn-
chronous generator, transient stability, voltage stability. PALAVRAS-CHAVE: geração distribuída, gerador de indu-
ção, gerador síncrono, perfil de tensão de regime permanente,
estabilidade transitória, estabilidade de tensão, correntes de
Artigo submetido em 01/05/2004 curto-circuito.
1a. Revisão em 11/04/2005;
2a. Revisão em 28/09/2005;
Aceito sob recomendação do Ed. Assoc. Prof. Glauco Taranto
Regulador de fator de potência: neste caso, o sinal me- junto à barra 8 através de transformadores dedicados, como
dido X é o fator de potência. A tensão de campo é auto- representado na Figura 2. Para esta situação diversas simu-
maticamente ajustada para manter o fator de potência cons- lações foram realizadas para verificar qual forma de geração
tante. Esse tipo de regulador é freqüentemente utilizado no permite tal instalação do ponto de vista de perfil de tensão.
controle de excitação de grandes motores síncronos (Hurley
et al., 1999). No caso de geradores distribuídos, tal estraté- 30 MW
gia de controle é adotada por produtores independentes para
evitar o pagamento de penalidades devido ao consumo de po- 1 2 3 4 5 6 7
tência reativa ou para maximizar a geração de potência ativa.
Sub
Neste caso, usualmente, operação com fator de potência uni-
132 kV 132/33 kV
tário é adotada. 1000 MVA ∆/Yg 9,0 MW
3,6 MVAr
6,0 MW
2,4 MVAr
5,2 MW
2,1 MVAr
4,5 MW
1,8 MVAr
3,5 MW
1,4 MVAr
3,6 MW
1,4 MVAr
8
Nos estudos apresentados nas próximas seções, no caso do 33/0,69 kV
∆/Yg
regulador de tensão, a tensão de referência foi escolhida igual 6 x 5 MW
a 1 pu. Enquanto que, no caso do regulador de fator de po-
tência, adotou-se o valor de referência do fator de potência
Figura 2: Diagrama unifilar do sistema teste 1.
igual a 1.
0.92
gerador síncrono − fator de potência constante
gerador de indução
3.1 Variação de Tensão de Regime Per-
0.9
sem geradores manente Durante Desconexão do Ge-
2 3 4 5
número da barra
6 7
rador
Um importante aspecto relacionado com perfil de tensão de
(a) mínimo carregamento (10%).
regime permanente é determinar quanto a tensão da rede va-
ria quando os geradores são inesperadamente desconectados,
1.08 visto que os controladores de tensão de redes de distribui-
1.06
ção, e.g. controle de tap de transformadores sob carga, serem
relativamente lentos. Assim, deseja-se que tal variação seja
1.04 tão pequena quanto possível. Para analisar essa questão, o
seguinte índice global pode ser utilizado para quantificar o
tensão nodal (pu)
1.02
impacto provocado pela desconexão dos geradores:
1
0.98 Pnb
1 i=1 ||Vig − Vis || × 100
0.96 VI1 = Pnb s (28)
nb i=1 Vi
0.94
gerador síncrono − tensão constante
gerador síncrono − fator de potência constante sendo: nb o número de barras do sistema, Vig a tensão nodal
0.92 gerador de indução
sem geradores da barra i na presença de geradores e Vis a tensão nodal da
0.9
2 3 4 5 6 7 barra i no caso sem geradores. Os resultados obtidos consi-
número da barra derando que os seis geradores são desconectados simultane-
amente para os casos com máximo e mínimo carregamento
(b) máximo carregamento (100%). são apresentados na Tabela 2. Observa-se que o caso com
geradores síncronos operando com fator de potência unitá-
Figura 3: Perfil de tensão considerando diferentes tipos de rio ou com gerador de indução implica na menor variação de
geradores. tensão. Nesse caso, o gerador síncrono não injeta ou con-
some potência reativa, diminuindo a diferença da distribui-
1 2 4 33/0.69 kV
consome potência reativa da rede, afetando adversamente as 5 ∆/Yg 6
132 kV 30 MW
Mínimo carregamento: neste caso, a presença de geradores 1500 MVA 132/33 kV 58 MW 24 MW
12 MW
∆/Yg 6 MW 3 MVAr
leva a um aumento das perdas elétricas, independentemente 12 MVAr
2 MVAr
5 MVAr
0.7
0
0 1 2 3 4 5
tempo (s)
O comportamento diferente de cada gerador de corrente al-
(a) tensão terminal do gerador de indução. ternada pode ser explicado analisando-se a troca de potência
reativa entre o gerador e a rede elétrica no tempo, a qual é
mostrada na Figura 7. No caso de gerador de indução, a troca
200
de potência reativa mostrada na Figura 7(c) leva em conside-
ângulo do rotor do gerador síncrono (graus)
no caso de geradores de indução, durante uma falta o ge- Um importante aspecto relacionado com a questão da estabi-
rador acelera e, conseqüentemente, o consumo de potên- lidade transitória é determinar qual a máxima potência que o
cia reativa aumenta, podendo levar o sistema a um colapso gerador pode injetar na rede mantendo uma resposta estável
de tensão. Assim, o fenômeno de instabilidade de gera- para um determinado tempo de atuação do sistema de prote-
dores de indução pode ser verificado analisando-se a res- ção, ou seja, a potência crítica para um determinado tempo de
posta da tensão terminal ou do desvio de velocidade do ro- eliminação da falta. Para investigar essa questão, numerosas
tor no tempo (Akhmatov et al., 2003; Samuelsson e Lin- simulações repetidas foram realizadas considerando diferen-
dahl, 2005; Freitas et al., 2004). tes tempos de eliminação da falta. A mesma contingência
descrita anteriormente foi simulada, i.e. um curto-circuito
Na Figura 6, usando o sistema teste 2, apresentam-se as res- trifásico aplicado na barra 4 eliminado através da descone-
postas dinâmicas de diferentes geradores de corrente alter- xão do ramo 2-4. Os resultados são resumidos na Tabela 5.
nada perante um curto-circuito trifásico aplicado na barra 4 Verifica-se que o uso do gerador síncrono operando com ten-
em t = 0,500 segundo, eliminado em 15 ciclos através da são constante permite obter os maiores valores de potência
desconexão do ramo 2-4, quando os geradores estavam inje- crítica. Por outro lado, o uso do gerador de indução ou do
tando 25 MW na rede. Verifica-se que somente o caso com gerador síncrono controlado por fator de potência leva a me-
um gerador síncrono controlado por tensão é estável. nores valores de potência crítica.
40 gerador síncrono − fator de potência constante que influencia a resposta de tensão nesta barra é predominan-
20 temente o comportamento da potência reativa trocada entre o
0
gerador e a rede elétrica. Como visto anteriormente, somente
o gerador síncrono operando com tensão constante aumenta
−20
de forma sustentada a injeção de potência reativa durante fal-
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
tempo (s) tas.
(b) gerador síncrono - fator de potência constante. Para melhor entender o impacto de cada tipo de geração
nesse quesito; diversas simulações eletromagnéticas foram
realizadas considerando diferentes tempos de eliminação da
potência reativa (MVAr)
40 gerador de indução
falta descrita anteriormente. De maneira geral, afundamentos
20
de tensão devido a faltas podem ser caracterizados pela mag-
nitude e duração, i.e. mínimo valor rms (root mean square)
0
de tensão e tempo que a tensão permanece abaixo de um de-
−20 terminado valor, respectivamente (Bollen, 2000; IEEE Stan-
0 0.5 1 1.5
tempo (s)
2 2.5 3 dards Coordinating Committee 22, 1995). Para calcular a
duração do afundamento de tensão, neste trabalho, o valor
(c) gerador de indução. de 0,85 pu foi adotado. Os resultados são resumidos na Ta-
bela 6, considerando a resposta de tensão da barra 4 (barra
onde a falta é aplicada) e da barra 5 (barra onde o gerador de
Figura 7: Troca de potência reativa entre os geradores de corrente alternada é instalado). No caso da resposta de tensão
corrente alternada e a rede elétrica perante um curto-circuito da barra 5, pode-se confirmar que o uso do gerador síncrono
trifásico. controlado por tensão melhora o desempenho da tensão da
barra em relação ao quesito magnitude de afundamento de
tensão. No caso do gerador síncrono com controle de fator de
7 AFUNDAMENTO DE TENSÃO potência, em alguns casos há melhora no item magnitude de
afundamento de tensão na barra 5, porém quando o tempo de
A ocorrência de curtos-circuitos desequilibrados em redes de
eliminação da falta cresce, a presença do gerador contribui de
distribuição é bastante freqüente. Durante esses curtos, ocor-
forma negativa para a resposta de tensão desta barra. Por ou-
rem afundamentos de tensão nas barras do sistema. A pre-
tro lado, no caso do gerador de indução, independentemente
sença de geradores de corrente alternada pode influenciar a
do tempo de duração da falta, tanto a magnitude quanto a du-
duração e a magnitude desses afundamentos de tensão em
ração do afundamento de tensão são maiores se comparada
razão da alteração dos níveis de curto-circuito da rede e do
com o caso sem geradores. Tais diferenças podem ser ex-
comportamento dinâmico da troca de potência reativa entre o
plicadas pelo comportamento dinâmico da potência reativa
gerador e a rede. Assim, nesta seção, apresenta-se uma aná-
trocada entre o gerador e o sistema, como discutido anteri-
lise sobre afundamentos de tensão durante uma falta desequi-
ormente. Por outro lado, independentemente do tipo de ge-
librada usando simulações eletromagnéticas. A rede elétrica
rador de corrente alternada utilizado, em todos os casos, há
utilizada foi a mesma apresentada na Figura 4.
uma piora no desempenho dinâmico da resposta de tensão da
Nas Figuras 8(a) e 8(b), apresentam-se as respostas de ten- barra 4 devido à alteração do nível de curto-circuito da rede.
são das barras 4 e 5, respectivamente, para um curto-circuito Assim, verifica-se que o uso de um gerador síncrono em uma
fase-A-terra com duração de 400 ms aplicado na barra 4 em instalação industrial (autoprodutor) pode melhorar a perfor-
t = 200 ms considerando os casos com e sem geradores. No mance desta barra quanto ao quesito afundamento de tensão
caso da barra 4, verifica-se que a severidade do afundamento durante faltas desequilibradas. Porém, os demais consumi-
1
barra 5 barra 4
tipo de geração magnitude duração magnitude duração
0.9
(pu) (ms) (pu) (ms)
sem gerador 0,623 207 0,632 206
0.8
gerador síncrono - tensão 0,640 203 0,585 207
constante
gerador síncrono - fator de 0,644 204 0,585 207
0.7
potência constante
gerador de indução 0,5445 236 0,550 212
0.6
gerador síncrono − tensão constante
duração da falta = 300 ms
0.5 gerador síncrono − fator de potência constante barra 5 barra 4
gerador de indução tipo de geração magnitude duração magnitude duração
sem geradores
0.4 (pu) (ms) (pu) (ms)
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 sem gerador 0,612 307 0,632 306
tempo (s)
gerador síncrono - tensão 0,649 302 0,585 307
constante
gerador síncrono - fator de 0,620 306 0,570 307
(a) tensão terminal da barra 4. potência constante
gerador de indução 0,503 434 0,529 315
duração da falta = 400 ms
barra 5 barra 4
tipo de geração magnitude duração magnitude duração
1.1 (pu) (ms) (pu) (ms)
sem gerador 0,612 407 0,632 406
tensão nodal da barra 5 (pu)
15
gerador síncrono − tensão constante
de corrente alternada (pu).
10
Curto-circuito trifásico na barra 5
5 tipo de geração máx. 3 9 15
0 ciclos ciclos ciclos
−5
gerador síncrono - fator de potên- 12,336 4,091 2,450 1,898
cia constante
−10
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 gerador síncrono - tensão cons- 12,218 4,082 3,029 3,136
tempo (s)
tante
gerador de indução 7,680 1,748 0,164 0,016
(a) gerador síncrono - tensão constante. Curto-circuito fase-A-terra na barra 5
tipo de geração máx. 3 9 15
ciclos ciclos ciclos
corrente do estator − fase A (pu)