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DE
DIREITO CIVIL E COMERCIAL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Via académica
Grelha de Correção
Nota:
1
CASO I – 6 valores
2
2.ª questão - Suponha que a Simões - Leiloeira, Lda. pretende estar
acompanhada em juízo de Motores, Lda., Jorge Rebelo, Stand Auto, Lda. e 1,5 valores
Mascarenhas & Filhos, Lda..
Aprecie e concretize a admissibilidade processual desta pretensão.
3
CASO II – 4 valores
4
CASO III – 5 valores
5
CASO IV – 5 valores
Apreciar o pressuposto da legitimidade de Miguel dos Anjos. Não sendo proprietário dos
cães e não podendo deles dispor, poderá ser considerado parte ilegítima (artigo 30.º do CPC),
o que consubstancia uma exceção dilatória de conhecimento oficioso, conducente à sua
absolvição da instância - artigos 576.º, n.º 2, e 577.º, al. e), do CPC.
Referência à administração das partes comuns do edifício e à aprovação das
deliberações da assembleia de condóminos, em especial à aprovação do regulamento do
condomínio (cf. artigo 1429.º-A do CC), em princípio vinculativas para todos os condóminos,
bem como para os arrendatários (artigos 1422.º, n.º 2, al. d), e 1071.º do CC).
Indicação de que aos órgãos do condomínio compete a administração apenas das partes
comuns (artigo 1430.º, n.º 1, do CC), e não também das frações autónomas, sendo ineficazes
ou nulas as deliberações que têm por objeto assuntos que exorbitam da esfera de
competência da assembleia de condóminos, por respeitarem à propriedade exclusiva de cada
condómino ou implicarem uma ingerência na administração exclusiva que cada proprietário
tem da sua própria fração.
Na hipótese de o Réu não ter sido considerado parte ilegítima, referir que este, por não
ser dono dos cães, não os tendo na sua disponibilidade física ou jurídica, não poderia ser
condenado a retirar os cães, propriedade da arrendatária, de dentro da sua habitação.
Apreciar se a pretensão do Condomínio pode proceder com fundamento na violação dos
direitos ao repouso, à saúde e à qualidade de vida, por parte dos condóminos das frações A e
B, consagrados designadamente no artigo 70.º do CC e no artigo 25.º da CRP.
Referir que os condóminos e arrendatários estão sujeitos às restrições de vizinhança nas
relações entre si, não podendo produzir ou permitir na fração autónoma que habitam barulhos
(por exemplo, de cães) superiores ao permitido pela lei administrativa e a horas interditas a
tais ruídos, perturbando os seus vizinhos, sob pena de inobservância do dever de não
produção de ruídos de vizinhança, consagrado no artigo 1346.º do CC e no Regulamento Geral
do Ruído.
Salientar que, nesse caso, cabe aos condóminos afetados (que, na hipótese, não são
parte na causa) - e não ao Condomínio, representado pelo seu Administrador - avaliarem a
gravidade da violação em causa e, sendo caso disso, reagirem nos termos gerais de Direito.
Concluir, por isso, que a pretensão do Condomínio não pode ser atendida.