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SÍNTESE: CORPO PARA A CENA

( I S A D O R A ) D I M I TR I A H E R R E R A ( N U N E S )

Progressivamente os exercícios foram fazendo mais sentido. No começo eu não sentia as


conexões mencionadas, tinha dificuldade em manter o foco em minha respiração e não
observava as alterações propostas. Só conseguia manter contato com a aula quando os
exercícios eram em dupla ou em grupo. Com o passar das aulas as conexões propostas
começaram a finalmente se criar (especialmente depois de mostradas em cartaz) e a
serem percebidas; ainda acho que existe muito o que melhorar, mas existe uma evolução.
Pelas repetições de ter o andar guiado por outra pessoa, consegui perceber a divisão de
peso que faço ao caminhar. Especialmente depois do da toalha entre as pernas.

Estabeceleceu-se também, para mim, uma relação de confiança e entrega através dos
exercícios em que deveríamos ficar de olhos fechados e sermos guiados pelo outro. A
primeira vez não foi fácil; acabei entreabindo meus olhos em alguns momentos. Na
segunda, não mais. Não passou a ser fácil, mas passou a ser palpável.

Quando passamos aos de evolução do movimento – de alga, recém-nascido, primata,


humano – foi, acredito, um ponto alto na sequência de todas as aulas. Não sei se por culpa
dele ou pela progressão que já vinha se fazendo, os exercícios após essa aula começaram a
parecer mais integrados... e quando devíamos escolher um órgão do corpo para nos guiar
enquando nos movimentávamos, estabeleci uma conexão com o de evolução do
movimento. Acho que esses dois foram os mais proveitosos para mim.

Os textos também fizeram com que eu olhasse de forma inteiramente diferente para a
aula. Eu imaginava sua importância, mas colocado pela forma que foi nos textos, eu não
esperava. A importância de cada gesto se ressaltou pela leitura, e a minha maneira de
enxergar a aula e o meu próprio corpo mudou completamente. Tenho atentado o meu
olhar para o meu corpo quando fazemos algum exercício nas aulas de Interpretação com
Meran e também uso a mesma técnica para observar as outras pessoas. De tudo, o que
mais me chama a atenção, é como cada pessoa tem um estilo para se movimentar. E como,
se quisermos fazer uma imitação, não basta que ela seja simplesmente uma cópia, mas que
cada movimento copiado se transforme num movimento genuíno, nosso, que se torne
adequado ao nosso estilo mesmo que, na verdade, não seja.

Quando partimos para a praia a aula acabou sendo mais de relaxamento. Os momentos
que ficamos na água foram os melhores para mim; também achei proveitoso riscar as
conexões na areia. Acho útil sempre ter essa imagem em vista, a dos pontos e suas
ligações, para que a aula não se torne abstrata demais.

Em síntese, percebo em mim uma evolução que me permite compreender melhor a aula e
me conectar melhor com ela; não deixo de ter dificuldade com alguns, sobretudo de
imaginar o ar fluindo por outras áreas do corpo. Ainda existem infinitos pontos a serem
transformados, mas pelo menos, com o passar da aula, percebi que alguma transformação
já se iniciou.

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