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E
MANUTENÇÃO
BASEADA NA FIABILIDADE
MBR00804
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................ 3
3. A MANUTENÇÃO PREDICTIVA.............................................................................................................................. 5
O último século assistiu a uma enorme evolução na sofisticação das máquinas utilizadas nos
processos produtivos, provocada principalmente pelas solicitações de aumento de produtividade
como factor de competitividade. Isto levou a que os equipamentos evoluíssem de sistemas
puramente mecânicos para sistemas electromecânicos, de precisão, com sofisticados controlos
por computador.
Antes dos anos 30 as máquinas eram robustas, sobre-especificadas e de grande duração. Os
principais modos de falha eram metalúrgicos e desgaste. O plano de manutenção era simples – a
máquina era reconstruída depois da avaria por técnicos muito qualificados. Nos anos 50 a
competitividade começou-se a impor como factor importante. A filosofia de manutenção
predominante consistia na crença que a “avaria da máquina” era uma parte inevitável e aceitável
da vida produtiva. Isto levou à concepção de processos com uma larga capacidade produtiva em
espera e uma grande quantidade de sobresselentes em armazém, com uma estratégia de,
sempre crescente, intervenções planeadas (manutenção aditiva). Foi também a época de
6.1 Introdução
Neste capítulo, é proposta uma metodologia, com base em formalização matemática, para a
análise de um histórico de manutenção. Serão igualmente referidas as implicações da inspecção
na política de manutenção preventiva.
Nesta metodologia são contemplados fundamentalmente aspectos referentes à fiabilidade dos
equipamentos, ao controlo de condição e às inspecções de rotina. São sugeridos ainda dois
algoritmos para o estabelecimento de uma política de manutenção.
Admita-se por hipótese que o desempenho de um equipamento é reposto nas suas especificações
originais no final de cada intervalo de tempo de amplitude t unidades, isto é, que no final de cada
um desses períodos existe um conjunto de intervenções que repõe o equipamento no estado
“good as new” i.
No sentido clássico, fiabilidade de um equipamento no instante t é a probabilidade de o
equipamento sobreviver a esse instante ou, por outras palavras, que o equipamento não tenha
tido qualquer avaria desde o início da sua entrada em funcionamento até esse instante.
Ao fazer-se intervir a hipótese formulada, essa probabilidade é calculada pela expressão
[ ]
R(kτ + t ) = R(τ ) R(t ) , k = 0,1,2,...,0 ≤ t ≤ τ .
k
sendo a função de fiabilidade uma função contínua e decrescente, embora possa ter
descontinuidades na primeira derivada.
i
Pode-se tornar esta hipótese mais fraca se se considerar que o equipamento é reposto num estado que corresponde
apenas a uma percentagem das especificações originais, o que não afectará o que se apresenta a seguir.
Controlo de Condição e Manutenção Baseada na Fiabilidade 7
1
0.8
0.6
0.4
0.2
0.95
0.9
0.85
0.8
0.75
i
Intervenção correctiva a priori é uma acção de manutenção efectuada para repor o equipamento no seu estado
funcional normal, antecipando um mau funcionamento previsto.
Controlo de Condição e Manutenção Baseada na Fiabilidade 9
6.3 Inspecções de Rotina
As inspecções de rotina, que correspondem à verificação do estado operacional do equipamento,
e que podem incluir a leitura dos valores de alguns parâmetros do controlo de condição, também
deverão ter um reflexo directo na política de manutenção, muito para além do simples reporte
“nada a assinalar” ou “requer-se intervenção”.
Uma inspecção de rotina deve dar sempre origem a um relatório, por mais simples que seja, mas
suficientemente explícito sobre as conclusões do inspector e a sua justificação, e as medidas
preconizadas, que poderão ser do tipo:
Hipóteses
n inspecções de rotina num intervalo de amplitude τ;
s - desvio padrão dos Tempos entre Avarias (TBF) observados;
GF=100% ⇒β =0.25;
GF=75 % ⇒β =0.10;
GF=50 % ⇒β =0.05;
Para cada ti, i=1,2,... ,n fazer
• calcular R1 (t ), a função de fiabilid. inicial;
⎛ τ ⎞
• calcular R1 ⎜ ⎟;
⎝ n + 1⎠
• definir a nova função de fiabilid. por
⎡ ⎛ jτ ⎞ ⎤
R j +1 (t ) = β j × ⎢1 − R j ⎜ ⎟⎥ + R j (t ), j = 1,..., n;
⎣ ⎝ n + 1 ⎠⎦
• resolver a equação
⎡ ⎛ jτ ⎞ ⎤
β j × ⎢1 − R j ⎜ ⎟ + R j (t ) = α ,
⎣ ⎝ ⎠⎦n +1 ⎥
*
e designar por t a sua solução;
• replanear a interv. de manutenção preventiva para o instante t * .
i
O grau de fiabilidade aqui referido é, naturalmente, uma medida empírica, intrínseca ao inspector, e que reflectirá a sua
experiência e conhecimento sobre o equipamento.
Controlo de Condição e Manutenção Baseada na Fiabilidade 10
Vamos recorrer a um exemplo, ilustrado na Figura 4, para demonstrar o funcionamento deste
algoritmo.
1
0.95
0.9
0.85
0.8
0.75
1ª Inspecção
2ª Inspecção Novo instante da
manutenção preventiva
prevista
Manutenção preventiva
prevista inicialmente
• resolver a equação
• resolver a equação
Próxima intervenção
Última intervenção de manutenção preventiva
de manutenção preventiva programada
Instante actual – t*
Inspecção de rotina.
Próxima intervenção
de manutenção preventiva
Próxima inspecção programada
Última intervenção de rotina programada
de manutenção preventiva
3is/n
Instante actual – t*
Inspecção de rotina
Resultado da inspecção: nada a assinalar
Grau de fiabilidade: 100%.
n
fiabilidade do sistema: RS = ∏R = R R Λ R
i
i 1 2 n
sistema em paralelo
A
⎡ n ⎤
Fiabilidade do sistema: RS = 1 − ⎢
⎢ ∏
⎢⎣ i
(1 − Ri )⎥ = 1 − [(1 − R1 )(1 − R2 ) Λ (1 − Rn )]
⎥
⎦⎥
Aplicando o conceito de fiabilidade simples atrás apresentado a um sistema constituído por três
equipamentos em série pode-se observar, na Figura 6, que só quando são repostos
simultaneamente os três equipamentos no estado “good as new”, através de intervenções
preventivas é que a fiabilidade do sistema retorna a 1,como anteriormente referido.
Fiabilidade sem inspecção
1.00
0.90
0.80
0.70
%
0.60
0.50
0.40
0.30
0 500 1000 1500 2000
Tempo [h]
1.00
0.90
%
0.80
0.70
0 500 1000 1500 2000
Tempo [h]
0.95
0.9
0.85
0.8
0.75
Grau
# insp Grau Grau
T. % T. Tp rep Per. Tp acc fiab.
tx avarias Tx repar entre fiab. 1ª fiab. 3ª
Calend. afec Func. Correct prev prev 2ª
prev Insp Insp
Insp
1,1
1,0
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
Sem inspecção
1,1
1,0
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
I
N Inspecção Inspecção por análise de vibrações
S Medições de ruído
P Controlo de Condição
E Serviços Especializados Execução de operações de equilibragem e alinhamento
C Est. técnicos em áreas de ensaios e controlo de condição
Ç Implementação de Sistemas de monitorização e controlo
à Formação Formação
O
Para garantir a prestação dos serviços referidos, o MIIT possui um corpo técnico com boa
formação de base e grau de especialização avançado e com experiência técnico-científico vasta e
variada, com capacidades de projecto, de inspecção e de controlo de condição.
Com experiência neste domínio desde 1990, e actuando em diversos sectores, nomeadamente na
área industrial, o MIIT garante um elevado padrão de Qualidade dos serviços prestados, com
elevado valor acrescentado para os clientes.
O MIIT privilegia a actuação directa nas empresas, constituindo equipas mistas formadas por
elementos MIIT e da empresa com o objectivo de proceder à implementação conjunta das
medidas julgadas necessárias. Nesta perspectiva, pelo prazo de execução do projecto o MIIT
reforça a capacidade operativa da empresa, na área de acção do projecto e em simultâneo
garante formação a toda a estrutura nele envolvida. Esta interiorização dentro da estrutura e
cultura da empresa revela-se eficaz e garante a transferência de tecnologia necessária à evolução
das empresas e à concretização dos projectos.
Complementarmente o MIIT está envolvido em projectos de investigação e desenvolvimento que
constituem uma forma de actualização permanente e permitem definir soluções novas para dar
resposta a problemas específicos da indústria.
O MIIT possui, de facto, a capacidade para actuar como empresa de “interface” entre a Indústria e
a Universidade, colaborando activamente com instituições de investigação e participando
activamente em programas de investigação aplicada.