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Na subida o tomate diminui sua velocidade, pára e começa a cair de volta por causa da força

gravitacional. Durante a queda a transferência de energia é invertida, isto é, o trabalho W g


realizado sobre o tomate pela força gravitacional é agora positivo ( a força gravitacional tem o
mesmo sentido que o deslocamento do tomate). A força gravitacional transfere energia da energia
potencial gravitacional do sistema tomate – Terra para a energia cinética do tomate.

Seja na queda ou na ascensão, a variação ΔU da energia potencial gravitacional é definida como


sendo igual ao trabalho negativo feito sobre o tomate pela força gravitacional. Usando o símbolo
do trabalho, escrevemos:

(8-1)

Esta equação também se aplica ao sistema bloco – mola. Se


repentinamente empurrarmos o bloco para a direita, a força da
mola atuará para a esquerda, fazendo desse modo, um trabalho
negativo sobre o bloco, transferindo energia da energia cinética
do bloco para a energia potencial elástica do sistema mola –
bloco. O bloco diminui sua velocidade, pára e então começa a
mover-se para a esquerda, por que a força da mola ainda aponta
para a esquerda. A transferência de energia é então invertida, isto
é, da energia potencial do sistema mola – bloco para a energia
cinética do bloco.

Forças Conservativas e Não Conservativas

Vamos listar os elementos chave dos exemplo que


acabamos de analisar:

1. O sistema consiste de dois ou mais objetos.


2. A força atua entre uma partícula (tomate ou bloco) dentro do sistema e o restante dele.
3. Quando a configuração do sistema muda, a força realiza trabalho ( W1 ) sobre a partícula,
transferindo energia entre a energia cinética K da partícula e algum outro tipo de energia
do sistema.
4. Quando a mudança de configuração é revertida, a força reverte a transferência de energia,
realizando um trabalho W2 durante o processo.
Uma situação na qual W1 = - W2 seja sempre verdadeira, o outro tipo de energia é a energia
potencial e a força é chamada de força conservativa. Como você suspeitava, a força
gravitacional e a força da mola são ambas conservativas.

Uma força que não é conservativa é chamada de força não conservativa. A força cinética de
atrito e a força de arrasto são forças não conservativas. Por exemplo, se fizermos deslizar um
bloco sobre um piso que cause atrito, durante o deslizamento, uma força cinética de atrito
causada pelo piso diminui a velocidade do bloco, transferindo energia de sua energia cinética para
u determinado tipo de energia chamada de energia térmica (relacionada ao movimento aleatório
dos átomos e das moléculas). Sabemos por experiência que esta transferência de energia não
pode ser revertida (energia térmica não pode ser transformada de volta em energia cinética do
bloco pela força cinética de atrito). Assim, embora tenhamos um sistema (bloco – piso), uma força
que atua entre as partes do sistema e uma transferência de energia causada por uma força; a
força não é conservativa. Portanto a energia térmica não é uma energia potencial.

Quando só forças conservativas atuam em um objeto em movimento, problemas difíceis podem


ser extremamente simplificados.

8 – 3 Independência de Caminhos de Forças Conservativas

O teste primário para descobrir se uma força é conservativa ou não é este: Deixe a força atuar ao
longo de qualquer caminho fechado, começando em alguma posição inicial e retornando a ela, de
maneira que o objeto completo uma volta. A força será conservativa somente se a energia total
que ela transfere do e para o objeto durante o deslocamento desse e de qualquer outro caminho
fechado for igual a zero. Ou seja:

O trabalho resultante feito por uma força conservativa sobre uma


partícula que se desloca em qualquer caminho fechado é zero.

Sabemos por experiência que a força gravitacional passa no teste do caminho fechado. No
exemplo do tomate, ele deixa a posição de lançamento com uma velocidade v0 e energia cinética
(½) m v0 2. Assim, a força gravitacional transfere tanta energia do tomate durante a ascensão
quanto para o tomate durante a queda de volta à posição de lançamento. O trabalho resultante
feito sobre o tomate pela força gravitacional durante o caminho fechado de ida e volta é zero.
Uma importante consequência do teste do caminho fechado é:

O trabalho feito por uma força conservativa sobre uma partícula que se
desloca entre dois pontos não depende do caminho tomado pela
partícula.
Por exemplo, suponha que uma partícula move-se de um ponto a para um ponto b, tanto pelo
caminho 1 como pelo caminho 2. Se somente uma força conservativa atua sobre a partícula,
então o trabalho feito sobre a partícula é o mesmo ao longo dos dois caminhos.

A força é conservativa. Qualquer que seja o caminho escolhido entre os


dois pontos dará a mesma quantidade de trabalho.
Uma volta completa fornece um trabalho total igual a zero.
(a) quando uma força conservativa atua sobre ela, uma partícula pode
mover-se do ponto a para o ponto b tanto pelo caminho 1, como pelo
caminho 2. (b) A partícula dá uma vlta completa do ponto a para o ponto b
ao longo do caminho 1 e então volta para o ponto a pelo caminho 2.

Simbolicamente podemos escrever esse resultado como:

Wab,1 = Wab,2 (8 - 2)
Onde os subscritos ab indicam os pontos inicial e o final, respectivamente, e os subscritos 1 e 2, o
caminho percorrido.
Este resultado é poderoso por que ele nos permite simplificar problemas difíceis quando uma
força conservativa nele está envolvida. Suponha que você precise determinar o trabalho realizado
por uma força conservativa ao longo de um caminho entre dois pontos e o cálculo seja difícil ou
até mesmo impossível sem informações adicionais. Como solução você pode determinar o
trabalho utilizando um outro caminho qualquer entre os dois pontos no qual o cálculo seja fácil e
possível.

8 – 4 Cálculo da Energia Potencial


Vamos determinar as equações que fornecem o valor dos dois tipos de energia potencial
discutidos nesse capítulo: a energia potencial gravitacional e a energia potencial elástica. Todavia,
devemos encontrar primeiramente a relação geral entre uma força conservativa e a energia
potencial a ela associada.

Considere uma partícula – objeto que seja parte de um sistema no qual uma força conservativa

F nele atue. Quando essa força realiza um trabalho W sobre o objeto, a variação de energia
potencial ΔU associada ao sistema é igual ao trabalho sobre ele realizado com valor negativo. Já
escrevemos esse fato através da Eq. 8 – 1 ( ΔU = - W). Para um caso mais geral no qual a força
pode variar com a posição, podemos escrever o trabalho W como:

(8-5)
Esta equação calcula o trabalho realizado por uma força quando um objeto move-se de um ponto
xi para um ponto xf, mudando a configuração de um sistema (uma vez que a força é conservativa,
o trabalho é o mesmo para qualquer caminho entre esses dois pontos).
Substituindo Eq. 8-5 na Eq. 8-1, determinamos que a variação de energia potencial devido a
mudança de configuração é em notação geral:

Energia Potencial Gravitacional


Primeiramente consideremos uma partícula com massa m movendo-se verticalmente ao
longo de um eixo y (direção positiva para acima). Quando a partícula move-se do ponto yi
para o ponto yf, a força gravitacional ⃗
Fg realiza trabalho sobre ela. Para encontrar a
correspondente variação de energia potencial gravitacional do sistema partícula – Terra,
usamos a Eq. 8-6 com duas mudanças: (1) Integramos ao longo do eixo x, por que a força
garvitacional atua verticalmente. (2) Substituímos -mg no lugar do símbolo da força F, por
que ⃗
Fg tem magnitude mg e é dirigida para baixo no eixo y. Então:

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