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Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri


Núcleo de Geociências

Disciplina: Geomorfologia, clima, hidrografia e processos pedológicos

DICIONÁRIO GEOMORFOLÓGICO

Aluna: Juliana Alves Torres Gomes

Diamantina- Maio/2015
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SUMÁRIO:

1. INTRODUÇÃO........................................................................................04
2. ELEMENTOS GOLÓGICOS E MORFOESTRUTURAIS........................05
2.1 Escudo....................................................................................................05
2.2 Cráton.....................................................................................................05
2.3 Maciço....................................................................................................06
2.4 Bacia sedimentar....................................................................................06
2.5 Graben....................................................................................................07
2.6 Horst.......................................................................................................08
2.7 Escarpa de falha.....................................................................................08
2.8 Soleira....................................................................................................09
3. UNIDADES DO RELEVO........................................................................10
3.1 Planalto...................................................................................................10
3.2 Planícies.................................................................................................11
3.3 Depressão..............................................................................................11
3.4 Serra.......................................................................................................12
3.5 Montanha................................................................................................13
3.6 Cordilheira..............................................................................................14
4. GEOMORFOLOGIA CÁRSTICA............................................................15
4.1 Dolina.....................................................................................................15
4.2 Uvala......................................................................................................15
4.3 Polje........................................................................................................16
4.4 Caverna..................................................................................................16
4.5 Gruta.......................................................................................................17
4.6 Sumidouro..............................................................................................18
4.7 Relevo Cárstico......................................................................................18
5. FORMAS EROSIVAS.............................................................................19
5.1 Colina.....................................................................................................19
5.2 Chapada ................................................................................................19
5.3 Morro......................................................................................................19
5.4 Platô.......................................................................................................20
5.5 Cuesta....................................................................................................20
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5.6 Escarpa..................................................................................................20
5.7 Ravina ...................................................................................................21
5.8 Voçoroca................................................................................................21
5.9 Anfitiatro.................................................................................................22
6. MOVIMENTO DE MASSA E FEIÇÕES ASSOCIADAS.........................23
6.1 Deslizamento..........................................................................................23
6.2 Desmoronamento...................................................................................23
6.3 Fluxo de Lama........................................................................................24
6.4 Fluxo Detritos.........................................................................................25
6.5 Queda de Blocos....................................................................................25
6.6 Rastejamento.........................................................................................26
6.7 Cicatriz de Deslizamento........................................................................27
6.8 Tálus de Blocos......................................................................................28
7. FORMAS DEPOSICIONAIS...................................................................28
7.1 Planície de inundação............................................................................28
7.2 Terraço Fluvial........................................................................................29
7.3 Leque Aluvial..........................................................................................29
7.4 Duna.......................................................................................................30
8. HIDROGRAFIA: TIPOS DE CORPOS D’ÁGUAS..................................31
8.1 Curso d’água permanente......................................................................31
8.2 Curso d’água efêmero............................................................................31
8.3 Curso d’água intermitente......................................................................31
8.4 Curso d’água meandrante......................................................................32
8.5 Curso d’água entrelaçado......................................................................33
8.6 Curso d’água anastomosado..................................................................33
8.7 Lago........................................................................................................33
9. GEOMORFOLOGIA LITORÂNEA.........................................................33
9.1 Enseada.................................................................................................33
9.2 Falésia....................................................................................................34
9.3 Restinga.................................................................................................35
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1. INTRODUÇÃO:

Geomorfologia é um ramo da Geografia que estuda as formas da superfície


terrestre. Para isso, tende a identificar, descrever e analisar tais formas,
entendidas aqui como relevos, assim como todos seus aspectos genéticos,
cronológicos, morfológicos, morfométricos e dinâmicos, tanto pretéritos como
atuais e naturais ou antropogênico. O termo vem do grego: Γηος, geos (Terra),
μορφή, morfé (forma) e λόγος, logos (estudo, conhecimento).

A geomorfologia centra-se no estudo das formas da paisagem, mas porque estes


são o resultado da dinâmica da litosfera como um todo, integra o conhecimento,
em primeiro lugar de outros ramos da geografia como a Climatologia, Hidrografia,
Pedologia, Glaciologia, Paleogeografia e, do outro lado, também integra
contributos de outras ciências, para incluir o impacto dos fenómenos biológicos,
geológicos e antrópicos no relevo.

Este ramo da ciência integra-se tanto na geografia física, como na geografia


humana, devido aos desastres naturais e às relações homem-ambiente, e
também na geografia matemática, no que diz respeito à topografia). A
geomorfologia toma forma no final do século XIX pelas mãos de William Morris
Davis, que também é considerado o pai da geografia americana. Nesse tempo,
a idéia prevalecente sobre a criação do relevo era do catastrofismo como causa
principal. Davis e outros geógrafos começaram a demonstrar que outras causas
foram responsáveis pela modelagem da superfície da Terra.

2. ELEMENTOS GOLÓGICOS E MORFOESTRUTURAIS:


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2.1 Escudo

Um escudo, ou escudo cristalino, em geologia, é uma grande área de rochas


ígneas e metamórficas de alta temperatura do Pré-Cambriano que se encontram
expostas, formando zonas tectonicamente estáveis. Em todos os escudos a
idade das rochas é superior a 570 milhões de anos chegando mesmo aos 3
bilhões e meio de anos. São das primeiras formações rochosas terrestres.

Serra do Mar (Marumbi)

Fonte:http://files.professoralexeinowatzki.webnode.com.br/200000134-
1a2f61b295/marumbi.JPG

2.2 Cráton

Crátons (do grego kratos, significando "o bebê") são porções bastante antigas
da pré-história, tendo se mantido relativamente estáveis por no mínimo 500
milhões de anos. Por estabilidade entende-se que estes se mantiveram
preservados e foram pouco afetados por processos tectônicos de separação e
amalgamação de continentes ao longo da história geológica do planeta.

São formados por rochas muito antigas, com até 4,5 bilhões de anos de idade.
São compostos por dois tipos de rochas: as magmáticas, que se formam com o
resfriamento e a cristalização do material magmático; e as metamórficas, rochas
preexistentes, que foram alteradas pela ação da pressão e das elevadas
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temperaturas gerada tanto nos deslocamentos das placas, quanto nos


vulcanismos.

2.3 Maciço

Em geologia, um maciço é uma seção da crosta da terra que é demarcada por


falhas ou por fendas. No movimento da crosta, um maciço tende a reter sua
estrutura interna ao ser deslocado ao todo. O termo é usado também para se
referir a um grupo das montanhas formadas por tal estrutura. O maciço é uma
unidade estrutural menor da crosta do que uma placa tectônica.

Maciço do Puy de Dôme.

Fonte:http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/00/Puy_de_Dome_%28
volcano%29.jpg

2.4 Bacia sedimentar

As Bacias Sedimentares, são formadas exclusivamente por rochas


sedimentares, oriundas de Escudos Cristalinos que sofreram erosão por muito
tempo. Elas podem ter origem pelo acúmulo de antigos mares, bem como áreas
que antigamente estiveram submetidas a períodos bastante secos, na qual o
intemperismo físico era o predominante, deixando como consequência muitos
sedimentos, que com o passar dos tempos, foram se transformando em rocha
(sedimentar). Essas bacias são excelentes áreas de armazenamento de água,
os aquíferos e também armazenam os combustíveis fósseis que temos
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conhecimento. Os fósseis também são encontrados nestas macroestruturas,


estudados pela Paleontologia.

Canyon Guartelá no segundo planalto do Paraná


Fonte:http://olharcomalma.blogspot.com/2010_10_01_archive.html

2.5 Graben

Graben ou fossa tectónica é a designação dada em geologia estrutural a uma


depressão de origem tectónica, geralmente com a forma de um vale alongado
com fundo plano, formada quando um bloco de território fica afundado em
relação ao território circundante em resultado dos movimentos combinados
de falhas geológicas paralelas ou quase paralelas.
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Lago Baringo, África.

Fonte: http://geology.com/articles/east-africa-rift/baringo-scarps-750.jpg

2.6 Horst

Horst é a designação dada em geologia estrutural e em geografia física a um


bloco de território elevado em relação ao território vizinho por ação de
movimentos tectônicos.

O território que forma o horst eleva-se devido ao movimento combinado de falhas


geológicas paralelas, ou relativamente paralelas, cujo movimento provoca o
afundamento dos terrenos vizinhos ou a elevação de uma faixa de terreno entre
elas.

Lago Baringo, África.

Fonte: http://geology.com/articles/east-africa-rift/baringo-scarps-750.jpg

2.7 Escarpa de falha

Escarpa cujo relevo está diretamente relacionado ao movimento ao longo de


uma falha, embora a erosão possa ter atenuado a sua expressão primária pelo
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acúmulo de tálus (material incoerente e heterogêneo que se acumula nas


encostas e em seus pés, provenientes de material intemperizado e deslocado
pela ação da gravidade).

Plano ou superfície entre blocos de falha. Contém geralmente estrias e caneluras


paralelas à direção do movimento relativo dos blocos, e ressaltos transversais
perpendiculares ao mesmo.

A escarpa de falha da Pena da Falsa, na base da qual se situa a nascente.

Fonte:http://www.spe.pt/espeleologia/images/artigos/PropecaoCadastro/Gruta_
da_Falsa/A_escarpa_de_falha_da_Pena_da_Falsa.jpg

2.8 Soleira

Soleira, em geologia, é uma massa de rocha ígnea de forma tabular, muitas


vezes horizontal e que instruiu lateralmente por entre camadas mais antigas
de rocha sedimentar, lava ou tufos vulcânicos ou até mesmo segundo a direção
de foliação em rochas metamórficas.

Ocorrência de uma rocha ígnea intrusiva que se aloja paralelamente às


estruturas principais da rocha encaixante ou hospedeira, possuindo geralmente
o aspecto de camada.
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Salisbury Crags, Edimburgo,Escócia, intrusão magmática parcialmente exposta


durante as eras glaciares.

Fonte:http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/6f/Edinburgh_Salisbury_Crags_
2004-05-18.jpg

3. UNIDADES DO RELEVO:

3.1 Planalto

Planalto é a classificação dada a uma forma de relevo constituída por uma


superfície elevada, com cume mais ou menos nivelado, geralmente devido
à erosão eólica ou pelas águas. São como topos retos, superfícies topográficas,
que podem ser regulares ou não.

É convencionado designar de planalto apenas as formações com altitudes


maiores que 300 metros.
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Chapada Diamantina, BA

Fonte:http://www.mundoeducacao.com/upload/conteudo/planalto.jpg

3.2 Planície

São superfícies de baixa altitude (normalmente a rondar os 200 metros) e


relativamente planas com suaves ondulações.

Planície do Pantanal

Fonte:http://www.colegioweb.com.br/wp-content/uploads/20823.jpg

3.3 Depressão

Depressões são regiões geográficas mais baixas do que as áreas em sua volta.
São classificadas como depressões relativas quando acima do nível do mar, e
depressões absolutas quando abaixo do nível do mar. As crateras de vulcões
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desativados e provenientes da queda de asteroides são consideradas


depressões. É comum a formação de lagos nas depressões.

A depressão é uma forma de relevo aplainado, onde podem ser encontradas


baixas colinas. Como exemplo, podemos citar as Depressões Norte e Sul
Amazônica. Um exemplo geral de depressão são crateras. Depressões são
formas de relevo que apresentam altitudes mais baixas do que as áreas ao redor.

Lagoa das Sete Cidades, uma depressão localizada em Ponta Delgada,


nos Açores.

Fonte:http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/77/Lagoa_das_Sete_Ci
dades%2C_Miradouro_da_vista_do_Rei%2C_Sete_Cidades%2C_Ponta_Delg
ada%2C_ilha_de_S%C3%A3o_Miguel%2C_A%C3%A7ores.JPG

3.4 Serra

Serras são terrenos acidentados com fortes desníveis, frequentemente aplicados


a escarpas assimétricas, possuindo uma vertente e outra menos inclinada. Uma
serra distingue de um maciço pelo fato de um possuir montanhas singulares em
vez de agrupadas.
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Serra do Mar, Paraná

Fonte:https://escoladegeografia.files.wordpress.com/2011/04/serra-do-mar-
paranc3a1.jpg

3.5 Montanha

O termo montanha é utilizado para denominar formações geológicas elevadas


sobre a terra como resultado de diferentes ações. Um dos elementos mais
característicos das montanhas é a forma de pico que varia dependendo da
antiguidade, assim como do processo erosivo a qual foi exposta. As montanhas
possuem sempre maior altitude e volume do que os montes, as serras, as colinas
e outras formas geológicas elevadas de menor tamanho.
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Fonte:https://crazyadventurers.files.wordpress.com/2009/12/montanhas.jpg

3.6 Cordilheira

Uma cordilheira é uma área geográfica definida por um conjunto


de montanhas relacionadas geologicamente. As cordilheiras formam um grande
sistema de montanhas reunidas, geralmente resultado do encontro de
duas placas tectônicas que muitas vezes lançam ramos ou cadeias de
montanhas secundárias.

Cordilheira dos Andes

Fonte:http://aidb.com.br/bispoadan/wp-content/uploads/2010/05/cordilheira.jpg
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4. GEOMORFOLOGIA CÁRSTICA

4.1 Dolina

Dolina é uma depressão no solo característica de relevos cársticos, formada pela


dissolução química de rochas calcárias abaixo da superfície. Geralmente
possuem formato aproximadamente circular e são mais largas que profundas.
Podem ser inundadas por lagoas ou secas e cheias de
sedimentos, solo ou vegetação.

Dolina da água milagrosa

Fonte:http://www.soinformacao.com.br/wp-content/uploads/IMG_4400.jpg

4.2 Uvala

As uvalas resultam da coalescência de duas ou mais dolinas. A diferença entre


estas e os polja é que raramente têm lagos temporários.
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4.3 Polje

Polje é uma depressão fechada ou aberta (no caso de se conseguir comprovar


que já foi fechada) no carso, com dimensões consideráveis e vertentes com um
declive acentuado e abruptas, com o fundo geralmente plano e coberto de terra
rossa e aluviões. A bacia de recepção tem uma drenagem endorreica e
centrípeta. Podem permanecer secos, ser atravessados por um curso de água
ou serem inundados permanente ou temporariamente. Com a subida do nível
freático podem ser alimentados porexsurgências ou por ponors, que podem
funcionar como sumidouros quando este volta a baixar. Por vezes têm hums,
que são uma forma de relevo rochoso abrupto, isolado e disperso no interior dos
poljes.

Gacko polje em Lika na Croácia.

Fonte:https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7d/Gacko_polje_2007.
jpg

4.4 Caverna

Caverna, gruta ou gruna é toda cavidade natural rochosa com dimensões que
permitam acesso a seres humanos. Podem ter desenvolvimento horizontal ou
vertical em forma de galerias e salões. Ocorrem com maior frequência em
terrenos formados por rochas sedimentares, mas também em rochas
ígneas e metamórficas, além de geleiras e recifes de coral.
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O interior de uma caverna no Alabama, EUA

Fonte:http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7a/Alabama_ca
ve_2005-04-24.km.jpg

4.5 Gruta

Segundo o Dicionário Geológico-Geomorfológico (GUERRA, 2003) caverna e


gruta são a mesma coisa, ou seja, uma cavidade que possui formas variadas e
que aparecem com frequência em rochas calcárias ou em arenitos de cimento
calcário. Esses buracos são formados pela dissolução do carbonato de cálcio
pela água.

A origem das cavernas está na dissolução das rochas se são comuns em áreas
onde encontramos rochas carbonáticas como mármores e calcários.
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Toca da Boa Vista (Campo Formoso) na Bahia, é caverna mais extensa do


Brasil com 92,1 km de extensão.

Fonte:http://2.bp.blogspot.com/-MuDEqoMoHP4/TyoXvcem_-
I/AAAAAAAAAGk/orrr6cwTveg/s1600/tocadaboavista.jpg

4.6 Sumidouro

Sumidouro (ou perda) é uma abertura natural que comunica com uma rede de
galerias pela qual um curso de água entra no subsolo
(os ponor ou algares podem servir de sumidouro). Quando têm tampões de neve
ou gelo têm o nome de Tesereft.

4.7 Relevo cárstico

É um tipo de relevo geológico caracterizado pela dissolução química (corrosão)


das rochas, que leva ao aparecimento de uma série de características físicas,
tais como cavernas, dolinas, vales secos, vales cegos, cones
cársticos, riossubterrâneos, canhões fluviocársicos, paredões rochosos
expostos e lapiás. O relevo cárstico ocorre predominantemente em terrenos
constituídos de rocha calcária, mas também pode ocorrer em outros tipos
de rochas carbonáticas, como o mármore e rochas dolomíticas.
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Buracas numa vertente. Uma paisagem típica de relevo cárstico.

Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/e9/Karst_minerve.jpg/1920px-
Karst_minerve.jpg

5. FORMAS EROSIVAS:

5.1 Colina

Um vale é um acidente geográfico cujo tamanho pode variar de uns poucos


quilômetros quadrados a centenas ou mesmo milhares de quilômetros
quadrados de área. É tipicamente uma área de baixa altitude cercada por áreas
mais altas, como montanhas ou colinas.

5.2 Chapada

Chapada é uma formação geológica acima de 600 metros que possui uma
porção plana na parte superior. A causa pela qual a superfície da chapada seja
plana é a erosão. Naturalmente são terrenos de superfície bastante plana, cuja
altitude se destaca das áreas ao redor.

5.3 Morro

Morro, colina ou cerro (às vezes escrito serro) é um acidente geográfico


constituído por pequena elevação de terreno com declive suave.
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5.4 Platô

Classificação dada a uma forma de relevo constituída por uma superfície


elevada, com cume mais ou menos nivelado, geralmente devido à erosão
eólica ou pelas águas.

5.5 Cuesta

Cuesta é uma forma de relevo, assimétrico. Muito conhecidas são as cuestas


arenítico-basálticas. Muito comum em sequências de camadas sedimentares
com mergulho fraco intercalando níveis mais resistentes à erosão do que outros
e que controlam (Erosão Diferenciada), assim, o desenvolvimento
geomorfológico com uma topografia plana e de gradiente suave segundo o
sentido do mergulho das camadas, contraposta por escarpas de cuesta no
sentido contrário.

Cuesta de Botucatu com as 3 Pedras ao fundo.

Fonte:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/69/Cuesta_botucatu.j
pg/800px-Cuesta_botucatu.jpg

5.6 Escarpa

Uma escarpa, em geomorfologia, é uma forma de relevo que é uma área de


transição entre diferentes províncias fisiogeográficas que envolve uma
elevação aguda (superior a 49º), caracterizada pela formação de um
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penhasco ou uma encosta íngreme. O termo vem do italiano scarpa. A


superfície desta encosta íngreme é chamada de rosto da escarpa.

5.7 Ravina

Sulco no solo produzido pelo escoamento livre da água de chuva. Este tipo de
erosão é frequente em solos agrícolas onde não se segue as considerações
corretas de manejo. As ravinas se iniciam como sulcos rasos, que se
anastomosam (se juntam) à medida que a água escorre sobre a superfície.

Solo arado sujeito a forte ravinamento

Fonte: http://www.dicionario.pro.br/images/2/2a/NRCSIA99128_-
_Iowa_%282959%29%28NRCS_Photo_Gallery%29.png

5.8 Voçoroca

Voçoroca, boçoroca, barranco ou buracão1 é um fenômeno geológico que consiste


na formação de grandes buracos de erosão causados pela água da chuva e
intempéries em solos onde a vegetação não protege mais o solo, que fica
cascalhento e suscetível de carregamento por enxurradas. A voçoroca torna o solo
pobre, seco, quimicamente morto e nada fecundo.
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Voçoroca em Avaré

Fonte:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/cd/Vo%C3%A7oroca_%282
3_12_24S_-_48_47_59W%29_-_REFON_3.JPG

5.9 Anfiteatro

É uma feição topográfica de depressão funda de origem glaciária, com a forma


de anfiteatro com um lado cortado, junto ao topo da montanha. Contém muitas
vezes um lago.

A geleira Curtis Inferior no Parque Nacional North Cascades

Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/83/Lowercurtis.jpg
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6. MOVIMENTO DE MASSA E FEIÇÕES ASSOCIADAS:

6.1 Deslizamento

O deslizamento de terra é na verdade apenas uma categoria dos chamados


“movimentos de massa”: processo de vertente que envolve o desprendimento e
transporte de solo e/ou material rochoso encosta abaixo.

Os deslizamentos, assim como outros movimentos de massa, fazem parte da


dinâmica natural de transformação e formação da crosta terrestre e estão relacionados
também a fenômenos naturais como gravidade e variações climáticas.

Deslizamento de terra em área montanhosa com vegetação, na China.

Fonte:http://4.bp.blogspot.com/-
1GCL0LjutoI/VFzU81Q_P_I/AAAAAAAAAGw/n8zSLjx6dZQ/s1600/Alexander_
Synaptic_Landslide_2014_Taiwan.jpg

6.2 Desmoronamento

Desmoronamento é a movimentação dos solos pela força da gravidade terrestre,


ocorrendo frequentemente como um deslizamento de terra, tendo diversas
causas possíveis.
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Desmoronamento de terra que atingiu a rodoviária de Ouro Preto

Fonte: http://f.i.uol.com.br/fotografia/2012/01/04/112006-370x270-1.jpeg

6.3 Fluxo de Lama

Os fluxos de lama são fluxos aquosos que diferem dos anteriores por a
percentagem de materiais grosseiros ser relativamente pequena. A percentagem
de materiais finos (siltes e argilas) corresponde, em geral, a mais de 50%. Podem
ocorrer em quase todos os tipos de vertentes.

São induzidos, frequentemente, por períodos de elevada pluviosidade, podendo


desenvolver-se todos os termos de transição entre cheia constituída quase
apenas por água da escorrência superficial e fluxos de elevada densidade em
que a quantidade de matéria em suspensão é muito grande.
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Fluxo de Lama em Lamego, na margem esquerda do Douro

Fonte:http://web.letras.up.pt/cbateira/imagens/Fig_3%20Fluxo%20de%
20Lama%20em%20Lamego,%20na%20margem%20esquerda%20do%
20Douro%20(Jan%202001).jpg

6.4 Fluxo de detritos

Os fluxos detríticos são fluxos saturados com água em mistura homogénea com
detritos variados, em que a percentagem de materiais grosseiros (areias e
cascalhos) é elevada (em geral mais de 50%). Normalmente, a quantidade de
materiais finos (siltes e argilas) em suspensão turbulenta é, também, elevada.

Os detritos envolvidos nestes fluxos podem ter dimensões muito variadas, desde
partículas muito pequenas, como as argilas, até blocos com várias dezenas de
metros. É esta mistura densa que serve de sustentáculo ao transporte em
suspensão de elementos maiores. Blocos, por vezes muito grandes (dezenas de
metros), podem ser transportados nestes fluxos.

Sequência 2 de Corrida de Detritos - Utah, 1983

Fonte:http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/fotos/interacao/coridet0
2.jpg

6.5 Queda de blocos

Constituem movimentações bruscas de material geológico (blocos de rochas,


calhaus, areia, etc.) que ficou solto devido à meteorização ou a outras causas.

A movimentação efetua-se por queda livre, rolamento e deslizamento. Ocorrem


geralmente em vertentes muito inclinadas, como as arribas (marinhas e fluviais)
e as barreiras das vias de comunicação.
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A separação do material susceptível de movimentação ocorre, em geral, em


planos de fraqueza estrutural (planos de estratificação, diacláses, falhas etc.).

São induzidas, muitas vezes, por escavamento, natural ou artificial, da base da


vertente e/ou alteração do pendor (escavações para estradas, erosão marinha
ou fluvial, etc.).

Em climas com fortes amplitudes térmicas a termoclastia provoca frequentes


quedas de blocos. Também a alteração química da rocha devida à percolação
da água através das fissuras é responsável por muitas quedas de blocos,
principalmente em litologias carbonatadas. Por vezes o mecanismo indutor direto
é um sismo.

Com frequência, na base, existe depósito de sopé (que os processos marinhos


ou fluviais vão erodindo).

Vista da zona dos blocos sobre a Praia Pequena e ao longe as


placas gigantes da Praia Grande.

Fonte:https://bouldersintra.files.wordpress.com/2010/05/pmacas01_tz3
_mai10_26.jpg

6.6 Rastejamento

O rastejo consiste em movimento descendente, lento e contínuo da massa


de solo de um talude, caracterizando uma deformação plástica, sem
geometria e superfície de ruptura definidas. Ocorrem geralmente em
horizontes superficiais de solo e de transição solo/rocha, como também em
rochas alteradas e fraturadas.
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A ocorrência de rastejo pode ser indentificada através da observação de


indícios indiretos, tais como: encurvamento de árvores, postes e cercas,
fraturamento da superfície do solo e de pavimentos, além do
"embarrigamento" de muros de arrimo.

Evidência de rastejo

Fonte: http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/fotos/interacao/raste.jpg

6.7 Cicatriz de deslizamento

Vale do Ribeira - Cicatriz de deslizamento na Serra

Fonte:http://mw2.google.com/mw-panoramio/photos/medium/108348482.jpg
28

6.8 Tálus de blocos

Material incoerente e heterogêneo que se acumula nas encostas e em seus pés,


provenientes de material intemperizado e deslocado pela ação da gravidade.
Normalmente um tálus é composto de inúmeros blocos de rocha, normalmente
angulosos ou arredondados devido ao fenômeno da esfoliação esferoidal,
imersos numa massa de argila e outros minerais de granulometria bem menor
que a dos blocos. Eventualmente grandes blocos, de muitos metros de tamanho,
podem também ser encontrados nestes depósitos.

Um depósito de tálus normalmente não contém estratificação, ou se a contém,


esta é muito incipiente.

Morro do Pico, visto da Praia da Conceição, com o sopé recoberto por blocos
formando extenso tálus.

7. FORMAS DEPOSICIONAIS:

 Planície de inundação

Planície de inundação é aquela que inunda durante a cheia de um determinado


curso d'água. Ela se desenvolve sobre a calha de um vale preenchido por
terrenos aluvionares e que apresenta meandros fluviais divagantes devido a
baixa declividade do curso do rio que, em épocas de cheia, extravasa do canal
fluvial e inunda a região.

As planícies de inundação ocorrem, normalmente, no baixo curso do rio onde o


relevo, mais desbastado pela erosão do que a montante, apresenta pequeno
gradiente topográfico; em consequência, a energia fluvial é diminuída e não
consegue carregar muito da carga sedimentar do rio que é depositada,
colmatando o vale com sedimentos fluviais.
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Trecho do rio Paraíba do Sul próximo a Jacareí, São Paulo, Brasil

Fonte:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/45/Rio_Para%C3%A
Dba_do_Sul_-_1.jpg/800px-Rio_Para%C3%ADba_do_Sul_-_1.jpg

 Terraços fluviais

Terraço constituído por material aluvionar mais antigo e em nível mais alto do
que o atual da planície aluvionar e que ficou como testemunho de um período da
evolução desta planície.

A origem desses terraços pode estar ligada a várias causas: evolução


geomorfológica, mudanças climáticas e/ou processos tectônicos que se refletem
em mudança de poder erosivo da corrente fluvial por aumento de competência,
do gradiente topográfico e/ou de mudança de nível base, levando a erosão da
própria planície que deixa como testemunhos esses terraços.

Assim, a formação de um terraço fluvial pode ter várias causas, tais como:
soerguimento epirogenético da região; falhamento soerguendo localmente ou
abatendo a jusante; captura fluvial na bacia o poder erosivo do rio.

 Leque aluvial

Leque aluvial, cone aluvial ou cone de dejeção é um depósito de material


detrítico, mal selecionado e pouco trabalhado, que se forma no sopé das
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montanhas onde os talvegues dos vales encontram uma área plana, quase
sempre coincidente com uma planície aluvionar ou uma área lacustre.

Estes depósitos recebem esse nome devido à forma que assumem, com os
sedimentos se espraiando a partir da desembocadura do talvegue.

Conjunto de leques aluviais do rio Mendoza, Argentina.

Fonte:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/b1/Alluvial_fan.JPG/2
50px-Alluvial_fan.JPG

 Duna

É de conhecimento geral que a duna é um monte de areia formado pelo vento,


geralmente ao longo de uma praia ou em um deserto. O processo de formação
das dunas é complexo.

A maior parte da areia carregada pelo vento move-se como uma massa saltitante
de grãos. As partículas mais grosseiras movem-se lentamente ao longo da
superfície de deslizamento e são mantidas em movimento, em parte, pelo
bombardeio dos grãos saltitantes. Através da variação da pressão no local, a
areia se acumula formando as ondulações.
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HIDROGRAFIA: TIPOS DE CORPOS D’ÁGUAS:

 Curso d’água permanente

Denominação para fluxos de água em canal natural para drenagem de uma


bacia, tais como: boqueirão, rio, riacho, ribeirão ou córrego.

 Curso d’água efêmero

Os rios efêmeros se formam somente por ocasião das chuvas ou logo após sua
ocorrência. São alimentados exclusivamente pela água de escoamento
superficial, pois estão acima do nível do lençol freático. Um exemplo deste tipo
de rio é o rio Ugab, na Namíbia.

Rio Ugab

Fonte: http://thumbs.dreamstime.com/x/views-if-desert-ugab-river-bed-11133095.jpg

 Curso d’água intermitente

São cursos d’água que, em geral, escoam durante as estações de chuvas e


secam nas de estiagem. Nessa época, o lençol freático se encontra em um
nível inferior ao do leito do rio, o escoamento superficial cessa ou ocorre
somente durante, ou imediatamente após, as tormentas.
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Rio Jaguaribe

http://www.canoabrasil.com/fotos/Fortim-home/fortim06.jpg

 Curso d’água meandrante

Os canais meandrantes são canais sinuosos constituindo um padrão


característico de rios cuja carga de suspensão e de fundo encontram-se em
quantidades mais ou menos equivalentes, de fluxo contínuo e regular, possuindo
em geral um único canal. Adquire essa feição por atravessar relevos planos,
onde a baixa declividade e a pequena velocidade de escoamento das águas
tornam os desvios mais acentuados.
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Rio Amazonas

Fonte: http://www.fotosbonitas.com.br/wp-content/uploads/2011/09/rio-amazonas-.jpg

 Curso d’água entrelaçado

Os rios de padrão entrelaçado são permeados por ilhas e barras formadas por
assoreamento do material transportado em suspensão por suas próprias águas.
Os rios entrelaçados são comuns em ambientes desérticos e são sempre
caracterizados pela predominância de carga de fundo.

 Curso d’água anastomosado

Os anastomosados são rios com canais múltiplos. Ocorrem em relevo com a


presença de vários morros, colinas ou pequenas elevações. Os cursos d’água
se dividem e se entrelaçam, constituindo um rio sem canal principal. Possuem
grande capacidade de transporte e sedimentação; ao encontrar um obstáculo
modificam sua trajetória, adaptando-se ao relevo. Exemplo, Rio Negro.

 Lago

Denominação genérica para qualquer porção de águas represadas,


circundada por terras, de ocorrência natural ou resultante da execução de
obras, como barragens em curso de água ou escavação do terreno.

GEOMORFOLOGIA LITORÂNEA:

 Enseada

O termo enseada deriva da palavra seio e/ou seno e refere-se a um recorte da


linha costeira, o qual forma uma pequena baía. É uma reentrância aberta da
costa em direção ao mar, limitada por dois promontórios (porções mais
elevadas).
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Enseada de Botafogo

Fonte:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/c8/Cidade_Maravilhosa_%28
18602247%29.jpg/800px-Cidade_Maravilhosa_%2818602247%29.jpg

 Falésia

Falésia é uma forma geográfica do litoral, caracterizada por um abrupto encontro


da terra com o mar. Formam-se escarpas na vertical que terminam ao nível do
mar e encontram-se permanentemente sob a ação erosiva do mar. Ondas
desgastam constantemente a costa, o que por vezes pode provocar
desmoronamentos ou instabilidade da parede rochosa.
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Falésia Fernando de Noronha

Fonte:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/2a/Paredenoronha.jpg

 Restinga

A restinga é um espaço geográfico formado sempre por depósitos arenosos


paralelos à linha da costa, de forma geralmente alongada, produzido por
processos de sedimentação, onde se encontram diferentes comunidades que
recebem influência marinha, podendo ter cobertura vegetal em mosaico.

Restinga de Jurubatiba no Brasil.

Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7a/Jurubatiba_-
_Vista_A%C3%A9rea_05.jpg
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