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36. Introdução
Nem sempre é possível utilizar o terreno com suas feições físicas originais,
para isso é necessário fazer movimento de solo ou terraplenagem para adequar a
superfície existente à superfície desejada. Entre o terreno original e a superfície
nivelada forma-se um “talude”, ou seja, uma superfície de ligação.
O movimento de solo é uma das etapas mais custosas dentro da obra, portanto
sempre que houver a possibilidade, devemos buscar a minimização do mesmo.
Sendo essas etapas de escavação, transporte e compactação.
Fazemos a movimentação do solo sempre que o tipo de solo natural não seja
adequado para o tipo de construção a ser locada no terreno.
36.1. Corte
Fig. 92 – Corte
36.2. Aterro
Fig. 93 – Aterro
37. Talude
A inclinação desses taludes deve ser tal que garanta a estabilidade dos maciços,
evitando o desprendimento de barreiras. A inclinação deste tipo de talude é variável
com a natureza do terreno, sendo que as Normas para projeto de estradas
recomendam o seguinte:
38. Empolamento
Toda vez que há movimentação do solo, este muda de densidade, ou seja, torna-
se mais ou menos volumoso conforme o movimento. Esta mudança tem grande
implicação no cálculo do volume de solo. Cada tipo de solo tem uma densidade de
acordo com sua composição e sua granulometria.
Adaptado de Topografia para Arquitetura – Alvarez, A. A. M., Brasileiro, A., Morgado, C., Ribeiro, R. T. M.
Fig. 63 – Empolamento
Exemplo:
Vamos imaginar uma obra que necessite escavar 50m³ de terra, medido pelo
serviço de topografia. O objetivo é descobrir o Vs (volume de terra solta) para definir
o transporte, o que é calculado a partir da seguinte fórmula, sendo que “Vn” é o
volume medido no corte ou volume natural; e “E” é o empolamento.
Vs = VC (1 + E)
Se Vc = Vn, então podemos usar também.
Vs = Vn x ep
ep = coeficiente de empolamento
Vs = Vn (1 + E) ou Vs = Vn x ep
Vs = 50 (1 + 0,25) Vs = 50 x 1,25
Vs = 50 x 1,25 Volume de terra solta = 62,5m³
Volume de terra solta = 62,5m³
Exercícios:
a. Calcule o volume de solo a ser transportado e volume do aterro gerado a partir
de um corte de 100 m3. Adote coeficiente de empolamento para corte igual a
1,3 e de aterro igual a 1,4.
Resposta: Vs = 130 m3 Va = 92,86 m3
c. Uma obra necessita escavar 32m³ de terra, medido pelo serviço topográfico.
Com empolamento de 25%. Sendo que cada caminhão consegue transportar
5m³.
Calcule: 1- Taxa de Empolamento;
2- Volume de terra solta (Vs) e
3- Quantos caminhões são necessários para o transporte.
consideradas duas vezes; D3 entram três vezes, assim em diante. Os Ds devem ser
distintos para corte e aterro.
Exemplo:
Para a malha quadrada abaixo, de lado igual a L, calcular o volume de corte. São
dadas as alturas de cada um dos sólidos.
VP1= Q. (A + B + D + E)/4
VP2= Q. (B + C + E + F)/4
VP3= Q. (E + F + G + H)/4
E podemos dizer então que temos os pesos para cada ponto da malha, ficando
assim:
Exercício:
a. Calcular o volume de corte para a malha dada abaixo. A cota de escavação é
100m e o lado da malha quadrada mede 20 m. São dadas as cotas, em
metros, de cada um dos vértices da malha.
Muitas vezes procura-se utilizar todo solo escavado em corte para aterro dentro
do próprio terreno como forma de diminuir custos dentro da obra. É claro que isso só
é possível quando o solo apresenta características compatíveis com o aterro a ser
executado. A cota que iguala os volumes de corte e aterro é denominada cota de
passagem.
Então para uma cota de escavação (Co) encontramos um volume (Vo). Agora
queremos calcular um valor de cota de passagem (Cp) para qual o volume de corte
compensaria o volume de aterro.
Vo = S . h onde S = área da base
h = Vo / S
Este valor de h está referenciado ao plano de cota Co, então o valor final da cota
de passagem será:
Cp = Co + h
Cp = Co + Vo/S
Exemplos:
a. Utilizando uma cota de escavação de 100 m o volume final de escavação
seria 6160 m3 . Lembrando que o espaçamento da malha é de 20 m e que
área total da mesma é de 1200 m2 (20m . 20m . 3 ), vamos calcular a cota de
passagem para este caso.
Cp = 100 + (6160 / 1200)
= +
Cp = 105,13 m
soma
Exercício:
a. Calcular o volume de movimento de terra, discriminando o volume de corte e
o volume de aterro relativo ao projeto abaixo, que consiste em aplainar a
parte do lote, que está coberta pela malha, no nível de 11,50 metros.
Considerando uma área total de 600m².
(Pesos)
Peso x Hmov
Vértice Peso Hnat Hproj Hmov C/A Peso x Hmov Corte Aterro
1 11,50
2 11,50
3 11,50
4 11,50
5 11,50
6 11,50
7 11,50
8 11,50
9 11,50
10 11,50
11 11,50
12 11,50
Soma Soma
Cota Passagem
Volume
Peso x Hmov
Vértice Peso Hnat Hproj Hmov C/A Peso x Hmov Corte Aterro
1 11,40
2 11,40
3 11,40
4 11,40
5 11,40
6 11,40
7 11,40
8 11,40
9 11,40
10 11,40
11 11,40
12 11,40
Soma Soma Diferença
Cota Passagem
Volume
Volume Compensado
Podemos também, ao invés de utilizar uma malha quadrada, utilizar uma malha
triangular para efetuar o cálculo do volume, conforme mostra a figura abaixo, aonde
a área total foi dividida em 8 triângulos. Como todos os triângulos possuem a mesma
área vamos chamar esta malha de malha triangular regular. Posteriormente veremos
o porquê desta classificação.
Onde:
A – área plana do triângulo
1 – pontos que são vértices de apenas um triângulo
2 – pontos que são vértices de dois triângulos
...
n – pontos que são vértices de “n” triângulos
A área de cada triângulo poderá ser calculada pela fórmula de Heron apresentada a
seguir, entre outras.
Exemplo:
Para a malha triangular regular dada, calcular o volume de corte para a cota 100m e
a cota de passagem.
Área do triângulo
= (20m . 20m)/2 = 200 m²
Exercício:
a. Para a malha triangular regular dada, calcular o volume de corte para a cota
40 m e a cota de passagem. Os lados dos triângulos medem 30m.