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Profa. Ma.

Helen Lima TOPOGRAFIA

ALTIMETRIA - MOVIMENTO DE SOLO

36. Introdução

Nem sempre é possível utilizar o terreno com suas feições físicas originais,
para isso é necessário fazer movimento de solo ou terraplenagem para adequar a
superfície existente à superfície desejada. Entre o terreno original e a superfície
nivelada forma-se um “talude”, ou seja, uma superfície de ligação.

O movimento de solo é uma das etapas mais custosas dentro da obra, portanto
sempre que houver a possibilidade, devemos buscar a minimização do mesmo.
Sendo essas etapas de escavação, transporte e compactação.

Fazemos a movimentação do solo sempre que o tipo de solo natural não seja
adequado para o tipo de construção a ser locada no terreno.

Podemos considerar os seguintes motivos para a realização de movimento de


terra quando o terreno:
- é irregular;
- não possui condições de drenagem;
- não possui resistência para à carga que será aplicada no local;
- inclinação muito acentuada.

36.1. Corte

Quando a superfície natural do terreno encontra-se acima da superfície


desejada para a implantação da obra, é necessário executar um “corte” no
terreno, ou seja, ”abaixar” a superfície existente.

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Fig. 92 – Corte

36.2. Aterro

Quando a superfície natural do terreno encontra-se abaixo da superfície


desejada para a implantação da obra, é necessário executar o aterro no terreno,
ou seja, “levantar” a superfície existente.

Fig. 93 – Aterro

36.3. Seção mista

Quando há a necessidade do melhor aproveitamento do perfil natural,


minimizando o transporte de solo, faz-se talude de seção mista.

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Fig. 94 – Seção mista

37. Talude

É a forma de caracterizar a inclinação da saia do aterro ou a rampa do corte,


expresso pela relação v : h entre os catetos vertical (v) e horizontal (h) de um
retângulo, cuja hipotenusa coincide com a superfície inclinada (matematicamente, o
talude expressa a tangente do ângulo que a superfície inclinada forma com o
horizonte). Um talude na proporção 3:2 significa que a cada 2 m de avanço no plano
horizontal teremos 3m no plano vertical.

Fig. 95 – Inclinação dos Taludes.

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37.1. Talude de Corte

A inclinação desses taludes deve ser tal que garanta a estabilidade dos maciços,
evitando o desprendimento de barreiras. A inclinação deste tipo de talude é variável
com a natureza do terreno, sendo que as Normas para projeto de estradas
recomendam o seguinte:

-Terrenos com possibilidade de escorregamento ou desmoronamento: V:H = V/H = 1/1;


-Terrenos sem possibilidade de escorregamento ou desmoronamento: V:H = V/H = 3/2;
-Terrenos de rocha viva: Vertical.

Valores usuais (V:H) para taludes de corte.


(recomenda-se estudo para cada caso)
• Argila: 4/5 • Seixo: 1/1
• Areia: 3/5 • Terra vegetal: 1/2

37.2. Talude de Aterro

A inclinação deste tipo de talude depende da altura do aterro, sendo que as


normas recomendam o seguinte:

-Aterros com menos de 3,00 m de altura máxima: V:H = V/H = 1/4;


-Aterros com mais de 3,00 m de altura máxima: V:H = V/H = 1/2.

Em geral, os taludes de aterro (V:H) devem ser menos inclinados, utilizando-se


1/4, 1/3, 1/2, 2/3.
(recomenda-se estudo para cada caso)

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38. Empolamento

Toda vez que há movimentação do solo, este muda de densidade, ou seja, torna-
se mais ou menos volumoso conforme o movimento. Esta mudança tem grande
implicação no cálculo do volume de solo. Cada tipo de solo tem uma densidade de
acordo com sua composição e sua granulometria.

Se considerarmos uma determinada massa de solo natural, de volume natural Vn,


esta massa de solo apresentará um aumento de volume, ou empolamento, após o
solo ser escavado, com um volume solto Vs maior do que Vn. A mesma massa de
solo apresentará, após compactada, um volume compactado Vc menor do que Vn e
o volume compactado é 15% menor.

Quando cortamos ou aterramos o solo, geralmente este possui um grau de


compactação maior do que no transporte, portanto quando este solo for
transportado, vai ocupar um volume maior no caminhão em relação ao que ocupava
no local de escavação ou no local de aterro, em geral uma media de 25% a mais do
volume no terreno. Esta relação entre o solo solto e o solo compactado é
denominada coeficiente de empolamento. Este valor também vai variar de acordo
com a decomposição e a granulometria do terreno.

Segue abaixo valores indicados para coeficiente de empolamento de acordo com


a granulometria.

• Terras vegetais: 20 a 30% • Rocha de decomposição: 30 a 35%


• Argilas: 25 a 30% • Rocha: 35 a 50%
• Terra comum: 25% • Rocha detonada: 50%

Os valores apresentados são recomendados quando não houver valor conhecido,


uma vez que para determinar o coeficiente de empolamento é necessário determinar
as densidades do solo compactado e solto.

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Adaptado de Topografia para Arquitetura – Alvarez, A. A. M., Brasileiro, A., Morgado, C., Ribeiro, R. T. M.

Fig. 63 – Empolamento

No estudo do empolamento de solos trabalha-se com três relações.

• A primeira das relações, denominada empolamento (ep), traduz a relação entre o


volume solto e o volume natural, sendo dado por:

• A segunda das relações, denominada porcentagem (ou taxa) de empolamento


[p(%)], nos dá a taxa de aumento, em porcentagem, do volume solto em relação ao
volume natural, sendo dada por:

• A terceira delas, denominada fator de empolamento (φ), traduz a relação de


redução da massa específica aparente seca ao se escavar o material, com valor
sempre menor do que 1, (φ) sendo dado por:

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Exemplo:
Vamos imaginar uma obra que necessite escavar 50m³ de terra, medido pelo
serviço de topografia. O objetivo é descobrir o Vs (volume de terra solta) para definir
o transporte, o que é calculado a partir da seguinte fórmula, sendo que “Vn” é o
volume medido no corte ou volume natural; e “E” é o empolamento.

Vs = VC (1 + E)
Se Vc = Vn, então podemos usar também.
Vs = Vn x ep
ep = coeficiente de empolamento

Para o exemplo, vamos considerar que a terra é comum, com taxa de


empolamento de 25%. Para realizar a conta, transforme a porcentagem em 0,25. A
conta fica assim:

Vs = Vn (1 + E) ou Vs = Vn x ep
Vs = 50 (1 + 0,25) Vs = 50 x 1,25
Vs = 50 x 1,25 Volume de terra solta = 62,5m³
Volume de terra solta = 62,5m³

Portanto, depois da escavação, o volume de terra, que era de 50m³ no corte,


aumentará para 62,5m³.
____________________
ATENÇÃO Uma caçamba comum tem capacidade média de 5 m³. Sem considerar a taxa de
empolamento, seriam necessárias dez para carregar 50 m³. Portanto, muito cuidado ao
realizar esse cálculo, pois na verdade são necessárias 12 caçambas.

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Exercícios:
a. Calcule o volume de solo a ser transportado e volume do aterro gerado a partir
de um corte de 100 m3. Adote coeficiente de empolamento para corte igual a
1,3 e de aterro igual a 1,4.
Resposta: Vs = 130 m3 Va = 92,86 m3

b. O custo de escavação de um solo comum seco é de R$10,00/m3 no corte. Se


em um pequeno serviço foi contratado prevendo-se o pagamento do mesmo
através do controle de volume por número de viagens de caminhões, qual será
o valor referente ao custo de escavação por viagem na composição de preço,
sabendo-se que: ep = 1,25 Capacidade do caminhão: 6,0 m³
Resposta: Custo = R$ 48,00

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c. Uma obra necessita escavar 32m³ de terra, medido pelo serviço topográfico.
Com empolamento de 25%. Sendo que cada caminhão consegue transportar
5m³.
Calcule: 1- Taxa de Empolamento;
2- Volume de terra solta (Vs) e
3- Quantos caminhões são necessários para o transporte.

d. Deseja-se construir uma rampa com inclinação de 10%, conforme o exemplo


dado. Sabendo que a cota de início da rampa é de 34,55m (ponto mais baixo),
que o terreno está nivelado na cota 36,73m e que a rampa deverá ter largura
de 7m, calcular o volume de material a ser retirado do terreno.

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39. Cálculo de Volume pelo método da Malha Cotada

Embora existam vários métodos de cálculo de volume de movimentos de terra,


nesta nota será apresentado apenas um dos métodos: o Método da Malha Cotada.
Este método é indicado quando os cortes e aterros atingem grandes áreas, como
terrenos para construção de uma edificação, um loteamento, uma praça etc. Baseia-
se na determinação do volume de um paralelepípedo irregular de altura igual à
média das alturas.

Fig. 97 – Paralelepípedo Irregular e a Formula do seu volume.

Para cálculo do volume tem-se 2 opções:


• Usando a fórmula básica para cada célula da malha e somando os volumes:
Volume total = soma de volumes parciais ou Vt = V1 + V2 + V3 + ... + Vn

• Agrupando-se todas as fórmulas referentes às células individuais com as


devidas simplificações, através do uso da fórmula genérica abaixo:

sendo Q = Lado x Lado

Onde o D vem indicado a quantos volumes parciais é comum, ou em quantas


células de movimento de terra ele deve ser considerado. Assim, D1 são as alturas de
movimento de terra dos vértices que só entram no cálculo de uma das células da
malha; D2 são as alturas que entram em duas células e por isso devem ser

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consideradas duas vezes; D3 entram três vezes, assim em diante. Os Ds devem ser
distintos para corte e aterro.

A determinação das três alturas dos vértices da malha usada no cálculo de


movimentação de terras (Hnat, Hproj, Hmov) é feita normalmente usando a técnica de
interpolação por aproximação visual sobre a planta de implantação de obra,
considerando as curvas do terreno natural para o Hnat e as curvas retificadas para o
Hproj. O Hmov é a diferença de altura do terreno natural em função do corte ou aterro
feito, ou seja, Hmov = Hnat – Hproj

Observações para a interpretação dos cálculos de volume...:


• Sempre fazer dois cálculos:
1) Usando os hs de corte = Vcorte
2) Usando os hs de aterro = Vaterro
• Somando-se o Vcorte + Vaterro = Volume Total de movimento de terra, necessário
para estimar o trabalho e seu custo.
• Descontando-se Vcorte – Vaterro = Volume Excedente para estimar as
necessidades e custos de compra ou descarte de material (terra). O resultado é o
volume do espaço escavado ou aterrado e não do volume de terra a comprar ou
descartar.
Condição em CONVERTIDO EM SOLO
SOLO
que está Natural Solta Compactada
Natural 1,00 1,11 0,95
AREIA Solta 0,90 1,00 0,86
Compactada 1,05 1,17 1,00
Natural 1,00 1,43 0,90
ARGILA Solta 0,70 1,00 0,63
Compactada 1,11 1,59 1,00
Adaptado de Topografia Aplicada – Profª Dora Orth
Fig. 98 – Fatores médios de conversão de volumes para diversos tipos de solos

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Exemplo:

Para a malha quadrada abaixo, de lado igual a L, calcular o volume de corte. São
dadas as alturas de cada um dos sólidos.

VP1= Q. (A + B + D + E)/4
VP2= Q. (B + C + E + F)/4
VP3= Q. (E + F + G + H)/4

Volume Total = VP1 + VP2 + VP3

Volume Total = [Q. (A + B + D + E)/4] + [Q. (B + C + E + F)/4] + [Q. (E + F + G + H)/4]


Volume Total = Q/4 . (A + B + D + E + B + C + E + F + E + F + G + H)
Volume Total = Q/4 . (A + 2B + C + D + 3E + 2F + G + H)
Volume Total = Q/4 . (A + C + D + G + H + 2B + 2F + 3E)

Esta última equação seria o resultado do exemplo.


Notar que os pontos que entram somente no cálculo de um sólido recebem
peso 1 (ponto A por exemplo), pontos que entram no cálculo do volume de dois
sólidos peso 2 (pontos B e F) e finalmente, para pontos utilizados no cálculo do
volume de 3 sólidos peso 3 (ponto E). A partir desta dedução é possível chegar a
uma fórmula geral para o cálculo do volume através do método das alturas
ponderadas:

Onde os pesos 1, 2, 3 e 4 correspondem:


1 – pontos localizados nos cantos da malha;
2 – pontos localizados nas bordas da malha;
3 – pontos localizados em cantos reversos da malha; e
4 – pontos localizados no interior da malha.

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E podemos dizer então que temos os pesos para cada ponto da malha, ficando
assim:

Fig. 99 – Pesos atribuídos a cada um dos vértices da malha.

Para a determinação da malha no terreno procederemos da seguinte forma: a


primeira etapa é a quadriculação do terreno (figura 67-a). Esta etapa pode ser
realizada somente a trena ou com auxílio de um instrumento como um teodolito ou
estação total. No exemplo da figura 67 os pontos da malha foram materializados por
piquetes. Depois faz-se a determinação das cotas ou altitudes dos pontos, através
de algum método de nivelamento (figura 67-b). Finalmente após a escavação
teremos o terreno na forma requerida pelo projeto (figura 67-c).

(a) (b) (c)


Fig. 100 – Determinação da malha no terreno.

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Exercício:
a. Calcular o volume de corte para a malha dada abaixo. A cota de escavação é
100m e o lado da malha quadrada mede 20 m. São dadas as cotas, em
metros, de cada um dos vértices da malha.

Resposta : Volume = 6.160,0 m3

b. Calcular o volume de corte para a malha dada abaixo. A cota de escavação é


47 m e o lado da malha quadrada mede 20 m. São dadas as cotas, em
metros, de cada um dos vértices da malha.

Resposta : Volume = 2.500 m3

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40. Volume de Compensação

Muitas vezes procura-se utilizar todo solo escavado em corte para aterro dentro
do próprio terreno como forma de diminuir custos dentro da obra. É claro que isso só
é possível quando o solo apresenta características compatíveis com o aterro a ser
executado. A cota que iguala os volumes de corte e aterro é denominada cota de
passagem.

40.1. Malha Quadrada


Imaginemos que calculamos para o sólido formado pelas cotas A, B, C e D
(figura 101) o volume de corte para uma determinada cota de escavação. Agora
queremos calcular qual seria a cota para a qual o volume de corte seja igual ao
volume de aterro (esta cota tem um nome específico: cota de passagem – Cp).
Neste caso o volume do sólido ABCD tem que ser igual ao volume final do
paralelogramo formado. Assim, como a área da base e o volume são os mesmos
para ambos os casos, o que vai mudar é cota de escavação.

Fig. 101 – Cota de Passagem.

Então para uma cota de escavação (Co) encontramos um volume (Vo). Agora
queremos calcular um valor de cota de passagem (Cp) para qual o volume de corte
compensaria o volume de aterro.
Vo = S . h onde S = área da base
h = Vo / S
Este valor de h está referenciado ao plano de cota Co, então o valor final da cota
de passagem será:
Cp = Co + h
Cp = Co + Vo/S

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Exemplos:
a. Utilizando uma cota de escavação de 100 m o volume final de escavação
seria 6160 m3 . Lembrando que o espaçamento da malha é de 20 m e que
área total da mesma é de 1200 m2 (20m . 20m . 3 ), vamos calcular a cota de
passagem para este caso.
 Cp = 100 + (6160 / 1200)
 =  +
 Cp = 105,13 m

((outra forma de calcular a Cota de Passagem))


b. Calcular a cota de passagem para a plataforma horizontal com volume de
corte e aterro iguais.
E calcular também o número de viagens de um caminhão necessário, este com
capacidade de 8m3 por viagem, caso seja imposta cota final igual a 3,5 m. As cotas
dos pontos estão em metros. (Adaptado de Borges, 1995, p. 83)

Cota Peso Cota x Peso

soma

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Exercício:
a. Calcular o volume de movimento de terra, discriminando o volume de corte e
o volume de aterro relativo ao projeto abaixo, que consiste em aplainar a
parte do lote, que está coberta pela malha, no nível de 11,50 metros.
Considerando uma área total de 600m².

(Pesos)

Peso x Hmov
Vértice Peso Hnat Hproj Hmov C/A Peso x Hmov Corte Aterro
1 11,50
2 11,50
3 11,50
4 11,50
5 11,50
6 11,50
7 11,50
8 11,50
9 11,50
10 11,50
11 11,50
12 11,50
Soma Soma
Cota Passagem
Volume

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b. Para a mesma área do terreno anterior e com nível de projeto em 11,40m,


considerando que a densidade do solo compactado no aterro é 1,1 vez maior
que o do solo natural. Determine a cota de passagem, o volume do corte e do
aterro, e o volume compensado.

Peso x Hmov
Vértice Peso Hnat Hproj Hmov C/A Peso x Hmov Corte Aterro
1 11,40
2 11,40
3 11,40
4 11,40
5 11,40
6 11,40
7 11,40
8 11,40
9 11,40
10 11,40
11 11,40
12 11,40
Soma Soma Diferença
Cota Passagem
Volume
Volume Compensado

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40.2. Malha Triangular

Podemos também, ao invés de utilizar uma malha quadrada, utilizar uma malha
triangular para efetuar o cálculo do volume, conforme mostra a figura abaixo, aonde
a área total foi dividida em 8 triângulos. Como todos os triângulos possuem a mesma
área vamos chamar esta malha de malha triangular regular. Posteriormente veremos
o porquê desta classificação.

Fig. 102 – Malha Triangular Regular.

O princípio de cálculo será o mesmo utilizado anteriormente, somente que


agora vamos trabalhar com sólidos triangulares.

Fig. 103 – Sólido Triangular.

O volume será dado por:

Na figura 69 podemos notar que o ponto 4 é utilizado no cálculo do volume de três


sólidos (P1, P2 e P5), o ponto 1 em um sólido (P1), o ponto 5 em seis sólidos (P2,
P3, P4, P5, P6 e P7), etc. Então podemos definir uma equação geral para o cálculo
de volumes em malhas triangulares regulares:

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Onde:
A – área plana do triângulo
1 – pontos que são vértices de apenas um triângulo
2 – pontos que são vértices de dois triângulos
...
n – pontos que são vértices de “n” triângulos

Poderemos também trabalhar com malhas triangulares irregulares. Porém neste


caso teremos que calcular o volume de cada um dos sólidos triangulares
independentemente, pois as áreas dos sólidos serão diferentes.

Fig. 104 – Malha triangular irregular

A área de cada triângulo poderá ser calculada pela fórmula de Heron apresentada a
seguir, entre outras.

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Exemplo:
Para a malha triangular regular dada, calcular o volume de corte para a cota 100m e
a cota de passagem.

Área do triângulo
= (20m . 20m)/2 = 200 m²

Área total da malha (S)


= 200m² . 6 = 1200m²

Ponto Cota (m) he = Cota – Cota de Escavação Peso Peso x he


1 109,2 9,2 1 9,2
2 107,1 7,1 3 21,3
3 105,0 5,0 2 10,0
4 107,0 7,0 2 14,0
5 105,0 5,0 4 20,0
6 103,3 3,3 3 9,9
7 103,2 3,2 2 6,4
8 101,4 1,4 1 1,4
Soma 92,2

Volume: Cota de Passagem:

Também podemos calcular a cota de passagem pela média ponderada


das cotas dos prismas triangulares. A ponderação é uma função do número de
sólidos triangulares que cada ponto entra no cálculo. Cabe ressaltar que somente
podemos utilizar esta forma de cálculo porque todos os triângulos possuem a
mesma área.

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Ponto Cota (m) Peso Peso x Cota


1 109,2 1 109,2
2 107,1 3 321,3
3 105,0 2 210,0
4 107,0 2 214,0
5 105,0 4 420,0
6 103,3 3 309,9
7 103,2 2 206,4
8 101,4 1 101,4
Soma 18 1892,2

Exercício:
a. Para a malha triangular regular dada, calcular o volume de corte para a cota
40 m e a cota de passagem. Os lados dos triângulos medem 30m.

Ponto Cota Cota de Escavação he = Cota – Cota de Peso Peso x he


(m) Escavação
1 41,3
2 42,5
3 43,2
4 42,7
5 43,0
6 44,2
7 43,9
8 44,7
9 45,0
Soma

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