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A obra que aqui comento é produto de uma pesquisa bibliográfica que visa
apresentar a Responsabilidade Social Empresarial (RSE) como uma estratégia do capital
a partir da reestruturação produtiva como parte da geração de mais valor e acumulação
de capital. Mediante esta colocação Martins irá refletir sobre a relação entre a
Reestruturação Produtiva e as práticas da RSE com base em três dimensões: a Reforma
Estatal, o toyotismo e a ofensiva ao trabalho.
Martins abordará em sua obra que o uso da RSE representa uma ferramenta de
competição e ganhos em rentabilidade por parte das empresas, estabelecendo uma relação
de colaboração entre capital e trabalho, tomada como homogênea. A essa relação irá
demonstrar, no tópico 2.1, como irá a RSE se adequar perfeitamente ao objetivo do
“toyotismo”. Harvey (1992) traz a reflexão os desdobramentos da flexibilização e
reestruturação do Estado, com novos padrões de gestão da força de trabalho, ao que
podemos elencar três elementos, o Círculo de Controle de Qualidade (CCQ), a Gestão
Participativa e a Qualidade Total. Sob este período histórico de transformações do capital,
irá colocar Martins, que em comum as três ferramentas está a “imprescindível
participação intelectual dos trabalhadores no processo produtivo” (2008, p.2), com isso,
toma-se a subjetividade da(o) trabalhadora(o) que sucumbi ao planejamento estratégico
das empresas com uma participação condicionada pelos processos de reprodução do
capital para geração de lucro.
MARTINS, 2008, p. 4
Por conseguinte, o autor coloca que a RSE apresentar-se-á como uma prática de
gestão das grandes empresas e constitutivos do Modo de Produção Capitalista, pois tem
Valor de Uso, ao satisfazer uma necessidade da empresa, Valor de Troca, passa a inserir-
se na lógica de mercado, resulta no dispêndio de Força de Trabalho com estímulo ao
trabalho voluntário, é uma fonte de lucro e consigo fetiche e reificação, humaniza a
mercadoria (marketing social) e coisifica as relações humanas.
No item 2.2, e 2.3 o autor trará como a RSE será uma estratégia do capital para
superação da crise. Essa relação vai se dando à medida que o Estado deixa de intervir na
Questão Social e assumem, de forma fragmentada, os projetos das Empresas Socialmente
Responsáveis, uma mercantilização de políticas e programas sociais, tornando-se uma
lucrativa mercadoria.
Cabe a reflexão para o fenômeno abordado que o impacto sobre a vida da classe
trabalhadora é significativo e demonstra como as formas de gerar mais lucro leva a custo
uma superexploração da(o) trabalhadora(or) a custo da subsunção de sua subjetividade
para valorização constante do capital, do apassivamento da luta de classes e transferência
das responsabilidades do Estado para a sociedade civil, tida como homogênea. Com isso
a reificação fetichização da (re)produção da vida e institucionalização da(o)
trabalhadora(or) na racionalidade burguesa.
REFERÊNCIAS