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FERREIRA, F. W. Planejamento sim e não: um modo de agir num mundo em


permanente mudança. Prefácio: Paulo Freire. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.

Alessandra Rodrigues GUIMARÃES


Graduada no Curso de Geografia da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal – FACIP
Universidade Federal de Uberlândia – UFU
www.facip.ufu.br

Rua 20, n. 1600 - Bairro Tupã, CEP: 38304-402, Ituiutaba – MG.


alessandraufu@gmail.com

Francisco Whitaker Ferreira, foi presidente da


Juventude Universitária Católica do Brasil. Atuou no
grupo de planejamento do governo de Carvalho Pinto em
São Paulo e como diretor de planejamento da reforma
agrária no governo de João Goulart. Em seguida, juntou-
se ao movimento de oposição à ditadura militar com
o golpe militar de 1964. De 1965 a 1966, foi assessor da
CNBB no 1° Plano Pastoral de Conjunto. Em 1966, partiu
para o exílio fugindo da repressão política no país com a
esposa e os quatro filhos. Até seu retorno ao Brasil, em 1981, Whitaker viveu e trabalhou
na França e no Chile como pesquisador e orientador para o Comitê Católico Contra a Fome
(CCFD), a UNESCO e a CEPAL, dentre outras organizações. De 1982 a 1988 foi assessor da
Arquidiocese de São Paulo e da CNBB. É um dos fundadores do MCCE - Movimento de
Combate a Corrupção Eleitoral, sendo um dos mentores da Lei 9840 de 1999, Lei de
iniciativa popular que cassa candidatos que compram votos, assim como a Lei da Ficha
Limpa.
O livro intitulado como “Planejamento sim e não” do autor Francisco Whitaker
Ferreira, trata sobre a temática do planejamento, mostra como devemos estudar, analisar e
aplicar as ações que fazem parte do ato de planejar, ou seja, o que os planejadores deveriam
fazer antes de colocarem em prática o planejamento em si.
O ato de planejar se baseia principalmente em três pontos, o primeiro é a preparação
do plano, o segundo é o acompanhamento da ação, e a terceira é a revisão crítica dos
resultados obtidos. A primeira fase do planejamento ocorre antes de começar a ação, a
segunda é durante e a terceira fase é após finalizar a ação. Essas três fases devem se seguir

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sucessivamente, pois desta forma ela se caracteriza como um processo, que é ininterrupto,
com um começo, meio e fim, dando assim a característica de que a ação está sendo planejada.
As três fases para o ato de planejar é a preparação, repreparação e revisão da ação. O
planejamento gira em torno das decisões a ser tomadas, e dos objetivos a ser cumpridos. É
preciso que sejam feitas pesquisas e análises antes de determinar qualquer decisão,
posteriormente é necessário que se faça a verificação, já com a ação em curso, em seguida é
feita a análise de cada decisão que foi tomada ou corrigida, para ver se o resultado previsto foi
obtido com sucesso.
Para que o planejador não se perca durante a execução de toda a ação, é preciso que
seja feito o plano da ação, que é a apresentação sistematizada e justificada das decisões
relativas à ação a ser tomada. O plano é essencial para a aplicação da ação, pois é neste
documento que diz o que irá ser feito, quando, de qual maneira, e por quem será realizado, e
desta forma, poderá chegar aos resultados a serem obtidos.
A palavra planejar é de suma importância para quem planeja, pois ela é sinônima de
preparar e organizar bem a ação, incluindo a acompanhá-la para confirmar ou corrigir o que
foi decidido, e ainda revisá-la e criticar a preparação, depois de terminada a ação.
Assim, se você está realmente interessado em chegar aos objetivos
previstos, você não pode, depois de começada a ação, passar a
improvisar na solução dos problemas que começam a surgir, na
correção das decisões que começam a se mostrar erradas, na
consideração de situações inesperadas que sua capacidade de previsão
não pôde identificar previamente. (p. 18).
Quando o planejador coloca a ação em prática, é preciso que tudo seja feito com muito
cuidado e atenção, pois nem sempre há a possibilidade de verificar os erros antes de eles
serem cometidos, por isso que o plano deve ser feito pensado em todos os aspectos, sejam eles
positivos ou negativos.
Já com o plano em curso, pode também aparecer situações que seja necessário ter uma
outra alternativa para solucionar o problema, introduzindo ações novas que nem haviam sido
cogitadas no plano inicial, seja para completar resultados considerados insuficientes, ou seja
para fazer frente a efeitos ou reações provocadas pelas ações que já foram realizadas.
O planejador quando efetua o plano não pode transformar este em algo rígido, que não
aceita mudanças e transformações, é preciso que haja uma certa disciplina na ação, mas pode
ocorrer modificações no decorrer da ação, porque senão o plano vai virar um fim em si
mesmo.
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Caso o planejador necessite executar a ação antes de finalizar o plano, ele poderia
elaborar um pré-plano ou plano provisório para colocar a ação em curso, pois desta forma os
projetos não ficariam parados, e no decorrer da ação, o planejador cria o plano, já com todos
os elementos que foram analisados.
Durante o planejamento é preciso preparar, tomar, retomar e revisar as decisões
relativas à ação na qual esta planejando, refletir sobre as decisões dos objetivos da ação, sobre
a política para a realização desses objetivos e sobre a organização propriamente dita. Os
objetivos são os resultados na qual pretende alcançar, o que pretende obter com a ação; a
política é o caminho, o modo pelo qual seria possível realizar esses objetivos; e a organização
da ação é a determinação do uso dos meios que serão utilizados para a realização dos
objetivos propostos na ação.
Em síntese, podemos perceber que, o autor ao mesmo tempo em que explica o que é
o planejamento, ele também faz críticas aos planejadores que fazem os planos sem pensarem
nas ações, nos objetivos propostos, e nas etapas a serem seguidas para que tal ação seja
realizada. Nesse sentido, podemos perceber que para executar bem um plano, uma ação, e
alcançar todos os objetivos propostos, é necessário entender todo o processo, e não somente
simplesmente planejar.

Recebido para publicação 11/04/2012


Aceito para publicação 07/05/2012

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