0510112018 Jomal do Brasil-Pals - Contos a Estatuto da Familia aprovado em comissie defendem arquvamento
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Pais
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Contrarios a Estatuto da Familia aprovado em comissao
defendem arquivamento
Agincia Basi
os de unides homoafetivas
Nem os mais otimistas integrantes de movimentos favoraveis aos dir:
acreditavam em um resultado diferente na Giltima semana. A aprovacao do Estatuto da Familia (Projeto
de Lei 6583/13) por 17 votos favoraveis e cinco contrarios era tida como certa diante de uma comissao
composta majoritariamente por parlamentares de bancadas religiosas. 0 texto do relator deputado Diego
Garcia (PHS-PR), que define a familia como o niicleo formado a partir da uniao entre um homem e uma
muther, foi considerado um retrocesso por diversos segmentos que ainda esperam o arquivamento pelo
plenério.
“A pauta do estatuto é desenhar esta familia, dizer qual é 0 padrao natural, mas a sociedade nao é
estanque, ela se reorganiza e agora tem estatuto dizendo que este é Unico modelo de familia que merece
0s investimentos em politicas publicas”, disse Patricia da Silva, assistente social e diretora do Consetho
Regional de Servico Social (CRESS-SP)..
Atuando na ponta, no atendimento as familias, Patricia afirmou que os espacos piblicos esto tomados
de conservadorismo e alertou para o risco de, o estatuto virando lei, restringir direitos fundamentais a
algumas pessoas. “A politica social diz que o centro é a familia e todos os investimento que recebemos &
para essas familias, independente da formacao. A partir do momento que o estatuto retira isso, a
pluralidade, qual sera o investimento e quem o Estado vai permitir que a gente atenda enquanto familia?
Como vamos olhar para a familia que nao tem a formagao que o estatuto prevé”, disse.
0 argumento dos conservadores é que a Constituicdo explicita claramente o conceito de familia no artigo
226. E foi neste dispositive que os parlamentares encontraram a lacuna para criar uma lei que
assegurasse direitos como o do atendimento garantido em satide. "A Constituico da Republica Federativa
do Brasil de 1988 reconheceu um dado que é da natureza. Porque o afeto nao é critério constitutivo de
familia. As pessoas que quiserem ter 0 afeto que tenham, e o Estado vai garantir isso. Dai a transformar
em entidade estavel, que garante a procriacao e a formacao de pessoas, ¢ outra conversa. Nao estamos
querendo impor nada, pelo contrario. Nés humildemente estamos reconhecendo o que a natureza
prescreve", argumentou o deputado Evandro Gussi (PV-SP).
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Durante os debates na comissao especial, deputados do PT, PCdoB, PTN ¢ PSOL tentaram, em vao, adiar
a votacao para ganhar mais tempo para convencer por uma mudanga no texto. Os deputados Glauber
Braga (PSOL-RJ), Maria do Rosario (PT-RS), Bacelar (PTN) e Erika Kokay (PT-DF) protagonizaram os
diversos requerimentos de adiamento que foram colocados em pauta, levando a sessao a se estender por
quase cinco horas. “Quanto mais essa comisséo caminha, mas tenho convicgao de que esta sendo
tramado um golpe no pais. Temos que ter liberdade nas nossas relacdes. Que légica ¢ essa que impede a
relacao de um com 0 outro, Esse estatuto nasce morto. Sera barrado no STF”, disse Erika Kokay, que
varias vezes lembrou que o Supremo Tribunal Federal (STF) ja decidiu favoravelmente & unio civil
homoafetiva.
Em decisao sobre uma aco direta de inconstitucionalidade (ADI 4277), ajuizada pela Procuradoria-Geral
da Repiblica, 0 entao ministro do STF Ayres Britto declarou que nenhum dos dispositivos da Constituigao
Federal que tratam da familia proibem formacao a partir de uma relacéo homoafetiva. Segundo ele,
diferentemente da Constituicao de 1967, que previa a familia constituida somente pelo casamento, a
versio de 1988 evoluiu para dar énfase a instituicao da familia, independentemente da preferéncia
sexual de seus integrantes. “A preferéncia sexual é um auténtico bem da humanidade”, disse,
completando que o artigo 1723 do Cédigo Civil deve ser interpretado conforme a Constitui¢ao, excluindo
“qualquer significado que impeca o reconhecimento da uniao continua, publica e duradoura entre pessoas
do mesmo sexo como ‘entidade familiar’, entendida esta como sinénimo perfeito de ‘familia’”.
conprie [i]
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