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29/08/2018 ‘Empatia deve ser ensinada pelo exemplo’ - Educação - Estadão

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‘Empatia deve ser ensinada pelo


exemplo’
Ficou mais difícil ser colaborativo, afirma pesquisador de Harvard; redes sociais podem nos
aproximar dos diferentes

Entrevista com

Howard Gardner, pesquisador da Universidade Harvard e autor da teoria das inteligências múltiplas
Júlia Marques, O Estado de S.Paulo
28 Agosto 2018 | 03h00

Na década de 1980, o psicólogo Howard Gardner, ligado à Universidade Harvard (EUA), transformou a
educação com sua teoria sobre as inteligências múltiplas. A pesquisa ampliava o olhar sobre a
capacidade humana, apresentando outros tipos de competências, como musical, espacial e interpessoal.
Para ele, aprender as competências interpessoais – o que envolve empatia e colaboração – não é mais
difícil do que Matemática. A forma de ensiná-las é que muda. “Se o professor não tem e não demonstra
compreensão e sensibilidade com os outros, não há como suas crianças desenvolverem isso”, disse ao
Estado o pesquisador, que esteve no Rio este mês para o Congresso LIV Socioemocional, realizado pela
Eleva Educação.

https://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,empatia-deve-ser-ensinada-pelo-exemplo,70002476208 1/6
29/08/2018 ‘Empatia deve ser ensinada pelo exemplo’ - Educação - Estadão

‘As fake news exigem regulação’, afirma ele  Foto: Davi Campana/RW

No Brasil, especialistas discutem mais como ajudar crianças a desenvolver habilidades interpessoais.
Essa inteligência é mais difícil de aprender? 

Não é difícil adquirir habilidades interpessoais. Mas não devemos ensinar didaticamente – dando um
conjunto de regras e testando-as. Em vez disso, desenvolvemos habilidades interpessoais vendo
exemplos positivos de professores, pais e alunos mais velhos.

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Os professores estão preparados para ensinar isso? Como podemos prepará-los?

É bom ler histórias, falar sobre elas, representá-las – mas isso é muito menos importante do que ter
modelos poderosos, que podem ter impactos em comportamentos insensíveis.

O senhor já falou sobre uma "inteligência pedagógica". Para se tornar bom professor, é necessário ter
essa inteligência?
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29/08/2018 ‘Empatia deve ser ensinada pelo exemplo’ - Educação - Estadão
Existe algo como a capacidade de ensinar bem ou mal. E pode ser uma inteligência separada, embora
esteja claramente relacionada às inteligências interpessoal e intrapessoal. Não acho que alguém deva se
tornar professor a menos que tenha pelo menos uma inteligência pedagógica. Ninguém aceitaria um
violoncelista sem inteligência musical! Podemos certamente melhorar nossa inteligência pedagógica –
ter bons exemplos e feedback ajuda.

Somos mais globalizados e conectados. Está mais difícil ser colaborativo e empático? 

Acho que é mais difícil. Não previ isso, mas parte significativa da população é incapaz de lidar com a
mudança rápida sobre os fatores que você mencionou e com a fragilidade do emprego. Temos reação
contra essas forças, com mais racismo, xenofobia e predileção por líderes autoritários. E, assim,
aumentar a colaboração e a empatia – exceto entre indivíduos muito parecidos entre si – é um desafio
maior. Mas temos de enfrentar esse desafio, ou estaremos em guerra uns com os outros cada vez mais.
As mídias sociais desempenham papel importante. Podemos nos conectar melhor com pessoas
diferentes de nós e distantes, ou podemos nos isolar e nos dedicar a insultos. Precisamos de poderosos
exemplos positivos aqui e, embora não fique feliz em dizer isso, talvez precisemos regular mais as
mídias sociais. As fake news são apenas uma das áreas que exigem regulação responsável por agentes
confiáveis.

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‘Tudo o que a gente faz envolve


informática’, diz advogado
Para Renato Opice Blum, profissional ainda não vem preparado para as demandas do Direito
Digital

Entrevista com

Renato Opice Blum


Guilherme Guerra, Especial para O Estado
14 Agosto 2018 | 03h00

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29/08/2018 ‘Empatia deve ser ensinada pelo exemplo’ - Educação - Estadão

O advogado Renato Opice Blum formou-se em uma época em que não se falava sobre Direito Digital no
Brasil. Experiências como estagiário, no entanto, levaram o rapaz a se deparar com problemas de
software e hardware relacionados ao Direito. Em 1997, dois anos depois de se formar nas Faculdades
Metropolitanas Unidas (FMU), o advogado montou com o pai a “primeira butique jurídica do Brasil
especializada em Direito Digital”, como descreve o site de seu escritório, que leva o sobrenome da
família.

Hoje, a equipe conta com cem funcionários e atua em compliance digital, segurança da informação,
privacidade, proteção de dados, criptomoedas, crimes eletrônicos e fraudes digitais, entre outras áreas.
O escritório de Blum aproveita a boa onda por que passa o Direito Digital no Brasil, afetado
principalmente por leis de regulamentação de proteção de dados, como o Regulamento Geral sobre a
Proteção de Dados (GDPR, na sigla em inglês) ou a nova lei brasileira de proteção de dados, que
aguarda sanção presidencial desde maio.

Como a nova lei aprovada pelo Senado, aguardando sanção da Presidência, pode mudar o dia a dia do
trabalho?

Vai aumentar muito a demanda de trabalho. A gente agora tem um aumento decorrente diretamente da
lei europeia (GDPR, sigla em inglês para Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados, aprovado em
maio deste ano pela União Europeia), que já traz consequências para as empresas brasileiras, sejam ou
não ligadas a companhias europeias. Com a lei, há obrigatoriedade em dar conformidade e compliance.
Nós estimamos que o trabalho do escritório dobre em relação a ações de conformidade em virtude
dessa nova lei.

Como é atualmente o mercado de Direito Digital no Brasil?

O Brasil tem uma demanda peculiar em virtude da interatividade do brasileiro. Ele é muito conectado,
então a informação do brasileiro tem muita relevância. E isso cria uma série de consequências jurídicas,
seja na utilização de dados (como na parte contratual), seja na repressão do uso indevido desses dados.
Mas o mercado brasileiro é muito bom.

A academia é ligada ao Direito Digital ou é resistente a esse tema?

Nós já temos faculdades com disciplinas específicas de Direito Digital ou Eletrônico na graduação.
Existem algumas pós-graduações, extensões, em várias universidades no Brasil inteiro. Há uma
demanda crescente por essas disciplinas. Elas começaram antigamente como optativas e hoje muitas
delas são obrigatórias. É uma área que atrai. É moderno falar em Direito Digital.

Na sua época de faculdade, qual era o cenário para o Direito Digital?

Não tinha. Existiam apenas áreas normais, como Direito Civil. Forçando um pouquinho, a área mais
próxima era o Direito Autoral. Depois começou o Direito de Informática, mas na época que eu fiz
faculdade não existia.

Você vê com bons olhos essas iniciativas no Brasil?

Sim, isso mostra modernidade e atrai o estudante. Tudo o que a gente faz hoje envolve o uso da
informática e do digital.

O profissional vem preparado para o mercado?

Não, ele não vem preparado. No mínimo tem de fazer uma especialização e começar na prática para ter
alguma experiência curricular. Eu tenho para mim que não existe profissional preparado, até em função
das necessidades. Quem faz curso na graduação tem uma vantagem porque já tem o conhecimento
básico. Se fizer uma especialização, mais ainda. A prática é o que mais conta. No recrutamento, não levo
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29/08/2018 ‘Empatia deve ser ensinada pelo exemplo’ - Educação - Estadão
muito em consideração a universidade. Considero como o profissional se porta em dinâmicas de grupo,
os objetivos e a conversa em si. E também a experiência dele e o que estudou além da academia.

Renato Opice Blum é vice-presidente da Comissão Especial em Direito Digital e Compliance da Ordem
dos Advogados do Brasil - São Paulo (OAB-SP) e é presidente da Comissão Especial em Direito Digital
2018 do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp)

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