Você está na página 1de 5

___________________________________________________________________________

COMITÊ DE IMPRENSA

PRIVACIDADE
10 MOTIVOS QUE MOSTRAM POR
QUE É DE INTERESSE DE TODOS

Resumo
A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), criada em 14 de agosto de
2018, entrou em vigor em setembro de 2020. De lá para cá, tem sido uma das leis
mais faladas no Brasil dos últimos 30 anos — desde o Código de Defesa do
Consumidor (CDC). Essa lei, a LGPD, obriga todas as empresas a investirem
em segurança da informação por meio de medidas técnica e administrativas
capazes de proteger os dados pessoais de todas as empresas que coletam
nome, RG, CPF, endereços, telefone etc. para assim aumentar a privacidade dos
brasileiros. Confira 10 pontos que mostram o porque da privacidade interessar a
todos.

Comitê de Imprensa ● Documento Público/Publicado ● anppd.org


ANPPD® - Associação Nacional dos Profissionais de Privacidade de Dados
2022
Introdução

Diversos aspectos negativos podem ocorrer, não só com um indivíduo, mas


com toda a sociedade, uma vez que a manipulação indevida de dados
sensíveis, capazes da criação de estereótipos e perfis comportamentais, pode
comprometer as políticas públicas. É o que afirma Nilton Moreira dos Santos,
gerente de projetos de TI da DATASUS. Por isso confira a seguir os dez
motivos sobre o porquê a privacidade importa para todos.

1. Para diminuir a influência sobre nós!


Quanto mais alguém sabe sobre nós, mais poder tem sobre nossas vidas. É
adequado limitar o poder que os outros podem ter sobre nós e assim
garantirmos uma autonomia em nossas decisões sem influência externa.

2. Para promover o respeito pelas pessoas


Privacidade é respeitar pessoas. Se uma pessoa tem um desejo de manter
algo em sigilo, é desrespeitoso ignorar os seus desejos sem uma razão
convincente.

3. Para o autocontrole sobre nossa reputação


A privacidade permite que possamos gerenciar nossa reputação. O modo
como somos julgados pelos outros afeta nossas oportunidades, amizades e
bem-estar geral. Sabermos o que estão falando sobre nós, deve haver o
nosso consentimento. Uma frase bem comum na área da saúde expressa essa
importância: “Nada sobre mim sem mim!”.

4. Precisamos impor limites dos outros para conosco


As pessoas estabelecem limites dos outros na sociedade. Esses limites são
físicos e informativos. Por exemplo, ninguém precisa saber onde estamos em
todos os momentos. Já diria a frase filosófica: “Uma sociedade sem limites se
autodestrói”.

5. Vivemos por confiança!


Nos relacionamentos, sejam pessoais, profissionais, governamentais ou
comerciais, dependemos de confiar na outra parte. Violações de
confidencialidade são violações dessa confiança. Você confiaria em uma
pessoa que promete usar seus segredos ou seus dados para outra finalidade?

Comitê de Imprensa ● Documento Público/Publicado ● anppd.org


ANPPD® - Associação Nacional dos Profissionais de Privacidade de Dados
2022
6. Precisamos do controle sobre nossa vida.
Sem termos conhecimento de quais dados estão sendo usados, como estão
sendo usados, a capacidade de corrigi-los e alterá-los, estamos praticamente
desamparados no mundo de hoje. Imagine as consequências negativas se
todas as pessoas que, de algum modo, tiveram conflito conosco, soubessem
onde moramos ou com quem estamos agora?

7. É nosso direito à liberdade de pensamento e fala


Privacidade é a chave para a liberdade de pensamento, uma vez que
respeitosamente, de modo verídico, respaldado por evidências e na forma
ética. Um olhar atento sobre tudo o que lemos ou assistimos pode nos permitir
explorar outros pensamentos.

8. Porque precisamos viver em grupo

A privacidade ajuda a proteger nossa capacidade de nos associarmos a outras


pessoas e participar de atividades políticas, religiosa, ou quaisquer grupos ao
qual tenhamos afinidades. A identificação social e formação de agrupamentos
foi a base primordial para o progresso dos seres humanos, se tornando mais
fortes e garantindo a sobrevivência da espécie.

9. É desgastante ter que se explicar ou se justificar

Pode ser pesado demais se tivermos que pensar em como tudo o que fazemos
será percebido pelos outros e que teremos que estar prontos para explicar
situações embaraçosas. Os conceitos pré-existentes que carregamos em
virtudes de nossa criação, crenças e sociedade moldam nosso pensamento. É
algo muito íntimo e singular de cada indivíduo, o que pode ser difícil o
entendimento por quem não teve as mesmas vivências.

10. É impossível viver “sem máscaras” 100% do tempo

A sinceridade é uma qualidade do ser humano. Entretanto, para o convício


social, as pessoas devem ter “filtros” sobre o que falar, qual é a hora mais
adequada e como se deve falar. Os seres humanos não são máquinas, e a
comunicação é menos de 20% verbal, influenciada em maior parte por gestos,
tons, expressões, entre outros. A estrutura psíquica de uma mente socialmente
saudável se divide em: id, ego e superego, sendo o primeiro responsável pelos
nossos impulsos primitivos, nervosismos e agressividade. Já o ego se
apresenta em nosso estado emocional, com todas suas variações. O superego
é a voz que nos controla, nos segurando e justamente instruindo sobre os
impactos das nossas ações. A pessoa que vive 100% em sinceridade

Comitê de Imprensa ● Documento Público/Publicado ● anppd.org


ANPPD® - Associação Nacional dos Profissionais de Privacidade de Dados
2022
pode não estar com essas estruturas mentais balanceadas e assim impactar
negativamente nas relações sociais. É necessário (e sadio) uma “máscara
social” para uso no trabalho, outra para casa, e uma terceira para quando
estamos só nós mesmos, ou seja, em total privacidade.

Segurança da informação em órgãos públicos

Como observado, a falta de privacidade pode impactar o convício tanto no


âmbito familiar como de uma sociedade. Por causa disso, diversos órgãos
públicos já estão readaptando sua estrutura interna para conter uma área
dedicada à privacidade. É o caso do Ministério da Saúde do Brasil, que já
figura como referência por implementar a Assessoria Especial de Privacidade
de Dados (AEPD), que inovou na criação dessa área, vinculada diretamente ao
Gabinete do Ministro, mostrando a importância do tema no MS, que contém
um grande volume de dados pessoais de todos os brasileiros. Para o
DPO/Encarregado do Ministério da Saúde, Marcio Neves Arbach, é de extrema
importância os dados pessoais relativos à saúde da população, que além de
serem sensíveis e tratados em grandes volumes, o Ministério da Saúde tem se
preocupado em conscientizar tantos os servidores públicos internos como os
impactados externamente por meio da promoção de ações educativas sobre a
importância dos dados sensíveis na saúde pública do Brasil.

O fato de o Ministério da Saúde já conter essa estrutura dedicada para tratar


da privacidade, e vinculada diretamente à alta administração, mostra o
alinhamento com as práticas internacionais (por também possuírem essa
orientação), positivada no Art. 38, §3º quando diz: “O encarregado da proteção
de dados informa diretamente a direção ao mais alto nível do responsável pelo
tratamento”. Entretanto, vale destacar que deve haver uma continuidade para
que as práticas de proteção de dados realmente reflitam na adoção das
medidas, implementando controles técnicos e administrativos em segurança da
informação. Só assim é possível prevenir ataques hackers e,
consequentemente, exposição de dados pessoais sensíveis.

Assim, o ministério nomeou o seu DPO/Encarregado de Proteção dos Dados


Pessoais. É altamente recomendado que todos os órgãos públicos e empresas
também designem quem será esse responsável em suas instituições. Para
consultar quem são os profissionais de privacidade disponíveis no seu Estado,
veja no site da Associação Nacional dos Profissionais de Privacidade de
Dados (ANPPD). Quer se aprofundar no assunto, tem alguma dúvida,
comentário ou quer compartilhar sua experiência nesse tema? Escreva o autor
no Instagram: @davisalvesphd.

Comitê de Imprensa ● Documento Público/Publicado ● anppd.org


ANPPD® - Associação Nacional dos Profissionais de Privacidade de Dados
2022
CLASSIFICAÇÃO DESSE DOCUMENTO - PÚBLICO

AUTOR:
DAVIS ALVES, PH.D
PRESIDENTE DA ANPPD

PUBLICADO ORIGINALMENTE:
COLUNA DAVIS ALVES – SEGURANÇA & TECNOLOGIA
PORTAL JOVEM PAN NEWS

DISPONÍVEL EM:
HTTPS://JOVEMPAN.COM.BR/OPINIAO-JOVEM-PAN/COMENTARISTAS/DAVIS-
ALVES/POR-QUE-NAO-PODEMOS-ABRIR-MAO-DA-PRIVACIDADE-E-
DEVEMOS-TOMAR-CUIDADO-COM-NOSSOS-DADOS-NA-INTERNET.HTML

DEZEMBRO DE 2022

Comitê de Imprensa ● Documento Público/Publicado ● anppd.org


ANPPD® - Associação Nacional dos Profissionais de Privacidade de Dados
2022

Você também pode gostar