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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS

UNIDADE DE PASSOS
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO

Ana Paula Santos

PASSOS–MG
2016
Ana Paula Santos

PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO

Monografia apresentada à Universidade


do Estado de Minas Gerais, unidade de
Passos, como parte das exigências para
obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Civil

PASSOS –MG
2016
Ana Paula Santos

PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO

Comissão Examinadora

Passos, 14 de Junho de 2016.


DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha


família e a todos que me apoiaram
nessa nova etapa acadêmica.
AGRADECIMENTOS

A Deus que muito me ajudou nessa jornada de estudos e trabalhos, sempre nos
momentos de dúvida, me auxiliando a seguir o melhor caminho
A minha família pela insubstituível força, dedicação e perseverança que
conduziram minha educação. Aos amigos da faculdade, que tive o prazer de conviver
diariamente e trocar experiências, conhecimentos e sorrisos.
Aos queridos mestres e orientadora, por abrir novos horizontes de sabedoria e
conhecimento.
RESUMO

Este trabalho mostra, a partir de uma revisão bibliográfica, a importância do Plano de


Prevenção e Proteção Contra Incêndios (PPCI) no espaço coletivo, a influência do
PPCI na proteção da vida humana e do patrimônio, e como ele torna o ambiente mais
seguro e de fácil acesso externo, além de detalhar o processo para a elaboração de um
Projeto Técnico Simplificado (PTS), o qual se aplica a edificações e/ou áreas de risco
com área de até 750m² entre outra exigências. O estudo apresenta dados adquiridos a
partir de Normas Regulamentadoras, Instruções Técnicas, Leis, Decretos entre outros.

Palavras-chave: Prevenção; Fogo; Incêndios.


ABSTRACT

This work shows , from a literature review the importance of the Plan of Prevention and
Fire Protection ( PPCI ) in the collective space , the influence of PPCI in the protection of
human life and property, and how it makes the environment safer and easy external
access , in addition to detailing the process for the preparation of a Simplified Technical
Project (PTS ), which applies to buildings and / or risk areas with an area of up to 750m²
among other requirements. The study presents data acquired from Regulatory
Standards , Technical Instructions , Laws , Decrees and others.

Key - Word: Prevention; Fire; Fires.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Triângulo do Fogo ............................................................................................................ 13


Figura 2 – Tabela 1 da NBR 12693/2013 Parte 1 ...................................................................... 28
Figura 3 – Tabela 1 da NBR 12693/2013 Parte 2 ...................................................................... 29
Figura 4 – Tabela 1 da NBR 12693/2013 Parte 3 ...................................................................... 30
Figura 5 – Tabela 2 da NBR 9077/2001 .........................................................................................31
Figura 6 – Tabela 3 da NBR 9077/2001 .........................................................................................32
Figura 7 – Tabela 4 da NBR 9077/2001 .........................................................................................33
Figura 8 – Classificação das edificações quanto a sua carga de incêndio específica ... 34
LISTA DE SIGLAS

DRR – Disjuntor Referencial Residual

GLP – Gás de Petróleo Liquefeito

IRB - Instituto de Resseguros do Brasil

NBR – Norma Regulamentadora Brasileira

NFPA - National Fire Protection

Association NR – Norma Regulamentadora

PPCI - Plano de Prevenção e Proteção Contra

Incêndio PTS – Projeto Técnico Simplificado

SPDA - Sistema de Prevenção de Descarga Atmosférica

UEMG – Universidade Estadual de Minas Gerais


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 12
2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 13
2.1 FOGO ................................................................................................................................... 13
2.2 CLASSES DE INCÊNDIO .................................................................................................. 17
2.3 MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO .............................................................................. 18
2.4 AGENTES EXTINTORES.................................................................................................. 19
2.4.1 Água .......................................................................................................................................... 19
2.4.2 Espuma ................................................................................................................. .................... 20
2.4.3 Gases Inertes ............................................................................................................................ 20
2.4.4 Pós Químicos ............................................................................................................................ 20

2.5 LEGISLAÇÃO ..................................................................................................................... 21


2.6 SISTEMAS DE COMBATE AO FOGO .............................................................................. 21
2.7 MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO ............................................................ 22
2.8 PROJETOS ...................................................................................................................... 23
2.9 DETALHAMENTO DAS MEDIDAS DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO DE UM
PROJETO TÉCNICO SIMPLIFICADO .................................................................................. 24
2.9.1 Isolamentos de risco .............................................................................................................. 24
2.9.2 Compartimentação Vertical e Horizontal ............................................................................... 25
2.9.3 Resistência das estruturas ao fogo ........................................................................................ 26
2.9.4 Resistência dos materiais ao fogo ......................................................................................... 26

2.10 CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES .................................................................. 27


2.10.1 Classificação da edificação quanto ao risco .......................................................................... 27
2.10.2 Classificação da edificação quanto a sua ocupação ............................................................. 27
2.10.3 Classificação da edificação quanto a sua altura .................................................................... 30
2.10.4 Classificação da edificação quanto a sua área ou dimensões em planta ............................. 31
2.10.5 Classificação da edificação quanto a suas características construtivas ............................... 32
2.10.6 Classificação da edificação quanto a sua carga de incêndio ................................................ 33

2.11 CÁLCULO DA POPULAÇÃO .................................................................................. 34


2.12 SAÍDAS DE EMERGÊNCIA..................................................................................... 34
2.12.1 Cálculo do número de unidades de passagem ..................................................................... 36
2.12.2 Número mínimo de saídas de emergência ............................................................................ 37
2.12.3 Distâncias máximas a serem percorridas .............................................................................. 37
2.12.4 Descarga ................................................................................................................................ 37
2.12.5 Tempo necessário para desocupação ................................................................................... 38
2.12.6 Corredores ............................................................................................................................. 38
2.12.7 Portas ..................................................................................................................................... 39
2.12.8 Escadas ................................................................................................................................. 39
2.12.9 Guarda-corpos e Balaustradas .............................................................................................. 41
2.12.10 Corrimãos .............................................................................................................................. 42

2.13 SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA ........................................................................... 42


2.14 ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA ............................................................................ 44
2.15 EXTINTORES DE INCÊNDIO ................................................................................... 45
3 CONCLUSÃO ...........................................................................................................47
REFERÊNCIAS ..............................................................................................................48
12

1 INTRODUÇÃO

O Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios (PPCI) é uma das mais


importantes ferramentas de segurança existentes na legislação brasileira, e sua
aplicação é fundamental na prevenção de eventos catastróficos. Nosso país sofre
constantemente incidentes trágicos que poderiam ser evitados caso o PPCI do local
estivesse atualizado e se as medidas de segurança fossem sempre atendidas e
respeitadas, não somente quando há exigência de fiscalização.

Nas edificações, a proteção contra incêndios deve ser encarada como uma
obrigação e um dever de proteger acima de tudo as vidas humanas e o patrimônio
envolvido. Logo, a prevenção, instalação de processos e métodos na proteção contra
incêndios não podem ser negligenciados em favor da economia de custos, pois seus
prejuízos podem se traduzir em perdas irreparáveis.

A instalação de equipamentos de segurança coletiva procura tornar o ambiente o


mais seguro possível e facilitar o acesso externo em caso de emergência. Entre as
instalações de segurança existentes é possível citar os extintores de incêndio,
lâmpadas de emergência, placas de sinalização, saídas de emergência entre outros.
Todos estes itens possuem a finalidade de ajudar a combater o incêndio, facilitar a
evacuação do local e proteger o patrimônio físico.

Este estudo tem como objetivo fornecer informações para elaboração de um


Projeto Técnico Simplificado (PTS), o qual compreende medidas de segurança contra
incêndio para a regularização de edificações de baixo risco, a serem apresentadas para
o Corpo de Bombeiros do Estado de Minas Gerais, tendo em vista que cada estado
possui leis e normas próprias.
13

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 FOGO

Segundo Telmo Brentano (2010), o fogo é uma reação química exotérmica


denominada combustão, que ocorre com a rápida oxidação do material combustível
sólido ou líquido, com o oxigênio do ar, provocada por uma fonte de calor, que gera
chamas, desprende calor, além de emitir fumaça, gases e outros resíduos.

A representação dos três elementos básicos para que haja a combustão


(combustível, comburente e calor) dá-se por meio do triângulo do fogo, apresentado na
Figura 1.

Figura 1 - Triâgulo do fogo

Fonte: http://meunegociomelhor.com.br (2015).


14

Conforme Brentano (2010), os combustíveis podem ser sólidos, líquidos ou


gasosos. São materiais capazes de liberar energia quando reagente, fornecendo
energia para queima. Após a inflamação, os combustíveis continuam queimando sem
nenhuma adição suplementar de calor.

• Combustíveis sólidos: são eles tecido, madeira, papel, borracha, plástico, etc.
Quando aquecidos, liberam vapores combustíveis que ao se misturarem com
o oxigênio do ar geram uma mistura inflamável. Uma pequena chama, fagulha
ou contato com uma superfície aquecida provoca a combustão dessa mistura
inflamável, podendo queimar em superfície e em profundidade.

• Combustíveis líquidos: são eles gasolina, acetona, álcool etílico, etc. Ao serem
aquecidos os combustíveis líquidos vaporizam, misturando com o oxigênio do
ar, formando uma mistura inflamável, portanto, não há queima do combustível
em si, mas sim do vapor liberado misturado com o oxigênio, sendo assim, só
há combustão em superfície.

• Combustíveis gasosos: são aqueles gases metano, hidrogênio, gás de


petróleo liquefeito (GLP), etc. Os gases combustíveis tem maior facilidade
para iniciar a combustão, já que não necessitam da fase de vaporização como
os materiais combustíveis sólidos e líquidos, pois, suas moléculas tem maior
liberdade de movimento e conseguem mais facilmente encontrar e reagir com
as moléculas de oxigênio. Os gases queimam totalmente após sua mistura
com o oxigênio. Certos combustíveis gasosos se liquefazem por redução da
temperatura, como o gás natural, enquanto outros se liquefazem por
pressurização, como o gás liquefeito de petróleo.

O comburente ativa e conserva a combustão, através da reação com o combustível


(oxigênio) quebrando suas moléculas. É considerado, portanto, o alimento da
combustão. Em ambientes mais abertos, onde há circulação de ar ou vento, ou seja,
mais ricos em oxigênios, as chamas são intensificadas por ocasião de um incêndio. O
componente oxigênio no ar atmosférico seco é de 21% em volume. Quando essa
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concentração cai abaixo de 14%, a maioria dos materiais combustíveis não mantém as
chamas na sua superfície.

O calor inicia, mantém e incentiva a propagação do fogo. A fonte de calor pode ser
uma faísca elétrica, uma chama, o superaquecimento de um condutor ou aparelho
elétrico, atrito, explosão, etc.

Temperatura de ignição é a temperatura mínima na qual uma matéria combustível


sólida ou líquida começa a emitir vapores em quantidade suficiente junto à superfície,
que entra em ignição ao entrar em contato com o oxigênio do ar, independente de
qualquer fonte de calor. No caso dos gases devemos considerar também a proporção
da mistura do gás combustível com o oxigênio.

Brentano (2010) afirma que, durante o processo térmico, parte do calor se dissipa no
entorno por meio da radiação, convecção e condução, e parte desse calor serve como
energia para que se formem mais radicais livres, para que tenha continuidade o
processo da combustão, originando, então, a reação química em cadeia, que é o quarto
componente da combustão.

Produtos derivados da combustão, segundo Bayon (1978):

• Chamas: as chamas formam a parte espetacular e visível do fogo, iluminam e


atraem.

• Fumaça: a fumaça, pelo contrário, impede a visibilidade, provoca o pânico,


dificulta a saída e aproximação para o combate ao fogo, intoxica e/ou asfixia,
corrói objetos frágeis, etc.

• Gases: os gases são invisíveis, podem ser tóxicos, inodoros e sua difusão
provoca a propagação do fogo. Atualmente, com os materiais sintéticos cada
vez em maior quantidade usados nos revestimentos de construções,
aumentou a quantidade de produtos gasosos prejudiciais ao homem em uma
situação de incêndio. A fumaça e os gases tóxicos são responsáveis por mais
de 80% das mortes em incêndios.
16

• Calor: o calor aquece o ar, chegando a altíssimas temperaturas, provocando


a propagação do fogo através da combustão espontânea de certos materiais,
e a deformação e perda de resistência de outros.

• Oxigênio: o oxigênio do ar é consumido durante a combustão em ambientes


fechados, tornando-o irrespirável.

• Resíduos: os resíduos sólidos comuns, como madeiras, tecidos, borrachas,


etc.. Além de emitirem fumaça deixam resíduos (cinzas).

"A diferença entre fogo e incêndio é que o primeiro ocorre de forma pré-
ordenada, objetivando, normalmente, o benefício próprio do homem, e o segundo tem
sua ocorrência fora de controle e com prejuízos para o homem." (MORAES, 2009)

Existem vários fatores que influenciam no comportamento do fogo dentro de um


ambiente, como tipo de revestimento e acabamento, a ocupação da edificação, a
ventilação, quantidade de equipamentos existentes, etc., dessa forma, cada fogo tem
uma situação única, com velocidade e intensidade característica.

Os materiais combustíveis podem ser classificados segundo suas facilidades


para entrar em ignição e à propagação das chamas, em ordem decrescente, da
seguinte forma: mobiliário, paredes e tetos, pisos.

De acordo com Brentano (2010), o mobiliário é a primeira parte a entrar em


combustão, logo após vem o teto e as paredes, se forem combustíveis, porque os
gases, a fumaça quente e o calor se acumulam junto ao teto e nas partes mais altas
dos ambientes. Hoje a tendência é construir edificações cada vez mais seguras sob o
ponto de vista de proteção contra o fogo, pois os materiais utilizados nos revestimentos,
acabamentos e no próprio mobiliário, apresentam uma reação ao fogo cada vez maior,
porque recebem tratamentos especiais ignífugos, mas isto está acontecendo somente
em função de exigências legais recentes, que são cada vez mais severas neste sentido.
17

2.2 CLASSES DE INCÊNDIO

De acordo com Souza (2016), os incêndios são classificados em cinco classes


diferentes, de acordo com o material combustível, são elas classe A, B, C, D e I.

• Classe A: incêndio classe A ocorre em materiais de fácil combustão, como


madeiras, papéis, tecidos, etc. Esses materiais queimam de maneira rápida em
superfície e em profundidade, e deixam resíduos após a combustão. Neste caso,
a extinção se dá por resfriamento, como água, e por abafamento em ação
secundária.

• Classe B: incêndio de classe B ocorre em líquidos combustíveis inflamáveis e


gases inflamáveis, que, durante a combustão liberam muita energia, muito mais
calor que os elementos de classe A. Este tipo de material não deixa resíduos
após a combustão, e queimam somente em superfície, são eles óleos, gasolina,
gás natural, acetileno, hidrogênio, GLP, etc. A extinção se dá por abafamento,
pela quebra da cadeia de reação química e/ou pela retirada do material
combustível. O melhor agente extintor, nesse caso, é a espuma mecânica, mas
também podem ser usados produtos químicos secos, líquidos vaporizantes,
gases e água nebulizada.

• Classe C: os incêndios de classe C ocorrem nos equipamentos elétricos


energizados, portanto, devemos evitar o uso da água. A primeira coisa a ser feita
é desligar a energia elétrica do local, porém os materiais continuarão queimando,
se tornando assim, um incêndio classe A. Os agentes extintores usados nesse
caso são os não condutores de eletricidade, como o pó químico, líquidos
vaporizantes e gases. Este tipo de incêndio ocorre em instalações elétricas,
como fios que estão sendo sobrecarregados, instalações clandestinas, tomadas,
fontes, transformadores, quadros de distribuição, motores, etc.
18

• Classe D: os incêndios de classe D ocorrem em metais combustíveis e são de


fácil identificação, são os chamados "fogos de artifício". As substancias
pirofóricas queimam rapidamente atingindo temperaturas mais altas que outros
materiais combustíveis, e produzem uma chama bem característica, azul
esbranquiçada. O combate exige técnicas, equipamentos e agentes extintores
especiais para cada tipo de metal combustível, que isolam o metal combustível
impedindo seu contato com o ar atmosférico, através de uma capa protetora.
Estes materiais pirofóricos são magnésio, titânio, zircônio, lítio, alumínio, etc.

• Classe K: os fogos de classe K são os que ocorrem em óleos comestíveis de


fritura, gorduras animais em estado líquido, graxas, etc., que são usados em
cozinha comerciais e industriais. O combate ao fogo exige extintores que
proporcionem ótima cobertura em forma de lençol de abafamento. São usados
pós químicos e líquidos especiais.

• Classe E: o incêndio classe E envolve materiais radioativos e químicos, cujos


riscos acrescem ao do próprio incêndio, exigindo do brigadista um maior
conhecimento e fator de proteção.

2.3 MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO

De acordo com Brentano (2010), para extinguir o fogo é necessário eliminar, no


mínimo, um dos elementos formadores do fogo. Para isso, na maioria das vezes, deve-
se utilizar água ou certa substâncias químicas, sólidas ou gasosas, chamadas de
agentes extintores, que atuam diretamente sobre um ou mais desses elementos.

• Extinção por isolamento (retirada do material): Em alguma situações de fogo é


possível retirar o material combustível. No caso de tanques de combustíveis, o
fogo ocorre na superfície do líquido, podendo o mesmo ser retirado para outro
local através de drenos pelo fundo.

• Extinção por abafamento (retirada do comburente): Neste caso procura-se evitar


que o material em combustão reaja com o oxigênio, reduzindo a sua
19

concentração na mistura inflamável. Nos incêndios em edificações isso é


conseguido abafando o fogo com espuma aquosa, que é mais leve e insolúvel na
água, ou isolando o local com o fechamento do ambiente. Pode-se extinguir o
fogo por abafamento, também, reduzindo o índice de concentração do oxigênio
no ar, com o uso de agentes extintores de gases inertes, mais pesados que o ar,
sendo os mais comuns o CO² e o tetracloro de carbono. Eles atuam formando
uma placa protetora entre o fogo e o ar, impedindo a propagação do incêndio.

• Extinção química (quebra da cadeia de reação química): Com o lançamento ao


fogo de determinados agentes extintores, suas moléculas se dissociam pela
ação do calor formando átomos e radicais livres, que se combinam com a
mistura inflamável resultante do gás ou vapor do material combustível com o
comburente, formando outra mistura não inflamável, interrompendo a reação
química em cadeia. Determinados tipos de pós químicos são utilizados por esse
método de extinção.

2.4 AGENTES EXTINTORES

Para Bretano (2010), cada material combustível tem suas características de


combustão, exigindo, com isso, formas específicas para extinguir o fogo. O agente
extintor a ser utilizado deve ser apropriado, para que suas ações sejam rápidas e
eficientes, causando o mínimo de danos à vida das pessoas, ao conteúdo e à
edificação. Os principais agentes extintores usado são a água, espuma aquosa, gases
inertes e pós químicos.

2.4.1 ÁGUA

De acordo com MORAES (2009), a ação de extinção pela água é o resfriamento,


podendo ser empregada tanto no estado líquido como no gasoso. No estado líquido,
sob a forma de jato compacto, chuveiro e neblina. Nas formas de jato compacto
chuveiro, sua ação de extinção é somente o resfriamento. Na forma de neblina, sua
20

ação é de resfriamento e abafamento. A água no estado gasoso é aplicada em forma


de vapor.

2.4.2 ESPUMA

A espuma é um agente extintor cuja principal ação de extinção é de abafamento e,


secundariamente, de resfriamento; por utilizar razoável quantidade de água na sua
formação, conduz corrente elétrica.

A espuma pode ser obtida através de uma reação química de sulfato de alumínio
com bicarbonato de sódio e mais um agente estabilizador da espuma. Esse tipo de
espuma se chama espuma química.

Por um processo de batimento de uma mistura de água com um agente espumante


e a aspiração simultânea de ar atmosférico em esguicho próprio, temos também a
formação de espuma mecânica, que pode ser de baixa, média e alta expansão.

2.4.3 GASES INERTES

Tais como o anidrido carbônico ou gás carbônico, o nitrogênio e os


hidrocarboneto halogenados, não conduzem corrente elétrica, e extinguem o fogo por
abafamento ou rompimento de cadeia.

2.4.4 PÓS QUÍMICOS

Tais como o bicarbonato de sódio, o sulfato de alumínio, a grafite, há pós


especiais, próprios para fogo em magnésio, sódio e potássio. Esses pós químicos
geralmente atuam por abafamento e rompimento da cadeia iônica e não são condutores
de eletricidade.
21

2.5 LEGISLAÇÃO

Há um conjunto de medidas de segurança contra incêndio que visa reduzir os


riscos de ocorrência de incêndio, garantir a segurança e facilitar a intervenção dos
bombeiros através de Decretos, Leis, Portarias e Resoluções.

Como não havia parâmetros nacionais através das normas brasileiras de uma
forma abrangente, cada grande cidade do Brasil e os próprios estados criaram suas
próprias legislações, uma parte delas apoiadas nas normas brasileiras, outras nas
normas regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho e outras, ainda, nos
regulamentos das companhias de seguros.

2.6 SISTEMAS DE COMBATE AO FOGO

Segundo Brentano (2010), para se combater o fogo numa edificação, devem ser
usados os agentes extintores específicos para os materiais combustíveis existentes na
edificação.

Os sistemas de combate ao fogo podem ser adotados de acordo com o tipo de


material combustível que se quer proteger e o grau de risco da edificação, são eles:

• Sistema de extintores de incêndio. Este sistema é o obrigatório em todas as


edificações.

• Sistema de hidrantes e de mangotinhos.

• Sistema de chuveiros automáticos (“sprinklers”).

• Sistema de projetores de água.

• Sistema de espuma mecânica.

• Sistema fixo de gases.


22

2.7 MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO

Para se alcançar um grau de eficácia contra incêndios, quanto a sua concepção e


operacionalidade, são preconizadas pelas normas técnicas e legislações vigentes
medidas de proteção.

As medidas de proteção podem ser divididas em:

• Passivas ou preventivas: Estas medidas têm por objetivo minimizar as


possibilidades da eclosão de um principio de fogo, bem com reduzir a probabilidade de
seu alastramento.

• Ativas ou de combate: Estas medidas visam agir sobre o fogo já existente, para
extingui-lo ou, então, controlá-lo até à chegada do corpo de bombeiros ao local, criando
facilidades para que este combate seja o mais eficaz possível.

As principais medidas de proteção preventiva ou passiva nas edificações são:

• Afastamento entre edificações;

• Segurança estrutural das edificações;

• Compartimentações horizontais e verticais;

• Saídas de emergência;

• Sistema de controle e detecção da fumaça de incêndio;

• Sistema de detecção de calor;

• Instalação de sistema disjuntor referencial residual (DRR);

• Controle dos materiais de revestimento e acabamento;

• Controle das possíveis fontes de incêndio;

• Sistema de proteção contra descargas atmosféricas;

• Central de gás;
23

• Acesso de viaturas do corpo de bombeiros junto à edificação;

• Brigada de incêndio.

As principais medidas de proteção ativa ou de combate a focos de fogo são:

• Sistemas de detecção e de alarme de incêndio;

• Sistema de sinalização de emergência;

• Sistema de iluminação de emergência;

• Sistema de extintores de incêndio;

• Sistema de hidrantes ou de mangotinhos;

• Sistema de chuveiros automáticos (“sprinklers”);

• Sistema de espuma mecânica para combate em alguns tipos de riscos;

• Sistema fixo de gases limpos ou CO2 para combate a incêndios em alguns


tipos de riscos.

2.8 PROJETOS

Segundo Brentano (2010), a vida humana é o objetivo principal e, como tal,


sempre deve ser pensado como sendo o mais importante e delineador de todos os
parâmetros determinantes do projeto da edificação.
Os projetos dos meios de proteção para os ocupantes da edificação dependem
do tipo de ocupação da mesma, como:
• Quais são as atividades desenvolvidas na edificação?

• Quais são as possíveis fontes de fogo na edificação?

• Que produtos combustíveis são usados ou existem na edificação?


24

• Que características físicas ou mentais possuem seus ocupantes?

• Como pode ser o comportamento dos mesmos durante uma emergência de


incêndio?

Também, merece destaque a proteção do patrimônio, pois os investimentos são


bastante elevados, e, conseqüentemente, as perdas por decorrência de um incêndio.
Muitas medidas de segurança que devem ser tomadas e só podem ser
executadas quando previstas no projeto arquitetônico, porque envolvem áreas e
volumes das edificações. Para tanto, podemos afirmar da importância do projeto
arquitetônico como o início da proteção contra incêndios.
O projeto de prevenção contra incêndios são todas as medidas de proteção
contra incêndios de uma edificação que devem ser tomadas, tanto passivas como
ativas, devendo ser encaminhado aos órgãos públicos competentes para análise e
aprovação. O projeto é constituído por um conjunto de documentos escritos e gráficos.
O projeto arquitetônico e o projeto de PPCI devem ser focados em duas
premissas básicas:
• Evitar o início do fogo. Para isso, no projeto da edificação devem estar previstas
todas as medidas construtivas para que seja evitado que o fogo aconteça.
• Havendo a ocorrência de foco de fogo, devem ser previstos meios apropriados
para a desocupação com segurança e rapidez da edificação e instalações adequadas
para que seja isolado no seu local de origem e combatido de forma rápida e eficaz.

2.9 DETALHAMENTO DAS MEDIDAS DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO DE


UM PROJETO TÉCNICO SIMPLIFICADO

2.9.1 ISOLAMENTOS DE RISCO

O fogo se propaga entre edifícios isolados através de radiação térmica entre as


aberturas nas fachadas, a cobertura da edificação e pelas chamas que alcançam a
edificação vizinha; através de convecção, quando os gases quentes emitidos por uma
25

edificação atingem a edificação vizinha; ou através da condução, quando as chamas se


propagam de uma edificação para a outra.
Para que haja o isolamento deve-se se ter afastamentos mínimos entre
edificações e compartimentações, horizontais e verticais, na própria edificação, a fim de
confinar o fogo durante um determinado período, de maneira que permita a saída
segura de seus ocupantes, e o combate possa ser iniciado evitando a propagação do
fogo. O isolamento é importante também, para facilitar as operações de resgate, evitar
ou retardar o colapso parcial ou total da edificação e minimizar os danos às edificações
vizinhas e à infraestrutura pública.

2.9.2 COMPARTIMENTAÇÃO VERTICAL E HORIZONTAL

Para que seja evitada a propagação do fogo, deve-se compartilhar fisicamente a


edificação, visando dividir a mesma em células que tenham capacidade de suportar a
queima dos materiais combustíveis, impedindo e minimizando seu alastramento.
Para Moraes (2009), uma compartimentação elaborada corretamente depende
dos elementos construtivos utilizados e suas características físicas que fazem com que
ele resista a determinado tempo à ação do fogo. Ela deve possuir três características
construtivas básicas, como a estabilidade estrutural, a estanqueidade às chamas,
gases e fumaça e por fim o isolamento térmico durante um tempo predeterminado.
Assim as compartimentações de isolamento podem ser do tipo horizontal e
vertical.
A compartimentação horizontal se destina a impedir a propagação do fogo no
plano horizontal do pavimento de origem para outros ambientes ou setores do mesmo
pavimento, através de aberturas diversas existentes entre eles ou para edificações
vizinhas, através de janelas das fachadas. Ela se dá através de paredes e portas corta-
fogo, registros corta-fogo nos dutos que transpassam as paredes corta-fogo, selagem
corta-fogo da passagem de cabos elétricos e tubulações das paredes corta-fogo, e
afastamento horizontal entre janelas de setores compartimentados.
A compartimentação vertical se destina a impedir a propagação do fogo do
pavimento de origem para os pavimentos consecutivos no plano vertical, através de
26

aberturas diversas existentes entre eles ou para as edificações vizinhas através das
janelas das fachadas. Ela pode ser obtida por meio de lajes corta-fogo,
enclausuramento de escadas por paredes e portas corta-fogo, registro corta-fogo em
dutos que intercomunicam os pavimentos, selagem de abas verticais ou abas
horizontais projetando-se além da fachada, resistentes ao fogo, separando as janelas
de pavimentos consecutivos.
Segundo Brentano (2010), a compartimentação é a forma mais econômica e
eficaz de se proteger passivamente do fogo uma edificação.

2.9.3 RESISTÊNCIA DAS ESTRUTURAS AO FOGO

Sempre que ocorre um incêndio em uma edificação de forma generalizada, a


temperatura alcança níveis tão elevados que, a estrutura normalmente não suporta.
Para que isso não aconteça, elas devem ser projetadas e construídas dentro de certos
padrões mínimos de desempenho, com os seguintes objetivos:

• Que os materiais de revestimento e acabamento não só não propaguem o fogo


como não contribuam para o mesmo;

• Que as paredes de compartimentação permitam evitar e retardar a propagação


das chamas, do calor e da fumaça;

• Evitar o colapso estrutural parcial ou total da edificação.

A estrutura de uma edificação deve resistir ao incêndio permitindo que os seus


ocupantes consigam sair em segurança, garantir condições para se combater o fogo
pelo socorro externo e minimizar as possíveis perdas materiais, inclusive de edificações
vizinhas.

2.9.4 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AO FOGO

Cada material componente de uma edificação possui características que auxiliam


ou não no combate a um foco de incêndio.
27

As características construtivas da edificação, e quantidade dos materiais


utilizados na obra e os materiais combustíveis depositados no local influenciam
diretamente os níveis de temperatura que o incêndio possa atingir.

A fumaça é um importante fator a ser considerado, pois, em função da


quantidade e opacidade da fumaça, ela pode se tornar um empecilho à fuga das
pessoas e ao combate do incêndio. Os materiais empregados em uma edificação
possuem dois objetivos:

• Dificultar o alastramento de um foco de incêndio.

• Limitar a severidade do ambiente onde o fogo se originou.

2.10 CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES

A partir desta classificação serão definidas as condições construtivas de prevenção


à eclosão de foco de fogo na edificação, e os equipamentos necessários para o
combate efetivo, caso ele ocorra.

2.10.1 CLASSIFICAÇÃO DA EDIFICAÇÃO QUANTO AO RISCO

Para elaboração do PPCI, é necessária a consulta à tabela de tarifa de Seguro-


Incêndio do Brasil, que classifica os tipos de ocupação de cada edificação. De acordo
com esta tabela, o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) apresenta as seguintes
classes de ocupação quanto ao risco: Classe A (risco baixo), Classe B (risco médio) e
Classe C (risco alto).
Conforme a Norma Regulamentadora Brasileira (NBR) 12693/2013, os tipos de
ocupação de cada edificação são classificados de acordo com a carga de incêndio
especifica, podendo ser de risco baixo, risco médio ou risco alto.

2.10.2 CLASSIFICAÇÃO DA EDIFICAÇÃO QUANTO A SUA OCUPAÇÃO

Esta classificação é necessária para um correto dimensionamento do PPCI, cujo


valor será utilizado na determinação do cálculo de população, sendo seus parâmetros
28

importantes para verificarmos a proteção necessária na elaboração do mesmo. Para tal


classificação utilizamos a Tabela 1 da NBR 9077/2001, apresentada nas figuras 2,3 e 4.

Figura 2 - Tabela 1 da NBR12693/2013 Parte 1

Fonte: NBR 12693 (2013


29

Figura 3: Tabela 1 da NBR12693/2013 Parte 2

Fonte: NBR 12693 (2013)


30

Figura 4: Tabela 1 da NBR12693/2013 Parte 3

Fonte: . NBR 12693: Sistemas de proteção por extintor de incêndio, (2013).

2.10.3 CLASSIFICAÇÃO DA EDIFICAÇÃO QUANTO A SUA ALTURA

• Segundo Brentano (2010), considerando as medidas de proteção contra incêndio


devem ser implementadas três alturas:
• Altura descendente (hd): Esta altura é definida como a diferença de nível entre o
piso do último pavimento-tipo ou pavimento habitável e o nível do piso do
pavimento de descarga que dá acesso ao passeio público.
• Altura ascendente (ha): Esta altura é definida com a diferença de nível entre o
piso mais baixo da edificação, no caso o subsolo ou o último subsolo, quando
31

houver mais de um, e o nível do pavimento de descarga que dá acesso ao


passeio público.
• Altura real ou total (ht): Esta altura é definida como o desnível entre a saída para
a via pública do nível de descarga mais baixo e o nível mais alto de qualquer
edificação, geralmente o topo do reservatório superior de água fria. Ela é
utilizada no dimensionamento do sistema de proteção de descargas atmosféricas
(SPDA).
A altura é um fator importante no correto dimensionamento do PPCI, pois com
edificações cada vez mais altas, precisamos verificar os sistemas adequados para cada
empreendimento. Para tal classificação utilizamos a Tabela 2 da NBR 9077/2001,
mostrada na figura 5.

Figura 5: Tabela 2 da NBR9077/2001

Fonte: NBR 9077: Saídas de Emergências em Edifícios. (2001).

2.10.4 CLASSIFICAÇÃO DA EDIFICAÇÃO QUANTO A SUA ÁREA OU DIMENSÕES EM PLANTA

A área do pavimento ou de toda a edificação é um parâmetro determinante para a


escolha do tipo de proteção contra o fogo a ser utilizado. Segundo Brentano (2010), as
32

edificações são classificadas em dois grandes grupos, para todas as ocupações com
área:
• Inferior ou igual a 750 m².
• Superior a 750 m².

As edificações são classificadas quanto às suas dimensões em planta de acordo


com a Tabela 3 da NBR 9077/2001, mostrada na figura 6.

Figura 6: Tabela 3 da NBR9077/2001

Fonte: NBR 9077: Saídas de Emergências em Edifícios. (2001).

2.10.5 CLASSIFICAÇÃO DA EDIFICAÇÃO QUANTO A SUAS CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS

As edificações podem apresentar maior ou menor facilidade para a propagação


do fogo, conforme as suas concepções arquitetônicas e estruturais e os materiais
utilizados.
As edificações são classificadas quanto às suas características construtivas de
acordo com a Tabela 4 da NBR 9077/2001, representada na figura 7.
33

Figura 7: Tabela 4 da NBR9077/2001

Fonte: NBR 9077: Saídas de Emergências em Edifícios. (2001).

2.10.6 CLASSIFICAÇÃO DA EDIFICAÇÃO QUANTO A SUA CARGA DE INCÊNDIO

Para entender esta classificação, deve-se compreender a designação de carga


de incêndio e de carga de incêndio especifica.
De acordo com Bretano (2010), carga de incêndio na edificação é a soma da
adição das energias caloríficas possíveis de serem liberadas pela combustão completa
de todos os materiais combustíveis contidos num ambiente, pavimento ou edificação,
inclusive os revestimentos das paredes, divisórias, pisos e tetos.
Carga de incêndio especifica é o valor da carga de incêndio total dividido pela
área de piso correspondente, expresso em megajoules por metro quadrado (Mj/m²).
As edificações quanto a sua carga de incêndio especifica, de acordo com a NBR
12693/2013, podem ser classificadas em risco baixo, risco médio e risco alto,
como mostra o detalhamento do Quadro 1, como visto na figura 8.
34

Figura 8 - Classificação das edificações quanto a sua carga de incêndio especifica

Fonte: Brentano (2007, pag. 70).

2.11 CÁLCULO DA POPULAÇÃO

A importância do cálculo da população em uma edificação se dá pelo fato de


fornecer dados para o dimensionamento das saídas de emergência, independente do
número real de ocupantes da mesma.
Segundo Brentano (2010), o cálculo da população é determinado pela sua
ocupação, área do pavimento ou da edificação, obtida pelo projeto arquitetônico e pela
sua densidade ocupacional.
A fórmula utilizada é:

P = A x Do

Onde:
P = População em número de pessoas,
A: Área do ambiente, pavimento ou edificação em m²,
Do: Densidade ocupacional, em nº de pessoas/m²

2.12 SAÍDAS DE EMERGÊNCIA

Para Brentano (2010), a saída de emergência ou rota de saída de emergência é


um caminho contínuo, devidamente protegido, sinalizado e iluminado, constituído por
35

portas, corredores, vestíbulos, escadas, rampas, saguões, passagens externas, etc., a


ser percorrido pelos ocupantes, por seus próprios meios, em caso de incêndio ou de
outra emergência, a partir de qualquer ponto da edificação, até atingir a via publica ou
outro espaço externo devidamente seguro.
De acordo com a NBR 9077/2001, os objetivos básicos das saídas de
emergência são possibilitar que os seus ocupantes se desloquem com segurança por
seus próprios meios, de qualquer ponto da edificação para um lugar livre da ação do
fogo, calor, fumaça e gases, independente da origem do fogo, e, também, permitir o
acesso externo do corpo de bombeiros, para efetuar de forma rápida e segura o
salvamento dos ocupantes.
As saídas de emergência devem atender as determinações legais de
acessibilidade às edificações dispostas na NBR 9050/2004. Também devem possuir
uma rota acessível para um trajeto contínuo, desobstruído e sinalizado, que conecta os
ambientes das edificações, e que possa ser utilizada de formas autônomas e segura
por todas as pessoas, inclusive aquelas com deficiência física ou mobilidade reduzida.
As rotas das saídas de emergência compreendem de forma geral os seguintes
aspectos:
• No plano horizontal: São considerados todos os caminhos ou espaços
localizados no interior dos pavimentos, que podem dar acesso a uma área de refugio no
mesmo pavimento ou diretamente às escadas, rampas ou elevadores de emergência.
Estas rotas podem ser corredores, passarelas, varandas, terraços, sacadas, etc.
• No plano vertical: São considerados todos os caminhos ou meios utilizados
para se deslocar entre pavimentos de diferentes níveis, que dão acesso a áreas de
refúgio ou ao pavimento de descarga. Estas rotas são escadas, rampas e elevadores
de emergência.
Os elementos de cálculo necessários para o dimensionamento das rotas de
saída de emergência de uma edificação são:
• Cálculo da população de acordo com a sua ocupação.
• Cálculo do número de unidades de passagem necessário.
• Distâncias máximas a serem percorridas.
• Determinação do número mínimo de saídas de emergência.
36

• Tempo necessário para a desocupação total da edificação

2.12.1 CÁLCULO DO NÚMERO DE UNIDADES DE PASSAGEM

Conforme a NBR 9077/2001, a largura das saídas deve ser dimensionada de


acordo com a população que por ela transitar, sendo que os acessos são
dimensionados em função da população de cada pavimento, porém as escadas,
rampas e descargas são dimensionados em função do pavimento de maior população,
considerando-se o sentido da saída.
Para o cálculo do número de unidades de passagem necessário nas rotas de
saída de emergência usa-se a formula:

N=P/C

Onde:
N = Número de unidades de passagem,
P = População do ambiente, pavimento ou edificação, em nº de pessoas,
C = Capacidade da unidade de passagem, em nº de pessoas por minuto/ unidade
de passagem, de acordo com a ocupação da edificação, de acordo com a tabela 5 da
NBR 9077/2001.

As larguras mínimas das saídas de emergência estipuladas pela NBR


9077/2001, são as seguintes:
a) 1,10 m, correspondendo a duas unidades de passagem de 55 cm, para as
ocupações em geral, ressalvado o disposto a seguir;
b) 2,20 m, para permitir a passagem de macas, camas, e outros, nas ocupações do
grupo H, divisão H-3.

As larguras das saídas deve ser medida na sua parte mais estreita, não sendo
admitidas saliências de alizares, pilares e etc, com dimensões maiores que 10x25 cm.
37

2.12.2 NÚMERO MÍNIMO DE SAÍDAS DE EMERGÊNCIA

O número mínimo de saídas exigidas para os diferentes tipos de ocupação é


determinado em função da sua altura, dimensões em planta e características
construtivas de cada edificação, de acordo com Tabela 7 da NBR 9077/2001.
Também, admite-se saída única em habitações multifamiliares (A-2), quando não
houver mais de quatro unidades autônomas por pavimento.

2.12.3 DISTÂNCIAS MÁXIMAS A SEREM PERCORRIDAS

Consiste na distância entre o ponto mais afastado e o acesso a uma saída de


emergência segura, devendo sempre considerar o risco à vida humana decorrente do
fogo, podendo variar de acordo com a ocupação, características construtivas da
edificação e a existência de chuveiros automáticos para a contenção dos incêndios.
As distancias máximas a serem percorridas constam na Tabela 6 da NBR
9077/2001.
Segundo Brentano (2010), as saídas e as escadas devem ser localizadas de
forma a propiciar efetivamente aos ocupantes a oportunidade de escolher a melhor rota
de saída, mas para isso devem estar suficientemente afastadas umas das outras.

2.12.4 DESCARGA

Brentano (2010) descreve descarga ou área de descarga como trecho da rota de


saída de emergência de uma edificação constituída pelo espaço entre o término de uma
escada, rampa ou elevador de emergência e uma porta, que dá acesso a uma área
externa protegida ou para a via pública.
A descarga pode ser constituída por:
• Corredor ou saguão enclausurado,
• Área aberta com pilotis,
• Corredor a céu aberto.
38

2.12.5 TEMPO NECESSÁRIO PARA DESOCUPAÇÃO

Um dado importante nas saídas de emergência é o tempo necessário para que


toda a edificação seja desocupada numa situação de incêndio, considerando as
diversidades de possibilidades de locomoção e de velocidade de deslocamento de seus
ocupantes.
Segundo Brentano (2010), recomenda-se para as velocidades médias de
deslocamentos e o tempo máximo de desocupação:
• Velocidade de deslocamento
• Trajetos horizontais = 20 m/min.
• Escadas = 5 m/min.
• Tempo máximo para a desocupação total de uma edificação = 20 min.

2.12.6 CORREDORES

Os corredores têm um papel fundamental na evacuação de uma edificação,


sendo que nos mesmos recomenda-se ter paredes revestidas com materiais resistentes
ao fogo e que não desprendam gases tóxicos e fumaça. Além disso, corredores longos
devem possuir aberturas para exaustão.
Os corredores devem arbitrar as seguintes considerações:
• Permitir o fluxo fácil de todos os ocupantes dos pavimentos da edificação.
• Permanecer totalmente desobstruídos e livres de quaisquer obstáculos em todos
os pavimentos.
• Ter larguras mínimas de acordo com as unidades de passagem.
• Devem possuir pé-direito mínimo de 2,50 m, conforme NBR 9077/2001.
• Ter sinalização visual, sonora e tátil junto às portas que dão acesso às escadas e
nos seus corrimãos.
• De desníveis máximos de 5 mm. Na forma de rampa com desníveis de 5 até
15mm.
• Em degraus e ser sinalizados como tais, acima de 15 mm.
39

2.12.7 PORTAS

As portas das rotas de saída e aquelas das salas com capacidade acima de 50
pessoas e em comunicação com os acessos e descargas devem abrir no sentido do
trânsito de saída e não podem ser trancadas.
Em salas com capacidade acima de 200 pessoas, as portas de comunicação
com os acessos, escadas e descarga devem ser dotadas de ferragem do tipo
antipânico, conforme NBR 11785/1997.
Segundo Brentano (2010), as portas de saídas de emergência devem ter as
seguintes dimensões mínimas de vão de luz:
• 80 cm, valendo por uma unidade de passagem.
• 1,00 m, valendo por duas unidades de passagem.
• 1,50 m, em duas folhas, valendo por três unidades de passagem.
• 2,00 m, com duas folhas, valendo por quatro unidades de passagem.

Acima de 2,20 m de vão de luz é exigida a divisão do vão por uma


coluna central.
As portas de saída de emergência incluídas na rota de fuga são elementos
importantes para a contenção e proteção contra o fogo, sendo definidas como corta-
fogo (PCF), resistentes ao fogo (PRF) e à prova de fumaça pressurizada (PF),
conforme a NBR 11742/2003.

2.12.8 ESCADAS

As escadas podem ter diversas formas, larguras e degraus, porém qualquer


escada de uma edificação deve ser incombustível, os elementos estruturais oferecerem
resistência ao fogo de, no mínimo de 2 h, serem dotadas de guarda-corpos nos seus
lados abertos e corrimãos, ter pisos e patamares em condições antiderrapantes.
Para correto dimensionamento de uma escada deve-se observar a largura da
escada, altura e largura dos degraus, bocel e comprimento dos patamares.
40

De acordo com a NBR 9077/2001, os degraus devem atender as seguintes condições


geométricas:
a) Ter a altura do espelho “h”compreendida entre 16 e 18 cm, com tolerância de 0,5
cm.
b) Ter a largura da base do piso “b”calculada pela fórmula: 63 cm ≤ (2h + b) ≤ 64
cm
As escadas devem ter um patamar a cada 3,70 m de desnível, no mínimo, e
sempre que houver mudança de direção.
Os patamares das escadas devem atender às seguintes condições:
• Eles não podem ter degraus.
• Nas mudanças de direção eles devem estar totalmente planos, com largura
mínima igual à largura da escada que servem.
• Devem ter o comprimento calculado pela formula de Blondel, não interessando a
largura da
escada; P = (2h + b) n +
b Sendo:
P = Comprimento do patamar em cm,
h = Altura do espelho do degrau em cm,
b = Largura da base do degrau em cm, n
= Número inteiro igual a 1, 2 ou 3.
Segundo Brentano (2010), as escadas, a serem utilizadas nas saídas de
emergência, podem ser dos seguintes tipos:
• Escada enclausurada protegida (EP): É uma escada devidamente ventilada,
situada em ambiente envolvido por paredes resistentes ao fogo por um tempo
mínimo de 2 horas, dotadas de portas corta-fogo PCF/P-90 e com continuidade
até uma saída final para um local que ofereça segurança às pessoas.
• Escada enclausurada à prova de fumaça (EPF) ou (PF): É uma escada cuja
caixa é constituída por paredes resistentes ao fogo por 4 horas, no mínimo, e
dotada de portas corta-fogo estanques à fumaça PCF/P-60, cujo acesso é por
antecâmara, igualmente enclausurada e com porta corta-fogo PCF/P-60, ou local
aberto, como varanda, balcão ou terraço, de modo a evitar a entrada de fogo, de
41

calor e de fumaça em caso de incêndio e que tenha continuidade até uma saída
final para um local que ofereça segurança às pessoas.
• Escada enclausurada à prova de fumaça pressurizada (PFP): É a escada cuja
caixa é constituída por paredes resistentes ao fogo por 4 horas, no mínimo, e
dotada de portas corta-fogo estanques à fumaça PCF/P-60, cujo acesso é por
antecâmara, igualmente enclausurada, ou local aberto, que tem estanqueidade à
fumaça obtida por sistema de pressurização, que mantém a pressão interna
sempre maior que a dos ambientes contíguos.
• Escada não enclausurada ou escada comum (NE): É a escada que, embora
possa fazer parte de uma rota de saída de emergência, se comunica diretamente
com os demais ambientes como corredores, saguões, etc., em cada pavimento,
não possuindo portas corta-fogo.
• Escada aberta externa (AE): É a escada que tem projeção fora do corpo principal
da edificação, isolada da fachada por parede com resistência ao fogo por 2
horas, no mínimo, sendo dotada de guarda-corpo ou gradil e corrimãos em toda
a sua extensão.

2.12.9 GUARDA-CORPOS E BALAUSTRADAS

De acordo com a NBR 9077/93 as escadas e rampas em saídas de emergência


devem ser protegidas de ambos os lados por paredes ou guarda-corpos contínuos
sempre que houver qualquer desnível maior que 19 cm.
A altura das guardas, internamente, deve ser no mínimo, de 1,05 m ao longo de
patamares, corredores, mezaninos, e outros; podendo ser reduzida para 92 cm nas
escadas internas, quando medida verticalmente do topo da guarda a uma linha que
uma as pontas dos bocéis ou quinas dos degraus.
A altura das guardas em escadas externas, de seus patamares, de balcões e
assemelhados, quando a mais de 12 metros acima do solo adjacente, deve ser de, no
mínimo, 1,30 m.
As guardas constituídas por balaustradas, grades, telas e assemelhados,
deverão ter aberturas de no máximo de 15 cm de diâmetro.
42

2.12.10 CORRIMÃOS

Os corrimãos são elementos fundamentais no ordenamento e no trânsito da


população numa saída de emergência por ocasião de uma situação de incêndio,
diminuindo as possibilidades de quedas e as consequentes obstruções no caminho.
Conforme a NBR 9077/2001, os corrimãos devem ter uma forma arredondada
facilmente adaptada à forma anatômica da mão, permitindo serem agarrados
facilmente, devendo ter um deslizamento contínuo, fácil e confortável em toda a sua
extensão. Não são aceitos corrimãos em saídas de emergência constituídos de
elementos com arestas vivas.

Os corrimãos devem estar afastados 40 mm, no mínimo, das paredes ou


guardas às quais forem fixados, e prolongados, no mínimo 30 cm além da projeção do
primeiro degrau. Também, devem ter seção circular ou semicircular com diâmetro entre
38 e 65 mm, e a altura deve estar situada entre 80 e 92 cm acima do nível do piso. As
extremidades dos corrimãos intermediários devem ser dotadas de balaústres ou outros
dispositivos para evitar acidentes.

2.13 SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA

O projeto de sinalização de emergência deve ser elaborado adotando os


procedimentos previstos nas normas técnicas: NBR 9077/2011 – Saídas de emergência
em edifícios, NBR 13434-1/2004 – Sinalização de segurança contra incêndio e pânico –
Parte 1: Princípios de projeto, NBR 13434-2/2004 - Sinalização de segurança contra
incêndio e pânico – Parte 2: Símbolos e suas formas, dimensões e cores e a NBR
13434-3/2004 - Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – Parte 3: Requisitos
e métodos de ensaio.
Conforme a NBR 9077/2001, a sinalização de saída é obrigatória em acessos e
descargas de escadas de emergência em geral, em prédios não residenciais (isto é,
excluídas as edificações do grupo A); em locais de reunião de publico (grupo F), mesmo
43

quando não dotados de escadas; e nas edificações das ocupações B, C, D, E, H,


quando classificadas em O (área maior que 750 m²).
A NBR 13434/2004 afirma que a sinalização de emergência tem como propósito
orientar e guiar os ocupantes de uma edificação, podendo ser preventiva e ativa ao
combate a incêndio. Elas objetivam identificar e alertar para os pontos de riscos
potenciais de incêndio, com a finalidade da redução da ocorrência de incêndios,
orientação da localização dos equipamentos de combate ao fogo e indicar as saídas de
emergência, entre outras.
A sinalização de emergência possui quatro categorias distintas, de acordo com a
sua função, as denominamos como sinalização de condições de orientações e
salvamento, alerta, proibição e de indicação de equipamentos de combate a incêndios.
Segundo Brentano (2010), diferenciamos as sinalizações de emergências pela
cor de cada placa de identificação dentro de um sistema de prevenção e proteção
contra incêndio, sendo determinadas assim:
• Vermelho: Identifica as placas de proibição ou identificando os equipamentos de
combate a incêndios e alarme.
• Amarelo: Identifica as placas de alerta e sinais de perigos.
• Verde: Identifica as placas de orientação e salvamento.

As imagens ou símbolos das placas de sinalização podem ser:


• Preta: Utilizada nas placas de proibição e alerta.
• Verde: Utilizadas nas placas de orientação e salvamento.
• Branca: Utilizada nas placas de identificação dos equipamentos de combate a
incêndios e de orientação e salvamento. Esta deverá ser fotoluminescente.
A fixação das sinalizações nas paredes deve ser no mínimo a 1,50 m do piso
acabado à base da sinalização, sendo que a distância máxima entre as mesmas deve
ser entre 13 e 15 m. As sinalizações em portas das rotas de saída de emergência
devem estar fixadas imediatamente acima das portas, no máximo 10 cm acima da
verga à base da sinalização; diretamente na folha da porta, centralizada, a uma altura
de 1,80 m do piso à base da sinalização ou logo acima da barra antipânico com
orientação do seu acionamento.
44

2.14 ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA

A iluminação de emergência tem como objetivo substituir a iluminação artificial


normal, que deve ser desligada ou pode falhar em caso de incêndio, por fonte de
energia própria que assegure um tempo mínimo de funcionamento. Ela deve garantir,
durante este período, um nível mínimo de iluminância para proporcionar a saída com
rapidez e segurança dos ocupantes de uma edificação.
De acordo com o Decreto Estadual n° 38.273 de 09 de março de 1998, o artigo
12, trata da instalação de iluminação de emergência que deverá ser instaladas nas
edificações previstas na NBR 9077/2001 – Saídas de emergência em edifícios e a NBR
10898/2000 – Sistema de iluminação de emergência.
De acordo com a NBR 10898/2000, dois métodos de iluminação de emergência
são possíveis:
• Iluminação permanente: As lâmpadas de iluminação de emergência são
alimentadas pela rede elétrica da concessionária, sendo comutadas
automaticamente para a fonte de alimentação de energia alternativa em caso de
falta e/ ou falha da fonte normal.
• Iluminação não-permanente: As lâmpadas de iluminação de emergência não são
alimentadas pela rede elétrica da concessionária e, só em caso de falta desta
fonte normal, são alimentadas automaticamente pela fonte de energia
alternativa.
• Podem ser encontrados dois tipos de iluminação de segurança contra incêndios:
• Iluminação de aclaramento: Destina-se a iluminar as rotas de saídas de tal forma
que os ocupantes não tenham dificuldades de evacuar a edificação.
• Iluminação de balizamento: Destina-se a iluminar os obstáculos e a sinalização,
e que indicam as rotas de saída, orientando a direção e o sentido a ser tomado
pelos ocupantes da edificação em caso de emergência.
45

2.15 EXTINTORES DE INCÊNDIO

A NBR 12693/2013 estabelece os requisitos exigíveis para projeto, seleção e


instalação de extintores de incêndio portáteis e sobre rodas, em edificações e áreas de
risco, para combate a princípio de incêndio.
Extintores de incêndio são utilizados com primeira linha de ataque contra
incêndio de tamanho limitado. Eles são necessários mesmo que o local esteja equipado
com chuveiros automáticos, hidrantes e mangueiras. Este sistema é obrigatório em
todas as edificações, exceto em residências unifamiliares, independente de qualquer
outra medida de proteção.
Os extintores podem ser dois tipos, os portáteis e os sobre rodas (carreta).
Segundo Brentano (2010), o número mínimo de extintores de incêndio necessários para
a proteção contra incêndios de uma edificação é determinado de acordo com:
• A classe de risco da edificação a ser protegida e a respectiva área,
• A classe do fogo a ser extinto,
• A seleção do agente extintor;
• A capacidade extintora do extintor de incêndio,
• A área máxima a ser protegida por extintor e a distância máxima a ser percorrida
pelo operador,
• O número mínimo necessário de extintores de incêndio.

Os extintores portáteis devem ser instalados nas seguintes condições:


a) Sua alça deve estar no máximo a 1,60 m do piso acabado.
b) O fundo, sua parte inferior, deve estar no mínimo a 0,10 m do piso acabado,
mesmo apoiado em suporte.
Recomenda-se que os extintores estejam onde haja a menor probabilidade de o
fogo bloquear seu acesso, seja visível e de fácil retirada, que permaneça protegido
contra intempéries e danos físicos em potencial e não fique instalado em escadas. Os
locais destinados aos extintores devem observar os campos visuais, vertical e
horizontal, através de sinalização de paredes ou pintura sob o piso em área industrial e
depósitos.
46

O sistema de proteção contra incêndios, através de extintores, deverá ser


instalado conforme o projeto e passar por manutenções e inspeções conforme
legislação vigente.
47

3 CONCLUSÃO

Com o presente trabalho, objetivou-se demonstrar a importância de um Projeto


de Proteção Contra Incêndio, bem como todos os passos necessários para a
elaboração de um Projeto Técnico Simplificado, dando ênfase à prevenção e
planejamento.
Por meio deste estudo, verifica-se que o sistema de prevenção e combate a
incêndios deve ser analisado desde o início dos estudos da edificação, sendo
elaborado concomitantemente com os demais projetos, pois a proteção não é algo que
possa ser adicionado após o projeto da edificação ter sido elaborado e essa adição
compromete a sua eficiência.
Neste contexto, infelizmente ainda existem paradoxo e desprezo na questão de
prevenção contra incêndio em edificações, devido à equivocada ideia de que os valores
são tomados como custos na orçamentação da obra ao invés de investimento a fim de
obter segurança as vidas humanas e ao patrimônio.
Ressalta-se que o tempo necessário para colocar em operação o sistema de
segurança contra incêndios, é um dos fatores extremamente fundamentais para
controlar ou extinguir o foco do incêndio, portanto o treinamento das pessoas e
equipamentos sempre prontos para a sua operação provém ações práticas, eficazes e
seguras.
Através do levantamento dos custos para implantação do PPCI em uma obra,
chega-se a conclusão de que este possui um valor irrisório, ou seja, relativamente baixo
em relação ao custo total da obra, o que torna o PPCI uma adequação totalmente
viável. Levando-se em consideração o seu custo X benefício, a aplicação do PPCI
torna-se vantajosa, independente da exigência legal.
48

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10898: Sistema


de iluminação de emergência. Rio de Janeiro, 1999.

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