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AUTORES

Thiago Ottoboni, Rose Yakushijin Kumagai, Bruno Reis, Alexandre Coelho Machado,
Paulo Vinícius Soares e José Roberto Moura
THE AESTHETICS YEARBOOK / VOLUME 01 / CAPÍTULO 06

RESINA
COMPOSTA
EM DENTES
ANTERIORES
Quando, por que e como?

As resinas compostas têm sido um grande aliado nos tratamentos estéticos e


funcionais ao longo do tempo e, com a era da odontologia adesiva, sua indicação
por uma considerável parcela dos dentistas de todo o mundo consequentemente
também vem aumentando e o clínico entende cada vez mais as possibilidades de
uma reabilitação do sorriso com esse material.
A odontologia real tem como responsabilidade aliar tratamentos possíveis
em diversos consultórios e clínicas e tendo isso como filosofia, pensando que nem
todas as necessidades e desejos por parte dos pacientes podem ser resolvidos
somente com restaurações cerâmicas, mesmo tendo em mente e entendendo a
qualidade e brilhante versatilidade desse material. Pensando nisso, este capítulo
foi elaborado com o objetivo de nortear os leitores para um pensamento e uma
criação de filosofia de tratamento biológico em que muitas vezes menos é mais.
Abordaremos quando optar pelas resinas compostas, por que devemos pensar
neste material como escolha para determinados tratamentos e como planejar e
executar com segurança.
Este capítulo será dividido em 5 tópicos:
• Odontologia estética e minimamente invasiva.
• Resina composta e seu comportamento clínico.
• Planejamento.
• Cor - uma maneira simples para a aplicação clínica.
• Estratificação em resinas compostas.
ODONTOLOGIA ESTÉTICA E MINIMAMENTE INVASIVA
O anseio pela transformação do sorriso pendente do material de escolha, em
é um dos principais fatores que tem fei- ambas a situações são necessários
to com que os pacientes busquem tra- cuidados para garantir a longevidade
tamento odontológico. Nesse contexto, do procedimento. Nas figuras abaixo
os tratamentos restauradores nos den- podemos visualizar um tratamento
tes anteriores têm feito parte constan- restaurador com cerâmicas e com resi-
te da rotina dos cirurgiões-dentistas. nas compostas, respectivamente, que
Ao analisar as opções restauradoras apresentam problemas que levaram à
para dentes anteriores, basicamente troca precoce das restaurações por ra-
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lida-se com restaurações em cerâmicas zões estéticas e de saúde periodontal


ou restaurações em resina composta. do paciente. Independente do material
Muitos fatores devem ser analisados restaurador é necessário o domínio
para indicar restaurações cerâmicas das etapas de confecção das restaura-
ou em resinas compostas mas, inde- ções para obter sucesso.

02. Tratamento restaurador com resinas compostas realizado há pouco mais de 1 ano e apresentando-se insatisfatório com problemas de
cor, formato e com indícios de subpolimerização e má execução do isolamento.

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A

Sabe-se que na maioria das situa- intervenções restauradoras que execu-


ções nas quais estão indicadas restau- tamos, maior será a conservação de es-
rações cerâmicas também está indica- trutura dentária ao longo do tempo e,
do resinas compostas. O profissional consequentemente, maior a longevida-
deve estar preparado para realizar am- de do elemento dental na cavidade bu-
bas oferecendo ao paciente o mais indi- cal. Uma maneira bastante simples de
cado ao caso em questão. Neste contex- saber se está sendo oferecido o melhor
to, uma importante análise a ser feita tratamento para os pacientes é fazer o
é: Qual o material restaurador é menos “daugther test”. Esse teste consiste em
invasivo e conserva estrutura dentária? responder a uma simples pergunta:
Para responder a isso precisamos anali- “Considerando as etapas críticas para
sar o chamado “Ciclo Restaurador”. No se realizar este procedimento e conhe-
“Ciclo Restaurador” é necessário enten- cendo os resultados a longo prazo, eu
B der que quanto menos abordagens fo- realizaria este procedimento na minha
rem feitas e menos invasivas forem as própria filha?”1.
01. A,B – Restaurações insatisfatórias com laminados cerâmicos. Após 8 dias de instalação dos laminados, eles
foram removidos e foram confeccionadas novas restaurações cerâmicas. É possível observar na imagem inicial os
excessos de cimentos e sobrecontorno das restaurações que resultaram em inflamação gengival, além dos prepa-
ros agressivos, causando um prejuízo biológico de tecidos dentais.
RESTAURADO E a resina composta apresenta um Minimamente invasivo: com o
HÍGIDO CAVIDADE MOD COM RESINA bom desempenho e comportamento planejamento reverso consegue-se
COMPOSTA biomecânico, como podemos observar mensurar a necessidade ou não de
no esquema a seguir: preparos. Quando os preparos forem
Sendo assim, tendo isso como filo- necessários, realize-os desgastando a
sofia de trabalho, 5 tópicos devem ser menor quantidade de estrutura den-
levados em consideração; são eles: tal sadia. A manutenção de esmalte
Pessoas: mesmo diante do tecni- promove melhor adesão, comporta-
cismo da rotina clínica o profissional mento mecânico favorável e estabili-
necessita manter o foco que está lidan- dade das restaurações2.
do com um ser biopsicossocial, ou seja, Longevidade: quanto mais dura-
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com ética e respeito indicar o trata- douros forem os procedimentos rea-


mento tendo em vista todo o contexto lizados, menos intervenções sobre o
envolvido no bem estar do paciente. substrato natural serão necessárias, e
Saúde: a promoção e prevenção em quando essas restaurações são passíveis
03. A imagem mostra a distribuição de tensões em um dente hígido, com cavidade MOD e restaurado com resina composta. O objetivo da saúde é algo básico no qual o profissional de reparo, o substrato fica preservado.
restauração deve ser devolver um comportamento mecânico, ou seja, uma distribuição de tensões o mais próximo possível do dente hígido. deve considerar a hierarquia de trata- Sendo assim, quando se pensa em
Como pode ser visto, a presença de uma cavidade, por exemplo MOD, gera aumento na concentração de tensão nas paredes da cavidade
e nas cúspides, podendo aumentar o risco de falha do elemento dental. Após a restauração com resina o comportamento biomecânico
mento. Antes de qualquer procedimento abordagens restauradoras, vários as-
se tornou semelhante ao dente hígido. Portanto, a restauração com resina composta foi capaz devolver um comportamento mecânico deve considerar a saúde geral e bucal da pectos devem ser considerados, além
satisfatório para o dente. paciente e realizar todos os procedimen- da escolha do material.
tos necessários para que o paciente tenha Neste contexto a resina composta se
condição para o tratamento estético. Ma- apresenta sendo um material restaurador
CAVIDADE nobras de profilaxias, raspagens supra e bastante versátil, onde suas indicações
CLASSE IV subgengivais, orientação de higienização vão desde pequenas fraturas, reanato-
são fundamentais nesse contexto. mizações, restaurações de grandes e pe-
Função: o planejamento restaura- quenas cavidades em dentes anteriores
dor deve ser sempre embasado na ma- e posteriores fechamento de diastemas,
nutenção ou confecção de uma oclusão finalizações ortodônticas e até mesmo
equilibrada. O restabelecimento das casos de facetas múltiplas, aumento de
guias de desoclusão é importante para dimensão vertical e guias de desoclusão
a longevidade. para devolução de função e estética.
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VOLUME 01 / CAPÍTULO 06
CAVIDADE
CLASSE IV RESTAURADA COM RESINA COMPOSTA

ODONTOLOGIA

Minimamente
Pessoas Saúde Função Longevidade
Invasivo

Estética

04. Esta ilustração representa o padrão de distribuição de tensão no remanescente dentário de um incisivo central superior com cavidade 05. Fatores a serem considerados antes de uma restauração estética.
classe IV sem e com restauração em resina composta. No modelo restaurado, para melhor visualização e entendimento do comportamento
biomecânico de esmalte e dentina, a resina composta foi inserida em transparência. É possível observar que, quando a cavidade classe IV
não está restaurada, há maior concentração de tensão de tração (na ordem decrescente de valores de tensão para as cores vermelha, ama-
rela e verde) na face vestibular e também nas paredes da cavidade. Isso sugere maior possibilidade de origem de trincas e propagação de
trincas latentes em esmalte e dentina, além de fratura do remanescente coronário. No modelo restaurado, há maior dissipação de tensão,
principalmente nas paredes da cavidade (interface com a resina composta). Este campo de tensão mais homogêneo diminui a chance de
origem e propagação de trincas, além de promover um comportamento biomecânico mais favorável e, consequentemente, menor chance
de fratura do remanescente coronário.
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A
A

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B B

06. A,B – Finalização ortodôntica com resina composta realizando planejamento reverso mantendo as características dos dentes naturais 07. A,B – Paciente com bruxismo indicada para reabilitação em cerâmica, mas sem condições financeiras para tal; foi realizado tratamento
realizando as facetas de resina composta. com resinas compostas e instalação de uma placa miorrelaxante.
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B D

08. A-D – Versatilidade das restaurações em resina composta, facetas, dentes escurecidos, classe IV entre outras diversas indicações.
RESINA COMPOSTA E SEU
COMPORTAMENTO CLÍNICO
Quando pensamos em resina compos-
ta, nos deparamos com alguns ques-
tionamentos e/ou preconceitos como:
resina mancha, resina lasca, resina
muda de cor, resina não tem durabili-
dade. Todas essas afirmações ocorrem
quando não entendemos esse biomate-
rial, como ele se comporta em boca e
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como podemos controlar as adversida-


des para obter um resultado estético e
funcional de longevidade clínica.

09. Matriz orgânica. 11. Fotoiniciador canforoquinona.

A resina composta, descrita por individualidade para então definir um


150 Bowen3 em 1962, continua sendo até protocolo de atendimento: repolimen- 151
os dias de hoje uma matriz orgânica to, reparo/repolimento, troca da resina
juntamente com partículas de mate- composta ou até mesmo a substituição

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riais inorgânicos, em que a silanização por cerâmicas onde, nesse último caso
superficial das partículas de carga faz específico, a resina composta funcionou
com que apresente a propriedade de como um tratamento de transição. Va-
possuir um radical orgânico e conta mos realizar essas avaliações clínicas
ainda com um radical inorgânico na pensando nos pontos favoráveis e desfa-
outra extremidade da molécula, ou voráveis para então tomarmos a decisão
seja, apresenta a característica de uma clínica pensando sempre de preserva-
molécula bifuncional4. Em sua compo- ção máxima da estrutura dental sadia.
sição ainda encontraremos fotoinicia- Quanto ao reparo em resinas com-
dores, inibidores, corantes, pigmentos, postas, já existem evidências acumula-
conservantes, diluentes. das que validam tanto como um pro-
Portanto, em se tratando de um cedimento viável bem como de longo
material com essa composição, deve-se prazo5,6. Devemos nos atentar ao trata-
entender que não é um material inerte mento da superfície da restauração ori-
e que este sofre com os aspectos adver- ginal e cujo protocolo também será des-
sos do meio bucal como: temperatura, crito neste capítulo7,8. Nesse protocolo,
compressão, abrasão, corrosão, etc.; sugerimos a utilização do silano, que é
onde com o tempo aquela resina com- um agente de ligação bifuncional cons-
posta imediatamente usada na restau- tituído de elementos orgânicos e inorgâ-
ração apresentará um comportamento nicos9,10 e a sua utilização também con-
diferente em boca devido à individuali- tribuirá para aumentar a resistência de
dade e às características alimentares e união do reparo11,12 bem como a escolha
habituais de cada paciente. O profissio- por um adesivo hidrófobo auxiliará no
nal deve estar apto a compreender essa sucesso do procedimento.
10. Matriz inorgânica.
CASO 2
LINHA DE RACIOCÍNIO E DECISÃO
CLÍNICA
•• Pontos desfavoráveis: manchamentos Decisão Clínica: troca total das resinas
proximais, falha nas margens, pequena compostas devido à grande alteração
fratura da borda incisal, alteração da cor de cor e descontentamento por parte
da resina composta (escurecimento) e do paciente em relação à estética. Tra-
perda de polimento. tamento proposto: laminados cerâmi-
cos (Valter Scalco, Thiago Ottoboni e
•• Pontos favoráveis: preservação da ana-
TPD Reginaldo Ferreira).
tomia e comprimento dos dentes e saúde
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gengival.

CASO 1
LINHA DE RACIOCÍNIO E DECISÃO
CLÍNICA
• Pontos desfavoráveis: manchamen-
tos proximais, fraturas em bordas inci- A
152 sais e proximais, falhas marginais. 153
• Pontos favoráveis: saúde gengival,

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coloração da resina composta ainda
com similaridade a cor do dente natu-
ral e adaptação as das margens;
Decisão Clínica: Verificar o desejo do
paciente e realizar o REPARO das res-
taurações melhorando a estética com
resinas compostas em se tratando de
um paciente jovem e sabendo quem
realizou as resinas compostas antigas.

B B

12. A,B – Caso de acompanhamento clínico após 7 anos com a exe- 13. A,B – Em outros casos, após avaliação, percebe-se a necessidade de substituir as restaurações insatisfatórias em resina por restau-
cução apenas de 3 acompanhamentos; em caso de falhas precoces rações em cerâmicas.
das restaurações em resina composta, é possível realizar o reparo
da restauração sem necessidade de remoção completa. Figura an-
tes e depois do reparo.
CASO 3 PROTOCOLO DE REPARO EM RESINA PROTOCOLO DE MANUTENÇÃO
COMPOSTA • Após finalizado, o caso é avaliado em
LINHA DE RACIOCÍNIO E DECISÃO
CLÍNICA • Avaliar a situação clínica. 1 ou 2 semanas.
• Remoção de manchas (se houver) e • Todos os pacientes devem retornar
•• Pontos desfavoráveis: perda de poli-
asperização da resina composta antiga para uma consulta a cada 5 ou 6 meses.
mento.
(jateamento com óxido de alumínio e/ • A avaliação desses pacientes é feita
•• Pontos favoráveis: saúde gengival, ou ponta diamantada). individualmente para entender o com-
anatomia preservada, sem mancha- • Limpeza com ácido fosfórico; portamento da resina composta e eles
mento, sem alteração marginal, satis- • Aplicação do silano; são classificados em: ++, +/- e -.
fação por parte da paciente; • Sistema adesivo hidrófobo (afinar • O retorno de cada paciente varia
bem a camada com jato de ar e NÃO de acordo com a qualidade da resina
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•• Decisão Clínica: repolimento das re-


fotopolimerizar). Em seguida, aplicar a avaliada; exemplo: paciente com resul-
sinas compostas devolvendo brilho e
camada de resina composta nova e só tados + tem retorno a cada 6 meses a
lisura da superfície.
então fotopolimerizar. 1 ano, paciente com resultado +/- tem
retorno entre 5 a 7 meses e pacientes
PROTOCOLO DE REPOLIMENTO com resultado - o retorno não deve ul-
EM RESINA COMPOSTA trapassar entre 4 a 5 meses.
Sendo assim, a obtenção da longe-
ATENÇÃO! Não deve ser realizada sem-
vidade no tratamento restaurador é to-
pre a sequência total. A avaliação clí-
talmente dependente da manutenção.
nica será determinante para a escolha
total ou parcial dos passos. Caso realizado pelo Dr. José Roberto
• Avaliar a situação clínica. Moura:
• Remoção das manchas (se houver) •• Ano de 1998: inicialmente foram colo-
com discos abrasivos, brocas lamina- cados bráquetes ortodônticos com elás-
das de 12 ou 18 lâminas e/ou lâmina tico nos dois centrais para diminuir o
de bisturi número 12. diastema durante 14 dias. Findo este pe-
• Borrachas abrasivas de acabamento. ríodo, foram realizadas as restaurações
• Borrachas abrasivas de polimento. nos incisivos laterais e centrais (resinas
• Feltro, escova macia ou disco de pelo Herculite XRV [Kerr] e Renamel Microfil
com pasta. [Cosmedent]).
154 •• Ano de 2009: repolimento das res- 155
taurações.

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•• Ano de 2014, 2016 e 2018: sessões
de repolimento.
Com essa rotina clínica, se desenvol-
ve uma filosofia pouco invasiva de forma
A
que quando a primeira abordagem res-
tauradora for feita utilizando resina com-
posta existirão essas 3 opções de “retrata-
mento”: reparo/repolimento, substituição
por uma “nova” resina composta ou subs-
tituição por restauração cerâmica.

B A B

14. A,B – Laminados cerâmicos nos incisivos e facetas em resina composta nos caninos devolvendo estética e função. É importante expli- 15. A,B – Inicial em 1998 e final imediato.
car ao paciente. (TPD Reginaldo Ferreira) Follow up de 5 anos e 4 meses.
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B

16. A,B – Aspecto em 2009 antes e após o repolimento.

17. Aspecto em 2016 após o repolimento. 18. A,B – Aspecto em 2016 e 2018 após o repolimento.
PLANEJAMENTO ENCERAMENTO PROGNÓSTICO Portanto, ao realizar o enceramen-
to, temos a vantagem de acertar na
O sucesso estético de um tratamento Primeiramente, devemos lembrar que
morfologia dos dentes, que é um fator
dentário depende do diagnóstico cor- ele pode ser ADITIVO ou REGRESSIVO.
determinante para o sucesso restaura-
reto, do plano de tratamento e dos O enceramento ADITIVO é realizado
dor, pois os pacientes percebem muito
procedimentos clínicos e laboratoriais7 quando os dentes e o perfil de emer-
mais detalhes de FORMA do que leves
Ao reabilitar um sorriso com resinas gência dos mesmos permitem um au-
diferenças de COR. E então, na consul-
compostas, deve-se estar muito aten- mento de volume sem a necessidade de
ta de atendimento, o cirurgião-dentista
to a todos os detalhes. O que deve ser nenhum desgaste prévio. Já no encera-
terá que se preocupar somente com as
feito em relação ao tratamento estéti- mento REGRESSIVO, o volume dental
etapas do procedimento em si e com a
co e funcional com resina composta é ou gengival necessita de uma regressão
cor pois a morfologia já estará previa-
o mesmo que deve ser feito com qual- (desgaste do modelo) antes da execu-
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mente definida.
quer material restaurador: um bom ção do enceramento para correção de
E o que necessitamos para execu-
planejamento para a obtenção de um volume, posicionamento ou até mesmo
tar um enceramento diagnóstico ana-
trabalho previsível. Ou seja, análise es- da anatomia. Dessa maneira, quando
lógico?
tética através de fotografias e vídeos, é realizado o enceramento aditivo, há
- Lamparina com pavio, álcool e is-
planejamento analógico/digital, ence- a possibilidade da realização do mock-
queiro ou um gotejador elétrico ou por
ramento diagnóstico e, quando possí- -up para que o paciente possa ter uma
indução.
vel, mock-up. ideia do resultado final do tratamento
- Instrumentos para esculpir e re-
As fotografias extra e intraorais proposto, o que já não é viável quando
finar a cera e/ou Hollenback 3 ou 3S.
sempre irão guiar as reabilitações nos realizado o enceramento regressivo. 19. Gotejador elétrico.
- Cera de boa qualidade e, de pre-
dando informações valiosas para a fase Outra informação importante é
ferência, com a cor diferente da cor do
dos “desenhos dentais” (analógico ou que o enceramento diagnóstico, quan-
gesso ou resina do modelo impresso.
DSD Digital Smile Design by Christian do realizado para resinas compostas,
Coachmann13) onde iremos avaliar todo deve ser executado pelo próprio ci-
o check-list estético integrando os den- rurgião-dentista, porque dessa manei-
tes com os lábios e a face do paciente. ra serão obtidas algumas vantagens
Check-list estético: como, por exemplo:
• Longo eixo. - Tempo para analisar e planejar o
• Zênite gengival. desenho dental.
• Ponto de contato. - Treinamento da visão, da mente
158 • Papila interdental. e das mãos para a anatomia. 159
• Ameias incisais. - O treinamento e a definição de
• Curvatura incisal. toda a textura e microtextura, quando

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Essa análise, junto com as fotogra- necessário.
fias da face, norteia uma odontologia - A execução de um desenho den-
interdisciplinar com o objetivo de que tal personalizado.
todos colaborem em busca de um diag- - As guias para inserção da resina
nóstico preciso e, consequentemente, composta nos dentes, pois somente 20. Aquecedor por indução.
um plano de tratamento que possa ser será adicionada cera exatamente nos
apresentado para o paciente de forma locais onde tem a necessidade de res-
que atenda às suas expectativas estéti- taurar com resina composta (uma dica
cas e, ao mesmo tempo, seja conserva- é usar uma cera de cor contrastante
dor e previsível14. Isso pode ser alcan- com a cor do modelo).
çado através de uma análise conjunta Tudo que o dentista executa na
presencial ou à distância entre a equi- cera fica armazenado em sua memória
pe. Toda essa análise irá direcionar o e, ao realizar o atendimento restaura-
trabalho restaurador para a realização dor, naturalmente cria um sorriso com
de um enceramento diagnóstico que os mesmos detalhes do enceramento
auxiliará o cirurgião-dentista a execu- aprovado pelo paciente.
tar com todo foco e detalhe possível o
que foi planejado.

21. Cera para enceramento diagnóstico.


ENCERAMENTO REGRESSIVO ANALÓGICO

A
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22. Hollenback 1/2 LmARTE e instrumentos para escultura


por Murilo Calgaro.

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ENCERAMENTO ADITIVO ANALÓGICO

A B

23. A,B – Enceramento aditivo analógico. 24. A,B – Enceramento regressivo realizado com ponta diamantada 2200F KG Sorensen e disco Sof-Lex Pop-On diminuindo o volume
vestibular do dente 21 para melhorar o posicionamento junto ao arranjo dental.
ENCERAMENTO DIGITAL: ANÁLISE ESTÉTICA E FUNCIONAL PARA ENCE- Após o enceramento diagnóstico
RAMENTO DIGITAL E IMPRESSÃO DE MODELO 3D finalizado, quando possível, é realiza-
da a etapa do mock-up ou test-drive do
sorriso, que nada mais é que a transfe-
rência de todas as informações criadas
no enceramento para a boca do pacien-
te com o objetivo de uma análise dinâ-
mica da composição criada juntamente
com os lábios e a face do paciente.
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C

D B

25. A-D – O planejamento digital pode ser feito através de aplicativo do Planning Center, DSD Shell e mock-up (A,B). Planejamento digital 26. A,B – Mock-up para facetas em resina composta.
do Lab Precision - SP realizando um enceramento digital para confecção da guia cirúrgica para cirurgia periodontal estética (C,D).
COR - UMA MANEIRA SIMPLES PARA A APLICAÇÃO CLÍNICA COR VITA COR NÃO VITA

Quando se pensa em cor em Odonto- interação dinâmica das camadas de re-


logia, automaticamente vem à mente sina composta entre si da evidenciação
a escala VITA clássica, já que somos obtida por meio da luz. Portanto, nesse
condicionados desde a graduação a re- tópico COR para RESINA COMPOSTA,
lacionar cor com essa escala. objetiva-se entender e desenvolver a
A classificação de Munsell divide percepção de OPACIDADE, VALOR e
a cor em três aspectos básicos: MATIZ, TRANSLUCIDEZ (Figura 27), e assim
CROMA e VALOR, sendo que o erro conseguir trabalhar com marcas co-
mais comum se relaciona ao valor, já merciais de resinas compostas que se-
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que ele é dependente das espessuras e guem o padrão VITA e também NÃO
opacidades de cada camada. VITA. Abaixo são dados exemplos de
Mais do que a cor propriamente sistemas de resina cor VITA e Não VITA
dita, o maior desafio para o clínico é a (Figuras 28A-D e 29A-C). A

164 B 165
- OPACO  VALOR + TRANSLÚCIDO + OPACO  VALOR - TRANSLÚCIDO

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B

CT, BT, AT, GT... A2E, A1E, A3E... A2B, A1B, A3B... A2D, A1D, A3D...

OPACIDADE - VALOR - TRANSLUCIDEZ


D C

27. Opacidades, valor e translucidez utilizados para diferentes regiões do elemento dental. 28. A-D – Sistema de resina que segue o conceito (nomenclatura) 29. A-C – Sistemas de resina composta que não seguem a nomen-
escala VITA. clatura VITA, resina não VITA.
De forma didática, podemos caracte- Exemplo 1: em uma classe IV onde
rizar as cores e opacidades da resina o dente não apresenta muita translu-
composta da seguinte forma: cidez, podemos utilizar o corpo como
DENTINA ou OPACA: essas mas- dentina.
sas têm como grande característica alta Exemplo 2: em uma restauração
opacidade e, consequentemente, têm pequena que apresenta muita trans-
uma boa reflexão de luz (valor, lumino- lucidez ou muita opacidade devido ao
sidade) e nada ou pouquíssima trans- erro na estratificação de duas cama-
lucidez. Essas características são apre- das, dentina + esmalte, pois não existe
sentadas em todas as resinas desse tipo espaço suficiente para isso, podemos
e podem sim variar o croma e o matiz utilizar somente a resina de corpo para
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(dentinas mais claras até as mais escu- devolver essa característica uma vez
ras, ex: DA1 até DA3.5 ou DA6) e todas que ela apresenta uma característica
essas características serão mantidas; de equilíbrio dessas duas resinas. 31. Resinas compostas da esquerda para direita: dentina, body, esmalte cromático e esmalte acromático. Notem a interação de cada uma
BODY ou CORPO: as resinas de Exemplo 3: quando o paciente ne- delas com a luz. O clínico deve treinar essa percepção para conseguir trabalhar com a resina composta independentemente da marca ou
corpo são resinas que apresentam me- cessita de uma melhora estética em fa- sistema, sendo Vita ou não Vita.
nos opacidade que a dentina e menos cetas sem preparo, onde não apresenta
translucidez que um esmalte cromáti- espessura suficiente para estratificar
co, tornando-se assim uma resina ‘co- dentina + esmalte, podemos aplicar so-
ringa’ para sua utilização clínica. mente uma resina de corpo para dar
essa característica óptica. Também é extremamente impor-
ESMALTE CROMÁTICO: apresen- tante fazer uma leitura do tipo de subs-
tam menos opacidade em relação à re- trato de trabalho a fim de pensar na
sina de corpo e dentina e, consequente- cor final que queremos alcançar na res-
mente, a luz passa um pouco e reflete um tauração, uma vez que a cor da nossa
pouco, tendo o valor baixo e aumentando restauração nada mais é que a SOMA-
a translucidez. Como um vidro com uma TÓRIA do substrato e a estratificação
película jateada branca ou amarela, ela de cada camada na espessura correta.
pode mudar a cor, mas as característi- Notem na sequência a seguir a diferen-
cas de opacidade, valor e translucidez se ça entre as mesmas massas de dentina
30. Elemento reconstruído com resina mantêm; conseguimos ver algo do outro
composta evidenciando efeitos de trans-
da mesma cor e com a mesma espessu-
166 lado, mas não em sua totalidade. 167
lucidez, valor e opacidade e propriedades ra, integrando com substratos diferen-
ESMALTE ACROMÁTICO: não apre- tes como, ao avaliar a cor, apresentam
ópticas dinâmicas da interação da luz com

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a resina composta. sentam nada de opacidade e têm baixo valores diferentes. A
valor pois a luz passa por completo, não
apresentando reflexão e altíssima trans-
lucidez ou até mesmo transparência.
Como um vidro sem película, onde con-
seguimos enxergar tudo no lado oposto.
Quando entendemos essas caracte-
rísticas durante a estratificação com as
espessuras corretas conseguimos repro- 32. A-D – Foto gentilmente cedida pelo Dr.
duzir as características do dente natural. Valter Scalco. Diferentes ‘’substratos” e a
Vamos realizar um treinamento mesma cor e espessura de dentina; notem
para entender essas características de como o substrato tem um fator muito im-
interação entre a luz e a resina compos- portante na decisão final da cor. B
ta avaliando a figura a seguir: Qual resi-
na teve uma grande passagem de luz?
Qual resina apresentou um bloqueio e
uma reflexão da luz visualizando tudo
o que explicado anteriormente? Tendo
a resposta para essas perguntas o pro-
fissional estará um passo à frente no
domínio da interação das resinas com-
postas com a luz.

D C
ESTRATIFICAÇÃO EM RESINAS COMPOSTAS
Quando pensamos em estratificação de grande vantagem durante a fase de
resinas compostas, devemos entender seleção de cor, onde a aplicação das re-
a complexidade de usar um biomate- sinas compostas personaliza essa sele-
rial para tentar reproduzir caracterís- ção com o sistema restaurador deseja-
ticas de um dente natural. Portanto, o do e não usando uma escala fixa.
entendimento dessa estrutura natural,
tanto de morfologia quanto de intera- SELEÇÃO DE COR
ção com luz, é de suma importância
O momento da seleção de cor para um
para o clínico.
caso específico deve ser realizado da
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Pensando nessas estruturas, a li-


teratura nos mostra uma média de seguinte maneira:
espessuras onde a região cervical, • Dentes hidratados.
apresenta muita dentina e um esmal- • Utilizar o sistema de cor que será
te delgado e essa proporção muda gra- usado na restauração.
• Aplicar a resina composta no dente, 34. Seleção de cor personalizada. NOTEM O SULCO GENGIVAL COM UMIDADE PARA MANTER O DENTE HIDRATADO. Sempre usar o
dativamente quando caminhamos em sistema de resina que será usado para a restauração.
direção ao terço médio onde o esmalte fotopolimerizar e jogar um spray de
e a dentina praticamente se equivalem água e ar.
e na borda incisal o esmalte apresenta • Avaliar clinicamente e/ou fotografias.
praticamente toda a totalidade dessa Vale salientar que a espessura da ultrapassar 0,5mm para não acinzentar,
espessura. Devemos sempre aprender resina de esmalte cromático também é podendo transitar e transformar um
Use a câmera do seu celular IOS
com os dentes naturais. de suma importância no momento da esmalte cromático A1 em C1 somente ou o leitor de QRcode para acessar
No esquema a seguir consegui- seleção de cor, uma vez que entenden- mudando a espessura da camada15. Vale o código e visualizar um vídeo
mostrando a sequência da seleção
mos avaliar o dente desde sua região do a dinâmica de luz sabemos que as lembrar que esse guia, pelo entendi- de cor personalizada.
cervical até incisal com uma média de resinas de esmalte apresentam pouca mento de alguns tipos de resina com-
espessura das estruturas. opacidade, menos valor e mais translu- posta, pode variar para mais ou para
Entendendo as estruturas, visua- cidez assim os artigos nos mostram que menos, de acordo com o índice de refra-
lizando as espessuras e o contato de- a espessura de uma resina de esmalte ção da luz ou também de apresentação
las com a luz conseguimos obter uma cromático na última camada não deve das partículas de carga.

168 ESQUEMA DE SELEÇÃO DE COR 169

VOLUME 01 / CAPÍTULO 06
33. Média das espessuras de esmalte na região
dos terços cervical, médio e incisal. Foto gen-
tilmente cedida por Valter Scalco e esquema
montado por Thiago Ottoboni.

(0,9 a 1,2mm) 35. Vista lateral da espessura do esmalte


cromático durante a seleção de cor.

(0,6 a 09mm)

410 mm
(0,41mm)
APÓS A DECISÃO DA SEQUÊNCIA mm dependendo do grau de escureci-
DE CAMADAS mento do remanescente.
2. união das canaletas criadas com a
Seleção de cor personalizada; notem a
2135 F (KG Sorensen). Ao realizar a união
importância da espessura do esmalte
das canaletas, mesmo trabalhando com
cromático no terço médio não ultrapas- magnificação e motores elétricos, realiza-
sando a espessura de 0,5 mm. Resolven- mos um leve acréscimo no preparo levan-
do a seleção de cor, ainda não temos a do a uma média de 0, 5 mm a 0,7 mm,
garantia do resultado final da restaura- dependendo da geometria do preparo.
ção pois necessitamos aplicar as cama- 3. ENSAIO RESTAURADOR CROMÁ-
das com as espessuras corretas durante TICO: após esse preparo realizamos o ERC
a fase de estratificação e, para garantir
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e avaliamos a cor e o volume restaurador, A


um resultado ainda mais previsível em podendo ocorrer algumas situações.
relação à cor, realizamos um ENSAIO Ex1: após o ERC nota-se a cor e
RESTAURADOR CROMÁTICO16. o volume adequados – significa que a
espessura do preparo está condizente
ENSAIO RESTAURADOR com a estratificação da faceta
CROMÁTICO Ex2: após o ERC notamos o volu-
Após tudo pronto para a restauração, me correto, mas a cor errada – signifi-
realizamos uma restauração seguin- ca que devemos avaliar o erro, podendo
do o passo a passo exato respeitando ser o valor da restauração; destacamos
número de camadas, espessuras para o ERC (uma vez que não tem adesão) e
avaliar o resultado final, assim ava- realizamos outro ERC mudando denti-
liando erros e acertos, sendo possível na, corpo ou esmalte, de acordo com a
uma breve leitura dos erros e correções avaliação individual .
imediatas. Deve ser um passo de rápi- Ex3: após o ERC notamos a cor
da execução uma vez que em alguns correta, mas a faceta encontra-se ves-
casos é necessário refazer o ensaio. O tibularizada – significa que devemos
ENSAIO RESTAURADOR CROMÁTICO mensurar com uma sonda periodontal
tem um importante papel ao se reali- qual é o valor desse volume aditivo na B
zar um caso onde se tenta trabalhar no faceta. Ex.. 0,3 mm - destacar a faceta
170 171
limite do mínimo preparo necessário. e aprofundar o preparo no valor men- 36. A,B – Preparo realizado removendo resina antiga e realizando o ERC para avaliação de COR e volume vestibular, conforme explicado
surado (ex. 0, 3 mm) e, em seguida, anteriormente.

VOLUME 01 / CAPÍTULO 06
EXEMPLO: CASOS DE DENTES encaixar o ERC e jogar água para incor-
ESCURECIDOS porar ao substrato.
No planejamento restaurador re-
Geralmente, os dentes escurecidos so- alizado nos casos de facetas múltiplas
freram traumas ou apresentam trata- podemos usar o mock-up para mensu-
mentos endodônticos e, dependendo rar os volumes aditivos e as espessuras
do acesso realizado nesses casos, já per- das camadas, uma vez que a espessu-
deram muita estrutura interna; quanto ra nesse caso pode levar a um dente
mais prepararmos, mais alteraremos a ‘branco ’ou ‘cinza’.
biomecânica dos dentes. Nossa aborda- Exemplo: realizou-se o mock-up.
gem é realizar um preparo escalonado, Além de avaliar a estética, fonética e
guiado por pontas diamantadas, onde função, removemos metade do mock-
conseguimos mensurar as espessuras -up e realizamos uma avaliação dos vo-
do preparo tentando fazer o mínimo de lumes adicionados para planejar a se-
desgaste, uma vez que sabemos que a quência de estratificação.
média de mudança de tom com uma Obteve-se no mock-up um volume
restauração gira em torno de 0,3 mm aditivo superior a 0,5 mm que pode
para cada tom de cor17. ser mensurado através de um especí-
O protocolo para a realização des- metro medindo o mock-up; deve-se es-
se preparo para dentes escurecidos é: tratificar uma camada de DENTINA ou
Preparo reverso sobre mock-up CORPO para compensar a espessura e
sempre partindo do posicionamento limitar o esmalte cromático vestibular
ideal do dente. ao máximo de 0,5 mm.
1. ponta diamantada 4141 ou Espessura apresentou 0,7 mm – co-
4142 (KG Sorensen) – anelada com es- locar 0,2 a 0,3 mm de dentina ou corpo
pessura de preparo de 0,3 mm ou 0,5 e 0,4 a 0,5 mm de esmalte cromático. 37. Preparo realizado passo a passo conforme explicado acima sendo realizado ERC; nota-se a preservação da estrutura dentária, tendo
uma leve exposição de dentina na região cervical e uma grandiosa área de esmalte em todo o dente, mesmo em se tratando de um dente
escurecido . Caso realizado no curso resina e cerâmica no Instituto IPPO – Balneário Camboriú (Thiago Ottoboni e Raphael Monte Alto).
Uma vez que o índice de refração do
esmalte natural é 1,63 e das resinas
compostas (a maioria delas) gira em
torno de 1,51, somente a resina da Mi-
cerium chamada Enamel HRI tem esse
índice de refração similar ao esmalte21. DENTINA
Essa pequena diferença da refração,
somada à grande espessura do esmal- CORPO

te (alta passagem de luz, baixo valor)


e pequena espessura de dentina acaba
não bloqueando devidamente a passa-
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gem de luzo. Para que isso não ocorra,


na fase de estratificação, por exemplo,
de uma classe IV, como na figura abaixo,
a camada palatina de esmalte deve se 40. Esquema mostrando a estratificação de uma camada de DEN-
38. Vista lateral da espessura do esmalte cromático durante a seleção de cor. apresentar com uma espessura menor TINA ou CORPO para finalizar com esmalte se esse volume aditivo
que 0,5 mm. O grande volume da res- ultrapassar 0,5 mm.
tauração deve ser realizado com DEN-
TINA e/ou BODY subindo essa camada
levemente na linha de união para obter
Com a seleção de cor estando um mimetismo da mesma, e a camada
padronizada, devemos pensar em ES- de esmalte vestibular deve apresentar
TRATIFICAÇÃO dessas camadas. A es- uma espessura na maioria das vezes de
tratificação da resina composta deve no máximo de 0,5 mm conseguindo as-
apresentar os volumes corretos para sim um resultado favorável.
o bloqueio da passagem de luz, mi-
metismo da linha de união e valor (lu-
minosidade) similar ao dente, onde a
morfologia de cor é extremamente im-
portante18.
O conceito de estratificação, por-
172 tanto, mostra que cada camada tem 173
uma importância em cor, mas também

VOLUME 01 / CAPÍTULO 06
em morfologia; assim, o dente (restau-
ração) ao final apresentará não somen-
te a anatomia, mas a reflexão interna
com uma morfologia ideal.
Segundo Bazos e Magne19, “o
melhor entendimento da distribuição
espacial, pertinente às estruturas co-
ronais histoanatômicas e da interação
dinâmica da luz da dentição natural,
fornece a equipe odontológica uma
vantagem”.
Lembrando dessas estruturas:
• Esmalte – Translúcido.
• CDE ou JED – Transparente.
• Dentina – Opaca.
O maior erro na estratificação de D
resinas compostas está na espessura E E
e posicionamento das camadas20. Este
erro está no volume de dentina e na
D
espessura do esmalte, como vemos na
figura a seguir: E E
39. Mostrando mock-up cortado na me- Nesse erro comum, a restauração
tade para avaliar as espessuras. Esquema apresenta-se com valor baixo e aparên-
mostrando a estratificação de uma cama- A B
da de DENTINA ou CORPO para finalizar
cia da linha de união porque as camadas
com esmalte se esse volume aditivo ul- estão perfeitas para reproduzir estrutu- 41. A,B – Espessura ideal natural. Caso o clínico restaure com resina composta utilizando essa espessura, aumenta a capacidade de pas-
trapassar 0,5 mm. ras naturais e não resinas compostas. sagem de luz,abaixando o valor e aparecendo a linha de união.
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A B SIMPLE BÁSICO

42. A,B – Mudança da espessura para compensar não só o índice de refração, mas também aumentando a camada de dentina para melhora
174 na opacidade e reflexão de luz, tendo também o mimetismo da linha de união. Estratificação policromática: Newton Fahl Jr, Didier Dietcshi17. 175

VOLUME 01 / CAPÍTULO 06
Use a câmera do seu celular IOS TENHO A NECESSIDADE DE ES-
ou o leitor de QRcode para acessar
o código e visualizar um vídeo TRATIFICAR VÁRIAS CAMADAS
mostrando a sequência da seleção EM TODOS OS CASOS?
de cor personalizada.
O grupo Style italiano indica que o clí-
nico deve classificar mentalmente qual
é o tipo de estratificação que a situação
clínica necessita. Pense na avaliação
cromática e veja a necessidade de:
• Simples: 1 camada.
• Básica: 3 camadas (2 ou 3 cores). AVANÇADO
• Avançada: 4 camadas ou mais (4 cores
ou mais).
Lembrando que a rotina clínica
se enquadra mais na básica e simples,
mas devemos entender e dominar a
avançada para os casos que necessi-
tem de uma reprodução policromática
de cores. Estratificação policromática: 43. Desenhos esquemáticos sobre como classificar os
tipos de estratificação segundo o grupo Style italiano.
Newton Fahl Jr, Didier Dietcshi17.
Após a decisão da sequência de Levando esses conceitos para a re- CASO 1 (CASO REALIZADO
camadas devemos pensar no passo a sina composta, vamos seguir um passo POR THIAGO OTTOBONI E
passo da estratificação e na aplicação a passo de cinco etapas para reabilitar
dessas camadas em relação ao núme- um sorriso com estética e função:
ANDRÉ REIS)
ro de dentes fazendo uma analogia em • Confecção da camada palatina (to- Paciente do sexo feminino chegou à clí-
relação à aplicação de cerâmicas por dos os dentes necessários). nica do Mestrado da UnG para avalia-
um técnico em prótese dental, onde • Avaliação do substrato. ção estética queixando-se da coloração
ao realizar a aplicação de vários ele- • Aplicação da resina de dentina (to- das resinas compostas e da morfologia.
mentos anteriores, todas as camadas dos os dentes e locais necessários). Após avaliação criteriosa ressaltando
e massas cerâmicas são aplicadas de • Efeito de halo opaco e efeito opalescen- pontos favoráveis e desfavoráveis do
maneira pontual dente a dente para te (todos os dentes e locais necessários). tratamento como citamos acima no
THE AESTHETICS YEARBOOK

criar uma harmonia de volume, posi- • Esmalte vestibular cromático e/ou início do capítulo optamos pela troca 45. Inicial.
ção e morfologia. acromático (todos os dentes e locais total das resinas compostas, uma vez
necessários). que observamos um alto grau de sor-
ção da resina composta mostrando
claramente que não foi bem fotopoli-
merizada e também um deslocamento
proximal na região do dente 12 bem
como excesso nas margens do perfil de
emergência entre os incisivos centrais,
mostrando o não afastamento gengival
(isolamento absoluto ou fio retrator).
Em conversa com a paciente, notamos
que ela gostaria de dentes mais claros
e com bordas opalescentes.

176 177

VOLUME 01 / CAPÍTULO 06
A B

46. A-D – Planejamento, fotografias e


enceramento diagnóstico baseado nas
B
fotografias.

C D

E F D C

44. A-F – Sequência passo a passo da estratificação dos laminados cerâmicos realizado pelo Ceramista, mostrando a progressão das
camadas uniformes dente a dente pensando em volume posição e desenho das massas cerâmicas.
THE AESTHETICS YEARBOOK

178 179

VOLUME 01 / CAPÍTULO 06
B

47. A,B – Realização do mock-up ou test-drive do sorriso para avaliação estética e funcional.

48. Remoção do mock-up para planejamento da estratificação pensando no volume aditivo e na divisão da espessura das camadas. 49. A,B – Remoção das resinas antigas com magnificação, lâmina de bisturi número 12 em toda a área do perfil de emergência, discos tipo
Sof-Lex Pop-On e pontas multilaminadas.
Passo 1: Camada palatina - aplicação da primeira camada de esmalte acromático
CT Z350 XT para obter uma alta passagem de luz. Essa sequência foi realizada
nos seis dentes, devolvendo o contorno dos mesmos.
Passo 2: avaliação do substrato – resultado = está favorável e SEM a necessidade
de opacificar.
Passo 3: Dentina.
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180 51. Aplicação da camada de dentina dente a dente fotopolimerizando um a um, com a resina XWB Z350 XT para aumentar o valor do dente, 181
devolvendo a morfologia e mimetizando a linha de união.

VOLUME 01 / CAPÍTULO 06
B

C D

E F

50. A-F – Após as resinas terem sido removidas, foi realizado isolamento absoluto modificado (técnica preconizada na época), condiciona- 52. Criação do halo opaco com corante branco para delimitar o limite da borda incisal, fotopolimerização e aplicação de resina CT esmalte
mento com ácido fosfórico (Poweretching BM4) por 30 segundos, seguido de lavagem abundante, secagem, aplicação do sistema adesivo acromático entre os mamelões e o halo opaco para aumentar a passagem de luz criando a opalescência.
em todos os dentes e fotopolimerização.
Passo 4: Halo opaco e efeito opalescente.
Passo 5: Esmalte vestibular.

A
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182 B 183

VOLUME 01 / CAPÍTULO 06
B C

D E

53. A,B – Aplicação do esmalte cromático na vestibular, de preferência sempre em uma única camada, com a resina WE Z350 XT dente a 54. A-E – Fotos finais após acabamento e polimento das restaurações.
dente tracionando a tira de poliéster nas proximais e fotopolimerizando um a um tentando definir a morfologia o mais próximo possível ao
enceramento prognóstico.
CASO 2
Paciente do sexo feminino chega à clínica particular se queixando da coloração da
restauração após a realização de um clareamento. Optou por troca da mesma me-
lhorando a morfologia e a cor.
THE AESTHETICS YEARBOOK

184 185

VOLUME 01 / CAPÍTULO 06
B

B C

55. A,B – Inicial, apresentando duas restaurações de classe IV a serem trocadas nos dentes 11 e 12. 56. A-C – Em casos de restaurações de urgências e fraturas ou troca optamos por não realizar o enceramento diagnóstico e confeccionar
a muralha BRB (Bertholdo, Ricci e Barrote22) para assim esculpir o desenho da muralha palatina e da borda incisal.
Passo 1: Camada palatina.
Passo 2: Avaliação do substrato.
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A B

57. A,B – Após o isolamento absoluto foi realizada a remoção total da restauração e o condicionamento com ácido fosfórico (Potenza
Attaco PHS) em esmalte por 30 segundos uma vez que na cavidade não havia exposição de dentina.

186 187

A B

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A B

58. A,B – Aplicação do sistema adesivo, leve jato de ar para afinar a camada e fotopolimerização.

A B C

59. A,B – Primeira camada palatina de esmalte acromático MW Estelite OMEGA, seguida de fotopolimerização. 60. A-C – Aplicação da camada de dentina DA1 ESTELITE OMEGA (Tokuyama Dental) para bloquear a passagem de luz, mimetizar a linha
de união, criar a morfologia interna, dar a cor do dente; nesse caso, houve a necessidade da aplicação do corante branco para simular
uma pequena mancha branca. Vista lateral do volume de dentina uma vez que a resina utilizada no caso apresenta partículas esféricas
exatamente iguais ocasionando uma leve translucidez passível de ser corrigida aumentando a espessura da resina de dentina e colocando
a espessura de esmalte em 0,3 a 0,4 mm.
Passo 3: Aplicação da dentina.
Passo 4: Halo opaco e efeito opalescente – não houve necessidade de reproduzir.

A B

62. A,B – Antes e depois imediato.


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188 A 189

VOLUME 01 / CAPÍTULO 06
B B

61. A,B – Aplicação do esmalte vestibular (esmalte cromático EB1, Estelite OMEGA-Tokuyama Dental) definindo a anatomia vestibular, 63. A,B – Antes e acompanhamento de um ano e meio – Foto por Renato Ferreira.
fotopolimerizando e aplicando o hidrossolúvel na última camada com o objetivo de bloquear o oxigênio e obter uma camada final com bom
grau de conversão.
CASO 3
Paciente do sexo masculino se queixando do incisivo central esquerdo levemente
escurecido e com a avaliação clínica notamos perda das guias caninas.
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190 A 191

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B

64. Foto artística avaliando a integração das restaurações com o lábio. Resina feita por Thiago Ottoboni / foto por Renato Ferreira. 65. A,B – Inicial extra e intraoral.
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66. Seleção de cor.

69. Isolamento absoluto para melhora da visualização do campo de trabalho e controle total de umidade.

192 193

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67. Preparo realizado através de magnificação, removendo todas as resinas compostas antigas e tentando o máxi-
mo de preservação de estrutura dental pensando na confecção de um leve bisel entre 1,0 e 1,5 mm.

68. Após a seleção de cor e preparo mínimo optamos por executar o ERC (ensaio restaurador cromático) para provar 70. A,B – Inserção da matriz ÚNICA anterior (by Style italiano, Polydentia) para controle das cristas marginais e do
a sequência da estratificação conforme explicado acima. contorno dental. Notamos uma fina espessura e maleabilidade excelente.
A B C

71. A-C – Condicionamento com ácido fosfórico (Potenza Attaco 35%, PHS do Brasil) por 30 segundos, seguido de lavagem abundante e
aplicação do sistema adesivo (Universal Single Bond Universal, 3M), aplicação de jato de ar e fotopolimerização. A B
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A B

72. A,B – Com a matriz ÚNICA anterior em posição aplicamos uma camada de esmalte cromático cor XWE (Z350 XT, 3M) para confeccionar C
as cristas marginais e delimitar o contorno dental.
76. A-C – Melhorando o contorno proximal e finalizando a vestibular com pincel.

194 195
A B

VOLUME 01 / CAPÍTULO 06
73. Aplicação da camada de dentina XWB Z350 XT (Z350 XT), 74. Aplicação de um corante Estelite Color (Tokuyama Dental) cor 77. A,B – Resultado final imediato sem e com fundo negro.
lembrando de todos os conceitos descritos anteriormente, onde white para a confecção do halo opaco, e blue e yellow para os efei-
a dentina tem uma função extremamente importante como: blo- tos opalescentes da borda incisal, pois não havia muito espaço de-
quear a passagem de luz, morfologia interna do dente, mimetizar vido ao mínimo preparo.
a linha de união e cor, onde levamos essa camada levemente na
metade do bisel.

A B

75. A,B – Aplicação de uma camada final vestibular XWE Z350 XT (3M) pensando em morfologia, posicionamento, em incremento único
buscando uma camada uniforme sem linhas de união, diminuindo assim as linhas de tensão entre as camadas polimerizadas e durante a 78. Antes do sorriso.
biomecânica do dente (Espatulas LMarte Modella).
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