Você está na página 1de 64

Queimadores

Apresentação

Olá aluno!

Você tem em mãos um material especialmente desenvolvido para lhe apoiar no


treinamento de Queimadores.

Nesta apostila você encontrará todo o conteúdo do treinamento presencial, assim


como conteúdos complementares que enriquecerão ainda mais o seu processo de
aprendizagem.

Lembre-se de que, por meio deste treinamento, você terá a oportunidade de


aprimoramento profissional, compartilhando os seus conhecimentos e adquirindo
novos.

Utilize os espaços destinado para anotações e inclua insights, dicas e ideias que
forem discutidas durante o encontro.

Aproveite esta oportunidade ao máximo, esclareça todas as suas dúvidas com o


Facilitador, estabeleça contato com seus colegas de trabalho e compartilhe
experiências.

Participe, interaja, aproveite ao máximo este material que foi preparado para você.

Bom treinamento!
Sumário

1. Queimadores 03
1.1. Conceitos sobre Queimadores 04
2. Mistura Ar / Combustível 07
2.1. Processo de Combustão 08
2.2 Ar Primário 14
3. Parâmetros de Controle 19
3.1. Momento de Chama 20
4. Queimadores de Gás Natural 27
4.1. Sistema de Combustão 28
5. Queimadores para Combustíveis Líquidos 34
5.1. Combustíveis Líquidos 35
5.2. Nebulização mecânica por pressão 36
5.3. Nebulização com fluido auxiliar 38
6. Queimadores para Combustíveis Sólidos 42
6.1. Combustíveis Sólidos 43
6.2. Queimador Uniflow – F.L.Smidth 43
6.3. Queimador Swirlax – F.L.Smidth 44
6.4. Queimador Duoflex – F.L.Smidth 46
6.5. Queimador Polflame - Thyssen Krupp Polysius 49
6.6. Queimador Flexiflame – Enfil Greco 53
7. Queimadores para Calcinadores 57
1. Queimadores

Queimadores 03
1. Queimadores

Conceitos sobre Queimadores

A indústria de cimento é uma grande consumidora de energia térmica. Deste


modo, é muito importante construir plantas de cimento com baixo consumo
térmico utilizando racionalmente os combustíveis. O objetivo do processo de
combustão em um sistema de forno é converter o calor latente dos combustíveis
em calor livre e transferir este calor para as matérias cruas de forma a sinterizá-
las em clínquer.

O equipamento que é utilizado para alimentar o sistema do forno com o


combustível para o processo de queima e geração de calor é denominado de
queimador ou maçarico, consituindo-se em um dos componentes mais críticos
do sistema do forno.

Somente nas últimas décadas reconheceu-se o queimador como parte essencial


do processo de clinquerização bem como se deu a devida importância ao seu
projeto. Entretanto, ainda hoje algumas vezes o queimador não é considerado
como peça importante do sistema do forno negligenciando-se sua função mais
importante: gerar uma chama estável e otimizar a operação do forno.

Do ponto de vista de processo, um queimador moderno utilizado para


aquecimento da zona de queima de um forno rotativo de cimento deve atender às
seguintes necessidades:

a. o queimador deve ser capaz de queimar gás natural, óleo combustível,


carvão e petrocoque, ou qualquer mistura dos mesmos assegurando ao
mesmo tempo uma combustão completa, ou seja, deve utilizar um ar de
excesso mínimo bem como minimizar ao máximo as formações de CO e
(NOx).

b. o queimador também deve ser competente para produzir uma chama curta,
estreita e fortemente radiante que é um pré-requisito fundamental para uma
boa transferência de calor na zona de sinterização do forno.

c. a chama, devido ao seu formato e à transferência de calor, deve conduzir a


formação de uma colagem densa e estável na zona de queima do forno bem
como auxiliar o processo de nodulização do clínquer com baixo conteúdo de
pó e formação de minerais otimamente cristalizados.
Queimadores 04
d. o queimador deve utilizar o mínimo possível de ar primário porque em
princípio este é um ar falso que só vai aumentar o consumo térmico do forno.

Queimadores 05
Anotações

________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________

Queimadores 06
2. Mistura Ar /
Combustível

Queimadores 07
2. Mistura Ar / Combustível

Processo de Combustão

Todos os processos de combustão acontecem através das seguintes etapas:

MISTURA  IGNIÇÃO 
 
REAÇÃO QUÍMICA 
 
DISPERSÃO DOS PRODUTOS

A velocidade do processo de combustão é diretamente dependente da etapa mais


lenta em relação às anteriormente descritas. Em todos processos de combustão
as etapas de ignição, reação química e dispersão dos produtos são muito rápidas
enquanto que a entre combustível e comburente é relativamente lenta enquanto
as demais etapas são muito rápidas.

Assim, a “eficácia” do processo de combustão é controlada exatamente pela


qualidade do processo da mistura entre ar de combustão e combustível. Uma
mistura insuficiente entre ar e combustível produz monóxido de carbono (CO) nos
gases exauridos, o que significa perda de energia calórica.

Portanto, para produzir uma boa combustão é necessário que uma quantidade
adequada de ar seja suprida ao fluxo do combustível para obter, em primeiro
lugar, uma mistura otimizada entre ar de combustão e combustível. Isto também
significa que o queimador tem que ser projetado para misturar os fluxos de ar e
combustível eficientemente.

Disto se origina o bom senso entre técnicos ao dizer que: “se estiver bem
misturado, irá queimar bem”. Para a maioria dos queimadores antigos a mistura
ar / combustível ocorre como um jato livre fluindo de um bocal em um meio
ambiente.

Neste caso, a penetração do jato no meio envolvente, ar secundário, é uma


função da capacidade deste meio em absorver a penetração razão pela qual o
jato acaba por ter uma expansão ilimitada. A figura ao lado mostra um jato livre
fluindo de um bocal em um meio ambiente.

Queimadores 08
Entretanto, no caso dos fornos rotativos de cimento, ocorre um jato confinado,
onde a mistura injetada é confinada de duas maneiras: pela massa do meio fluido
envolvente suprido ao forno (ar secundário), que é limitada e controlada, e, pela
presença física do corpo do forno, que também acaba limitando a expansão do
jato.

Quando o jato de ar confinado tem energia suficiente para promover uma fricção
na fronteira entre o jato e suas vizinhanças, o fluido envolvente (ar secundário)
passa a ser localmente acelerado pela velocidade do jato e, consequentemente,
sugado para o interior do jato, promovendo sua expansão.

Na maior parte dos queimadores modernos empregados em fornos rotativos de


cimento, a mistura ar primário/combustível ocorre como resultado da penetração
do fluxo do ar secundário no jato da referida mistura.

A fricção entre os dois diferentes fluxos de jatos cria uma turbulência na zona de
fronteira entre ambos, fazendo com que o jato do combustível se expanda à
medida que penetra no ar que o circunda.

A natureza e a taxa da mistura são determinadas pelo momento relativo entre os


vários fluxos dos jatos bem como pela aerodinâmica do sistema. Em um forno
rotativo, o ar secundário introduzido no jato de combustível é limitado pelo modo
com que é arrastado do resfriador enquanto que o jato de combustível é
confinado pelo forno.

Se a energia cinética do jato do queimador (ar primário+ combustível) é menor do


aquele necessário para uma penetração completa, então a mistura ar/combustível
será inadequada para uma boa combustão, produzindo uma chama longa e mole,
podendo também resultar em produção de CO.

Queimadores 09
Chama longa e macia devido à baixa energia
cinética do jato do queimador.

Entretanto, se a energia cinética do jato do queimador for maior que aquela


necessária para uma penetração completa do ar secundário, o excesso de
energia será consumido na sucção de parte dos gases gerados pela combustão
(que se dissipariam peara o interior do frono) de volta para o interior da própria a
chama. Este fenômeno, conhecido como “recirculação” tem um efeito positivo na
estabilização da chama, tornando-a menos susceptível à flutuações menores.

Zonas recirculação em uma chama.

Um grau moderado de recirculação é uma indicação positiva de que a mistura


combustível/ar está completa enquanto a ausência de recirculação é uma
indicação clara de que nem todo ar secundário penetrou no jato de ar primário.

Além disso, na ausência de recirculação, existe uma tendência para o jato de ar


primário expandir-se fazendo com que a chama venha até atingir o revestimento
refratário ou a colagem, podendo provocar um rápido desgaste de ambos.

A recirculação dos gases através de um jato com energia elevado, irá, entretanto,
prover um “amortecimento” dos gases da combustão previnindo um ataque da
chama ao refratário. Contudo, uma recirculação excessiva tanto pode ser
prejudicial para a eficiência térmica como também pode criar um ambiente
agressivo de combustão. Uma chama ideal com penetração do ar secundário e
recirculação é vista na figura seguinte.

Queimadores 10
Chama idealizada exibindo
penetração do ar secundário
e recirculação dos gases de
combustão devido a momento
adequado para obter uma
mistura satisfatória entre ar e
combustível.

Deste modo, um bom projeto de queimador requer uma otimização da energia


cinética do jato de ar primário (ou seja, da sua velocidade e sua massa) para criar
uma chama com recirculação enquanto interage com a aerodinâmica de um
sistema de um forno particular.

As variáveis para aperfeiçoar o projeto incluem a massa e velocidade do ar


primária, a divisão de seus fluxos axial e radial, bem como o comprimento e a
direção com que o queimador está inserido no interior do forno.

A temperatura do ar secundário, sua massa, velocidade e direção de fluxo


também têm que ser considerados no projeto do processo, pois, que afetam
consideravelmente o projeto do sistema do queimador.

Padrões típicos de aerodinâmica de fluxos de ar secundário em fornos com


resfriador de grelhas (à esquerda) e com resfriador de satélites (à direita).

Queimadores 11
Normalmente a recirculação é comprendida em duas zonas, a zona de
recirculação extrena e a zona de recirculação interna. A recirculação externa é
localizada na região externa à chama adjacente às paredes na qual o
escoamento é reverso.

A maior parte dos gases que entram nesta zona é proveniente da zona
plenamente desenvolvida. Devido ao contato com as paredes, estes gases são
resfriados e ao entrarem na zona de reação principal provocam seu resfriamento.

Esta zona é controlada pelo fluxo de ar axial do queimador e, em queimadores


adequadamente projetados, auxilia a estabilizar o ponto de ignição ao conduzir os
gases quentes de volta à região de combustão Sua importância capital reside no
fato de definir a penetração do ar secundário na chama. Esta mistura é
fundamental por responder por cerca de 90% do ar de combustão, e estimulam
efeitos convectivos de mistura.

A recirculação interna pode ser mais eficaz ainda. A zona de recirculação interna
é localizada na parte central da chama próxima ao queimador onde o escoamento
é reverso. Os gases que entram nesta zona são provenientes da zona de reação
principal, e, portanto, possuem temperaturas elevadas.

Chama estabilizada
pela recirculação
interna.

A zona de reação principal é aquela localizada próxima ao queimador onde o


escoamento é para frente e a maior parte do combustível injetado reage. É nesta
zona que as taxas de reação são mais intensas, proporcionando temperaturas
elevadas e altas taxas de formação de NOx.

Queimadores 12
A composição destes gases na recirculação interna é praticamente igual aos
produtos finais da combustão com altas concentrações de NOx. O retorno destes
gases com temperaturas elevadas para a zona de reação principal proporciona a
estabilidade da chama. Chamas instáveis afetam negativamente a operação do
forno bem como colocam em risco a segurança das pessoas e equipamentos.

Uma chama instável pode ser definida como aquela que tem um ponto de ignição
variável e uma distância variável da ponta do queimador. Existe tanto o risco da
chama retroceder como de ficar acumulada uma quantidade substancial de
combustível não queimado entre ponta do queimador e o ponto de ignição,
criando um risco potencial de explosão.

Maçaricos de gás têm maior tendência a tal instabilidade por causa da alta
temperatura de ignição, velocidade lenta. de propagação da chama e limites
estreitos de inflamação para este tipo de combustível. Ao se prover a entrada
prematura de um ponto de ignição na zona de combustão assegura-se também a
estabilidade da chama.

Em algumas aplicações isto pode ser efetuado com o emprego de um queimador


piloto contínuo, mas, em forno rotativos isto é melhor obtido assegurando-se a
recirculação dos gases quentes com fonte de ignição do combustível recém
injetado.
 
Uma vez que o forno consiga manter sua temperatura operacional, a radiação do
revestimento refratário irá prover a energia para a ignição. O meio mais durável
para criar a zona de recirculação interna da chama é sistema de injeção
tangencial (swirl), tanto para o jato do combustível como para o jato do ar
primário. Entretanto tal injeção rotacional pode abrir muito a chama que, por outro
lado, pode também afetar negativamente a vida do refratário devido ao contato
direto com o mesmo.

Modelagem de mistura
ar/combustível utilizando
técnica com álcalis e ácido; a
“chama” atinge o refratário
pela inexistência de
recirculação.

Queimadores 13
Na queima de gás natural, o projeto mais eficiente utiliza uma rotação limitada
tanto para o ar primário como para o combustível injetado. Na queima de óleo
combustível a rotação do ar primário é tipicamente utilizada, enquanto para
combustíveis sólidos muitas vezes não é tão necessário para produzir uma
chama estável. Cada caso é projetado baseado no tipo de combustível a ser
queimado bem como no ambiente de combustão em que deverá operar.

2.2 Ar Primário

Ar Primário é o ar suprido diretamente no sistema de combustão através do


maçarico de injeção de combustivel . A taxa de ar injetado no forno através do
maçarico em relação ao ar mínimo ou estequiométrico necessário para promover
a queima do combustível constitui a porcentagem de ar primário.

Na maioria dos combustíveis, o ar estequiométrico pode ser estimado como 1,41


kg ar/ 1.000 kcal suprido pelo maçarico enquanto a % de ar primário pode ser
determinada tanto para o maçarico principal do forno como para o maçarico do
calcinador.

Nos maçaricos modernos o fluxo total de ar primário é divido em vários fluxos


individuais cada qual com uma função específica. Tais fluxos são designados
como ar axial, ar radial, ar central e ar de transporte.

O Ar Axial consiste na corrente de ar que sai axialmente do maçarico, ou seja,


possui a mesma direção do eixo do maçarico. Normalmente é a componente mais
externa do maçarico e constitui cerca de 7 - 8% do ar primário.
 
O ar axial torna a chama mais estreita e radiante e é responsável pelo seu
comprimento da chama. O ar externo promove um aumento das recirculações
externas e portanto, é importante para a mistura dos fluxos de ar primário e
combustível com o ar secundário.

Por estar em uma posição mais periférica, o aumento do fluxo do ar externo


promove também uma maior estabilidade da chama. Além de ser a principal fonte
para a turbulência da chama também promove a sucção do ar secundário, pois
atinge, na boca do maçarico, velocidades subsônicas, muitas vezes atingindo
valores superiores a 300m/s.

Queimadores 14
O Ar Radial consiste no fluxo de ar que deixa o maçarico tangencial e
rotacionalmente em relação ao seu eixo. Normalmente seu valor é de 1.5 – 2.0%
do fluxo total de ar primário. O ar radial é responsável pelo ajuste da largura da
chama. Normalmente o canal de ar radial está localizado sequencialmente ao
canal externo do ar axial mas também pode ser instalado após os canais do ar
axial e ar de transporte.

Aumenta a presença de combustíveis na zona de recirculação interna e na zona


da chama que é pobre em oxigênio e rica em espécies redutoras. Quando se
incrementa o fluxo de ar tangencial em substituição ao ar de dispersão, nota-se
um aumento da temperatura no casco do forno na zona de queima e tem-se um
melhor controle da geração do NOx.

Assim, o ar tangencial é utilizado para alargar e encurtar a chama devendo ser


utilizado com muita atenção devido ao fato de que este pode provocar
temperaturas extremamente altas na zona de queima. O ar radial torna a chama
mais larga e curta mas também auxilia sua turbulência e melhora a mistura entre
ar primário e combustível. Sua velocidade fica normamente entre 150 e 200 m/s.

O Ar de Transporte tem como principal função transportar o combustível sólido


para interior do forno. A velocidade de transporte deve garantir que não se
deposite material na linha de transporte, provocando irregularidade na dosagem
de combustível e com conseqüente instabilidade do processo. Normalmente este
valor fica em torno de 30m/s. Seu fluxo fica em torno de 3 a 4% do do fluxo total
de ar primário.

Entretanto, a velocidade do ar de transporte no bocal do maçarico, função do tipo


de combustível utilizado, deve ser algo mais baixa para combsutíveis com baixo
teor de voláteis como o petrocoque (20 a 23 m/s) e algo mais alta para
combustíveis com alto teor de voláteis como os carvões betuminosos.
 
O Ar de Dispersão promove uma melhor dispersão da nuvem de combustí-veis,
melhora o contato do combustível com o ar secundário quente e au-menta a
flexibilidade na conformação da chama. Assim como o ar tangencial, o ar de
dispersão é utilizado para alargar e en-curtar a chama devendo ser utilizado com
muita atenção devido ao fato de que este pode provocar temperaturas
extremamente altas na zona de queima.

O Ar Central de Resfriamento tem uma direção axial assim como o ar axial. Sua
principal função é de resfriar a cabeça do queimador mas também auxilia a
favorecer a dispersão e combustão dos resíduos sólidos.

Queimadores 15
O ar de resfriamento promove a oxigenação da raiz da chama, aumenta os níveis
de turbulência e recirculações internas e aumenta a participação das
componentes de velocidade axial no fluxo de ar primário.

Também tem efeito importante na formação da pluma da chama garantindo que


seja mantida uma distância mínima entre a ponta do maçarico e o ponto de
ignição inicial do combustível. Seu fluxo fica em torno de apenas 1% do do fluxo
total de ar primário.

Se a chama já estiver intensa, um aumento no fluxo de ar de resfriamento irá


encurtar a chama, pois nessa situação o efeito térmico da aceleração da
combustão (devido a melhor mistura entre o combustível e o ar) irá ser
predominante ao efeito aerodinâmico do aumento do componente axial de
velocidade (que ao contrário faria com que a chama ficasse mais longa).

Distribuição dos canais de ar em maçaricos de primeira e segunda


geração.

Queimadores 16
Canais de ar em maçarico de alta eficiência.

Queimadores 17
Anotações

________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________

Queimadores 18
3. Parâmetros de
Controle

Queimadores 19
3. Parâmetros de Controle

Momento de Chama

Quando Isaac Newton (1642-1727) publicou seu trabalho magistral Princípios


Matemáticos da Filosofia Natural, em 1687, demonstrou também, nesta obra, a
Lei do Movimento, freqüentemente denominada Segunda Lei de Newton.

Segundo esta lei, se aplicarmos sobre um objeto de massa conhecida m,


inicialmente em repouso, uma força constante F durante um intervalo de tempo t
o objeto passa a deslocar-se com uma variação de velocidade v, ou seja, F *t =
m*v.

Segundo Newton, para obter-se o produto F *t , produto este denominado de


impulso da força, a variação m*v, denominada de quantidade de movimento
deve ser tanto maior quanto maior for a massa m que se está tentando acelerar.

A quantidade movimento também é um parâmetro crucial na qualidade de uma


chama formada em um processo de combustão. Usualmente os tecnicos em
processo de combustão denominam a quantidade de movimento de uma chama
como momento de chama, expressa como a porcentagem de ar primário (em
lugar da massa de ar primário) multiplicada pela velocidade do ar primário
injetado.

Esta velocidade é medida no bocal do maçarico. Na prática o momento de


chama é determinado através da expressão:

Momento = Lp *  (em % * m/s)

onde, Lp representa porcentagem de ar primário (relativa a quantidade de ar


mínimo estequiométrico) e  a sua velocidade de injeção no bocal do queimador.

Conseqüentemente, para manter o mesmo momento de chama quando a


velocidade é dobrada a porcentagem de ar primário deve se reduzida à metade.
Em maçaricos modernos normalmente o consumo de ar primário fica na faixa de
10 a 12%.

Queimadores 20
O projeto do bocal do maçarico é fundamental tanto para atingir obter o melhor
momento de chama possível em função do combustível utilizado como para
produzir uma chama com formato e comprimento adequados ao ambiente de
combustão.

Isto explica porque o momento dos queimadores é o parâmetro que determina a


formação da chama. Um momento baixo significa que o combustível será
simplesmente injetado na câmara de combustão. Se o momento de chama for
menor do que o desejado a chama resultante será longa e mole, podendo até
resultar na produção de CO.

Além disso, esta alimentação divergente do combustível e do ar primário produz


temperaturas mais altas nas superfícies internas da câmara de combustão. No
caso do forno de cimento a zona de queima é revestida por tijolos refratários e
uma colagem protetora que podem ser destruídos rapidamente se houver um
contato direto com a chama produzida com um momento muito baixo.

Assim, um contato da chama sobre a carga de clínquer irá aumentar a


evaporação de sulfatos, cloretos e óxidos alcalinos que normalmente levam à
fornação colagens indesejáveis nas zonas mais frias do processo como a entrada
do forno, a caixa de fumos ou o duto de ascensão de gases do pré-aquecedor.

Entretanto, um momento alto promove uma fricção na fronteira entre o jato e suas
vizinhanças e o ar secundário é acelerado e sugado para o interior da chama
devido à alta velocidade do jato.

A experiência tem demonstrado que a formação de uma chama forte, estável,


curta e estreita requer um momento mínimo, dependente do tipo de combustível
empregado:

Queimadores 21
 óleo combustível: 1400 a 1600 %*m/s;

 carvão mineral: 1600 a 1800 %*m/s;

 petroque: 2000 a 2200 %*m/s.

Isto significa que para a mesma potência de chama, quanto maior a velocidade
de injeção, melhor o grau de recirculação e menor será a quantidade
necessária de ar primário. Isto também significa que um momento alto
representa uma mistura mais rápida e intensa e, consequentemente, uma chama
mais curta e quente.

A próxima figura mostra valores correspondentes a % de ar primário e


velocidades de injeção para vários valôres de momentos de chama.

Pode se notar pelo gráfico que as velocidades de injeção nos queimadores


modernos de terceira geração são normalmente muito altas, aproximando-se ou
até igualando-se à velocidade sônica sob as condições físicas reinantes, o que
requer uma considerável pressão no bocal. Desta forma, para alcançar uma
velocidade em torno de 340 m/s devem ser utilizados sopradores capazes de
desenvolver pressões de 800mbar.

A velocidade em um bocal de um queimador deve ser determinada por meio de


medições de campo, utilizando, por exemplo, um tubo Pitot. Também pode ser
calculada com precisão razoável através da pressão estática PS (mmCA) medida
antes do bocal como:

 = 4 *  PS (m/s)

Queimadores 22
Impulso Específico

O Impulso Específico tem um conceito semelhante ao momento de chama, mas é


calculado através do produto da vazão mássica de ar primário pela velocidade
desse ar na ponteira do maçarico. Expressa o efeito de estabilização da chama
devido a uma mistura mais energética entre combustível e comburente. O cálculo
é feito separadamente para cada um dos ares constituintes do ar primário.

I = Qt * Vax

onde:
 
I = Impulso relativo de cada um dos ares constituintes do ar primário – axial,
tangencial, transporte e central.

Qt = Vazão mássica de cada um dos ares constituintes do ar primário – axial,


tangencial, transporte e central [kg/s] – Calculado segundo PD – Medição de
Vazão de Gases.

Vax = Velocidade axial de cada um dos ares constituintes do ar primário – axial,


tangencial, transporte e central [m/s].

O cálculo da velocidade de cada um dos constituintes do ar primário deve ser


feito conforme explicado durante avaliação do momento de chama. É importante
ressaltar que o ar tangencial entra no forno com uma certa torção devido à
presença de uma rosácea. Logo ele possui 2 componentes, sendo uma axial e
outra radial.

Como é possível medir apenas a velocidade total, deve-se calcular a componente


axial dessa velocidade. Os demais ares só possuem a componente axial.

Vax = Vt * cos

Vtg = Vt * sens

Queimadores 23
Vt = Velocidade total do ar tangencial;
Vax = Velocidade axial do ar tangencial;
Vtg = Velocidade tangencial do ar tangencial;
q = ângulo da rosácea.

O impulso relativo total será então a soma do impulso relativo de cada um dos
componentes, considerando assim, a componente axial do ar tangencial.

I total   I

onde:
 
Itotal = Impulso total de ar primário [N].

A fim de melhor avaliar a chama, seria útil utilizar-se o chamado Impulso


Específico, que consiste em um número adimensional calculado a partir da razão
entre o impulso relativo de ar primário e o impulso relativo de ar secundário.
 
Esse número expressa o equilíbrio entre o efeito do ar primário na formação de
uma chama rígida e o efeito do ar secundário para a quebra dessa rigidez.

Porém, a determinação do impulso relativo do ar secundário é difícil de avaliar


pois para calculá-lo seria necessário utilizar a temperatura do ar secundário, o
que só é obtido através de um balanço no resfriador.

Logo, utiliza-se ao invés do impulso relativo do ar secundário a potência térmica


do maçarico, já que a mesma é proporcional à vazão de ar secundário, pois
quanto mais combustível utilizarmos, mais ar será necessário para efetivar a
combustão.
I total
I esp 
Pot

onde:
Iesp = Impulso específico [N.h/GJ];
Itotal = Impulso total de ar primário [N];
Pot = Potência térmica do maçarico [GJ/h].
Pot  Qcomb.PCI

Queimadores 24
onde:
Qcomb = Vazão mássica de combustível na zona de queima [kg/hr];
PCI = Poder calorífico inferior do combustível [GJ/kg].

Swirl

Paralelamente ao impulso específico, utiliza-se calcular o swirl ou impulso


rotacional, que representa a quantidade de movimento que o maçarico impõe à
chama para provocar sua rotação. É calculado através das seguintes equações:

I rot  Qradial .Vtan gencial .sen( ).Rg

Irot = Impulso rotacional [N.m];


Qradial = vazão mássica de ar tangencial [kg/s];
Vtangencial = velocidade total do ar tangencial [m/s];
 = ângulo de rosácea;
Rg = raio de rotação; relação entre os raios externos e internos da rosácea [m].
3 3
2 (R 2  R1 )
Rg  . . tan(  )
3 ( R 22  R 12 )

onde:
R1 = raio interno da rosácea (m);
R2 = raio externo da rosácea (m);
 = ângulo da rosácea.

O swirl é uma relação entre o impulso rotacional e o impulso relativo total do


maçarico, que representa a abertura ou largura da chama.
I rot
Sw 
De . I total

Sw = swirl [adimensional];
Irot = Impulso rotacional [N.m];
Itotal = Impulso relativo total [N].

Queimadores 25
Anotações

________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________

Queimadores 26
4. Queimadores para
Gás Natural

Queimadores 27
4. Queimadores para Gás Natural

Sistema de Combustão

Um sistema de combustão de gás natural é extremamente simples por causa da


queima eficiente deste tipo deste de combustível e demanda menos recursos
quando comparado às condições que tem ser garantidas para prover uma boa
combustão com combustíveis líquidos e sólidos.

Basicamente, existem dois tipos de sistemas de gás natural:

 um sistema de baixa pressão, onde a pressão do gás natural suprido não


deve exceder a 0,5 bar e requer menor suprimento de ar primário para garantir
boas condições de queima.

 um sistema de alta pressão onde a pressão do gás natural suprido permanece


entre 1,5 bar e 2,0 bar; são usados bocais sônicos que criam um jato de
combustível com alta turbulência, algumas vezes este sistema é operado sem
ar primário.

Apesar de todas as vantagens e facilidades associadas à queima do gás natural,


existe uma série de fatores limitantes para o uso deste combustível nas plantas
de cimento como a existência de uma estação de distribuição de gás próxima à
planta.

O alto custo por quilometro para construir uma tubulação de transporte de gás a
média pressão impossibilita economicamente o uso do gás natural em uma planta
de cimento quando é necessário implementar uma longa linha de transporte do
gás entre a estação e a planta.

O gás natural é enviado pela companhia distribuidora sob uma pressão entre 5
bar e 20 bar até o “ponto de descarga” que tanto pode estar localizado em um
ramal de distribuição de média pressão, nome utilizado pela indústria de gás ou
em um ponto localizado nos limites físicos da planta de cimento.

Para se operar com segurança o gás natural em uma fábrica de cimento, a partir
de seu ponto de descarga, deve-se montar um cavalete dotado de instrumentos
para medição de volume consumido bem como para redução de pressão para

Queimadores 28
valores entre 2 bar e 5 bar. Além disso, devem ser providos os meios necessários
para distribuir e transportar o gás aos diferentes pontos de consumo.

Em cada ponto de consumo outro cavalete deve ser montado de modo que seja
efetuada a redução final da pressão para alcançar o nível adequado à injeção do
gás bem como o controle do fluxo de gás para que atinja com exatidão a vazão
necessária ao consumo. Além disso, tal cavalete também possuir um sistema de
queima para introduzir o gás natural na câmara de combustão.

Normalmente este cavalete é composto por um conjunto de válvulas e


dispositivos de medição para controle e segurança e é montado em local próximo
ao ponto de consumo final. Este cavalete tem importância vital para a segurança
da operação e eficiência do processo de queima e inclui vários elementos como:

 válvulas manuais de abertura e fechamento;

 manômetro para verificar a pressão com que o gás é suprido ao cavalete;


 
 pressostato para controlar a pressão mínima; o suprimento de gás para o
cavalete é cortado se a pressão do gás alimentado ao mesmo cair abaixo de
certo valor;

 válvula auto operada de abertura e fechamento que corta o suprimento de gás


para o cavalete no evento de uma sobre pressão nos sistema de queima;

 válvula redutora de pressão auto operada que provê a redução final de


pressão do gás para o valor requerido pelo sistema de queima, normalmente
entre 0,5 e 2,0 bar.

Neste mesmo cavalete, a linha de suprimento de gás ao queimador, que na


verdade é uma extensão da linha principal, mas tem um diâmetro maior para
acomodar a expansão do gás devido à redução de pressão. Este cavalete,
ilustrado na figura seguinte, deve conter os seguintes elementos de controle:

 fluxômetro para controlar o volume de gás consumido pelo queimador


principal; normalmente é utilizada uma placa de orifício embora algumas
vezes também se utilize um medidor tipo turbina;

 manômetro para verificar a pressão do gás à frente da válvula auto operada


redutora de pressão;

Queimadores 29
 duas válvulas de abertura e fechamento, operadas remotamente pelo sistema
de controle da combustão;

 linha de segurança e alívio instalada entre as duas válvulas de abertura e


fechamento; a linha de alívio possui uma válvula solenoide que abre e libera o
gás na atmosfera quando as duas válvulas mencionadas bloquearem o
suprimento de gás para o queimador.

 válvula de controle acionada elétrica ou hidraulicamente que abre ou fecha de


acordo com uma demanda maior ou menor de combustível para o queimador
principal, modulando desta forma o fluxo do gás natural;

 válvula tipo globo ou agulha para uma eventual regulagem fina do fluxo de
combustível ao queimador principal;
 
 pressostato para controlar a pressão máxima; o suprimento de gás para o
queimador é cortado se a pressão do gás à frente do cavalete exceder a certo
valor;

 manômetro para verificar a pressão com que o gás é suprido ao queimador.

Cavalete ou Estação de
Queima para Gás Natural.

O tipo mais comum de queimador para gás natural na indústria do cimento é um


tubo simples com apenas um canal para o gás, sem uso de ar primário, que na
verdade não é necessário para a combustão deste combustível no forno rotativo.

A alta velocidade do gás natural na saída do bocal de cerca de 300 a 380 m/s

Queimadores 30
provoca uma intensa sucção do ar quente secundário para o interior do jato de
gás, que por sua vez promove uma mistura intensa e instantânea com o memo,
tornando redundante o uso de ar primário.

Bocal de Queimador para


Gás Natural Projeto Pillard.

Para queima de cimento, pressões de gás abaixo do valor crítico são muito
suficientes e tem muitas vantagens práticas, uma das quais consiste em evitar-se
a criação dos sons desagradáveis criados através das altas velocidades do gás.
Queimadores a gás de baixas pressões trabalham com 0,4 a 0,8 bar no bocal.

O fluxo de gás é sempre regulado através do ajuste de sua pressão. Em


queimadores que trabalham com baixa pressão há uma correlação direta entre
pressão e vazão. No bocal do queimador o fluxo de gás também pode ser dividido
em fluxo axial e fluxo radial. A razão entre dois fluxos é ajustada via externa
através de válvulas de controle.

O fluxo axial é injetado através de furos (de 8 a 16) com 8 a 12 mm de diâmetro,


enquanto o fluxo radial é injetado através de furos inclinados (30 a 40) com 6 a 8
mm de diâmetro. Normalmente a estação de gás é provida com sistema de purga
que se encarrega de limpar o gás remanescente na tubulação quando seu fluxo é
interrompido por razões operacionais, queda de energia, etc.

Bocal de Queimador para Gás Natural Projeto


Kloecner-Humboldt.

Queimadores 31
Queimador especialmente projetado para queima de gás natural pela F.L.Smidth
permite o ajuste do formato da chama e da ignição do gás. O gás é dividido no
bocal em dois fluxos: gás primário no fluxo principal e gás secundário através de
furos inclinados no cone do bocal.

A razão entre estes dois fluxos é ajustada via externa movendo-se o cone
axialmente. Durante a operação normal não é necessário ajustar-se este cone.
Isto só deve ser efetuado quando o formato da chama necessitar de algum ajuste.

Bocal de Queimador para Gás


Natural Projeto F.L.Smidth.

Chama de Gás
Jato livre de gás natural.
Natural.

Queimadores 32
Anotações

________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________

Queimadores 33
5. Queimadores para
Combustíveis
Líquidos

Queimadores 34
5. Queimadores para Combustíveis Líquidos

Combustíveis Líquidos

Um queimador de combustível líquido é um dispositivo mecânico que combina o


combustível com quantidades apropriadas de ar antes de enviar a mistura ao
ponto de ignição em uma câmara de combustão. É essencial para o processo de
combustão que a mistura de óleo e ar seja bem homogeneizada e que contenha o
mínimo possível de gotículas puras do líquido combustível.

Qualquer combustível líquido que deva ser apropriado e eficientemente queimado


tem que ser nebulizado durante sua injeção na câmara de combustão em que
será consumido. Para alcançar tal nebulização o fluxo de combustível líquido
deve ser convertido em uma nuvem de gotículas.

O termo nebulização provém do Latim “nébula”, que significa nuvem. A


nebulização converte o jato de líquido em uma nuvem de gotículas com tamanhos
que podem variar mais ou menos em torno de um valor médio. Este valor
depende:

1. do líquido (viscosidade e tensão superficial são as propriedades importantes).

2. da pressão e temperatura do ambiente em que o liquido é injetado.

3. da velocidade de injeção.

Existem vários para métodos obter a nebulização e alcançar uma alta velocidade
do fluxo do liquido. Em relação às plantas de cimento que empregam a queima de
óleo combustível os seguintes métodos têm sido aplicados.

 nebulização mecânica por pressão.

 nebulização com fluido auxiliar (ar comprimido ou vapor).

Queimadores 35
5.2 Nebulização mecânica por pressão

Este método transforma o jato denso do combustível líquido em uma nuvem de


gotículas por meio de um aumento na pressão do fluido combustível. Para tanto é
utilizada uma bomba que injeta o combustível em uma câmara de turbulência no
bico do queimador que tem tamanho e formato apropriado.

A nebulização mecânica é normalmente limitada a combustíveis líquidos de


vabaixa viscosodade (até cerca de 40sSt) sem partículas sólidas. Para obter a
nebulização mecânica também é necessário aumentar a pressão até 25 a 60 bar,
dependendo na natureza e das condições do combustível a ser injetado.

Esta limitações demandam mudanças nos bocais com diâmetros de orifícios


diferentes a medida que a produção aumenta ou diminui significativamente. A
necessidade de limpezas e a formação de coque são problemas adicionais a este
bocal.

Outro aspecto que deve ser considerado é qua nebulização mecânica produz
sprays com um amplo espectro de dimensões de gotículas e, conseqüentemente,
uma quantidade considerável de gotas de grandes diâmetros.

Como o tempo de vida de uma gotícula é proporcional ao quadrado de seu


diâmetro inicial (τ ~ DO2), as gotas grandes aumentam a tendência de formação de
CO. Isto também implica no aumento do ar de excesso, provocando tanto uma
perda de eficiência térmica quanto uma interferência no refratário e no produto.

Existem três configurações diferentes de bocais para obter a nebulização de um


combustível líquido por via mecânica:

 um circuito simples com formato fixo, no qual o bico do queimador governa


apenas a velocidade axial do jato nebulizado; o bico tem vários furos em sua
ponta ´para prover a injeção do combustível; número de furos varia de 1 a 12
em função da capacidade e vazão do queimador.

 um circuito duplo com formato fixo, no qual o jato nebulizado resulta da


mistura de fluxos que passam através de duas linhas de óleo; uma linha provê
a velocidade axial e outra linha provê a velocidade radial; o ângulo de injeção
de óleo pode ser controlado por meio da mudança de um ou dos dois fluxos
de óleos; um queimador deste tipo amplamente empregado foi o Pillard MY.

Queimadores 36
Queimador de óleo Pillard com jato nebulizado gerado pela mistura de
fluxos que passam através de duas linhas de óleo.

 um formato variável, no qual uma “agulha” móvel montada no interior do bico


do queimador pode ser movida para frente ou para trás tornando possível
ajustar tanto a velocidade como o fluxo do combustível nebulizado; o bico tipo
agulha fabricado pela F.L.Smidth foi amplamente empregado em fornos de via
úmida bem como em fornos longos de via seca no passado.

Queimador de óleo F.L.Smidth com agulha móvel pra ajustar a


velocidade e o fluxo.

A grande vantagem associada ao uso da nebulização mecânica é que ela pode


ser realizada apenas com o uso de bicos providos com um formato relativamente
simples e que são facilmente construídos. Deste modo, tem um custo menor que
os bicos usados na nebulização com fluido auxiliar.

Entretanto estes bocais também apresentam uma série de desvantagens:

 a nebulização mecânica só é possível com líquidos limpo; os bicos são mais


sujeitos a entupimentos do que aqueles utilizados em nebulização com fluido
auxiliar;

 a nebulização mecânica necessita de combustíveis líquidos com menor

Queimadores 37
viscosidade; desta forma, devem ser pré-aquecidos para atingir temperaturas
maiores;

 como é necessário operar com o combustível líquido em alta pressão, a


nebulização mecânica necessita de bombas especiais de alta pressão;

 do mesmo modo, as linhas de distribuição devem ser iguais ou superiores à


classe “600 lbs, com tubos de paredes mais espessas e conexões mais
robustas.;

 por utilizar uma alta pressão, as instalações que utilizam a nebulização


mecânica têm maior potencial de acidentes que as plantas que utilizam
nebulização com fluido auxiliar.

5.3 Nebulização com fluido auxiliar

 Com este método, a transformação de um jato denso de liquido em uma nuvem


de gotículas é obtida através da aceleração obtida com um fluido compressível
em alta pressão, usualmente ar comprimido ou vapor, em queimadores dotados
de bicos com tamanhos e formatos apropriados e sob condições adequadas. É
importante ressaltar que a nebulização efetuada com este método é obtida com
pressões relativamente baixas, tipicamente entre 5 e bar.

Este método de nebulização apresenta três opções de fluido auxiliar:

 ar comprimido com pressão entre 5 e 7 bar.

 vapor em pressão baixa, entre 5 e 12 bar.

 ar em baixa pressão suprido por sopradores em plantas de cimento.

Existem três geometrias clássicas para os bocais dos queimadores que utilizam a
nebulização de combustíveis líquidos com fluido auxiliar, sendo estas
denominadas de jato-Y, jato-T e câmara de pré-mistura. O bocal Y-Jet” pode
operar com combustíveis de viscosidade de até 400 cSt dependendo da aplicação
e provê grande flexibilidade porque não necessita ser trocado.

Embora este bocal produza gotículas de pequeno diâmetro, não é adequado para
nebulização de fluidos com partículas sólidas em suspensão, mas, trabalha bem
com emulsões de óleo e água ou outros líquidos não miscíveis.

Queimadores 38
O projeto “jato -Y” é o mais adequado para a nebulização de combustíveis
líquidos de alta viscosidade que podem ter a tendência para coqueificar e
necessitam de uma baixa taxa de ar primário ou ar de excesso.

Não necessita de altas temperaturas de pré-aquecimento, produz um espectro


estreito de diâmetros de gotículas e diminui a tendência de formação de CO. O
consumo de fluido auxiliar é baixo e as pressões do combustível líquido são
relativamente baixas (normalmente 8 bar na ponta do bocal).

A câmara de pré-mistura pode ser usada também para combustíveis de alta


viscosidade com partículas em suspensão, mas há limitações de tamanhos. O
tamanho médio das gotículas produzidas são maiores que as produzidas por
bocais tipo “jato-Y”, com o mesmo consumo de fluido auxiliar.

Um aspecto a ser considerado é o fato de um bocal com câmara de pré-mistura


ter um baixo desempenho se a temperatura do combustível líquido for maior que
a temperatura do fluido auxiliar, especialmente quando o vapor é injetado em alta
taxa de fluxo. Neste caso, grandes gotículas são normalmente formadas devido
às mudanças na viscosidade.

Bocais de injeção para nebulização com fluido auxiliar.

Bocais com câmaras abertas produzem sprays com um largo espectro de


diâmetros de gotículas. Assim, seu uso somente se justifica quando outros
combustíveis são queimados simultaneamente através do maçarico principal ou
quando são instalados maçaricos no pré-aquecedor. Este tipo de bocal tem
poucas limitações em relação ao tamanho das partículas sólidas em suspensão.

Cada tipo de bocal tem suas vantagens e desvantagens, de acordo com o


combustível que está sendo usado e sua aplicação. A seleção do bocal depende
das condições de injeção dos fluxos, características do equipamento e restrições
específicas do meio ambiente.

Queimadores 39
Para a injeção concêntrica de diferentes combustíveis líquidos não miscíveis,
também existem bocais para operar independentemente com dois combustíveis
líquidos com características distintas.

Bocais de injeção para nebulização com fluido auxiliar.

Existem várias vantagens associadas ao uso da nebulização com emprego de um


fluido auxiliar:

 o método é aplicável com combustíveis líquidos “sujos”.

 o método pode ser utilizado com combustível líquido de maior viscosidade


sem que este precise ser pré-aquecido em temperaturas mais elevadas.

 como o método opera com o combustível líquido em pressões mais baixas


tem menor custo de investimento por que não necessita de bombas ou
tubulações especiais.

 por utilizar baixa pressão, as instalações que utilizam este método têm menor
potencial de acidentes que as plantas que utilizam nebulização mecânica.

Queimadores 40
Anotações

________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________

Queimadores 41
6. Queimadores para
Combustível
Sólidos

Queimadores 42
6. Queimadores para Combustíveis Sólidos

Combustíveis Sólidos

Queimadores para carvão foram desenvolvidos através de tentativas e erros nas


melhorias do processo de combustão para a operação do forno. As principais
considerações na melhora do processo de combustão são:

 configuração adequada da colagem no interior do forno.

 redução da temperatura do casco do forno na zona de queima.

 redução da quantidade de pó em circulação entre o forno e o resfriador.

 redução das emissões de SOx e NOx na chaminé principal.

 aumento na produção do forno.

6.2 Queimador Uniflow – F.L.Smidth

A primeira geração de queimadores para carvão consistiu de um equipamento


extremamente simples, ou seja, um tubo de aço liso resistente ao calor, protegido
e isolado externamente por concreto refratário.

Neste queimador, conhecido como Uniflow, o diâmetro do bocal é dimensionado


para obter o volume desejado de ar bem como a velocidade de injeção dentro da
faixa de pressão do ventilador.

O carvão é injetado junto com o ar primário atráves de um “venturi” próximo à


entrada do queimador enquanto o óleo é admitido por meio de lança especial,
inserida em tubo de aço concêntrico ao queimador. A queima com carvão pode
elevar o ar primário até 20% neste tipo de queimador.

Queimadores 43
6.3 Queimador Swirlax – F.L.Smidth

Um queimador de segunda geração denominado Swirlax foi desenvolvido pela


F.L.Smidth nos anos 80 para a queima de vários combustíveis em forno rotativos.
O novo equipamento podia ser usado para a queima de carvão pulverizado, gás,
óleo ou uma combinação destes insumos em qualquer proporção. O queimador
ficava suspenso em uma estrutura de suporte e podia ser ajustado tanto vertical
como horizontalmente.

O queimador Swirlax tem três seções transversais anulares com a lança de


injeção de óleo posicionada ao centro, devidamente protegida por um tubo
próprio. Caso se opte pela queima de gás natural a lança de óleo é simplesmente
trocada por uma lança de gás ou uma lança combinada de óleo e gás. O carvão é
injetado axialmente através da seção anular intermediária.

A seção transversal do bocal do queimador é facilmente ajustada por meio de


parafusos, tipo olhais, montados na parte traseira do queimador. O ar primário é
dividido em dois fluxos, um interno denominado radial e outro externo,
denominado axial. O bocal do ar radial consiste de uma seção de tubo com aletas
guia capazes de promover a rotação do ar. A distribuição do ar primário nos fluxos
axial e radial é regulada por meio de duas gelosias operadas manualmente, cada
qual com uma escala.

A possibilidade de variar os diferentes fluxos no bocal do queimador bem como a


razão entre o ar primário axial e o ar radial, permite ajustar completamente o
formato da chama. Um aumento no volume do ar radial sob uma alta taxa de
injeção cria uma chama curta e larga enquanto um aumento no ar axial cria uma
chama longa e estreita.

O ajuste do formato da chama é completamente independente da alimentação do


carvão pulverizado e a quantidade de ar primário pode ser mantida em um valor

Queimadores 44
tão baixo quanto 10%. O ventilador de ar primário é calculado para 12% de ar
primário e uma pressão total de 120 a 130 mbar para enfrentar condições
operacionais adversas.

A velocidade do ar no bocal pode ser regulada na faixa de 35 m/s a 120 m/s. Com
uma taxa de ar de transporte de carvão/ ar entre 3,5 a 8,0 kg.carvão/ m3, o total
de ar primário chega a 12 a 14% do ar estequiométrico de combustão.

QueimadorSwirlax

1- Ar Axial – tubo externo.


2 - Ar axial – tubo interno.
3 - Transporte carvão – tubo interno.
4 - Ar radial – tubo interno.
5 - Lança de Óleo Projeto Pillard. 6-
Aletas para rotação do Ar Radial
7 – Canal do Ar Axial.
8 – Canal Injeção Carvão.
9 – Canal Ar Radial.

Bocal Swirlax.

Queimador Swirlax em planta na


Grécia.

Queimadores 45
6.4 Queimador Duoflex – F.L.Smidth

Um novo queimador denominado Duoflex foi desenvolvido pela F.L.Smidth para


queimar qualquer tipo de combustíveis tal como carvão pulverizado, petrocoque,
gás natural ou uma mistura dos mesmos. O quemador também pode ser
equipado com um duto extra para a injeção e coprocessamentio de combustíveis
secundários como resíduos plásticos, serragem de madeira, lodos industriais, etc.

O queimador é baseado em um conceito inovativo constituído por um duto central


para combustíveis líquidos e gasosos dispostos no interior de um duto anular de
injeção de carvão, que, por sua vez, é rodeado por dois dutos concêntricos que
formam os canais de ar primário, ar radial e ar axial.

Queimador Duoflex. Bocal Duoflex.

Os dois fluxos de ar são misturados antes de serem injetados em um bocal cônico


na extremidade do queimador. Os dutos externos formam uma estrutura rígida de
suporte, minimizando a deflexão do tubo do queimador para assegurar a vida de
seu revestimento de proteção elaborado com concreto refratário.

O ar primário é suprido por um ventilador de ata pressão que permite alcançar até
cerca de 250 mbar. A relação entre ar axial e ar radial e, consequentemente, o
grau de rotação, também é ajustável. Este ajuste permite obter uma ampla faixa
de formatos da chama.

Comparado aos queimadores com um tubo único e simples este novo queimador
de canais múltiplos oferece melhores oportunidades para controlar o formato da
chama porque seus canais separados de ar axial e radial permitem ajustes nas
quantidades e velocidades de de ar independentemente da injeção do
combustível sólido. Os parâmetros mais importantes de controle da chama são o
momento da chama e a quantidade de rotação (quantidade de ar tangencial).

Queimadores 46
A rotação auxilia a criar a recirculação na parte central da chama. Isto tanto
estabiliza a chama como também diminui a distância do bocal do queimador até o
ponto de ignição. Entretanto, uma rotação excessiva da chama pode causar altas
temperaturas no casco do forno devido à incidência desta sobre o refratário da
zona de queima.

Deste modo, um bom sistema de controle sobre a rotação é importante e a melhor


solução operacional é trabalhar com um sistema onde a rotação é ajustada
independentemente do momento de chama.

Normalmente os queimadores tradicionais de multicanais têm dois bocais de


injeção de ar, uma descarga para o ar axial e outra descarga com aletas
tangenciais para o ar radial. A rotação é controlada por meio da quantidade de ar
radial (ou a razão entre ar axial e ar radial).

Isto pode ser feito de dois modos, por meio de gelosias nos dutos de injeção de ar
axial e radial, ou, mais eficazmente, pelo ajuste das áreas dos bocais. A maioria
dos queimadores modernos tem bocais com áreas ajustáveis para o ar axial e o
ar radial.

Entretanto, se todo ar primário for suprido por apenas um ventilador, não é


possível ajustar o momento e a rotação independentemente. O ajuste do bocal do
ar radial também irá mudar a pressão no bocal do ar axial e vice versa.

Para resolver este problema os queimadores modernos de multicanais passaram


a operar com ventiladores separados para o ar axial e o ar radial. Contudo, isto
não resolve completamente o problema porque o momento continua a mudar se a
quantidade ar radial for alterada. Deste modo, um momento constante só pode
ser mantido através dos ajustes do ar axial bem como do ar radial.

O projeto diferenciado do bocal do queimador Duoflex elimina estes problemas. A


rotação é gerada por aletas fixas, localizadas à frente do bocal o de saída do ar
radial. Como o ar axial e o ar radial são misturados antes de penetrar no bocal, a
pressão do ar e o momento permanecem quase inalterados quando a taxa de ar
radial é modificada.

Queimadores 47
Queimador Duoflex e
Bocal Duoflex.

A distribuição entre ar axial e ar radial é controlada por meio de válvulas


borboletas que são instaladas na entrada do queimador. Durante a operação a
válvula de ar axial é mantida aberta em um mínimo de 50%, pois, este ar também
é usado para o resfriamento do tubo do queimador.

O ar radial pode ajustado entre 0 e 100%. A quantidade de rotação é


caracterizada somente pela posição de sua válvula de ajuste. Deste modo, não é
necessário uma medição separada do fluxo de ar radial.

Ajustes dos fluxos de ar axial e radial.

Como as aletas de rotação são colocadas em uma zona de baixa velocidade o


grau de rotação será reduzido quando a velocidade do ar no bocal for aumentada.
O ângulo de rotação da aleta é dimensionado de modo a compensar isto, o que
significa que uma quantidade adequada de rotação pode ser aplicada sem correr
o risco da chama vir a incidir sobre o refratário.

Para poder explorar ao máximo as oportunidades econômicas oferecidas pelo


mercado de resíduos industriais é desejável um alto grau de liberdade para poder
ajustar as taxas de alimentação do forno com as várias alternativas de tipos de
combustíveis. Por outro lado, é necessário que a energia calórica fornecida ao
forno permaneça estável, que a queima dos combustíveis alternativos não
provoque um impacto negativo na qualidade do clínquer e que o perfil de colagem

Queimadores 48
permaneça inalterado.

A combinação destas necessidades de uma flexibilização ótima e o desejo de


manter as condições operacionais do forno estáveis, põe em relevo a importância
do queimador tem que ser capaz de compensar, o tanto quanto possível, as
variações inerentes à alimentação de combustíveis alternativos ao forno.

Estas demandas são obtidas por meio de um controle superior da chama, por
exemplo, com utilização do queimador Duoflex. Este equipamento tem habilidade
suficiente para produzir uma chama estreita que provê a melhor queima possível
das partículas de resíduos industriais no interior da chama, evitando que as
mesmas venham incidir sobre a carga de clínquer ou a colagem.

Injeção de combustível alternativo


em Queimador Duoflex.

6.5 Queimador Polflame - Thyssen Krupp Polysius

A Polysius também tem um novo queimador de alta eficiência que pode ser
utilizado em fornos de cimento e na indústria mineral bem como tanto para o
processo da manufatura do cimento normal como para cimento branco.

Uma larga faixa de combustíveis pode ser queimada, combustíveis primários ou


secundários, podendo também admitir uma injeção de um combustível simples
como uma mistura complexa de combustíveis. Os queimadores podem ser
especialmente dimensionados para capacidades de produção amplamente
variáveis, de 1.000 a 12.000 toneladas de clínquer por dia. A capacidade térmica
varia entre 10 MW e 300 MW.

O projeto do queimador consiste de três setores diferentes:

Queimadores 49
 central: este setor contém monitor da chama, queimador piloto de ignição e
entradas para alimentação do combustível de partida bem como de
combustíveis sólidos e líquidos alternativos.

 anel de bocais: se o queimador for alimentado com carvão ou outro


combustível sólido moído, o ar primário é introduzido através deste anel de
bocais localizados antes do canal externo; este anel também pode ser
utilizado para combustíveis gasosos.

 canal anular: se o queimador for alimentado com carvão moído este


combustível é injetado através do canal externo do queimador; se forem
utilizados combustíveis gasosos, uma pequena quantidade de ar é passada
através do canal externo para assegurar um resfriamento adequado da
carcaça do queimador.

Devido ao sofisticado mecanismo de ajuste dos bocais todos os bocais podem ser
ajustados tanto radialmente como tangencialmente, independentemente do ajuste
radial. Isto permite um ajuste sem etapas do swirl da chama entre 10° e40° bem
como da divergência da chama entre -5° e 15°. Deste modo torna-se possível
obter qualquer variação desejada entre o swirl e a divergência.

Este trio inovativo - projeto de bocais, arranjo dos bocais e sistema de suprimento
do combustível – assegura em primeiro lugar uma mistura intensa entre
combustível e oxigênio e, então, uma conversão rápida e completa em calor.

A mistura entre combustível e oxigênio é a etapa mais lenta do processo de


combustão determinando deste modo a velocidade deste processo.

Queimadores 50
Este novo queimador não somente diminui o tempo deste processo de mistura,
mas, também o controla especificamente.

Os bocais atuam como injetores e permitem uma mistura muito rápida entre
combustível e oxigênio que pode ser variada sobre uma ampla faixa. Isto é
auxiliado pelo canal de alimentação de carvão situado na periferia do queimador.
Esta flexibilidade é um pré-requisito para um ajuste ótimo dos parâmetros
desejados para a chama para que esta fique adequada ao combustível utilizado
ou à condição operacional do forno.

Diferentes possibilidades de ajustes de swirl e divergência removendo


diferentes formatos de chama.

A capacidade de controle do formato e do comprimento da chama permite uma


regulagem ativa da formação da colagem no forno, reagindo à formação de anéis
tanto no início como no final da zona de queima. Mudando-se (encurtando ou
alongando) o perfil de temperaturas, colagens indesejáveis no forno podem ser
grandemente reduzidas ou mesmo eliminadas, como tem sido comprovado pela
experiência prática.

A grande capacidade deste queimador, combustão ótima sobre uma larga faixa de
combustíveis, incluindo aqueles de difícil reatividade, é devido principalmente ao
conceito do projeto com bocais individuais. A combinação de bocais individuais
ajustáveis para o ar primário e o canal periférico para injeção do carvão é o
parâmetro chave para as inúmeras variações possíveis de combustão com este
novo queimador.

Por meio do ajuste do swirl e da divergência com os bocais, a zona de queima


pode ser significativamente reduzida, aumentando a temperatura da chama que
torna a combustão mais intensa. Isto é particularmente vantajoso quando se
processa a queima de combustíveis que tem baixa reatividade e são difíceis de
entrar em ignição como petrocoque ou antracito.

Queimadores 51
Vista geral de um queimador Polflame (a esquerda) e
vista frontal do bocal com seus vários canais. (à direita).

Queimadores 52
6.6 Queimador Flexiflame – Enfil Greco

Os queimadores Flexiflame foram desenvolvidos pela Greco Engenharia para


atender, com flexibilidade e sem perda de eficiência, às necessidades específicas
de fornos rotativos de calcinação usados na produção de clínquer cinza, clínquer
branco, cal, pozolana, etc. Estes queimadores são customizados mpara potências
térmicas até 150 Gcal/h.

São queimadores multicombustíveis que permitem usar de forma eficiente,


individualmente ou em “mix” de composição variável, diferentes combustíveis
como:

 combustíveis sólidos (coque de petróleo, carvão mineral, carvão vegetal,


moinha, etc);

 combustíveis líquidos (óleo combustível leve e pesado, óleo diesel, óleo


vegetal, etc.);

 combustíveis gasosos;

 resíduos líquidos (solventes, borra de tinta, lama residual de tratamento de


esgotos, etc);

 resíduos sólidos (farinha animal, aparas de plástico, serragem, biomassa,


resíduos de varrição urbana, pneumáticos, etc).

Bocal Flexiflame. Chama no interior do forno.

Queimadores 53
Com três fluxos de ar de ajuste controlados individualmente, este queimador
permite que se obtenha no forno uma chama com a forma e as características
mais adequadas ao processo de fabricação, à matéria-prima e ao “mix” de
combustíveis.

Por meio de procedimentos simples – como a abertura e o fechamento de


válvulas nas entradas de ar – os operadores de um forno de cimento ou de cal
podem otimizar as condições de queima de uma forma que é inviável para
queimadores que não tenham os mesmos recursos.

Devido à versatilidade e sua ampla gama de recursos o queimador que pode ser
operado localmente ou totalmente automatizado para operação à distância – é a
melhor opção para aplicações nas quais o controle das emissões de NOX seja
condição mandatória ou que envolvam a queima de “combustíveis problemáticos”.

O controle da chama é feito principalmente através do ajuste dos fluxos de ar


externo, tangencial, de dispersão e resfriamento por meio das válvulas
borboletas, em função das pressões estáticas na entrada do queimador. Além do
“tradicional” ar externo (axial), este queimador tem mais dois ares de ajuste,
injetados com componentes axiais e radiais de ve-locidade interna e
externamente ao canal do combustível sólido pulverizado: o de dispersão e o ar
tangencial.

Queimadores 54
Queimadores 55
Anotações

________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________

Queimadores 56
7. Queimadores para
Calcinadores

Queimadores 57
7. Queimadores para Calcinadores

A combustão em calcinadores é muito diferente da combustão realizada no


interior de um forno rotativo de cimento. Muitas vezes, não há uma chama
“definida” no vaso calcinador, com a oxidação do combustível ocorrendo sob uma
condição “desprovida de chama”.

Além disso, a combustão se efetua em uma mistura de gás e ar no lugar de ar


puro e em meio à uma atmosfera carregada de particulados. Finalmente, a
temperatura ambiente fica da faixa de 900°C a 1000°C em lugar de 2000°C como
na zona de queima do forno.

De qualquer modo, como em qualquer processo de combustão, uma mistura


íntima entre ar e combustível é uma pré-condicão essencial para obter uma boa
eficácia no processo. A aerodinâmica de um calcinador é dominada pelo ar
terciário devido à sua massa e sua velocidade comparativamente alta na entrada
do calcinador.

O padrão do fluxo de ar pode tornar-se muito complexo com mudanças na seção


transversal do calcinador produzindo como efeitos forte zona de forte
recirculação. Sob tais condições determinantes, a localização e o projeto de
queimadores do calcinador podem tornar-se extremamente criticas para seu
desempenho.

Assim como para o forno, a modelagem física pode revelar padrões de fluxos
dentro do calcinador, permitindo melhora na locação e projeto dos queimadores
(momentos, velocidades de injeção, etc) para determinar um desempenho melhor.

Além disso, a modelagem pode, muitas vezes, determinar um novo projeto


simples do refratário para produzir uma melhor aerodinâmica do calcinador, e, em
consequência, um melhor processo de combustão.

Modelagem para
determinar o projeto
de introdução do ar
terciário e injeção do
combustível em um
calcinador.

Queimadores 58
Devido ao curto tempo de residência no calcinador (2 a 3 segundos) a combustão
pode ser muito sensível às propriedades do combustível. Alguns combustíveis
como o petrocoque, em função de seu baixo teor de voláteis, ou o gás natural, por
causa de seus pré-requisitos de combustão, requerem um tempo de residência
maior para uma combustão satisfatória.

Os projetos de queimadores para calcinadores podem variar de um tubo simples


através do qual o combustível é introduzido (F.L.Smidth, Fuller) até projetos mais
sofisticados que representam versões menores do queimador principal (Greco,
Pillard).

Na grande maioria dos casos um tubo simples ira executar tão bem as tarefas de
injeção do combustível quanto um queimador complexo, desde que corretamente
projetado e corretamente posicionado.

Obviamente, esta é uma solução de custo operacional e investimentos


otimizados. Somente em casos muito raros ar primário será necessário para
ultrapassar quaisquer problemas aerodinâmicos no calcinador.

Queimador Simples
Bocal Queimador Simples.
Calcinador.

Atualmente tem sido amplamente empregados queimadores mais “sofisticados”,


praticamente idênticos aos queimadores empregada na zona de queima do forno
mas construídos em escala menor para se adaptarem às dimensões do
calcinador.

São queimadores multicombustíveis e apropriados para queima de combustíveis


“clássicos” e alternativos, sólidos, líquidos e gasosos – coque de petróleo, gás
natural, óleo combustível, solventes, lodo seco de estações de tratamento, aparas
de plástico, pneumáticos picados, biomassas, etc.

Queimadores 59
Os queimadores são desenvolvidos para garantir uma mistura intensa dos fluxos
de gases e de combustíveis bem como um tempo de residência
adequado.Elaborados com uma construção robusta, aliam alta eficiência com
baixos custos de manutenção.

A tecnologia destes novos queimadores também possibilita usá-los como


queimadores para redução das emissões de NOx. O posicionamento adequado
permite diminuir a emissão de NOx por meio da criação, no calcinador ou torre de
pré-aquecimento, de uma região “pobre” de oxigênio – uma “zona redutora” que
reverte parcialmente o NOx térmico produzido no forno.

Queimadores 60
Anotações

________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________

Queimadores 61

Você também pode gostar