Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SECÃO : PROCESSOS
ELABORADOR : Eng. João Jayme Iess
Na prática, se tem comprovado que cerca de uns 40 % dos fornos tem problemas de
formação de anéis, outros 40 % tem o problema similar, de crosta instável e apenas uns 20
% mantém condições satisfatórias de formação de crosta.
Os anéis se constituem em uma formação exagerada de crosta, donde se pode concluir que
seu mecanismo de formação é o mesmo que explica a formação da crosta, devendo-se, tão
somente, se estabelecer as razões pelas quais se produz esse encrostamento, tão
exagerado.Basicamente, o mecanismo de formação da colagem (crosta) se dá através do
fenômeno de aderência das partículas ou nódulos já formados, os quais se aderem ou
“grudam” ao refratário, diretamente, ou a camada mais externa, da própria colagem já
formada, através de pontes “capilares de aderência” da fase líquida presente no material.
Quando tais ponte capilares se solidificam por esfriamento, esta solidificação produz a
“cementação” da partícula ou nódulo, resultando definitivamente, em um material,
perfeitamente aderido a crosta protetora.
Para uma correta formação da costra se deve cumprir com as seguintes condiçeos :
Quais as condições que levam á ruptura deste equilíbrio para que se prossiga formando-
se a colagem(crosta) até o ponto de formação de um anel ?
• Grau de nodulização
• Disponibilidade da Fase Líquida e,
• Comprimento da Chama.
a) Grau de Nodulização :
Neste contexto, a presença de partículas finas irá produzir maior coesão no material,
dando lugar a que a camada externa que se desloca seja mais larga,favorecendo a
nodulização.
A nodulização se produz por 2 fenômenos parecidos : Aglomeração e nucleação.
A aglomeração ou coligação se produz pela união de 2 nódulos que “aderem” ao
colidirem.
A nucleação se refere ao caso em que um nódulo já formado atua como núcleo que
aglomera ou coleta partículas finas em sua superfície. Em ambos os mecanismos de
nodulização os fatores mais importantes são o tamanho dos cristais e a disponibilidade
da fase líquida.
Se entende que o processo de nodulização requer algum tempo e espaço antes que a
disponibilidade de calor determine a reação individual de partículas soltas.
Não havendo suficiente nodulização, as partículas soltas em presença da fase líquida,
ficaram “aderidas” e cimentadas, formando-se, progressivamente o anel.
C2S+ CaO C3S, atuando como meio de reação. Porém o que acontece com a
fase liquida quando se chega a nodulizar corretamente ?
Cada partícula terá mais proporção de líquido e portanto, será mais pegajosa,
aumentando a tendência a formação de crosta, até se chegar a formação de anel.
c) Comprimento da Chama.
Para que se produza a formação de crosta, necessariamente, tem que haver fase
líquida que forme as pontes capilares de aderência, que terão que congelar-se por
esfriamento para se formar a crosta. A disponibilidade de calor suficiente na zona do
forno apropriada, pode ser fornecida por uma chama longa, porém, a formação de
nódulos fica seriamente prejudicada, pois, a disponibilidade prematura de
aquecimento dá lugar a que se produzam, ao mesmo tempo : nodulização e
clinquerização. Os cristais de C3S já formados tem tendência a crescer, formando
macro-cristais que já não induzem à formação de nódulos e se constituem no pó de
clinquer, o qual, obscurece o forno e complica o trabalho de esfriamento e forma os
anéis de saída do forno.
Um fato característico importante, já comprovado na prática, é que todos os fornos
com clinquer pulverulento, tem tendência a formação de anéis e vice-versa.
AONDE SE FORMAM OS ANÉIS
A explicação do mecanismo de formação dos anéis nos permite definir com clareza
onde se produziriam os anéis. Ainda que se mencionem outros anéis menos frequentes,
os anéis típicos são apenas 2, logicamente se apresentarão nas zonas imediatamente
interfaceadas com a zona crítica o de presença de chama. Até o interior do forno, os
anéis se localizam exatamente onde termina a chama e se denominam anéis de
transição. Na saída do forno, os anéis se produzem na zona de esfriamento.
A posição de ambos anéis resulta lógica e se apresentam exatamente nos pontos
onde cai a temperatura da zona, dando lugar a que os pontos capilares da fase líquida
se esfriem, solidifiquem e se consolidem. Na zona mais aquecida, os pontos capilares
são fundidos e as partículas ou nódulos aderidos, terão maiores possibilidades de
desprender-se.
Também, por esta razão, ao se produzir um super aquecimento, se fundem os
pontos capilares e se desprende a crosta. Nestes casos, se diz que “se fundiu a
colagem”, podendo chegar-se a uma condição de emergência.