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O volume apresenta, como texto principal, a Lei no 8.

313/1991, mais conhecida como Lei


Rouanet. Entre outras providências, ela institui o Programa Nacional de Apoio à Cultura
(Pronac).

Cultura – Captação de recursos e incentivos fiscais contém os dispositivos constitucionais


pertinentes, entre os quais está o art. 216-A, incluído recentemente pela EC no 71/2012,
que institui o Sistema Nacional de Cultura.

Cultura – Captação de recursos e incentivos fiscais


Apresenta ainda a Lei Sarney, de 1986, que dispõe sobre benefícios fiscais na área do
imposto de renda concedidos a operações de caráter cultural ou artístico, bem como a
Lei do Audiovisual, de 1993, que cria mecanismos de fomento à atividade audiovisual.
Complementa a publicação um pormenorizado índice de assuntos e entidades.

Cultura
Captação de recursos e
incentivos fiscais
Cultura
captação de recursos
e incentivos fiscais
SENADO FEDERAL
Mesa
Biênio 2013 – 2014

Senador Renan Calheiros


PRESIDENTE

Senador Jorge Viana


PRIMEIRO-VICE-PRESIDENTE

Senador Romero Jucá


SEGUNDO-VICE-PRESIDENTE

Senador Flexa Ribeiro


PRIMEIRO-SECRETÁRIO

Senadora Ângela Portela


SEGUNDA-SECRETÁRIA

Senador Ciro Nogueira


TERCEIRO-SECRETÁRIO

Senador João Vicente Claudino


QUARTO-SECRETÁRIO

SUPLENTES DE SECRETÁRIO
Senador Magno Malta
Senador Jayme Campos
Senador João Durval
Senador Casildo Maldaner
Secretaria de Editoração e Publicações
Coordenação de Edições Técnicas

Cultura
captação de recursos
e incentivos fiscais

Brasília – 2013
Edição do Senado Federal
Diretor-Geral: Antônio Helder Medeiros Rebouças
Secretária-Geral da Mesa: Claudia Lyra Nascimento

Impresso na Secretaria de Editoração e Publicações


Diretor: Florian Augusto Coutinho Madruga

Produzido na Coordenação de Edições Técnicas


Coordenadora: Anna Maria de Lucena Rodrigues

Organização: Cláudia Canto


Revisão: Walfrido Vianna
Editoração eletrônica: Letícia Tôrres
Ficha catalográfica: Vanessa Cristina Pacheco
Capa e ilustrações: Lucas Santos de Oliveira
Projeto gráfico: Raphael Melleiro e Rejane Campos

Cultura : captação de recursos e incentivos fiscais. – Brasília : Senado


Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2013.
152 p.

ISBN: 978-85-7018-517-4

Conteúdo: Dispositivos Constitucionais Pertinentes – Lei Rouanet e sua


regulamentação – Legislação correlata – Informações Complementares.

1. Política cultural, Brasil. 2. Produção cultural, legislação, Brasil. 3.


Cultura, Brasil. I. Título.

CDD 353.7

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Sumário

Dispositivos constitucionais pertinentes


8 Constituição da República Federativa do Brasil

Lei Rouanet e sua regulamentação


Lei no 8.313/1991
12 Capítulo I – Disposições Preliminares
13 Capítulo II – Do Fundo Nacional da Cultura (FNC)
15 Capítulo III – Dos Fundos de Investimento Cultural e Artístico (Ficart)
16 Capítulo IV – Do Incentivo a Projetos Culturais
19 Capítulo V – Das Disposições Gerais e Transitórias
21 Decreto no 5.761/2006

Legislação correlata
34 Lei no 7.505/1986 (Lei Sarney)
38 Lei no 8.685/1993 (Lei do Audiovisual)
42 Lei no 9.637/1998
48 Lei no 9.790/1999
53 Lei no 11.437/2006
60 Lei no 12.343/2010
88 Lei no 12.599/2012
95 Lei no 12.761/2012
98 Medida Provisória no 2.228-1/2001
122 Decreto no 3.100/1999
129 Decreto no 4.456/2002
132 Decreto no 5.396/2005
133 Decreto no 5.520/2005
138 Decreto no 6.299/2007
141 Decreto no 7.729/2012

Informações complementares
148 Índice geral de assuntos e entidades
Dispositivos constitucionais
pertinentes
Constituição
da República Federativa do Brasil

TÍTULO I – Dos Princípios Fundamentais Art. 23. É competência comum da União, dos
............................................................................... Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
...............................................................................
Art. 4 o A República Federativa do Brasil V – proporcionar os meios de acesso à cul-
rege-se nas suas relações internacionais pelos tura, à educação e à ciência;
seguintes princípios: ...............................................................................
...............................................................................
IX – cooperação entre os povos para o pro- Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao
gresso da humanidade; Distrito Federal legislar concorrentemente
............................................................................... sobre:
Parágrafo único. A República Federativa do ...............................................................................
Brasil buscará a integração econômica, política, IX – educação, cultura, ensino e desporto;
social e cultural dos povos da América Latina, ...............................................................................
visando à formação de uma comunidade latino-
-americana de nações. TÍTULO VI – Da Tributação e do
Orçamento
Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem dis- CAPÍTULO I – Do Sistema Tributário
tinção de qualquer natureza, garantindo-se aos Nacional
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País ...............................................................................
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos SEÇÃO II – Das Limitações do Poder de
termos seguintes: Tributar
...............................................................................
IX – é livre a expressão da atividade inte- Art. 150. Sem prejuízo de outras garan-
lectual, artística, científica e de comunicação, tias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
independentemente de censura ou licença; União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
............................................................................... Municípios:
XXVIII – são assegurados, nos termos da lei: ...............................................................................
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

a) a proteção às participações individuais em VI – instituir impostos sobre:


obras coletivas e à reprodução da imagem e voz ...............................................................................
humanas, inclusive nas atividades desportivas; e) fonogramas e videofonogramas musicais
b) o direito de fiscalização do aproveitamento produzidos no Brasil, contendo obras musicais
econômico das obras que criarem ou de que par- ou litero-musicais de autores brasileiros, e/
ticiparem aos criadores, aos intérpretes e às res- ou obras em geral interpretadas por artistas
pectivas representações sindicais e associativas; brasileiros, bem como os suportes materiais ou
............................................................................... arquivos digitais que os contenham, salvo na
etapa de replicação industrial de mídias ópticas
TÍTULO III – Da Organização do Estado de leitura a laser.
............................................................................... ...............................................................................

CAPÍTULO II – Da União TÍTULO VIII – Da Ordem Social


............................................................................... ...............................................................................
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CAPÍTULO III – Da Educação, da Cultura e § 1o O Poder Público, com a colaboração
do Desporto da comunidade, promoverá e protegerá o
............................................................................... patrimônio cultural brasileiro, por meio de
inventários, registros, vigilância, tombamento
SEÇÃO II – Da Cultura e desapropriação, e de outras formas de acau-
telamento e preservação.
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno § 2o Cabem à administração pública, na
exercício dos direitos culturais e acesso às fon- forma da lei, a gestão da documentação gover-
tes da cultura nacional, e apoiará e incentivará namental e as providências para franquear sua
a valorização e a difusão das manifestações consulta a quantos dela necessitem.
culturais. § 3o A lei estabelecerá incentivos para a
§ 1o O Estado protegerá as manifestações produção e o conhecimento de bens e valores
das culturas populares, indígenas e afro-brasi- culturais.
leiras, e das de outros grupos participantes do § 4o Os danos e ameaças ao patrimônio
processo civilizatório nacional. cultural serão punidos, na forma da lei.
§ 2o A lei disporá sobre a fixação de datas § 5o Ficam tombados todos os documentos
comemorativas de alta significação para os e os sítios detentores de reminiscências histó-
diferentes segmentos étnicos nacionais. ricas dos antigos quilombos.
§ 3o A lei estabelecerá o Plano Nacional § 6o É facultado aos Estados e ao Distrito
de Cultura, de duração plurianual, visando ao Federal vincular a fundo estadual de fomento
desenvolvimento cultural do País e à integração à cultura até cinco décimos por cento de sua
das ações do poder público que conduzem à: receita tributária líquida, para o financiamento
I – defesa e valorização do patrimônio cul- de programas e projetos culturais, vedada a
tural brasileiro; aplicação desses recursos no pagamento de:
II – produção, promoção e difusão de bens I – despesas com pessoal e encargos sociais;
culturais; II – serviço da dívida;
III – formação de pessoal qualificado para a III – qualquer outra despesa corrente não
gestão da cultura em suas múltiplas dimensões; vinculada diretamente aos investimentos ou
IV – democratização do acesso aos bens de ações apoiados.
cultura;
V – valorização da diversidade étnica e Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura,
regional. organizado em regime de colaboração, de
forma descentralizada e participativa, institui
Art. 216. Constituem patrimônio cultural um processo de gestão e promoção conjunta
brasileiro os bens de natureza material e imate- de políticas públicas de cultura, democráticas
rial, tomados individualmente ou em conjunto, e permanentes, pactuadas entre os entes da
portadores de referência à identidade, à ação, Federação e a sociedade, tendo por objetivo
à memória dos diferentes grupos formadores promover o desenvolvimento humano, social
Dispositivos constitucionais pertinentes

da sociedade brasileira, nos quais se incluem: e econômico com pleno exercício dos direitos
I – as formas de expressão; culturais.
II – os modos de criar, fazer e viver; § 1o O Sistema Nacional de Cultura funda-
III – as criações científicas, artísticas e tec- menta-se na política nacional de cultura e nas
nológicas; suas diretrizes, estabelecidas no Plano Nacional
IV – as obras, objetos, documentos, edifica- de Cultura, e rege-se pelos seguintes princípios:
ções e demais espaços destinados às manifesta- I – diversidade das expressões culturais;
ções artístico-culturais; II – universalização do acesso aos bens e
V – os conjuntos urbanos e sítios de valor serviços culturais;
histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, III – fomento à produção, difusão e circula-
paleontológico, ecológico e científico. ção de conhecimento e bens culturais;
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IV – cooperação entre os entes federados, como de sua articulação com os demais siste-
os agentes públicos e privados atuantes na área mas nacionais ou políticas setoriais de governo.
cultural; § 4o Os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
V – integração e interação na execução das nicípios organizarão seus respectivos sistemas
políticas, programas, projetos e ações desen- de cultura em leis próprias.
volvidas; ...............................................................................
VI – complementaridade nos papéis dos
agentes culturais; CAPÍTULO IV – Da Ciência e Tecnologia
VII – transversalidade das políticas culturais; ...............................................................................
VIII – autonomia dos entes federados e das
instituições da sociedade civil; Art. 219. O mercado interno integra o patri-
IX – transparência e compartilhamento das mônio nacional e será incentivado de modo a
informações; viabilizar o desenvolvimento cultural e sócio-
X – democratização dos processos decisórios -econômico, o bem-estar da população e a
com participação e controle social; autonomia tecnológica do País, nos termos de
XI – descentralização articulada e pactuada lei federal.
da gestão, dos recursos e das ações;
XII – ampliação progressiva dos recursos
contidos nos orçamentos públicos para a cultura. CAPÍTULO V – Da Comunicação Social
§ 2o Constitui a estrutura do Sistema Na- ...............................................................................
cional de Cultura, nas respectivas esferas da
Federação: CAPÍTULO VII – Da Família, da Criança,
I – órgãos gestores da cultura; do Adolescente, do Jovem e do Idoso
II – conselhos de política cultural; ...............................................................................
III – conferências de cultura;
IV – comissões intergestores; Art. 227. É dever da família, da sociedade e
V – planos de cultura; do Estado assegurar à criança, ao adolescente
VI – sistemas de financiamento à cultura; e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à
VII – sistemas de informações e indicadores vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao la-
culturais; zer, à profissionalização, à cultura, à dignidade,
VIII – programas de formação na área da ao respeito, à liberdade e à convivência familiar
cultura; e e comunitária, além de colocá-los a salvo de
IX – sistemas setoriais de cultura. toda forma de negligência, discriminação,
§ 3o Lei federal disporá sobre a regulamen- exploração, violência, crueldade e opressão.
tação do Sistema Nacional de Cultura, bem ...............................................................................
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

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Lei Rouanet e sua regulamentação
Lei no 8.313/1991
Restabelece princípios da Lei no 7.505, de 2 de julho de 1986, institui o Programa Nacional de Apoio
à Cultura (Pronac) e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Art. 2o O Pronac será implementado através


dos seguintes mecanismos:1
Faço saber que o Congresso Nacional decreta I – Fundo Nacional da Cultura (FNC);
e eu sanciono a seguinte lei: II – Fundos de Investimento Cultural e
Artístico (Ficart);
III – Incentivo a projetos culturais.
CAPÍTULO I – Disposições Preliminares § 1o Os incentivos criados por esta Lei
somente serão concedidos a projetos culturais
Art. 1o Fica instituído o Programa Nacional cuja exibição, utilização e circulação dos bens
de Apoio à Cultura (Pronac), com a finalidade culturais deles resultantes sejam abertas, sem
de captar e canalizar recursos para o setor de distinção, a qualquer pessoa, se gratuitas, e a
modo a: público pagante, se cobrado ingresso.
I – contribuir para facilitar, a todos, os meios § 2o É vedada a concessão de incentivo a
para o livre acesso às fontes da cultura e o pleno obras, produtos, eventos ou outros decorrentes,
exercício dos direitos culturais; destinados ou circunscritos a coleções parti-
II – promover e estimular a regionalização culares ou circuitos privados que estabeleçam
da produção cultural e artística brasileira, com limitações de acesso.
valorização de recursos humanos e conteúdos
locais; Art. 3o Para cumprimento das finalidades ex-
III – apoiar, valorizar e difundir o conjunto pressas no art. 1o desta lei, os projetos culturais
das manifestações culturais e seus respectivos em cujo favor serão captados e canalizados os
criadores; recursos do Pronac atenderão, pelo menos, um
IV – proteger as expressões culturais dos dos seguintes objetivos:2
grupos formadores da sociedade brasileira e I – incentivo à formação artística e cultural,
responsáveis pelo pluralismo da cultura na- mediante:
cional; a) concessão de bolsas de estudo, pesquisa
V – salvaguardar a sobrevivência e o flores- e trabalho, no Brasil ou no exterior, a autores,
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

cimento dos modos de criar, fazer e viver da artistas e técnicos brasileiros ou estrangeiros
sociedade brasileira; residentes no Brasil;
VI – preservar os bens materiais e ima- b) concessão de prêmios a criadores, autores,
teriais do patrimônio cultural e histórico artistas, técnicos e suas obras, filmes, espetácu-
brasileiro; los musicais e de artes cênicas em concursos e
VII – desenvolver a consciência internacio- festivais realizados no Brasil;
nal e o respeito aos valores culturais de outros c) instalação e manutenção de cursos de
povos ou nações; caráter cultural ou artístico, destinados à for-
VIII – estimular a produção e difusão de mação, especialização e aperfeiçoamento de
bens culturais de valor universal, formadores
e informadores de conhecimento, cultura e
memória; 1
Lei no 11.646/2008.
IX – priorizar o produto cultural originário 2
Lei no 9.874/1999 e Medida Provisória no 2.228-
do País. 1/2001.
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pessoal da área da cultura, em estabelecimentos b) contratação de serviços para elaboração
de ensino sem fins lucrativos; de projetos culturais;
II – fomento à produção cultural e artística, c) ações não previstas nos incisos anteriores
mediante: e consideradas relevantes pelo Ministro de Esta-
a) produção de discos, vídeos, obras cinema- do da Cultura, consultada a Comissão Nacional
tográficas de curta e média metragem e filmes de Apoio à Cultura.
documentais, preservação do acervo cinemato-
gráfico bem assim de outras obras de reprodu-
ção videofonográfica de caráter cultural; CAPÍTULO II – Do Fundo Nacional da
b) edição de obras relativas às ciências hu- Cultura (FNC)
manas, às letras e às artes;
c) realização de exposições, festivais de arte, Art. 4o Fica ratificado o Fundo de Promoção
espetáculos de artes cênicas, de música e de Cultural, criado pela Lei no 7.505, de 2 de julho
folclore; de 1986, que passará a denominar-se Fundo
d) cobertura de despesas com transporte e Nacional da Cultura (FNC), com o objetivo
seguro de objetos de valor cultural destinados de captar e destinar recursos para projetos
a exposições públicas no País e no exterior; culturais compatíveis com as finalidades do
e) realização de exposições, festivais de arte Pronac e de:3
e espetáculos de artes cênicas ou congêneres; I – estimular a distribuição regional eqüitati-
III – preservação e difusão do patrimônio va dos recursos a serem aplicados na execução
artístico, cultural e histórico, mediante: de projetos culturais e artísticos;
a) construção, formação, organização, ma- II – favorecer a visão interestadual, estimu-
nutenção, ampliação e equipamento de museus, lando projetos que explorem propostas cultu-
bibliotecas, arquivos e outras organizações rais conjuntas, de enfoque regional;
culturais, bem como de suas coleções e acervos; III – apoiar projetos dotados de conteúdo
b) conservação e restauração de prédios, cultural que enfatizem o aperfeiçoamento
monumentos, logradouros, sítios e demais profissional e artístico dos recursos humanos
espaços, inclusive naturais, tombados pelos na área da cultura, a criatividade e a diversidade
Poderes Públicos; cultural brasileira;
c) restauração de obras de artes e bens mó- IV – contribuir para a preservação e proteção
veis e imóveis de reconhecido valor cultural; do patrimônio cultural e histórico brasileiro;
d) proteção do folclore, do artesanato e das V – favorecer projetos que atendam às
tradições populares nacionais; necessidades da produção cultural e aos in-
IV – estímulo ao conhecimento dos bens e teresses da coletividade, aí considerados os
valores culturais, mediante: níveis qualitativos e quantitativos de atendi-
a) distribuição gratuita e pública de ingres- mentos às demandas culturais existentes, o
sos para espetáculos culturais e artísticos; caráter multiplicador dos projetos através de
b) levantamentos, estudos e pesquisas na seus aspectos sócio-culturais e a priorização
área da cultura e da arte e de seus vários seg- de projetos em áreas artísticas e culturais com
Lei Rouanet e sua regulamentação

mentos; menos possibilidade de desenvolvimento com


c) fornecimento de recursos para o FNC e recursos próprios.
para fundações culturais com fins específicos § 1o O FNC será administrado pelo Minis-
ou para museus, bibliotecas, arquivos ou outras tério da Cultura e gerido por seu titular, para
entidades de caráter cultural; cumprimento do Programa de Trabalho Anual,
V – apoio a outras atividades culturais e segundo os princípios estabelecidos nos arts.
artísticas, mediante: 1o e 3o.
a) realização de missões culturais no país e
no exterior, inclusive através do fornecimento
de passagens; 3
Lei no 9.874/1999.
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§ 2o Os recursos do FNC somente serão II – doações, nos termos da legislação vi-
aplicados em projetos culturais após aprovados, gente;
com parecer do órgão técnico competente, pelo III – legados;
Ministro de Estado da Cultura. IV – subvenções e auxílios de entidades de
§ 3o Os projetos aprovados serão acom- qualquer natureza, inclusive de organismos
panhados e avaliados tecnicamente pelas en- internacionais;
tidades supervisionadas, cabendo a execução V – saldos não utilizados na execução dos
financeira à SEC/PR. projetos a que se referem o Capítulo IV e o
§ 4o Sempre que necessário, as entidades presente capítulo desta lei;
supervisionadas utilizarão peritos para análise VI – devolução de recursos de projetos
e parecer sobre os projetos, permitida a indeni- previstos no Capítulo IV e no presente capítulo
zação de despesas com o deslocamento, quando desta lei, e não iniciados ou interrompidos, com
houver, e respectivos pró-labore e ajuda de cus- ou sem justa causa;
tos, conforme ficar definido no regulamento. VII – um por cento da arrecadação dos
§ 5o O Secretário da Cultura da Presidência Fundos de Investimentos Regionais, a que se
da República designará a unidade da estrutura refere a Lei no 8.167, de 16 de janeiro de 1991,
básica da SEC/PR que funcionará como secre- obedecida na aplicação a respectiva origem
taria executiva do FNC. geográfica regional;
§ 6o Os recursos do FNC não poderão ser VIII – Três por cento da arrecadação bruta
utilizados para despesas de manutenção admi- dos concursos de prognósticos e loterias fede-
nistrativa do Ministério da Cultura, exceto para rais e similares cuja realização estiver sujeita a
a aquisição ou locação de equipamentos e bens autorização federal, deduzindo-se este valor do
necessários ao cumprimento das finalidades montante destinados aos prêmios;
do Fundo. IX – reembolso das operações de emprés-
§ 7o Ao término do projeto, a SEC/PR efe- timo realizadas através do fundo, a título de
tuará uma avaliação final de forma a verificar financiamento reembolsável, observados cri-
a fiel aplicação dos recursos, observando as térios de remuneração que, no mínimo, lhes
normas e procedimentos a serem definidos no preserve o valor real;
regulamento desta lei, bem como a legislação X – resultado das aplicações em títulos pú-
em vigor. blicos federais, obedecida a legislação vigente
§ 8o As instituições públicas ou privadas sobre a matéria;
recebedoras de recursos do FNC e executoras XI – conversão da dívida externa com
de projetos culturais, cuja avaliação final não entidades e órgãos estrangeiros, unicamente
for aprovada pela SEC/PR, nos termos do pará- mediante doações, no limite a ser fixado pelo
grafo anterior, ficarão inabilitadas pelo prazo de Ministro da Economia, Fazenda e Planejamen-
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

três anos ao recebimento de novos recursos, ou to, observadas as normas e procedimentos do


enquanto a SEC/PR não proceder a reavaliação Banco Central do Brasil;
do parecer inicial. XII – saldos de exercícios anteriores; XIII
recursos de outras fontes.
Art. 5o O FNC é um fundo de natureza con-
tábil, com prazo indeterminado de duração, Art. 6o O FNC financiará até oitenta por cento
que funcionará sob as formas de apoio a fundo do custo total de cada projeto, mediante com-
perdido ou de empréstimos reembolsáveis, con- provação, por parte do proponente, ainda que
forme estabelecer o regulamento, e constituído pessoa jurídica de direito público, da circuns-
dos seguintes recursos:4 tância de dispor do montante remanescente ou
I – recursos do Tesouro Nacional; estar habilitado à obtenção do respectivo finan-
ciamento, através de outra fonte devidamente
identificada, exceto quanto aos recursos com
4
Lei no 9.999/2000. destinação especificada na origem.
14
§ 1o (Vetado) Art. 10. Compete à Comissão de Valores
§ 2o Poderão ser considerados, para efeito Mobiliários, ouvida a SEC/PR, disciplinar a
de totalização do valor restante, bens e serviços constituição, o funcionamento e a administra-
oferecidos pelo proponente para implementa- ção dos Ficart, observadas as disposições desta
ção do projeto, a serem devidamente avaliados lei e as normas gerais aplicáveis aos fundos de
pela SEC/PR. investimento.

Art. 7 o A SEC/PR estimulará, através do Art. 11. As quotas dos Ficart, emitidas sempre
FNC, a composição, por parte de instituições sob a forma nominativa ou escritural, consti-
financeiras, de carteiras para financiamento tuem valores mobiliários sujeitos ao regime da
de projetos culturais, que levem em conta o Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976.
caráter social da iniciativa, mediante critérios,
normas, garantias e taxas de juros especiais a Art. 12. O titular das quotas de Ficart:
serem aprovados pelo Banco Central do Brasil. I – não poderá exercer qualquer direito real
sobre os bens e direitos integrantes do patri-
mônio do fundo;
CAPÍTULO III – Dos Fundos de II – não responde pessoalmente por qual-
Investimento Cultural e Artístico (Ficart) quer obrigação legal ou contratual, relativa-
mente aos empreendimentos do fundo ou da
Art. 8 o Fica autorizada a constituição de instituição administradora, salvo quanto à
Fundos de Investimento Cultural e Artístico obrigação de pagamento do valor integral das
(Ficart), sob a forma de condomínio, sem per- quotas subscritas.
sonalidade jurídica, caracterizando comunhão
de recursos destinados à aplicação em projetos Art. 13. A instituição administradora de Ficart
culturais e artísticos. compete:
I – representá-lo ativa e passivamente, judi-
Art. 9o São considerados projetos culturais e cial e extrajudicialmente;
artísticos, para fins de aplicação de recursos II – responder pessoalmente pela evicção de
do Ficart, além de outros que venham a ser direito, na eventualidade da liquidação deste.
declarados pelo Ministério da Cultura:5
I – a produção comercial de instrumentos Art. 14. Os rendimentos e ganhos de capital
musicais, bem como de discos, fitas, vídeos, auferidos pelos Ficart ficam isentos do imposto
filmes e outras formas de reprodução fonovi- sobre operações de crédito, câmbio e seguro,
deográficas; assim como do imposto sobre renda e proventos
II – a produção comercial de espetáculos de qualquer natureza.6
teatrais, de dança, música, canto, circo e demais
atividades congêneres; Art. 15. Os rendimentos e ganhos de capital
III – a edição comercial de obras relativas distribuídos pelos Ficart, sob qualquer forma,
às ciências, às letras e às artes, bem como de sujeitam-se à incidência do imposto sobre a
Lei Rouanet e sua regulamentação

obras de referência e outras de cunho cultural; renda na fonte à alíquota de vinte e cinco por
IV – construção, restauração, reparação ou cento.
equipamento de salas e outros ambientes des- Parágrafo único. Ficam excluídos da in-
tinados a atividades com objetivos culturais, de cidência na fonte de que trata este artigo, os
propriedade de entidades com fins lucrativos; rendimentos distribuídos a beneficiário pessoas
V – outras atividades comerciais ou indus- jurídica tributada com base no lucro real, os
triais, de interesse cultural, assim consideradas quais deverão ser computados na declaração
pelo Ministério da Cultura. anual de rendimentos.
5
Lei no 9.874/1999. 6
Lei no 8.894/1994.
15
Art. 16. Os ganhos de capital auferidos por físicas ou jurídicas a opção pela aplicação de
pessoas físicas ou jurídicas não tributadas com parcelas do Imposto sobre a Renda, a título de
base no lucro real, inclusive isentas, decorrentes doações ou patrocínios, tanto no apoio direto
da alienação ou resgate de quotas dos Ficart, a projetos culturais apresentados por pessoas
sujeitam-se à incidência do imposto sobre a físicas ou por pessoas jurídicas de natureza
renda, à mesma alíquota prevista para a tribu- cultural, como através de contribuições ao FNC,
tação de rendimentos obtidos na alienação ou nos termos do art. 5o, inciso II, desta Lei, desde
resgate de quotas de fundos mútuos de ações. que os projetos atendam aos critérios estabele-
§ 1o Considera-se ganho de capital a dife- cidos no art. 1o desta Lei.7
rença positiva entre o valor de cessão ou resgate § 1o Os contribuintes poderão deduzir do
da quota e o custo médio atualizado da aplica- imposto de renda devido as quantias efetiva-
ção, observadas as datas de aplicação, resgate mente despendidas nos projetos elencados no
ou cessão, nos termos da legislação pertinente. § 3o, previamente aprovados pelo Ministério da
§ 2o O ganho de capital será apurado em Cultura, nos limites e nas condições estabeleci-
relação a cada resgate ou cessão, sendo per- dos na legislação do imposto de renda vigente,
mitida a compensação do prejuízo havido em na forma de
uma operação com o lucro obtido em outra, da a) doações; e
mesma ou diferente espécie, desde que de renda b) patrocínios.
variável, dentro do mesmo exercício fiscal. § 2o As pessoas jurídicas tributadas com
§ 3o O imposto será pago até o último dia base no lucro real não poderão deduzir o
útil da primeira quinzena do mês subseqüente valor da doação ou do patrocínio referido no
àquele em que o ganho de capital foi auferido. parágrafo anterior como despesa operacional.
§ 4o Os rendimentos e ganhos de capital a § 3o As doações e os patrocínios na produ-
que se referem o caput deste artigo e o artigo ção cultural, a que se refere o § 1o, atenderão
anterior, quando auferidos por investidores re- exclusivamente aos seguintes segmentos:
sidentes ou domiciliados no exterior, sujeitam- a) artes cênicas;
-se à tributação pelo imposto sobre a renda, nos b) livros de valor artístico, literário ou hu-
termos da legislação aplicável a esta classe de manístico;
contribuintes. c) música erudita ou instrumental;
d) exposições de artes visuais;
Art. 17. O tratamento fiscal previsto nos arti- e) doações de acervos para bibliotecas públi-
gos precedentes somente incide sobre os rendi- cas, museus, arquivos públicos e cinematecas,
mentos decorrentes de aplicações em Ficart que bem como treinamento de pessoal e aquisição
atendam a todos os requisitos previstos na pre- de equipamentos para a manutenção desses
sente lei e na respectiva regulamentação a ser acervos;
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

baixada pela Comissão de Valores Mobiliários. f) produção de obras cinematográficas e


Parágrafo único. Os rendimentos e ganhos videofonográficas de curta e média metragem
de capital auferidos por Ficart, que deixem de e preservação e difusão do acervo audiovisual; e
atender aos requisitos específicos desse tipo de g) preservação do patrimônio cultural ma-
fundo, sujeitar-se-ão à tributação prevista no terial e imaterial.
artigo 43 da Lei no 7.713, de 22 de dezembro h) construção e manutenção de salas de
de 1988. cinema e teatro, que poderão funcionar tam-
bém como centros culturais comunitários, em
Municípios com menos de 100.000 (cem mil)
CAPÍTULO IV – Do Incentivo a Projetos habitantes.
Culturais

Art. 18. Com o objetivo de incentivar as ati- 7


Leis nos 9.874/1999, 11.646/2008 e Medida Provi-
vidades culturais, a União facultará às pessoas sória no 2.228-1/2001.
16
Art. 19. Os projetos culturais previstos nes- § 2o Da decisão a que se refere o parágrafo
ta Lei serão apresentados ao Ministério da anterior, caberá pedido de reconsideração ao
Cultura, ou a quem este delegar atribuição, Ministro de Estado da Cultura, a ser decidido
acompanhados do orçamento analítico, para no prazo de sessenta dias.
aprovação de seu enquadramento nos objetivos § 3o O Tribunal de Contas da União incluirá
do PRONAC.8 em seu parecer prévio sobre as contas do Presi-
§ 1 o O proponente será notificado dos dente da República análise relativa a avaliação
motivos da decisão que não tenha aprovado o de que trata este artigo.
projeto, no prazo máximo de cinco dias.
§ 2o Da notificação a que se refere o parágra- Art. 21. As entidades incentivadoras e capta-
fo anterior, caberá pedido de reconsideração ao doras de que trata este Capítulo deverão comu-
Ministro de Estado da Cultura, a ser decidido nicar, na forma que venha a ser estipulada pelo
no prazo de sessenta dias. Ministério da Economia, Fazenda e Planejamen-
§ 3o (Vetado) to, e SEC/PR, os aportes financeiros realizados
§ 4o (Vetado) e recebidos, bem como as entidades captadoras
§ 5o (Vetado) efetuar a comprovação de sua aplicação.
§ 6o A aprovação somente terá eficácia após
publicação de ato oficial contendo o título do Art. 22. Os projetos enquadrados nos objeti-
projeto aprovado e a instituição por ele res- vos desta lei não poderão ser objeto de apre-
ponsável, o valor autorizado para obtenção de ciação subjetiva quanto ao seu valor artístico
doação ou patrocínio e o prazo de validade da ou cultural.
autorização.
§ 7o O Ministério da Cultura publicará Art. 23. Para os fins desta lei, considera-se:
anualmente, até 28 de fevereiro, o montante dos I – (Vetado);
recursos autorizados pelo Ministério da Fazen- II – patrocínio: a transferência de numerário,
da para a renúncia fiscal no exercício anterior, com finalidade promocional ou a cobertura,
devidamente discriminados por beneficiário. pelo contribuinte do imposto sobre a renda e
§ 8o Para a aprovação dos projetos será proventos de qualquer natureza, de gastos, ou
observado o princípio da não-concentração a utilização de bem móvel ou imóvel do seu pa-
por segmento e por beneficiário, a ser aferido trimônio, sem a transferência de domínio, para
pelo montante de recursos, pela quantidade de a realização, por outra pessoa física ou jurídica
projetos, pela respectiva capacidade executiva de atividade cultural com ou sem finalidade
e pela disponibilidade do valor absoluto anual lucrativa prevista no art. 3o desta lei.
de renúncia fiscal. § 1o Constitui infração a esta Lei o recebi-
mento pelo patrocinador, de qualquer vanta-
Art. 20. Os projetos aprovados na forma do gem financeira ou material em decorrência do
artigo anterior serão, durante sua execução, patrocínio que efetuar.
acompanhados e avaliados pela SEC/PR ou por § 2o As transferências definidas neste artigo
quem receber a delegação destas atribuições.9 não estão sujeitas ao recolhimento do Imposto
Lei Rouanet e sua regulamentação

§ 1o A SEC/PR, após o término da execução sobre a Renda na fonte.


dos projetos previstos neste artigo, deverá, no
prazo de seis meses, fazer uma avaliação final Art. 24. Para os fins deste Capítulo, equipa-
da aplicação correta dos recursos recebidos, ram-se a doações, nos termos do regulamento:
podendo inabilitar seus responsáveis pelo prazo I – distribuições gratuitas de ingressos para
de até três anos. eventos de caráter artístico-cultural por pessoa
jurídica a seus empregados e dependentes legais;
II – despesas efetuadas por pessoas físicas ou
8
Lei no 9.874/1999. jurídicas com o objetivo de conservar, preservar
9
Lei no 9.874/1999. ou restaurar bens de sua propriedade ou sob
17
sua posse legítima, tombados pelo Governo Art. 26. O doador ou patrocinador poderá
Federal, desde que atendidas as seguintes deduzir do imposto devido na declaração do
disposições: Imposto sobre a Renda os valores efetivamente
a) preliminar definição, pelo Instituto Bra- contribuídos em favor de projetos culturais
sileiro do Patrimônio Cultural – IBPC, das aprovados de acordo com os dispositivos desta
normas e critérios técnicos que deverão reger os Lei, tendo como base os seguintes percentuais:11
projetos e orçamentos de que trata este inciso; I – no caso das pessoas físicas, oitenta por
b) aprovação prévia, pelo IBPC, dos projetos cento das doações e sessenta por cento dos
e respectivos orçamentos de execução das obras; patrocínios;
c) posterior certificação, pelo referido órgão, II – no caso das pessoas jurídicas tributadas
das despesas efetivamente realizadas e das cir- com base no lucro real, quarenta por cento das
cunstâncias de terem sido as obras executadas doações e trinta por cento dos patrocínios.
de acordo com os projetos aprovados. § 1o A pessoa jurídica tributada com base
no lucro real poderá abater as doações e patro-
Art. 25. Os projetos a serem apresentados por cínios como despesa operacional.
pessoas físicas ou pessoas jurídicas, de nature- § 2o O valor máximo das deduções de que
za cultural para fins de incentivo, objetivarão trata o caput deste artigo será fixado anualmen-
desenvolver as formas de expressão, os modos te pelo Presidente da República, com base em
de criar e fazer, os processos de preservação e um percentual da renda tributável das pessoas
proteção do patrimônio cultural brasileiro, e os físicas e do imposto devido por pessoas jurídi-
estudos e métodos de interpretação da realidade cas tributadas com base no lucro real.
cultural, bem como contribuir para propiciar § 3o Os benefícios de que trata este artigo
meios, à população em geral, que permitam o não excluem ou reduzem outros benefícios,
conhecimento dos bens de valores artísticos abatimentos e deduções em vigor, em especial
e culturais, compreendendo, entre outros, os as doações a entidades de utilidade pública
seguintes segmentos:10 efetuadas por pessoas físicas ou jurídicas.
I – teatro, dança, circo, ópera, mímica e § 4o (Vetado)
congêneres; § 5o O Poder Executivo estabelecerá me-
II – produção cinematográfica, videográfica, canismo de preservação do valor real das
fotográfica, discográfica e congêneres; contribuições em favor de projetos culturais,
III – literatura, inclusive obras de referência; relativamente a este Capítulo.
IV – música;
V – artes plásticas, artes gráficas, gravuras, Art. 27. A doação ou o patrocínio não poderá
cartazes, filatelia e outras congêneres; ser efetuada a pessoa ou instituição vinculada
VI – folclore e artesanato; ao agente.12
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

VII – patrimônio cultural, inclusive histó- § 1o Consideram-se vinculados ao doador


rico, arquitetônico, arqueológico, bibliotecas, ou patrocinador:
museus, arquivos e demais acervos; a) a pessoa jurídica da qual o doador ou pa-
VIII – humanidades; e trocinador seja titular, administrador, gerente,
IX – rádio e televisão, educativas e culturais, acionista ou sócio, na data da operação, ou nos
de caráter não-comercial. doze meses anteriores;
Parágrafo único. Os projetos culturais rela- b) o cônjuge, os parentes até o terceiro grau,
cionados com os segmentos do inciso II deste inclusive os afins, e os dependentes do doador
artigo deverão beneficiar exclusivamente as pro- ou patrocinador ou dos titulares, administra-
duções independentes, bem como as produções dores, acionistas ou sócios de pessoa jurídica
culturais-educativas de caráter não comercial,
realizadas por empresas de rádio e televisão.
11
Lei no 9.532/1997.
10
Lei n 9.874/1999.
o 12
Lei no 9.874/1999.
18
vinculada ao doador ou patrocinador, nos análise ou concessão de novos incentivos, até
termos da alínea anterior; a efetiva regularização.
c) outra pessoa jurídica da qual o doador ou § 3o Sem prejuízo do parágrafo anterior,
patrocinador seja sócio. aplica-se, no que couber, cumulativamente, o
§ 2o Não se consideram vinculadas as ins- disposto nos arts. 38 e seguintes desta Lei.
tituições culturais sem fins lucrativos, criadas
pelo doador ou patrocinador, desde que devi-
damente constituídas e em funcionamento, na CAPÍTULO V – Das Disposições Gerais e
forma da legislação em vigor. Transitórias

Art. 28. Nenhuma aplicação dos recursos Art. 31. Com a finalidade de garantir a parti-
previstos nesta Lei poderá ser feita através de cipação comunitária, a representação de artista
qualquer tipo de intermediação.13 e criadores no trato oficial dos assuntos da
Parágrafo único. A contratação de serviços cultura e a organização nacional sistêmica da
necessários à elaboração de projetos para a área, o Governo Federal estimulará a institucio-
obtenção de doação, patrocínio ou investi- nalização de Conselhos de Cultura no Distrito
mento, bem como a captação de recursos ou a Federal, nos Estados, e nos Municípios.14
sua execução por pessoa jurídica de natureza
cultural, não configura a intermediação referida Art. 31-A. Para os efeitos desta Lei, ficam reco-
neste artigo. nhecidos como manifestação cultural a música
gospel e os eventos a ela relacionados, exceto
Art. 29. Os recursos provenientes de doações aqueles promovidos por igrejas.15
ou patrocínios deverão ser depositados e mo-
vimentados, em conta bancária específica, em Art. 32. Fica instituída a Comissão Nacional
nome do beneficiário, e a respectiva prestação de incentivo à Cultura – CNIC, com a seguinte
de contas deverá ser feita nos termos do regu- composição:
lamento da presente Lei. I – o Secretário da Cultura da Presidência
Parágrafo único. Não serão consideradas, da República;
para fins de comprovação do incentivo, as con- II – os Presidentes das entidades supervisio-
tribuições em relação às quais não se observe nadas pela SEC/PR;
esta determinação. III – o Presidente da entidade nacional que
congregar os Secretários de Cultura das Uni-
Art. 30. As infrações aos dispositivos deste dades Federadas;
capítulo, sem prejuízo das sanções penais IV – um representante do empresariado
cabíveis, sujeitarão o doador ou patrocinador brasileiro;
ao pagamento do valor atualizado do Impos- V – seis representantes de entidades asso-
to sobre a Renda devido em relação a cada ciativas dos setores culturais e artísticos de
exercício financeiro, além das penalidades e âmbito nacional.
demais acréscimos previstos na legislação que § 1o A CNIC será presidida pela autoridade
Lei Rouanet e sua regulamentação

rege a espécie. referida no inciso I deste artigo que, para fins


§ 1o Para os efeitos deste artigo, considera-se de desempate terá o voto de qualidade.
solidariamente responsável por inadimplência § 2o Os mandatos, a indicação e a escolha
ou irregularidade verificada a pessoa física ou dos representantes a que se referem os incisos
jurídica propositora do projeto. IV e V deste artigo, assim como a competência
§ 2o A existência de pendências ou irregula- da CNIC, serão estipulados e definidos pelo
ridades na execução de projetos da proponente regulamento desta Lei.
junto ao Ministério da Cultura suspenderá a
14
Lei no 9.874/1999.
13
Lei n 9.874/1999.
o 15
Lei no 12.590/2012.
19
Art. 33. A SEC/PR, com a finalidade de Art. 38. Na hipótese de dolo, fraude ou simu-
estimular e valorizar a arte e a cultura, esta- lação, inclusive no caso de desvio de objeto,
belecerá um sistema de premiação anual que será aplicada, ao doador e ao beneficiário,
reconheça as contribuições mais significativas multa correspondente a duas vezes o valor da
para a área: vantagem recebida indevidamente.
I – de artistas ou grupos de artistas brasilei-
ros ou residentes no Brasil, pelo conjunto de Art. 39. Constitui crime, punível com a reclu-
sua obra ou por obras individuais; são de dois a seis meses e multa de vinte por
II – de profissionais da área do patrimônio cento do valor do projeto, qualquer discrimi-
cultural; nação de natureza política que atente contra a
III – de estudiosos e autores na interpretação liberdade de expressão, de atividade intelectual
crítica da cultura nacional, através de ensaios, e artística, de consciência ou crença, no an-
estudos e pesquisas. damento dos projetos a que se refere esta Lei.

Art. 34. Fica instituída a Ordem do Mérito Art. 40. Constitui crime, punível com reclusão
Cultural, cujo estatuto será aprovado por de dois a seis meses e multa de vinte por cento
Decreto do Poder Executivo, sendo que as do valor do projeto, obter redução do imposto
distinções serão concedidas pelo Presidente de renda utilizando-se fraudulentamente de
da República, em ato solene, a pessoas que, qualquer benefício desta Lei.
por sua atuação profissional ou como incen- § 1o No caso de pessoa jurídica respondem
tivadoras das artes e da cultura, mereçam pelo crime o acionista controlador e os admi-
reconhecimento.16 nistradores que para ele tenham concorrido.
§ 2o Na mesma pena incorre aquele que,
Art. 35. Os recursos destinados ao então recebendo recursos, bens ou valores em função
Fundo de Promoção Cultural, nos termos do desta Lei, deixa de promover, sem justa causa,
art. 1o, § 6o, da Lei no 7.505, de 2 de julho de atividade cultural objeto do incentivo.
1986, serão recolhidos ao Tesouro Nacional
para aplicação pelo FNC, observada a sua Art. 41. O Poder Executivo, no prazo de ses-
finalidade. senta dias, Regulamentará a presente lei.

Art. 36. O Departamento da Receita Federal, Art. 42. Esta lei entra em vigor na data de sua
do Ministério da Economia, Fazenda e Pla- publicação.
nejamento, no exercício de suas atribuições
específicas, fiscalizará a efetiva execução desta Art. 43. Revogam-se as disposições em con-
Lei, no que se refere à aplicação de incentivos trário.
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

fiscais nela previstos.


Brasília, 23 de dezembro de 1991; 170o da In-
Art. 37. O Poder Executivo a fim de atender o dependência e 103o da República.
disposto no art. 26, § 2o, desta Lei, adequando-o
às disposições da Lei de Diretrizes Orçamentá- FERNANDO COLLOR – Jarbas Passarinho
rias, enviará, no prazo de 30 dias, Mensagem ao
Congresso Nacional, estabelecendo o total da Promulgada em 23/12/1991, publicada no DOU
renúncia fiscal e correspondente cancelamento de 24/12/1991 e regulamentada pelo Decreto no
de despesas orçamentárias. 5.761/2006

16
Decreto no 1.711/1995.
20
Decreto no 5.761/2006
Regulamenta a Lei no 8.313, de 23 de dezembro de 1991, estabelece sistemática de execução do
Programa Nacional de Apoio à Cultura – PRONAC e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das VII – desenvolver atividades que fortaleçam


atribuições que lhe confere o art. 84, incisos e articulem as cadeias produtivas e os arranjos
IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo produtivos locais que formam a economia da
em vista o disposto na Lei no 8.313, de 23 de cultura;
dezembro de 1991, VIII – apoiar as atividades culturais de ca-
ráter inovador ou experimental;
DECRETA: IX – impulsionar a preparação e o aperfeiço-
amento de recursos humanos para a produção
e a difusão cultural;
CAPÍTULO I – Das Disposições Gerais X – promover a difusão e a valorização das
expressões culturais brasileiras no exterior,
Art. 1o O Programa Nacional de Apoio à Cul- assim como o intercâmbio cultural com outros
tura – PRONAC desenvolver-se-á mediante países;
a realização de programas, projetos e ações XI – estimular ações com vistas a valorizar
culturais que concretizem os princípios da artistas, mestres de culturas tradicionais, técni-
Constituição, em especial seus arts. 215 e 216, e cos e estudiosos da cultura brasileira;
que atendam às finalidades previstas no art. 1o e XII – contribuir para a implementação do
a pelo menos um dos objetivos indicados no art. Plano Nacional de Cultura e das políticas de
3o da Lei no 8.313, de 23 de dezembro de 1991. cultura do Governo Federal; e
XIII – apoiar atividades com outras fina-
Art. 2 o Na execução do PRONAC, serão lidades compatíveis com os princípios cons-
apoiados programas, projetos e ações culturais titucionais e os objetivos preconizados pela
destinados às seguintes finalidades: Lei no 8.313, de 1991, assim consideradas pelo
I – valorizar a cultura nacional, consideran- Ministro de Estado da Cultura.
do suas várias matrizes e formas de expressão;
II – estimular a expressão cultural dos dife- Art. 3o A execução do PRONAC deverá obede-
rentes grupos e comunidades que compõem a cer às normas, diretrizes e metas estabelecidas
sociedade brasileira; em seu plano anual, que deverá estar de acordo
III – viabilizar a expressão cultural de to- com plano plurianual e com a Lei de Diretrizes
das as regiões do País e sua difusão em escala Orçamentárias.
nacional; Parágrafo único. O plano anual de que trata
Lei Rouanet e sua regulamentação

IV – promover a preservação e o uso susten- este artigo será elaborado pelo Ministério da
tável do patrimônio cultural brasileiro em sua Cultura, que o publicará até o dia 30 de novem-
dimensão material e imaterial; bro do ano anterior àquele em que vigorará, de
V – incentivar a ampliação do acesso da acordo com o disposto na Lei no 8.313, de 1991,
população à fruição e à produção dos bens e neste Decreto, observadas as diretrizes e metas
culturais; estabelecidas no Plano Nacional de Cultura.
VI – fomentar atividades culturais afirmati-
vas que busquem erradicar todas as formas de Art. 4o Para os efeitos deste Decreto, entende-
discriminação e preconceito; -se por:

21
I – proponente: as pessoas físicas e as pessoas movidos pelo Ministério da Cultura deverão
jurídicas, públicas ou privadas, com atuação na informar, previamente, o volume de recursos
área cultural, que proponham programas, pro- que pretendem investir, bem como sua área
jetos e ações culturais ao Ministério da Cultura; de interesse, respeitados o montante e a distri-
II – beneficiário: o proponente de progra- buição dos recursos definidas pelo Ministério
ma, projeto ou ação cultural favorecido pelo da Cultura.
PRONAC; § 3o A promoção de processos públicos
III – incentivador: o contribuinte do Im- para seleção de projetos realizada, de forma
posto sobre a Renda e Proventos de qualquer independente, por empresas patrocinadoras
natureza, pessoa física ou jurídica, que efetua deverá ser previamente informada ao Minis-
doação ou patrocínio em favor de programas, tério da Cultura.
projetos e ações culturais aprovados pelo Minis-
tério da Cultura, com vistas a incentivos fiscais, Art. 6o Os procedimentos administrativos rela-
conforme estabelecido na Lei no 8.313, de 1991; tivos à apresentação, recepção, seleção, análise,
IV – doação: a transferência definitiva e aprovação, acompanhamento, monitoramento,
irreversível de numerário ou bens em favor de avaliação de resultados e emissão de laudo
proponente, pessoa física ou jurídica sem fins lu- de avaliação final dos programas, projetos e
crativos, cujo programa, projeto ou ação cultural ações culturais, no âmbito do PRONAC, serão
tenha sido aprovado pelo Ministério da Cultura; definidos pelo Ministro de Estado da Cultura e
V – patrocínio: a transferência definitiva publicados no Diário Oficial da União, obser-
e irreversível de numerário ou serviços, com vadas as disposições deste Decreto.
finalidade promocional, a cobertura de gastos § 1o Nos casos de programas, projetos ou
ou a utilização de bens móveis ou imóveis do ações culturais que tenham como objeto a
patrocinador, sem a transferência de domínio, preservação de bens culturais tombados ou
para a realização de programa, projeto ou ação registrados pelos poderes públicos, em âm-
cultural que tenha sido aprovado pelo Minis- bito federal, estadual ou municipal, além do
tério da Cultura; cumprimento das normas a que se refere o
VI – pessoa jurídica de natureza cultural: caput, será obrigatória a apreciação pelo órgão
pessoa jurídica, pública ou privada, com ou sem responsável pelo respectivo tombamento ou
fins lucrativos, cujo ato constitutivo disponha registro, observada a legislação relativa ao
expressamente sobre sua finalidade cultural; e patrimônio cultural.
VII – produção cultural-educativa de caráter § 2o Os programas, projetos e ações apre-
não comercial: aquela realizada por empresa de sentados com vistas à utilização de um dos
rádio e televisão pública ou estatal. mecanismos de implementação do PRONAC
serão analisados tecnicamente no âmbito do
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

Art. 5o O Ministério da Cultura poderá esco- Ministério da Cultura, pelos seus órgãos ou
lher, mediante processo público de seleção, os entidades vinculadas, de acordo com as suas
programas, projetos e ações culturais a serem respectivas competências.
financiados pelos mecanismos definidos no art. § 3 o A apreciação técnica de que trata
2o da Lei no 8.313, de 1991, podendo designar o § 2o deverá verificar, necessariamente, o
comitês técnicos para essa finalidade. atendimento das finalidades do PRONAC, a
§ 1o O montante dos recursos destinados adequação dos custos propostos aos praticados
aos processos públicos de seleção e a sua res- no mercado, sem prejuízo dos demais aspectos
pectiva distribuição serão definidos em portaria exigidos pela legislação aplicável, vedada a apre-
do Ministério da Cultura, que será publicada no ciação subjetiva baseada em valores artísticos
Diário Oficial da União, observado o estabele- ou culturais.
cido no plano anual do PRONAC. § 4o A proposta com o parecer técnico será
§ 2o As empresas patrocinadoras interes- submetida, de acordo com a matéria a que esteja
sadas em aderir aos processos seletivos pro- relacionada, à Comissão do Fundo Nacional
22
da Cultura, criada pelo art. 14, ou à Comissão o beneficiário tomou ciência da decisão mi-
Nacional de Incentivo à Cultura, a que se refe- nisterial e do correspondente laudo final de
re o art. 38, que recomendará ao Ministro de avaliação.
Estado da Cultura a aprovação total, parcial § 5o O recurso de que trata o § 4o será
ou a não aprovação do programa, projeto ou apreciado pelo Ministro de Estado da Cultura
ação em questão. em até sessenta dias contados da data de sua
§ 5o Da decisão referida no § 4o caberá interposição, após a manifestação do órgão
pedido de reconsideração dirigido ao Mi- competente do Ministério.
nistro de Estado da Cultura, no prazo de até § 6o No caso de não aprovação da exe-
dez dias contados da comunicação oficial ao cução dos programas, projetos e ações de
proponente. que trata o § 3o, será estabelecido o prazo
§ 6o O pedido de reconsideração será apre- estritamente necessário para a conclusão do
ciado pelo Ministro de Estado da Cultura em até objeto proposto.
sessenta dias contados da data de sua interpo- § 7o Não concluído o programa, projeto ou
sição, após manifestação do órgão responsável ação no prazo estipulado, serão aplicadas pelo
pela análise técnica e, se julgar oportuno, da Ministério da Cultura as penalidades previstas
Comissão competente. na Lei no 8.313, de 1991, e adotadas as demais
medidas administrativas cabíveis.
Art. 7o Os programas, projetos e ações cultu-
rais aprovados serão acompanhados e avaliados Art. 8o As atividades de acompanhamento e
tecnicamente pelos órgãos competentes do avaliação técnica de programas, projetos e ações
Ministério da Cultura. culturais poderão ser delegadas aos Estados,
§ 1o O Ministério da Cultura e suas entida- Distrito Federal e Municípios, bem como a
des vinculadas poderão utilizar-se dos serviços órgãos ou entidades da administração pública
profissionais de peritos, antes da aprovação, federal e dos demais entes federados, median-
durante e ao final da execução dos programas, te instrumento jurídico que defina direitos e
projetos e ações já aprovados, permitida a deveres mútuos.
indenização de despesas com deslocamento e Parágrafo único. A delegação prevista no
pagamento de pró-labore ou de ajuda de custo caput, relativamente aos Estados, Distrito Fe-
para vistorias, quando necessário. deral e Municípios, dependerá da existência, no
§ 2 o O acompanhamento e a avaliação respectivo ente federado, de lei de incentivos
referidos neste artigo objetivam verificar a fiel fiscais ou de fundos específicos para a cultura,
aplicação dos recursos e dar-se-ão por meio bem como de órgão colegiado com atribuição
de comparação entre os resultados esperados de análise de programas e projetos culturais em
e atingidos, os objetivos previstos e alcançados, que a sociedade tenha representação ao menos
os custos estimados e os efetivamente reali- paritária em relação ao Poder Público e no qual
zados, além do aferimento da repercussão da as diversas áreas culturais e artísticas estejam
iniciativa na sociedade, de forma a atender aos representadas.
objetivos da Lei no 8.313, de 1991, bem como
Lei Rouanet e sua regulamentação

ao disposto neste Decreto e no plano anual do Art. 9o O Ministério da Cultura deverá elabo-
PRONAC. rar e publicar relatório anual de avaliação do
§ 3o A avaliação referida no § 2o será ul- PRONAC, relativo à avaliação dos programas,
timada pelo Ministério da Cultura, mediante projetos e ações culturais referidos neste Decre-
expedição do laudo final de avaliação, devendo to, enfatizando o cumprimento do disposto no
o beneficiário ser notificado da decisão minis- plano anual do PRONAC.
terial resultante. Parágrafo único. O relatório de que trata
§ 4o Da decisão a que se refere o § 3o caberá este artigo integrará a tomada de contas anual
recurso ao Ministro de Estado da Cultura, no do Ministério da Cultura, a ser encaminhada
prazo de dez dias, contados da data em que ao Tribunal de Contas da União.
23
CAPÍTULO II – Do Fundo Nacional da no mínimo, preservem o valor originalmente
Cultura concedido, conforme o disposto no inciso IX
do art. 5o da Lei no 8.313, de 1991.
Art. 10. Os recursos do Fundo Nacional da Cul- § 5o Os subsídios decorrentes de financia-
tura poderão ser utilizados, observado o disposto mentos realizados a taxas inferiores à taxa de
no plano anual do PRONAC, da seguinte forma: captação dos recursos financeiros pelo Gover-
I – recursos não-reembolsáveis – para utili- no Federal devem ser registrados pelo Fundo
zação em programas, projetos e ações culturais Nacional da Cultura para constar na lei orça-
de pessoas jurídicas públicas ou privadas sem mentária e suas informações complementares.
fins lucrativos; § 6o Na operacionalização do financia-
II – financiamentos reembolsáveis – para mento reembolsável, o agente financeiro será
programas, projetos e ações culturais de pessoas qualquer instituição financeira, de caráter ofi-
físicas ou de pessoas jurídicas privadas, com cial, devidamente credenciada pelo Ministério
fins lucrativos, por meio de agentes financeiros da Cultura.
credenciados pelo Ministério da Cultura; § 7o Os subsídios concedidos em financia-
III – concessão de bolsas de estudo, de pes- mentos reembolsáveis, devem ser apurados
quisa e de trabalho – para realização de cursos para compor o rol dos benefícios creditícios
ou desenvolvimento de projetos, no Brasil ou e financeiros que integram as informações
no exterior; complementares da Lei Orçamentária Anual.
IV – concessão de prêmios;
V – custeio de passagens e ajuda de custos Art. 11. A execução orçamentária, financeira
para intercâmbio cultural, no Brasil ou no e patrimonial do Fundo Nacional da Cultura,
exterior; bem como a supervisão e coordenação das
VI – transferência a Estados, Municípios atividades administrativas necessárias ao seu
e Distrito Federal para desenvolvimento de funcionamento, serão exercidas em conformi-
programas, projetos e ações culturais, mediante dade com o disposto nos §§ 1o e 3o do art. 4o da
instrumento jurídico que defina direitos e de- Lei no 8.313, de 1991.
veres mútuos; e
VII – em outras situações definidas pelo Art. 12. O percentual de financiamento do
Ministério da Cultura, enquadráveis nos arts. Fundo Nacional da Cultura, limitado a oitenta
1o e 3o da Lei no 8.313, de 1991. por cento do custo total de cada programa,
§ 1o O Ministro de Estado da Cultura expe- projeto ou ação cultural, será aprovado pelo
dirá as instruções normativas necessárias para Ministério da Cultura, mediante proposta da
definição das condições e procedimentos das Comissão do Fundo Nacional da Cultura.
concessões previstas neste artigo e respectivas Parágrafo único. A contrapartida a ser
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

prestações de contas. obrigatoriamente oferecida pelo proponente,


§ 2o Para o financiamento reembolsável, o para fins de complementação do custo total do
Ministério da Cultura definirá com os agentes programa, projeto ou ação cultural deverá ser
financeiros credenciados a taxa de administra- efetivada mediante aporte de numerário, bens
ção, os prazos de carência, os juros limites, as ou serviços, ou comprovação de que está habi-
garantias exigidas e as formas de pagamento, litado à obtenção do respectivo financiamento
que deverão ser aprovadas pelo Banco Central por meio de outra fonte devidamente identifi-
do Brasil, conforme disposto no art. 7o da Lei cada, vedada como contrapartida a utilização
no 8.313, de 1991. do mecanismo de incentivos fiscais previstos.
§ 3o A taxa de administração a que se refere
o § 2o não poderá ser superior a três por cento Art. 13. A contrapartida será dispensada sem-
dos recursos disponíveis para financiamento. pre que os recursos tenham sido depositados
§ 4o Para o financiamento de que trata o no Fundo Nacional da Cultura com destinação
§ 2o, serão fixadas taxas de remuneração que, especificada na origem, tais como:
24
I – transferência de recursos a programas, I – pelo Secretário-Executivo do Ministério
projetos e ações culturais identificados pelo da Cultura, que a presidirá;
doador ou patrocinador por ocasião do depó- II – pelos titulares das Secretarias do Minis-
sito ao Fundo Nacional da Cultura, desde que tério da Cultura;
correspondam ao custo total do projeto; e III – pelos presidentes das entidades vincu-
II – programas, projetos e ações identifica- ladas ao Ministério da Cultura; e
dos pelo autor de emendas aditivas ao orça- IV – por um representante do Gabinete do
mento do Fundo Nacional da Cultura, ainda Ministro de Estado da Cultura.
que o beneficiário seja órgão federal, desde
que o valor da emenda corresponda ao custo Art. 16. A Comissão do Fundo Nacional da
total do projeto. Cultura definirá em ato próprio, mediante pro-
§ 1o Os programas, projetos e ações culturais posta aprovada pela maioria absoluta de seus
previstos nos incisos I e II não serão objeto de integrantes, as normas relativas à sua organi-
apreciação pela Comissão do Fundo Nacional zação e funcionamento, que será homologado
da Cultura. pelo Ministro de Estado da Cultura.
§ 2o As entidades vinculadas ao Ministério
da Cultura ficam dispensadas de apresentar Art. 17. Os programas, projetos e ações cul-
contrapartida quando receberem recursos do turais de iniciativa própria do Ministério da
Fundo Nacional da Cultura para o desenvolvi- Cultura, a serem financiados com recursos do
mento de programas, projetos e ações culturais. Fundo Nacional da Cultura, deverão constar
de seu plano anual, obedecido o disposto no
Art. 14. Fica criada, no âmbito do Ministério art. 3o, e serão apresentados à Comissão do
da Cultura, a Comissão do Fundo Nacional da Fundo Nacional da Cultura com orçamentos
Cultura, à qual compete: detalhados e justificativas referendadas, obriga-
I – avaliar e selecionar os programas, proje- toriamente, pelo titular da unidade proponente
tos e ações culturais que objetivem a utilização ou seu substituto legal.
de recursos do Fundo Nacional da Cultura,
de modo a subsidiar sua aprovação final pelo
Ministro de Estado da Cultura; CAPÍTULO III – Dos Fundos de
II – apreciar as propostas de editais a serem Investimentos Culturais e Artísticos
instituídos em caso de processo público de
seleção de programas, projetos e ações a serem Art. 18. A Comissão de Valores Mobiliários
financiados com recursos do Fundo Nacional – CVM disciplinará a constituição, o funcio-
da Cultura, para homologação pelo Ministro namento e a administração dos Fundos de
de Estado da Cultura; Investimentos Culturais e Artísticos – FICART,
III – elaborar a proposta de plano de traba- nos termos do art. 10 da Lei no 8.313, de 1991.
lho anual do Fundo Nacional da Cultura, que § 1o A CVM prestará informações ao Mi-
integrará o plano anual do PRONAC, a ser nistério da Cultura sobre a constituição dos
submetida ao Ministro de Estado da Cultura FICART e seus respectivos agentes financeiros,
Lei Rouanet e sua regulamentação

para aprovação final de seus termos; inclusive quanto às suas áreas de atuação.
IV – apreciar as propostas de plano anual das
entidades vinculadas ao Ministério da Cultura, Art. 19. Para receber recursos dos FICART, os
com vistas à elaboração da proposta de que trata programas, projetos e ações culturais deverão
o inciso III; e destinar-se:
V – exercer outras atribuições estabelecidas I – à produção e distribuição independentes
pelo Ministro de Estado da Cultura. de bens culturais e à realização de espetáculos
artísticos e culturais :
Art. 15. A Comissão do Fundo Nacional da II – à construção, restauração, reforma,
Cultura será integrada: equipamento e operação de espaços destina-
25
dos a atividades culturais, de propriedade de obedecendo a critérios a serem definidos em
entidades com fins lucrativos; e ato do Ministério da Cultura.
III – a outras atividades comerciais e indus-
triais de interesse cultural, assim consideradas Art. 23. As opções previstas nos arts. 18 e 26
pelo Ministério da Cultura. da Lei no 8.313, de 1991, serão exercidas:
I – em favor do Fundo Nacional da Cultura,
Art. 20. A aplicação dos recursos dos FICART com destinação livre ou direcionada a progra-
far-se-á, exclusivamente, por meio de: mas, projetos e ações culturais específicos, sob a
I – contratação de pessoas jurídicas com sede forma de doação, ou com destinação especifica-
no território brasileiro, tendo por finalidade da pelo patrocinador, sob a forma de patrocínio;
exclusiva a execução de programas, projetos e II – em favor de programas, projetos e ações
ações culturais; culturais apresentados por pessoas físicas ou
II – participação em programas, projetos e jurídicas sem fins lucrativos, sob a forma de
ações culturais realizados por pessoas jurídicas doação, abrangendo:
de natureza cultural com sede no território a) numerário ou bens, para realização de
brasileiro; e programas, projetos e ações culturais; e
III – aquisição de direitos patrimoniais para b) numerário para aquisição de produtos
exploração comercial de obras literárias, audio- culturais e ingressos para espetáculos culturais
visuais, fonográficas e de artes cênicas, visuais, e artísticos, de distribuição pública e gratuita,
digitais e similares. conforme normas a serem estabelecidas em ato
do Ministério da Cultura;
Art. 21. O Ministério da Cultura, em articu- III – em favor de programas, projetos e ações
lação com a CVM, definirá regras e procedi- culturais apresentados por pessoas físicas ou
mentos para acompanhamento e fiscalização da jurídicas, com ou sem fins lucrativos, sob a
execução dos programas, projetos e ações cul- forma de patrocínio, abrangendo:
turais beneficiados com recursos do FICART. a) numerário ou a utilização de bens, para
realização de programas, projetos e ações
culturais; e
CAPÍTULO IV – Dos Incentivos Fiscais b) numerário, para a cobertura de parte do
SEÇÃO I – Das Formas de Aplicação valor unitário de produtos culturais e ingressos
para espetáculos culturais e artísticos, conforme
Art. 22. A opção prevista no art. 24 da Lei no normas e critérios estabelecidos pelo Ministério
8.313, de 1991, exercer-se-á: da Cultura;
I – em favor do próprio contribuinte do IV – em favor dos projetos culturais selecio-
Imposto sobre a Renda e Proventos de qualquer nados pelo Ministério da Cultura por meio de
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

natureza, quando proprietário ou titular de pos- processo público de seleção, na forma estabe-
se legítima de bens móveis e imóveis tombados lecida no art. 2o; e
pela União, e após cumprimento das exigências V – em favor de projetos que tenham por
legais aplicáveis a bens tombados e mediante objeto a valorização de artistas, mestres de cul-
prévia apreciação pelo Instituto do Patrimônio turas tradicionais, técnicos e estudiosos, com re-
Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, no levantes serviços prestados à cultura brasileira.
valor das despesas efetuadas com o objetivo de § 1o Os programas, projetos e ações cul-
conservar ou restaurar aqueles bens; e turais apresentados por órgãos integrantes da
II – em favor de pessoas jurídicas contribuin- administração pública direta somente poderão
tes do Imposto sobre a Renda e Proventos de receber doação ou patrocínio na forma prevista
qualquer natureza, para compra de ingressos no inciso I.
de espetáculos culturais e artísticos, desde que § 2o É vedada a destinação de novo subsídio
para distribuição gratuita comprovada a seus para a mesma atividade cultural em projeto já
empregados e respectivos dependentes legais, anteriormente subsidiado.
26
Art. 24. Equiparam-se a programas, projetos Art. 27. Dos programas, projetos e ações
e ações culturais os planos anuais de atividades realizados com recursos incentivados, total
consideradas relevantes para a cultura nacional ou parcialmente, deverá constar formas para a
pela Comissão Nacional de Incentivo à Cultura: democratização do acesso aos bens e serviços
I – de associações civis de natureza cultural, resultantes, com vistas a:
sem fins lucrativos, cuja finalidade estatutária I – tornar os preços de comercialização de
principal seja dar apoio a instituições da União, obras ou de ingressos mais acessíveis à popu-
dos Estados, do Distrito Federal ou dos Muni- lação em geral;
cípios, no atendimento dos objetivos previstos II – proporcionar condições de acessibili-
no art. 3o da Lei no 8.313, de 1991; e dade a pessoas idosas, nos termos do art. 23
II – de outras pessoas jurídicas de natureza da Lei no 10.741, de 1o de outubro de 2003, e
cultural, sem fins lucrativos. portadoras de deficiência, conforme o disposto
§ 1o O valor a ser incentivado nos planos no art. 46 do Decreto no 3.298, de 20 de dezem-
anuais será equivalente à estimativa de recursos bro de 1999;
a serem captados a título de doações e patro- III – promover distribuição gratuita de obras
cínios, conforme constar da previsão anual de ou de ingressos a beneficiários previamente
receita e despesa apresentada pelo proponente. identificados que atendam às condições esta-
§ 2o Os planos anuais submeter-se-ão às belecidas pelo Ministério da Cultura; e
mesmas regras de aprovação, execução, ava- IV – desenvolver estratégias de difusão que
liação e prestação de contas aplicáveis aos pro- ampliem o acesso.
gramas, projetos e ações culturais incentivados. Parágrafo único. O Ministério da Cultura
poderá autorizar outras formas de ampliação
Art. 25. As despesas referentes aos serviços do acesso para atender a finalidades não pre-
de captação dos recursos para execução de vistas nos incisos I a IV, desde que devidamente
programas, projetos e ações culturais aprova- justificadas pelo proponente nos programas,
dos no âmbito da Lei no 8.313, de 1991, serão projetos e ações culturais apresentados.
detalhadas em planilha de custos, obedecidos
os limites definidos em ato do Ministério da Art. 28. No caso de doação ou patrocínio de
Cultura. pessoas físicas e jurídicas em favor de progra-
Parágrafo único. Os programas, projetos mas e projetos culturais amparados pelo art.
e ações culturais aprovados mediante a siste- 18 da Lei no 8.313, de 1991, o percentual de
mática descrita no art. 5o não poderão realizar dedução será de até cem por cento do valor do
despesas referentes a serviços de captação de incentivo, respeitados os limites estabelecidos
recursos. na legislação do imposto de renda vigente e o
disposto no § 4o do art. 3o da Lei no 9.249, de 26
Art. 26. As despesas administrativas relacio- de dezembro de 1995, não sendo permitida a
nadas aos programas, projetos e ações culturais utilização do referido montante como despesa
que visem à utilização do mecanismo previsto operacional pela empresa incentivadora.
neste Capítulo ficarão limitadas a quinze por
Lei Rouanet e sua regulamentação

cento do orçamento total do respectivo pro- Art. 29. Os valores transferidos por pessoa
grama, projeto ou ação cultural. física, a título de doação ou patrocínio, em favor
Parágrafo único. Para efeito deste Decreto, de programas e projetos culturais enquadrados
entende-se por despesas administrativas aque- em um dos segmentos culturais previstos no
las executadas na atividade-meio dos progra- art. 26 da Lei no 8.313, de 1991, poderão ser
mas, projetos e ações culturais, excluídos os deduzidos do imposto devido, na declaração
gastos com pagamento de pessoal indispensável de rendimentos relativa ao período de apuração
à execução das atividades-fim e seus respecti- em que for efetuada a transferência de recursos,
vos encargos sociais, desde que previstas na obedecidos os limites percentuais máximos de:
planilha de custos. I – oitenta por cento do valor das doações; e
27
II – sessenta por cento do valor dos patro- cução orçamentário-financeira de programas,
cínios. projetos e ações culturais deverão integrar o
Parágrafo único. O limite máximo das relatório anual de atividades.
deduções de que tratam os incisos I e II é de Parágrafo único. O valor da renúncia de que
seis por cento do imposto devido, nos termos trata o caput será registrado anualmente no de-
do disposto no art. 22 da Lei no 9.532, de 10 de monstrativo de benefícios tributários da União
dezembro de 1997. para integrar as informações complementares
à Lei Orçamentária Anual.
Art. 30. Observado o disposto no § 4o do art.
3o da Lei no 9.249, de 1995, os valores corres- Art. 33. Os programas, projetos e ações cul-
pondentes a doações e patrocínios realizados turais a serem analisados nos termos do inciso
por pessoas jurídicas em favor de programas II do art. 25 da Lei no 8.313, de 1991, deverão
e projetos culturais enquadrados em um dos beneficiar somente as produções culturais
segmentos culturais previstos no art. 26 da Lei independentes.
no 8.313, de 1991, poderão ser deduzidos do
imposto devido, a cada período de apuração, Art. 34. As instituições culturais sem fins
nos limites percentuais máximos de: lucrativos referidas no § 2o do art. 27 da Lei no
I – quarenta por cento do valor das doa- 8.313, de 1991, poderão beneficiar-se de incen-
ções; e tivos fiscais preferencialmente em seus planos
II – trinta por cento do valor dos patrocínios. anuais de atividades, nos termos do inciso II
§ 1o A pessoa jurídica tributada com base do art. 24 e seus §§ 1o e 2o.
no lucro real poderá lançar em seus registros Parágrafo único. O Ministério da Cultura
contábeis, como despesa operacional, o valor estabelecerá os critérios para avaliação das
total das doações e dos patrocínios efetuados instituições referidas neste artigo.
no período de apuração de seus tributos.
§ 2o O limite máximo das deduções de que Art. 35. A aprovação do projeto será publicada
tratam os incisos I e II do caput é de quatro no Diário Oficial da União, contendo, no mí-
por cento do imposto devido, nos termos do nimo, os seguintes dados:
disposto no inciso II do art. 6o da Lei no 9.532, I – título do projeto;
de 1997. II – número de registro no Ministério da
Cultura;
Art. 31. Não constitui vantagem financeira ou III – nome do proponente e respectivo CNPJ
material a destinação ao patrocinador de até dez ou CPF;
por cento dos produtos resultantes do progra- IV – extrato da proposta aprovada pelo
ma, projeto ou ação cultural, com a finalidade Ministério da Cultura;
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

de distribuição gratuita promocional, conso- V – valor e prazo autorizados para captação


ante plano de distribuição a ser apresentado dos recursos; e
quando da inscrição do programa, projeto ou VI – enquadramento quanto às disposições
ação, desde que previamente autorizado pelo da Lei no 8.313, de 1991.
Ministério da Cultura. § 1o As instituições beneficiárias não po-
Parágrafo único. No caso de haver mais derão ressarcir-se de despesas efetuadas em
de um patrocinador, cada um poderá receber data anterior à da publicação da portaria de
produtos resultantes do projeto em quantidade autorização para captação de recursos.
proporcional ao investimento efetuado, respei- § 2o O prazo máximo para captação de re-
tado o limite de dez por cento para o conjunto cursos coincidirá com o término do exercício
de incentivadores. fiscal em que foi aprovado o projeto.
§ 3o No caso de nenhuma captação ou cap-
Art. 32. O valor da renúncia fiscal autorizado tação parcial dos recursos autorizados no prazo
no âmbito do PRONAC e a correspondente exe- estabelecido, os programas, projetos e ações
28
culturais poderão ser prorrogados, a pedido VI – emitir parecer sobre recursos contra deci-
do proponente, nas condições e prazos estabe- sões desfavoráveis quanto à avaliação e prestação
lecidos no ato de prorrogação, de acordo com de contas de programas, projetos e ações culturais
normas expedidas pelo Ministério da Cultura. realizados com recursos de incentivos fiscais;
§ 4o Enquanto o Ministério da Cultura não VII – apresentar subsídios para a elabora-
se manifestar quanto ao pedido de prorrogação, ção de plano de trabalho anual de incentivos
fica o proponente impedido de promover a fiscais, com vistas à aprovação do plano anual
captação de recursos. do PRONAC;
VIII – subsidiar na aprovação dos projetos
Art. 36. As transferências financeiras dos in- de que trata o inciso V do art. 23; e
centivadores para os respectivos beneficiários IX – exercer outras atribuições que lhe forem
serão efetuadas, direta e obrigatoriamente, em conferidas pelo seu presidente.
conta bancária específica, aberta em instituição § 1o O presidente da Comissão poderá deli-
financeira oficial, de abrangência nacional, cre- berar ad referendum do colegiado, independen-
denciada pelo Ministério da Cultura. temente do oferecimento prévio dos subsídios
a que se referem este artigo.
Art. 37. O controle do fluxo financeiro § 2o As deliberações da Comissão serão
entre os incentivadores e seus beneficiários adotadas por maioria simples, cabendo ao
estabelecer-se-á por meio do cruzamento seu presidente utilizar, além do seu voto, o de
das informações prestadas ao Ministério da qualidade, para fins de desempate.
Cultura, por parte de cada um deles, de modo
independente. Art. 39. São membros da Comissão Nacional
de Incentivo à Cultura:
I – o Ministro de Estado da Cultura, que a
CAPÍTULO V – Da Comissão Nacional de presidirá;
Incentivo à Cultura II – os presidentes de cada uma das entidades
vinculadas ao Ministério da Cultura;
Art. 38. Compete à Comissão Nacional de III – o presidente de entidade nacional que
Incentivo à Cultura, instituída pelo art. 32 da congrega os Secretários de Cultura das unida-
Lei no 8.313, de 1991: des federadas;
I – subsidiar, mediante parecer técnico fun- IV – um representante do empresariado
damentado do relator designado, nas decisões nacional; e
do Ministério da Cultura quanto aos incentivos V – seis representantes de entidades associa-
fiscais e ao enquadramento dos programas, pro- tivas de setores culturais e artísticos, de âmbito
jetos e ações culturais nas finalidades e objetivos nacional.
previstos na Lei no 8.313, de 1991, observado o § 1o Os membros referidos nos incisos I a III
plano anual do PRONAC; indicarão seus respectivos primeiro e segundo
II – subsidiar na definição dos segmentos suplentes, que os substituirão em suas ausências
culturais não previstos expressamente nos Ca- e impedimentos legais e eventuais.
Lei Rouanet e sua regulamentação

pítulos III e IV da Lei no 8.313, de 1991; § 2o Os membros e seus respectivos primei-


III – analisar, por solicitação do seu presi- ro e segundo suplentes referidos nos incisos
dente, as ações consideradas relevantes e não IV e V terão mandato de dois anos, permitida
previstas no art. 3o da Lei no 8.313, de 1991; uma única recondução, sendo o processo de
IV – fornecer subsídios para avaliação do sua indicação estabelecido em ato específico do
PRONAC, propondo medidas para seu aper- Ministro de Estado da Cultura, obedecidos os
feiçoamento; critérios estabelecidos neste Decreto.
V – emitir parecer sobre recursos apresenta- § 3o A Comissão poderá constituir grupos
dos contra decisões desfavoráveis à aprovação técnicos com a finalidade de assessorá-la no
de programas e projetos culturais apresentados; exercício de suas competências.
29
§ 4o O Ministério da Cultura prestará o normas internas aprovadas pela maioria abso-
apoio técnico e administrativo aos trabalhos luta de seus membros, observado o disposto
da Comissão. neste Decreto.

Art. 40. A indicação dos membros referidos


no inciso V do art. 39 deverá contemplar as CAPÍTULO VI – Da Divulgação do
seguintes áreas: PRONAC
I – artes cênicas;
II – audiovisual; Art. 44. Os programas, projetos e ações cul-
III – música; turais financiados com recursos do PRONAC
IV – artes visuais, arte digital e eletrônica; deverão apresentar, obrigatoriamente, planos
V – patrimônio cultural material e imaterial, de distribuição de produtos deles decorrentes,
inclusive museológico e expressões das culturas obedecidos os seguintes critérios:
negra, indígena, e das populações tradicionais; e I – até dez por cento dos produtos com a
VI – humanidades, inclusive a literatura e finalidade de distribuição gratuita promocional
obras de referência. pelo patrocinador; e
II – até dez por cento dos produtos, a critério
Art. 41. Os membros da Comissão Nacional do Ministério da Cultura, para distribuição
de Incentivo à Cultura e respectivos suplentes, gratuita pelo beneficiário.
referidos nos incisos IV e V do art. 39, ficam
impedidos de participar da apreciação de pro- Art. 45. Serão destinadas ao Ministério da
gramas, projetos e ações culturais nos quais: Cultura, obrigatoriamente, para composição
I – tenham interesse direto ou indireto na do seu acervo e de suas entidades vinculadas,
matéria; pelo menos seis cópias do produto cultural ou
II – tenham participado como colaborador do registro da ação realizada, resultantes de
na elaboração do projeto ou tenham participa- programas e projetos e ações culturais finan-
do da instituição proponente nos últimos dois ciados pelo PRONAC.
anos, ou se tais situações ocorrem quanto ao
cônjuge, companheiro ou parente e afins até o Art. 46. Os produtos materiais e serviços resul-
terceiro grau; e tantes de apoio do PRONAC serão de exibição,
III – estejam litigando judicial ou adminis- utilização e circulação públicas, não podendo
trativamente com o proponente ou respectivo ser destinados ou restritos a circuitos privados
cônjuge ou companheiro. ou a coleções particulares, excetuados os casos
Parágrafo único. O membro da Comissão previstos no Capítulo III deste Decreto.
que incorrer em impedimento deve comunicar
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

o fato ao referido colegiado, abstendo-se de atu- Art. 47. É obrigatória a inserção da logomarca
ar, sob pena de nulidade dos atos que praticar. do Ministério da Cultura:
I – nos produtos materiais resultantes de
Art. 42. Os membros da Comissão Nacional programas, projetos e ações culturais realizados
de Incentivo à Cultura e respectivos suplentes, com recursos do PRONAC, bem como nas ati-
referidos nos inciso II do art. 39, abster-se-ão vidades relacionadas à sua difusão, divulgação,
de atuar na apreciação de programas, proje- promoção, distribuição, incluindo placa da obra,
tos e ações culturais nos quais as respectivas durante sua execução, e placa permanente na
entidades vinculadas tenham interesse direto edificação, sempre com visibilidade pelo menos
na matéria, sob pena de nulidade dos atos que igual à da marca do patrocinador majoritário; e
praticarem. II – em peças promocionais e campanhas
institucionais dos patrocinadores que façam re-
Art. 43. O funcionamento da Comissão Na- ferência a programas, projetos e ações culturais
cional de Incentivo à Cultura será regido por beneficiados com incentivos fiscais.
30
Parágrafo único. As logomarcas e os cri- detentor, para fins promocionais, consoante
térios de inserção serão estabelecidos pelo normas estabelecidas pelo Ministério da Cul-
manual de identidade visual do Ministério da tura.
Cultura, aprovado pelo Ministro de Estado da
Cultura, em consonância com o órgão respon- Art. 50. No prazo de até cento e vinte dias a
sável pela comunicação social no âmbito da contar da publicação deste Decreto, o Ministro
Presidência da República, e publicado no Diário de Estado da Cultura expedirá as instruções
Oficial da União. necessárias para seu cumprimento.

Art. 51. Os programas e projetos culturais


CAPÍTULO VII – Da Integração do aprovados com base no disposto nos Decretos
PRONAC ao Sistema Nacional de Cultura nos 4.397, de 1o de outubro de 2002, e 4.483 de
25 de novembro de 2002, poderão permanecer
Art. 48. Será estabelecido mecanismo de válidos até o último dia útil do exercício de
intercâmbio de informações com os Estados, 2006, observado o seguinte:
Municípios e Distrito Federal, com o objetivo I – no caso de captação parcial de recursos,
de se evitar duplicidade entre essas esferas e o poderão os seus responsáveis apresentar pres-
PRONAC no apoio aos programas, projetos tação de contas final ou adequar-se às normas
e ações executados nas respectivas unidades contidas neste Decreto; e
federadas. II – no caso de não captação de recursos,
§ 1o Não se considera duplicidade a agre- poderão ser definitivamente encerrados ou
gação de recursos, nos diferentes níveis de go- adequados às normas contidas neste Decreto.
verno, para cobertura financeira de programas, Parágrafo único. Para fins de revalidação
projetos e ações, desde que as importâncias da autorização para captação de recursos, a
autorizadas nas várias esferas não ultrapasse o adequação deverá ser solicitada ao Ministério
seu valor total. da Cultura, que emitirá parecer à luz das dis-
§ 2o A agregação de recursos a que se refere posições deste Decreto.
o § 1o não exime o proponente da aprovação do
projeto em cada nível de governo, nos termos Art. 52. Os projetos e programas já aprovados
das respectivas legislações. com base no Decreto no 1.494, de 17 de maio
§ 3o A captação de recursos em duplici- de 1995, permanecerão válidos e vigentes, na
dade ou a omissão de informação relativa ao forma da legislação aplicável à data de sua
recebimento de apoio financeiro de quaisquer aprovação, até o final do prazo para a captação
outras fontes sujeitará o proponente às sanções de recursos.
e penalidades previstas na Lei no 8.313, de 1991, Parágrafo único. Decorrido o prazo de cap-
e na legislação especial aplicável. tação de recursos, os projetos poderão ser pror-
rogados, a critério do Ministério da Cultura.

CAPÍTULO VIII – Das Disposições Finais e Art. 53. O Ministério da Fazenda e o Minis-
Lei Rouanet e sua regulamentação

Transitórias tério da Cultura disciplinarão, em ato conjun-


to, os procedimentos para a fiscalização dos
Art. 49. O Ministério da Cultura concederá recursos aportados pelos incentivadores em
anualmente certificado de reconhecimento programas, projetos e ações culturais, com
a investidores, beneficiários e entidades cul- vistas à apuração do montante da renúncia
turais que se destacarem pela contribuição à fiscal de que trata este Decreto, nos termos do
realização dos objetivos do PRONAC, na forma art. 36 da Lei no 8.313, de 1991.
definida em ato do Ministério da Cultura.
Parágrafo único. Será facultada a utilização Art. 54. Este Decreto entra em vigor na data
do certificado a que se refere o caput pelo seu de sua publicação.
31
Art. 55. Ficam revogados os Decretos nos LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Guido
1.494, de 17 de maio de 1995, 2.585, de 12 de Mantega – Paulo Bernardo Silva – Gilberto Gil
maio de 1998, 4.397, de 1o de outubro de 2002,
e 4.483, de 25 de novembro de 2002. Decretado em 27/4/2006, publicado no DOU de
28/4/2006 e retificado no DOU de 11/5/2006.
Brasília, 27 de abril de 2006; 185o da Indepen-
dência e 118o da República.
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

32
Legislação correlata
Lei no 7.505/1986 (Lei Sarney)
Dispõe sobre benefícios fiscais na área do imposto de renda concedidos a operações de caráter cultural
ou artístico.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA § 5o Os benefícios previstos nesta Lei não


excluem ou reduzem outros benefícios ou
Faço saber que o Congresso Nacional decreta abatimentos e deduções em vigor, de maneira
e eu sanciono a seguinte Lei: especial as doações a entidades de utilidade
pública feitas por pessoas físicas ou jurídicas.
Art. 1o O contribuinte do imposto de renda § 6o Observado o limite de 50% (cinqüenta
poderá abater da renda bruta, ou deduzir com por cento) de dedutibilidade do imposto devido
despesa operacional, o valor das doações, patro- pela pessoa jurídica, aquela que não se utilizar,
cínios e investimentos inclusive despesas e con- no decorrer de seu período-base, dos benefícios
tribuições necessárias à sua efetivação, realizada concedidos por esta Lei, poderá optar pela de-
através ou a favor de pessoa jurídica de natureza dução de até 5% (cinco por cento) do imposto
cultural, com ou sem fins lucrativos, cadastrada devido para destinação ao Fundo de Promoção
no Ministério da Cultura, na forma desta Lei. Cultural, gerido pelo Ministério da Cultura.
§ 1o Observado o limite máximo de 10%
(dez por cento) da renda bruta, a pessoa física Art. 2o Para os objetivos da presente Lei, no
poderá abater: concernente a doações e patrocínio, conside-
I – até 100% (cem por cento) do valor da ram-se atividades culturais, sujeitas a regula-
doação; mentação e critérios do Ministério da Cultura:
II – até 80% (oitenta por cento) do valor do I – incentivar a formação artística e cultural
patrocínio; mediante concessão de bolsas de estudo, de
III – até 50% (cinqüenta por cento) do valor pesquisa, e de trabalho, no Brasil ou no exte-
do investimento. rior a autores, artistas e técnicos brasileiros, ou
§ 2o O abatimento previsto no § 1o deste arti- estrangeiros residentes no Brasil;
go não está sujeito ao limite de 50% (cinqüenta II – conceder prêmios a autores, artistas
por cento) da renda bruta previsto na legislação técnicos de arte, filmes, espetáculos musicais
do imposto de renda. e de artes cênicas, em concursos e festivais
§ 3o A pessoa jurídica poderá deduzir do realizados no Brasil;
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

imposto devido, valor equivalente à aplicação III – doar bens móveis ou imóveis, obras de
da alíquota cabível do imposto de renda, tendo arte ou de valor cultural a museus, bibliotecas,
como base de cálculo: arquivos, e outras entidades de acesso público,
I – até 100% (cem por cento) do valor das de caráter cultural, cadastradas no Ministério
doações; da Cultura;
II – até 80% (oitenta por cento) do valor do IV – doar em espécies às mesmas entidades;
patrocínio; V – editar obras relativas às ciências huma-
III – até 50% (cinqüenta por cento) do valor nas, às letras, às artes e outras de cunho cultural;
do investimento. VI – produzir discos, vídeos, filmes e outras
§ 4o Na hipótese do parágrafo anterior ob- formas de reprodução fono-videográficas, de
servado o limite máximo de 2% (dois por cento) caráter cultural;
do imposto devido, as deduções previstas não VII – patrocinar exposições, festivais de arte,
estão sujeitas a outros limites estabelecidos na espetáculos teatrais, de dança, de música, de
legislação do imposto de renda. ópera, de circo e atividades congêneres;
34
VIII – restaurar, preservar e conservar pré- XXI – custear despesas com transporte e
dios, monumentos, logradouros, sítios ou áreas seguro de objetos de valor cultural destinados
tombadas pelo Poder Público Federal Estadual a exposição ao público no País;
ou Municipal; XXII – outras atividades assim consideradas
IX – restaurar obras de arte e bens móveis de pelo Ministério da Cultura.
reconhecido valor cultural, desde que acessíveis
ao público; Art. 3o Para fins desta Lei considera-se do-
X – erigir monumentos, em consonância ação a transferência definitiva de bens ou
com os Poderes Públicos, que visem preservar numerário, sem proveito pecuniário para o
a memória histórica e cultural do País, com doador.
prévia autorização do Ministério da Cultura; § 1o O doador terá direito aos favores fiscais
XI – construir, organizar, equipar, manter, previstos nesta Lei se expressamente declarar,
ou formar museus, arquivos ou bibliotecas de no instrumento de doação a ser inscrito no Re-
acesso público; gistro de Títulos e Documentos, que a mesma
XII – construir, restaurar, reparar ou se faz sob as condições de irreversibilidade do
equipar salas e outros ambientes destinados ato e inalienabilidade e impenhorabilidade do
a atividades artísticas e culturais em geral, objeto doado.
desde que de propriedade de entidade sem § 2o O Ministério da Cultura ou o Ministério
fins lucrativos; da Fazenda poderá determinar a realização de
XIII – fornecer recursos para o Fundo de perícia para apurar a autenticidade e o valor
Promoção Cultural do Ministério da Cultura, do bem doado, cuja despesa correrá por conta
para fundações culturais, ou para instalação do doador.
e manutenção de cursos de caráter cultural § 3o Quando a perícia avaliar o bem doado
ou artístico, destinados ao aperfeiçoamento, por valor menor ao atribuído pelo doador, para
especialização ou formação de pessoal em efeitos fiscais, prevalecerá o valor atribuído
estabelecimentos de ensino sem fins lucrativos; pela perícia.
XIV – incentivar a pesquisa no campo das § 4o Os donatários de bens ou valores, na
artes e a cultura; forma prevista nesta Lei, ficam isentos da inci-
XV – preservar o folclore e as tradições dência do imposto de renda sobre a receita não
populares nacionais bem como patrocinar os operacional obtida em razão da doação.
espetáculos folclóricos sem fins lucrativos;
XVI – criar, restaurar ou manter jardins bo- Art. 4o Para os efeitos desta Lei, consideram-se
tânicos, parques zoológicos e sítios ecológicos investimentos a aplicação de bens ou numerá-
de relevância cultural; rios com proveito pecuniário ou patrimonial
XVII – distribuir gratuitamente ingressos, direto para o investidor, abrangendo as seguin-
adquiridos para esse fim, de espetáculos artís- tes atividades:
ticos ou culturais; I – compra ou subscrições de ações nomina-
XVIII – doar livros adquiridos no mercado tivas preferenciais sem direito a voto, ou quotas
nacional a bibliotecas de acesso público; de sociedades limitadas de empresas livreiras,
XIX – doar arquivos, bibliotecas e outras ou editoriais que publiquem, pelo menos, 30%
coleções particulares que tenham significado (trinta por cento) dos seus títulos de autores
especial em seu conjunto, a entidades culturais nacionais, devidamente cadastrados no Minis-
de acesso público; tério da Cultura;
Legislação correlata

XX – fornecer, gratuitamente, passagens para II – participação em títulos patrimoniais de


transporte de artistas, bolsistas, pesquisadores associações, ou em ações nominativas preferen-
ou conferencistas brasileiros ou residentes no ciais sem direito a voto, quotas do capital social
Brasil, quando em missão de caráter cultural ou de participantes de sociedades que tenham
no País ou no exterior, assim reconhecida pelo por finalidade: produções cinematográficas,
Ministério da Cultura; musicais, de artes cênicas, comercialização de
35
produtos culturais e outras atividades empre- através de qualquer tipo de intermediação ou
sariais de interesse cultural. corretagem.
§ 1o As participações de que trata este ar-
tigo dar-se-ão, sempre, em pessoas jurídicas Art. 8o As pessoas jurídicas beneficiadas pelos
que tenham sede no País e estejam, direta ou incentivos da presente Lei deverão comunicar,
indiretamente, sob controle de pessoas naturais para fins de registro, aos Ministérios da Cultura
residentes no Brasil. e da Fazenda, os aportes recebidos e enviar
§ 2o As ações ou quotas adquiridas nos comprovante de sua devida aplicação.
termos desta Lei ficarão inalienáveis e impe- § 1o Os Ministérios da Cultura e da Fazenda
nhoráveis, não podendo ser utilizadas para fins poderão celebrar convênios com órgãos pú-
de caução, ou qualquer outra forma de garantia, blicos estaduais ou municipais delegando-lhes
pelo prazo de 5 (cinco) anos. As restrições deste as atividades mencionadas neste artigo, desde
parágrafo compreendem, também, o compro- que as entidades e empresas beneficiadas não
misso de compra e venda, a cessão de direito recebam, como doações, patrocínios ou inves-
à sua aquisição e qualquer outro contrato que timentos, quantia superior a 2.000 (duas mil)
tenha por objetivo o bem e implique a sua alie- OTN de cada contribuinte.
nação ou gravame, mesmo que futuros. § 2o As operações superiores a 2.000 (duas
§ 3o As quotas de participantes são estra- mil) OTN deverão ser previamente comuni-
nhas ao capital social e; cadas ao Ministério da Fazenda pelo doador,
a) conferem a seus titulares o direito de patrocinador ou investidor para fins de cadas-
participar do lucro líquido da sociedade nas tramento e posterior fiscalização. O Ministério
condições estipuladas no estatuto ou contrato da Cultura certificará se houve a realização da
social; atividade incentivada.
b) poderão ser resgatadas, nas condições
previstas no estatuto ou contrato social, com Art. 9o Em nenhuma hipótese, a doação, o
os recursos de provisão formada com parcela patrocínio e o investimento poderão ser feitos
do lucro líquido anual; pelo contribuinte a pessoa a ele vinculada.
c) não conferem aos titulares direito de sócio Parágrafo único. Considera-se pessoa vin-
ou acionista, salvo o de fiscalizar, nos termos da culada ao Contribuinte:
lei,os atos dos administradores da sociedade. a) a pessoa jurídica da qual o contribuinte
§ 4o O capital contribuído por seus subscri- seja titular, administrador, acionista, ou sócio
tores é inexigível mas, em caso de liquidação da à data da operação, ou nos 12 (doze) meses
sociedade, será reembolsado aos titulares antes anteriores;
das ações ou quotas do capital social. b) o cônjuge, os parentes até o 3o (terceiro)
grau, inclusive os afins, e os dependentes do
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

Art. 5o Para os efeitos desta Lei, considera-se contribuinte ou dos titulares, administradores,
patrocínio a promoção de atividades culturais, acionistas ou sócios de pessoa jurídica vin-
sem proveito pecuniário ou patrimonial direto culada ao contribuinte nos termos da alínea
para o patrocinador. anterior;
c) o sócio, mesmo quando outra pessoa
Art. 6o As instituições financeiras, com os jurídica.
benefícios fiscais que obtiverem com base
nesta Lei, poderão constituir carteira especial Art. 10. Se, no ano-base, o montante dos
destinada a financiar, apenas com a cobertura incentivos referentes a doação, patrocínio,
dos custos operacionais, as atividades culturais ou investimento, for superior ao permitido, é
mencionadas no art. 4o. facultado ao contribuinte deferir o excedente
para até os 5 (cinco) anos seguintes, sempre
Art. 7 o Nenhuma aplicação de benefícios obedecidos os limites fixados no art. 1o e seus
fiscais previstos nesta Lei poderá ser feita parágrafos.
36
Art. 11. As infrações aos dispositivos desta nível com reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) meses
Lei, sem prejuízo das sanções penais cabíveis, e multa.
sujeitarão o contribuinte à cobrança do imposto § 1o No caso de pessoa jurídica, respondem
sobre a renda não recolhido em cada exercício pelo crime o acionista controlador e os admi-
acrescido das penalidades previstas na legis- nistradores, que para ele tenham concorrido.
lação do imposto de renda, além da perda do § 2o Na mesma pena incorre aquele que,
direito de acesso, após a condenação, aos be- recebendo recursos, bens ou valores, em função
nefícios fiscais aqui instituídos, e sujeitando o desta Lei, deixe e promover, sem justa causa,
beneficiário à multa de 30% (trinta por cento) atividade cultural objeto do incentivo.
do valor da operação, assegurando o direito
de regresso contra os responsáveis pela fraude. Art. 15. No prazo de 120 (cento e vinte) dias
o Poder Executivo baixará decreto regulamen-
Art. 12. As doações, patrocínios e investimen- tando a presente Lei.
tos, de natureza cultural, mencionados nesta
Lei serão comunicados ao Conselho Federal Art. 16. Esta Lei produzirá seus efeitos no
de Cultura, para que este possa acompanhar exercício financeiro de 1987, sendo aplicável às
e supervisionar as respectivas aplicações, po- doações, patrocínios e investimentos realizados
dendo, em caso de desvios ou irregularidades, a partir da data de sua publicação.
serem por ele suspensos.
§ 1o O Conselho Federal de Cultura, nas Art. 17. Esta Lei entra em vigor na data de
hipóteses deste artigo, será auxiliado, (Vetado), sua publicação.
pelos Conselhos Estaduais de Cultura (Vetado).
§ 2o (Vetado) Art. 18. Revogam-se as disposições em con-
trário.
Art. 13. A Secretaria da Receita Federal, no
exercício das suas atribuições específicas, fis- Brasília, em 2 de julho de 1986; 165o da Inde-
calizará a efetiva execução desta Lei, no que se pendência e 98o da República.
refere à realização das atividades culturais ou
à aplicação dos recursos nela comprometidos. JOSÉ SARNEY – Dilson Domingos Funaro –
João Sayad – Angelo Oswaldo de Araújo Santos
Art. 14. Obter redução do imposto de renda,
utilizando-se fraudulentamente de qualquer Promulgada em 2/7/1986, publicada no DOU de
dos benefícios desta Lei, constitui crime pu- 3/7/1986 e republicada no DOU de 4/7/1986.

Legislação correlata

37
Lei no 8.685/1993 (Lei do Audiovisual)
Cria mecanismos de fomento à atividade audiovisual e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA § 5o Os projetos específicos da área audiovi-


sual, cinematográfica de exibição, distribuição
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e infra-estrutura técnica apresentados por
e eu sanciono a seguinte Lei: empresa brasileira de capital nacional, poderão
ser credenciados pelos Ministérios da Fazenda
Art. 1o Até o exercício fiscal de 2016, inclusive, e da Cultura para fruição dos incentivos fiscais
os contribuintes poderão deduzir do imposto de que trata o caput deste artigo.
de renda devido as quantias referentes a inves-
timentos feitos na produção de obras audiovi- Art. 1o-A. Até o ano-calendário de 2016, in-
suais cinematográficas brasileiras de produção clusive, os contribuintes poderão deduzir do
independente, mediante a aquisição de quotas imposto de renda devido as quantias referentes
representativas de direitos de comercialização ao patrocínio à produção de obras cinemato-
sobre as referidas obras, desde que esses in- gráficas brasileiras de produção independen-
vestimentos sejam realizados no mercado de te, cujos projetos tenham sido previamente
capitais, em ativos previstos em lei e autorizados aprovados pela Ancine, do imposto de renda
pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM, devido apurado:18
e os projetos de produção tenham sido previa- I – na declaração de ajuste anual pelas pes-
mente aprovados pela Agência Nacional do soas físicas; e
Cinema – ANCINE.17 II – em cada período de apuração, trimestral
§ 1o A responsabilidade dos adquirentes é ou anual, pelas pessoas jurídicas tributadas com
limitada à integralização das quotas subscritas. base no lucro real.
§ 2o A dedução prevista neste artigo está § 1o A dedução prevista neste artigo está
limitada a três por cento do imposto devido pe- limitada:
las pessoas físicas e a um por cento do imposto I – a 4% (quatro por cento) do imposto de-
devido pelas pessoas jurídicas vido pelas pessoas jurídicas e deve observar o
§ 3o Os valores aplicados nos investimentos limite previsto no inciso II do art. 6o da Lei no
de que trata o artigo anterior serão: 9.532, de 10 de dezembro de 1997; e
a) deduzidos do imposto devido no mês II – a 6% (seis por cento) do imposto devido
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

a que se referirem os investimentos, para as pelas pessoas físicas, conjuntamente com as


pessoas jurídicas que apuram o lucro mensal; deduções de que trata o art. 22 da Lei no 9.532,
b) deduzidos do imposto devido na declara- de 10 de dezembro de 1997.
ção de ajuste para: § 2o Somente são dedutíveis do imposto
1. as pessoas jurídicas que, tendo optado devido os valores despendidos a título de
pelo recolhimento do imposto por estimativa, patrocínio:
apuram o lucro real anual; I – pela pessoa física no ano-calendário a que
2. as pessoas físicas. se referir a declaração de ajuste anual; e
§ 4o A pessoa jurídica tributada com base no II – pela pessoa jurídica no respectivo perí-
lucro real poderá, também, abater o total dos odo de apuração de imposto.
investimentos efetuados na forma deste artigo § 3o As pessoas jurídicas não poderão de-
como despesa operacional. duzir o valor do patrocínio de que trata o caput
17
Leis nos 9.323/96 e 12.375/2010. 18
Leis nos 11.437/2006 e 11.505/2007.
38
deste artigo para fins de determinação do lucro Lei, poderão beneficiar-se de abatimento de
real e da base de cálculo da Contribuição Social 70% (setenta por cento) do imposto devido,
sobre o Lucro Líquido – CSLL. desde que invistam no desenvolvimento de
§ 4o Os projetos específicos da área audiovi- projetos de produção de obras cinematográficas
sual, cinematográfica de difusão, preservação, brasileiras de longa metragem de produção
exibição, distribuição e infra-estrutura técnica independente, e na co-produção de telefilmes
apresentados por empresa brasileira poderão e minisséries brasileiros de produção indepen-
ser credenciados pela Ancine para fruição dos dente e de obras cinematográficas brasileiras de
incentivos fiscais de que trata o caput deste produção independente.19
artigo, na forma do regulamento. § 1o A pessoa jurídica responsável pela
§ 5o Fica a Ancine autorizada a instituir remessa das importâncias pagas, creditadas,
programas especiais de fomento ao desenvol- empregadas ou remetidas aos contribuintes de
vimento da atividade audiovisual brasileira que trata o caput deste artigo terá preferência
para fruição dos incentivos fiscais de que trata na utilização dos recursos decorrentes do be-
o caput deste artigo. nefício fiscal de que trata este artigo.
§ 6o Os programas especiais de fomento § 2o Para o exercício da preferência previs-
destinar-se-ão a viabilizar projetos de distribui- ta no § 1o deste artigo, o contribuinte poderá
ção, exibição, difusão e produção independente transferir expressamente ao responsável pelo
de obras audiovisuais brasileiras escolhidos pagamento ou remessa o benefício de que trata
por meio de seleção pública, conforme normas o caput deste artigo em dispositivo do contrato
expedidas pela Ancine. ou por documento especialmente constituído
§ 7o Os recursos dos programas especiais para esses fins.
de fomento e dos projetos específicos da área
audiovisual de que tratam os §§ 4o e 5o deste ar- Art. 3o-A. Os contribuintes do Imposto de
tigo poderão ser aplicados por meio de valores Renda incidente nos termos do art. 72 da Lei
reembolsáveis ou não-reembolsáveis, conforme no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, benefi-
normas expedidas pela Ancine. ciários do crédito, emprego, remessa, entrega
§ 8o Os valores reembolsados na forma do ou pagamento pela aquisição ou remunera-
§ 7o deste artigo destinar-se-ão ao Fundo Na- ção, a qualquer título, de direitos, relativos
cional da Cultura e serão alocados em categoria à transmissão, por meio de radiodifusão de
de programação específica denominada Fundo sons e imagens e serviço de comunicação ele-
Setorial do Audiovisual. trônica de massa por assinatura, de quaisquer
obras audiovisuais ou eventos, mesmo os de
Art. 2o O art. 13 do Decreto-Lei no 1.089, de competições desportivas das quais faça parte
2 de março de 1970, alterado pelo art. 1o do representação brasileira, poderão beneficiar-se
Decreto-Lei no 1.741, de 27 de dezembro de de abatimento de 70% (setenta por cento) do
1979, passa a vigorar com a seguinte redação: imposto devido, desde que invistam no desen-
“Art. 13. As importâncias pagas, creditadas, volvimento de projetos de produção de obras
empregadas, remetidas ou entregues aos cinematográficas brasileira de longa-metragem
produtores, distribuidores ou intermediários de produção independente e na co-produção
no exterior, como rendimentos decorrentes de obras cinematográficas e videofonográficas
da exploração de obras audiovisuais estran- brasileiras de produção independente de curta,
geiras em todo o território nacional, ou por média e longas-metragens, documentários,
Legislação correlata

sua aquisição ou importação a preço fixo, telefilmes e minisséries.20


ficam sujeitas ao imposto de 25% na fonte.” § 1o A pessoa jurídica responsável pela
remessa das importâncias pagas, creditadas,
Art. 3o Os contribuintes do Imposto de Renda
incidente nos termos do art. 13 do Decreto-Lei 19
Leis nos 10.454/2002 e 11.437/2006.
no 1.089, de 1970, alterado pelo art. 2o desta 20
Lei no 11.347/2006.
39
empregadas, entregues ou remetidas aos con- ambos desta Lei, somados, é de R$ 4.000.000,00
tribuintes de que trata o caput deste artigo terá (quatro milhões de reais) e, para o incentivo
preferência na utilização dos recursos decor- previsto no art. 3o e no art. 3o-A, ambos desta
rentes do benefício fiscal de que trata este artigo. Lei, somados, é de R$ 3.000.000,00 (três mi-
§ 2o Para o exercício da preferência pre- lhões de reais), podendo esses limites serem
vista no § 1o deste artigo, o contribuinte po- utilizados concomitantemente;
derá transferir expressamente ao responsável III – apresentação do projeto para aprovação
pelo crédito, emprego, remessa, entrega ou da ANCINE, conforme regulamento.
pagamento o benefício de que trata o caput § 3o Os investimentos a que se refere este
deste artigo em dispositivo do contrato ou por artigo não poderão ser utilizados na produção
documento especialmente constituído para de obras audiovisuais de natureza publicitária.
esses fins. § 4o A liberação de recursos fica condi-
cionada à integralização de pelo menos 50%
Art. 4o O contribuinte que optar pelo uso dos (cinqüenta por cento) dos recursos aprovados
incentivos previstos nos arts. 1o, 1o-A, 3o e 3o- para realização do projeto.
A, todos desta Lei, depositará, dentro do prazo § 5o A utilização dos incentivos previstos
legal fixado para o recolhimento do imposto, o nesta Lei não impossibilita que o mesmo pro-
valor correspondente ao abatimento em conta jeto se beneficie de recursos previstos na Lei no
de aplicação financeira especial, em instituição 8.313, de 23 de dezembro de 1991, desde que
financeira pública, cuja movimentação sujeitar- enquadrados em seus objetivos, limitado o total
-se-á a prévia comprovação pela Ancine de que destes incentivos a 95% (noventa e cinco por
se destina a investimentos em projetos de pro- cento) do total do orçamento aprovado pela
dução de obras audiovisuais cinematográficas ANCINE.
e videofonográficas brasileiras de produção
independente.21 Art. 5o Os valores depositados nas contas
§ 1o As contas de aplicação financeira a que de que trata o inciso I do § 1o do art. 4o e não
se refere este artigo serão abertas: aplicados no prazo de 48 (quarenta e oito) me-
I – em nome do proponente, para cada pro- ses da data do primeiro depósito e os valores
jeto, no caso do art. 1o e do art. 1o-A, ambos depositados nas contas de que trata o inciso II
desta Lei; do § 1o do art. 4o e não aplicados no prazo de
II – em nome do contribuinte, do seu repre- 180 (cento e oitenta) dias, prorrogável por igual
sentante legal ou do responsável pela remessa, período, serão destinados ao Fundo Nacional
no caso do art. 3o e do art. 3o-A, ambos desta Lei. da Cultura, alocados no Fundo Setorial do
III – em nome da Ancine, para cada progra- Audiovisual.22
ma especial de fomento, no caso do § 5o do art.
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

1o-A desta Lei. Art. 6o O não-cumprimento do projeto a que


§ 2o Os projetos a que se refere este artigo se referem os arts. 1o, 3o e 5o desta lei e a não-
e os projetos beneficiados por recursos dos -efetivação do investimento ou a sua realização
programas especiais de fomento instituídos pela em desacordo com o estatuído implicam a de-
Ancine deverão atender cumulativamente aos volução dos benefícios concedidos, acrescidos
seguintes requisitos: de correção monetária, juros e demais encargos
I – contrapartida de recursos próprios ou de previstos na legislação do imposto de renda.
terceiros correspondente a 5% (cinco por cento) § 1o Sobre o débito corrigido incidirá multa
do orçamento global aprovado, comprovados de cinqüenta por cento.
ao final de sua realização; § 2 o No caso de cumprimento de mais
II – limite do aporte de recursos objeto dos de setenta por cento sobre o valor orçado do
incentivos previstos no art. 1o e no art. 1o-A,
21
Leis nos 10.454/2002, 11.437/2006 e 11.505/2007. 22
Lei no 12.599/2012.
40
projeto, a devolução será proporcional à parte Art. 10. Sem prejuízo das sanções de natureza
não cumprida. administrativa ou fiscal, constitui crime obter
reduções de impostos, utilizando-se fraudu-
Art. 7o Os arts. 4o e 30 da Lei no 8.401, de 1992, lentamente de qualquer benefício desta lei,
passam a vigorar com a seguinte redação: punível com a pena de reclusão de dois a seis
“Art. 4o ............................................................ meses e multa de cinqüenta por cento sobre o
§ 1 o A produção e adaptação de obra valor da redução.
audiovisual estrangeira, no Brasil, deverá § 1o No caso de pessoa jurídica, respondem
realizar-se mediante contrato com empresa pelo crime o acionista ou o quotista controla-
produtora brasileira de capital nacional, e dor e os administradores que para ele tenham
utilizar, pelo menos, um terço de artistas e concorrido, ou que dele se tenham beneficiado.
técnicos brasileiros. § 2o Na mesma pena incorre aquele que,
§ 2o O Poder Executivo poderá reduzir o recebendo recursos em função desta lei, deixe
limite mínimo, a que se refere o parágrafo de promover, sem justa causa, a atividade objeto
anterior, no caso de produções audiovisuais do incentivo.
de natureza jornalístico-noticiosa.”
.......................................................................... Art. 11. Fica sujeito a multa, que variará de
Art. 30. Até o ano 2003, inclusive, as em- 100 (cem) a 1.500 (um mil e quinhentas) Ufir,
presas distribuidoras de vídeo doméstico sem prejuízo de outras sanções que couberem,
deverão ter um percentual de obras brasilei- aquele que descumprir o disposto nos arts. 4o e
ras audiovisuais cinematográficas e videofo- 30 da Lei no 8.401, de 1992, com a redação dada
nográficas entre seus títulos, obrigando-se a pelo art. 7o desta lei.
lançá-las comercialmente.
§ 1o O percentual de lançamentos e títulos Art. 12. É estimado o montante da renúncia
a que se refere este artigo será fixado anu- fiscal decorrente desta lei no exercício de 1993
almente pelo Poder Executivo, ouvidas as em Cr$ 200.000.000.000,00 (duzentos bilhões
entidades de caráter nacional representativas de cruzeiros).
das atividades de produção, distribuição e
comercialização de obras cinematográficas Art. 13. O Poder Executivo regulamentará esta
e videofonográficas. lei no prazo de noventa dias.
..........................................................................
Art. 14. Esta lei entra em vigor na data de sua
Art. 8o Fica instituído o depósito obrigatório, publicação.
na Cinemateca Brasileira, de cópia da obra
audiovisual que resultar da utilização de re- Art. 15. Fica revogado o art. 45 da Lei no 4.131,
cursos incentivados ou que merecer prêmio de 3 de setembro de 1962.
em dinheiro concedido pelo Governo Federal.
Parágrafo único. A Cinemateca Brasileira Brasília, 20 de julho de 1993; 172o da Indepen-
poderá credenciar arquivos ou cinematecas, dência e 105o da República.
públicos ou privados, para o cumprimento do
disposto neste artigo. ITAMAR FRANCO – Fernando Henrique
Cardoso – Antônio Houaiss
Art. 9o O Poder Executivo fiscalizará a efetiva
Legislação correlata

execução desta lei no que se refere à realização Promulgada em 20/7/1993 e publicada no DOU de
de obras audiovisuais e à aplicação dos recursos 21/7/1993.
nela comprometidos.

41
Lei no 9.637/1998
Dispõe sobre a qualificação de entidades como organizações sociais, a criação do Programa Nacional
de Publicização, a extinção dos órgãos e entidades que menciona e a absorção de suas atividades
por organizações sociais, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA e) composição e atribuições da diretoria;


f) obrigatoriedade de publicação anual, no
Faço saber que o Congresso Nacional decreta Diário Oficial da União, dos relatórios finan-
e eu sanciono a seguinte Lei: ceiros e do relatório de execução do contrato
de gestão;
g) no caso de associação civil, a aceitação de
CAPÍTULO I – Das Organizações Sociais novos associados, na forma do estatuto;
SEÇÃO I – Da Qualificação h) proibição de distribuição de bens ou de
parcela do patrimônio líquido em qualquer
Art. 1o O Poder Executivo poderá qualificar hipótese, inclusive em razão de desligamento,
como organizações sociais pessoas jurídicas retirada ou falecimento de associado ou mem-
de direito privado, sem fins lucrativos, cujas bro da entidade;
atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa i) previsão de incorporação integral do pa-
científica, ao desenvolvimento tecnológico, trimônio, dos legados ou das doações que lhe
à proteção e preservação do meio ambiente, foram destinados, bem como dos excedentes
à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos financeiros decorrentes de suas atividades,
previstos nesta Lei. em caso de extinção ou desqualificação, ao
patrimônio de outra organização social qua-
Art. 2o São requisitos específicos para que as lificada no âmbito da União, da mesma área
entidades privadas referidas no artigo anterior de atuação, ou ao patrimônio da União, dos
habilitem-se à qualificação como organização Estados, do Distrito Federal ou dos Municí-
social: pios, na proporção dos recursos e bens por
I – comprovar o registro de seu ato consti- estes alocados;
tutivo, dispondo sobre: II – haver aprovação, quanto à conveniência
a) natureza social de seus objetivos relativos e oportunidade de sua qualificação como orga-
à respectiva área de atuação; nização social, do Ministro ou titular de órgão
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

b) finalidade não-lucrativa, com a obrigatorie- supervisor ou regulador da área de atividade


dade de investimento de seus excedentes financei- correspondente ao seu objeto social e do Mi-
ros no desenvolvimento das próprias atividades; nistro de Estado da Administração Federal e
c) previsão expressa de a entidade ter, como Reforma do Estado.
órgãos de deliberação superior e de direção,
um conselho de administração e uma diretoria
definidos nos termos do estatuto, asseguradas SEÇÃO II – Do Conselho de Administração
àquele composição e atribuições normativas e
de controle básicas previstas nesta Lei; Art. 3o O conselho de administração deve
d) previsão de participação, no órgão estar estruturado nos termos que dispuser o
colegiado de deliberação superior, de repre- respectivo estatuto, observados, para os fins de
sentantes do Poder Público e de membros da atendimento dos requisitos de qualificação, os
comunidade, de notória capacidade profissional seguintes critérios básicos:
e idoneidade moral; I – ser composto por:
42
a) 20 a 40% (vinte a quarenta por cento) III – aprovar a proposta de orçamento da
de membros natos representantes do Poder entidade e o programa de investimentos;
Público, definidos pelo estatuto da entidade; IV – designar e dispensar os membros da
b) 20 a 30% (vinte a trinta por cento) de diretoria;
membros natos representantes de entidades da V – fixar a remuneração dos membros da
sociedade civil, definidos pelo estatuto; diretoria;
c) até 10% (dez por cento), no caso de as- VI – aprovar e dispor sobre a alteração dos
sociação civil, de membros eleitos dentre os estatutos e a extinção da entidade por maioria,
membros ou os associados; no mínimo, de dois terços de seus membros;
d) 10 a 30% (dez a trinta por cento) de VII – aprovar o regimento interno da en-
membros eleitos pelos demais integrantes do tidade, que deve dispor, no mínimo, sobre a
conselho, dentre pessoas de notória capacidade estrutura, forma de gerenciamento, os cargos
profissional e reconhecida idoneidade moral; e respectivas competências;
e) até 10% (dez por cento) de membros in- VIII – aprovar por maioria, no mínimo, de
dicados ou eleitos na forma estabelecida pelo dois terços de seus membros, o regulamento
estatuto; próprio contendo os procedimentos que deve
II – os membros eleitos ou indicados para adotar para a contratação de obras, serviços,
compor o Conselho devem ter mandato de compras e alienações e o plano de cargos, salá-
quatro anos, admitida uma recondução; rios e benefícios dos empregados da entidade;
III – os representantes de entidades previstos IX – aprovar e encaminhar, ao órgão su-
nas alíneas “a” e “b” do inciso I devem corres- pervisor da execução do contrato de gestão, os
ponder a mais de 50% (cinqüenta por cento) relatórios gerenciais e de atividades da entidade,
do Conselho; elaborados pela diretoria;
IV – o primeiro mandato de metade dos X – fiscalizar o cumprimento das diretrizes
membros eleitos ou indicados deve ser de e metas definidas e aprovar os demonstrativos
dois anos, segundo critérios estabelecidos no financeiros e contábeis e as contas anuais da
estatuto; entidade, com o auxílio de auditoria externa.
V – o dirigente máximo da entidade deve
participar das reuniões do conselho, sem di-
reito a voto; SEÇÃO III – Do Contrato de Gestão
VI – o Conselho deve reunir-se ordinaria-
mente, no mínimo, três vezes a cada ano e, Art. 5o Para os efeitos desta Lei, entende-se por
extraordinariamente, a qualquer tempo; contrato de gestão o instrumento firmado entre
VII – os conselheiros não devem receber re- o Poder Público e a entidade qualificada como
muneração pelos serviços que, nesta condição, organização social, com vistas à formação de
prestarem à organização social, ressalvada a parceria entre as partes para fomento e execu-
ajuda de custo por reunião da qual participem; ção de atividades relativas às áreas relacionadas
VIII – os conselheiros eleitos ou indicados no art. 1o.
para integrar a diretoria da entidade devem
renunciar ao assumirem funções executivas. Art. 6o O contrato de gestão, elaborado de
comum acordo entre o órgão ou entidade su-
Art. 4o Para os fins de atendimento dos re- pervisora e a organização social, discriminará
quisitos de qualificação, devem ser atribuições as atribuições, responsabilidades e obrigações
Legislação correlata

privativas do Conselho de Administração, do Poder Público e da organização social.


dentre outras: Parágrafo único. O contrato de gestão deve
I – fixar o âmbito de atuação da entidade, ser submetido, após aprovação pelo Conselho
para consecução do seu objeto; de Administração da entidade, ao Ministro
II – aprovar a proposta de contrato de gestão de Estado ou autoridade supervisora da área
da entidade; correspondente à atividade fomentada.
43
Art. 7o Na elaboração do contrato de gestão, Art. 9o Os responsáveis pela fiscalização da
devem ser observados os princípios da lega- execução do contrato de gestão, ao tomarem
lidade, impessoalidade, moralidade, publici- conhecimento de qualquer irregularidade ou
dade, economicidade e, também, os seguintes ilegalidade na utilização de recursos ou bens
preceitos: de origem pública por organização social, dela
I – especificação do programa de trabalho darão ciência ao Tribunal de Contas da União,
proposto pela organização social, a estipulação sob pena de responsabilidade solidária.
das metas a serem atingidas e os respectivos
prazos de execução, bem como previsão ex- Art. 10. Sem prejuízo da medida a que se
pressa dos critérios objetivos de avaliação de refere o artigo anterior, quando assim exigir
desempenho a serem utilizados, mediante a gravidade dos fatos ou o interesse público,
indicadores de qualidade e produtividade; havendo indícios fundados de malversação
II – a estipulação dos limites e critérios de bens ou recursos de origem pública, os
para despesa com remuneração e vantagens de responsáveis pela fiscalização representarão
qualquer natureza a serem percebidas pelos di- ao Ministério Público, à Advocacia-Geral da
rigentes e empregados das organizações sociais, União ou à Procuradoria da entidade para que
no exercício de suas funções. requeira ao juízo competente a decretação da
Parágrafo único. Os Ministros de Estado ou indisponibilidade dos bens da entidade e o
autoridades supervisoras da área de atuação da seqüestro dos bens dos seus dirigentes, bem
entidade devem definir as demais cláusulas dos como de agente público ou terceiro, que possam
contratos de gestão de que sejam signatários. ter enriquecido ilicitamente ou causado dano
ao patrimônio público.
§ 1o O pedido de seqüestro será processado
SEÇÃO IV – Da Execução e Fiscalização do de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825
Contrato de Gestão do Código de Processo Civil.
§ 2o Quando for o caso, o pedido incluirá
Art. 8o A execução do contrato de gestão ce- a investigação, o exame e o bloqueio de bens,
lebrado por organização social será fiscalizada contas bancárias e aplicações mantidas pelo
pelo órgão ou entidade supervisora da área de demandado no País e no exterior, nos termos
atuação correspondente à atividade fomentada. da lei e dos tratados internacionais.
§ 1o A entidade qualificada apresentará ao § 3o Até o término da ação, o Poder Público
órgão ou entidade do Poder Público supervi- permanecerá como depositário e gestor dos
sora signatária do contrato, ao término de cada bens e valores seqüestrados ou indisponíveis e
exercício ou a qualquer momento, conforme velará pela continuidade das atividades sociais
recomende o interesse público, relatório perti- da entidade.
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

nente à execução do contrato de gestão, conten-


do comparativo específico das metas propostas
com os resultados alcançados, acompanhado SEÇÃO V – Do Fomento às Atividades
da prestação de contas correspondente ao Sociais
exercício financeiro.
§ 2o Os resultados atingidos com a execução Art. 11. As entidades qualificadas como orga-
do contrato de gestão devem ser analisados, nizações sociais são declaradas como entidades
periodicamente, por comissão de avaliação, de interesse social e utilidade pública, para
indicada pela autoridade supervisora da área todos os efeitos legais.
correspondente, composta por especialistas
de notória capacidade e adequada qualificação. Art. 12. Às organizações sociais poderão ser
§ 3o A comissão deve encaminhar à autori- destinados recursos orçamentários e bens pú-
dade supervisora relatório conclusivo sobre a blicos necessários ao cumprimento do contrato
avaliação procedida. de gestão.
44
§ 1o São assegurados às organizações so- preceitos desta Lei e a legislação específica de
ciais os créditos previstos no orçamento e as âmbito federal.
respectivas liberações financeiras, de acordo
com o cronograma de desembolso previsto no
contrato de gestão. SEÇÃO VI – Da Desqualificação
§ 2o Poderá ser adicionada aos créditos or-
çamentários destinados ao custeio do contrato Art. 16. O Poder Executivo poderá proceder à
de gestão parcela de recursos para compensar desqualificação da entidade como organização
desligamento de servidor cedido, desde que social, quando constatado o descumprimento
haja justificativa expressa da necessidade pela das disposições contidas no contrato de gestão.
organização social. § 1o A desqualificação será precedida de
§ 3o Os bens de que trata este artigo serão processo administrativo, assegurado o direito
destinados às organizações sociais, dispen- de ampla defesa, respondendo os dirigentes da
sada licitação, mediante permissão de uso, organização social, individual e solidariamente,
consoante cláusula expressa do contrato de pelos danos ou prejuízos decorrentes de sua
gestão. ação ou omissão.
§ 2o A desqualificação importará reversão
Art. 13. Os bens móveis públicos permitidos dos bens permitidos e dos valores entregues à
para uso poderão ser permutados por outros utilização da organização social, sem prejuízo
de igual ou maior valor, condicionado a que os de outras sanções cabíveis.
novos bens integrem o patrimônio da União.
Parágrafo único. A permuta de que trata este
artigo dependerá de prévia avaliação do bem e CAPÍTULO II – Das Disposições Finais e
expressa autorização do Poder Público. Transitórias

Art. 14. É facultado ao Poder Executivo a ces- Art. 17. A organização social fará publicar,
são especial de servidor para as organizações no prazo máximo de noventa dias contado da
sociais, com ônus para a origem. assinatura do contrato de gestão, regulamento
§ 1o Não será incorporada aos vencimentos próprio contendo os procedimentos que adota-
ou à remuneração de origem do servidor cedido rá para a contratação de obras e serviços, bem
qualquer vantagem pecuniária que vier a ser como para compras com emprego de recursos
paga pela organização social. provenientes do Poder Público.
§ 2o Não será permitido o pagamento de
vantagem pecuniária permanente por orga- Art. 18. A organização social que absorver
nização social a servidor cedido com recursos atividades de entidade federal extinta no âmbito
provenientes do contrato de gestão, ressalvada da área de saúde deverá considerar no contrato
a hipótese de adicional relativo ao exercício de gestão, quanto ao atendimento da comuni-
de função temporária de direção e assessoria. dade, os princípios do Sistema Único de Saúde,
§ 3o O servidor cedido perceberá as van- expressos no art. 198 da Constituição Federal
tagens do cargo a que fizer juz no órgão de e no art. 7o da Lei no 8.080, de 19 de setembro
origem, quando ocupante de cargo de primeiro de 1990.
ou de segundo escalão na organização social.
Art. 19. As entidades que absorverem ativi-
Legislação correlata

Art. 15. São extensíveis, no âmbito da União, dades de rádio e televisão educativa poderão
os efeitos dos arts. 11 e 12, § 3o, para as enti- receber recursos e veicular publicidade ins-
dades qualificadas como organizações sociais titucional de entidades de direito público ou
pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos privado, a título de apoio cultural, admitindo-se
Municípios, quando houver reciprocidade e o patrocínio de programas, eventos e projetos,
desde que a legislação local não contrarie os vedada a veiculação remunerada de anúncios e
45
outras práticas que configurem comercialização passivamente, serão transferidos para a União,
de seus intervalos.23 na qualidade de sucessora, sendo representada
pela Advocacia-Geral da União.
Art. 20. Será criado, mediante decreto do
Poder Executivo, o Programa Nacional de Art. 22. As extinções e a absorção de ati-
Publicização – PNP, com o objetivo de estabe- vidades e serviços por organizações sociais
lecer diretrizes e critérios para a qualificação de que trata esta Lei observarão os seguintes
de organizações sociais, a fim de assegurar preceitos:
a absorção de atividades desenvolvidas por I – os servidores integrantes dos quadros
entidades ou órgãos públicos da União, que permanentes dos órgãos e das entidades
atuem nas atividades referidas no art. 1o, por extintos terão garantidos todos os direitos e
organizações sociais, qualificadas na forma vantagens decorrentes do respectivo cargo ou
desta Lei, observadas as seguintes diretrizes: emprego e integrarão quadro em extinção nos
I – ênfase no atendimento do cidadão- órgãos ou nas entidades indicados no Anexo
-cliente; II, sendo facultada aos órgãos e entidades su-
II – ênfase nos resultados, qualitativos e pervisoras, ao seu critério exclusivo, a cessão de
quantitativos nos prazos pactuados; servidor, irrecusável para este, com ônus para a
III – controle social das ações de forma origem, à organização social que vier a absorver
transparente. as correspondentes atividades, observados os
§§ 1o e 2o do art. 14;
Art. 21. São extintos o Laboratório Nacional II – a desativação das unidades extintas será
de Luz Síncrotron, integrante da estrutura realizada mediante inventário de seus bens
do Conselho Nacional de Desenvolvimento imóveis e de seu acervo físico, documental e
Científico e Tecnológico – CNPq, e a Fundação material, bem como dos contratos e convênios,
Roquette Pinto, entidade vinculada à Presidên- com a adoção de providências dirigidas à ma-
cia da República. nutenção e ao prosseguimento das atividades
§ 1o Competirá ao Ministério da Adminis- sociais a cargo dessas unidades, nos termos da
tração Federal e Reforma do Estado supervi- legislação aplicável em cada caso;
sionar o processo de inventário do Laboratório III – os recursos e as receitas orçamentárias
Nacional de Luz Síncrotron, a cargo do Con- de qualquer natureza, destinados às unidades
selho Nacional de Desenvolvimento Científico extintas, serão utilizados no processo de inven-
e Tecnológico – CNPq, cabendo-lhe realizá-lo tário e para a manutenção e o financiamento das
para a Fundação Roquette Pinto. atividades sociais até a assinatura do contrato
§ 2o No curso do processo de inventário da de gestão;
Fundação Roquette Pinto e até a assinatura do IV – quando necessário, parcela dos recur-
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

contrato de gestão, a continuidade das ativida- sos orçamentários poderá ser reprogramada,
des sociais ficará sob a supervisão da Secretaria mediante crédito especial a ser enviado ao
de Comunicação Social da Presidência da Congresso Nacional, para o órgão ou entidade
República. supervisora dos contratos de gestão, para o
§ 3o É o Poder Executivo autorizado a qua- fomento das atividades sociais, assegurada a
lificar como organizações sociais, nos termos liberação periódica do respectivo desembolso
desta Lei, as pessoas jurídicas de direito privado financeiro para a organização social;
indicadas no Anexo I, bem assim a permitir a V – encerrados os processos de inventário,
absorção de atividades desempenhadas pelas os cargos efetivos vagos e os em comissão serão
entidades extintas por este artigo. considerados extintos;
§ 4 o Os processos judiciais em que a VI – a organização social que tiver absorvido
Fundação Roquette Pinto seja parte, ativa ou as atribuições das unidades extintas poderá
adotar os símbolos designativos destes, segui-
23
Decreto no 5.396/2005 (Regulamentação). dos da identificação “OS”.
46
§ 1o A absorção pelas organizações sociais tividade, sem alteração de cargo ou de tabela
das atividades das unidades extintas efetivar-se- remuneratória.24
-á mediante a celebração de contrato de gestão, Parágrafo único. As disposições do caput
na forma dos arts. 6o e 7o. aplicam-se aos servidores que se encontram
§ 2o Poderá ser adicionada às dotações or- cedidos nos termos do inciso I do art. 22 e do
çamentárias referidas no inciso IV parcela dos art. 23 desta Lei.
recursos decorrentes da economia de despesa
incorrida pela União com os cargos e funções Art. 24. São convalidados os atos praticados
comissionados existentes nas unidades extintas. com base na Medida Provisória no 1.648-7, de
23 de abril de 1998.
Art. 23. É o Poder Executivo autorizado a
ceder os bens e os servidores da Fundação Art. 25. Esta Lei entra em vigor na data de
Roquette Pinto no Estado do Maranhão ao sua publicação.
Governo daquele Estado.
Brasília, 15 de maio de 1998; 177o da Indepen-
Art. 23-A. Os servidores oriundos da extinta dência e 110o da República.
Fundação Roquette Pinto e do extinto Territó-
rio Federal de Fernando de Noronha poderão FERNANDO HENRIQUE CARDOSO – Pedro
ser redistribuídos ou cedidos para órgãos e Malan – Paulo Paiva – José Israel Vargas – Luiz
entidades da Administração Pública Federal, Carlos Bresser Pereira – Clovis de Barros Carvalho
independentemente do disposto no inciso II do
art. 37 e no inciso I do art. 93 da Lei no 8.112, Promulgada em 15/5/1998, publicada no DOU
de 11 de dezembro de 1990, assegurados todos de 18/5/1998 e retificada no DOU de 25/5/1998.
os direitos e vantagens, inclusive o pagamento Conversão da Medida Provisória no 1.648-7/1998.
de gratificação de desempenho ou de produ- Não constam os anexos.

Legislação correlata

24
Lei n o 12.269/2010 e Medida Provisória n o
479/2009.
47
Lei no 9.790/1999
Dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e
dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA IV – as organizações partidárias e asseme-


lhadas, inclusive suas fundações;
Faço saber que o Congresso Nacional decreta V – as entidades de benefício mútuo desti-
e eu sanciono a seguinte Lei: nadas a proporcionar bens ou serviços a um
círculo restrito de associados ou sócios;
VI – as entidades e empresas que comercia-
CAPÍTULO I – Da Qualificação como lizam planos de saúde e assemelhados;
Organização da Socidade Civil de Interesse VII – as instituições hospitalares privadas
Público não gratuitas e suas mantenedoras;
VIII – as escolas privadas dedicadas ao en-
Art. 1o Podem qualificar-se como Organiza- sino formal não gratuito e suas mantenedoras;
ções da Sociedade Civil de Interesse Público IX – as organizações sociais;
as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins X – as cooperativas;
lucrativos, desde que os respectivos objetivos XI – as fundações públicas;
sociais e normas estatutárias atendam aos re- XII – as fundações, sociedades civis ou as-
quisitos instituídos por esta Lei. sociações de direito privado criadas por órgão
§ 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se público ou por fundações públicas;
sem fins lucrativos a pessoa jurídica de direito XIII – as organizações creditícias que te-
privado que não distribui, entre os seus sócios nham quaisquer tipo de vinculação com o
ou associados, conselheiros, diretores, em- sistema financeiro nacional a que se refere o
pregados ou doadores, eventuais excedentes art. 192 da Constituição Federal.
operacionais, brutos ou líquidos, dividendos,
bonificações, participações ou parcelas do seu Art. 3o A qualificação instituída por esta Lei,
patrimônio, auferidos mediante o exercício de observado em qualquer caso, o princípio da
suas atividades, e que os aplica integralmente na universalização dos serviços, no respectivo âm-
consecução do respectivo objeto social. bito de atuação das Organizações, somente será
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

§ 2o A outorga da qualificação prevista neste conferida às pessoas jurídicas de direito privado,


artigo é ato vinculado ao cumprimento dos sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais te-
requisitos instituídos por esta Lei. nham pelo menos uma das seguintes finalidades:
I – promoção da assistência social;
Art. 2o Não são passíveis de qualificação como II – promoção da cultura, defesa e conserva-
Organizações da Sociedade Civil de Interesse ção do patrimônio histórico e artístico;
Público, ainda que se dediquem de qualquer III – promoção gratuita da educação,
forma às atividades descritas no art. 3o desta Lei: observando-se a forma complementar de par-
I – as sociedades comerciais; ticipação das organizações de que trata esta Lei;
II – os sindicatos, as associações de classe IV – promoção gratuita da saúde, observan-
ou de representação de categoria profissional; do-se a forma complementar de participação
III – as instituições religiosas ou voltadas das organizações de que trata esta Lei;
para a disseminação de credos, cultos, práticas V – promoção da segurança alimentar e
e visões devocionais e confessionais; nutricional;
48
VI – defesa, preservação e conservação do III – a constituição de conselho fiscal ou
meio ambiente e promoção do desenvolvimen- órgão equivalente, dotado de competência
to sustentável; para opinar sobre os relatórios de desempenho
VII – promoção do voluntariado; financeiro e contábil, e sobre as operações pa-
VIII – promoção do desenvolvimento eco- trimoniais realizadas, emitindo pareceres para
nômico e social e combate à pobreza; os organismos superiores da entidade;
IX – experimentação, não lucrativa, de IV – a previsão de que, em caso de dissolução
novos modelos sócio-produtivos e de sistemas da entidade, o respectivo patrimônio líquido
alternativos de produção, comércio, emprego será transferido a outra pessoa jurídica quali-
e crédito; ficada nos termos desta Lei, preferencialmente
X – promoção de direitos estabelecidos, que tenha o mesmo objeto social da extinta;
construção de novos direitos e assessoria jurí- V – a previsão de que, na hipótese de a pes-
dica gratuita de interesse suplementar; soa jurídica perder a qualificação instituída por
XI – promoção da ética, da paz, da cidada- esta Lei, o respectivo acervo patrimonial dispo-
nia, dos direitos humanos, da democracia e de nível, adquirido com recursos públicos durante
outros valores universais; o período em que perdurou aquela qualificação,
XII – estudos e pesquisas, desenvolvimento será transferido a outra pessoa jurídica qualifi-
de tecnologias alternativas, produção e divulga- cada nos termos desta Lei, preferencialmente
ção de informações e conhecimentos técnicos que tenha o mesmo objeto social;
e científicos que digam respeito às atividades VI – a possibilidade de se instituir remune-
mencionadas neste artigo. ração para os dirigentes da entidade que atuem
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, a efetivamente na gestão executiva e para aqueles
dedicação às atividades nele previstas configu- que a ela prestam serviços específicos, respeita-
ra-se mediante a execução direta de projetos, dos, em ambos os casos, os valores praticados
programas, planos de ações correlatas, por pelo mercado, na região correspondente a sua
meio da doação de recursos físicos, humanos e área de atuação;
financeiros, ou ainda pela prestação de serviços VII – as normas de prestação de contas a
intermediários de apoio a outras organizações serem observadas pela entidade, que determi-
sem fins lucrativos e a órgãos do setor público narão, no mínimo:
que atuem em áreas afins. a) a observância dos princípios fundamen-
tais de contabilidade e das Normas Brasileiras
Art. 4o Atendido o disposto no art. 3o, exige-se de Contabilidade;
ainda, para qualificarem-se como Organizações b) que se dê publicidade por qualquer meio
da Sociedade Civil de Interesse Público, que as eficaz, no encerramento do exercício fiscal, ao
pessoas jurídicas interessadas sejam regidas relatório de atividades e das demonstrações
por estatutos cujas normas expressamente financeiras da entidade, incluindo-se as cer-
disponham sobre:25 tidões negativas de débitos junto ao INSS e ao
I – a observância dos princípios da legalida- FGTS, colocando-os à disposição para exame
de, impessoalidade, moralidade, publicidade, de qualquer cidadão;
economicidade e da eficiência; c) a realização de auditoria, inclusive por
II – a adoção de práticas de gestão admi- auditores externos independentes se for o caso,
nistrativa, necessárias e suficientes a coibir a da aplicação dos eventuais recursos objeto
obtenção, de forma individual ou coletiva, de do termo de parceria conforme previsto em
Legislação correlata

benefícios ou vantagens pessoais, em decor- regulamento;


rência da participação no respectivo processo d) a prestação de contas de todos os recur-
decisório; sos e bens de origem pública recebidos pelas
Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público será feita conforme determina o pará-
25
Lei no 10.539/2002. grafo único do art. 70 da Constituição Federal.
49
Parágrafo único. É permitida a participa- Art. 8o Vedado o anonimato, e desde que
ção de servidores públicos na composição de amparado por fundadas evidências de erro ou
conselho de Organização da Sociedade Civil fraude, qualquer cidadão, respeitadas as prerro-
de Interesse Público, vedada a percepção de gativas do Ministério Público, é parte legítima
remuneração ou subsídio, a qualquer título. para requerer, judicial ou administrativamente,
a perda da qualificação instituída por esta Lei.
Art. 5o Cumpridos os requisitos dos arts. 3o
e 4o desta Lei, a pessoa jurídica de direito pri-
vado sem fins lucrativos, interessada em obter CAPÍTULO II – Do Termo de Parceria
a qualificação instituída por esta Lei, deverá
formular requerimento escrito ao Ministério Art. 9o Fica instituído o Termo de Parceria,
da Justiça, instruído com cópias autenticadas assim considerado o instrumento passível de
dos seguintes documentos: ser firmado entre o Poder Público e as entidades
I – estatuto registrado em cartório; qualificadas como Organizações da Sociedade
II – ata de eleição de sua atual diretoria; Civil de Interesse Público destinado à formação
III – balanço patrimonial e demonstração de vínculo de cooperação entre as partes, para o
do resultado do exercício; fomento e a execução das atividades de interesse
IV – declaração de isenção do imposto de público previstas no art. 3o desta Lei.
renda;
V – inscrição no Cadastro Geral de Con- Art. 10. O Termo de Parceria firmado de
tribuintes. comum acordo entre o Poder Público e as
Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Art. 6o Recebido o requerimento previsto no Público discriminará direitos, responsabilida-
artigo anterior, o Ministério da Justiça decidi- des e obrigações das partes signatárias.
rá, no prazo de trinta dias, deferindo ou não § 1o A celebração do Termo de Parceria será
o pedido. precedida de consulta aos Conselhos de Políticas
§ 1o No caso de deferimento, o Ministério Públicas das áreas correspondentes de atuação
da Justiça emitirá, no prazo de quinze dias da existentes, nos respectivos níveis de governo.
decisão, certificado de qualificação da reque- § 2o São cláusulas essenciais do Termo de
rente como Organização da Sociedade Civil de Parceria:
Interesse Público. I – a do objeto, que conterá a especificação
§ 2o Indeferido o pedido, o Ministério da do programa de trabalho proposto pela Orga-
Justiça, no prazo do § 1o, dará ciência da de- nização da Sociedade Civil de Interesse Público;
cisão, mediante publicação no Diário Oficial. II – a de estipulação das metas e dos resul-
§ 3o O pedido de qualificação somente será tados a serem atingidos e os respectivos prazos
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

indeferido quando: de execução ou cronograma;


I – a requerente enquadrar-se nas hipóteses III – a de previsão expressa dos critérios
previstas no art. 2o desta Lei; objetivos de avaliação de desempenho a serem
II – a requerente não atender aos requisitos utilizados, mediante indicadores de resultado;
descritos nos arts. 3o e 4o desta Lei; IV – a de previsão de receitas e despesas a
III – a documentação apresentada estiver serem realizadas em seu cumprimento, esti-
incompleta. pulando item por item as categorias contábeis
usadas pela organização e o detalhamento das
Art. 7o Perde-se a qualificação de Organização remunerações e benefícios de pessoal a serem
da Sociedade Civil de Interesse Público, a pedi- pagos, com recursos oriundos ou vinculados ao
do ou mediante decisão proferida em processo Termo de Parceria, a seus diretores, empregados
administrativo ou judicial, de iniciativa popular e consultores;
ou do Ministério Público, no qual serão assegu- V – a que estabelece as obrigações da Socie-
rados, ampla defesa e o devido contraditório. dade Civil de Interesse Público, entre as quais
50
a de apresentar ao Poder Público, ao término Art. 13. Sem prejuízo da medida a que se refere
de cada exercício, relatório sobre a execução o art. 12 desta Lei, havendo indícios fundados
do objeto do Termo de Parceria, contendo de malversação de bens ou recursos de origem
comparativo específico das metas propostas pública, os responsáveis pela fiscalização repre-
com os resultados alcançados, acompanhado sentarão ao Ministério Público, à Advocacia-
de prestação de contas dos gastos e receitas -Geral da União, para que requeiram ao juízo
efetivamente realizados, independente das competente a decretação da indisponibilidade
previsões mencionadas no inciso IV; dos bens da entidade e o seqüestro dos bens dos
VI – a de publicação, na imprensa oficial do seus dirigentes, bem como de agente público
Município, do Estado ou da União, conforme o ou terceiro, que possam ter enriquecido ilicita-
alcance das atividades celebradas entre o órgão mente ou causado dano ao patrimônio público,
parceiro e a Organização da Sociedade Civil além de outras medidas consubstanciadas na
de Interesse Público, de extrato do Termo de Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei
Parceria e de demonstrativo da sua execução Complementar no 64, de 18 de maio de 1990.
física e financeira, conforme modelo simpli- § 1o O pedido de seqüestro será processado
ficado estabelecido no regulamento desta Lei, de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825
contendo os dados principais da documenta- do Código de Processo Civil.
ção obrigatória do inciso V, sob pena de não § 2o Quando for o caso, o pedido incluirá
liberação dos recursos previstos no Termo de a investigação, o exame e o bloqueio de bens,
Parceria. contas bancárias e aplicações mantidas pelo
demandado no País e no exterior, nos termos
Art. 11. A execução do objeto do Termo de da lei e dos tratados internacionais.
Parceria será acompanhada e fiscalizada por § 3o Até o término da ação, o Poder Público
órgão do Poder Público da área de atuação permanecerá como depositário e gestor dos
correspondente à atividade fomentada, e pelos bens e valores seqüestrados ou indisponíveis e
Conselhos de Políticas Públicas das áreas cor- velará pela continuidade das atividades sociais
respondentes de atuação existentes, em cada da organização parceira.
nível de governo.
§ 1o Os resultados atingidos com a execução Art. 14. A organização parceira fará publicar,
do Termo de Parceria devem ser analisados por no prazo máximo de trinta dias, contado da
comissão de avaliação, composta de comum assinatura do Termo de Parceria, regulamento
acordo entre o órgão parceiro e a Organização próprio contendo os procedimentos que adota-
da Sociedade Civil de Interesse Público. rá para a contratação de obras e serviços, bem
§ 2o A comissão encaminhará à autoridade como para compras com emprego de recursos
competente relatório conclusivo sobre a ava- provenientes do Poder Público, observados os
liação procedida. princípios estabelecidos no inciso I do art. 4o
§ 3o Os Termos de Parceria destinados ao desta Lei.
fomento de atividades nas áreas de que trata
esta Lei estarão sujeitos aos mecanismos de Art. 15. Caso a organização adquira bem imó-
controle social previstos na legislação. vel com recursos provenientes da celebração
do Termo de Parceria, este será gravado com
Art. 12. Os responsáveis pela fiscalização do cláusula de inalienabilidade.
Termo de Parceria, ao tomarem conhecimento
Legislação correlata

de qualquer irregularidade ou ilegalidade na


utilização de recursos ou bens de origem pú- CAPÍTULO III – Das Disposições Finais e
blica pela organização parceira, darão imediata Transitórias
ciência ao Tribunal de Contas respectivo e ao
Ministério Público, sob pena de responsabili- Art. 16. É vedada às entidades qualificadas
dade solidária. como Organizações da Sociedade Civil de In-
51
teresse Público a participação em campanhas § 2o Caso não seja feita a opção prevista no
de interesse político-partidário ou eleitorais, parágrafo anterior, a pessoa jurídica perderá
sob quaisquer meios ou formas. automaticamente a qualificação obtida nos
termos desta Lei.
Art. 17. O Ministério da Justiça permitirá,
mediante requerimento dos interessados, livre Art. 19. O Poder Executivo regulamentará esta
acesso público a todas as informações perti- Lei no prazo de trinta dias.
nentes às Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público. Art. 20. Esta Lei entra em vigor na data de
sua publicação.
Art. 18. As pessoas jurídicas de direito privado
sem fins lucrativos, qualificadas com base em ou- Brasília, 23 de março de 1999; 178o da Indepen-
tros diplomas legais, poderão qualificar-se como dência e 111o da República.
Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público, desde que atendidos aos requisitos para FERNANDO HENRIQUE CARDOSO –
tanto exigidos, sendo-lhes assegurada a manu- Renan Calheiros – Pedro Mallan – Ailton arcelos
tenção simultânea dessas qualificações, até cinco Fernandes – Paulo Renato Souza – Francisco
anos contados da data de vigência desta Lei.26 Dornelles – Waldeck Ornélas – José Serra – Paulo
§ 1o Findo o prazo de cinco anos, a pessoa Paiva – Clovis de Barros Carvalho
jurídica interessada em manter a qualificação
prevista nesta Lei deverá por ela optar, fato Promulgada em 23/3/1999, publicada no DOU
que implicará a renúncia automática de suas de 24/3/1999 e regulamentada pelo Decreto n o
qualificações anteriores. 3.100/1999.
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

26
Medida Provisória no 2.216-37/2001.
52
Lei no 11.437/2006
Altera a destinação de receitas decorrentes da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria
Cinematográfica Nacional – CONDECINE, criada pela Medida Provisória no 2.228-1, de 6 de
setembro de 2001, visando ao financiamento de programas e projetos voltados para o desenvolvimento
das atividades audiovisuais; altera a Medida Provisória no 2.228-1, de 6 de setembro de 2001, e a
Lei no 8.685, de 20 de julho de 1993, prorrogando e instituindo mecanismos de fomento à atividade
audiovisual; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA VII – 5% (cinco por cento) dos recursos a


que se referem as alíneas c, d, e e j do caput do
Faço saber que o Congresso Nacional decreta art. 2o da Lei no 5.070, de 7 de julho de 1966;
e eu sanciono a seguinte Lei: VIII – as doações, legados, subvenções
e outros recursos destinados à categoria de
Art. 1o O total dos recursos da Contribuição programação específica a que se refere o caput
para o Desenvolvimento da Indústria Cinema- deste artigo;
tográfica Nacional – CONDECINE, criada pela IX – recursos provenientes de acordos, con-
Medida Provisória no 2.228-1, de 6 de setembro vênios ou contratos celebrados com entidades,
de 2001, será destinado ao Fundo Nacional da organismos ou empresas, públicos ou privados,
Cultura – FNC, criado pela Lei no 7.505, de 2 de nacionais e internacionais; e
julho de 1986, restabelecido pela Lei no 8.313, X – outras que lhe vierem a ser destinadas.
de 23 de dezembro de 1991, o qual será aloca- Parágrafo único. Os recursos a que se refere
do em categoria de programação específica, o caput deste artigo não poderão ser utilizados
denominada Fundo Setorial do Audiovisual, para despesas de manutenção administrativa do
e utilizado no financiamento de programas e Ministério da Cultura ou da Agência Nacional
projetos voltados para o desenvolvimento das do Cinema – ANCINE.
atividades audiovisuais.
Art. 3o Os recursos a que se refere o art. 2o
Art. 2 Constituem receitas do FNC, alocadas
o
desta Lei poderão ser aplicados:
na categoria de programação específica, referi- I – por intermédio de investimentos re-
das no art. 1o desta Lei: tornáveis em projetos de desenvolvimento
I – a Condecine, a que se refere o art. 1o da atividade audiovisual e produção de obras
desta Lei; audiovisuais brasileiras;
II – as dotações consignadas no Orçamento II – por meio de empréstimos reembolsá-
Geral da União, créditos especiais, transferên- veis; ou
cias e repasses que lhe forem conferidos; III – por meio de valores não-reembolsáveis
III – os recursos a que se refere o art. 5o da em casos específicos, a serem previstos em
Lei no 8.685, de 20 de julho de 1993; regulamento.
IV – (Vetado);
V – o produto de rendimento de aplicações Art. 4o Os recursos a que se refere o art. 2o
Legislação correlata

dos recursos da categoria de programação desta Lei apoiarão o desenvolvimento dos


específica a que se refere o caput deste artigo; seguintes programas, nos termos do art. 47 da
VI – o produto da remuneração de recursos Medida Provisória no 2.228-1, de 6 de setembro
repassados aos agentes aplicadores, bem como de 2001:27
de multas e juros decorrentes do descumpri-
mento das normas de financiamento; 27
Lei no 12.485/2011.
53
I – Programa de Apoio ao Desenvolvimento § 4o Para efeito do disposto no § 3o deste
do Cinema Brasileiro – PRODECINE; artigo, entende-se como produtora brasileira
II – Programa de Apoio ao Desenvolvimento aquela definida nos termos da lei específica
do Audiovisual Brasileiro – PRODAV; que dispõe sobre a comunicação audiovisual
III – Programa de Apoio ao Desenvolvi- de acesso condicionado.
mento da Infra-Estrutura do Cinema e do
Audiovisual – PRÓ-INFRA. Art. 5o Será constituído o Comitê Gestor
§ 1o Os recursos a que se refere o caput deste dos recursos a que se refere o art. 2o desta Lei,
artigo devem ser destinados prioritariamente com a finalidade de estabelecer as diretrizes e
ao fomento de empresas brasileiras, conforme definir o plano anual de investimentos, acom-
definidas no § 1o do art. 1o da Medida Provisória panhar a implementação das ações e avaliar,
no 2.228-1, de 6 de setembro de 2001, que atuem anualmente, os resultados alcançados, tendo
nas áreas de distribuição, exibição e produção como secretaria-executiva da categoria de
de obras audiovisuais, bem como poderão ser programação específica a que se refere o art. 1o
utilizados na equalização dos encargos financei- desta Lei a Ancine e como agente financeiro o
ros incidentes nas operações de financiamento Banco Nacional de Desenvolvimento Econô-
de obras audiovisuais e na participação minori- mico e Social – BNDES ou outras instituições
tária no capital de empresas que tenham como financeiras credenciadas pelo Comitê Gestor.
base o desenvolvimento audiovisual brasileiro, § 1o O Comitê Gestor será constituído por
por intermédio de agente financeiro, conforme representantes do Ministério da Cultura, da
disposto em regulamento. Ancine, das instituições financeiras credencia-
§ 2o As despesas com as aplicações referidas das e do setor audiovisual, observada a com-
no inciso III do caput do art. 3o desta Lei e com posição conforme disposto em regulamento.
a equalização dos encargos financeiros referida § 2o A participação no Comitê Gestor não
no § 1o deste artigo observarão os limites de será remunerada.
movimentação e empenho e de pagamento da § 3o As despesas operacionais de planeja-
programação orçamentária e financeira anual. mento, prospecção, análise e estruturação de
§ 3o As receitas de que trata o inciso III operações, contratação, aplicação de recursos,
do caput do art. 33 da Medida Provisória no acompanhamento de operações contratadas e
2.228-1, de 6 de setembro de 2001, deverão ser divulgação de resultados, necessários à implan-
utilizadas nas seguintes condições: tação e manutenção das atividades da categoria
I – no mínimo, 30% (trinta por cento) de- de programação específica, previstas no art. 1o
verão ser destinadas a produtoras brasileiras desta Lei, não poderão ultrapassar o montante
estabelecidas nas regiões Norte, Nordeste e correspondente a 5% (cinco por cento) dos
Centro-Oeste, nos critérios e condições estabe- recursos arrecadados anualmente.
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

lecidos pela Agência Nacional do Cinema – An-


cine, que deverão incluir, entre outros, o local Art. 6o Os recursos a que se refere o art. 2o
da produção da obra audiovisual, a residência desta Lei não utilizados até o final do exercício,
de artistas e técnicos envolvidos na produção apurados no balanço anual, serão transferidos
e a contratação, na região, de serviços técnicos como crédito do FNC, alocados na categoria de
a ela vinculados; programação específica, no exercício seguinte.
II – no mínimo, 10% (dez por cento) de-
verão ser destinadas ao fomento da produção Art. 7o A Medida Provisória no 2.228-1, de
de conteúdo audiovisual independente veicu- 6 de setembro de 2001, passa a vigorar com a
lado primeiramente nos canais comunitários, seguinte redação:
universitários e de programadoras brasileiras “Art. 18. As empresas distribuidoras, as
independentes de que trata a lei que dispõe programadoras de obras audiovisuais para o
sobre a comunicação audiovisual de acesso segmento de mercado de serviços de comu-
condicionado. nicação eletrônica de massas por assinatura,
54
as programadoras de obras audiovisuais para na Lei no 8.685, de 20 de julho de 1993, e na
outros mercados, conforme assinalado na Lei no 8.313, de 23 de dezembro de 1991,
alínea e do Anexo I desta Medida Provisória, limitados a 95% (noventa e cinco por cento)
assim como as locadoras de vídeo doméstico do total do orçamento aprovado pela Ancine
e as empresas de exibição, devem fornecer para o projeto.”
relatórios periódicos sobre a oferta e o “Art. 41. Os Fundos de Financiamento
consumo de obras audiovisuais e as receitas da Indústria Cinematográfica Nacional –
auferidas pela exploração delas no período, FUNCINES serão constituídos sob a forma
conforme normas expedidas pela Ancine.” de condomínio fechado, sem personalidade
“Art. 34. O produto da arrecadação da jurídica, e administrados por instituição
Condecine será destinado ao Fundo financeira autorizada a funcionar pelo Banco
Nacional da Cultura – FNC e alocado em Central do Brasil ou por agências e bancos
categoria de programação específica deno- de desenvolvimento.
minada Fundo Setorial do Audiovisual, para ........................................................................ ”
aplicação nas atividades de fomento relativas “Art. 43. ..........................................................
aos Programas de que trata o art. 47 desta I – projetos de produção de obras audiovisu-
Medida Provisória. ais brasileiras independentes realizadas por
I – (revogado); empresas produtoras brasileiras;
II – (revogado); II – construção, reforma e recuperação das
III – (revogado).” salas de exibição de propriedade de empresas
“Art. 39. .......................................................... brasileiras;
.......................................................................... III – aquisição de ações de empresas bra-
§ 2o Os valores correspondentes aos 3% (três sileiras para produção, comercialização,
por cento) previstos no inciso X do caput distribuição e exibição de obras audiovisuais
deste artigo deverão ser depositados na data brasileiras de produção independente, bem
do pagamento, do crédito, do emprego, da como para prestação de serviços de infra-
remessa ou da entrega aos produtores, dis- -estrutura cinematográficos e audiovisuais;
tribuidores ou intermediários no exterior IV – projetos de comercialização e distribui-
das importâncias relativas a rendimentos ção de obras audiovisuais cinematográficas
decorrentes da exploração de obras cine- brasileiras de produção independente reali-
matográficas e videofonográficas ou por zados por empresas brasileiras; e
sua aquisição ou importação a preço fixo, V – projetos de infra-estrutura realizados
em conta de aplicação financeira especial por empresas brasileiras.
em instituição financeira pública, em nome § 1o Para efeito da aplicação dos recursos dos
do contribuinte. Funcines, as empresas de radiodifusão de
§ 3o Os valores não aplicados na forma do sons e imagens e as prestadoras de serviços
inciso X do caput deste artigo, após 270 de telecomunicações não poderão deter o
(duzentos e setenta) dias de seu depósito controle acionário das empresas referidas
na conta de que trata o § 2o deste artigo, no inciso III do caput deste artigo.
destinar-se-ão ao FNC e serão alocados § 2o Os Funcines deverão manter, no mí-
em categoria de programação específica nimo, 90% (noventa por cento) do seu
denominada Fundo Setorial do Audiovisual. patrimônio aplicados em empreendimen-
§ 4o Os valores previstos no inciso X do caput tos das espécies enumeradas neste artigo,
Legislação correlata

deste artigo não poderão ser aplicados em observados, em relação a cada espécie de
obras audiovisuais de natureza publicitária. destinação, os percentuais mínimos a serem
.......................................................................... estabelecidos em regulamento.
§ 6o Os projetos produzidos com os recursos ..........................................................................
de que trata o inciso X do caput deste artigo § 5o As obras audiovisuais de natureza publi-
poderão utilizar-se dos incentivos previstos citária, esportiva ou jornalística não podem
55
se beneficiar de recursos dos Funcines ou do do ganho de capital, os valores deduzidos na
FNC alocados na categoria de programação forma do caput deste artigo na hipótese em
específica Fundo Setorial do Audiovisual. que a alienação ocorra após 5 (cinco) anos
.......................................................................... da data de sua aquisição.
§ 7o Nos casos do inciso I do caput deste ar- ..........................................................................
tigo, o projeto deverá contemplar a garantia § 6o (Revogado)”
de distribuição ou difusão das obras. “Art. 47. Como mecanismos de fomento de
§ 8o Para os fins deste artigo, aplica-se a atividades audiovisuais, ficam instituídos,
definição de empresa brasileira constante conforme normas a serem expedidas pela
no § 1o do art. 1o desta Medida Provisória.” Ancine:
“Art. 44. Até o período de apuração relativo I – o Programa de Apoio ao Desenvolvimento
ao ano-calendário de 2016, inclusive, as pes- do Cinema Brasileiro – PRODECINE, des-
soas físicas e jurídicas tributadas pelo lucro tinado ao fomento de projetos de produção
real poderão deduzir do imposto de renda independente, distribuição, comercialização
devido as quantias aplicadas na aquisição de e exibição por empresas brasileiras;
cotas dos Funcines. II – o Programa de Apoio ao Desenvolvimento
§ 1o A dedução referida no caput deste artigo do Audiovisual Brasileiro – PRODAV, desti-
pode ser utilizada de forma alternativa ou nado ao fomento de projetos de produção,
conjunta com a referida nos arts. 1o e 1o-A programação, distribuição, comercialização
da Lei no 8.685, de 20 de julho de 1993. e exibição de obras audiovisuais brasileiras
§ 2o No caso das pessoas físicas, a dedução de produção independente;
prevista no caput deste artigo fica sujeita ao I I I – o P r o g r a m a d e Ap o i o a o
limite de 6% (seis por cento) conjuntamente Desenvolvimento da Infra-Estrutura do
com as deduções de que trata o art. 22 da Lei Cinema e do Audiovisual – PRÓ-INFRA,
no 9.532, de 10 de dezembro de 1997. destinado ao fomento de projetos de infra-
§ 3o Somente são dedutíveis do imposto -estrutura técnica para a atividade cinemato-
devido as quantias aplicadas na aquisição gráfica e audiovisual e de desenvolvimento,
de cotas dos Funcines: ampliação e modernização dos serviços e
I – pela pessoa física, no ano-calendário a bens de capital de empresas brasileiras e
que se referir a declaração de ajuste anual; profissionais autônomos que atendam às
II – pela pessoa jurídica, no respectivo pe- necessidades tecnológicas das produções
ríodo de apuração de imposto.” audiovisuais brasileiras.
“Art. 45. .......................................................... ..........................................................................
.......................................................................... § 2o A Ancine estabelecerá critérios e dire-
III – no ano-calendário, conforme ajuste trizes gerais para a aplicação e a fiscalização
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

em declaração anual de rendimentos para dos recursos dos Programas referidos no


a pessoa física. caput deste artigo.”
§ 1o Em qualquer hipótese, não será dedu- “Art. 48. São fontes de recursos dos
tível a perda apurada na alienação das cotas Programas de que trata o art. 47 desta
dos Funcines. Medida Provisória:
§ 2o A dedução prevista neste artigo está limi- ........................................................................ ”
tada a 3% (três por cento) do imposto devido “Art. 61. O descumprimento dos projetos
pelas pessoas jurídicas e deverá observar o executados com recursos recebidos do
limite previsto no inciso II do caput do art. 6o FNC alocados na categoria de programação
da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997. específica denominada Fundo Setorial do
§ 3o (Revogado) Audiovisual e dos Funcines, a não-efetivação
§ 4o A pessoa jurídica que alienar as cotas do investimento ou a sua realização em de-
dos Funcines somente poderá considerar sacordo com o estatuído implica a devolução
como custo de aquisição, na determinação dos recursos acrescidos de:
56
........................................................................ ” II – em nome do contribuinte, do seu re-
presentante legal ou do responsável pela
Art. 8o A Lei no 8.685, de 20 de julho de 1993, remessa, no caso do art. 3o e do art. 3o-A,
passa a vigorar com as seguintes alterações: ambos desta Lei.
“Art. 1o Até o exercício fiscal de 2010, in- § 2o ..................................................................
clusive, os contribuintes poderão deduzir ..........................................................................
do imposto de renda devido as quantias II – limite do aporte de recursos objeto
referentes a investimentos feitos na produ- dos incentivos previstos no art. 1o e no art.
ção de obras audiovisuais cinematográficas 1o-A, ambos desta Lei, somados, é de R$
brasileiras de produção independente, me- 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) e,
diante a aquisição de cotas representativas de para o incentivo previsto no art. 3o e no
direitos de comercialização sobre as referidas art. 3o-A, ambos desta Lei, somados, é de
obras, desde que estes investimentos sejam R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais),
realizados no mercado de capitais, em ativos podendo esses limites serem utilizados
previstos em lei, e autorizados pela Comissão concomitantemente;
de Valores Mobiliários, e os projetos tenham ........................................................................ ”
sido previamente aprovados pela Ancine, na “Art. 5o Os valores não aplicados na forma
forma do regulamento. dos arts. 1o e 1o-A, ambos desta Lei, no prazo
........................................................................ ” de 48 (quarenta e oito) meses, contado da
“Art. 3o ............................................................ data do início do 1o (primeiro) depósito na
§ 1o A pessoa jurídica responsável pela re- conta de que trata o inciso I do § 1o do art.
messa das importâncias pagas, creditadas, 4o, e, no caso dos arts. 3o e 3o-A, todos desta
empregadas ou remetidas aos contribuintes Lei, após 180 (cento e oitenta) dias de seu
de que trata o caput deste artigo terá prefe- depósito na conta de que trata o inciso II
rência na utilização dos recursos decorrentes do § 1o do art. 4o desta Lei, destinar-se-ão ao
do benefício fiscal de que trata este artigo. Fundo Nacional da Cultura e serão alocados
§ 2o Para o exercício da preferência prevista em categoria de programação específica
no § 1o deste artigo, o contribuinte poderá denominada Fundo Setorial do Audiovisual,
transferir expressamente ao responsável pelo para aplicação em projetos de fomento à in-
pagamento ou remessa o benefício de que dústria cinematográfica nacional, conforme
trata o caput deste artigo em dispositivo do normas expedidas pelo Comitê Gestor.
contrato ou por documento especialmente
constituído para esses fins.” Art. 9o Ficam incluídos na Lei no 8.685, de 20
“Art. 4o O contribuinte que optar pelo uso de julho de 1993, os seguintes arts. 1o-A e 3o-A:
dos incentivos previstos nos arts. 1o, 1o-A, 3o “Art. 1o-A. Até o ano-calendário de 2016,
e 3o-A, todos desta Lei, depositará, dentro do inclusive, os contribuintes poderão deduzir
prazo legal fixado para o recolhimento do im- do imposto de renda devido as quantias re-
posto, o valor correspondente ao abatimento ferentes ao patrocínio à produção de obras
em conta de aplicação financeira especial, em cinematográficas brasileiras de produção
instituição financeira pública, cuja movimen- independente, cujos projetos tenham sido
tação sujeitar-se-á a prévia comprovação pela previamente aprovados pela Ancine, do
Ancine de que se destina a investimentos em imposto de renda devido apurado:
projetos de produção de obras audiovisuais I – na declaração de ajuste anual pelas pes-
Legislação correlata

cinematográficas e videofonográficas brasi- soas físicas; e


leiras de produção independente. II – em cada período de apuração, trimestral
§ 1o .................................................................. ou anual, pelas pessoas jurídicas tributadas
I – em nome do proponente, para cada com base no lucro real.
projeto, no caso do art. 1o e do art. 1o-A, § 1o A dedução prevista neste artigo está
ambos desta Lei; limitada:
57
I – a 4% (quatro por cento) do imposto de- § 1o A pessoa jurídica responsável pela re-
vido pelas pessoas jurídicas e deve observar messa das importâncias pagas, creditadas,
o limite previsto no inciso II do art. 6o da empregadas, entregues ou remetidas aos
Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997; e contribuintes de que trata o caput deste
II – a 6% (seis por cento) do imposto devido artigo terá preferência na utilização dos
pelas pessoas físicas, conjuntamente com recursos decorrentes do benefício fiscal de
as deduções de que trata o art. 22 da Lei no que trata este artigo.
9.532, de 10 de dezembro de 1997. § 2o Para o exercício da preferência prevista
§ 2o Somente são dedutíveis do imposto no § 1o deste artigo, o contribuinte poderá
devido os valores despendidos a título de transferir expressamente ao responsável
patrocínio: pelo crédito, emprego, remessa, entrega ou
I – pela pessoa física no ano-calendário a pagamento o benefício de que trata o caput
que se referir a declaração de ajuste anual; e deste artigo em dispositivo do contrato ou
II – pela pessoa jurídica no respectivo perí- por documento especialmente constituído
odo de apuração de imposto. para esses fins.”
§ 3o As pessoas jurídicas não poderão dedu-
zir o valor do patrocínio de que trata o caput Art. 10. As distribuidoras de obras audiovi-
deste artigo para fins de determinação do lu- suais para o mercado de vídeo doméstico, em
cro real e da base de cálculo da Contribuição qualquer suporte, devem utilizar sistema de
Social sobre o Lucro Líquido – CSLL. controle de receitas sobre as vendas, compatível
§ 4o Os projetos específicos da área audiovi- com as normas expedidas pela Ancine.
sual, cinematográfica de difusão, preserva- Parágrafo único. O disposto no caput deste
ção, exibição, distribuição e infra-estrutura artigo estende-se às empresas responsáveis
técnica apresentados por empresa brasileira pela fabricação, replicação e importação de
poderão ser credenciados pela Ancine para unidades pré-gravadas de vídeo doméstico,
fruição dos incentivos fiscais de que trata o em qualquer suporte.
caput deste artigo, na forma do regulamento.”
“Art. 3o-A. Os contribuintes do Imposto de Art. 11. Os exploradores de atividades audio-
Renda incidente nos termos do art. 72 da visuais deverão prestar informações à Ancine
Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, quanto aos contratos de co-produção, cessão
beneficiários do crédito, emprego, remessa, de direitos de exploração comercial, exibi-
entrega ou pagamento pela aquisição ou ção, veiculação, licenciamento, distribuição,
remuneração, a qualquer título, de direitos, comercialização, importação e exportação de
relativos à transmissão, por meio de radiodi- obras audiovisuais realizadas com recursos
fusão de sons e imagens e serviço de comu- originários de benefício fiscal ou ações de
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

nicação eletrônica de massa por assinatura, fomento direto, conforme normas expedidas
de quaisquer obras audiovisuais ou eventos, pela Ancine.
mesmo os de competições desportivas das
quais faça parte representação brasileira, Art. 12. Poderá constar dos orçamentos das
poderão beneficiar-se de abatimento de 70% obras cinematográficas e audiovisuais nacionais
(setenta por cento) do imposto devido, desde que utilizam os incentivos fiscais previstos nas
que invistam no desenvolvimento de proje- Leis nos 8.313, de 23 de dezembro de 1991,
tos de produção de obras cinematográficas e 8.685, de 20 de julho de 1993, na Medida
brasileira de longa-metragem de produção Provisória no 2.228-1, de 6 de setembro de
independente e na co-produção de obras 2001, e nesta Lei, no montante de até 10% (dez
cinematográficas e videofonográficas brasi- por cento) do total aprovado, a remuneração
leiras de produção independente de curta, dos serviços de gerenciamento e execução do
média e longas-metragens, documentários, respectivo projeto por empresas produtoras
telefilmes e minisséries. cinematográficas brasileiras.
58
Parágrafo único. No caso de os serviços III – proibição de contratar com a admi-
a que se refere o caput deste artigo serem nistração pública, pelo período de até 2 (dois)
terceirizados, seus pagamentos deverão ser anos;
comprovados nas prestações de contas com IV – suspensão ou proibição de fruir dos
notas fiscais ou recibos das empresas con- benefícios fiscais da legislação audiovisual, pelo
tratadas, acompanhados dos comprovantes período de até 2 (dois) anos.
de recolhimento dos tributos e contribuições
correspondentes. Art. 15. O descumprimento ao disposto nos
arts. 10 e 11 desta Lei sujeitará o infrator a
Art. 13. Para os fins desta Lei, classificam-se multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$
as infrações cometidas nas atividades audio- 1.000.000,00 (um milhão de reais), na forma do
visuais em: inciso II do caput do art. 13 desta Lei.
I – leves, aquelas em que o infrator seja be-
neficiado por circunstância atenuante; Art. 16. O descumprimento ao disposto nos
II – graves, aquelas em que for verificada arts. 18, 22 e 23 da Medida Provisória no 2.228-
uma circunstância agravante; 1, de 6 de setembro de 2001, sujeitará o infrator
III – gravíssimas, aquelas em que seja verifi- a multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$
cada a existência de 2 (duas) ou mais circuns- 100.000,00 (cem mil reais).
tâncias agravantes.
§ 1o A advertência será aplicada nas hipó- Art. 17. Nos dispositivos sem previsão de
teses de infrações consideradas leves, ficando limite específico, a multa aplicada em razão
o infrator notificado a fazer cessar a irregulari- do descumprimento do disposto na Medida
dade, sob pena de imposição de outras sanções Provisória no 2.228-1, de 6 de setembro de 2001,
previstas em lei. e nesta Lei, limitar-se-á a 5% (cinco por cento)
§ 2o A multa simples será aplicada quando da receita bruta mensal da empresa, observado
o infrator incorrer na prática de infrações leves o disposto no art. 60 da Medida Provisória no
ou graves e nas hipóteses em que, advertido 2.228-1, de 6 de setembro de 2001.
por irregularidades que tenham sido pratica-
das, deixar de saná-las no prazo assinalado, Art. 18. O Poder Executivo regulamentará esta
devendo o seu valor variar entre R$ 500,00 Lei no prazo de 90 (noventa) dias, a contar da
(quinhentos reais) e R$ 100.000,00 (cem mil sua publicação.
reais).
§ 3o Nas infrações para as quais não haja Art. 19. Esta Lei entra em vigor na data de
sanção específica prevista em lei, a Ancine sua publicação.
privilegiará a aplicação de sanção de multa
simples. Art. 20. Ficam revogados os incisos I, II, IV e
XIII do caput do art. 11, os §§ 3o e 6o do art. 45,
Art. 14. Para os efeitos desta Lei, da Lei no o art. 51 e o § 1o do art. 60 da Medida Provisória
8.685, de 20 de julho 1993, e dos demais ins- no 2.228-1, de 6 de setembro de 2001.
trumentos normativos aplicáveis às atividades
audiovisuais, serão consideradas as seguintes Brasília, 28 de dezembro de 2006; 185o da In-
sanções restritivas de direito, sem prejuízo das dependência e 118o da República.
sanções previstas no art. 13 desta Lei:
Legislação correlata

I – perda ou suspensão de participação nos LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Guido


programas do FNC em categoria de programa- Mantega – Gilberto Gil
ção específica, conforme art. 1o desta Lei;
II – perda ou suspensão de participação em Promulgada em 28/12/2006, publicada no DOU
linhas de financiamento em estabelecimentos de 29/12/2006 e regulamentada pelo Decreto no
oficiais de crédito; 6.299/2007.
59
Lei no 12.343/2010
Institui o Plano Nacional de Cultura – PNC, cria o Sistema Nacional de Informações e Indicadores
Culturais – SNIIC e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA IV – promover o direito à memória por meio


dos museus, arquivos e coleções;
Faço saber que o Congresso Nacional decreta V – universalizar o acesso à arte e à cultura;
e eu sanciono a seguinte Lei: VI – estimular a presença da arte e da cultura
no ambiente educacional;
VII – estimular o pensamento crítico e refle-
CAPÍTULO I – Disposições Preliminares xivo em torno dos valores simbólicos;
VIII – estimular a sustentabilidade socio-
Art. 1o Fica aprovado o Plano Nacional de Cul- ambiental;
tura, em conformidade com o § 3o do art. 215 IX – desenvolver a economia da cultura, o
da Constituição Federal, constante do Anexo, mercado interno, o consumo cultural e a expor-
com duração de 10 (dez) anos e regido pelos tação de bens, serviços e conteúdos culturais;
seguintes princípios: X – reconhecer os saberes, conhecimentos
I – liberdade de expressão, criação e fruição; e expressões tradicionais e os direitos de seus
II – diversidade cultural; detentores;
III – respeito aos direitos humanos; XI – qualificar a gestão na área cultural nos
IV – direito de todos à arte e à cultura; setores público e privado;
V – direito à informação, à comunicação e XII – profissionalizar e especializar os agen-
à crítica cultural; tes e gestores culturais;
VI – direito à memória e às tradições; XIII – descentralizar a implementação das
VII – responsabilidade socioambiental; políticas públicas de cultura;
VIII – valorização da cultura como vetor do XIV – consolidar processos de consulta e
desenvolvimento sustentável; participação da sociedade na formulação das
IX – democratização das instâncias de for- políticas culturais;
mulação das políticas culturais; XV – ampliar a presença e o intercâmbio da
X – responsabilidade dos agentes públicos cultura brasileira no mundo contemporâneo;
pela implementação das políticas culturais; XVI – articular e integrar sistemas de gestão
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

XI – colaboração entre agentes públicos e cultural.


privados para o desenvolvimento da economia
da cultura;
XII – participação e controle social na formu- CAPÍTULO II – Das Atribuições do Poder
lação e acompanhamento das políticas culturais. Público

Art. 2o São objetivos do Plano Nacional de Art. 3o Compete ao poder público, nos termos
Cultura: desta Lei:
I – reconhecer e valorizar a diversidade I – formular políticas públicas e programas
cultural, étnica e regional brasileira; que conduzam à efetivação dos objetivos, dire-
II – proteger e promover o patrimônio his- trizes e metas do Plano;
tórico e artístico, material e imaterial; II – garantir a avaliação e a mensuração do
III – valorizar e difundir as criações artísticas desempenho do Plano Nacional de Cultura e as-
e os bens culturais; segurar sua efetivação pelos órgãos responsáveis;
60
III – fomentar a cultura de forma ampla, por formulação e debater estratégias de execução
meio da promoção e difusão, da realização de das políticas públicas de cultura;
editais e seleções públicas para o estímulo a X – regular o mercado interno, estimulando
projetos e processos culturais, da concessão de os produtos culturais brasileiros com o objetivo
apoio financeiro e fiscal aos agentes culturais, de reduzir desigualdades sociais e regionais,
da adoção de subsídios econômicos, da implan- profissionalizando os agentes culturais, forma-
tação regulada de fundos públicos e privados, lizando o mercado e qualificando as relações de
entre outros incentivos, nos termos da lei; trabalho na cultura, consolidando e ampliando
IV – proteger e promover a diversidade cul- os níveis de emprego e renda, fortalecendo
tural, a criação artística e suas manifestações e redes de colaboração, valorizando empreendi-
as expressões culturais, individuais ou coletivas, mentos de economia solidária e controlando
de todos os grupos étnicos e suas derivações abusos de poder econômico;
sociais, reconhecendo a abrangência da noção XI – coordenar o processo de elaboração de
de cultura em todo o território nacional e planos setoriais para as diferentes áreas artís-
garantindo a multiplicidade de seus valores e ticas, respeitando seus desdobramentos e seg-
formações; mentações, e também para os demais campos
V – promover e estimular o acesso à produ- de manifestação simbólica identificados entre
ção e ao empreendimento cultural; a circulação as diversas expressões culturais e que reivindi-
e o intercâmbio de bens, serviços e conteúdos quem a sua estruturação nacional;
culturais; e o contato e a fruição do público com XII – incentivar a adesão de organizações
a arte e a cultura de forma universal; e instituições do setor privado e entidades da
VI – garantir a preservação do patrimônio sociedade civil às diretrizes e metas do Plano
cultural brasileiro, resguardando os bens de Nacional de Cultura por meio de ações pró-
natureza material e imaterial, os documentos prias, parcerias, participação em programas e
históricos, acervos e coleções, as formações integração ao Sistema Nacional de Informações
urbanas e rurais, as línguas e cosmologias in- e Indicadores Culturais – SNIIC.
dígenas, os sítios arqueológicos pré-históricos § 1o O Sistema Nacional de Cultura – SNC,
e as obras de arte, tomados individualmente criado por lei específica, será o principal ar-
ou em conjunto, portadores de referência aos ticulador federativo do PNC, estabelecendo
valores, identidades, ações e memórias dos mecanismos de gestão compartilhada entre os
diferentes grupos formadores da sociedade entes federados e a sociedade civil.
brasileira; § 2o A vinculação dos Estados, Distrito
VII – articular as políticas públicas de Federal e Municípios às diretrizes e metas do
cultura e promover a organização de redes e Plano Nacional de Cultura far-se-á por meio
consórcios para a sua implantação, de forma de termo de adesão voluntária, na forma do
integrada com as políticas públicas de educação, regulamento.
comunicação, ciência e tecnologia, direitos hu- § 3o Os entes da Federação que aderirem
manos, meio ambiente, turismo, planejamento ao Plano Nacional de Cultura deverão elaborar
urbano e cidades, desenvolvimento econômico os seus planos decenais até 1 (um) ano após a
e social, indústria e comércio, relações exterio- assinatura do termo de adesão voluntária.
res, dentre outras; § 4o O Poder Executivo federal, observados
VIII – dinamizar as políticas de intercâmbio os limites orçamentários e operacionais, poderá
e a difusão da cultura brasileira no exterior, oferecer assistência técnica e financeira aos
Legislação correlata

promovendo bens culturais e criações artísticas entes da federação que aderirem ao Plano, nos
brasileiras no ambiente internacional; dar su- termos de regulamento.
porte à presença desses produtos nos mercados § 5o Poderão colaborar com o Plano Nacio-
de interesse econômico e geopolítico do País; nal de Cultura, em caráter voluntário, outros
IX – organizar instâncias consultivas e de entes, públicos e privados, tais como empresas,
participação da sociedade para contribuir na organizações corporativas e sindicais, organi-
61
zações da sociedade civil, fundações, pessoas CAPÍTULO IV – Do Sistema de
físicas e jurídicas que se mobilizem para a Monitoramento e Avaliação
garantia dos princípios, objetivos, diretrizes e
metas do PNC, estabelecendo termos de adesão Art. 8o Compete ao Ministério da Cultura
específicos. monitorar e avaliar periodicamente o alcance
§ 6o O Ministério da Cultura exercerá a das diretrizes e eficácia das metas do Plano
função de coordenação executiva do Plano Nacional de Cultura com base em indicadores
Nacional de Cultura – PNC, conforme esta Lei, nacionais, regionais e locais que quantifiquem
ficando responsável pela organização de suas a oferta e a demanda por bens, serviços e con-
instâncias, pelos termos de adesão, pela im- teúdos, os níveis de trabalho, renda e acesso da
plantação do Sistema Nacional de Informações cultura, de institucionalização e gestão cultural,
e Indicadores Culturais – SNIIC, pelo estabele- de desenvolvimento econômico-cultural e
cimento de metas, pelos regimentos e demais de implantação sustentável de equipamentos
especificações necessárias à sua implantação. culturais.
Parágrafo único. O processo de monito-
ramento e avaliação do PNC contará com a
CAPÍTULO III – Do Financiamento participação do Conselho Nacional de Política
Cultural, tendo o apoio de especialistas, técni-
Art. 4o Os planos plurianuais, as leis de dire- cos e agentes culturais, de institutos de pesquisa,
trizes orçamentárias e as leis orçamentárias da de universidades, de instituições culturais, de
União e dos entes da federação que aderirem organizações e redes socioculturais, além do
às diretrizes e metas do Plano Nacional de apoio de outros órgãos colegiados de caráter
Cultura disporão sobre os recursos a serem consultivo, na forma do regulamento.
destinados à execução das ações constantes do
Anexo desta Lei. Art. 9o Fica criado o Sistema Nacional de
Informações e Indicadores Culturais – SNIIC,
Art. 5o O Fundo Nacional de Cultura, por com os seguintes objetivos:
meio de seus fundos setoriais, será o principal I – coletar, sistematizar e interpretar dados,
mecanismo de fomento às políticas culturais. fornecer metodologias e estabelecer parâmetros
à mensuração da atividade do campo cultural e
Art. 6o A alocação de recursos públicos fede- das necessidades sociais por cultura, que per-
rais destinados às ações culturais nos Estados, mitam a formulação, monitoramento, gestão
no Distrito Federal e nos Municípios deverá e avaliação das políticas públicas de cultura e
observar as diretrizes e metas estabelecidas das políticas culturais em geral, verificando e
nesta Lei. racionalizando a implementação do PNC e sua
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

Parágrafo único. Os recursos federais revisão nos prazos previstos;


transferidos aos Estados, ao Distrito Federal e II – disponibilizar estatísticas, indicadores e
aos Municípios deverão ser aplicados priorita- outras informações relevantes para a caracte-
riamente por meio de Fundo de Cultura, que rização da demanda e oferta de bens culturais,
será acompanhado e fiscalizado por Conselho para a construção de modelos de economia e
de Cultura, na forma do regulamento. sustentabilidade da cultura, para a adoção de
mecanismos de indução e regulação da ativida-
Art. 7o O Ministério da Cultura, na condição de econômica no campo cultural, dando apoio
de coordenador executivo do Plano Nacional de aos gestores culturais públicos e privados;
Cultura, deverá estimular a diversificação dos III – exercer e facilitar o monitoramento e
mecanismos de financiamento para a cultura de avaliação das políticas públicas de cultura e
forma a atender os objetivos desta Lei e elevar das políticas culturais em geral, assegurando
o total de recursos destinados ao setor para ao poder público e à sociedade civil o acompa-
garantir o seu cumprimento. nhamento do desempenho do PNC.
62
Art. 10. O Sistema Nacional de Informações e § 1o O Comitê Executivo será composto por
Indicadores Culturais – SNIIC terá as seguintes membros indicados pelo Congresso Nacional
características: e pelo Ministério da Cultura, tendo a partici-
I – obrigatoriedade da inserção e atualização pação de representantes do Conselho Nacional
permanente de dados pela União e pelos Esta- de Política Cultural – CNPC, dos entes que
dos, Distrito Federal e Municípios que vierem aderirem ao Plano Nacional de Cultura – PNC
a aderir ao Plano; e do setor cultural.
II – caráter declaratório; § 2o As metas de desenvolvimento ins-
III – processos informatizados de declara- titucional e cultural para os 10 (dez) anos
ção, armazenamento e extração de dados; de vigência do Plano serão fixadas pela co-
IV – ampla publicidade e transparência para ordenação executiva do Plano Nacional de
as informações declaradas e sistematizadas, Cultura – PNC a partir de subsídios do Sis-
preferencialmente em meios digitais, atuali- tema Nacional de Informações e Indicadores
zados tecnologicamente e disponíveis na rede Culturais – SNIIC e serão publicadas em 180
mundial de computadores. (cento e oitenta) dias a partir da entrada em
§ 1o O declarante será responsável pela vigor desta Lei.
inserção de dados no programa de declaração
e pela veracidade das informações inseridas na Art. 13. A União e os entes da federação que
base de dados. aderirem ao Plano deverão dar ampla publi-
§ 2o As informações coletadas serão proces- cidade e transparência ao seu conteúdo, bem
sadas de forma sistêmica e objetiva e deverão como à realização de suas diretrizes e metas,
integrar o processo de monitoramento e ava- estimulando a transparência e o controle social
liação do PNC. em sua implementação.
§ 3o O Ministério da Cultura poderá pro-
mover parcerias e convênios com instituições Art. 14. A Conferência Nacional de Cultura e
especializadas na área de economia da cultura, as conferências setoriais serão realizadas pelo
de pesquisas socioeconômicas e demográficas Poder Executivo federal, enquanto os entes
para a constituição do Sistema Nacional de que aderirem ao PNC ficarão responsáveis
Informações e Indicadores Culturais – SNIIC. pela realização de conferências no âmbito de
suas competências para o debate de estraté-
gias e o estabelecimento da cooperação entre
CAPÍTULO V – Disposições Finais os agentes públicos e a sociedade civil para a
implementação do Plano Nacional de Cultura
Art. 11. O Plano Nacional de Cultura será – PNC.
revisto periodicamente, tendo como objetivo Parágrafo único. Fica sob responsabilidade
a atualização e o aperfeiçoamento de suas di- do Ministério da Cultura a realização da Con-
retrizes e metas. ferência Nacional de Cultura e de conferências
Parágrafo único. A primeira revisão do setoriais, cabendo aos demais entes federados
Plano será realizada após 4 (quatro) anos da a realização de conferências estaduais e mu-
promulgação desta Lei, assegurada a parti- nicipais para debater estratégias e estabelecer
cipação do Conselho Nacional de Política a cooperação entre os agentes públicos e da
Cultural – CNPC e de ampla representação do sociedade civil para a implantação do PNC e
poder público e da sociedade civil, na forma dos demais planos.
Legislação correlata

do regulamento.
Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de
Art. 12. O processo de revisão das diretrizes e sua publicação.
estabelecimento de metas para o Plano Nacional
de Cultura – PNC será desenvolvido pelo Co- Brasília, 2 de dezembro de 2010; 189o da Inde-
mitê Executivo do Plano Nacional de Cultura. pendência e 122o da República.
63
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Guido Promulgada em 2/12/2010 e publicada no DOU de
Mantega – João Luiz Silva Ferreira 3/12/2010.

Anexo

Plano Nacional de Cultura


Diretrizes, Estratégias e Ações

CAPÍTULO I – Do Estado programas na área cultural, em diálogo com a


Fortalecer a função do estado na sociedade civil.
institucionalização das políticas culturais
Intensificar o planejamento de programas e O Sistema Nacional de Cultura – SNC, criado
ações voltadas ao campo cultural por lei específica, e o Sistema Nacional de
Consolidar a execução de políticas públicas Informações e Indicadores Culturais – SNIIC
para cultura orientarão a instituição de marcos legais e
instâncias de participação social, o desenvol-
O Plano Nacional de Cultura está voltado ao vimento de processos de avaliação pública, a
estabelecimento de princípios, objetivos, po- adoção de mecanismos de regulação e indução
líticas, diretrizes e metas para gerar condições do mercado e da economia da cultura, assim
de atualização, desenvolvimento e preservação como a territorialização e a nacionalização das
das artes e das expressões culturais, inclusive políticas culturais.
aquelas até então desconsideradas pela ação
do Estado no País. Compete ao Estado:

O Plano reafirma uma concepção ampliada • FORMULAR POLÍTICAS PÚBLICAS,


de cultura, entendida como fenômeno social identificando as áreas estratégicas de nosso de-
e humano de múltiplos sentidos. Ela deve ser senvolvimento sustentável e de nossa inserção
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

considerada em toda a sua extensão antropo- geopolítica no mundo contemporâneo, fazendo


lógica, social, produtiva, econômica, simbólica confluir vozes e respeitando os diferentes agen-
e estética. tes culturais, atores sociais, formações humanas
e grupos étnicos.
O Plano ressalta o papel regulador, indutor e
fomentador do Estado, afirmando sua missão • QUALIFICAR A GESTÃO CULTURAL, oti-
de valorizar, reconhecer, promover e preservar mizando a alocação dos recursos públicos e bus-
a diversidade cultural existente no Brasil. cando a complementaridade com o investimento
privado, garantindo a eficácia e a eficiência, bem
Aos governos e suas instituições cabem a como o atendimento dos direitos e a cobrança
formulação de políticas públicas, diretrizes e dos deveres, aumentando a racionalização dos
critérios, o planejamento, a implementação, processos e dos sistemas de governabilidade,
o acompanhamento, a avaliação, o monito- permitindo maior profissionalização e melho-
ramento e a fiscalização das ações, projetos e rando o atendimento das demandas sociais.
64
• FOMENTAR A CULTURA de forma ampla, • DIFUNDIR OS BENS, CONTEÚDOS E VA-
estimulando a criação, produção, circulação, LORES oriundos das criações artísticas e das
promoção, difusão, acesso, consumo, docu- expressões culturais locais e nacionais em todo
mentação e memória, também por meio de o território brasileiro e no mundo, assim como
subsídios à economia da cultura, mecanismos promover o intercâmbio e a interação desses com
de crédito e financiamento, investimento por seus equivalentes estrangeiros, observando os
fundos públicos e privados, patrocínios e dis- marcos da diversidade cultural para a exportação
ponibilização de meios e recursos. de bens, conteúdos, produtos e serviços culturais.

• PROTEGER E PROMOVER A DIVERSI- • ESTRUTURAR E REGULAR A ECONOMIA


DADE CULTURAL, reconhecendo a comple- DA CULTURA, construindo modelos sus-
xidade e abrangência das atividades e valores tentáveis, estimulando a economia solidária e
culturais em todos os territórios, ambientes e formalizando as cadeias produtivas, ampliando
contextos populacionais, buscando dissolver a o mercado de trabalho, o emprego e a geração
hierarquização entre alta e baixa cultura, cultura de renda, promovendo o equilíbrio regional, a
erudita, popular ou de massa, primitiva e civili- isonomia de competição entre os agentes, prin-
zada, e demais discriminações ou preconceitos. cipalmente em campos onde a cultura interage
com o mercado, a produção e a distribuição de
• AMPLIAR E PERMITIR O ACESSO compre- bens e conteúdos culturais internacionalizados.
endendo a cultura a partir da ótica dos direitos
e liberdades do cidadão, sendo o Estado um São fundamentais para o exercício da função
instrumento para efetivação desses direitos e do Estado:
garantia de igualdade de condições, promo-
vendo a universalização do acesso aos meios • o compartilhamento de responsabilidades e a
de produção e fruição cultural, fazendo equi- cooperação entre os entes federativos;
librar a oferta e a demanda cultural, apoiando
a implantação dos equipamentos culturais e • a instituição e atualização de marcos legais;
financiando a programação regular destes.
• a criação de instâncias de participação da
• PRESERVAR O PATRIMÔNIO MATERIAL E sociedade civil;
IMATERIAL, resguardando bens, documentos,
acervos, artefatos, vestígios e sítios, assim como • a cooperação com os agentes privados e as
as atividades, técnicas, saberes, linguagens e instituições culturais;
tradições que não encontram amparo na so-
ciedade e no mercado, permitindo a todos o • a relação com instituições universitárias e de
cultivo da memória comum, da história e dos pesquisa;
testemunhos do passado.
• a disponibilização de informações e dados
• AMPLIAR A COMUNICAÇÃO E POSSI- qualificados;
BILITAR A TROCA ENTRE OS DIVERSOS
AGENTES CULTURAIS, criando espaços, • a territorialização e a regionalização das po-
dispositivos e condições para iniciativas com- líticas culturais;
partilhadas, o intercâmbio e a cooperação,
Legislação correlata

aprofundando o processo de integração na- • a atualização dos mecanismos de fomento,


cional, absorvendo os recursos tecnológicos, incentivo e financiamento à atividade cultural;
garantindo as conexões locais com os fluxos
culturais contemporâneos e centros culturais • a construção de estratégias culturais de in-
internacionais, estabelecendo parâmetros para ternacionalização e de integração em blocos
a globalização da cultura. geopolíticos e mercados globais.
65
ESTRATÉGIAS E AÇÕES e carreiras, otimizando o emprego de recursos
e garantindo o exercício de suas competências.
1.1 Fortalecer a gestão das políticas públicas
para a cultura, por meio da ampliação das 1.1.4 Consolidar a implantação do Sistema
capacidades de planejamento e execução de Nacional de Cultura – SNC, como instrumento
metas, a articulação das esferas dos poderes de articulação para a gestão e profissionalização
públicos, o estabelecimento de redes institucio- de agentes executores de políticas públicas de
nais das três esferas de governo e a articulação cultura, envolvendo a União, Estados, Distrito
com instituições e empresas do setor privado Federal, Municípios e sociedade civil.
e organizações da sociedade civil.
1.1.5 Atribuir a divisão de competências
1.1.1 Consolidar a implantação do Sistema entre órgãos federais, estaduais e municipais,
Nacional de Cultura – SNC como instrumento no âmbito do Sistema Nacional de Cultura –
de articulação, gestão, informação, formação, SNC, bem como das instâncias de formulação,
fomento e promoção de políticas públicas de acompanhamento e avaliação da execução de
cultura com participação e controle da socieda- políticas públicas de cultura.
de civil e envolvendo as três esferas de governo
(federal, estadual e municipal). A implemen- 1.1.6 Estimular a criação e instalação de secre-
tação do Sistema Nacional de Cultura – SNC tarias municipais e estaduais de cultura em todo
deve promover, nessas esferas, a constituição ou o território nacional, garantindo o atendimento
fortalecimento de órgãos gestores da cultura, das demandas dos cidadãos e a proteção dos
conselhos de política cultural, conferências de bens e valores culturais.
cultura, fóruns, colegiados, sistemas setoriais
de cultura, comissões intergestoras, sistemas de 1.1.7 Estimular a constituição ou fortalecimen-
financiamento à cultura, planos e orçamentos to de órgãos gestores, conselhos consultivos,
participativos para a cultura, sistemas de in- conferências, fóruns, colegiados e espaços de
formação e indicadores culturais e programas interlocução setorial, democráticos e transpa-
de formação na área da cultura. As diretrizes rentes, apoiando a ação dos fundos de fomento,
da gestão cultural serão definidas por meio acompanhando a implementação dos planos e,
das respectivas Conferências e Conselhos de quando possível, criando gestão participativa
Política Cultural, compostos por, no mínimo, dos orçamentos para a cultura.
50% (cinquenta por cento) de membros da
sociedade civil, eleitos democraticamente. Os 1.1.8 Estabelecer programas de cooperação
Órgãos Gestores devem apresentar periodi- técnica entre os entes da Federação para a
camente relatórios de gestão para avaliação elaboração de planos e do planejamento das
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

nas instâncias de controle social do Sistema políticas públicas, organizando consórcios e


Nacional de Cultura – SNC. redes.

1.1.2 Apoiar iniciativas em torno da constitui- 1.1.9 Estabelecer sistemas de integração de


ção de agendas, frentes e comissões parlamen- equipamentos culturais e fomentar suas ativi-
tares dedicadas a temas culturais, tais como a dades e planos anuais, desenvolvendo metas
elevação de dotação orçamentária, o aprimo- qualitativas de aprimoramento e atualização de
ramento dos marcos legais, o fortalecimento seus modelos institucionais, de financiamento,
institucional e o controle social. de gestão e de atendimento ao público e elabo-
rando programas para cada um dos seus focos
1.1.3 Descentralizar o atendimento do Mi- setoriais de política pública.
nistério da Cultura no território nacional,
sistematizar as ações de suas instituições vin- 1.1.10 Aprimorar e ampliar os mecanismos de
culadas e fortalecer seus quadros institucionais comunicação e de colaboração entre os órgãos
66
e instituições públicos e organizações sociais 1.3.2 Elaborar, em parceria com bancos e
e institutos privados, de modo a sistematizar agências de crédito, modelos de financiamento
informações, referências e experiências acu- para as artes e manifestações culturais, que
muladas em diferentes setores do governo, contemplem as particularidades e dinâmicas
iniciativa privada e associações civis. de suas atividades.

1.1.11 Fortalecer as políticas culturais setoriais 1.3.3 Promover o investimento para a pesquisa
visando à universalização do acesso e garantia de inovação e a produção cultural independente
ao exercício do direito à cultura. e regional.

1.2 Consolidar a implantação do Sistema Na- 1.3.4 Realizar acordos com bancos e fundos
cional de Informações e Indicadores Culturais públicos e privados de financiamento para
– SNIIC como instrumento de acompanhamen- oferecimento de linhas de crédito especiais para
to, avaliação e aprimoramento da gestão e das a produção artística e cultural, viabilizando a
políticas públicas de cultura. sua produção e circulação comercial.

1.2.1 Estabelecer padrões de cadastramento, 1.3.5 Estimular o investimento privado de risco


mapeamento e síntese das informações cul- em cultura e a criação de fundos de investimento.
turais, a fim de orientar a coleta pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios de dados 1.3.6 Estimular nos bancos estatais e de fo-
relacionados à gestão, à formação, à produção mento linhas de crédito subsidiado para co-
e à fruição de obras, atividades e expressões munidades detentoras de bens culturais, para
artísticas e culturais. que possam realizar ações de preservação, de
restauração, de promoção e de salvaguarda do
1.2.2 Estabelecer, no âmbito do Sistema Na- patrimônio cultural.
cional de Informações e Indicadores Culturais
– SNIIC, os indicadores de acompanhamento 1.3.7 Criar, em parceria com bancos públicos e
e avaliação deste Plano Nacional. bancos de fomento, linhas de crédito subsidiado
para o financiamento da requalificação de imóveis
1.2.3 Disseminar subsídios para formulação, públicos e privados situados em sítios históricos.
implementação, gestão e avaliação das políticas
culturais. 1.4 Ampliar e desconcentrar os investimen-
tos em produção, difusão e fruição cultural,
1.2.4 Implantar uma instituição pública nacio- visando ao equilíbrio entre as diversas fontes
nal de estudos e pesquisas culturais. e à redução das disparidades regionais e desi-
gualdades sociais, com prioridade para os perfis
1.3 Estimular a diversificação dos mecanismos populacionais e identitários historicamente
de financiamento para a cultura e a coorde- desconsiderados em termos de apoio, investi-
nação entre os diversos agentes econômicos mento e interesse comercial.
(governos, instituições e empresas públicas e
privadas, instituições bancárias e de crédito) 1.4.1 Estabelecer critérios transparentes para
de forma a elevar o total de recursos destinados o financiamento público de atividades que
aos setores culturais e atender às necessidades fortaleçam a diversidade nacional, o bem-estar
Legislação correlata

e peculiaridades de suas áreas. social e a integração de esforços pelo desenvol-


vimento sustentável e socialmente justo.
1.3.1 Incentivar a formação de consórcios in-
termunicipais, de modo a elevar a eficiência e a 1.4.2 Articular os marcos regulatórios dos
eficácia das ações de planejamento e execução mecanismos de fomento e incentivo das esferas
de políticas regionais de cultura. federal, estadual e municipal.
67
1.4.3 Aprimorar os instrumentos legais de meio da regulamentação dos mecanismos de
forma a dar transparência e garantir o controle repasse do Fundo Nacional de Cultura, esti-
social dos processos de seleção e de prestação de mulando contrapartidas orçamentárias locais
contas de projetos incentivados com recursos para o recurso federal alocado.
públicos.
1.5.3 Estimular a criação, o aprimoramento
1.4.4 Ampliar e regulamentar as contrapartidas do gerenciamento técnico dos empenhos e o
socioculturais, de desconcentração regional, controle social dos fundos de cultura, priori-
de acesso, de apoio à produção independente zando a distribuição de recursos por meio de
e de pesquisa para o incentivo a projetos com mecanismos de seleção pública e de editais de
recursos oriundos da renúncia fiscal. chamamento de projetos.

1.4.5 Ampliar e aprimorar a divulgação dos 1.5.4 Estabelecer programas específicos para
programas, ações e editais públicos de apoio setores culturais, principalmente para artes
à cultura. visuais, música, artes cênicas, literatura, au-
diovisual, patrimônio, museus e diversidade
1.4.6 Ampliar o uso de editais e comissões de cultural, garantindo percentuais equilibrados
seleção pública com a participação de represen- de alocação de recursos em cada uma das po-
tantes da sociedade na escolha de projetos para líticas setoriais.
destinação de recursos públicos provenientes
do orçamento e da renúncia fiscal, garantindo 1.5.5 Estabelecer mecanismos complementares
regras transparentes e ampla divulgação. de fomento e financiamento tornando o FNC
sócio de empreendimentos culturais e permi-
1.4.7 Incentivar o uso de editais pelas entidades tindo a incorporação de receitas advindas do
financiadoras privadas, bem como por organi- sucesso comercial dos projetos.
zações não governamentais e outras instituições
que ofereçam recursos para cultura. 1.5.6 Ampliar as fontes de recursos do Fundo
Nacional de Cultura, buscando fontes em ex-
1.4.8 Ampliar as linhas de financiamento e fo- trações das loterias federais, doações e outros
mento à produção independente de conteúdos montantes para além dos oriundos do caixa
para rádio, televisão, internet e outras mídias, geral da União.
com vistas na democratização dos meios de
comunicação e na valorização da diversidade 1.6 Aprimorar o mecanismo de incentivo
cultural. fiscal, de forma a aproveitar seus recursos no
sentido da desconcentração regional, susten-
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

1.4.9 Incentivar a criação de linhas de finan- tabilidade e alinhamento às políticas públicas.


ciamento e fomento para modelos de negócios
culturais inovadores. 1.6.1 Estimular a construção de diretrizes para
o incentivo fiscal, de modo a permitir uma
1.5 Fortalecer o Fundo Nacional de Cultura melhor distribuição dos recursos oriundos da
como mecanismo central de fomento. renúncia, gerando maior distribuição no terri-
tório nacional e entre as diferentes atividades
1.5.1 Estabelecer programas de financiamento culturais.
conjunto entre as três esferas da federação, por
meio da reformulação do Fundo Nacional de 1.6.2 Estabelecer percentuais diferenciados de
Cultura. renúncia fiscal baseados em critérios objetivos
que permitam aferir o nível de comprometi-
1.5.2 Induzir à criação e à padronização dos mento do projeto com as políticas públicas de
fundos estaduais e municipais de cultura, por cultura.
68
1.6.3 Estimular a contrapartida do setor priva- 1.7.5 Contribuir para a definição dos marcos
do e das empresas usuárias dos mecanismos de legais e organizacionais que ordenarão o desen-
compensação tributária, de modo a aumentar volvimento tecnológico, a sustentabilidade e a
os montantes de recursos de copatrocínio e democratização da mídia audiovisual e digital.
efetivar a parceria do setor público e do setor
privado no campo da cultura. 1.7.6 Estimular a participação dos órgãos gesto-
res da política pública de cultura no debate sobre
1.6.4 Estimular pessoas físicas a investir em a atualização das leis de comunicação social,
projetos culturais por meio dos mecanismos de abrangendo os meios impressos, eletrônicos e
renúncia fiscal, principalmente em fundos fidu- de internet, bem como os serviços de infraes-
ciários que gerem a sustentabilidade de longo trutura de telecomunicações e redes digitais.
prazo em instituições e equipamentos culturais.
1.7.7 Fortalecer e aprimorar os mecanismos
1.6.5 Promover a autonomia das instituições regulatórios e legislativos de proteção e gestão
culturais na definição de suas políticas, regu- do patrimônio cultural, histórico e artístico e
lando e incentivando sua independência em dos museus brasileiros.
relação às empresas patrocinadoras.
1.8 Instituir e aprimorar os marcos regulatórios
1.7 Sistematizar instrumentos jurídicos e em articulação com o Sistema Brasileiro de
normativos para o aprimoramento dos mar- Defesa da Concorrência e organizações inter-
cos regulatórios da cultura, com o objetivo de nacionais dedicadas ao tema.
fortalecer as leis e regimentos que ordenam o
setor cultural. 1.8.1 Revisar a legislação tributária aplicada
às indústrias da cultura, especialmente os seg-
1.7.1 Fortalecer as comissões de cultura no mentos do audiovisual, da música e do livro,
Poder Legislativo federal, estadual e munici- levando em conta os índices de acesso em todo
pal, estimulando a participação de mandatos o território nacional e o advento da convergên-
e bancadas parlamentares no constante apri- cia digital da mídia, sem prejuízo aos direitos
moramento e na revisão ocasional das leis, dos criadores.
garantindo os interesses públicos e os direitos
dos cidadãos. 1.8.2 Instituir instrumentos tributários dife-
renciados para beneficiar a produção, difusão,
1.7.2 Promover programas de cooperação circulação e comercialização de bens, produtos
técnica para atualização e alinhamento das e serviços culturais.
legislações federais, estaduais e municipais,
aprimorando os marcos jurídicos locais de ins- 1.8.3 Criar políticas fiscais capazes de carrear
titucionalização da política pública de cultura. recursos oriundos do turismo em benefício dos
bens e manifestações de arte e cultura locais.
1.7.3 Estabelecer instrumentos normativos
relacionados ao patrimônio cultural para o 1.8.4 Criar regras nacionais de tributação ade-
desenvolvimento dos marcos regulatórios de quadas à especificidade das atividades artísticas
políticas territoriais urbanas e rurais, de arque- e culturais itinerantes.
ologia pré-histórica e de história da arte.
Legislação correlata

1.8.5 Promover o tratamento igualitário no que


1.7.4 Garantir a participação efetiva dos órgãos tange ao controle da saída e entrada de bens
executivos e comissões legislativas de cultura culturais no País, desburocratizando os seus trâ-
nos processos de elaboração, revisão e execu- mites e simplificando a legislação para o trânsito
ção da lei orgânica e dos planos diretores dos e recepção de obras para exposições. Contribuir
Municípios. para o combate ao tráfico ilícito de bens culturais.
69
1.8.6 Estabelecer o direito de preferência do autorais, com destaque para os problemas re-
Estado brasileiro sobre as instituições estran- lacionados à gestão coletiva de direitos.
geiras em ocasiões de venda de obras de arte
nacionais de interesse público. 1.9.8 Estimular a criação e o aperfeiçoamento
técnico das associações gestoras de direitos au-
1.9 Fortalecer a gestão pública dos direitos torais e adotar medidas que tornem suas gestões
autorais, por meio da expansão e moderniza- mais democráticas e transparentes.
ção dos órgãos competentes e da promoção do
equilíbrio entre o respeito a esses direitos e a 1.9.9 Promover a defesa de direitos associados
ampliação do acesso à cultura. ao patrimônio cultural, em especial os direitos
de imagem e de propriedade intelectual coletiva
1.9.1 Criar instituição especificamente voltada de populações detentoras de saberes tradicio-
à promoção e regulação de direitos autorais e nais, envolvendo-as nessa ação.
suas atividades de arrecadação e distribuição.
1.9.10 Garantir aos povos e comunidades
1.9.2 Revisar a legislação brasileira sobre tradicionais direitos sobre o uso comercial
direitos autorais, com vistas em equilibrar os sustentável de seus conhecimentos e expressões
interesses dos criadores, investidores e usuários, culturais. Estimular sua participação na elabo-
estabelecendo relações contratuais mais justas ração de instrumentos legais que assegurem a
e critérios mais transparentes de arrecadação repartição equitativa dos benefícios resultantes
e distribuição. desse mercado.

1.9.3 Aprimorar e acompanhar a legislação 1.9.11 Estabelecer mecanismos de proteção


autoral com representantes dos diversos aos conhecimentos tradicionais e expressões
agentes envolvidos com o tema, garantindo a culturais, reconhecendo a importância desses
participação da produção artística e cultural saberes no valor agregado aos produtos, servi-
independente, por meio de consultas e debates ços e expressões da cultura brasileira.
abertos ao público.
1.9.12 Incentivar o desenvolvimento de mo-
1.9.4 Adequar a regulação dos direitos autorais, delos solidários de licenciamento de conteúdos
suas limitações e exceções, ao uso das novas culturais, com o objetivo de ampliar o reconhe-
tecnologias de informação e comunicação. cimento dos autores de obras intelectuais, asse-
gurar sua propriedade intelectual e expandir o
1.9.5 Criar marcos legais de proteção e difusão acesso às manifestações culturais.
dos conhecimentos e expressões culturais tradi-
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

cionais e dos direitos coletivos das populações 1.9.13 Incentivar e fomentar o desenvolvimen-
detentoras desses conhecimentos e autoras to de produtos e conteúdos culturais intensivos
dessas manifestações, garantindo a participação em conhecimento e tecnologia, em especial sob
efetiva dessas comunidades nessa ação. regimes flexíveis de propriedade intelectual.

1.9.6 Descentralizar o registro de obras prote- 1.9.14 Promover os interesses nacionais rela-
gidas por direitos autorais, por meio da abertu- tivos à cultura nos organismos internacionais
ra de representações estaduais dos escritórios de governança sobre o Sistema de Propriedade
de registro, e facilitar o registro de obras nos Intelectual e outros foros internacionais de ne-
órgãos competentes. gociação sobre o comércio de bens e serviços.

1.9.7 Regular o funcionamento de uma instân- 1.9.15 Qualificar os debates sobre revisão e
cia administrativa especializada na mediação de atualização das regras internacionais de pro-
conflitos e arbitragem no campo dos direitos priedade intelectual, com vistas em compensar
70
as condições de desigualdade dos países em e federais, com o objetivo de desenvolver
desenvolvimento em relação aos países desen- diagnósticos e planos conjuntos de trabalho.
volvidos. Instituir marcos legais e articular as redes de
ensino e acesso à cultura.
1.10 Promover uma maior articulação das
políticas públicas de cultura com as de outras 1.10.8 Atuar em conjunto com os órgãos de
áreas, como educação, meio ambiente, de- educação no desenvolvimento de atividades
senvolvimento social, planejamento urbano que insiram as artes no ensino regular como
e econômico, turismo, indústria e comércio. instrumento e tema de aprendizado, com a fina-
lidade de estimular o olhar crítico e a expressão
1.10.1 Construir um sistema de gestão com- artístico-cultural do estudante.
partilhada e em rede para as políticas de cultura
intersetoriais de modo a ampliar a participação 1.10.9 Realizar programas em parceria com os
social no monitoramento, avaliação e revisão de órgãos de educação para que as escolas atuem
programas, projetos e ações. também como centros de produção e difusão
cultural da comunidade.
1.10.2 (Vetado)
1.10.10 Incentivar pesquisas e elaboração de
1.10.3 Estabelecer um sistema articulado de materiais didáticos e de difusão referentes a
ações entre as diversas instâncias de governo conteúdos multiculturais, étnicos e de educação
e os meios de comunicação públicos, de modo patrimonial.
a garantir a transversalidade de efeitos dos re-
cursos aplicados no fomento à difusão cultural. 1.10.11 Estabelecer uma política voltada ao
desenvolvimento de ações culturais para a
1.10.4 Estabelecer a participação contínua dos infância e adolescência, com financiamento e
órgãos culturais nas instâncias intersetoriais e modelo de gestão compartilhado e intersetorial.
nas ações das instituições responsáveis pelo
desenvolvimento científico e tecnológico que 1.10.12 Promover políticas, programas e ações
definem e implementam as políticas de inclusão voltados às mulheres, relações de gênero e
e de distribuição da infraestrutura de serviços LGBT, com fomento e gestão transversais e
de conexão às redes digitais. compartilhados.

1.10.5 Articular os órgãos federais, estaduais e 1.11 Dinamizar as políticas de intercâmbio e


municipais e representantes da sociedade civil e difusão da cultura brasileira no exterior, em
do empresariado na elaboração e implementa- parceria com as embaixadas brasileiras e as
ção da política intersetorial de cultura e turis- representações diplomáticas do País no exte-
mo, estabelecendo modelos de financiamento rior, a fim de afirmar a presença da arte e da
e gestão compartilhada e em rede. cultura brasileiras e seus valores distintivos no
cenário global, potencializar os intercâmbios
1.10.6 Construir instrumentos integrados de econômicos e técnicos na área e a exportação
preservação, salvaguarda e gestão do patrimô- de produtos e consolidar as redes de circulação
nio em todas as suas vertentes e dimensões, e dos mercados consumidores de bens, conte-
incluindo desenvolvimento urbano, turismo, údos e serviços culturais.
Legislação correlata

meio ambiente, desenvolvimento econômico e


planejamento estratégico, entre outras. 1.11.1 Instituir uma agência de cooperação
cultural internacional vinculada ao Ministério
1.10.7 Estabelecer uma agenda compartilhada da Cultura e desenvolver estratégias constan-
de programas, projetos e ações entre os órgãos tes de internacionalização da arte e da cultura
de cultura e educação municipais, estaduais brasileiras no mundo contemporâneo.
71
1.11.2 Fomentar projetos e ações de promoção 1.11.9 Estabelecer acordos e protocolos inter-
da arte e da diversidade cultural brasileiras em nacionais de cooperação, fomento e difusão,
todo o mundo, por meio da valorização de em especial com países em desenvolvimento,
suas diferentes contribuições, seus potenciais de modo a ampliar a inserção da produção
de inovação e de experimentação diante da cultural brasileira no mercado internacional
cultura global. e o intercâmbio de produções e experiências
culturais.
1.11.3 Fortalecer a participação brasileira nas
redes, fóruns, reuniões de especialistas, en- 1.11.10 Estimular a tradução e a publicação de
contros bilaterais, acordos multilaterais e em obras literárias brasileiras em diversas mídias
representações nos organismos internacionais, no exterior, assim como de obras estrangeiras
ligados à cultura, dando amplitude e divulga- no País, ampliando o repertório cultural e
ção às suas discussões, afirmando princípios, semântico traduzível e as interações entre as
conceitos, objetivos e diretrizes estratégicas de línguas e valores, principalmente as neolatinas
nossa política cultural. e as indígenas do continente americano.

1.11.4 Desenvolver políticas públicas para es-


timular o trânsito da arte e das manifestações CAPÍTULO II – Da Diversidade
culturais nas regiões fronteiriças brasileiras, Reconhecer e valorizar a diversidade
ampliando o relacionamento com outros países Proteger e promover as artes e expressões
do continente. culturais

1.11.5 Estimular a circulação de bens cultu- A formação sociocultural do Brasil é marcada


rais e valores, incentivando a construção de por encontros étnicos, sincretismos e mestiça-
equipamentos culturais nas áreas de fronteira, gens. É dominante, na experiência histórica,
com o objetivo de promover a integração dos a negociação entre suas diversas formações
países limítrofes. humanas e matrizes culturais no jogo entre
identidade e alteridade, resultando no reco-
1.11.6 Articular órgãos e políticas de cultura e nhecimento progressivo dos valores simbólicos
relações exteriores para constituir e aprofundar presentes em nosso território. Não se pode
programas sobre temas e experiências culturais ignorar, no entanto, as tensões, dominações e
com outras nações, sobretudo no âmbito do discriminações que permearam e permeiam a
Mercosul, da América Latina, da Comunidade trajetória do País, registradas inclusive nas di-
dos Países de Língua Portuguesa, dando desta- ferentes interpretações desses fenômenos e nos
que também ao intercâmbio com China, Rússia, termos adotados para expressar as identidades.
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

Índia e África do Sul.


A diversidade cultural no Brasil se atualiza – de
1.11.7 Articular políticas de cultura e inter- maneira criativa e ininterrupta – por meio da
câmbio para aprofundar temas e experiências expressão de seus artistas e de suas múltiplas
culturais com os países do continente africano, identidades, a partir da preservação de sua
os países árabes, o continente europeu e os memória, da reflexão e da crítica. As políticas
demais países que participaram dos fluxos públicas de cultura devem adotar medidas,
migratórios que contribuíram para a formação programas e ações para reconhecer, valorizar,
da população brasileira. proteger e promover essa diversidade.

1.11.8 Promover planos bilaterais e multilaterais Esse planejamento oferece uma oportunidade
de cooperação técnica e financeira, visando à tro- histórica para a adequação da legislação e da
ca de experiências, conhecimentos e metodolo- institucionalidade da cultura brasileira de
gias para a viabilização de programas nacionais. modo a atender à Convenção da Diversidade
72
Cultural da Unesco, firmando a diversidade no e comunidades tradicionais, por meio de con-
centro das políticas de Estado e como elo de teúdos para rádio, internet, televisão, revistas,
articulação entre segmentos populacionais e exposições museológicas, materiais didáticos e
comunidades nacionais e internacionais. livros, entre outros.

ESTRATÉGIAS E AÇÕES 2.1.5 Desenvolver e ampliar programas de-


dicados à capacitação de profissionais para o
2.1 Realizar programas de reconhecimento, ensino de história, arte e cultura africana, afro-
preservação, fomento e difusão do patrimônio -brasileira, indígena e de outras comunidades
e da expressão cultural dos e para os grupos não hegemônicas, bem como das diversas
que compõem a sociedade brasileira, especial- expressões culturais e linguagens artísticas.
mente aqueles sujeitos à discriminação e mar-
ginalização: os indígenas, os afro-brasileiros, 2.1.6 Apoiar o mapeamento, documentação
os quilombolas, outros povos e comunidades e preservação das terras das comunidades
tradicionais e moradores de zonas rurais e áreas quilombolas, indígenas e outras comunidades
urbanas periféricas ou degradadas; aqueles que tradicionais, com especial atenção para sítios
se encontram ameaçados devido a processos de valor simbólico e histórico.
migratórios, modificações do ecossistema,
transformações na dinâmica social, territorial, 2.1.7 Mapear, preservar, restaurar e difundir os
econômica, comunicacional e tecnológica; e acervos históricos das culturas afro-brasileira,
aqueles discriminados por questões étnicas, indígenas e de outros povos e comunidades
etárias, religiosas, de gênero, orientação sexual, tradicionais, valorizando tanto sua tradição oral
deficiência física ou intelectual e pessoas em quanto sua expressão escrita nos seus idiomas
sofrimento mental. e dialetos e na língua portuguesa.

2.1.1 Estabelecer abordagens intersetoriais e 2.1.8 Promover o intercâmbio de experiências


transdisciplinares para a execução de políticas e ações coletivas entre diferentes segmentos da
dedicadas às culturas populares, incluindo população, grupos de identidade e expressões
seus detentores na formulação de programas, culturais.
projetos e ações.
2.1.9 Fomentar a difusão nacional e internacio-
2.1.2 Criar políticas de transmissão dos saberes nal das variações regionais da culinária brasilei-
e fazeres das culturas populares e tradicionais, ra, valorizando o modo de fazer tradicional, os
por meio de mecanismos como o reconhe- hábitos de alimentação saudável e a produção
cimento formal dos mestres populares, leis sustentável de alimentos.
específicas, bolsas de auxílio, integração com
o sistema de ensino formal, criação de institui- 2.1.10 Fomentar projetos que visem a preser-
ções públicas de educação e cultura que valori- var e a difundir as brincadeiras e brinquedos
zem esses saberes e fazeres, criação de oficinas populares, cantigas de roda, contações de
e escolas itinerantes, estudos e sistematização histórias, adivinhações e expressões culturais
de pedagogias e dinamização e circulação dos similares.
seus saberes no contexto em que atuam.
2.1.11 Promover a elaboração de inventários
Legislação correlata

2.1.3 Reconhecer a atividade profissional dos sobre a diversidade das práticas religiosas,
mestres de ofícios por meio do título de “no- incluindo seus ritos e festas.
tório saber”.
2.1.12 Integrar as políticas públicas de cultura
2.1.4 Realizar campanhas nacionais, regionais destinadas ao segmento LGBT, sobretudo no
e locais de valorização das culturas dos povos que diz respeito à valorização da temática do
73
combate à homofobia, promoção da cidadania manifestações culturais populares por parte
e afirmação de direitos. das comunidades que as abrigam, estimulando
a autogestão de sua memória.
2.1.13 Incentivar projetos de moda e vestuário
que promovam conceitos estéticos baseados na 2.3.4 Desenvolver uma rede de cooperação
diversidade e na aceitação social dos diferentes entre instituições públicas federais, estaduais
tipos físicos e de suas formas de expressão. e municipais, instituições privadas, meios de
comunicação e demais organizações civis para
2.1.14 Fomentar políticas públicas de cul- promover o conhecimento sobre o patrimônio
tura voltadas aos direitos das mulheres e sua cultural, por meio da realização de mapeamen-
valorização, contribuindo para a redução das tos, inventários e ações de difusão.
desigualdades de gênero.
2.3.5 Mapear o patrimônio cultural brasileiro
2.2 Ampliar o reconhecimento e apropriação guardado por instituições privadas e organi-
social da diversidade da produção artística zações sociais, com o objetivo de formação de
brasileira, por meio de políticas de capacitação um banco de registros da memória operária
e profissionalização, pesquisa e difusão, apoio à nacional.
inovação de linguagem, estímulo à produção e
circulação, formação de acervos e repertórios 2.4 Desenvolver e implementar, em conjunto
e promoção do desenvolvimento das atividades com as instâncias locais, planos de preservação
econômicas correspondentes. para as cidades e núcleos urbanos históricos
ou de referência cultural, abordando a cultura
2.2.1 Formular e implementar planos setoriais e o patrimônio como eixos de planejamento e
nacionais de linguagens artísticas e expressões desenvolvimento urbano.
culturais, que incluam objetivos, metas e siste-
mas de acompanhamento, avaliação e controle 2.4.1 Incentivar e promover a qualificação da
social. produção do design, da arquitetura e do urba-
nismo contemporâneos, melhorando o ambien-
2.3 Disseminar o conhecimento e ampliar a te material, os aspectos estéticos e as condições
apropriação social do patrimônio cultural brasi- de habitabilidade das cidades, respeitando o
leiro, por meio de editais de seleção de pesquisa, patrimônio preexistente e proporcionando a
premiações, fomento a estudos sobre o tema e criação do patrimônio material do futuro.
incentivo a publicações voltados a instituições de
ensino e pesquisa e a pesquisadores autônomos. 2.4.2 Priorizar ações integradas de reabilitação
de áreas urbanas centrais, aliando preservação
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

2.3.1 Promover ações de educação para o do patrimônio cultural e desenvolvimento


patrimônio, voltadas para a compreensão e urbano com inclusão social, fortalecendo ins-
o significado do patrimônio e da memória tâncias locais de planejamento e gestão.
coletiva, em suas diversas manifestações como
fundamento da cidadania, da identidade e da 2.4.3 Fortalecer a política de pesquisa, docu-
diversidade cultural. mentação e preservação de sítios arqueológicos,
promovendo ações de compartilhamento de
2.3.2 Inserir o patrimônio cultural na pauta do responsabilidades com a sociedade na gestão
ensino formal, apropriando-se dos bens culturais de sítios arqueológicos e o fomento à sua so-
nos processos de formação formal cidadã, esti- cialização.
mulando novas vivências e práticas educativas.
2.4.4 Promover política para o reconheci-
2.3.3 Fomentar a apropriação dos instrumen- mento, pesquisa, preservação e difusão do
tos de pesquisa, documentação e difusão das patrimônio paleontológico, em conjunto com
74
demais órgãos, instituições e entidades corre- 2.5.7 Fomentar e articular, em rede, os museus
lacionadas. comunitários, ecomuseus, museus de território,
museus locais, casas do patrimônio cultural
2.4.5 Estimular a compreensão dos museus, e outros centros de preservação e difusão do
centros culturais e espaços de memória como patrimônio cultural, garantindo o direito de
articuladores do ambiente urbano, da história memória aos diferentes grupos e movimentos
da cidade e de seus estabelecimentos humanos sociais.
como fenômeno cultural.
2.5.8 Estimular a criação de centros integrados
2.5 Estabelecer um sistema nacional dedicado da memória (museus, arquivos e bibliotecas)
à documentação, preservação, restauração, nos Estados e Municípios brasileiros, com a
pesquisa, formação, aquisição e difusão de função de registro, pesquisa, preservação e
acervos de interesse público e promover redes difusão do conhecimento.
de instituições dedicadas à memória e iden-
tidade dos diferentes grupos formadores da 2.5.9 Fomentar a instalação e a ampliação
sociedade brasileira. de acervos públicos direcionados às diversas
linguagens artísticas e expressões culturais em
2.5.1 Adotar protocolos que promovam o uso instituições de ensino, bibliotecas e equipamen-
dinâmico de arquivos públicos, conectados em tos culturais.
rede, assegurando amplo acesso da população e
disponibilizando conteúdos multimídia. 2.5.10 Atualizar e aprimorar a preservação,
a conservação, a restauração, a pesquisa e a
2.5.2 Fomentar a instalação de acervos mí- difusão dos acervos de fotografia. Promover o
nimos em instituições de ensino, pesquisa, intercâmbio de conservadores e técnicos bra-
equipamentos culturais e comunitários, que sileiros e estrangeiros dedicados a esse suporte.
contemple a diversidade e as características da
cultura brasileira. 2.5.11 Mapear e preservar o patrimônio fono-
gráfico brasileiro com o objetivo de formar um
2.5.3 Garantir controle e segurança de acervos e banco nacional de registros sonoros e dispô-los
coleções de bens móveis públicos de valor cultu- em portal eletrônico para difusão gratuita, res-
ral, envolvendo a rede de agentes responsáveis, peitando a legislação autoral e levando em consi-
de modo a resguardá-los e garantir-lhes acesso. deração as novas modalidades de licenciamento.

2.5.4 Estimular, por meio de programas de 2.5.12 Realizar um programa contínuo de


fomento, a implantação e modernização de digitalização de acervos sonoros e de microfil-
sistemas de segurança, de forma a resguardar magem de partituras.
acervos de reconhecido valor cultural.
2.5.13 Promover e fomentar iniciativas de
2.5.5 Estimular e consolidar a apropriação, preservação da memória da moda, do vestuá-
pelas redes públicas de ensino, do potencial rio e do design no Brasil, contribuindo para a
pedagógico dos acervos dos museus brasilei- valorização das práticas artesanais e industriais,
ros, contribuindo para fortalecer o processo rurais e urbanas.
de ensino-aprendizagem em escolas públicas.
Legislação correlata

2.5.14 Fortalecer instituições públicas e apoiar


2.5.6 Promover redes de instituições dedica- instituições privadas que realizem programas de
das à documentação, pesquisa, preservação, preservação e difusão de acervos audiovisuais.
restauro e difusão da memória e identidade
dos diferentes grupos formadores da sociedade 2.6 Mapear, registrar, salvaguardar e difundir
brasileira. as diversas expressões da diversidade brasileira,
75
sobretudo aquelas correspondentes ao patrimô- ção de acervos documentais e históricos sobre
nio imaterial, às paisagens tradicionais e aos a crítica e reflexão cultural realizada no País.
lugares de importância histórica e simbólica
para a nação brasileira. 2.7.4 Fomentar o emprego das tecnologias de
informação e comunicação, como as redes so-
2.6.1 Instituir a paisagem cultural como fer- ciais, para a expansão dos espaços de discussão
ramenta de reconhecimento da diversidade na área de crítica e reflexão cultural.
cultural brasileira, ampliando a noção de patri-
mônio para o contexto territorial e abarcando as 2.7.5 Estabelecer programas na rede de equi-
manifestações materiais e imateriais das áreas. pamentos culturais voltados a atividades de
formação de profissionais para a crítica e a
2.6.2 Realizar ação integrada para a instituição reflexão cultural.
de instrumentos de preservação, registro, sal-
vaguarda e difusão de todas as línguas e falares 2.7.6 Elaborar, em parceria com os órgãos de
usados no País, incluindo a Língua Brasileira educação e ciência e tecnologia e pesquisa,
de Sinais – LIBRAS. uma política de formação de pesquisadores
e núcleos de pesquisa sobre as manifestações
2.6.3 Realizar programas de promoção e pro- afro-brasileiras, indígenas e de outros povos e
teção das línguas indígenas e de outros povos e comunidades tradicionais nas instituições de
comunidades tradicionais e estimular a produ- ensino superior.
ção e a tradução de documentos nesses idiomas.
2.7.7 Articular com as agências científicas e as
2.6.4 Promover as culinárias, as gastronomias, instituições de memória e patrimônio cultural
os utensílios, as cozinhas e as festas correspon- o desenvolvimento de linhas de pesquisa sobre
dentes como patrimônio brasileiro material e as expressões culturais populares.
imaterial, bem como o registro, a preservação
e a difusão de suas práticas. 2.7.8 Fomentar, por meio de editais públicos
e parcerias com órgãos de educação, ciência e
2.7 Fortalecer e preservar a autonomia do tecnologia e pesquisa, as atividades de grupos
campo de reflexão sobre a cultura, assegurando de estudos acadêmicos, experimentais e da
sua articulação indispensável com as dinâmicas sociedade civil que abordem questões relativas
de produção e fruição simbólica das expressões à cultura, às artes e à diversidade cultural.
culturais e linguagens artísticas.
2.7.9 Incentivar programas de extensão que
2.7.1 Ampliar os programas voltados à rea- facilitem o diálogo entre os centros de estudos,
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

lização de seminários, à publicação de livros, comunidades artísticas e movimentos culturais.


revistas, jornais e outros impressos culturais, ao
uso da mídia eletrônica e da internet, para a pro- 2.7.10 Estimular e fomentar a realização de
dução e a difusão da crítica artística e cultural, projetos e estudos sobre a diversidade e me-
privilegiando as iniciativas que contribuam para mória cultural brasileira.
a regionalização e a promoção da diversidade.
2.7.11 Promover o mapeamento dos circuitos de
2.7.2 Estabelecer programas contínuos de arte digital, assim como de suas fronteiras e das
premiação para pesquisas e publicações edito- influências mútuas com os circuitos tradicionais.
riais na área de crítica, teoria e história da arte,
patrimônio cultural e projetos experimentais. 2.7.12 Incentivar projetos de pesquisa sobre
o impacto sociocultural da programação dos
2.7.3 Fomentar, por intermédio de seleção e meios de comunicação concedidos publica-
editais públicos, iniciativas de pesquisa e forma- mente.
76
2.7.13 Incentivar a formação de linhas de diversificando as fontes de informação. Isso
pesquisa, experimentações estéticas e reflexão requer a qualificação dos ambientes e equi-
sobre o impacto socioeconômico e cultural das pamentos culturais em patamares contempo-
inovações tecnológicas e da economia global râneos, aumento e diversificação da oferta de
sobre as atividades produtivas da cultura e seu programações e exposições, atualização das
valor simbólico. fontes e canais de conexão com os produtos
culturais e a ampliação das opções de consumo
2.7.14 Realizar iniciativas conjuntas das cultural doméstico.
instituições de cultura, pesquisa e relações
exteriores para a implantação de programas de Faz-se premente diversificar a ação do Estado,
intercâmbio e residência para profissionais da gerando suporte aos produtores das diversas
crítica de arte, além de uma política de difusão manifestações criativas e expressões simbólicas,
de crítica brasileira no exterior e de crítica alargando as possibilidades de experimentação
estrangeira no País. e criação estética, inovação e resultado. Isso
pressupõe novas conexões, formas de coopera-
2.7.15 Desenvolver linhas de pesquisa no ção e relação institucional entre artistas, cria-
campo dos museus, coleções, memória e pa- dores, mestres, produtores, gestores culturais,
trimônio e na área de arquitetura dos museus. organizações sociais e instituições locais.

2.7.16 Capacitar educadores e agentes multi- Estado e sociedade devem pactuar esforços para
plicadores para a utilização de instrumentos garantir as condições necessárias à realização
voltados à formação de uma consciência his- dos ciclos que constituem os fenômenos cultu-
tórica crítica que incentive a valorização e a rais, fazendo com que sejam disponibilizados
preservação do patrimônio material e imaterial. para quem os demanda e necessita.

ESTRATÉGIAS E AÇÕES
CAPÍTULO III – Do Acesso
Universalizar o acesso dos brasileiros à arte e 3.1 Ampliar e diversificar as ações de formação
à cultura e fidelização de público, a fim de qualificar o
Qualificar ambientes e equipamentos contato com e a fruição das artes e das cultu-
culturais para a formação e fruição do público ras, brasileiras e internacionais e aproximar as
Permitir aos criadores o acesso às condições e esferas de recepção pública e social das criações
meios de produção cultural artísticas e expressões culturais.

O acesso à arte e à cultura, à memória e ao 3.1.1 Promover o financiamento de políticas de


conhecimento é um direito constitucional e formação de público, para permitir a disponi-
condição fundamental para o exercício pleno da bilização de repertórios, de acervos, de docu-
cidadania e para a formação da subjetividade e mentos e de obras de referência, incentivando
dos valores sociais. É necessário, para tanto, ul- projetos e ações.
trapassar o estado de carência e falta de contato
com os bens simbólicos e conteúdos culturais 3.1.2 Criar programas e subsídios para a
que as acentuadas desigualdades socioeconô- ampliação de oferta e redução de preços esti-
micas produziram nas cidades brasileiras, nos mulando acesso aos produtos, bens e serviços
Legislação correlata

meios rurais e nos demais territórios em que culturais, incorporando novas tecnologias da
vivem as populações. informação e da comunicação nessas estra-
tégias.
É necessário ampliar o horizonte de contato
de nossa população com os bens simbólicos e 3.1.3 Estimular as associações de amigos, clu-
os valores culturais do passado e do presente, bes, associações, sociedades e outras formas
77
comunitárias que potencializem o acesso a bens 3.1.11 Instalar espaços de exibição audiovisual
e serviços em equipamentos culturais. nos centros culturais, educativos e comunitários
de todo o País, especialmente aqueles localiza-
3.1.4 Identificar e divulgar, por meio de se- dos em áreas de vulnerabilidade social ou de
leções, prêmios e outras formas de incentivo, baixos índices de acesso à cultura, disponibi-
iniciativas de formação, desenvolvimento de lizando aparelhos multimídia e digitais e pro-
arte educação e qualificação da fruição cultural. movendo a expansão dos circuitos de exibição.

3.1.5 Ampliar o acesso à fruição cultural, por 3.1.12 Reabilitar os teatros, praças, centros
meio de programas voltados a crianças, jovens, comunitários, bibliotecas, cineclubes e cine-
idosos e pessoas com deficiência, articulando mas de bairro, criando programas estaduais e
iniciativas como a oferta de transporte, des- municipais de circulação de produtos, circuitos
contos e ingressos gratuitos, ações educativas de exibição cinematográfica, eventos culturais
e visitas a equipamentos culturais. e demais programações.

3.1.6 Implantar, em parceria com as empresas 3.1.13 Mapear espaços ociosos, patrimônio
empregadoras, programas de acesso à cultura público e imóveis da União, criando progra-
para o trabalhador brasileiro, que permitam a mas para apoiar e estimular o seu uso para a
expansão do consumo e o estímulo à formaliza- realização de manifestações artísticas e cultu-
ção do mercado de bens, serviços e conteúdos rais, espaços de ateliês, plataformas criativas e
culturais. núcleos de produção independente.

3.1.7 Promover a integração entre espaços 3.1.14 Fomentar unidades móveis com infra-
educacionais, esportivos, praças e parques de estrutura adequada à criação e à apresentação
lazer e culturais, com o objetivo de aprimorar as artística, oferta de bens e produtos culturais,
políticas de formação de público, especialmente atendendo às comunidades de todas as regiões
na infância e juventude. brasileiras, especialmente de regiões rurais ou
remotas dos centros urbanos.
3.1.8 Estimular e fomentar a instalação, a
manutenção e a atualização de equipamentos 3.1.15 Estabelecer critérios técnicos para a
culturais em espaços de livre acesso, dotando-os construção e reforma de equipamentos cultu-
de ambientes atrativos e de dispositivos técnicos rais, bibliotecas, praças, assim como outros es-
e tecnológicos adequados à produção, difusão, paços públicos culturais, dando ênfase à criação
preservação e intercâmbio artístico e cultural, arquitetônica e ao design, estimulando a criação
especialmente em áreas ainda desatendidas de profissionais brasileiros e estrangeiros de
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

e com problemas de sustentação econômica. valor internacional.

3.1.9 Garantir que os equipamentos culturais 3.1.16 Implantar, ampliar e atualizar espaços
ofereçam infraestrutura, arquitetura, design, multimídia em instituições e equipamentos
equipamentos, programação, acervos e ativi- culturais, conectando-os em rede para ampliar
dades culturais qualificados e adequados às a experimentação, criação, fruição e difusão da
expectativas de acesso, de contato e de fruição cultura por meio da tecnologia digital, demo-
do público, garantindo a especificidade de cratizando as capacidades técnicas de produ-
pessoas com necessidades especiais. ção, os dispositivos de consumo e a recepção
das obras e trabalhos, principalmente aqueles
3.1.10 Estabelecer e fomentar programas de desenvolvidos em suportes digitais.
amparo e apoio à manutenção e gestão em rede
de equipamentos culturais, potencializando in- 3.1.17 Implementar uma política nacional de
vestimento e garantindo padrões de qualidade. digitalização e atualização tecnológica de la-
78
boratórios de produção, conservação, restauro 3.2.1 Estimular a formação de redes de
e reprodução de obras artísticas, documentos equipamentos públicos e privados conforme
e acervos culturais mantidos em museus, bi- os perfis culturais e vocações institucionais,
bliotecas e arquivos, integrando seus bancos de promovendo programações diferenciadas para
conteúdos e recursos tecnológicos. gerações distintas, principalmente as dedicadas
às crianças e aos jovens.
3.1.18 Garantir a implantação e manutenção de
bibliotecas em todos os Municípios brasileiros 3.2.2 Atualizar e ampliar a rede de centros
como espaço fundamental de informação, técnicos de produção e finalização de produtos
de memória literária, da língua e do design culturais, aumentando suas capacidades de ope-
gráfico, de formação e educação, de lazer e ração e atendimento, promovendo a articulação
fruição cultural, expandindo, atualizando e com redes de distribuição de obras, sejam as
diversificando a rede de bibliotecas públicas e desenvolvidas em suportes tradicionais, sejam
comunitárias e abastecendo-as com os acervos as multimídias, audiovisuais, digitais e desen-
mínimos recomendados pela Unesco, acresci- volvidas por meio de novas tecnologias.
dos de integração digital e disponibilização de
sites de referência. 3.3 Organizar em rede a infraestrutura de
arquivos, bibliotecas, museus e outros centros
3.1.19 Estimular a criação de centros de re- de documentação, atualizando os conceitos e os
ferência e comunitários voltados às culturas modelos de promoção cultural, gestão técnica
populares, ao artesanato, às técnicas e aos sa- profissional e atendimento ao público, reci-
beres tradicionais com a finalidade de registro clando a formação e a estrutura institucional,
e transmissão da memória, desenvolvimento ampliando o emprego de recursos humanos
de pesquisas e valorização das tradições locais. inovadores, de tecnologias e de modelos de
sustentabilidade econômica, efetivando a cons-
3.1.20 Estabelecer parcerias entre o poder pú- tituição de uma rede nacional que dinamize
blico, escritórios de arquitetura e design, técni- esses equipamentos públicos e privados.
cos e especialistas, artistas, críticos e curadores,
produtores e empresários para a manutenção 3.3.1 Instituir programas em parceria com
de equipamentos culturais que abriguem a a iniciativa privada e organizações civis para
produção contemporânea e reflitam sobre ela, a ampliação da circulação de bens culturais
motivando a pesquisa contínua de linguagens brasileiros e abertura de canais de prospecção
e interações destas com outros campos das e visibilidade para a produção jovem e inde-
expressões culturais brasileiras. pendente, disponibilizando-a publicamente por
meio da captação e transmissão de conteúdos
3.1.21 Fomentar a implantação, manutenção em rede, dando acesso público digital aos usu-
e qualificação dos museus nos Municípios ários e consumidores.
brasileiros, com o intuito de preservar e
difundir o patrimônio cultural, promover 3.3.2 Garantir a criação, manutenção e expan-
a fruição artística e democratizar o acesso, são da rede de universidades públicas, desen-
dando destaque à memória das comunidades volvendo políticas públicas e a articulação com
e localidades. as pró-reitorias de cultura e extensão, para os
equipamentos culturais universitários, os labo-
Legislação correlata

3.2 Estabelecer redes de equipamentos cultu- ratórios de criação artística e experimentação


rais geridos pelo poder público, pela iniciativa tecnológica, os cursos e carreiras que formam
privada, pelas comunidades ou por artistas e criadores e interagem com o campo cultural
grupos culturais, de forma a propiciar maior e artístico, principalmente nas universidades
acesso e o compartilhamento de programações, públicas e centros de formação técnica e pro-
experiências, informações e acervos. fissionalizante.
79
3.3.3 Desenvolver redes e financiar programas intercâmbio de tecnologias e de conhecimentos
de incorporação de design, tecnologias constru- e a aproximação entre as instituições de ensino
tivas e de materiais, inovação e sustentabilidade superior e as comunidades.
para a qualificação dos equipamentos culturais
brasileiros, permitindo construir espaços de re- 3.4.8 Fomentar a formação e a manutenção de
ferência que disponibilizem objetos projetados grupos e organizações coletivas de pesquisa,
por criadores brasileiros históricos. Qualificar produção e difusão das artes e expressões cul-
em rede as livrarias e os cafés presentes nesses turais, especialmente em locais habitados por
equipamentos, ampliando a relação do público comunidades com maior dificuldade de acesso
com as soluções ergonômicas e técnicas desen- à produção e fruição da cultura.
volvidas no País pelo design.
3.4.9 Atualizar e ampliar a rede de centros
3.4 Fomentar a produção artística e cultural técnicos dedicados à pesquisa, produção e
brasileira, por meio do apoio à criação, registro, distribuição de obras audiovisuais, digitais e
difusão e distribuição de obras, ampliando o desenvolvidas por meio de novas tecnologias.
reconhecimento da diversidade de expressões
provenientes de todas as regiões do País. 3.4.10 Instituir programas de aquisição go-
vernamental de bens culturais em diversas
3.4.1 Criar bolsas, programas e editais especí- mídias que contemplem o desenvolvimento das
ficos que diversifiquem as ações de fomento às pequenas editoras, produtoras, autores e artistas
artes, estimulando sua presença nos espaços independentes ou consorciados.
cotidianos de experiência cultural dos dife-
rentes grupos da população e a promoção de 3.4.11 Fomentar os processos criativos dos
novos artistas. segmentos de audiovisual, arte digital, jogos ele-
trônicos, videoarte, documentários, animações,
3.4.2 Fomentar e incentivar modelos de gestão internet e outros conteúdos para as novas mídias.
eficientes que promovam o acesso às artes, ao
aprimoramento e à pesquisa estética e que 3.4.12 Promover ações de incremento da susten-
permitam o estabelecimento de grupos susten- tabilidade sociocultural nos programas e ações
táveis e autônomos de produção. que tiverem impacto nas comunidades locais.

3.4.3 Fomentar o desenvolvimento das artes e 3.5 Ampliar a circulação da produção artística
expressões experimentais ou de caráter amador. e cultural, valorizando as expressões locais
e intensificando o intercâmbio no território
3.4.4 Fomentar, por meio de editais adapta- nacional, inclusive com as de outros países,
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

dos à realidade cultural de cada comunidade, com constante troca de referências e conceitos,
a produção de conteúdos para a difusão nas promovendo calendários de eventos regulares e
emissoras públicas de rádio e televisão. de apreciação crítica e debate público.

3.4.5 Promover o uso de tecnologias que faci- 3.5.1 Incentivar, divulgar e fomentar a realiza-
litem a produção e a fruição artística e cultural ção de calendários e mapas culturais que apre-
das pessoas com deficiência. sentem sistematicamente os locais de realização
de eventos culturais, encontros, feiras, festivais
3.4.6 Estimular a participação de artistas, pro- e programas de produção artística e cultural.
dutores e professores em programas educativos
de acesso à produção cultural. 3.5.2 Estimular o equilíbrio entre a produção
artística e as expressões culturais locais em
3.4.7 Desenvolver uma política de apoio à eventos e equipamentos públicos, valorizando
produção cultural universitária, estimulando o as manifestações e a economia da cultura regio-
80
nal, estimulando sua interação com referências 3.5.10 Apoiar e fomentar os circuitos culturais
nacionais e internacionais. universitários e oferecer condições para que
os campi e faculdades promovam a formação
3.5.3 Apoiar a criação de espaços de circulação de público, a recepção qualificada e a abertura
de produtos culturais para o consumo domés- de espaços para a produção independente e
tico, criando oferta de qualidade e distribuição inovadora, abrindo espaço para produção in-
nacional que permitam a diversificação do mer- dependente e circuitos inovadores.
cado interno e a absorção das produções locais.
3.5.11 Integrar as políticas nacionais, estaduais
3.5.4 Estimular a existência de livrarias e lojas e municipais dedicadas a elevar a inserção de
de produtos culturais junto aos equipamentos conteúdos regionais, populares e independentes
culturais, dando destaque à produção das nas redes de televisão, rádio, internet, cinema
comunidades e permitindo aos consumidores e outras mídias.
locais obter produtos nacionais e internacionais
de qualidade. 3.6 Ampliar o acesso dos agentes da cultura
aos meios de comunicação, diversificando a
3.5.5 Fomentar e estimular a construção de programação dos veículos, potencializando o
sítios eletrônicos e dispositivos alternativos uso dos canais alternativos e estimulando as
de distribuição e circulação comercial de pro- redes públicas.
dutos, permitindo a integração dos diversos
contextos e setores a uma circulação nacional 3.6.1 Apoiar os produtores locais do segmento
e internacional. audiovisual e a radiodifusão comunitária no
processo de migração da tecnologia analógica
3.5.6 Incentivar e fomentar a difusão cultural para a digital, criando inclusive linhas de cré-
nas diversas mídias e ampliar a recepção pública dito para atualização profissional e compra de
e o reconhecimento das produções artísticas e equipamentos.
culturais não inseridas na indústria cultural.
3.6.2 Estimular a criação de programas e conte-
3.5.7 Apoiar a implementação e qualificação de údos para rádio, televisão e internet que visem
portais de internet para a difusão nacional e in- a formação do público e a familiarização com
ternacional das artes e manifestações culturais a arte e as referências culturais, principalmente
brasileiras, inclusive com a disponibilização de as brasileiras e as demais presentes no território
dados para compartilhamento livre de informa- nacional.
ções em redes sociais virtuais.
3.6.3 Apoiar as políticas públicas de universa-
3.5.8 Apoiar iniciativas de sistematização de lização do acesso gratuito de alta velocidade à
agenda de atividades artísticas e culturais em internet em todos os Municípios, juntamente
todas as regiões brasileiras de forma a otimizar com políticas de estímulo e crédito para aqui-
oportunidades e evitar a proliferação de eventos sição de equipamentos pessoais.
coincidentes e redundantes.
3.6.4 Fomentar provedores de acesso público
3.5.9 Estimular a criação de programas nacio- que armazenem dados de texto, som, vídeo e
nais, estaduais e municipais de distribuição de imagem, para preservar e divulgar a memória
Legislação correlata

conteúdo audiovisual para os meios de comu- da cultura digital brasileira.


nicação e circuitos comerciais e alternativos
de exibição, cineclubes em escolas, centros 3.6.5 Estimular o compartilhamento pelas
culturais, bibliotecas públicas e museus, crian- redes digitais de conteúdos que possam ser
do também uma rede de videolocadoras que utilizados livremente por escolas, bibliotecas
absorvam a produção audiovisual brasileira. de acesso público, rádios e televisões públicas
81
e comunitárias, de modo articulado com o da exploração comercial de bens, serviços e
processo de implementação da televisão digital. conteúdos culturais.

3.6.6 Estimular e apoiar revistas culturais, 4.1.1 Realizar programas de desenvolvimento


periódicos e publicações independentes, vol- sustentável que respeitem as características,
tadas à crítica e à reflexão em torno da arte e necessidades e interesses das populações locais,
da cultura, promovendo circuitos alternativos garantindo a preservação da diversidade e do
de distribuição, aproveitando os equipamentos patrimônio cultural e natural, a difusão da
culturais como pontos de acesso, estimulando a memória sociocultural e o fortalecimento da
gratuidade ou o preço acessível desses produtos. economia solidária.

3.6.7 Criar enciclopédias culturais, bancos de 4.1.2 Identificar e reconhecer contextos de


informação e sistemas de compartilhamento de vida de povos e comunidades tradicionais,
arquivos culturais e artísticos para a internet valorizando a diversidade das formas de sobre-
com a disponibilização de conteúdos e refe- vivência e sustentabilidade socioambiental, es-
rências brasileiras, permitindo a distribuição pecialmente aquelas traduzidas pelas paisagens
de imagens, áudios, conteúdos e informações culturais brasileiras.
qualificados.
4.1.3 Oferecer apoio técnico às iniciativas de
associativismo e cooperativismo e fomentar
CAPÍTULO IV – Do Desenvolvimento incubadoras de empreendimentos culturais
Sustentável em parceria com poderes públicos, organiza-
Ampliar a participação da cultura no ções sociais, instituições de ensino, agências
desenvolvimento socioeconômico internacionais e iniciativa privada, entre outros.
Promover as condições necessárias para a
consolidação da economia da cultura 4.1.4 Estimular pequenos e médios empreen-
Induzir estratégias de sustentabilidade nos dedores culturais e a implantação de Arranjos
processos culturais Produtivos Locais para a produção cultural.

A cultura faz parte da dinâmica de inovação 4.1.5 Estimular estudos para a adoção de me-
social, econômica e tecnológica. canismos de compensação ambiental para as
atividades culturais.
Da complexidade do campo cultural derivam
distintos modelos de produção e circulação de 4.1.6 Fomentar a capacitação e o apoio técnico
bens, serviços e conteúdos, que devem ser iden- para a produção, distribuição, comercialização
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

tificados e estimulados, com vistas na geração e utilização sustentáveis de matérias-primas e


de riqueza, trabalho, renda e oportunidades produtos relacionados às atividades artísticas
de empreendimento, desenvolvimento local e e culturais.
responsabilidade social.
4.1.7 Identificar e catalogar matérias-primas
Nessa perspectiva, a cultura é vetor essencial que servem de base para os produtos culturais
para a construção e qualificação de um modelo e criar selo de reconhecimento dos produtos
de desenvolvimento sustentável. culturais que associem valores sociais, econô-
micos e ecológicos.
ESTRATÉGIAS E AÇÕES
4.1.8 Estimular o reaproveitamento e recicla-
4.1 Incentivar modelos de desenvolvimento gem de resíduos de origem natural e industrial,
sustentável que reduzam a desigualdade re- dinamizando e promovendo o empreendedo-
gional sem prejuízo da diversidade, por meio rismo e a cultura do ecodesign.
82
4.1.9 Inserir as atividades culturais itinerantes sificação de sua capacidade produtiva e ampla
nos programas públicos de desenvolvimento ocupação, estimulando a geração de trabalho,
regional sustentável. emprego, renda e o fortalecimento da economia.

4.1.10 Promover o turismo cultural sustentável, 4.3.1 Mapear, fortalecer e articular as cadeias
aliando estratégias de preservação patrimonial e produtivas que formam a economia da cultura.
ambiental com ações de dinamização econômi-
ca e fomento às cadeias produtivas da cultura. 4.3.2 Realizar zoneamento cultural-econômico
com o objetivo de identificar as vocações cul-
4.1.11 Promover ações de incremento e turais locais.
qualificação cultural dos produtos turísticos,
valorizando a diversidade, o comércio justo e o 4.3.3 Desenvolver programas de estímulo à
desenvolvimento socioeconômico sustentável. promoção de negócios nos diversos setores
culturais.
4.2 Contribuir com as ações de formalização
do mercado de trabalho, de modo a valorizar o 4.3.4 Promover programas de exportação de
trabalhador e fortalecer o ciclo econômico dos bens, serviços e conteúdos culturais de forma
setores culturais. a aumentar a participação cultural na balança
comercial brasileira.
4.2.1 Realizar, em parceria com os órgãos e
poderes competentes, propostas de adequação 4.3.5 Instituir selos e outros dispositivos que
da legislação trabalhista, visando à redução da facilitem a circulação de produtos e serviços re-
informalidade do trabalho artístico, dos téc- lativos à cultura na América Latina, Mercosul e
nicos, produtores e demais agentes culturais, Comunidades dos Países de Língua Portuguesa.
estimulando o reconhecimento das profissões
e o registro formal desses trabalhadores e 4.3.6 Estimular o uso da diversidade como
ampliando o acesso aos benefícios sociais e fator de diferenciação e incremento do valor
previdenciários. agregado dos bens, produtos e serviços cultu-
rais, promovendo e facilitando a sua circulação
4.2.2 Difundir, entre os empregadores e contra- nos mercados nacional e internacional.
tantes dos setores público e privado, informações
sobre os direitos e obrigações legais existentes 4.3.7 Incentivar a associação entre produtoras
nas relações formais de trabalho na cultura. de bens culturais visando à constituição de
carteiras diversificadas de produtos, à moder-
4.2.3 Estimular a organização formal dos nização de empresas e à inserção no mercado
setores culturais em sindicatos, associações, internacional.
federações e outras entidades representativas,
apoiando a estruturação de planos de previ- 4.3.8 Fomentar a associação entre produtores
dência e de seguro patrimonial para os agentes independentes e emissoras e a implantação de
envolvidos em atividades artísticas e culturais. polos regionais de produção e de difusão de
documentários e de obras de ficção para rádio,
4.2.4 Estimular a adesão de artistas, autores, televisão, cinema, internet e outras mídias.
técnicos, produtores e demais trabalhadores
Legislação correlata

da cultura a programas que ofereçam planos de 4.4 Avançar na qualificação do trabalhador da


previdência pública e complementar específicos cultura, assegurando condições de trabalho,
para esse segmento. emprego e renda, promovendo a profissio-
nalização do setor, dando atenção a áreas de
4.3 Ampliar o alcance das indústrias e ativi- vulnerabilidade social e de precarização urbana
dades culturais, por meio da expansão e diver- e a segmentos populacionais marginalizados.
83
4.4.1 Desenvolver e gerir programas integrados 4.4.7 Instituir programas para a formação
de formação e capacitação para artistas, autores, de agentes culturais aptos ao atendimento de
técnicos, gestores, produtores e demais agentes crianças, jovens, idosos, pessoas com deficiên-
culturais, estimulando a profissionalização, o cia e pessoas em sofrimento psíquico.
empreendedorismo, o uso das tecnologias de
informação e comunicação e o fortalecimento 4.4.8 Promover atividades de capacitação aos
da economia da cultura. agentes e organizações culturais proponentes
ao financiamento estatal para a elaboração, pro-
4.4.2 Estabelecer parcerias com bancos estatais posição e execução de projetos culturais, bem
e outros agentes financeiros, como cooperati- como capacitação e suporte jurídico e contábil,
vas, fundos e organizações não governamentais, a fim de facilitar a elaboração de prestação de
para o desenvolvimento de linhas de microcré- contas e relatórios de atividades.
dito e outras formas de financiamento desti-
nadas à promoção de cursos livres, técnicos e 4.4.9 Fomentar programas de aperfeiçoamento
superiores de formação, pesquisa e atualização técnico de agentes locais para a formulação
profissional. e implementação de planos de preservação
e difusão do patrimônio cultural, utilizando
4.4.3 Estabelecer parcerias com instituições de esses bens de forma a geração sustentável de
ensino técnico e superior, bem como parcerias economias locais.
com associações e órgãos representativos seto-
riais, para a criação e o aprimoramento contí- 4.4.10 Estimular, com suporte técnico-meto-
nuo de cursos voltados à formação e capacitação dológico, a oferta de oficinas de especialização
de trabalhadores da cultura, gestores técnicos de artísticas e culturais, utilizando inclusive a vei-
instituições e equipamentos culturais. culação de programas de formação nos sistemas
de rádio e televisão públicos.
4.4.4 Realizar nas diversas regiões do País
seleções públicas para especialização e profis- 4.4.11 Capacitar educadores, bibliotecários e
sionalização das pessoas empregadas no campo agentes do setor público e da sociedade civil para
artístico e cultural, atendendo especialmente a atuação como agentes de difusão da leitura,
os núcleos populacionais marginalizados e contadores de histórias e mediadores de leitura
organizações sociais. em escolas, bibliotecas e museus, entre outros
equipamentos culturais e espaços comunitários.
4.4.5 Promover a informação e capacitação
de gestores e trabalhadores da cultura sobre 4.4.12 Fomentar atividades de intercâmbio
instrumentos de propriedade intelectual do inter-regional, internacional e residências artís-
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

setor cultural, a exemplo de marcas coletivas ticas de estudantes e profissionais da cultura em


e de certificação, indicações geográficas, pro- instituições nacionais e estrangeiras do campo
priedade coletiva, patentes, domínio público da cultura.
e direito autoral.
4.4.13 Estimular e promover o desenvolvimen-
4.4.6 Instituir programas e parcerias para to técnico e profissional de arquitetos, designers,
atender necessidades técnicas e econômicas dos gestores e programadores de equipamentos cul-
povos indígenas, quilombolas e outros povos e turais, para sua constante atualização, de modo
comunidades tradicionais para a compreensão a gerar maior atratividade para esses espaços.
e organização de suas relações com a economia
contemporânea global, estimulando a reflexão e 4.4.14 Estimular e formar agentes para a fina-
a decisão autônoma sobre as opções de manejo lização de produtos culturais, design de emba-
e exploração sustentável do seu patrimônio, lagens e de apresentação dos bens, conteúdos e
produtos e atividades culturais. serviços culturais, ampliando sua capacidade de
84
circulação e qualificando as informações para com os contextos e problemas socioeconômi-
o consumo ampliado. cos locais.

4.5 Promover a apropriação social das tec- 4.7 Aprofundar a inter-relação entre cultura e
nologias da informação e da comunicação turismo gerando benefícios e sustentabilidade
para ampliar o acesso à cultura digital e suas para ambos os setores.
possibilidades de produção, difusão e fruição.
4.7.1 Instituir programas integrados de ma-
4.5.1 Realizar programa de prospecção e disse- peamento do potencial turístico cultural, bem
minação de modelos de negócios para o cenário como de promoção, divulgação e marketing de
de convergência digital, com destaque para os produtos, contextos urbanos, destinos e roteiros
segmentos da música, livro, jogos eletrônicos, turísticos culturais.
festas eletrônicas, webdesign, animação, audio-
visual, fotografia, videoarte e arte digital. 4.7.2 Envolver os órgãos, gestores e empresários
de turismo no planejamento e comunicação com
4.5.2 Implementar iniciativas de capacitação e equipamentos culturais, promovendo espaços de
fomento ao uso de meios digitais de registro, pro- difusão de atividades culturais para fins turísticos.
dução, pós-produção, design e difusão cultural.
4.7.3 Qualificar os ambientes turísticos com
4.5.3 Apoiar políticas de inclusão digital e mobiliário urbano e design de espaços públicos
de criação, desenvolvimento, capacitação e que projetem os elementos simbólicos locais de
utilização de softwares livres pelos agentes e forma competitiva com os padrões internacio-
instituições ligados à cultura. nais, dando destaque aos potenciais criativos
dos contextos visitados.
4.5.4 Identificar e fomentar as cadeias de
formação e produção das artes digitais, para 4.7.4 Fomentar e fortalecer as modalidades
desenvolver profissões e iniciativas compreen- de negócios praticadas pelas comunidades
didas nesse campo, bem como as novas relações locais e pelos residentes em áreas de turismo,
existentes entre núcleos acadêmicos, indústrias fortalecendo os empreendedores tradicionais
criativas e instituições culturais. em sua inserção nas dinâmicas comerciais
estabelecidas pelo turismo.
4.6 Incentivar e apoiar a inovação e pesquisa
científica e tecnológica no campo artístico e cul- 4.7.5 Realizar campanhas e desenvolver pro-
tural, promovendo parcerias entre instituições de gramas com foco na formação, informação e
ensino superior, institutos, organismos culturais educação do turista para difundir adequada-
e empresas para o desenvolvimento e o aprimo- mente a importância do patrimônio cultural
ramento de materiais, técnicas e processos. existente, estimulando a comunicação dos
valores, o respeito e o zelo pelos locais visitados.
4.6.1 Integrar os órgãos de cultura aos pro-
cessos de incentivo à inovação tecnológica, 4.7.6 Fomentar programas integrados de for-
promovendo o desenvolvimento de técnicas mação e capacitação sobre arte, arquitetura,
associadas à produção cultural. patrimônio histórico, patrimônio imaterial,
antropologia e diversidade cultural para os
Legislação correlata

4.6.2 Fomentar parcerias para o desenvolvi- profissionais que atuam no turismo.


mento, absorção e apropriação de materiais e
tecnologias de inovação cultural. 4.7.7 Inserir os produtores culturais, os cria-
dores e artistas nas estratégias de qualificação
4.6.3 Incentivar as inovações tecnológicas da e promoção do turismo, assegurando a valori-
área cultural que compreendam e dialoguem zação cultural dos locais e ambientes turísticos.
85
4.7.8 Desenvolver metodologias de mensu- ser subsidiada pela publicação de indicadores e
ração dos impactos do turismo na cultura, informações do Sistema Nacional de Informa-
no contexto dos Municípios brasileiros e das ções e Indicadores Culturais – SNIIC.
capitais.
ESTRATÉGIAS E AÇÕES

CAPÍTULO V – Da Participação Social 5.1 Aprimorar mecanismos de participação


Estimular a organização de instâncias social no processo de elaboração, implementa-
consultivas ção, acompanhamento e avaliação das políticas
Construir mecanismos de participação da públicas de cultura.
sociedade civil
Ampliar o diálogo com os agentes culturais e 5.1.1 Aperfeiçoar os mecanismos de gestão
criadores participativa e democrática, governo eletrônico
e a transparência pública, a construção regiona-
O desenho e a implementação de políticas lizada das políticas públicas, integrando todo o
públicas de cultura pressupõem a constante território nacional com o objetivo de reforçar
relação entre Estado e sociedade de forma seu alcance e eficácia.
abrangente, levando em conta a complexidade
do campo social e suas vinculações com a cul- 5.1.2 Articular os sistemas de comunicação,
tura. Além de apresentar aos poderes públicos principalmente, internet, rádio e televisão,
suas necessidades e demandas, os cidadãos, ampliando o espaço dos veículos públicos e co-
criadores, produtores e empreendedores cul- munitários, com os processos e as instâncias de
turais devem assumir corresponsabilidades na consulta, participação e diálogo para a formula-
implementação e na avaliação das diretrizes ção e o acompanhamento das políticas culturais.
e metas, participando de programas, projetos
e ações que visem ao cumprimento do PNC. 5.1.3 Potencializar os equipamentos e espaços
culturais, bibliotecas, museus, cinemas, centros
Retoma-se, assim, a ideia da cultura como um culturais e sítios do patrimônio cultural como
direito dos cidadãos e um processo social de canais de comunicação e diálogo com os ci-
conquista de autonomia, ao mesmo tempo em dadãos e consumidores culturais, ampliando
que se ampliam as possibilidades de participa- sua participação direta na gestão destes equi-
ção dos setores culturais na gestão das políticas pamentos.
culturais. Nessa perspectiva, diferentes moda-
lidades de consulta, participação e diálogo são 5.1.4 Instituir instâncias de diálogo, consulta às
necessárias e fundamentais para a construção e instituições culturais, discussão pública e colabo-
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

aperfeiçoamento das políticas públicas. ração técnica para adoção de marcos legais para
a gestão e o financiamento das políticas culturais
Reafirma-se, com isso, a importância de siste- e o apoio aos segmentos culturais e aos grupos,
mas de compartilhamento social de responsa- respeitando a diversidade da cultura brasileira.
bilidades, de transparência nas deliberações e
de aprimoramento das representações sociais 5.1.5 Criar mecanismos de participação e
buscando o envolvimento direto da sociedade representação das comunidades tradicionais,
civil e do meio artístico e cultural. Este processo indígenas e quilombolas na elaboração, im-
vai se completando na estruturação de redes, plementação, acompanhamento, avaliação e
na organização social dos agentes culturais, revisão de políticas de proteção e promoção
na ampliação de mecanismos de acesso, no das próprias culturas.
acompanhamento público dos processos de
realização das políticas culturais. Esta forma 5.2 Ampliar a transparência e fortalecer o
colaborativa de gestão e avaliação também deve controle social sobre os modelos de gestão
86
das políticas culturais e setoriais, ampliando o 5.3.4 Apoiar a realização de fóruns e seminá-
diálogo com os segmentos artísticos e culturais. rios que debatam e avaliem questões específi-
cas relativas aos setores artísticos e culturais,
5.2.1 Disponibilizar informações sobre as leis estimulando a inserção de elementos críticos
e regulamentos que regem a atividade cultural nas questões e o desenho de estratégias para a
no País e a gestão pública das políticas culturais, política cultural do País.
dando transparência a dados e indicadores
sobre gestão e investimentos públicos. 5.4 Estimular a criação de conselhos paritários,
democraticamente constituídos, de modo a for-
5.2.2 Promover o monitoramento da eficácia talecer o diálogo entre poder público, iniciativa
dos modelos de gestão das políticas culturais privada e a sociedade civil.
e setoriais por meio do Sistema Nacional de
Informações e Indicadores Culturais – SNIIC, 5.4.1 Fortalecer a atuação do Conselho Nacio-
com base em indicadores nacionais, regionais nal de Política Cultural, bem como dos conse-
e locais de acesso e consumo, mensurando lhos estaduais e municipais, como instâncias
resultados das políticas públicas de cultura no de consulta, monitoramento e debate sobre as
desenvolvimento econômico, na geração de políticas públicas de cultura.
sustentabilidade, assim como na garantia da
preservação e promoção do patrimônio e da 5.4.2 Estimular que os conselhos municipais,
diversidade cultural. estaduais e federais de cultura promovam a
participação de jovens e idosos e representan-
5.2.3 Criar ouvidorias e outros canais de inter- tes dos direitos da criança, das mulheres, das
locução dos cidadãos com os órgãos públicos comunidades indígenas e de outros grupos
e instituições culturais, adotando processos de populacionais sujeitos à discriminação e vul-
consulta pública e de atendimento individual nerabilidade social.
dos cidadãos que buscam apoio.
5.4.3 Promover a articulação dos conselhos
5.3 Consolidar as conferências, fóruns e semi- culturais com outros da mesma natureza
nários que envolvam a formulação e o debate voltados às políticas públicas das áreas afins
sobre as políticas culturais, consolidando es- à cultural.
paços de consulta, reflexão crítica, avaliação e
proposição de conceitos e estratégias. 5.4.4 Aumentar a presença de representantes
dos diversos setores artísticos e culturais nos
5.3.1 Realizar a Conferência Nacional de conselhos e demais fóruns dedicados à dis-
Cultura pelo menos a cada 4 (quatro) anos, cussão e avaliação das políticas públicas de
envolvendo a sociedade civil, os gestores pú- cultura, setoriais e intersetoriais, assim como
blicos e privados, as organizações e instituições de especialistas, pesquisadores e técnicos que
culturais e os agentes artísticos e culturais. qualifiquem a discussão dessas instâncias
consultivas.
5.3.2 Estimular a realização de conferências es-
taduais e municipais como instrumentos de par- 5.5 Promover espaços permanentes de diálo-
ticipação e controle social nas diversas esferas, go e fóruns de debate sobre a cultura, abertos
com articulação com os encontros nacionais. à população e aos segmentos culturais, nas
Legislação correlata

Casas Legislativas do Congresso Nacional, nas


5.3.3 Estimular a realização de conferências Assembleias Legislativas Estaduais, na Câmara
setoriais abrindo espaço para a participação e Legislativa do Distrito Federal e nas Câmaras
controle social dos meios artísticos e culturais. Municipais.

87
Lei no 12.599/2012
Altera as Leis nos 10.893, de 13 de julho de 2004, que dispõe sobre o Adicional ao Frete para a
Renovação da Marinha Mercante – AFRMM e o Fundo da Marinha Mercante – FMM, 11.434,
de 28 de dezembro de 2006, 11.196, de 21 de novembro de 2005, 10.865, de 30 de abril de 2004,
8.685, de 20 de julho de 1993, 12.249, de 11 de junho de 2010, 11.775, de 17 de setembro de 2008,
e 11.491, de 20 de junho de 2007, e a Medida Provisória no 2.228-1, de 6 de setembro de 2001;
revoga dispositivos das Leis nos 9.432, de 8 de janeiro de 1997, e 10.925, de 23 de junho de 2004;
altera a incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da
Seguridade Social – COFINS na cadeia produtiva do café; institui o Programa Cinema Perto de
Você; e dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Parágrafo único. Nas salas cinematográ-


ficas atendidas pelo Programa Cinema Perto
Faço saber que o Congresso Nacional decreta de Você, deverá ser priorizada a exibição de
e eu sanciono a seguinte Lei: filmes nacionais.
...............................................................................
Art. 11. A construção e a implantação de
Art. 9o Fica instituído o Programa Cinema complexos de exibição cinematográfica, nas
Perto de Você, destinado à ampliação, diversi- condições, cidades e zonas urbanas estabele-
ficação e descentralização do mercado de salas cidas pelo regulamento do Programa Cinema
de exibição cinematográfica no Brasil, com os Perto de Você, poderão ser apoiadas por linhas
seguintes objetivos: de crédito, investimento e equalização de encar-
I – fortalecer o segmento de exibição cine- gos financeiros, sustentadas pelos recursos do
matográfica, apoiando a expansão do parque Fundo Setorial do Audiovisual, criado pela Lei
exibidor, suas empresas e sua atualização no 11.437, de 28 de dezembro de 2006.
tecnológica; Parágrafo único. As linhas mencionadas
II – facilitar o acesso da população às obras neste artigo deverão considerar, na avaliação
audiovisuais por meio da abertura de salas em dos projetos, os seguintes fatores, entre outros:
cidades de porte médio e bairros populares das I – localização em zonas urbanas, cidades
grandes cidades; e regiões brasileiras desprovidas ou mal aten-
III – ampliar o estrato social dos frequen- didas pela oferta de salas de exibição cinema-
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

tadores de salas de cinema, com atenção para tográfica;


políticas de redução de preços dos ingressos; e II – contribuição para a ampliação do estrato
IV – descentralizar o parque exibidor, pro- social com acesso ao cinema;
curando induzir a formação de novos centros III – compromissos relativos a preços de
regionais consumidores de cinema. ingresso;
IV – opção pela digitalização da projeção
Art. 10. O Programa Cinema Perto de Você cinematográfica; e
compreende: V – parcerias com Municípios, Estados e
I – linhas de crédito e investimento para Distrito Federal.
implantação de complexos de exibição;
II – medidas tributárias de estímulo à ex- Art. 12. Fica instituído o Regime Especial de
pansão e à modernização do parque exibidor Tributação para Desenvolvimento da Atividade
de cinema; e de Exibição Cinematográfica – RECINE, nos
III – o Projeto Cinema da Cidade. termos estabelecidos por esta Lei.
88
Parágrafo único. O Poder Executivo regula- § 1o Nas notas fiscais relativas às vendas de
mentará o regime de que trata o caput. que trata o inciso I do caput, deverá constar a
expressão “Venda efetuada com suspensão da
Art. 13. É beneficiária do Recine a pessoa ju- exigibilidade da Contribuição para o PIS/Pasep
rídica detentora de projeto de exibição cinema- e da Cofins”, com especificação do dispositivo
tográfica, previamente credenciado e aprovado, legal correspondente.
nos termos e condições do regulamento. § 2o Nas notas fiscais relativas às saídas de
§ 1o Competem à Agência Nacional do que trata o inciso III do caput, deverá constar
Cinema – ANCINE o credenciamento e a a expressão “Saída com suspensão do IPI”,
aprovação dos projetos de que trata o caput. com especificação do dispositivo legal corres-
§ 2o A fruição do Recine fica condicionada pondente, vedado o registro do imposto nas
à regularidade fiscal da pessoa jurídica em rela- referidas notas.
ção aos impostos e contribuições administrados § 3o As suspensões de que trata este artigo,
pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. após a incorporação do bem ou material de
§ 3o O beneficiário do Recine deverá exer- construção no ativo imobilizado ou sua utili-
cer as atividades relativas à implantação, ou zação no complexo de exibição cinematográfica
à operação de complexos cinematográficos ou cinema itinerante, convertem-se:
ou à locação de equipamentos para salas de I – em isenção, no caso do Imposto de Im-
exibição. portação e do IPI; e
II – em alíquota 0 (zero), no caso dos demais
Art. 14. No caso de venda no mercado inter- tributos.
no ou de importação de máquinas, aparelhos, § 4o A pessoa jurídica que não incorporar
instrumentos e equipamentos, novos, para in- ou não utilizar o bem ou material de constru-
corporação no ativo imobilizado e utilização em ção no complexo de exibição cinematográfica
complexos de exibição ou cinemas itinerantes, ou cinema itinerante fica obrigada a recolher
bem como de materiais para sua construção, os tributos não pagos em decorrência das sus-
fica suspensa a exigência: pensões de que trata este artigo, acrescidos de
I – da Contribuição para o PIS/Pasep e da juros e multa de mora, na forma da lei, contados
Contribuição para o Financiamento da Segu- a partir da data do fato gerador do tributo, na
ridade Social – COFINS incidentes sobre a condição:
receita da pessoa jurídica vendedora, quando I – de contribuinte, em relação à Contribui-
a aquisição for efetuada por pessoa jurídica ção para o PIS/Pasep-Importação, à Cofins-
beneficiária do Recine; -Importação, ao IPI incidente no desembaraço
II – da Contribuição para o PIS/Pasep- aduaneiro e ao Imposto de Importação; ou
-Importação e da Cofins-Importação, quando II – de responsável, em relação à Contribui-
a importação for efetuada por pessoa jurídica ção para o PIS/Pasep, à Cofins e ao IPI de que
beneficiária do Recine; trata o inciso III do caput.
III – do Imposto sobre Produtos Industria- § 5o Para efeitos deste artigo, equipara-se
lizados – IPI incidente na saída do estabele- ao importador a pessoa jurídica adquirente de
cimento industrial ou equiparado, quando a bens e materiais de construção estrangeiros,
aquisição no mercado interno for efetuada por no caso de importação realizada, por sua conta
pessoa jurídica beneficiária do Recine; e ordem, por intermédio de pessoa jurídica
IV – do IPI incidente no desembaraço adu- importadora.
Legislação correlata

aneiro, quando a importação for efetuada por § 6o As máquinas, aparelhos, instrumentos,


pessoa jurídica beneficiária do Recine; e equipamentos e materiais de construção com o
V – do Imposto de Importação, quando os tratamento tributário de que trata o caput serão
referidos bens ou materiais de construção, sem relacionados em regulamento.
similar nacional, forem importados por pessoa § 7o O prazo para fruição do benefício de
jurídica beneficiária do Recine. que trata o caput deverá respeitar o disposto no
89
§ 1o do art. 92 da Lei no 12.309, de 9 de agosto II – implantação das salas em imóveis de
de 2010. propriedade pública;
III – operação das salas por empresa exibi-
Art. 15. Por 5 (cinco) anos contados da con- dora, preferencialmente;
clusão do projeto de modernização ou do início IV – compromisso de redução tributária nas
da operação das salas de exibição, fica vedada a operações das salas; e
destinação dos complexos e dos equipamentos V – localização em zonas urbanas ou cidades
audiovisuais adquiridos com benefício fiscal pre- desprovidas ou mal atendidas por oferta de
visto nesta Lei, em fins diversos dos previstos nos salas de exibição.
projetos credenciados ou aprovados pela Ancine. § 2o As salas de cinema do Projeto Cinema
Parágrafo único. O descumprimento do da Cidade serão implantadas com recursos
disposto no caput submete a pessoa jurídica originários da União, conforme as disponibi-
beneficiária ao recolhimento dos tributos não lidades previstas pela lei orçamentária anual.
pagos, na forma do § 4o do art. 14. § 3o Em caráter excepcional, poderão ser
inscritos projetos de modernização dos comple-
Art. 16. Os arts. 8o e 28 da Lei no 10.865, de xos municipais existentes, desde que para viabi-
30 de abril de 2004, passam a vigorar com as lizar a digitalização da projeção cinematográfica
seguintes alterações: ou para garantir a continuidade da operação.
“Art. 8o ............................................................
.......................................................................... Art. 18. Competem à Ancine a coordenação
§ 12. ................................................................ das ações executivas do Programa Cinema
.......................................................................... Perto de Você e a expedição das normas com-
XXIII – projetores para exibição cinema- plementares necessárias.
tográfica, classificados no código 9007.2 da
NCM, e suas partes e acessórios, classifica- Art. 19. A Medida Provisória no 2.228-1, de
dos no código 9007.9 da NCM. 6 de setembro de 2001, passa a vigorar com a
........................................................................ ” seguinte redação:
“Art. 28. .......................................................... “Art. 1o ............................................................
.......................................................................... ..........................................................................
XXI – projetores para exibição cinematográ- XIX – obra cinematográfica ou videofono-
fica, classificados no código 9007.2 da NCM, gráfica publicitária estrangeira: aquela que
e suas partes e acessórios, classificados no não atende o disposto nos incisos XVII e
código 9007.9 da NCM. XVIII do caput;
Parágrafo único. O Poder Executivo poderá ........................................................................ ”
regulamentar o disposto nos incisos IV, X e “Art. 7o ............................................................
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

XIII a XXI do caput.” ..........................................................................


XXII – promover interação com administra-
Art. 17. Fica instituído, no âmbito do Progra- ções do cinema e do audiovisual dos Estados
ma Cinema Perto de Você, o Projeto Cinema membros do Mercosul e demais membros
da Cidade, destinado à implantação de salas da comunidade internacional, com vistas
pertencentes ao poder público. na consecução de objetivos de interesse
§ 1o Poderão ser inscritos no Projeto Ci- comum; e
nema da Cidade os projetos apresentados por XXIII – estabelecer critérios e procedi-
Municípios, Estados ou Distrito Federal, nas mentos administrativos para a garantia do
seguintes condições: princípio da reciprocidade no território
I – observância das especificações técnicas brasileiro em relação às condições de pro-
definidas pelo Programa Cinema Perto de Você dução e exploração de obras audiovisuais
para os projetos arquitetônicos das salas, inclu- brasileiras em territórios estrangeiros.
sive com atenção à acessibilidade aos espaços; ........................................................................ ”
90
“Art. 25. Toda e qualquer obra cinematográ- de comunicação eletrônica de massa por
fica ou videofonográfica publicitária estran- assinatura e nos segmentos de mercado de
geira só poderá ser veiculada ou transmitida salas de exibição e de vídeo doméstico em
no País, em qualquer segmento de mercado, qualquer suporte;
devidamente adaptada ao idioma português ..........................................................................
e após pagamento da Condecine, de que XII – as hipóteses previstas pelo inciso III do
trata o art. 32. art. 32, quando ocorrer o fato gerador de que
Parágrafo único. A adaptação de obra cine- trata o inciso I do mesmo artigo, em relação
matográfica ou videofonográfica publicitária à mesma obra audiovisual publicitária, para
deverá ser realizada por empresa produtora o segmento de mercado de comunicação
brasileira registrada na Ancine, conforme eletrônica de massa por assinatura.
normas por ela expedidas.” ........................................................................ ”
“Art. 28. .......................................................... “Art. 40. ..........................................................
.......................................................................... ..........................................................................
§ 2o As versões, as adaptações, as vinhetas IV – 10% (dez por cento), quando se tratar
e as chamadas realizadas a partir da obra de obra publicitária brasileira realizada
cinematográfica e videofonográfica publi- por microempresa ou empresa de pequeno
citária original, brasileira ou estrangeira, porte, segundo as definições do art. 3o da Lei
até o limite máximo de 5 (cinco), devem ser Complementar no 123, de 14 de dezembro de
consideradas um só título, juntamente com 2006, com custo não superior a R$ 10.000,00
a obra original, para efeito do pagamento (dez mil reais), conforme regulamento da
da Condecine. Ancine.”
§ 3o As versões, as adaptações, as vinhetas “Art. 58. ..........................................................
e as chamadas realizadas a partir da obra Parágrafo único. Constitui embaraço à fisca-
cinematográfica e videofonográfica publi- lização, sujeitando o infrator à pena prevista
citária original destinada à publicidade de no caput do art. 60:
varejo, até o limite máximo de 50 (cinquen- I – imposição de obstáculos ao livre acesso
ta), devem ser consideradas um só título, dos agentes da Ancine às entidades fiscali-
juntamente com a obra original, para efeito zadas; e
do pagamento da Condecine. II – o não atendimento da requisição de
§ 4o Ultrapassado o limite de que trata o arquivos ou documentos comprobatórios
§ 2o ou o § 3o, deverá ser solicitado novo do cumprimento das cotas legais de exibi-
registro do título de obra cinematográfica e ção e das obrigações tributárias relativas ao
videofonográfica publicitária original.” recolhimento da Condecine.”
“Art. 36. .......................................................... “Art. 59. O descumprimento da obrigato-
.......................................................................... riedade de que trata o art. 55 sujeitará o
III – na data do registro do título ou até o pri- infrator a multa correspondente a 5% (cinco
meiro dia útil seguinte à sua solicitação, para por cento) da receita bruta média diária de
obra cinematográfica ou videofonográfica bilheteria do complexo, apurada no ano da
publicitária brasileira, brasileira filmada no infração, multiplicada pelo número de dias
exterior ou estrangeira para cada segmento do descumprimento.
de mercado, conforme Anexo I; § 1o Se a receita bruta de bilheteria do com-
........................................................................ ” plexo não puder ser apurada, será aplicado
Legislação correlata

“Art. 39. .......................................................... multa no valor de R$ 100,00 (cem reais) por


.......................................................................... dia de descumprimento multiplicado pelo
III – as chamadas dos programas e a pu- número de salas do complexo.
blicidade de obras cinematográficas e vi- § 2o A multa prevista neste artigo deverá
deofonográficas veiculadas nos serviços de respeitar o limite máximo estabelecido no
radiodifusão de sons e imagens, nos serviços caput do art. 60.
91
Parágrafo único. As tabelas constantes do III – em relação aos demais artigos, a partir
Anexo I da Medida Provisória no 2.228-1, de da data de sua publicação.
6 de setembro de 2001, relativas ao inciso II
do caput do art. 33, passam a vigorar com as Art. 26. Ficam revogados:
alterações do Anexo desta Lei. I – a partir da data de publicação do ato do Po-
der Executivo que regulamentar os arts. 1o ao 3o:
Art. 20. O art. 5o da Lei no 8.685, de 20 de julho a) o parágrafo único do art. 17 da Lei no
de 1993, passa a vigorar com a seguinte redação: 9.432, de 8 de janeiro de 1997; e
“Art. 5o Os valores depositados nas contas de b) o art. 12 da Lei no 10.893, de 13 de julho
que trata o inciso I do § 1o do art. 4o e não de 2004;
aplicados no prazo de 48 (quarenta e oito) II – os §§ 6o e 7o do art. 8o da Lei no 10.925,
meses da data do primeiro depósito e os de 23 de julho de 2004; e
valores depositados nas contas de que trata III – (Vetado).
o inciso II do § 1o do art. 4o e não aplicados
no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, pror- Brasília, 23 de março de 2012; 191o da Inde-
rogável por igual período, serão destinados pendência e 124o da República.
ao Fundo Nacional da Cultura, alocados no
Fundo Setorial do Audiovisual.” DILMA ROUSSEFF – Guido Mantega – Paulo
............................................................................... Sérgio Oliveira Passos – Mendes Ribeiro Filho –
Fernando Damata Pimentel – Miriam Belchior
Art. 25. Esta Lei entra em vigor na data de sua – -Anna Maria Buarque de Hollanda – Marco
publicação, produzindo efeitos: Antonio Raupp – Gilberto José Spier Vargas –
I – em relação aos arts. 1o ao 3o, a partir da Aguinaldo Ribeiro – Luis Inácio Lucena Adams
data de publicação do ato do Poder Executivo
que os regulamentar; Promulgada em 23/3/2012, publicada no DOU
II – em relação aos arts. 4o ao 6o, a partir do de 26/3/2012 e regulamentada pelo Decreto n o
primeiro dia do quarto mês subsequente a sua 7.729/2012. Conversão da Medida Provisória no
publicação; e 545/2011.

Anexo
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

(Anexo I à Medida Provisória no 2.228-1, de 6 de setembro de 2001)

“Art. 33, inciso I do caput:

................................................................................................................................

Art. 33, inciso II do caput:

a) ...........................................................................................................................

................................................................................................................... .......................

92
................................................................................................................... .......................

– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária brasileira filmada


no exterior, para o mercado de serviços de comunicação eletrônica de .......................
massa por assinatura

................................................................................................................... .......................

................................................................................................................... .......................

................................................................................................................... .......................

b) ...........................................................................................................................

................................................................................................................... R$ 200.000,00

R$ 166.670,00
...................................................................................................................
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária estrangeira, para
R$ 23.810,00
o mercado de serviços de comunicação eletrônica de massa por assinatura
R$ 14.290,00
...................................................................................................................
R$ 14.290,00
...................................................................................................................
R$ 2.380,00
...................................................................................................................

c) (Revogado)

d) ............................................................................................................................

................................................................................................................... R$ 3.570,00

R$ 2.380,00
...................................................................................................................
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária brasileira, para o
R$ 1.190,00
mercado de serviços de comunicação eletrônica de massa por assinatura
R$ 710,00
Legislação correlata

...................................................................................................................
R$ 710,00
...................................................................................................................
R$ 240,00
...................................................................................................................

93
Art. 33, inciso III do caput:

................................................................................................................................
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

94
Lei no 12.761/2012
Institui o Programa de Cultura do Trabalhador; cria o vale-cultura; altera as Leis nos 8.212, de 24
de julho de 1991, e 7.713, de 22 de dezembro de 1988, e a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT,
aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943; e dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA § 3o O Poder Executivo poderá ampliar as


áreas culturais previstas no § 2o.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta
e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 3o Fica criado o vale-cultura, de caráter
pessoal e intransferível, válido em todo o
Art. 1o Fica instituído, sob a gestão do Minis- território nacional, para acesso e fruição de
tério da Cultura, o Programa de Cultura do produtos e serviços culturais, no âmbito do
Trabalhador, destinado a fornecer aos traba- Programa de Cultura do Trabalhador.
lhadores meios para o exercício dos direitos
culturais e acesso às fontes da cultura. Art. 4o O vale-cultura será confeccionado e
comercializado por empresas operadoras e
Art. 2o O Programa de Cultura do Trabalhador disponibilizado aos usuários pelas empresas
tem os seguintes objetivos: beneficiárias para ser utilizado nas empresas
I – possibilitar o acesso e a fruição dos pro- recebedoras.
dutos e serviços culturais;
II – estimular a visitação a estabelecimentos Art. 5o Para os efeitos desta Lei, entende-se
culturais e artísticos; e por:
III – incentivar o acesso a eventos e espetá- I – empresa operadora: pessoa jurídica ca-
culos culturais e artísticos. dastrada no Ministério da Cultura, possuidora
§ 1o Para os fins deste Programa, são de- do Certificado de Inscrição no Programa de
finidos os serviços e produtos culturais da Cultura do Trabalhador e autorizada a produzir
seguinte forma: e comercializar o vale-cultura;
I – serviços culturais: atividades de cunho II – empresa beneficiária: pessoa jurídica
artístico e cultural fornecidas por pessoas ju- optante pelo Programa de Cultura do Traba-
rídicas, cujas características se enquadrem nas lhador e autorizada a distribuir o vale-cultura
áreas culturais previstas no § 2o; e a seus trabalhadores com vínculo empregatício,
II – produtos culturais: materiais de cunho fazendo jus aos incentivos previstos no art. 10;
artístico, cultural e informativo, produzidos em III – usuário: trabalhador com vínculo em-
qualquer formato ou mídia por pessoas físicas pregatício com a empresa beneficiária;
ou jurídicas, cujas características se enquadrem IV – empresa recebedora: pessoa jurídica
nas áreas culturais previstas no § 2o. habilitada pela empresa operadora para receber
§ 2o Consideram-se áreas culturais para fins o vale-cultura como forma de pagamento de
do disposto nos incisos I e II do § 1o: serviço ou produto cultural.
I – artes visuais;
Legislação correlata

II – artes cênicas; Art. 6o O vale-cultura será fornecido aos usu-


III – audiovisual; ários pelas empresas beneficiárias e disponibi-
IV – literatura, humanidades e informação; lizado preferencialmente por meio magnético,
V – música; e com o seu valor expresso em moeda corrente,
VI – patrimônio cultural. na forma do regulamento.

95
Parágrafo único. Somente será admitido o a renda devido, observado o disposto no § 4o
fornecimento do vale-cultura impresso quando do art. 3o da Lei no 9.249, de 26 de dezembro
comprovadamente inviável a adoção do meio de 1995.
magnético. § 2o A pessoa jurídica inscrita no Programa
de Cultura do Trabalhador como beneficiária,
Art. 7o O vale-cultura deverá ser fornecido ao de que trata o inciso II do art. 5o, poderá deduzir
trabalhador que perceba até 5 (cinco) salários o valor despendido a título de aquisição do vale-
mínimos mensais. -cultura como despesa operacional para fins de
Parágrafo único. Os trabalhadores com apuração do imposto sobre a renda, desde que
renda superior a 5 (cinco) salários mínimos tributada com base no lucro real.
poderão receber o vale-cultura, desde que § 3o A pessoa jurídica deverá adicionar o
garantido o atendimento à totalidade dos em- valor deduzido como despesa operacional, de
pregados com a remuneração prevista no caput, que trata o § 2o, para fins de apuração da base
na forma que dispuser o regulamento. de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido – CSLL.
Art. 8o O valor mensal do vale-cultura, por § 4o As deduções de que tratam os §§ 1o e
usuário, será de R$ 50,00 (cinquenta reais). 2 somente se aplicam em relação ao valor do
o

§ 1o O trabalhador de que trata o caput do vale-cultura distribuído ao usuário.


art. 7o poderá ter descontado de sua remu- § 5o Para implementação do Programa, o
neração o percentual máximo de 10% (dez valor absoluto das deduções do imposto sobre
por cento) do valor do vale-cultura, na forma a renda devido de que trata o § 1o deverá ser
definida em regulamento. fixado anualmente na lei de diretrizes orça-
§ 2o Os trabalhadores que percebem mais mentárias, com base em percentual do imposto
de 5 (cinco) salários mínimos poderão ter des- sobre a renda devido pelas pessoas jurídicas
contados de sua remuneração, em percentuais tributadas com base no lucro real.
entre 20% (vinte por cento) e 90% (noventa por
cento) do valor do vale-cultura, de acordo com Art. 11. A parcela do valor do vale-cultura cujo
a respectiva faixa salarial, obedecido o disposto ônus seja da empresa beneficiária:
no parágrafo único do art. 7o e na forma que I – não tem natureza salarial nem se incor-
dispuser o regulamento. pora à remuneração para quaisquer efeitos;
§ 3o É vedada, em qualquer hipótese, a II – não constitui base de incidência de
reversão do valor do vale-cultura em pecúnia. contribuição previdenciária ou do Fundo de
§ 4o O trabalhador de que trata o art. 7o Garantia do Tempo de Serviço – FGTS; e
poderá optar pelo não recebimento do vale- III – não se configura como rendimento
-cultura, mediante procedimento a ser definido tributável do trabalhador.
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

em regulamento.
Art. 12. A execução inadequada do Programa
Art. 9o Os prazos de validade e condições de de Cultura do Trabalhador ou qualquer ação
utilização do vale-cultura serão definidos em que acarrete desvio de suas finalidades pela em-
regulamento. presa operadora ou pela empresa beneficiária
acarretará cumulativamente:
Art. 10. Até o exercício de 2017, ano-calen- I – cancelamento do Certificado de Inscrição
dário de 2016, o valor despendido a título de no Programa de Cultura do Trabalhador;
aquisição do vale-cultura poderá ser deduzido II – pagamento do valor que deixou de ser
do imposto sobre a renda devido pela pessoa recolhido relativo ao imposto sobre a renda,
jurídica beneficiária tributada com base no à contribuição previdenciária e ao depósito
lucro real. para o FGTS;
§ 1o A dedução de que trata o caput fica III – aplicação de multa correspondente a
limitada a 1% (um por cento) do imposto sobre 2 (duas) vezes o valor da vantagem recebida
96
indevidamente no caso de dolo, fraude ou ..........................................................................
simulação; VIII – o valor correspondente ao vale-cultura.
IV – perda ou suspensão de participação em ........................................................................ ”
linhas de financiamento em estabelecimentos
oficiais de crédito pelo período de 2 (dois) anos; Art. 15. O art. 6o da Lei no 7.713, de 22 de
V – proibição de contratar com a administra- dezembro de 1988, passa a vigorar acrescido
ção pública pelo período de até 2 (dois) anos; e do seguinte inciso XXIII:
VI – suspensão ou proibição de usufruir de “Art. 6o ............................................................
benefícios fiscais pelo período de até 2 (dois) ..........................................................................
anos. XXIII – o valor recebido a título de
vale-cultura.
Art. 13. O § 9o do art. 28 da Lei no 8.212, de ........................................................................ ”
24 de julho de 1991, passa a vigorar acrescido
da seguinte alínea y: Art. 16. O Poder Executivo regulamentará esta
“Art. 28. .......................................................... Lei no prazo de 60 (sessenta) dias, contados da
.......................................................................... data de sua publicação.
§ 9o ..................................................................
.......................................................................... Art. 17. Esta Lei entra em vigor na data de
y) o valor correspondente ao vale-cultura. sua publicação.
........................................................................ ”
Brasília, 27 de dezembro de 2012; 191o da In-
Art. 14. O § 2o do art. 458 da Consolidação das dependência e 124o da República.
Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-
-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, passa a DILMA ROUSSEFF – Guido Mantega – Carlos
vigorar acrescido do seguinte inciso VIII: Daudt Brizola – Marta Suplicy
“Art. 458. ........................................................
.......................................................................... Promulgada em 27/12/2012 e publicada no DOU de
§ 2o .................................................................. 27/12/2012 – Seção Extra.

Legislação correlata

97
Medida Provisória no 2.228-1/2001
Estabelece princípios gerais da Política Nacional do Cinema, cria o Conselho Superior do Cinema
e a Agência Nacional do Cinema – ANCINE, institui o Programa de Apoio ao Desenvolvimento
do Cinema Nacional – PRODECINE, autoriza a criação de Fundos de Financiamento da
Indústria Cinematográfica Nacional – FUNCINES, altera a legislação sobre a Contribuição para o
Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da de sons e imagens ou operadoras de comunica-


atribuição que lhe confere o art. 62 da Cons- ção eletrônica de massa por assinatura;
tituição, adota a seguinte Medida Provisória, V – obra cinematográfica brasileira ou obra
com força de lei: videofonográfica brasileira: aquela que atende
a um dos seguintes requisitos:
a) ser produzida por empresa produtora brasi-
CAPÍTULO I – Das Definições leira, observado o disposto no § 1o, registrada na
ANCINE, ser dirigida por diretor brasileiro ou
Art. 1o Para fins desta Medida Provisória estrangeiro residente no País há mais de 3 (três)
entende-se como:28 anos, e utilizar para sua produção, no mínimo,
I – obra audiovisual: produto da fixação 2/3 (dois terços) de artistas e técnicos brasileiros
ou transmissão de imagens, com ou sem som, ou residentes no Brasil há mais de 5 (cinco) anos;
que tenha a finalidade de criar a impressão de b) ser realizada por empresa produtora bra-
movimento, independentemente dos processos sileira registrada na ANCINE, em associação
de captação, do suporte utilizado inicial ou com empresas de outros países com os quais o
posteriormente para fixá-las ou transmiti-las, Brasil mantenha acordo de co-produção cine-
ou dos meios utilizados para sua veiculação, matográfica e em consonância com os mesmos.
reprodução, transmissão ou difusão; c) ser realizada, em regime de co-produção,
II – obra cinematográfica: obra audiovisual por empresa produtora brasileira registrada
cuja matriz original de captação é uma pelí- na ANCINE, em associação com empresas
cula com emulsão fotossensível ou matriz de de outros países com os quais o Brasil não
captação digital, cuja destinação e exibição seja mantenha acordo de co-produção, assegurada
prioritariamente e inicialmente o mercado de a titularidade de, no mínimo, 40% (quarenta
salas de exibição; por cento) dos direitos patrimoniais da obra
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

III – obra videofonográfica: obra audiovisual à empresa produtora brasileira e utilizar para
cuja matriz original de captação é um meio sua produção, no mínimo, 2/3 (dois terços) de
magnético com capacidade de armazenamento artistas e técnicos brasileiros ou residentes no
de informações que se traduzem em imagens Brasil há mais de 3 (três) anos.
em movimento, com ou sem som; VI – segmento de mercado: mercados de
IV – obra cinematográfica e videofonográ- salas de exibição, vídeo doméstico em qualquer
fica de produção independente: aquela cuja suporte, radiodifusão de sons e imagens, co-
empresa produtora, detentora majoritária dos municação eletrônica de massa por assinatura,
direitos patrimoniais sobre a obra, não tenha mercado publicitário audiovisual ou quaisquer
qualquer associação ou vínculo, direto ou indi- outros mercados que veiculem obras cinema-
reto, com empresas de serviços de radiodifusão tográficas e videofonográficas;
VII – obra cinematográfica ou videofonográ-
fica de curta metragem: aquela cuja duração é
28
Leis nos 10.454/2002, 12.485/2011 e 12.599/2012. igual ou inferior a quinze minutos;
98
VIII – obra cinematográfica ou videofo- sediadas no Brasil, por satélite ou por qualquer
nográfica de média metragem: aquela cuja outro meio de transmissão ou veiculação;
duração é superior a quinze minutos e igual ou XVI – obra cinematográfica ou videofono-
inferior a setenta minutos; gráfica publicitária: aquela cuja matriz original
IX – obra cinematográfica ou videofonográ- de captação é uma película com emulsão fo-
fica de longa metragem: aquela cuja duração é tossensível ou matriz de captação digital, cuja
superior a setenta minutos; destinação é a publicidade e propaganda, expo-
X – obra cinematográfica ou videofonográfi- sição ou oferta de produtos, serviços, empresas,
ca seriada: aquela que, sob o mesmo título, seja instituições públicas ou privadas, partidos
produzida em capítulos; políticos, associações, administração pública,
XI – telefilme: obra documental, ficcional assim como de bens materiais e imateriais de
ou de animação, com no mínimo cinqüenta e qualquer natureza;
no máximo cento e vinte minutos de duração, XVII – obra cinematográfica ou videofono-
produzida para primeira exibição em meios gráfica publicitária brasileira: aquela que seja
eletrônicos. produzida por empresa produtora brasileira re-
XII – minissérie: obra documental, ficcional gistrada na ANCINE, observado o disposto no §
ou de animação produzida em película ou ma- 1o, realizada por diretor brasileiro ou estrangeiro
triz de captação digital ou em meio magnético residente no País há mais de 3 (três) anos, e
com, no mínimo, 3 (três) e no máximo 26 (vinte que utilize para sua produção, no mínimo, 2/3
e seis) capítulos, com duração máxima de 1.300 (dois terços) de artistas e técnicos brasileiros ou
(um mil e trezentos) minutos; residentes no Brasil há mais de 5 (cinco) anos;
XIII – programadora: empresa que oferece, XVIII – obra cinematográfica ou videofo-
desenvolve ou produz conteúdo, na forma de ca- nográfica publicitária brasileira filmada no ex-
nais ou de programações isoladas, destinado às terior: aquela, realizada no exterior, produzida
empresas de serviços de comunicação eletrônica por empresa produtora brasileira registrada
de massa por assinatura ou de quaisquer outros na ANCINE, observado o disposto no § 1o,
serviços de comunicação, que transmitam sinais realizada por diretor brasileiro ou estrangeiro
eletrônicos de som e imagem que sejam gerados residente no Brasil há mais de 3 (três) anos, e
e transmitidos por satélite ou por qualquer ou- que utilize para sua produção, no mínimo, 1/3
tro meio de transmissão ou veiculação; (um terço) de artistas e técnicos brasileiros ou
XIV – programação internacional: aquela residentes no Brasil há mais de 5 (cinco) anos;
gerada, disponibilizada e transmitida direta- XIX – obra cinematográfica ou videofono-
mente do exterior para o Brasil, por satélite ou gráfica publicitária estrangeira: aquela que não
por qualquer outro meio de transmissão ou atende o disposto nos incisos XVII e XVIII do
veiculação, pelos canais, programadoras ou caput;
empresas estrangeiras, destinada às empresas XX – obra cinematográfica ou videofonográ-
de serviços de comunicação eletrônica de massa fica publicitária brasileira de pequena veiculação:
por assinatura ou de quaisquer outros serviços aquela que seja produzida por empresa produto-
de comunicação que transmitam sinais eletrô- ra brasileira registrada na ANCINE, observado o
nicos de som e imagem; disposto no § 1o, realizada por diretor brasileiro
XV – programação nacional: aquela gerada e ou estrangeiro residente no País há mais de 3
disponibilizada, no território brasileiro, pelos ca- (três) anos, e que utilize para sua produção, no
nais ou programadoras, incluindo obras audio- mínimo, 2/3 (dois terços) de artistas e técnicos
Legislação correlata

visuais brasileiras ou estrangeiras, destinada às brasileiros ou residentes no Brasil há mais de


empresas de serviços de comunicação eletrônica 3 (três) anos e cuja veiculação esteja restrita a
de massa por assinatura ou de quaisquer outros Municípios que totalizem um número máximo
serviços de comunicação que transmitam sinais de habitantes a ser definido em regulamento;
eletrônicos de som e imagem, que seja gerada e XXI – claquete de identificação: imagem fixa
transmitida diretamente no Brasil por empresas ou em movimento inserida no início da obra
99
cinematográfica ou videofonográfica contendo I – promoção da cultura nacional e da
as informações necessárias à sua identificação, língua portuguesa mediante o estímulo ao de-
de acordo com o estabelecido em regulamento. senvolvimento da indústria cinematográfica e
§ 1o Para os fins do inciso V deste artigo, audiovisual nacional;
entende-se por empresa brasileira aquela cons- II – garantia da presença de obras cinema-
tituída sob as leis brasileiras, com sede e admi- tográficas e videofonográficas nacionais nos
nistração no País, cuja maioria do capital total diversos segmentos de mercado;
e votante seja de titularidade direta ou indireta, III – programação e distribuição de obras
de brasileiros natos ou naturalizados há mais audiovisuais de qualquer origem nos meios
de 10 (dez) anos, os quais devem exercer de eletrônicos de comunicação de massa sob obri-
fato e de direito o poder decisório da empresa. gatória e exclusiva responsabilidade, inclusive
§ 2o Para os fins do disposto nos incisos editorial, de empresas brasileiras, qualificadas
XVII, XVIII e XX deste artigo, entende-se por na forma do § 1o do art. 1o da Medida Provisória
empresa brasileira aquela constituída sob as no 2.228-1, de 6 de setembro de 2001, com a
leis brasileiras, com sede e administração no redação dada por esta Lei.
País, cuja maioria do capital seja de titulari- IV – respeito ao direito autoral sobre obras
dade direta ou indireta de brasileiros natos ou audiovisuais nacionais e estrangeiras.
naturalizados há mais de 5 (cinco) anos, os
quais devem exercer de fato e de direito o poder
decisório da empresa. CAPÍTULO III – Do Conselho Superior do
§ 3o Considera-se versão de obra publici- Cinema
tária cinematográfica ou videofonográfica, a
edição ampliada ou reduzida em seu tempo de Art. 3o Fica criado o Conselho Superior do
duração, realizada a partir do conteúdo origi- Cinema, órgão colegiado integrante da estru-
nal de uma mesma obra cinematográfica ou tura da Casa Civil da Presidência da República,
videofonográfica publicitária, e realizada sob a que compete:
o mesmo contrato de produção. I – definir a política nacional do cinema;
§ 4o Para os fins desta Medida Provisória, II – aprovar políticas e diretrizes gerais para
entende-se por: o desenvolvimento da indústria cinematográ-
I – serviço de comunicação eletrônica de fica nacional, com vistas a promover sua auto-
massa por assinatura: serviço de acesso condi- -sustentabilidade;
cionado de que trata a lei específica sobre a co- III – estimular a presença do conteúdo
municação audiovisual de acesso condicionado; brasileiro nos diversos segmentos de mercado;
II – programadoras de obras audiovisuais IV – acompanhar a execução das políticas
para o segmento de mercado de serviços de referidas nos incisos I, II e III;
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

comunicação eletrônica de massa por assina- V – estabelecer a distribuição da Contri-


tura: empresas programadoras de que trata a buição para o Desenvolvimento da Indústria
lei específica sobre a comunicação audiovisual Cinematográfica – CONDECINE para cada
de acesso condicionado. destinação prevista em lei.

Art. 4o O Conselho Superior do Cinema será


CAPÍTULO II – Da Política Nacional do integrado:
Cinema I – pelos Ministros de Estado:
a) da Justiça;
Art. 2o A política nacional do cinema terá por b) das Relações Exteriores;
base os seguintes princípios gerais:29 c) da Fazenda;
d) da Cultura;
e) do Desenvolvimento, Indústria e Comér-
29
Lei no 10.454/2002. cio Exterior;
100
f) das Comunicações; e Art. 6o A ANCINE terá por objetivos:
g) Chefe da Casa Civil da Presidência da I – promover a cultura nacional e a língua
República, que o presidirá. portuguesa mediante o estímulo ao desenvol-
II – por cinco representantes da indústria vimento da indústria cinematográfica e video-
cinematográfica e videofonográfica nacional, fonográfica nacional em sua área de atuação;
que gozem de elevado conceito no seu campo II – promover a integração programática,
de especialidade, a serem designados por de- econômica e financeira de atividades governa-
creto, para mandato de dois anos, permitida mentais relacionadas à indústria cinematográ-
uma recondução. fica e videofonográfica;
§ 1o O regimento interno do Conselho Su- III – aumentar a competitividade da indús-
perior do Cinema será aprovado por resolução. tria cinematográfica e videofonográfica nacional
§ 2o O Conselho reunir-se-á sempre que for por meio do fomento à produção, à distribuição
convocado por seu Presidente. e à exibição nos diversos segmentos de mercado;
§ 3o O Conselho deliberará mediante reso- IV – promover a auto-sustentabilidade da
luções, por maioria simples de votos, presentes, indústria cinematográfica nacional visando o
no mínimo, cinco membros referidos no inciso aumento da produção e da exibição das obras
I deste artigo, dentre eles o seu Presidente, que cinematográficas brasileiras;
exercerá voto de qualidade no caso de empate, e V – promover a articulação dos vários elos
três membros referidos no inciso II deste artigo. da cadeia produtiva da indústria cinematográ-
§ 4 o Nos casos de urgência e relevante fica nacional;
interesse, o Presidente poderá deliberar ad VI – estimular a diversificação da produção
referendum dos demais membros. cinematográfica e videofonográfica nacional e o
§ 5 o O Presidente do Conselho poderá fortalecimento da produção independente e das
convidar para participar das reuniões técnicos, produções regionais com vistas ao incremento
personalidades e representantes de órgãos e de sua oferta e à melhoria permanente de seus
entidades públicos e privados. padrões de qualidade;
VII – estimular a universalização do acesso
às obras cinematográficas e videofonográficas,
CAPÍTULO IV – Da Agência Nacional do em especial as nacionais;
Cinema – ANCINE VIII – garantir a participação diversificada
SEÇÃO I – Dos Objetivos e Competências de obras cinematográficas e videofonográficas
estrangeiras no mercado brasileiro;
Art. 5o Fica criada a Agência Nacional do Ci- IX – garantir a participação das obras cine-
nema – ANCINE, autarquia especial, vinculada matográficas e videofonográficas de produção
ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria nacional em todos os segmentos do mercado
e Comércio Exterior, observado o disposto interno e estimulá-la no mercado externo;
no art. 62 desta Medida Provisória, órgão de X – estimular a capacitação dos recursos
fomento, regulação e fiscalização da indústria humanos e o desenvolvimento tecnológico da
cinematográfica e videofonográfica, dotada de indústria cinematográfica e videofonográfica
autonomia administrativa e financeira. nacional;
§ 1o A Agência terá sede e foro no Distrito XI – zelar pelo respeito ao direito autoral so-
Federal e escritório central na cidade do Rio bre obras audiovisuais nacionais e estrangeiras.
de Janeiro, podendo estabelecer escritórios
Legislação correlata

regionais. Art. 7 o A ANCINE terá as seguintes


§ 2o O Ministério do Desenvolvimento, competências:30
Indústria e Comércio Exterior supervisionará I – executar a política nacional de fomento
as atividades da ANCINE, podendo celebrar ao cinema, definida na forma do art. 3o;
contrato de gestão, observado o disposto no
art. 62. 30
Leis nos 12.485/2011 e 12.599/2012.
101
II – fiscalizar o cumprimento da legisla- diversos meios de produção, distribuição, exi-
ção referente à atividade cinematográfica e bição e difusão;
videofonográfica nacional e estrangeira nos XV – articular-se com órgãos e entidades vol-
diversos segmentos de mercados, na forma do tados ao fomento da produção, da programação e
regulamento; da distribuição de obras cinematográficas e vide-
III – promover o combate à pirataria de ofonográficas dos Estados membros do Mercosul
obras audiovisuais; e demais membros da comunidade internacional;
IV – aplicar multas e sanções, na forma da XVI – prestar apoio técnico e administrativo
lei; ao Conselho Superior do Cinema;
V – regular, na forma da lei, as atividades de XVII – atualizar, em consonância com a
fomento e proteção à indústria cinematográfica evolução tecnológica, as definições referidas
e videofonográfica nacional, resguardando a no art. 1o desta Medida Provisória.
livre manifestação do pensamento, da criação, XVIII – regular e fiscalizar o cumprimento
da expressão e da informação; dos princípios da comunicação audiovisual
VI – coordenar as ações e atividades go- de acesso condicionado, das obrigações de
vernamentais referentes à indústria cinema- programação, empacotamento e publicidade
tográfica e videofonográfica, ressalvadas as e das restrições ao capital total e votante das
competências dos Ministérios da Cultura e das produtoras e programadoras fixados pela lei
Comunicações; que dispõe sobre a comunicação audiovisual
VII – articular-se com os órgãos competen- de acesso condicionado;
tes dos entes federados com vistas a otimizar a XIX – elaborar e tornar público plano de
consecução dos seus objetivos; trabalho como instrumento de avaliação da
VIII – gerir programas e mecanismos de atuação administrativa do órgão e de seu de-
fomento à indústria cinematográfica e video- sempenho, estabelecendo os parâmetros para
fonográfica nacional; sua administração, bem como os indicadores
IX – estabelecer critérios para a aplicação que permitam quantificar, objetivamente, a sua
de recursos de fomento e financiamento à avaliação periódica, inclusive com relação aos
indústria cinematográfica e videofonográfica recursos aplicados em fomento à produção de
nacional; audiovisual;
X – promover a participação de obras cine- XX – enviar relatório anual de suas ativida-
matográficas e videofonográficas nacionais em des ao Ministério da Cultura e, por intermédio
festivais internacionais; da Presidência da República, ao Congresso
XI – aprovar e controlar a execução de Nacional;
projetos de co-produção, produção, distribui- XXI – tomar dos interessados compromisso
ção, exibição e infra-estrutura técnica a serem de ajustamento de sua conduta às exigências
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

realizados com recursos públicos e incentivos legais no âmbito de suas competências, nos
fiscais, ressalvadas as competências dos Minis- termos do § 6o do art. 5o da Lei no 7.347, de 24
térios da Cultura e das Comunicações; de julho de 1985.
XII – fornecer os Certificados de Produto XXII – promover interação com administra-
Brasileiro às obras cinematográficas e video- ções do cinema e do audiovisual dos Estados
fonográficas; membros do Mercosul e demais membros
XIII – fornecer Certificados de Registro da comunidade internacional, com vistas na
dos contratos de produção, co-produção, consecução de objetivos de interesse comum; e
distribuição, licenciamento, cessão de direitos XXIII – estabelecer critérios e procedimen-
de exploração, veiculação e exibição de obras tos administrativos para a garantia do princípio
cinematográficas e videofonográficas; da reciprocidade no território brasileiro em
XIV – gerir o sistema de informações para relação às condições de produção e exploração
o monitoramento das atividades da indústria de obras audiovisuais brasileiras em territórios
cinematográfica e videofonográfica nos seus estrangeiros.
102
Parágrafo único. A organização básica e as IX – julgar recursos interpostos contra de-
competências das unidades da ANCINE serão cisões de membros da Diretoria;
estabelecidas em ato do Poder Executivo. X – autorizar a contratação de serviço de
terceiros na forma da legislação vigente;
XI – autorizar a celebração de contratos,
SEÇÃO II – Da Estrutura convênios e acordos;
Parágrafo único. A Diretoria Colegiada
Art. 8o A ANCINE será dirigida em regime reunir-se-á com a presença de, pelo menos, três
de colegiado por uma diretoria composta de diretores, dentre eles o Diretor-Presidente, e
um Diretor-Presidente e três Diretores, com deliberará por maioria simples de votos.
mandatos não coincidentes de quatro anos.
§ 1o Os membros da Diretoria serão brasi- Art. 10. Compete ao Diretor-Presidente da
leiros, de reputação ilibada e elevado conceito ANCINE:
no seu campo de especialidade, escolhidos I – exercer a representação legal da agência;
pelo Presidente da República e por ele nome- II – presidir as reuniões da Diretoria Co-
ados após aprovação pelo Senado Federal, nos legiada;
termos da alínea “f ” do inciso III do art. 52 da III cumprir e fazer cumprir as decisões da
Constituição Federal. Diretoria Colegiada;
§ 2o O Diretor-Presidente da ANCINE será IV – exercer o voto de qualidade, em caso de
escolhido pelo Presidente da República entre os empate nas deliberações da Diretoria Colegiada;
membros da Diretoria Colegiada. V – nomear, exonerar e demitir servidores
§ 3o Em caso de vaga no curso do mandato e empregados;
de membro da Diretoria Colegiada, este será VI – prover os cargos em comissão e as
completado por sucessor investido na forma funções de confiança;
prevista no § 1o deste artigo, que o exercerá pelo VII – aprovar editais de licitação e homolo-
prazo remanescente. gar adjudicações;
§ 4o Integrarão a estrutura da ANCINE uma VIII – encaminhar ao órgão supervisor a
Procuradoria-Geral, que a representará em proposta de orçamento da ANCINE;
juízo, uma Ouvidoria-Geral e uma Auditoria. IX – assinar contratos, acordos e convê-
§ 5o A substituição dos dirigentes em seus im- nios, previamente aprovados pela Diretoria
pedimentos será disciplinada em regulamento. Colegiada;
X – ordenar despesas e praticar os atos de
Art. 9o Compete à Diretoria Colegiada da gestão necessários ao alcance dos objetivos da
ANCINE: ANCINE;
I – exercer sua administração; XI – sugerir a propositura de ação civil pú-
II – editar normas sobre matérias de sua blica pela ANCINE, nos casos previstos em lei;
competência; XII – exercer a função de Secretário-Execu-
III – aprovar seu regimento interno; tivo do Conselho Superior do Cinema;
IV – cumprir e fazer cumprir as políticas e XIII – exercer outras atividades necessárias
diretrizes aprovadas pelo Conselho Superior à gestão da ANCINE e à implementação das
de Cinema; decisões do Conselho Superior do Cinema.
V – deliberar sobre sua proposta de orça-
mento;
Legislação correlata

VI – determinar a divulgação de relatórios SEÇÃO III – Das Receitas e do Patrimônio


semestrais sobre as atividades da Agência;
VII – decidir sobre a venda, cessão ou alu- Art. 11. Constituem receitas da ANCINE:31
guel de bens integrantes do seu patrimônio; I – (Revogado);
VIII – notificar e aplicar as sanções previstas
na legislação; 31
Lei no 11.437/2006.
103
II – (Revogado); grantes da administração pública federal direta,
III – o produto da arrecadação das multas autárquica e fundacional, quaisquer que sejam
resultantes do exercício de suas atribuições; as atribuições a serem exercidas.
IV – (Revogado);
V – o produto da execução da sua dívida
ativa; CAPÍTULO V – Do Sistema de
VI – as dotações consignadas no Orçamen- Informações e Monitoramento da Indústria
to-Geral da União, créditos especiais, créditos Cinematográfica e Videofonográfica
adicionais, transferências e repasses que lhe
forem conferidos; Art. 16. Fica criado o Sistema de Informações
VII – as doações, legados, subvenções e ou- e Monitoramento da Indústria Cinematográfica
tros recursos que lhe forem destinados; e Videofonográfica, de responsabilidade da
VIII – os valores apurados na venda ou ANCINE, podendo para sua elaboração e exe-
aluguel de bens móveis e imóveis de sua pro- cução ser conveniada ou contratada entidade
priedade; ou empresa legalmente constituída.
IX – os valores apurados em aplicações no
mercado financeiro das receitas previstas neste Art. 17. Toda sala ou espaço de exibição
artigo; pública destinada à exploração de obra ci-
X – produto da cobrança de emolumentos nematográfica em qualquer suporte deverá
por serviços prestados; utilizar o sistema de controle de receitas de
XI – recursos provenientes de acordos, con- bilheteria, conforme definido em regulamento
vênios ou contratos celebrados com entidades, pela ANCINE.
organismos ou empresas, públicos ou privados,
nacionais e internacionais; Art. 18. As empresas distribuidoras, as
XII – produto da venda de publicações, programadoras de obras audiovisuais para o
material técnico, dados e informações, inclusive segmento de mercado de serviços de comu-
para fins de licitação pública; nicação eletrônica de massas por assinatura,
XIII – (Revogado). as programadoras de obras audiovisuais para
outros mercados, conforme assinalado na
Art. 12. Fica a ANCINE autorizada a alienar alínea e do Anexo I desta Medida Provisória,
bens móveis ou imóveis do seu patrimônio que assim como as locadoras de vídeo doméstico e
não se destinem ao desempenho das funções as empresas de exibição, devem fornecer rela-
inerentes à sua missão institucional. tórios periódicos sobre a oferta e o consumo de
obras audiovisuais e as receitas auferidas pela
exploração delas no período, conforme normas
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

SEÇÃO IV – Dos Recursos Humanos expedidas pela Ancine.33

Art. 13. (Revogado)32 Art. 19. As empresa distribuidoras e locadoras


de obras cinematográficas para vídeo, domés-
Art. 14. A ANCINE poderá contratar espe- tico ou para venda direta ao consumidor, em
cialistas para a execução de trabalhos nas áreas qualquer suporte, deverão emitir semestral-
técnica, administrativa, econômica e jurídica, mente relatório enumerando as obras cinema-
por projetos ou prazos limitados, observando- tográficas brasileiras distribuídas no período,
-se a legislação em vigor. número de obras estrangeiras e sua relação,
número de cópias distribuídas por título, con-
Art. 15. A ANCINE poderá requisitar, com forme definido em regulamento, devendo estas
ônus, servidores de órgãos e entidades inte- informações serem remetidas à ANCINE.
32
Lei no 10.871/ 2004. 33
Lei no 11.437/2006.
104
Art. 20. Poderá ser estabelecida, por lei, a Art. 24. Os serviços técnicos de cópia e repro-
obrigatoriedade de fornecimento periódico dução de matrizes de obras cinematográficas e
de informações sobre veiculação ou difusão videofonográficas que se destinem à exploração
de obras cinematográficas e videofonográficas comercial no mercado brasileiro deverão ser
para empresas operantes em outros segmentos executados em laboratórios instalados no País.35
de mercado além daqueles indicados nos arts. Parágrafo único. As obras cinematográficas
18 e 19. e videofonográficas estrangeiras estão dispensa-
das de copiagem obrigatória no País até o limite
Art. 21. As cópias das obras cinematográficas de 6 (seis) cópias, bem como seu material de
e videofonográficas destinadas à venda, cessão, promoção e divulgação nos limites estabeleci-
empréstimo, permuta, locação, exibição, com dos em regulamento.
ou sem fins lucrativos, bem como as obras cine-
matográficas e videofonográficas publicitárias Art. 25. Toda e qualquer obra cinematográfica
deverão conter em seu suporte marca indelével ou videofonográfica publicitária estrangeira só
e irremovível com a identificação do detentor poderá ser veiculada ou transmitida no País, em
do direito autoral no Brasil, com todas as infor- qualquer segmento de mercado, devidamente
mações que o identifiquem, conforme modelo adaptada ao idioma português e após paga-
aprovado pela ANCINE e pela Secretaria da mento da Condecine, de que trata o art. 32.36
Receita Federal do Ministério da Fazenda, sem Parágrafo único. A adaptação de obra cine-
prejuízo do que trata a Lei no 9.610, de 19 de matográfica ou videofonográfica publicitária
fevereiro de 1998, e o Decreto no 2.894, 22 de deverá ser realizada por empresa produtora
dezembro de 1998.34 brasileira registrada na Ancine, conforme
Parágrafo único. No caso de obras cinema- normas por ela expedidas.
tográficas e videofonográficas publicitárias,
a marca indelével e irremovível de que trata Art. 26. A empresa produtora de obra cine-
o caput e nas finalidades ali previstas deverá matográfica ou videofonográfica com recursos
constar na claquete de identificação. públicos ou provenientes de renúncia fiscal
deverá depositar na Cinemateca Brasileira ou
Art. 22. É obrigatório o registro das empresas entidade credenciada pela ANCINE uma cópia
de produção, distribuição, exibição de obras de baixo contraste, interpositivo ou matriz
cinematográficas e videofonográficas nacionais digital da obra, para sua devida preservação.
ou estrangeiras na ANCINE, conforme disposto
em regulamento. Art. 27. As obras cinematográficas e videofo-
Parágrafo único. Para se beneficiar de recur- nográficas produzidas com recursos públicos
sos públicos ou incentivos fiscais destinados à ou renúncia fiscal, após decorridos dez anos de
atividade cinematográfica ou videofonográfica sua primeira exibição comercial, poderão ser
a empresa deve estar registrada na ANCINE. exibidas em canais educativos mantidos com re-
cursos públicos nos serviços de radiodifusão de
Art. 23. A produção no Brasil de obra cine- sons e imagens e nos canais referidos nas alíneas
matográfica ou videofonográfica estrangeira “b” a “g” do inciso I do art. 23 da Lei no 8.977,
deverá ser comunicada à ANCINE. de 6 de janeiro de 1995, e em estabelecimentos
Parágrafo único. A produção e a adaptação públicos de ensino, na forma definida em re-
de obra cinematográfica ou videofonográfica gulamento, respeitados os contratos existentes.
Legislação correlata

estrangeira, no Brasil, deverão realizar-se


mediante contrato com empresa produtora Art. 28. Toda obra cinematográfica e video-
brasileira, que será a responsável pela produção fonográfica brasileira deverá, antes de sua exi-
perante as leis brasileiras.
35
Lei no 10.454/2002.
34
Lei n 10.454/2002.
o 36
Lei no 12.599/2012.
105
bição ou comercialização, requerer à ANCINE firmado entre as partes, conforme modelo a ser
o registro do título e o Certificado de Produto estabelecido em regulamento.
Brasileiro – CPB.37
§ 1o No caso de obra cinematográfica ou Art. 30. Para concessão da classificação etária
obra videofonográfica publicitária brasileira, indicativa de obras cinematográficas e videofo-
após a solicitação do registro do título, a mesma nográficas será exigida pelo órgão responsável a
poderá ser exibida ou comercializada, devendo comprovação do pagamento da CONDECINE
ser retirada de exibição ou ser suspensa sua no segmento de mercado a que a classificação
comercialização, caso seja constatado o não pa- etária indicativa se referir.
gamento da CONDECINE ou o fornecimento
de informações incorretas. Art. 31. (Revogado)39
§ 2o As versões, as adaptações, as vinhetas Parágrafo único. (Revogado)
e as chamadas realizadas a partir da obra ci-
nematográfica e videofonográfica publicitária
original, brasileira ou estrangeira, até o limite CAPÍTULO VI – Da Contribuição
máximo de 5 (cinco), devem ser consideradas para o Desenvolvimento da Indústria
um só título, juntamente com a obra original, Cinematográfica Nacional – CONDECINE
para efeito do pagamento da Condecine.
§ 3o As versões, as adaptações, as vinhetas Art. 32. A Contribuição para o Desenvolvi-
e as chamadas realizadas a partir da obra ci- mento da Indústria Cinematográfica Nacional
nematográfica e videofonográfica publicitária – Condecine terá por fato gerador:40
original destinada à publicidade de varejo, até I – a veiculação, a produção, o licenciamento
o limite máximo de 50 (cinquenta), devem ser e a distribuição de obras cinematográficas e
consideradas um só título, juntamente com videofonográficas com fins comerciais, por
a obra original, para efeito do pagamento da segmento de mercado a que forem destinadas;
Condecine. II – a prestação de serviços que se utilizem de
§ 4o Ultrapassado o limite de que trata o § meios que possam, efetiva ou potencialmente,
2o ou o § 3o, deverá ser solicitado novo registro distribuir conteúdos audiovisuais nos termos da
do título de obra cinematográfica e videofono- lei que dispõe sobre a comunicação audiovisual
gráfica publicitária original. de acesso condicionado, listados no Anexo I
desta Medida Provisória;
Art. 29. A contratação de direitos de explo- III – a veiculação ou distribuição de obra
ração comercial, de licenciamento, produção, audiovisual publicitária incluída em programa-
co-produção, exibição, distribuição, comer- ção internacional, nos termos do inciso XIV do
cialização, importação e exportação de obras art. 1o desta Medida Provisória, nos casos em
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

cinematográficas e videofonográficas em qual- que existir participação direta de agência de


quer suporte ou veículo no mercado brasileiro, publicidade nacional, sendo tributada nos mes-
deverá ser informada à ANCINE, previamente mos valores atribuídos quando da veiculação
à comercialização, exibição ou veiculação da incluída em programação nacional.
obra, com a comprovação do pagamento da Parágrafo único. A CONDECINE também
CONDECINE para o segmento de mercado incidirá sobre o pagamento, o crédito, o em-
em que a obra venha a ser explorada comer- prego, a remessa ou a entrega, aos produtores,
cialmente.38 distribuidores ou intermediários no exterior,
Parágrafo único. No caso de obra cinemato- de importâncias relativas a rendimento decor-
gráfica ou videofonográfica publicitária, deverá rente da exploração de obras cinematográficas
ser enviado à ANCINE, o resumo do contrato
37
Leis nos 10.454/2002 e 12.599/2012. 39
Lei no 12.485/2011.
38
Lei no 10.454/2002. 40
Lei no 12.485/2011.
106
e videofonográficas ou por sua aquisição ou Cultura – FNC e alocado em categoria de
importação, a preço fixo. programação específica denominada Fundo
Setorial do Audiovisual, para aplicação nas
Art. 33. A Condecine será devida para cada atividades de fomento relativas aos Programas
segmento de mercado, por:41 de que trata o art. 47 desta Medida Provisória.42
I – título ou capítulo de obra cinematográfica I – (Revogado);
ou videofonográfica destinada aos seguintes II – (Revogado);
segmentos de mercado: III – (Revogado).
a) salas de exibição;
b) vídeo doméstico, em qualquer suporte; Art. 35. A CONDECINE será devida pelos
c) serviço de radiodifusão de sons e imagens; seguintes sujeitos passivos:43
d) serviços de comunicação eletrônica de I – detentor dos direitos de exploração co-
massa por assinatura; mercial ou de licenciamento no País, conforme
e) outros mercados, conforme anexo. o caso, para os segmentos de mercado previstos
II – título de obra publicitária cinematográ- nas alíneas “a” a “e” do inciso I do art. 33;
fica ou videofonográfica, para cada segmento II – empresa produtora, no caso de obra
dos mercados previstos nas alíneas “a” a “e” do nacional, ou detentor do licenciamento para
inciso I a que se destinar; exibição, no caso de obra estrangeira, na hipó-
III – prestadores dos serviços constantes do tese do inciso II do art. 33;
Anexo I desta Medida Provisória, a que se refere III – o responsável pelo pagamento, crédito,
o inciso II do art. 32 desta Medida Provisória. emprego, remessa ou entrega das importâncias
§ 1o A CONDECINE corresponderá aos referidas no parágrafo único do art. 32;
valores das tabelas constantes do Anexo I a esta IV – as concessionárias, permissionárias e
Medida Provisória. autorizadas de serviços de telecomunicações,
§ 2o Na hipótese do parágrafo único do art. relativamente ao disposto no inciso II do art. 32;
32, a CONDECINE será determinada mediante V – o representante legal e obrigatório da
a aplicação de alíquota de onze por cento sobre programadora estrangeira no País, na hipótese
as importâncias ali referidas. do inciso III do art. 32.
§ 3o A Condecine será devida:
I – uma única vez a cada 5 (cinco) anos, Art. 36. A CONDECINE deverá ser recolhida
para as obras a que se refere o inciso I do caput à ANCINE, na forma do regulamento:44
deste artigo; I – na data do registro do título para os
II – a cada 12 (doze) meses, para cada seg- mercados de salas de exibição e de vídeo do-
mento de mercado em que a obra seja efetiva- méstico em qualquer suporte, e serviços de co-
mente veiculada, para as obras a que se refere municação eletrônica de massa por assinatura
o inciso II do caput deste artigo; para as programadoras referidas no inciso XV
III – a cada ano, para os serviços a que se do art. 1o da Medida Provisória no 2.228-1, de
refere o inciso III do caput deste artigo. 6 de setembro de 2001, em qualquer suporte,
§ 4 o Na ocorrência de modalidades de conforme Anexo I;
serviços qualificadas na forma do inciso II do II – na data do registro do título para o
art. 32 não presentes no Anexo I desta Medida mercado de serviços de radiodifusão de sons e
Provisória, será devida pela prestadora a Con- imagens e outros mercados, conforme Anexo I;
tribuição referente ao item “a” do Anexo I, até III – na data do registro do título ou até
Legislação correlata

que lei fixe seu valor. o primeiro dia útil seguinte à sua solicitação,
para obra cinematográfica ou videofonográfica
Art. 34. O produto da arrecadação da Con-
decine será destinado ao Fundo Nacional da 42
Lei no 11.437/2006.
43
Lei no 12.485/2011.
41
Lei no 12.485/2011. 44
Leis nos 10.454/2002, 12.485/2011 e 12.599/2012.
107
publicitária brasileira, brasileira filmada no devida referente ao inciso III do caput do art. 33
exterior ou estrangeira para cada segmento de e das taxas de fiscalização de que trata a Lei no
mercado, conforme Anexo I; 5.070, de 7 de julho de 1966, que cria o Fundo
IV – na data do registro do título, para o de Fiscalização das Telecomunicações.
mercado de serviços de radiodifusão de sons e
imagens e de comunicação eletrônica de massa Art. 39. São isentos da CONDECINE:47
por assinatura, para obra cinematográfica e I – a obra cinematográfica e videofonográ-
videofonográfica nacional, conforme Anexo I; fica destinada à exibição exclusiva em festivais
V – na data do pagamento, crédito, emprego e mostras, desde que previamente autorizada
ou remessa das importâncias referidas no pa- pela ANCINE;
rágrafo único do art. 32; II – a obra cinematográfica e videofonográfi-
VI – na data da concessão do certificado ca jornalística, bem assim os eventos esportivos;
de classificação indicativa, nos demais casos, III – as chamadas dos programas e a publi-
conforme Anexo I. cidade de obras cinematográficas e videofono-
VII – anualmente, até o dia 31 de março, gráficas veiculadas nos serviços de radiodifusão
para os serviços de que trata o inciso II do art. de sons e imagens, nos serviços de comunicação
32 desta Medida Provisória. eletrônica de massa por assinatura e nos seg-
mentos de mercado de salas de exibição e de
Art. 37. O não recolhimento da CONDECINE vídeo doméstico em qualquer suporte;
no prazo sujeitará o contribuinte às penalidades IV – as obras cinematográficas ou videofo-
e acréscimos moratórios previstos nos arts. 44 e nográficas publicitárias veiculadas em Municí-
61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.45 pios que totalizem um número de habitantes a
§ 1o A pessoa física ou jurídica que promo- ser definido em regulamento;
ver a exibição, transmissão, difusão ou veicula- V – a exportação de obras cinematográficas
ção de obra cinematográfica ou videofonográfi- e videofonográficas brasileiras e a programação
ca que não tenha sido objeto do recolhimento brasileira transmitida para o exterior;
da CONDECINE responde solidariamente por VI – as obras audiovisuais brasileiras,
essa contribuição. produzidas pelas empresas de serviços de
§ 2o A solidariedade de que trata o § 1o não radiodifusão de sons e imagens e empresas de
se aplica à hipótese prevista no parágrafo único serviços de comunicação eletrônica de massa
do art. 32. por assinatura, para exibição no seu próprio
segmento de mercado ou quando transmitida
Art. 38. A administração da CONDECINE, por força de lei ou regulamento em outro seg-
inclusive as atividades de arrecadação, tribu- mento de mercado, observado o disposto no
tação e fiscalização, compete à:46 parágrafo único, exceto as obras audiovisuais
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

I – Secretaria da Receita Federal, na hipótese publicitárias;


do parágrafo único do art. 32; VII – o pagamento, o crédito, o emprego,
II – ANCINE, nos demais casos. a remessa ou a entrega aos produtores, distri-
§ 1o Aplicam-se à CONDECINE, na hipó- buidores ou intermediários no exterior, das
tese de que trata o inciso I do caput, as normas importâncias relativas a rendimentos decor-
do Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972. rentes da exploração de obras cinematográficas
§ 2o A Ancine e a Agência Nacional de Tele- ou videofonográficas ou por sua aquisição ou
comunicações – Anatel exercerão as atividades importação a preço fixo, bem como qualquer
de regulamentação e fiscalização no âmbito de montante referente a aquisição ou licenciamen-
suas competências e poderão definir o reco- to de qualquer forma de direitos, referentes à
lhimento conjunto da parcela da Condecine
45
Lei no 10.454/2002. 47
Leis nos 10.454/2002, 11.437/2006, 12.485/2011 e
46
Leis nos 10.454/2002 e 12.485/2011. 12.599/2012.
108
programação, conforme definição constante do pagamento, do crédito, do emprego, da remessa
inciso XV do art. 1o; ou da entrega aos produtores, distribuidores ou
VIII – obras cinematográficas e videofono- intermediários no exterior das importâncias re-
gráficas publicitárias brasileiras de caráter be- lativas a rendimentos decorrentes da exploração
neficente, filantrópico e de propaganda política; de obras cinematográficas e videofonográficas
IX – as obras cinematográficas e videofono- ou por sua aquisição ou importação a preço
gráficas incluídas na programação internacio- fixo, em conta de aplicação financeira especial
nal de que trata o inciso XIV do art. 1o, quanto em instituição financeira pública, em nome do
à CONDECINE prevista no inciso I, alínea d contribuinte.
do art. 33; § 3o Os valores não aplicados na forma do
X – a CONDECINE de que trata o pará- inciso X do caput deste artigo, após 270 (duzen-
grafo único do art. 32, referente à progra- tos e setenta) dias de seu depósito na conta de
mação internacional, de que trata o inciso que trata o § 2o deste artigo, destinar-se-ão ao
XIV do art. 1o, desde que a programadora FNC e serão alocados em categoria de progra-
beneficiária desta isenção opte por aplicar o mação específica denominada Fundo Setorial
valor correspondente a 3% (três por cento) do do Audiovisual.
valor do pagamento, do crédito, do emprego, § 4o Os valores previstos no inciso X do
da remessa ou da entrega aos produtores, caput deste artigo não poderão ser aplicados
distribuidores ou intermediários no exterior, em obras audiovisuais de natureza publicitária.
das importâncias relativas a rendimentos ou § 5o A liberação dos valores depositados na
remuneração decorrentes da exploração de conta de aplicação financeira especial fica con-
obras cinematográficas ou videofonográficas dicionada à integralização de pelo menos 50%
ou por sua aquisição ou importação a preço (cinqüenta por cento) dos recursos aprovados
fixo, bem como qualquer montante referente a para a realização do projeto.
aquisição ou licenciamento de qualquer forma § 6o Os projetos produzidos com os recursos
de direitos, em projetos de produção de obras de que trata o inciso X do caput deste artigo
cinematográficas e videofonográficas brasileiras poderão utilizar-se dos incentivos previstos na
de longa, média e curta metragens de produção Lei no 8.685, de 20 de julho de 1993, e na Lei no
independente, de co-produção de obras cine- 8.313, de 23 de dezembro de 1991, limitados a
matográficas e videofonográficas brasileiras de 95% (noventa e cinco por cento) do total do or-
produção independente, de telefilmes, minis- çamento aprovado pela Ancine para o projeto.
séries, documentais, ficcionais, animações e de XII – as hipóteses previstas pelo inciso III do
programas de televisão de caráter educativo e art. 32, quando ocorrer o fato gerador de que
cultural, brasileiros de produção independente, trata o inciso I do mesmo artigo, em relação à
aprovados pela ANCINE. mesma obra audiovisual publicitária, para o
XI – a Anatel, as Forças Armadas, a Polícia segmento de mercado de comunicação eletrô-
Federal, as Polícias Militares, a Polícia Rodo- nica de massa por assinatura.
viária Federal, as Polícias Civis e os Corpos de
Bombeiros Militares. Art. 40. Os valores da CONDECINE ficam
§ 1 o As obras audiovisuais brasileiras, reduzidos a:48
produzidas pelas empresas de serviços de I – vinte por cento, quando se tratar de
radiodifusão de sons e imagens e empresas de obra cinematográfica ou videofonográfica não
serviços de comunicação eletrônica de massa publicitária brasileira;
Legislação correlata

por assinatura, estarão sujeitas ao pagamento da II – trinta por cento, quando se tratar de:
CONDECINE se vierem a ser comercializadas a) obras audiovisuais destinadas ao segmen-
em outros segmentos de mercado. to de mercado de salas de exibição que sejam
§ 2o Os valores correspondentes aos 3% exploradas com até 6 (seis) cópias;
(três por cento) previstos no inciso X do caput
deste artigo deverão ser depositados na data do 48
Leis nos 10.454/2002 e 12.599/2012.
109
b) obras cinematográficas e videofonográ- em projetos e programas que, atendendo aos
ficas destinadas à veiculação em serviços de critérios e diretrizes estabelecidos pela ANCI-
radiodifusão de sons e imagens e cuja produção NE, sejam destinados a:50
tenha sido realizada mais de vinte anos antes I – projetos de produção de obras audiovi-
do registro do contrato no ANCINE; suais brasileiras independentes realizadas por
III – (Revogado); empresas produtoras brasileiras;
IV – 10% (dez por cento), quando se tratar II – construção, reforma e recuperação das
de obra publicitária brasileira realizada por salas de exibição de propriedade de empresas
microempresa ou empresa de pequeno porte, brasileiras;
segundo as definições do art. 3o da Lei Com- III – aquisição de ações de empresas brasilei-
plementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, ras para produção, comercialização, distribui-
com custo não superior a R$ 10.000,00 (dez ção e exibição de obras audiovisuais brasileiras
mil reais), conforme regulamento da Ancine. de produção independente, bem como para
prestação de serviços de infra-estrutura cine-
matográficos e audiovisuais;
CAPÍTULO VII – Dos Fundos de IV – projetos de comercialização e distri-
Financiamento da Indústria Cinematográfica buição de obras audiovisuais cinematográficas
Nacional – FUNCINES brasileiras de produção independente realiza-
dos por empresas brasileiras; e
Art. 41. Os Fundos de Financiamento da V – projetos de infra-estrutura realizados
Indústria Cinematográfica Nacional – FUN- por empresas brasileiras.
CINES serão constituídos sob a forma de con- § 1o Para efeito da aplicação dos recursos
domínio fechado, sem personalidade jurídica, dos Funcines, as empresas de radiodifusão de
e administrados por instituição financeira auto- sons e imagens e as prestadoras de serviços de
rizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil telecomunicações não poderão deter o controle
ou por agências e bancos de desenvolvimento.49 acionário das empresas referidas no inciso III
§ 1o O patrimônio dos FUNCINES será do caput deste artigo.
representado por quotas emitidas sob a forma § 2 o Os Funcines deverão manter, no
escritural, alienadas ao público com a interme- mínimo, 90% (noventa por cento) do seu pa-
diação da instituição administradora do Fundo. trimônio aplicados em empreendimentos das
§ 2o A administradora será responsável por espécies enumeradas neste artigo, observados,
todas as obrigações do Fundo, inclusive as de em relação a cada espécie de destinação, os
caráter tributário. percentuais mínimos a serem estabelecidos
em regulamento.
Art. 42. Compete à Comissão de Valores § 3o A parcela do patrimônio do Fundo não
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

Mobiliários autorizar, disciplinar e fiscalizar a comprometida com as aplicações de que trata


constituição, o funcionamento e a administra- este artigo, será constituída por títulos emitidos
ção dos FUNCINES, observadas as disposições pelo Tesouro Nacional ou pelo Banco Central
desta Medida Provisória e as normas aplicáveis do Brasil.
aos fundos de investimento. § 4o É vedada a aplicação de recursos de
Parágrafo único. A Comissão de Valores FUNCINES em projetos que tenham participa-
Mobiliários comunicará a constituição dos ção majoritária de quotista do próprio Fundo.
FUNCINES, bem como as respectivas admi- § 5o As obras audiovisuais de natureza pu-
nistradoras à ANCINE. blicitária, esportiva ou jornalística não podem
se beneficiar de recursos dos Funcines ou do
Art. 43. Os recursos captados pelos FUNCI- FNC alocados na categoria de programação
NES serão aplicados, na forma do regulamento, específica Fundo Setorial do Audiovisual.
49
Lei no 11.437/2006. 50
Lei no 11.437/2006.
110
§ 6o As obras cinematográficas e videofono- § 1o Em qualquer hipótese, não será dedu-
gráficas produzidas com recursos dos FUNCI- tível a perda apurada na alienação das cotas
NES terão seu corte e edição finais aprovados dos Funcines.
para exibição pelo seu diretor e produtor § 2o A dedução prevista neste artigo está
responsável principal. limitada a 3% (três por cento) do imposto de-
§ 7o Nos casos do inciso I do caput deste vido pelas pessoas jurídicas e deverá observar
artigo, o projeto deverá contemplar a garantia o limite previsto no inciso II do caput do art.
de distribuição ou difusão das obras. 6o da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997.
§ 8o Para os fins deste artigo, aplica-se a § 3o (Revogado)
definição de empresa brasileira constante no § § 4o A pessoa jurídica que alienar as cotas
1o do art. 1o desta Medida Provisória. dos Funcines somente poderá considerar como
custo de aquisição, na determinação do ganho
Art. 44. Até o período de apuração relativo ao de capital, os valores deduzidos na forma do
ano-calendário de 2016, inclusive, as pessoas caput deste artigo na hipótese em que a alie-
físicas e jurídicas tributadas pelo lucro real nação ocorra após 5 (cinco) anos da data de
poderão deduzir do imposto de renda devido sua aquisição.
as quantias aplicadas na aquisição de cotas dos § 5o Em qualquer hipótese, não será dedu-
Funcines.51 tível a perda apurada na alienação das quotas
§ 1o A dedução referida no caput deste ar- dos FUNCINES.
tigo pode ser utilizada de forma alternativa ou § 6o (Revogado)
conjunta com a referida nos arts. 1o e 1o-A da
Lei no 8.685, de 20 de julho de 1993. Art. 46. Os rendimentos e ganhos líquidos e
§ 2o No caso das pessoas físicas, a dedução de capital auferidos pela carteira de FUNCINES
prevista no caput deste artigo fica sujeita ao ficam isentos do imposto de renda.
limite de 6% (seis por cento) conjuntamente § 1o Os rendimentos, os ganhos de capital e
com as deduções de que trata o art. 22 da Lei os ganhos líquidos decorrentes de aplicação em
no 9.532, de 10 de dezembro de 1997. FUNCINES sujeitam-se às normas tributárias
§ 3o Somente são dedutíveis do imposto aplicáveis aos demais valores mobiliários no
devido as quantias aplicadas na aquisição de mercado de capitais.
cotas dos Funcines: § 2o Ocorrendo resgate de quotas de FUN-
I – pela pessoa física, no ano-calendário a CINES, em decorrência do término do prazo
que se referir a declaração de ajuste anual; de duração ou da liquidação do fundo, sobre
II – pela pessoa jurídica, no respectivo pe- o rendimento do quotista, constituído pela
ríodo de apuração de imposto. diferença positiva entre o valor de resgate e o
custo de aquisição das quotas, incidirá imposto
Art. 45. A dedução de que trata o art. 44 inci- de renda na fonte à alíquota de vinte por cento.
dirá sobre o imposto devido:52
I – no trimestre a que se referirem os inves-
timentos, para as pessoas jurídicas que apuram CAPÍTULO VIII – Dos Demais Incentivos
o lucro real trimestral;
II – no ano-calendário, para as pessoas jurídi- Art. 47. Como mecanismos de fomento de
cas que, tendo optado pelo recolhimento do im- atividades audiovisuais, ficam instituídos, con-
posto por estimativa, apuram o lucro real anual. forme normas a serem expedidas pela Ancine:53
Legislação correlata

III – no ano-calendário, conforme ajuste I – o Programa de Apoio ao Desenvolvi-


em declaração anual de rendimentos para a mento do Cinema Brasileiro – PRODECINE,
pessoa física. destinado ao fomento de projetos de produção
51
Lei no 11.437/2006.
52
Lei no 11.437/2006. 53
Lei no 11.437/2006.
111
independente, distribuição, comercialização e tos previamente aprovados pela ANCINE, na
exibição por empresas brasileiras; forma do regulamento, observado o disposto
II – o Programa de Apoio ao Desenvolvi- no art. 67.
mento do Audiovisual Brasileiro – PRODAV, Parágrafo único. A opção pelo benefício
destinado ao fomento de projetos de produção, previsto no caput afasta a incidência do dispos-
programação, distribuição, comercialização e to no § 2o do art. 33 desta Medida Provisória.
exibição de obras audiovisuais brasileiras de
produção independente; Art. 50. As deduções previstas no art. 1o da
III – o Programa de Apoio ao Desenvolvi- Lei no 8.685, de 20 de julho de 1993, ficam
mento da Infra-Estrutura do Cinema e do Au- prorrogadas até o exercício de 2016, inclusive,
diovisual – PRÓ-INFRA, destinado ao fomento devendo os projetos a serem beneficiados por
de projetos de infra-estrutura técnica para a esses incentivos ser previamente aprovados
atividade cinematográfica e audiovisual e de pela Ancine.55
desenvolvimento, ampliação e modernização
dos serviços e bens de capital de empresas bra- Art. 51. (Revogado)56
sileiras e profissionais autônomos que atendam
às necessidades tecnológicas das produções Art. 52. A partir de 1o de janeiro de 2007, a
audiovisuais brasileiras. alínea “a” do inciso II do art. 3o da Lei no 8.313,
§ 1o Os recursos do PRODECINE poderão de 23 de dezembro de 1991, passará a vigorar
ser objeto de aplicação a fundo perdido, nos com a seguinte redação:
casos específicos previstos no regulamento. “a) produção de discos, vídeos, obras cine-
§ 2o A Ancine estabelecerá critérios e di- matográficas de curta e média metragem e
retrizes gerais para a aplicação e a fiscalização filmes documentais, preservação do acervo
dos recursos dos Programas referidos no caput cinematográfico bem assim de outras obras
deste artigo. de reprodução videofonográfica de caráter
cultural;”
Art. 48. São fontes de recursos dos Programas Parágrafo único. O Conselho Superior do
de que trata o art. 47 desta Medida Provisória:54 Cinema poderá antecipar a entrada em vigor
I – percentual do produto da arrecadação do disposto neste artigo.
da Contribuição para o Desenvolvimento da
Indústria Cinematográfica Nacional – CON- Art. 53. O § 3o do art. 18 da Lei no 8.313, de
DECINE; 1991, passa a vigorar com a seguinte redação:
II – o produto da arrecadação de multas “Art. 18. ...........................................................
e juros, decorrentes do descumprimento das ..........................................................................
normas de financiamento pelos beneficiários § 3o As doações e os patrocínios na produ-
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

dos recursos do PRODECINE; ção cultural, a que se refere o § 1o, atenderão


III – a remuneração dos financiamentos exclusivamente aos seguintes segmentos:
concedidos; a) artes cênicas;
IV – as doações e outros aportes não espe- b) livros de valor artístico, literário ou
cificados; humanístico;
V – as dotações consignadas nos orçamentos c) música erudita ou instrumental;
da União, dos Estados, do Distrito Federal e d) exposições de artes visuais;
dos Municípios; e) doações de acervos para bibliotecas
públicas, museus, arquivos públicos e cine-
Art. 49. O abatimento do imposto de renda matecas, bem como treinamento de pessoal
na fonte, de que o trata art. 3o da Lei no 8.685,
de 1993, aplicar-se-á, exclusivamente, a proje-
55
Lei no 12.375/2010.
54
Lei n 11.437/2006.
o 56
Lei no 11.437/2006.
112
e aquisição de equipamentos para a manu- des de produção, distribuição e comercialização
tenção desses acervos; de obras cinematográficas e videofonográficas.
f) produção de obras cinematográficas e
videofonográficas de curta e média me- Art. 57. Poderá ser estabelecido, por lei, a
tragem e preservação e difusão do acervo obrigatoriedade de veiculação de obras cine-
audiovisual; e matográficas e videofonográficas brasileiras de
g) preservação do patrimônio cultural ma- produção independente em outros segmentos
terial e imaterial.” de mercado além daqueles indicados nos arts.
55 e 56.
Art. 54. Fica instituído o Prêmio Adicional de
Renda, calculado sobre as rendas de bilheterias
auferidas pela obra cinematográfica de longa CAPÍTULO IX – Das Penalidades
metragem brasileira de produção independen-
te, que será concedido a produtores, distribui- Art. 58. As empresas exibidoras, as distri-
dores e exibidores, na forma que dispuser o buidoras e locadoras de vídeo, deverão ser
regulamento. autuadas pela ANCINE nos casos de não
cumprimento das disposições desta Medida
Art. 55. Por um prazo de vinte anos, contados Provisória.57
a partir de 5 de setembro de 2001, as empresas Parágrafo único. Constitui embaraço à fis-
proprietárias, locatárias ou arrendatárias de calização, sujeitando o infrator à pena prevista
salas, espaços ou locais de exibição pública no caput do art. 60:
comercial exibirão obras cinematográficas bra- I – imposição de obstáculos ao livre acesso
sileiras de longa metragem, por um número de dos agentes da Ancine às entidades fiscaliza-
dias fixado, anualmente, por decreto, ouvidas das; e
as entidades representativas dos produtores, II – o não atendimento da requisição de
distribuidores e exibidores. arquivos ou documentos comprobatórios do
§ 1o A exibição de obras cinematográficas cumprimento das cotas legais de exibição e das
brasileiras far-se-á proporcionalmente, no obrigações tributárias relativas ao recolhimento
semestre, podendo o exibidor antecipar a pro- da Condecine.
gramação do semestre seguinte.
§ 2o A ANCINE aferirá, semestralmente, o Art. 59. O descumprimento da obrigatorieda-
cumprimento do disposto neste artigo. de de que trata o art. 55 sujeitará o infrator a
§ 3o As obras cinematográficas e os telefil- multa correspondente a 5% (cinco por cento) da
mes que forem exibidos em meios eletrônicos receita bruta média diária de bilheteria do com-
antes da exibição comercial em salas não serão plexo, apurada no ano da infração, multiplicada
computados para fins do cumprimento do pelo número de dias do descumprimento.58
disposto no caput. § 1o Se a receita bruta de bilheteria do
complexo não puder ser apurada, será aplicado
Art. 56. Por um prazo de vinte anos, contados multa no valor de R$ 100,00 (cem reais) por dia
a partir de 5 de setembro de 2001, as empresas de descumprimento multiplicado pelo número
de distribuição de vídeo doméstico deverão de salas do complexo.
ter um percentual anual de obras brasileiras § 2o A multa prevista neste artigo deverá
cinematográficas e videofonográficas entre respeitar o limite máximo estabelecido no
Legislação correlata

seus títulos, obrigando-se a lançá-las comer- caput do art. 60.


cialmente.
Parágrafo único. O percentual de lançamen- 57
Lei n o 12.599/2012 e Medida Provisória n o
tos e títulos a que se refere este artigo será fixado 545/2011.
anualmente por decreto, ouvidas as entidades 58
Lei n o 12.599/2012 e Medida Provisória n o
de caráter nacional representativas das ativida- 545/2011.
113
Art. 60. O descumprimento ao disposto conste na claquete de identificação o número
nos arts. 17 a 19, 21, 24 a 26, 28, 29, 31 e 56 do respectivo registro do título, pagarão multa
desta Medida Provisória sujeita os infratores correspondente a 3 (três) vezes o valor do con-
a multas de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ trato ou da veiculação.
2.000.000,00 (dois milhões de reais), na forma
do regulamento.59 Art. 61. O descumprimento dos projetos
§ 1o (Revogado) executados com recursos recebidos do FNC
I – (Revogado); alocados na categoria de programação específi-
II – (Revogado); ca denominada Fundo Setorial do Audiovisual
III – (Revogado). e dos Funcines, a não-efetivação do investi-
§ 2o Caso não seja possível apurar o valor mento ou a sua realização em desacordo com
da receita bruta referido no caput por falta o estatuído implica a devolução dos recursos
de informações, a ANCINE arbitrá-lo-á na acrescidos de:60
forma do regulamento, que observará, isolada I – juros moratórios equivalentes à taxa
ou conjuntamente, dentre outros, os seguintes referencial do Sistema Especial de Liquidação
critérios: e Custódia – SELIC, para títulos federais,
I – a receita bruta referente ao último perío- acumulados mensalmente, calculados a partir
do em que a pessoa jurídica manteve escritura- do primeiro dia do mês subseqüente ao do
ção de acordo com as leis comerciais e fiscais, recebimento dos recursos até o mês anterior
atualizado monetariamente; ao do pagamento e de um por cento no mês
II – a soma dos valores do ativo circulante, do pagamento;
realizável a longo prazo e permanente, existen- II – multa de vinte por cento calculada sobre
tes no último balanço patrimonial conhecido, o valor total dos recursos.
atualizado monetariamente;
III – o valor do capital constante do último
balanço patrimonial conhecido ou registrado CAPÍTULO X – Disposições Transitórias
nos atos de constituição ou alteração da socie-
dade, atualizado monetariamente; Art. 62. Durante os primeiros doze meses,
IV – o valor do patrimônio líquido constante contados a partir de 5 de setembro de 2001,
do último balanço patrimonial conhecido, a ANCINE ficará vinculada à Casa Civil da
atualizado monetariamente; Presidência da República, que responderá pela
V – o valor das compras de mercadorias sua supervisão durante esse período.
efetuadas no mês;
VI – a soma, em cada mês, dos valores da Art. 63. A ANCINE constituirá, no prazo de
folha de pagamento dos empregados e das vinte e quatro meses, a contar da data da sua
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

compras de matérias-primas, produtos inter- implantação, o seu quadro próprio de pessoal,


mediários e materiais de embalagem; por meio da realização de concurso público de
VII – a soma dos valores devidos no mês a provas, ou de provas e títulos.
empregados; e
VIII – o valor mensal do aluguel devido. Art. 64. Durante os primeiros vinte e quatro
§ 3o Aplica-se, subsidiariamente, ao dis- meses subseqüentes à sua instalação, a ANCI-
posto neste artigo, as normas de arbitramento NE poderá requisitar, com ônus, servidores e
de lucro previstas no âmbito da legislação empregados de órgãos e entidades integrantes
tributária federal. da administração pública.
§ 4o Os veículos de comunicação que veicu- § 1o Transcorrido o prazo a que se refere o
larem cópia ou original de obra cinematográfica caput, somente serão cedidos para a ANCINE
ou obra videofonográfica publicitária, sem que
59
Leis nos 10.454/2002 e 11.347/2006. 60
Lei no 11.347/2006.
114
servidores por ela requisitados para o exercício Cultura, referentes às atribuições transferidas
de cargos em comissão. para aquela autarquia, mantida a mesma clas-
§ 2o Durante os primeiros vinte e quatro sificação orçamentária, expressa por categoria
meses subseqüentes à sua instalação, a ANCI- de programação em seu menor nível, observado
NE poderá complementar a remuneração do o disposto no § 2o do art. 3o da Lei no 9.995, de
servidor ou empregado público requisitado, 25 de julho de 2000, assim como o respectivo
até o limite da remuneração do cargo efetivo detalhamento por esfera orçamentária, grupos
ou emprego permanente ocupado no órgão de despesa, fontes de recursos, modalidades de
ou na entidade de origem, quando a requisição aplicação e identificadores de uso.
implicar em redução dessa remuneração.
Art. 67. No prazo máximo de um ano, contado
Art. 65. A ANCINE poderá efetuar, nos ter- a partir de 5 de setembro de 2001, deverá ser
mos do art. 37, IX, da Constituição, e observado editado regulamento dispondo sobre a forma
o disposto na Lei no 8.745, de 9 de dezembro de transferência para a ANCINE, dos processos
de 1993, contratação por tempo determinado, relativos à aprovação de projetos com base nas
pelo prazo de doze meses, do pessoal técnico Lei no 8.685, de 1993, e Lei no 8.313, de 1991,
imprescindível ao exercício de suas competên- inclusive os já aprovados.62
cias institucionais.61 Parágrafo único. Até que os processos
§ 1o As contratações referidas no caput po- referidos no caput sejam transferidos para a
derão ser prorrogadas, desde que sua duração ANCINE, a sua análise e acompanhamento per-
total não ultrapasse o prazo de vinte e quatro manecerão a cargo do Ministério da Cultura.
meses, ficando limitada sua vigência, em qual-
quer caso, a 5 de setembro de 2005. Art. 68. Na primeira gestão da ANCINE, um
§ 2o A remuneração do pessoal contratado diretor terá mandato de dois anos, um de três
temporariamente, terá como referência os anos, um de quatro anos e um de cinco anos,
valores definidos em ato conjunto da Agência para implementar o sistema de mandatos não
e do órgão central do Sistema de Pessoal Civil coincidentes.
da Administração Federal – SIPEC.
§ 3o Aplica-se ao pessoal contratado tempo- Art. 69. Cabe à Advocacia-Geral da União a
rariamente pela Agência, o disposto nos arts. representação nos processos judiciais em que
5o e 6o, no parágrafo único do art. 7o, nos arts. a ANCINE seja parte ou interessada, até a im-
8o, 9o, 10, 11,12 e 16 da Lei no 8.745, de 9 de plantação da sua Procuradoria-Geral.
dezembro de 1993. Parágrafo único. O Ministério da Cultura,
por intermédio de sua Consultoria Jurídica,
Art. 66. Fica o Poder Executivo autorizado a: promoverá, no prazo de cento e oitenta dias,
I – transferir para a ANCINE os acervos contados a partir de 5 de setembro de 2001,
técnico e patrimonial, as obrigações e os direi- levantamento dos processos judiciais em curso
tos da Divisão de Registro da Secretaria para envolvendo matéria cuja competência tenha
Desenvolvimento do Audiovisual do Ministério sido transferida para a ANCINE, a qual o subs-
da Cultura, bem como aqueles correspondentes tituirá nos respectivos processos.
a outras atividades atribuídas à Agência por esta
Medida Provisória; Art. 70. A instalação da ANCINE dar-se-á em
II – remanejar, transpor, transferir, ou até cento e vinte dias, a partir de 5 de setembro
Legislação correlata

utilizar, a partir da instalação da ANCINE, as de 2001 e o início do exercício de suas compe-


dotações orçamentárias aprovadas na Lei Orça- tências a partir da publicação de sua estrutura
mentária de 2001, consignadas ao Ministério da regimental em ato do Presidente da República.63
62
Decreto no 4.456/2002 (Regulamentação).
61
Lei n 10.682/2003.
o 63
Decreto no 4.121/2002 (Regulamentação).
115
CAPÍTULO XI – Disposições Gerais e Finais Parágrafo único. Os depósitos em nome
de credores estrangeiros à ordem do Banco
Art. 71. É vedado aos empregados, aos requi- Central do Brasil serão liberados pelo seu valor
sitados, aos ocupantes de cargos comissionados de face, em montante a ser fixado por aquele
e aos dirigentes da ANCINE o exercício de Banco.
outra atividade profissional, inclusive gestão
operacional de empresa, ou direção político- Art. 75. Esta Medida Provisória será regula-
-partidária, excetuados os casos admitidos mentada pelo Poder Executivo.
em lei.
Parágrafo único. No caso de o dirigente da Art. 76. Ficam convalidados os atos praticados
ANCINE ser sócio-controlador de empresa com base na Medida Provisória no 2.219, de 4
relacionada com a indústria cinematográfica de setembro de 2001.
e videofonográfica, fica a mesma impedida de
utilizar-se de recursos públicos ou incentivos Art. 77. Ficam revogados o inciso II do art.
fiscais durante o período em que o dirigente 11 do Decreto-Lei no 43, de 18 de novembro
estiver no exercício de suas funções. de 1966, o Decreto-Lei no 1.900, de 21 de de-
zembro de 1981, a Lei no 8.401, de 8 de janeiro
Art. 72. Ficam criados para exercício na AN- de 1992, e a Medida Provisória no 2.219, de 4
CINE os cargos comissionados dispostos no de setembro de 2001.
Anexo II desta Medida Provisória.
Art. 78. Esta Medida Provisória entra em vigor
Art. 73. (Revogado)64 na data de sua publicação.

Art. 74. O Poder Executivo estimulará a as- Brasília, 6 de setembro de 2001; 180o da Inde-
sociação de capitais nacionais e estrangeiros, pendência e 113o da República.
inclusive por intermédio dos mecanismos de
conversão da dívida externa, para o finan- FERNANDO HENRIQUE CARDOSO – Sérgio
ciamento a empresas e a projetos voltados às Silva do Amaral – Francisco Weffort – Pedro
atividades de que trata esta Medida Provisória, Parente
na forma do regulamento.
Promulgada em 6/9/2001 e publicada no DOU de
64
Lei no 11.314/2006. 10/9/2001. Não consta o anexo II.
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

Anexo I

a) MERCADO DE SALAS DE EXIBIÇÃO (exceto obra publicitária)

– Obra cinematográfica ou videofonográfica de até 15 minutos R$ 300,00


– Obra cinematográfica ou videofonográfica de duração superior a 15 minutos e
R$ 700,00
até 50 minutos
– Obra cinematográfica ou videofonográfica de duração superior a 50 minutos R$ 3.000,00

b) MERCADO DE VÍDEO DOMÉSTICO, EM QUALQUER SUPORTE


(exceto obra publicitária)
116
– Obra cinematográfica ou videofonográfica de até 15 minutos R$ 300,00
– Obra cinematográfica ou videofonográfica com duração superior a 15 minutos
R$ 700,00
e até 50 minutos
– Obra cinematográfica ou videofonográfica Com duração superior a 50 minu-
tos ou conjunto de obras audiovisuais de curta Metragem e/ou média metragem R$ 3.000,00
gravadas num mesmo suporte com duração superior a 50 minutos
– Obra cinematográfica ou videofonográfica seriada (por capítulo ou episódio) R$ 750,00

c) MERCADO DE SERVIÇOS DE RADIODIFUSÃO DE SONS E IMAGENS


(exceto obra publicitária)

– Obra cinematográfica ou videofonográfica de até 15 minutos R$ 300,00


– Obra cinematográfica ou videofonográfica de duração superior a 15 minutos e
R$ 700,00
até 50 minutos
– Obra cinematográfica ou videofonográfica de duração superior a 50 minutos R$ 3.000,00
– Obra cinematográfica ou videofonográfica seriada (por capítulo ou episódio) R$ 750,00

d) MERCADO DE SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA DE


MASSA POR ASSINATURA QUANDO SE TRATAR DE PROGRAMA-
ÇÃO NACIONAL DE QUE TRATA O INCISO XV DO ART 1o (exceto
obra publicitária)65

– obra cinematográfica ou videofonográfica de até 15 minutos R$ 200,00


– obra cinematográfica ou videofonográfica de duração superior a 15 minutos e
R$ 500,00
até 50 minutos
– obra cinematográfica ou videofonográfica de duração superior a 50 minutos R$ 2.000,00
– obra cinematográfica ou videofonográfica seriada (por capítulo ou episódio) R$ 450,00

e) OUTROS MERCADOS (exceto obra publicitária)

– Obra cinematográfica ou videofonográfica de até 15 minutos R$ 300,00


– Obra cinematográfica ou videofonográfica de duração superior a 15 minutos e
R$ 700,00
até 50 minutos
– Obra cinematográfica ou videofonográfica de duração superior a 50 minutos R$ 3.000,00
– Obra cinematográfica ou videofonográfica seriada (por capítulo ou episódio) R$ 750,00

Art. 33, inciso II:

a) OBRA CINEMATOGRÁFICA OU VIDEOFONOGRÁFICA PUBLICI-


TÁRIA BRASILEIRA FILMADA NO EXTERIOR PARA EXIBIÇÃO EM
Legislação correlata

CADA SEGMENTO DE MERCADO66

65
Lei no 10.454/2002.
66
Lei no 10.454/2002.
117
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária brasileira filmada no
R$ 28.000,00
exterior com pagamento simultâneo para todos os segmentos de mercado
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária brasileira filmada no
R$ 20.000,00
exterior, para o mercado de serviços de radiodifusão de sons e imagens
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária brasileira filmada no
exterior, para o mercado de serviços de comunicação eletrônica de massa por R$ 6.000,00
assinatura [Lei no 12.599/2012]
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária brasileira filmada no
R$ 3.500,00
exterior, para o mercado de vídeo doméstico, em qualquer suporte
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária brasileira filmada no
R$ 3.500,00
exterior, para o mercado de salas de exibição
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária brasileira filmada no
R$ 500,00
exterior para outros segmentos de mercado

b) OBRA CINEMATOGRÁFICA OU VIDEOFONOGRÁFICA PUBLI-


CITÁRIA ESTRANGEIRA PARA EXIBIÇÃO EM CADA SEGMENTO
DE MERCADO67

– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária estrangeira com paga-


R$ 200.000,00
mento simultâneo para todos os segmentos de mercado
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária estrangeira para o mer-
R$ 166.670,00
cado de serviços de radiodifusão de sons e imagens
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária estrangeira, para o mer-
R$ 23.810,00
cado de serviços de comunicação eletrônica de massa por assinatura
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária estrangeira para o mer-
R$ 14.290,00
cado de vídeo doméstico, em qualquer suporte
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária estrangeira para o mer-
R$ 14.290,00
cado de salas de exibição
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária estrangeira para outros
R$ 2.380,00
segmentos de mercado

c) (Revogado)68

d) OBRA CINEMATOGRÁFICA OU VIDEOFONOGRÁFICA PUBLI-


Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

CITÁRIA BRASILEIRA PARA EXIBIÇÃO EM CADA SEGMENTO DE


MERCADO69

– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária brasileira com paga-


R$ 3.570,00
mento simultâneo para todos os segmentos de mercado
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária brasileira, para o merca-
R$ 2.380,00
do de serviços de radiodifusão de sons e imagens
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária brasileira, para o merca-
R$ 1.190,00
do de serviços de comunicação eletrônica de massa por assinatura

67
Leis nos 10.454/2002 e 12.599/2012.
68
Lei no 12.599/2012.
69
Leis nos 10.454/2002 e 12/599/2012.
118
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária brasileira, para o merca-
R$ 710,00
do de vídeo doméstico, em qualquer suporte
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária brasileira, para o merca-
R$ 710,00
do de salas de exibição
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária brasileira para outros
R$ 240,00
segmentos de mercado

Art. 33, inciso III:70

a) base 160,00
a) Serviço Móvel Celular b) repetidora 160,00
c) móvel 3,22
a) base em área de até 300.000 habi-
80,00
tantes
b) Serviço Limitado Móvel Especiali- b) base em área acima de 300.000 até
112,00
zado 700.000 habitantes
c) base acima de 700.000 habitantes 144,00
d) móvel 3,22
c) Serviço Especial de TV por Assinatura 289,00
d) Serviço Especial de Canal Secundário de Radiodifusão de Sons e Imagens 40,00
e) Serviço Especial de Repetição de Televisão 48,00
f) Serviço Especial de Repetição de Sinais de TV Via Satélite 48,00
g) Serviço Especial de Retransmissão de Televisão 60,00
a) terminal de sistema de comunicação
3,22
global por satélite
b) estação terrena de pequeno porte
com capacidade de transmissão e
24,00
diâmetro de antena inferior a 2,4m,
controlada por estação central
c) estação terrena central controlado-
ra de aplicações de redes de dados e 48,00
outras
h) Serviço Suportado por Meio de d) estação terrena de grande porte com
Satélite capacidade de transmissão, utilizada
para sinais de áudio, vídeo, dados ou 1.608,00
telefonia e outras aplicações, com diâ-
metro de antena superior a 4,5m
e) estação terrena móvel com capacida-
402,00
de de transmissão
f) estação espacial geoestacionária (por
3.217,00
satélite)
g) estação espacial não geostacionária
3.217,00
(por sistema)
Legislação correlata

70
Lei no 12.485/2011.
119
a) base em área de até 300.000 habi-
1.206,00
tantes
i) Serviço de Distribuição Sinais Multi-
b) base em área acima de 300.000 até
ponto Multicanal 1.608,00
700.000 habitantes
c) base acima de 700.000 habitantes 2.011,00
a) base em área de até 300.000 habi-
1.206,00
tantes
j) Serviço de TV a Cabo b) base em área acima de 300.000 até
700.000 habitantes 1.608,00
c) base acima de 700.000 habitantes 2.011,00
k) Serviço de Distribuição de Sinais de TV por Meios Físicos 624,00
a) estações instaladas nas cidades com
1.464,00
população até 500.000 habitantes
b) estações instaladas nas cidades com
população entre 500.001 e 1.000.000 de 1.728,00
habitantes
c) estações instaladas nas cidades com
população entre 1.000.001 e 2.000.000 2.232,00
de habitantes
d) estações instaladas nas cidades com
l) Serviço de Radiodifusão de Sons e população entre 2.000.001 e 3.000.000 2.700,00
Imagens de habitantes
e) estações instaladas nas cidades com
população entre 3.000.001 e 4.000.000 3.240,00
de habitantes
f) estações instaladas nas cidades com
população entre 4.000.001 e 5.000.000 3.726,00
de habitantes
g) estações instaladas nas cidades
com população acima de 5.000.000 de 4.087,00
habitantes
m) Serviço Auxiliar de Radiodifusão e Correlatos – Ligação para Transmissão de Programas,
Reportagem Externa, Comunicação de Ordens, Telecomando, Telemando e outros
m.1) Televisão 120,00
m .2) Televisão por Assinatura 120,00
a) até 200 terminais 88,00
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

b) de 201 a 500 terminais 222,00


n) Serviço Telefônico Fixo Comutado c) de 501 a 2.000 terminais 888,00
- STFC d) de 2.001 a 4.000 terminais 1.769,00
e) de 4.001 a 20.000 terminais 2.654,00
f) acima de 20.000 terminais 3.539,00
o) Serviço de Comunicação de Dados Comutado 3.539,00
a) base com capacidade de cobertura
2.011,00
nacional
p) Serviço de Distribuição de Sinais de
Televisão e de Áudio por Assinatura via b) estação terrena de grande porte com
Satélite – DTH capacidade para transmissão de sinais
1.608,00
de televisão ou de áudio, bem como de
ambos

120
a) base em área de até 300.000 habi-
1.206,00
tantes
b) base em área acima de 300.000 até
1.608,00
700.000 habitantes
c) base acima de 700.000 habitantes 2.011,00
q) Serviço de Acesso condicionado d) base com capacidade de cobertura
2.011,00
nacional
e) estação terrena de grande porte com
capacidade para transmissão de sinais
1.608,00
de televisão ou de áudio, bem como de
ambos
a) base 160,00
r) Serviço de Comunicação Multimídia b) repetidora 160,00
c) móvel 3,22
a) base 160,00
s) Serviço Móvel Pessoal b) repetidora 160,00
c) móvel 3,22

Legislação correlata

121
Decreto no 3.100/1999
Regulamenta a Lei no 9.790, de 23 de março de 1999, que dispõe sobre a qualificação de pessoas
jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das V – se foi apresentado o balanço patrimonial


atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e a demonstração do resultado do exercício;
e VI, da Constituição, VI – se a entidade apresentou a declaração
de isenção do imposto de renda à Secretaria da
DECRETA: Receita Federal; e
VII – se foi apresentado o CGC/CNPJ.
Art. 1o O pedido de qualificação como Orga-
nização da Sociedade Civil de Interesse Público Art. 3o O Ministério da Justiça, após o re-
será dirigido, pela pessoa jurídica de direito cebimento do requerimento, terá o prazo de
privado sem fins lucrativos que preencha os trinta dias para deferir ou não o pedido de
requisitos dos arts. 1o, 2o, 3o e 4o da Lei no 9.790, qualificação, ato que será publicado no Diário
de 23 de março de 1999, ao Ministério da Justiça Oficial da União no prazo máximo de quinze
por meio do preenchimento de requerimento dias da decisão.
escrito e apresentação de cópia autenticada dos § 1o No caso de deferimento, o Ministério
seguintes documentos: da Justiça emitirá, no prazo de quinze dias
I – estatuto registrado em Cartório; da decisão, o certificado da requerente como
II – ata de eleição de sua atual diretoria; Organização da Sociedade Civil de Interesse
III – balanço patrimonial e demonstração Público.
do resultado do exercício; § 2o Deverão constar da publicação do in-
IV – declaração de isenção do imposto de deferimento as razões pelas quais foi denegado
renda; e o pedido.
V – inscrição no Cadastro Geral de Contri- § 3o A pessoa jurídica sem fins lucrativos
buintes/Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica que tiver seu pedido de qualificação indeferido
(CGC/CNPJ). poderá reapresentá-lo a qualquer tempo.

Art. 2o O responsável pela outorga da qua- Art. 4o Qualquer cidadão, vedado o anonimato
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

lificação deverá verificar a adequação dos e respeitadas as prerrogativas do Ministério


documentos citados no artigo anterior com o Público, desde que amparado por evidências de
disposto nos arts. 2o, 3o e 4o da Lei no 9.790, de erro ou fraude, é parte legítima para requerer,
1999, devendo observar: judicial ou administrativamente, a perda da
I – se a entidade tem finalidade pertencente qualificação como Organização da Sociedade
à lista do art. 3o daquela Lei; Civil de Interesse Público.
II – se a entidade está excluída da qualifica- Parágrafo único. A perda da qualificação
ção de acordo com o art. 2o daquela Lei; dar-se-á mediante decisão proferida em proces-
III – se o estatuto obedece aos requisitos do so administrativo, instaurado no Ministério da
art. 4o daquela Lei; Justiça, de ofício ou a pedido do interessado, ou
IV – na ata de eleição da diretoria, se é a judicial, de iniciativa popular ou do Ministério
autoridade competente que está solicitando a Público, nos quais serão assegurados a ampla
qualificação; defesa e o contraditório.

122
Art. 5o Qualquer alteração da finalidade ou próprio, do qual constarão os direitos, as res-
do regime de funcionamento da organização, ponsabilidades e as obrigações das partes e as
que implique mudança das condições que cláusulas essenciais descritas no art. 10, § 2o, da
instruíram sua qualificação, deverá ser comu- Lei no 9.790, de 1999.
nicada ao Ministério da Justiça, acompanhada
de justificativa, sob pena de cancelamento da Art. 9 o O órgão estatal responsável pela
qualificação. celebração do Termo de Parceria verificará
previamente:71
Art. 6o Para fins do art. 3o da Lei no 9.790, de I – a validade da certidão de regularidade
1999, entende-se: expedida pelo Ministério da Justiça, na forma
I – como Assistência Social, o desenvolvi- do Regulamento;
mento das atividades previstas no art. 3o da Lei II – o regular funcionamento da Organiza-
Orgânica da Assistência Social; ção da Sociedade Civil de Interesse Público; e
II – por promoção gratuita da saúde e edu- III – o exercício pela Organização da Socie-
cação, a prestação destes serviços realizada pela dade Civil de Interesse Público de atividades
Organização da Sociedade Civil de Interesse referentes à matéria objeto do Termo de Par-
Público mediante financiamento com seus ceria nos últimos três anos.
próprios recursos.
§ 1o Não são considerados recursos próprios Art. 9o-A. É vedada a celebração de Termo de
aqueles gerados pela cobrança de serviços de Parceria com Organizações da Sociedade Civil
qualquer pessoa física ou jurídica, ou obtidos de Interesse Público que tenham, em suas rela-
em virtude de repasse ou arrecadação com- ções anteriores com a União, incorrido em pelo
pulsória. menos uma das seguintes condutas:72
§ 2o O condicionamento da prestação de I – omissão no dever de prestar contas;
serviço ao recebimento de doação, contrapar- II – descumprimento injustificado do objeto
tida ou equivalente não pode ser considerado de convênios, contratos de repasse ou termos
como promoção gratuita do serviço. de parceria;
III – desvio de finalidade na aplicação dos
Art. 7o Entende-se como benefícios ou vanta- recursos transferidos;
gens pessoais, nos termos do inciso II do art. 4o IV – ocorrência de dano ao Erário; ou
da Lei no 9.790, de 1999, os obtidos: V – prática de outros atos ilícitos na exe-
I – pelos dirigentes da entidade e seus côn- cução de convênios, contratos de repasse ou
juges, companheiros e parentes colaterais ou termos de parceria.
afins até o terceiro grau;
II – pelas pessoas jurídicas das quais os Art. 10. Para efeitos da consulta mencionada
mencionados acima sejam controladores ou no art. 10, § 1o, da Lei no 9.790, de 1999, o mo-
detenham mais de dez por cento das partici- delo a que se refere o parágrafo único do art. 8o
pações societárias. deverá ser preenchido e remetido ao Conselho
de Política Pública competente.
Art. 8o Será firmado entre o Poder Público e § 1o A manifestação do Conselho de Políti-
as entidades qualificadas como Organizações ca Pública será considerada para a tomada de
da Sociedade Civil de Interesse Público, Termo decisão final em relação ao Termo de Parceria.
de Parceria destinado à formação de vínculo de § 2o Caso não exista Conselho de Política
Legislação correlata

cooperação entre as partes, para o fomento e a Pública da área de atuação correspondente, o


execução das atividades de interesse público órgão estatal parceiro fica dispensado de reali-
previstas no art. 3o da Lei no 9.790, de 1999.
Parágrafo único. O Órgão estatal firmará o 71
Decreto no 7.568/2011.
Termo de Parceria mediante modelo padrão 72
Decreto no 7.568/2011.

123
zar a consulta, não podendo haver substituição I – relatório sobre a execução do objeto do
por outro Conselho. Termo de Parceria, contendo comparativo entre
§ 3o O Conselho de Política Pública terá o as metas propostas e os resultados alcançados;
prazo de trinta dias, contado a partir da data II – demonstrativo integral da receita e des-
de recebimento da consulta, para se manifestar pesa realizadas na execução;
sobre o Termo de Parceria, cabendo ao órgão III – parecer e relatório de auditoria, nos
estatal responsável, em última instância, a casos previstos no art. 19; e
decisão final sobre a celebração do respectivo IV – entrega do extrato da execução física e
Termo de Parceria. financeira estabelecido no art. 18.
§ 4o O extrato do Termo de Parceria, confor-
me modelo constante do Anexo I deste Decreto, Art. 13. O Termo de Parceria poderá ser ce-
deverá ser publicado pelo órgão estatal parceiro lebrado por período superior ao do exercício
no Diário Oficial, no prazo máximo de quinze fiscal.
dias após a sua assinatura. § 1o Caso expire a vigência do Termo de
Parceria sem o adimplemento total do seu ob-
Art. 11. Para efeito do disposto no art. 4o, jeto pelo órgão parceiro ou havendo excedentes
inciso VII, alíneas “c” e “d”, da Lei no 9.790, financeiros disponíveis com a Organização da
de 1999, entende-se por prestação de contas a Sociedade Civil de Interesse Público, o referido
comprovação da correta aplicação dos recursos Termo poderá ser prorrogado.
repassados à Organização da Sociedade Civil de § 2o As despesas previstas no Termo de
Interesse Público. Parceria e realizadas no período compreen-
§ 1o As prestações de contas anuais serão dido entre a data original de encerramento e
realizadas sobre a totalidade das operações a formalização de nova data de término serão
patrimoniais e resultados das Organizações da consideradas como legítimas, desde que cober-
Sociedade Civil de Interesse Público. tas pelo respectivo empenho.
§ 2o A prestação de contas será instruída
com os seguintes documentos: Art. 14. A liberação de recursos financeiros
I – relatório anual de execução de ativi- necessários à execução do Termo de Parceria
dades; far-se-á em conta bancária específica, a ser
II – demonstração de resultados do exer- aberta em banco a ser indicado pelo órgão
cício; estatal parceiro.
III – balanço patrimonial;
IV – demonstração das origens e aplicações Art. 15. A liberação de recursos para a imple-
de recursos; mentação do Termo de Parceria obedecerá ao
V – demonstração das mutações do patri- respectivo cronograma, salvo se autorizada sua
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

mônio social; liberação em parcela única.


VI – notas explicativas das demonstrações
contábeis, caso necessário; e Art. 16. É possível a vigência simultânea de
VII – parecer e relatório de auditoria nos um ou mais Termos de Parceria, ainda que
termos do art. 19 deste Decreto, se for o caso. com o mesmo órgão estatal, de acordo com
a capacidade operacional da Organização da
Art. 12. Para efeito do disposto no § 2o, inciso Sociedade Civil de Interesse Público.
V, do art. 10 da Lei no 9.790, de 1999, entende-se
por prestação de contas relativa à execução do Art. 17. O acompanhamento e a fiscalização
Termo de Parceria a comprovação, perante o por parte do Conselho de Política Pública de
órgão estatal parceiro, da correta aplicação dos que trata o art. 11 da Lei no 9.790, de 1999, não
recursos públicos recebidos e do adimplemento pode introduzir nem induzir modificação das
do objeto do Termo de Parceria, mediante a obrigações estabelecidas pelo Termo de Parce-
apresentação dos seguintes documentos: ria celebrado.
124
§ 1o Eventuais recomendações ou sugestões indicado pelo Conselho de Política Pública
do Conselho sobre o acompanhamento dos da área de atuação correspondente, quando
Termos de Parceria deverão ser encaminhadas houver.
ao órgão estatal parceiro, para adoção de pro- Parágrafo único. Competirá à comissão de
vidências que entender cabíveis. avaliação monitorar a execução do Termo de
§ 2o O órgão estatal parceiro informará ao Parceria.
Conselho sobre suas atividades de acompa-
nhamento. Art. 21. A Organização da Sociedade Civil
de Interesse Público fará publicar na imprensa
Art. 18. O extrato da execução física e finan- oficial da União, do Estado ou do Município,
ceira, referido no art. 10, § 2o, inciso VI, da Lei no prazo máximo de trinta dias, contado a
no 9.790, de 1999, deverá ser preenchido pela partir da assinatura do Termo de Parceria, o
Organização da Sociedade Civil de Interesse regulamento próprio a que se refere o art. 14
Público e publicado na imprensa oficial da área da Lei no 9.790, de 1999, remetendo cópia para
de abrangência do projeto, no prazo máximo de conhecimento do órgão estatal parceiro.
sessenta dias após o término de cada exercício
financeiro, de acordo com o modelo constante Art. 22. Para os fins dos arts. 12 e 13 da Lei
do Anexo II deste Decreto. no 9.790, de 1999, a Organização da Sociedade
Civil de Interesse Público indicará, para cada
Art. 19. A Organização da Sociedade Civil Termo de Parceria, pelo menos um dirigente,
de Interesse Público deverá realizar auditoria que será responsável pela boa administração
independente da aplicação dos recursos objeto dos recursos recebidos.
do Termo de Parceria, de acordo com a alínea Parágrafo único. O nome do dirigente ou
“c”, inciso VII, do art. 4o da Lei no 9.790, de dos dirigentes indicados será publicado no
1999, nos casos em que o montante de recursos extrato do Termo de Parceria.
for maior ou igual a R$ 600.000,00 (seiscentos
mil reais). Art. 23. A escolha da Organização da Socieda-
§ 1o O disposto no caput aplica-se também de Civil de Interesse Público, para a celebração
aos casos onde a Organização da Sociedade do Termo de Parceria, deverá ser feita por meio
Civil de Interesse Público celebre concomitan- de publicação de edital de concursos de projetos
temente vários Termos de Parceria com um ou pelo órgão estatal parceiro para obtenção de
vários órgãos estatais e cuja soma ultrapasse bens e serviços e para a realização de ativida-
aquele valor. des, eventos, consultoria, cooperação técnica
§ 2o A auditoria independente deverá ser e assessoria.73
realizada por pessoa física ou jurídica habilitada § 1o Deverá ser dada publicidade ao concur-
pelos Conselhos Regionais de Contabilidade. so de projetos, especialmente por intermédio da
§ 3o Os dispêndios decorrentes dos ser- divulgação na primeira página do sítio oficial
viços de auditoria independente deverão ser do órgão estatal responsável pelo Termo de
incluídos no orçamento do projeto como item Parceria, bem como no Portal dos Convênios
de despesa. a que se refere o art. 13 do Decreto no 6.170, de
§ 4o Na hipótese do § 1o, poderão ser ce- 25 de julho de 2007.
lebrados aditivos para efeito do disposto no § 2o O titular do órgão estatal responsável
parágrafo anterior. pelo Termo de Parceria poderá, mediante de-
Legislação correlata

cisão fundamentada, excepcionar a exigência


Art. 20. A comissão de avaliação de que trata prevista no caput nas seguintes situações:
o art. 11, § 1o, da Lei no 9.790, de 1999, deverá I – nos casos de emergência ou calamidade
ser composta por dois membros do respectivo pública, quando caracterizada situação que
Poder Executivo, um da Organização da Socie-
dade Civil de Interesse Público e um membro 73
Decreto no 7.568/2011.
125
demande a realização ou manutenção de Ter- I – o mérito intrínseco e adequação ao edital
mo de Parceria pelo prazo máximo de cento do projeto apresentado;
e oitenta dias consecutivos e ininterruptos, II – a capacidade técnica e operacional da
contados da ocorrência da emergência ou candidata;
calamidade, vedada a prorrogação da vigência III – a adequação entre os meios sugeridos,
do instrumento; seus custos, cronogramas e resultados;
II – para a realização de programas de pro- IV – o ajustamento da proposta às especifi-
teção a pessoas ameaçadas ou em situação que cações técnicas;
possa comprometer sua segurança; ou V – a regularidade jurídica e institucional
III – nos casos em que o projeto, atividade da Organização da Sociedade Civil de Interesse
ou serviço objeto do Termo de Parceria já seja Público; e
realizado adequadamente com a mesma entida- VI – a análise dos documentos referidos no
de há pelo menos cinco anos e cujas respectivas art. 11, § 2o, deste Decreto.
prestações de contas tenham sido devidamente
aprovadas. Art. 28. Obedecidos aos princípios da admi-
§ 3o Instaurado o processo de seleção por nistração pública, são inaceitáveis como critério
concurso, é vedado ao Poder Público celebrar de seleção, de desqualificação ou pontuação:
Termo de Parceria para o mesmo objeto, fora I – o local do domicílio da Organização
do concurso iniciado. da Sociedade Civil de Interesse Público ou
a exigência de experiência de trabalho da
Art. 24. Para a realização de concurso, o órgão organização no local de domicílio do órgão
estatal parceiro deverá preparar, com clareza, parceiro estatal;
objetividade e detalhamento, a especificação II – a obrigatoriedade de consórcio ou as-
técnica do bem, do projeto, da obra ou do sociação com entidades sediadas na localidade
serviço a ser obtido ou realizado por meio do onde deverá ser celebrado o Termo de Parceria;
Termo de Parceria. III – o volume de contrapartida ou qualquer
outro benefício oferecido pela Organização da
Art. 25. Do edital do concurso deverá constar, Sociedade Civil de Interesse Público.
no mínimo, informações sobre:
I – prazos, condições e forma de apresenta- Art. 29. O julgamento será realizado sobre o
ção das propostas; conjunto das propostas das Organizações da
II – especificações técnicas do objeto do Sociedade Civil de Interesse Público, não sendo
Termo de Parceria; aceitos como critérios de julgamento os aspectos
III – critérios de seleção e julgamento das jurídicos, administrativos, técnicos ou opera-
propostas; cionais não estipulados no edital do concurso.
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

IV – datas para apresentação de propostas;


V – local de apresentação de propostas; Art. 30. O órgão estatal parceiro designará a
VI – datas do julgamento e data provável de comissão julgadora do concurso, que será com-
celebração do Termo de Parceria; e posta, no mínimo, por um membro do Poder
VII – valor máximo a ser desembolsado. Executivo, um especialista no tema do concurso
e um membro do Conselho de Política Pública
Art. 26. A Organização da Sociedade Civil de da área de competência, quando houver.
Interesse Público deverá apresentar seu projeto § 1o O trabalho dessa comissão não será
técnico e o detalhamento dos custos a serem remunerado.
realizados na sua implementação ao órgão § 2o O órgão estatal deverá instruir a comis-
estatal parceiro. são julgadora sobre a pontuação pertinente a
cada item da proposta ou projeto e zelará para
Art. 27. Na seleção e no julgamento dos pro- que a identificação da organização proponente
jetos, levar-se-ão em conta: seja omitida.
126
§ 3o A comissão pode solicitar ao órgão sável por sua celebração, vedada a delegação de
estatal parceiro informações adicionais sobre competência para esse fim.74
os projetos.
§ 4o A comissão classificará as propostas das Art. 31-B. As exigências previstas no inciso III
Organizações da Sociedade Civil de Interesse do caput do art. 9o e no art. 23 não se aplicam
Público obedecidos aos critérios estabelecidos aos termos de parceria firmados pelo Ministério
neste Decreto e no edital. da Saúde voltados ao fomento e à realização de
serviços de saúde integrantes do Sistema Único
Art. 31. Após o julgamento definitivo das de Saúde – SUS.75
propostas, a comissão apresentará, na presença
dos concorrentes, os resultados de seu trabalho, Art. 32. O Ministro de Estado da Justiça bai-
indicando os aprovados. xará portaria no prazo de quinze dias, a partir
§ 1o O órgão estatal parceiro: da publicação deste Decreto, regulamentando
I – não examinará recursos administrativos os procedimentos para a qualificação.
contra as decisões da comissão julgadora;
II – não poderá anular ou suspender admi- Art. 33. Este Decreto entra em vigor na data
nistrativamente o resultado do concurso nem de sua publicação.
celebrar outros Termos de Parceria, com o
mesmo objeto, sem antes finalizar o processo Brasília, 30 de junho de 1999; 178o da Indepen-
iniciado pelo concurso. dência e 111o da República.
§ 2o Após o anúncio público do resultado do
concurso, o órgão estatal parceiro o homologará, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO – Paulo
sendo imediata a celebração dos Termos de Par- Affonso Martins de Oliviera – Pedro Parente –
ceria pela ordem de classificação dos aprovados. Clovis de Barros Carvalho

Art. 31-A. O Termo de Parceria deverá ser Decretado em 30/6/1999, publicado no DOU de
assinado pelo titular do órgão estatal respon- 1o/7/1999 e republicado no DOU de 13/7/1999.

74
Decreto no 7.568/2011.
75
Decreto no 7.568/2011.

Anexo I

(Nome do Órgão Público)

..............................................................................................................................
Extrato de Termo de Parceria
Custo do Projeto: ......................................................................................................................................................
Local de realização do Projeto: ...............................................................................................................................
Legislação correlata

Data de assinatura do TP: ....../....../...... Início do Projeto: ....../....../...... Término: ....../....../......


Objeto do Termo de Parceria (descrição sucinta do projeto):
Nome da OSCIP: ......................................................................................................................................................

.....................................................................................................................................................................................

127
Endereço: ...................................................................................................................................................................

.....................................................................................................................................................................................
Cidade: .......................................................................................... UF: .......... CEP: ..............................
Tel.: .............................. Fax: .............................. E-mail: .......................................................................
Nome do responsável pelo Projeto: ........................................................................................................................
Cargo/Função: ..........................................................................................................................................................

Anexo II

(Nome do Órgão Público)

..............................................................................................................................
Extrato de Relatório de Execução Física e Financeira de Termo de Parceria
Custo do Projeto: ......................................................................................................................................................
Local de realização do Projeto: ...............................................................................................................................
Data de assinatura do TP: ....../....../...... Início do Projeto: ....../....../...... Término: ....../....../......
Objetivos do Projeto:

Resultados alcançados:

Custos de Implementação do Projeto


Categorias de despesa Previsto Realizado Diferença
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

.......................................... .......................................... .......................................... ..........................................


.......................................... .......................................... .......................................... ..........................................
.......................................... .......................................... .......................................... ..........................................
.......................................... .......................................... .......................................... ..........................................
TOTAIS: .......................................... .......................................... ..........................................
Nome da OSCIP: ......................................................................................................................................................
Endereço: ...................................................................................................................................................................
Cidade: .......................................................................................... UF: .......... CEP: ..............................
Tel.: .............................. Fax: .............................. E-mail: .......................................................................
Nome do responsável pelo Projeto: ........................................................................................................................
Cargo/Função: ..........................................................................................................................................................

128
Decreto no 4.456/2002
Regulamenta o art. 67 da Medida Provisória no 2.228-1, de 6 de setembro de 2001, estabelecendo as
competências do Ministério da Cultura e da Agência Nacional do Cinema – ANCINE, com relação
aos projetos audiovisuais realizados com base na Lei no 8.313, de 23 de dezembro de 1991, dispõe
sobre a transferência de atividades, nos termos do art. 66, inciso I, da referida Medida Provisória,
e dos processos relativos aos projetos audiovisuais realizados com base na citada Lei no 8.313, de
1991, e na Lei no 8.685, de 20 de julho de 1993, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atos legais ou administrativos e em contratos,


atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, convênios ou congêneres firmados com órgãos
da Constituição, e tendo em vista o disposto na e entidades públicas ou privadas, bem como
Medida Provisória no 2.228-1, de 6 de setembro os que sejam objeto de processos administra-
de 2001, e no art. 4o do Decreto no 4.121, de 7 tivos em curso nesse ou em outros órgãos, nos
de fevereiro de 2002, termos do art. 66, inciso I, da referida Medida
Provisória.
DECRETA:
Art. 2 o São de competência exclusiva do
Art. 1o É de competência exclusiva da Agência Ministério da Cultura, a análise, aprovação
Nacional do Cinema – ANCINE: e acompanhamento da execução de projetos
I – a análise, aprovação e acompanhamento que se habilitem à obtenção de incentivos fis-
da execução, bem como a análise das prestações cais previstos na Lei no 8.313, de 1991, que se
de contas, dos projetos de obra cinematográfica enquadrem nos formatos definidos nos incisos
ou videofonográfica documental, ficcional ou VII e VIII do art. 1o da Medida Provisória no
de animação que se habilitem à obtenção: 2.228-1, de 2001, e aqueles referentes a for-
a) de incentivos fiscais previstos nas Leis nos mação de mão-de-obra, festivais nacionais,
8.685, de 20 de julho de 1993, e 10.454, de 13 mostras e preservação e difusão de acervos de
de maio de 2002; obras cinematográficas e audiovisuais.
b) de incentivos fiscais previstos na Lei no
8.313, de 23 de dezembro de 1991, que se en- Art. 3o Os processos referentes aos projetos
quadrem nos formatos definidos nos incisos que serão transferidos para a ANCINE deverão
IX, X, XI e XII do art. 1o da Medida Provi- a ela ser entregues, acompanhados de relatório
sória no 2.228-1, de 6 de setembro de 2001, individual contendo informações sobre a fase
bem como aqueles referentes à distribuição e em que o projeto se encontra, os valores apro-
comercialização de obras cinematográficas e vados com base nas Leis nos 8.313, de 1991, e
videofonográficas, participação em mercados 8.685, de 1993, por tipo de incentivo, os valores
cinematográficos e videofonográficos, festivais já liberados e a liberar, bem como os valores au-
internacionais e projetos de exibição e de infra- torizados, mas ainda não captados de cada um
-estrutura; dos incentivos aprovados pelo Ministério da
c) cumulativa de incentivos fiscais previstos Cultura, os números do banco, agência e contas
Legislação correlata

nas Leis nos 8.313, de 1991, e 8.685, de 1993; bancárias vinculadas ao projeto e o respectivo
II – o exercício dos direitos e obrigações do prazo para encerramento das captações.
Ministério da Cultura correspondentes às com-
petências de que trata o inciso I deste artigo e os Art. 4o As prestações de contas encaminhadas
arts. 7, 55 e 56 da Medida Provisória no 2.228- até 30 de outubro de 2002 deverão ser anali-
1, de 2001, que estejam consubstanciados em sadas e aprovadas ou não, pelo Ministério da
129
Cultura, que ficará responsável, após tal provi- do Ministério da Cultura, a partir de 19 de
dência, pelo encaminhamento dos processos a novembro de 2002;
quem de direito, observadas as competências VII – os projetos já aprovados e em anda-
fixadas nos arts. 1o e 2o deste Decreto. mento, em data anterior à mencionada neste
inciso, e que se enquadrem nos incisos I e II
Art. 5o O valor máximo das deduções do im- do art. 1o deste Decreto, com base nas Leis nos
posto sobre a renda devido relativas às doações 8.685, de 1993, e 8.313, de 1991, a partir de 11
e aos patrocínios e investimentos em favor de de novembro de 2002;
projetos de que trata o art 1o deste Decreto e os VIII – a análise, aprovação, acompanha-
arts. 44 e 45 da Medida Provisória no 2.228-1, mento da execução e prestação de contas dos
de 2001, será fixado anualmente em decreto projetos, cujos processos de aprovação tenham
específico, excetuando-se daquele limite o valor início a partir de 11 de novembro de 2002, e que
referente ao art. 3o da Lei no 8.685, de 1993. se enquadrem nos incisos I e II do art. 1o deste
Decreto a serem realizados com os incentivos
Art. 6o O valor máximo das deduções do im- fiscais previstos nas Leis nos 8.313, de 1991, e
posto sobre a renda devido relativas às doações 8.685, de 1993;
e aos patrocínios em favor dos projetos culturais IX – os processos referentes aos acordos
de que trata a Lei no 8.313, de 1991, será fixado internacionais em execução, a partir da data
anualmente em decreto específico, excetuando- da publicação deste Decreto;
-se os casos previstos no art. 5o deste Decreto. X – a conservação e o tratamento dos acer-
vos documentais da EMBRAFILME – Distri-
Art. 7o Ficam transferidos da Secretaria do buidora de Filmes S.A. e do Conselho Nacional
Audiovisual do Ministério da Cultura para a de Cinema – CONCINE, a serem realizados
ANCINE as seguintes competências: pela ANCINE nas dependências do Ministério
I – registro de obras audiovisuais cine- da Cultura, onde se encontram atualmente, a
matográficas e videofonográficas, bem como partir da data da publicação deste Decreto;
todas aquelas passíveis de enquadramento XI – a guarda dos acervos documentais da
nas normas fixadas pela Medida Provisória no EMBRAFILME e CONCINE, a partir de 7 de
2.228-1, de 2001, a partir da data da publicação maio de 2004;
deste Decreto; XII – os contratos, convênios ou congêneres
II – emissão de Certificados de Registro de firmados com órgãos e entidades públicas ou
títulos relativos aos contratos de produção, co- privadas e os processos administrativos de que
-produção, distribuição, licenciamento, cessão trata o art. 1o, inciso II, deste Decreto.
de direitos de exploração, veiculação e exibição Parágrafo único. Os registros de contratos
de obras cinematográficas e videofonográficas, solicitados ao Ministério da Cultura até 31 de
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

a partir da data da publicação deste Decreto; maio de 2002 são de responsabilidade daquele
III – emissão de Certificados de Produto Ministério.
Brasileiro – CPB às obras audiovisuais enqua-
dráveis no art. 1o da Medida Provisória no 2.228- Art. 8o A participação oficial, o apoio à parti-
1, de 2001, a partir de 11 de novembro de 2002; cipação de obras cinematográficas e videofono-
IV – concessão de autorização para filmagens gráficas em festivais nacionais e a participação
estrangeiras, a partir de 11 de novembro de 2002; oficial em eventos organizados por organismos
V – as relações com os organismos de de caráter cultural serão de responsabilidade do
governo responsáveis pela autorização para Ministério da Cultura.
importação e exportação de obras cinemato-
gráficas e videofonográficas, a partir da data Art. 9 o A participação oficial e o apoio à
da publicação deste Decreto; participação de obras cinematográficas e vi-
VI – os acervos documentais da Coordena- deofonográficas em festivais internacionais, em
ção de Registro da Secretaria do Audiovisual feiras comerciais e mercados cinematográficos
130
e videofonográficos, além da participação em a exibição do cinema nacional e estatísticas
eventos organizados por organismos de caráter sobre o cinema estrangeiro, fornecidos pelas
comercial e industrial, serão de responsabilida- entidades de produção, distribuição e exibição.
de da ANCINE.
Art. 12. O encaminhamento à ANCINE pelo
Art. 10. O Ministério da Cultura deverá, até 6 Ministério da Cultura dos documentos de que
de dezembro de 2002, ceder à ANCINE a base trata o inciso XII do art. 7o deverá ser acom-
de dados referente aos projetos que serão a ela panhado de relatórios individuais contendo
transferidos e a respectiva documentação técnica todo o histórico e andamento do exercício dos
dos programas-fontes do sistema de acompanha- direitos e obrigações deles decorrentes, com a
mento de projetos, já cedidos àquela Agência. fase em que se encontram e demais informações
Parágrafo único. O Ministério da Cultura necessárias ao cumprimento, pela ANCINE, de
deverá prestar consultoria à ANCINE para suas atribuições.
adaptação dos programas de que trata o caput.
Art. 13. Este Decreto entra em vigor na data
Art. 11. O Ministério da Cultura deverá, até de sua publicação.
6 de dezembro de 2002, entregar à ANCINE,
impressos e em meio magnético: Brasília, 4 de novembro de 2002; 181o da Inde-
I – relatórios históricos dos benefícios fiscais pendência e 114o da República.
concedidos, com os respectivos valores, desde a
sua criação, relativos às Leis nos 8.685, de 1993, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO –
e 8.313, de 1991; Francisco Weffort – Pedro Parente
II – relatórios e estatísticas disponíveis sobre
o cumprimento das exigências legais, inclusive Decretado em 4/11/2002 e publicado no DOU de
da Lei no 8.401, de 8 de janeiro de 1992, sobre 5/11/2002.

Legislação correlata

131
Decreto no 5.396/2005
Regulamenta o art. 19 da Lei no 9.637, de 15 de maio de 1998, que dispõe sobre o recebimento de
recursos e a veiculação de publicidade institucional por organizações sociais que exercem atividades
de rádio e televisão educativa, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da imagem do patrocinador no seu início, fim ou


atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, intervalos, bem como nos intervalos da progra-
da Constituição, e tendo em vista o disposto no mação ou de outros eventos ou projetos, desde
art. 19 da Lei no 9.637, de 15 de maio de 1998, que inserida nos seus respectivos anúncios.

DECRETA: Art. 5o É vedada, nos termos do parágrafo


único do art. 1o do Decreto no 4.799, de 4 de
Art. 1o As organizações sociais que exercem agosto de 2003, a publicidade institucional
atividades de rádio e televisão educativa po- de entidades de direito público que, direta ou
dem receber recursos e veicular publicidade indiretamente, caracterize promoção pessoal
institucional de entidades de direito público de autoridade, servidor público, empregado
ou privado a título de: público ou ocupante de cargo em comissão.
I – apoio cultural à organização social, seus
programas, eventos ou projetos; e Art. 6o É vedada às organizações sociais que
II – patrocínio de programas, eventos ou exercem atividades de rádio e televisão educa-
projetos. tiva a veiculação remunerada de anúncios ou
outras práticas que configurem comercialização
Art. 2o A publicidade institucional poderá ser de seus intervalos.
veiculada nos intervalos de programas, eventos
ou projetos, bem assim nos intervalos da progra- Art. 7o A publicidade institucional veiculada
mação, conforme o que for estabelecido em pré- por organizações sociais que exercem ativi-
vio ajuste entre o patrocinador e o patrocinado. dades de rádio e televisão educativa deverá
observar o atendimento, exclusivamente, da
Art. 3o No caso de apoio cultural a determina- finalidade social da atividade educativa e cul-
dos programas, eventos ou projetos, é facultada tural da organização.
a indicação da entidade apoiadora no seu início
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

ou fim. Art. 8o Este Decreto entra em vigor na data de


sua publicação.
Art. 4o O patrocínio poderá estar vinculado
a um determinado programa ou a uma pro- Brasília, 21 de março de 2005; 184o da Indepen-
gramação como um todo, a um determinado dência e 117o da República.
evento ou projeto ou a um conjunto de eventos
ou projetos. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Luiz
Parágrafo único. O patrocínio de progra- Gushiken
mas, eventos ou projetos permite, conforme
prévio ajuste entre o patrocinador e o patroci- Decretado em 21/3/2005 e publicado no DOU de
nado, a divulgação de produtos, serviços ou da 22/3/2005.

132
Decreto no 5.520/2005
Institui o Sistema Federal de Cultura – SFC e dispõe sobre a composição e o funcionamento do
Conselho Nacional de Política Cultural – CNPC do Ministério da Cultura, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da Art. 3o Ao Ministério da Cultura, órgão central


atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, do SFC, compete:
alínea “a”, da Constituição, I – exercer a coordenação-geral do Sistema;
II – estabelecer as orientações e deliberações
DECRETA: normativas e de gestão, consensuadas no plená-
rio do CNPC e nas instâncias setoriais referidas
nos §§ 3o a 6o do art. 12;
CAPÍTULO I – Do Sistema Federal de III – emitir recomendações, resoluções e
Cultura outros pronunciamentos sobre matérias rela-
cionadas com o SFC, observadas as diretrizes
Art. 1o Fica instituído o Sistema Federal de sugeridas pelo CNPC;
Cultura – SFC, com as seguintes finalidades: IV – desenvolver e reunir, com o apoio
I – integrar os órgãos, programas e ações dos órgãos integrantes do SFC, indicadores e
culturais do Governo Federal; parâmetros quantitativos e qualitativos para a
II – contribuir para a implementação de políti- descentralização dos bens e serviços culturais
cas culturais democráticas e permanentes, pactu- promovidos ou apoiados, direta ou indireta-
adas entre os entes da federação e sociedade civil; mente, com recursos da União;
III – articular ações com vistas a estabelecer V – sistematizar e promover, com apoio dos
e efetivar, no âmbito federal, o Plano Nacional segmentos pertinentes no âmbito da adminis-
de Cultura; e tração pública federal, a compatibilização e
IV – promover iniciativas para apoiar o de- interação de normas, procedimentos técnicos
senvolvimento social com pleno exercício dos e sistemas de gestão relativos à preservação e
direitos culturais e acesso às fontes da cultura disseminação do patrimônio material e imate-
nacional. rial sob a guarda da União;
VI – subsidiar as políticas e ações transver-
Art. 2o Integram o SFC:76 sais da cultura nos planos e ações estratégicos
I – Ministério da Cultura e os seus entes do Governo e do Estado brasileiro;
vinculados, a seguir indicados: VII – auxiliar o Governo Federal e subsi-
a) Instituto do Patrimônio Histórico e Ar- diar os entes federados no estabelecimento de
tístico Nacional – IPHAN; instrumentos metodológicos e na classificação
b) Agência Nacional de Cinema – ANCINE; dos programas e ações culturais no âmbito dos
c) Fundação Biblioteca Nacional – BN; respectivos planos plurianuais; e
d) Fundação Casa de Rui Barbosa – FCRB; VIII – coordenar e convocar a Conferência
e) Fundação Nacional de Artes – FUNARTE; Nacional de Cultura.
f) Fundação Cultural Palmares – FCP; e
Legislação correlata

g) Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM; Art. 4o O SFC tem os seguintes objetivos:


Parágrafo único. Outros órgãos poderão I – incentivar parcerias no âmbito do setor
integrar o SFC, conforme dispuser ato do Mi- público e com o setor privado, na área de gestão
nistro de Estado da Cultura. e promoção da cultura;
II – reunir, consolidar e disseminar dados
76
Decreto no 6.973/2009. dos órgãos e entidades dele integrantes em
133
base de dados, a ser articulada, coordenada e I – estabelecer orientações e diretrizes, bem
difundida pelo Ministério da Cultura; como propor moções pertinentes aos objetivos
III – promover a transparência dos investi- e atribuições do SFC;
mentos na área cultural; II – propor e aprovar, previamente ao en-
IV – incentivar, integrar e coordenar a for- caminhamento à coordenação-geral do SFC
mação de redes e sistemas setoriais nas diversas tratada no inciso I do art. 3o, as diretrizes gerais
áreas do fazer cultural; do Plano Nacional de Cultura;
V – estimular a implantação dos Sistemas III – acompanhar e avaliar a execução do
Estaduais e Municipais de Cultura; Plano Nacional de Cultura;
VI – promover a integração da cultura IV – fiscalizar, acompanhar e avaliar a aplica-
brasileira e das políticas públicas de cultura ção dos recursos provenientes do sistema federal
do Brasil, no âmbito da comunidade interna- de financiamento da cultura e propor medidas
cional, especialmente das comunidades latino- que concorram para o cumprimento das diretri-
-americanas e países de língua portuguesa; e zes estabelecidas no Plano Nacional de Cultura;
VII – promover a cultura em toda a sua am- V – apoiar os acordos e pactos entre os
plitude, encontrando os meios para realizar o entes federados, com o objetivo de estabelecer
encontro dos conhecimentos e técnicas criativos, a efetiva cooperação federativa necessária à
concorrendo para a valorização das atividades consolidação do SFC;
e profissões culturais e artísticas, e fomentan- VI – estabelecer cooperação com os movi-
do a cultura crítica e a liberdade de criação e mentos sociais, organizações não-governamen-
expressão como elementos indissociáveis do tais e o setor empresarial;
desenvolvimento cultural brasileiro e universal. VII – incentivar a participação democrática
na gestão das políticas e dos investimentos
públicos na área da cultura;
CAPÍTULO II – Do Conselho Nacional de VIII – delegar às diferentes instâncias com-
Política Cultural – CNPC ponentes do CNPC a deliberação e acompa-
nhamento de matérias;
Art. 5o O CNPC, órgão colegiado integrante da IX – aprovar o regimento interno da Confe-
estrutura básica do Ministério da Cultura, tem rência Nacional de Cultura; e
por finalidade propor a formulação de políticas X – estabelecer o regimento interno do
públicas, com vistas a promover a articulação CNPC, a ser aprovado pelo Ministro de Estado
e o debate dos diferentes níveis de governo e a da Cultura.
sociedade civil organizada, para o desenvolvi-
mento e o fomento das atividades culturais no Art. 8 o Compete ao CIPOC articular as
território nacional. agendas e coordenar a pauta de trabalho das
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

diferentes instâncias do CNPC.


Art. 6o O CNPC é integrado pelos seguintes
entes: Art. 9o Compete aos Colegiados Setoriais
I – Plenário; fornecer subsídios para a definição de políticas,
II – Comitê de Integração de Políticas Cul- diretrizes e estratégias dos respectivos setores
turais – CIPOC; culturais de que trata o art. 12, e apresentar as
III – Colegiados Setoriais; diretrizes dos setores representados no CNPC,
IV – Comissões Temáticas ou Grupos de previamente à aprovação prevista no inciso II
Trabalho; e do art. 7o.78
V – Conferência Nacional de Cultura.
Art. 10. Compete às Comissões Temáticas e
Art. 7o Compete ao Plenário do CNPC:77 aos Grupos de Trabalho fornecer subsídios para
77
Decreto no 6.973/2009. 78
Decreto no 6.973/2009.
134
a tomada de decisão sobre temas específicos, dos pela Associação Brasileira de Municípios,
transversais ou emergenciais relacionados à Confederação Nacional de Municípios, Frente
área cultural.79 Nacional de Prefeitos e Fórum dos Secretários
das Capitais;
Art. 11. Compete à Conferência Nacional de IV – um representante do Fórum Nacional
Cultura analisar, aprovar moções, proposições do Sistema S;
e avaliar a execução das metas concernentes V – um representante das entidades ou
ao Plano Nacional de Cultura e às respectivas das organizações não-governamentais que
revisões ou adequações. desenvolvem projetos de inclusão social por
intermédio da cultura, por escolha do Ministro
Art. 12. O CNPC e seu Plenário serão presi- de Estado da Cultura, a partir de lista tríplice,
didos pelo Ministro de Estado da Cultura e, organizada por essas entidades;
em sua ausência, pelo Secretário-Executivo do VI – treze representantes das áreas técnico-
Ministério da Cultura.80 -artísticas, indicados pelos membros da socie-
§ 1o O Plenário será integrado pelo Ministro dade civil nos colegiados setoriais afins ou, na
de Estado da Cultura e por: ausência destes, por escolha do Ministro de
I – dezenove representantes do Poder Pú- Estado da Cultura, a partir de listas tríplices
blico Federal, distribuídos da seguinte forma: apresentadas pelas associações técnico-artís-
a) seis do Ministério da Cultura; ticas pertinentes às áreas a seguir, de acordo
b) um da Casa Civil da Presidência da Re- com as normas definidas pelo Ministério da
pública; Cultura:
c) um do Ministério da Ciência e Tecno- a) artes visuais;
logia; b) música popular;
d) um do Ministério das Cidades; c) música erudita;
e) um do Ministério do Desenvolvimento d) teatro;
Social e Combate à Fome; e) dança;
f) um do Ministério da Educação; f) circo;
g) um do Ministério do Meio Ambiente; g) audiovisual;
h) um do Ministério do Planejamento, Or- h) literatura, livro e leitura;
çamento e Gestão; i) arte digital;
i) um do Ministério do Turismo; j) arquitetura e urbanismo;
j) um da Secretaria-Geral da Presidência da k) design;
República; l) artesanato; e
k) um do Ministério das Comunicações; m) moda;
l) um do Ministério do Trabalho e Emprego; VII – sete representantes da área do patri-
m) um do Ministério das Relações Exte- mônio cultural, indicados pelos membros da
riores; e sociedade civil, nos colegiados setoriais afins
n) um da Secretaria de Comunicação Social ou, na ausência destes, por escolha do Ministro
da Presidência da República; de Estado da Cultura, a partir de lista tríplice
II – quatro representantes do Poder Públi- organizada pelas associações de cada uma das
co dos Estados e Distrito Federal, sendo três seguintes áreas, em observância de norma a ser
indicados pelo Fórum Nacional de Secretários definida pelo Ministério da Cultura:
Estaduais de Cultura e um pelo Fórum Nacional a) culturas afro-brasileiras;
Legislação correlata

dos Conselhos Estaduais de Cultura; b) culturas dos povos indígenas;


III – quatro representantes do Poder Público c) culturas populares;
municipal, dirigentes da área de cultura, indica- d) arquivos;
e) museus;
79
Decreto no 6.973/2009. f) patrimônio material; e
80
Decreto no 6.973/2009. g) patrimônio imaterial;
135
VIII – três personalidades com comprovado § 6o A Conferência Nacional de Cultura
notório saber na área cultural, de livre escolha será constituída por representantes da socieda-
do Ministro de Estado da Cultura; de civil indicados em Conferências Estaduais,
IX – um representante de entidades de pes- na Conferência Distrital, em Conferências
quisadores na área da cultura, a ser definido, em Municipais ou Intermunicipais de Cultura
sistema de rodízio ou sorteio, pelas associações e em Pré-Conferências Setoriais de Cultura,
nacionais de antropologia, ciências sociais, e do Poder Público dos entes federados, em
comunicação, filosofia, literatura comparada observância ao disposto no regimento próprio
e história; da conferência, a ser aprovado pelo Plenário
X – um representante do Grupo de Institu- do CNPC.
tos, Fundação e Empresas – GIFE; § 7o O regimento interno do CNPC estabe-
XI – um representante da Associação Nacio- lecerá as possibilidades de reunião conjunta de
nal das Entidades de Cultura – ANEC; colegiados tratados nos incisos III e IV do art.
XII – um representante da Associação Na- 6o deste Decreto.
cional dos Dirigentes das Instituições Federais
de Ensino Superior – ANDIFES; Art. 13. Os representantes do Poder Público e
XIII – um representante do Instituto Histó- da sociedade civil, titulares e suplentes, no âm-
rico e Geográfico Brasileiro – IHGB; e bito do CNPC, serão designados pelo Ministro
XIV – um representante da Sociedade Bra- de Estado da Cultura.
sileira para o Progresso da Ciência – SBPC.
§ 2o Poderão integrar o Plenário do CNPC, Art. 14. Os representantes da sociedade civil
na condição de conselheiros convidados, sem integrantes do CNPC terão mandato de dois
direito a voto, um representante dos seguintes anos, renovável uma vez, por igual período.
órgãos ou entidades, indicados pelos seus diri-
gentes máximos, e de áreas culturais escolhidos Art. 15. O Plenário do CNPC reunir-se-
pelo Ministro de Estado da Cultura na forma -á ordinariamente uma vez por trimestre e,
do inciso VI do § 1o: extraordinariamente, por convocação do seu
I – Academia Brasileira de Letras; Presidente.
II – Academia Brasileira de Música;
III – Comitê Gestor da Internet no Brasil – Art. 16. A função de membro do CNPC não
CGIbr, instituído pelo Decreto no 4.829, de 3 será remunerada e será considerada prestação
de setembro de 2003; de relevante interesse público.
IV – Campo da TV Pública;
V – Ministério Público Federal; Art. 17. As reuniões do Plenário do CNPC
VI – Comissão de Educação do Senado serão realizadas ordinariamente em Brasília.81
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

Federal; e
VII – Comissão de Educação e Cultura da Art. 18. As reuniões do Plenário do CNPC
Câmara dos Deputados. serão instaladas com a presença de, no mínimo,
§ 3o O CIPOC será formado pelos titulares cinqüenta por cento dos conselheiros.82
das secretarias, autarquias e fundações vincu-
ladas ao Ministério da Cultura. Art. 19. As decisões do Plenário do CNPC
§ 4o Os Colegiados Setoriais serão consti- serão tomadas por maioria simples de votos, à
tuídos por representantes do Poder Público e exceção das situações que exijam quórum qua-
da sociedade civil, de acordo com regimento lificado, de acordo com o regimento interno.83
interno do CNPC.
§ 5o As Comissões Temáticas ou Grupos de
Trabalho serão integrados por representantes 81
Decreto no 6.973/2009.
do Poder Público e da sociedade civil, de acordo 82
Decreto no 6.973/2009.
com norma do Ministério da Cultura. 83
Decreto no 6.973/2009.
136
Art. 20. Ao Presidente do CNPC caberá so- Art. 23. Este Decreto entra em vigor na data
mente o voto de qualidade, nas votações que de sua publicação.
resultarem em empate.
Art. 24. Ficam revogados o Decreto no 3.617,
Art. 21. A Secretaria de Articulação Institu- de 2 de outubro de 2000, e o art. 5o do Decreto
cional do Ministério da Cultura prestará apoio no 5.036, de 7 de abril de 2004.
técnico e administrativo ao CNPC.84
Brasília, 24 de agosto de 2005; 184o da Indepen-
Art. 22. O Ministério da Cultura fará publicar, dência e 117o da República.
ad referendum do CNPC, o regulamento da
primeira Conferência Nacional de Cultura, a LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Gilberto Gil
ser realizar em 2005.
Decretado em 24/8/2005 e publicado no DOU de
25/8/2005.

Legislação correlata

84
Decreto no 6.973/2009.
137
Decreto no 6.299/2007
Regulamenta os arts. 1o, 2o, 3o, 4o, 5o e 6o da Lei no 11.437, de 28 de dezembro de 2006, que destinam
recursos para o financiamento de programas e projetos voltados para o desenvolvimento das atividades
audiovisuais, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das II – empréstimos reembolsáveis;


atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e III – valores não-reembolsáveis, em casos
VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista específicos motivadamente definidos pelo Co-
o disposto nos arts. 1o, 2o, 3o, 4o, 5o e 6o da Lei no mitê Gestor a que se refere o art. 5o;
11.437, de 28 de dezembro de 2006, IV – equalização de encargos financeiros
incidentes nas operações de financiamento;
DECRETA: V – participação minoritária no capital de
empresas; e
Art. 1o Os recursos de que trata o art. 2o da Lei VI – demais aplicações voltadas ao desenvol-
no 11.437, de 28 de dezembro de 2006, serão vimento das atividades audiovisuais.
destinados ao Fundo Nacional da Cultura – Parágrafo único. Para o financiamento de
FNC, alocados em categoria de programação que trata o inciso II serão fixadas taxas de re-
específica denominada Fundo Setorial do Au- muneração que, no mínimo, preservem o valor
diovisual, e utilizados em programas e projetos originalmente concedido.
voltados para o desenvolvimento das atividades
audiovisuais. Art. 4o Para efeito do disposto neste Decreto,
Parágrafo único. Os recursos a que se re- são aplicações voltadas para o desenvolvimento
fere o caput não poderão ser utilizados para das atividades audiovisuais aquelas apoiadas
despesas de manutenção administrativa do pelos seguintes Programas, nos termos do art.
Ministério da Cultura ou da Agência Nacional 47 da Medida Provisória no 2.228-1, de 2001:
do Cinema – ANCINE. I – Programa de Apoio ao Desenvolvimento
do Cinema Brasileiro – PRODECINE;
Art. 2o Os recursos alocados em categoria de II – Programa de Apoio ao Desenvolvimento
programação específica, denominada Fundo do Audiovisual Brasileiro – PRODAV; e
Setorial do Audiovisual, devem ser destinados III – Programa de Apoio ao Desenvolvi-
prioritariamente a empresas brasileiras, con- mento da Infra-Estrutura do Cinema e do
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

forme definidas no § 1o do art. 1o da Medida Audiovisual – PRÓ-INFRA.


Provisória no 2.228-1, de 6 de setembro de
2001, que atuem em quaisquer dos segmentos Art. 5o Fica criado, no âmbito do Ministério
do mercado audiovisual. da Cultura, o Comitê Gestor dos recursos a que
se refere o art. 1o, com a finalidade de definir
Art. 3o Os recursos a que se refere o caput do as diretrizes e o plano anual de investimentos,
art. 1o poderão ser utilizados, na forma do art. acompanhar a implementação das ações e
3o da Lei no 11.437, de 2006, bem como do § avaliar anualmente os resultados alcançados,
1o de seu art. 4o, observadas as disposições do composto pelos seguintes membros:
plano plurianual, da lei de diretrizes orçamen- I – dois representantes do Ministério da
tárias e da Lei Complementar no 101, de 4 de Cultura;
maio de 2000, em especial seus arts. 16 e 27, II – um representante da ANCINE;
nas seguintes aplicações: III – um representante de instituição finan-
I – investimentos retornáveis; ceira credenciada pelo Comitê Gestor; e
138
IV – dois representantes do setor de audio- VIII – aprovar o relatório anual de gestão do
visual. Fundo Setorial do Audiovisual.
§ 1o Cada representante do setor de audiovi-
sual será designado para mandato de dois anos, Art. 9o Para o desempenho de suas atribuições,
a partir de lista tríplice nominal encaminhada o Comitê Gestor:
pelo Conselho Superior do Cinema, admitida I – poderá convocar para participar de suas
uma recondução. reuniões especialistas e representantes de outros
§ 2o Cabe ao Ministro da Cultura designar Ministérios, sem direito a voto ou remuneração;
os membros do Comitê Gestor. II – poderá utilizar subsídios técnicos apre-
§ 3o O Ministério da Cultura deverá esta- sentados por grupos consultivos, especialistas
belecer, por meio de portaria ministerial, os do setor audiovisual, servidores da ANCINE
critérios de escolha dos representantes men- ou do Ministério da Cultura, e de áreas técnicas
cionados nos incisos III e IV. ligadas direta ou indiretamente às atividades
§ 4o A participação no Comitê Gestor será audiovisuais; e
considerada função relevante não remunerada. III – promoverá ampla divulgação de seus
§ 5o Um dos representantes do Ministério atos e da avaliação de resultados das atividades
da Cultura, designado pelo respectivo Ministro financiadas com recursos do Fundo Setorial do
de Estado, presidirá as reuniões do Comitê Audiovisual.
Gestor, cabendo-lhe, em caso de empate, o voto
de qualidade. Art. 10. As despesas operacionais, de plane-
jamento, prospecção, análise e estruturação de
Art. 6o A ANCINE e o Ministério da Cultura operações, contratação, aplicação de recursos,
poderão submeter ao Comitê Gestor programas acompanhamento de operações contratadas e
e ações relativos a matéria de suas atribuições. divulgação de resultados, necessárias à implan-
tação e manutenção das atividades da categoria
Art. 7o O Fundo Setorial do Audiovisual terá de programação específica, previstas no art.
como agente financeiro instituições financeiras 1o deste Decreto, não poderão ultrapassar o
credenciadas pelo Comitê Gestor. montante correspondente a cinco por cento dos
recursos arrecadados anualmente.85
Art. 8o Compete ao Comitê Gestor: § 1o O Comitê Gestor estabelecerá taxa de
I – elaborar e aprovar o seu regimento interno; administração, relativa às despesas de remu-
II – identificar e selecionar, no âmbito dos neração do agente financeiro, que não poderá
Programas, as áreas prioritárias para a aplicação ser superior a dois por cento dos recursos
dos recursos do Fundo Setorial do Audiovisual; repassados anualmente ao respectivo agente,
III – elaborar e aprovar o plano anual de observado o limite fixado no caput.
investimentos; § 2o De forma a garantir sua compatibilida-
IV – encaminhar o plano anual de investi- de com o custo dos serviços prestados, o limite
mentos à ANCINE e ao Ministério da Cultura; da taxa de administração a que se refere o § 1o
V – estabelecer diretrizes e metas, bem como poderá ser alterado anualmente pelo Comitê
normas e critérios, no âmbito dos Programas, Gestor, por meio de resolução específica, com
para a aplicação dos recursos do Fundo Setorial base nos custos efetivamente incorridos pelo
do Audiovisual; agente financeiro, respeitado o limite estabe-
VI – estabelecer normas e critérios para a lecido no caput.
Legislação correlata

apresentação das propostas de projetos, para os


parâmetros de julgamento e para os limites de Art. 11. Compete à ANCINE exercer as atri-
valor do apoio financeiro aplicável a cada caso; buições de secretaria-executiva da categoria de
VII – acompanhar a implementação dos programação específica denominada Fundo
Programas e avaliar anualmente os seus re-
sultados; e 85
Decreto no 7.303/2010.
139
Setorial do Audiovisual, na forma do art. 5o da reger-se-á por este Decreto, nos termos da Lei
Lei no 11.437, de 2006. no 11.437, de 2006, com observância das demais
§ 1o A secretaria-executiva é a unidade normas expedidas pela ANCINE.
gestora responsável pela execução orçamentária
e financeira das ações do Fundo Setorial do Art. 14. A ANCINE, no exercício das atribui-
Audiovisual, bem como pelo apoio técnico e ções de secretaria-executiva, praticará os atos
administrativo ao Comitê Gestor. necessários à implementação do Fundo Setorial
§ 2o O FNC descentralizará para a AN- do Audiovisual, bem como à aplicação de seus
CINE as dotações das ações do Fundo Seto- recursos, inclusive o credenciamento de agente
rial do Audiovisual, em consonância com a financeiro, por cento e oitenta dias a contar da
disponibilidade de recursos liberados para publicação deste Decreto, ou até que seja insta-
movimentação e empenho e para pagamentos, lado o Comitê Gestor, o que ocorrer primeiro.
conforme previsto nos arts. 8o, caput, 9o e 13 da
Lei Complementar no 101, de 2000. Art. 15. As operações feitas com recursos do
Fundo Setorial do Audiovisual, bem como os
Art. 12. São atribuições da ANCINE, como serviços financeiros realizados pelo agente cre-
secretaria-executiva do Fundo Setorial do denciado, serão objeto de prestação de contas,
Audiovisual: formalizada por meio de relatórios físicos e
I – propor ao Comitê Gestor normas e critérios financeiros, em conformidade com a legisla-
para a aplicação dos recursos do Fundo Setorial ção aplicável à matéria e as normas, modelos e
do Audiovisual de acordo com diretrizes e metas; procedimentos definidos pelo Comitê Gestor.
II – propor ao Comitê Gestor normas e
critérios para a apresentação das propostas de Art. 16. A ANCINE e o Ministério da Cultura,
projetos, para os parâmetros de julgamento e com o auxílio do agente financeiro credenciado,
para os limites de valor do apoio financeiro deverão realizar avaliação periódica da efetivi-
aplicável a cada caso; dade das estratégias promovidas por meio do
III – manter atualizados o controle da execu- Fundo Setorial do Audiovisual, devendo en-
ção orçamentária e financeira e os registros con- caminhar relatório para apreciação do Comitê
tábeis relativos ao Fundo Setorial do Audiovisual; Gestor com a discriminação das ações desen-
IV – informar regularmente ao Comitê Gestor volvidas e a avaliação dos resultados esperados
a posição financeira e orçamentária dos recursos e atingidos, os objetivos previstos e alcançados e
descentralizados pelo FNC, nos termos do art. 1o; os indicadores de eficácia e eficiência das ações
V – acompanhar a execução dos projetos de financiamento realizadas.
que utilizam os recursos do Fundo Setorial do
Audiovisual e elaborar relatórios periódicos; Art. 17. Os critérios para a decisão dos casos
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

VI – elaborar relatório anual de gestão do omissos serão previstos no regimento interno


Fundo Setorial do Audiovisual a ser submetido do Comitê Gestor.
à apreciação do Comitê Gestor; e
VII – propor ao Comitê Gestor normas e Art. 18. Este Decreto entra em vigor na data
critérios sobre a forma de aplicação dos recur- de sua publicação.
sos de que trata o art. 3o da Lei no 11.437, de
2006, inclusive dos recursos não-reembolsáveis. Brasília, 12 de dezembro de 2007; 186o da In-
Parágrafo único. A ANCINE poderá delegar, dependência e 119o da República.
no todo ou em parte, às instituições financeiras
credenciadas as competências estabelecidas nos LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Nelson
incisos I e II. Machado – Gilberto Gil

Art. 13. A categoria de programação específica Decretado em 12/12/2007 e publicado no DOU de


denominada Fundo Setorial do Audiovisual 13/12/2007.
140
Decreto no 7.729/2012
Regulamenta as disposições da Lei no 12.599, de 23 de março de 2012, relativas ao Programa Cinema
Perto de Você, estabelece normas para credenciamento, aprovação e habilitação de projetos para o
Regime Especial de Tributação para Desenvolvimento da Atividade de Exibição Cinematográfica,
e dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso IV – descentralizar o parque exibidor, pro-


da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, curando induzir a formação de novos centros
inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o regionais consumidores de cinema.
disposto nos arts. 9o a 19 da Lei no 12.599, de
23 de março de 2012, Art. 3o Poderão ser inscritos no Programa
Cinema Perto de Você projetos relativos a:
DECRETA: I – construção ou implantação de novos
complexos de exibição cinematográfica;
II – ampliação de complexos em operação
CAPÍTULO I – Do Programa Cinema Perto com a implantação de novas salas de cinema;
de Você III – modernização ou atualização tecnoló-
gica de complexos cinematográficos;
Art. 1o O Programa Cinema Perto de Você, IV – aquisição de equipamentos audiovisuais
instituído pela Lei no 12.599, de 23 de março para locação ou instalação em salas de cinema; e
de 2012, é um plano de ação governamental V – aquisição de materiais e equipamen-
destinado à ampliação, diversificação e des- tos para unidades itinerantes de exibição de
centralização do mercado de salas de exibição cinema.
cinematográfica no Brasil, e compreende: § 1o Entende-se por complexo de exibição
I – linhas de crédito e investimento para cinematográfica a unidade arquitetônica e
implantação de complexos de exibição; operacional, organizadora de um conjunto de
II – medidas tributárias de estímulo à des- serviços estruturados a partir de uma ou mais
centralização e expansão do parque exibidor salas de cinema.
de cinema; e § 2o Entende-se por sala de cinema o recinto
III – o Projeto Cinema da Cidade. destinado à exibição pública regular de obras
audiovisuais.
Art. 2o O Programa Cinema Perto de Você tem § 3o Para os fins do Programa, serão con-
os seguintes objetivos: siderados complexo novo ou sala nova as
I – fortalecer o segmento de exibição cine- unidades sem operação regular nos doze meses
matográfica, apoiando a expansão do parque anteriores à inscrição do projeto de reativação
exibidor, suas empresas e sua atualização no Programa Cinema Perto de Você.
tecnológica;
II – facilitar o acesso da população às obras
audiovisuais por meio da abertura de salas em CAPÍTULO II – Das Linhas de Crédito e
Legislação correlata

cidades de porte médio e bairros populares das Investimento


grandes cidades;
III – ampliar o estrato social dos frequen- Art. 4o As linhas de crédito e investimento do
tadores de salas de cinema, com atenção para Fundo Setorial do Audiovisual – FSA para o
políticas de redução de preços dos ingressos; e Programa Cinema Perto de Você, destinadas à

141
implantação, construção e ampliação de com- mentos privados em salas de cinema, favorecer
plexos cinematográficos, deverão observar os a digitalização do parque exibidor e fortalecer
seguintes critérios de prioridade na avaliação a sustentabilidade econômica da atividade de
e aprovação de projetos: exibição cinematográfica.
I – localização dos complexos em zonas ur-
banas, cidades e regiões brasileiras desprovidas Art. 8o Poderão ser beneficiárias do RECINE
ou mal atendidas pela oferta de salas de exibição as pessoas jurídicas que atendam, cumulativa-
cinematográfica; mente, às seguintes condições e características:
II – contribuição para a ampliação do estrato I – sejam titulares de projeto de exibição
social com acesso ao cinema; cinematográfica previamente credenciado e
III – compromissos relativos a preços de aprovado pela Agência Nacional do Cinema
ingresso; – ANCINE;
IV – opção pela digitalização da projeção II – exerçam atividades relativas à implan-
cinematográfica; tação ou operação de complexos cinematográ-
V – parcerias com Municípios, Estados e ficos, ou à locação de equipamentos para salas
Distrito Federal; e de cinema;
VI – prioridade para a exibição de filmes III – comprovem regularidade fiscal em rela-
nacionais. ção aos impostos e contribuições administrados
pela Secretaria da Receita Federal do Brasil do
Art. 5o O Comitê Gestor de que trata o art. 5o Ministério da Fazenda; e
da Lei no 11.437, de 28 de dezembro de 2006, IV – sejam habilitadas pela Secretaria da Re-
disporá, observados os critérios de prioridade ceita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda.
previstos no art. 4o, sobre:
I – condições, cidades e zonas urbanas para Art. 9o O RECINE suspende a exigência de
a seleção dos projetos concorrentes às linhas de tributos incidentes sobre a venda no mercado
crédito e investimento do Programa Cinema interno e sobre a importação de máquinas,
Perto de Você; e aparelhos, instrumentos e equipamentos, no-
II – taxas de juros e de administração, ga- vos, para incorporação no ativo imobilizado
rantias, equalização de encargos financeiros, e utilização em complexos de exibição, bem
limites, prazos e forma de retorno dos investi- como de materiais para sua construção, quando
mentos do FSA. a aquisição ou a importação forem efetuadas
por pessoa jurídica beneficiária.
Art. 6o Qualquer empresa com sede e admi- § 1o A suspensão da exigência prevista no
nistração no País poderá inscrever projetos caput abrange os seguintes tributos:
para as linhas financeiras do FSA, observada a I – a Contribuição para o PIS/PASEP e a
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

prioridade às empresas brasileiras exibidoras, Contribuição para o Financiamento da Seguri-


nos termos do art. 4o, § 1o, da Lei no 11.437, de dade Social – COFINS incidentes sobre a receita
2006, e do art. 1o, § 1o, da Medida Provisória no da pessoa jurídica vendedora;
2.228-1, de 6 de setembro de 2001. II – a Contribuição para o PIS/PASEP-
-importação e a COFINS-importação;
III – o Imposto sobre Produtos Industrializa-
CAPÍTULO III – Do Regime Especial dos – IPI incidente na saída do estabelecimento
de Tributação para Desenvolvimento da industrial ou equiparado;
Atividade de Exibição Cinematográfica IV – o IPI incidente no desembaraço adu-
aneiro; e
Art. 7o O Regime Especial de Tributação para V – o Imposto de Importação, no caso de
Desenvolvimento da Atividade de Exibição bens e materiais sem similar nacional.
Cinematográfica – RECINE é um regime tri- § 2o A suspensão de que trata este artigo
butário especial destinado a ampliar os investi- pode ser usufruída nas aquisições ou impor-
142
tações de bens e materiais listados no Anexo Art. 11. As pessoas jurídicas beneficiárias de-
e vinculados ao projeto aprovado que forem verão requerer previamente o credenciamento
realizadas até 26 de março de 2017. e aprovação dos seus projetos à ANCINE por
§ 3 o Para efeitos do § 2 o, considera-se meio de:
adquirido ou importado o bem na data da I – formulário específico com os dados de
contratação do negócio, independentemente identificação do requerente e a descrição do
da data do seu recebimento. projeto;
§ 4o As suspensões de que trata este artigo, II – a relação de bens e materiais a serem
após a incorporação do bem ou material de adquiridos e a estimativa de custo de cada item;
construção no ativo imobilizado ou sua utili- III – cópia da inscrição do empresário no
zação no complexo de exibição cinematográfica registro público de empresas mercantis, ou do
ou cinema itinerante, convertem-se em: contrato ou estatuto social devidamente regis-
I – isenção, no caso do Imposto de Impor- trados, e, no caso de sociedade por ações, dos
tação e do IPI; e documentos que atestem o mandato de seus
II – alíquota zero, no caso dos demais tri- administradores; e
butos. IV – documentos comprobatórios da regu-
§ 5o Para efeitos deste artigo, equipara-se ao laridade fiscal do requerente em relação aos
importador a pessoa jurídica adquirente de bens impostos e às contribuições administrados
e materiais de construção estrangeiros, no caso pela Secretaria da Receita Federal do Brasil do
de importação realizada por sua conta e ordem Ministério da Fazenda.
por intermédio de pessoa jurídica importadora. Parágrafo único. No caso de projeto reali-
zado no âmbito do Projeto Cinema da Cidade,
Art. 10. O beneficiário fica obrigado ao reco- não são exigíveis os documentos indicados no
lhimento das contribuições e impostos não pa- inciso III do caput, relativos ao ente federado
gos devido à suspensão de exigência, acrescidos titular do projeto.
de juros e multa de mora, na forma da lei, nas
seguintes situações: Art. 12. Na análise do projeto, a ANCINE
I – não incorporação ou não utilização do deverá observar os seguintes fatores:
bem ou material de construção no complexo I – apresentação da documentação exigida
de exibição cinematográfica ou cinema itine- pelas disposições normativas;
rante; ou II – atendimento dos requisitos quanto à
II – destinação dos complexos cinemato- capacidade e situação jurídica do requerente,
gráficos, cinemas itinerantes ou equipamentos nos termos do art. 8o; e
audiovisuais em fins diversos dos previstos nos III – enquadramento do projeto em uma das
projetos credenciados e aprovados pela ANCI- categorias previstas no art. 3o.
NE, durante o período de cinco anos contado
da conclusão do projeto de modernização ou do Art. 13. A ANCINE fará publicar ato com a rela-
início da operação das salas de cinema. ção de projetos que se enquadram nas disposições
Parágrafo único. Nos casos previstos no ca- do art. 12, acrescida das seguintes informações:
put, o beneficiário recolherá o tributo, os acrés- I – o nome empresarial e o número de ins-
cimos legais e a penalidade na condição de: crição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
I – contribuinte, em relação à Contribuição – CNPJ do titular do projeto aprovado; e
para o PIS/PASEP – Importação, à COFINS – II – a descrição do projeto, com a especifica-
Legislação correlata

Importação, ao IPI vinculado à importação e ção da categoria em que se enquadra, conforme


ao Imposto de Importação; ou o art. 3o.
II – responsável tributário, em relação à Parágrafo único. Os autos do processo de
Contribuição para o PIS/PASEP, à COFINS e análise do projeto ficarão arquivados e dispo-
ao IPI incidente na saída do estabelecimento níveis na ANCINE, para consulta e fiscalização
industrial ou equiparado. dos órgãos de controle.
143
Art. 14. A habilitação ao RECINE deve ser II – de ofício, sempre que se apure que o
requerida à Secretaria da Receita Federal do beneficiário não satisfazia ou deixou de satis-
Brasil do Ministério da Fazenda por meio de fazer, ou não cumpriu ou deixou de cumprir os
formulário próprio, acompanhado de: requisitos para habilitação ao regime.
I – inscrição do empresário no registro pú- § 1o O pedido de cancelamento da habili-
blico de empresas mercantis ou do contrato de tação, no caso do inciso I do caput, deverá ser
sociedade em vigor, devidamente registrado, protocolado na Secretaria da Receita Federal
em se tratando de sociedade empresária e, no do Brasil do Ministério da Fazenda.
caso de sociedade empresária constituída como § 2o O cancelamento da habilitação será
sociedade por ações, dos documentos que formalizado por meio de ato da Secretaria
atestem o mandato de seus administradores; da Receita Federal do Brasil do Ministério da
II – indicação do titular da empresa ou Fazenda, publicado no Diário Oficial da União.
relação dos sócios pessoas físicas, diretores, § 3o A pessoa jurídica que tiver a habilitação
gerentes, administradores e procuradores, cancelada não poderá, em relação ao projeto
com indicação do número de inscrição no Ca- correspondente à habilitação cancelada, efe-
dastro de Pessoas Físicas – CPF e respectivos tuar aquisições e importações ao amparo do
endereços; RECINE de bens destinados ao referido projeto.
III – relação das pessoas jurídicas sócias,
com indicação do número de inscrição no Art. 17. Nos casos de suspensão de exigência
CNPJ, e de seus respectivos sócios pessoas de que trata o art. 9o, a pessoa jurídica vende-
físicas, diretores, gerentes, administradores dora deverá fazer constar na nota fiscal:
e procuradores, com indicação do número e I – o número do ato da ANCINE que apro-
inscrição no CPF e dos respectivos endereços; e vou o projeto e o número do ato de habilitação
IV – cópia do ato da ANCINE de que trata ao RECINE da pessoa jurídica adquirente;
o art. 13. II – a observação “venda efetuada com sus-
§ 1o A habilitação será formalizada por meio pensão da exigibilidade da Contribuição para o
de ato da Secretaria da Receita Federal do Brasil PIS/PASEP e da COFINS”, com especificação do
do Ministério da Fazenda. dispositivo legal correspondente, se for o caso; e
§ 2o A publicação do ato de que trata o inci- III – a observação “saída com suspensão
so IV do caput não implica direito à aplicação do IPI”, com especificação do dispositivo legal
do regime no período anterior à habilitação da correspondente, no caso das saídas de que trata
pessoa jurídica beneficiária. o inciso III do § 1o do art. 9o.

Art. 15. Concluída a execução do projeto, Art. 18. A suspensão da exigência da Con-
deverá ser solicitado, no prazo de trinta dias, tribuição para o PIS/PASEP e da COFINS,
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

contado da data de conclusão, o cancelamento incidentes sobre a venda de bens e materiais


da respectiva habilitação, nos termos do inciso para beneficiário do RECINE, não impede a
I do caput do art. 16. manutenção e a utilização dos créditos pela
Parágrafo único. O descumprimento do pessoa jurídica vendedora tributada pelo regi-
disposto no caput sujeita a pessoa jurídica a me de apuração não cumulativa.
multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por mês-
-calendário ou fração de atraso, nos termos do Art. 19. A aquisição de bens com a suspensão
inciso I do caput do art. 57 da Medida Provi- prevista no RECINE não gera, para o adqui-
sória no 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, sem rente, direito ao desconto de créditos apurados
prejuízo das demais sanções cabíveis. na forma do art. 3o da Lei no 10.637, de 30 de
dezembro de 2002, e do art. 3o da Lei no 10.833,
Art. 16. O cancelamento da habilitação ocor- de 29 de dezembro de 2003.
rerá: Parágrafo único. O disposto no caput não
I – a pedido; ou se aplica às aquisições e importações efetuadas
144
pela pessoa jurídica habilitada sem a suspensão I – à implantação de complexos em municí-
de que trata o art. 9o. pios com população de até cem mil habitantes
sem salas comerciais de cinema; e
Art. 20. A Secretaria da Receita Federal do Bra- II – aos projetos que prevejam sistema de
sil do Ministério da Fazenda divulgará a relação projeção digital de cinema.
dos beneficiários habilitados ao RECINE, com Parágrafo único. Para a escolha dos projetos
a indicação dos projetos vinculados, a data de beneficiados, além das condições listadas no
habilitação e o período de fruição do benefício. art. 22, devem ser consideradas as políticas esta-
duais e municipais de formação de público e de
acesso ao cinema, os compromissos de exibição
CAPÍTULO IV – Do Projeto Cinema da de filmes brasileiros, a adequação ambiental e
Cidade urbanística dos projetos e sua sustentabilidade
econômico-financeira.
Art. 21. O Projeto Cinema da Cidade, des-
tinado à implantação de salas de cinema de
propriedade pública, será custeado por recursos CAPÍTULO V – Disposições Finais
da União, conforme as disponibilidades da Lei
Orçamentária Anual. Art. 24. No âmbito de suas competências le-
Parágrafo único. Em caráter excepcional, gais, a ANCINE poderá firmar com os agentes
poderão ser inscritos projetos de modernização regulados termos de compromisso de ajusta-
dos complexos municipais existentes, desde mento de conduta às exigências da legislação
que para viabilizar a digitalização da projeção audiovisual com o objetivo de corrigir irregu-
cinematográfica ou para garantir a continuida- laridades, indenizar danos provocados ou fazer
de da operação. cessar atividades.
§ 1o O termo de compromisso de ajusta-
Art. 22. Poderão habilitar-se aos recursos do mento de conduta conterá cláusulas sobre as
Projeto Cinema da Cidade os projetos apre- seguintes condições, entre outras:
sentados por Municípios, Estados ou Distrito I – obrigação do agente econômico de fazer
Federal à ANCINE, nas seguintes condições: cessar e corrigir as práticas e atos irregulares, no
I – observância das especificações técnicas prazo ajustado, inclusive indenizando prejuízos
definidas pelo Programa Cinema Perto de Você decorrentes;
para os projetos arquitetônicos das salas, inclu- II – pena pecuniária pelo descumprimento
sive com atenção à acessibilidade dos espaços; do ajuste, não inferior a R$ 2.000,00 (dois mil
II – implantação das salas em imóveis de reais) e não superior a R$ 2.000.000,00 (dois
propriedade pública, em áreas urbanas con- milhões de reais), considerando os seguintes
solidadas e adequadas aos empreendimentos fatores:
vinculados ao Programa; a) valor global da operação investigada;
III – operação das salas por empresa exibi- b) valor do negócio jurídico em questão;
dora, preferencialmente; c) antecedentes do infrator; e
IV – compromisso dos Estados, Distrito d) situação econômica do infrator;
Federal e Municípios de implementação de III – ressarcimento das despesas de inves-
medidas de desoneração tributária para a ope- tigação da infração e de instrução do procedi-
ração das salas; e mento administrativo, se for o caso; e
Legislação correlata

V – localização em zonas urbanas ou cidades IV – ressarcimento dos danos eventualmente


desprovidas ou mal atendidas por oferta de provocados à coletividade.
salas de exibição. § 2o O termo de compromisso de ajusta-
mento de conduta terá eficácia de título execu-
Art. 23. O Projeto Cinema da Cidade dará tivo extrajudicial, nos termos do § 6o do art. 5o
prioridade: da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985.
145
§ 3o A assinatura do termo de compromisso Art. 26. Este Decreto entra em vigor na data
de ajustamento de conduta não importa con- de sua publicação.
fissão do compromissário quanto à matéria
de fato, nem reconhecimento da ilicitude da Brasília, 25 de maio de 2012; 191o da Indepen-
conduta em apuração. dência e 124o da República.

Art. 25. A Secretaria da Receita Federal do DILMA ROUSSEFF – Guido Mantega – Anna
Brasil do Ministério da Fazenda e a ANCINE Maria Buarque de Hollanda
disciplinarão, no âmbito de suas competências,
a aplicação das disposições deste Decreto, inclu- Decretado em 25/5/2012 e publicado no DOU de
sive em relação aos procedimentos para creden- 28/5/2012. Não consta o anexo.
ciamento e aprovação dos projetos e habilitação
ao RECINE e demais medidas tributárias.
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

146
Informações complementares
Índice geral de assuntos e entidades

A reduzidos – art. 32 a art. 40 da Medida Pro-


visória no 2.228-1/2001
AGÊNCIA NACIONAL DE CINEMA – * recursos; FNC – art. 1o da Lei no 11.437/2006
ANCINE
* criação; objetivos; competências; estrutura;
receitas; patrimônio; recursos humanos E
– art. 5o a art. 15 da Medida Provisória no
2.228-1/2001 e Decreto no 4.456/2002 ENTIDADES PRIVADAS
* Organizações da Sociedade Civil de Interes-
se Público, sem fins lucrativos; promoção da
C cultura – Lei no 9.790/99 – regulamentação
– Decreto no 3.100/99
CINEMATECA BRASILEIRA * organizações sociais; direito privado, sem
* depósito obrigatório – art. 8o da Lei no 8.685/93 fins lucrativos; atividades culturais; requisi-
tos – Lei no 9.637/98 e Decreto no 5.396/2005
COMISSÃO NACIONAL DE INCENTIVO À
CULTURA – CNIC
* áreas – art. 40 do Decreto no 5.761/2006 F
* competência – art. 38 do Decreto no 5.761/2006
* instituição; composição; presidida; man- FUNDO DE INVESTIMENTO CULTURAL
dato – art. 32 da Lei no 8.313/91 e art. 39 do E ARTÍSTICO – FICART
Decreto no 5.761/2006 – impedimentos – art. * Comissão de Valores Mobiliários; disciplina;
41 e art. 42 do Decreto no 5.761/2006 constituição; funcionamento e administra-
* programas, projetos e ações culturais; equi- ção – art. 10 da Lei no 8.313/91 e art. 18 do
paração – art. 24 do Decreto no 5.761/2006 Decreto no 5.761/2006
* constituição – art. 8o da Lei no 8.313/91
CONSELHOS DE CULTURA – ESTADOS, * imposto de renda; isenção; sujeição – art.
DISTRITO FEDERAL, MUNICÍPIOS 14 a art. 17 da Lei no 8.313/91
* Doações, patrocínios e investimentos; co- * instituição administradora; competência –
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

municação – art. 12 da Lei no 7.505/86 art. 13 da Lei no 8.313/91


* Governo federal; estimulação; instituciona- * programas, projetos e ações culturais; des-
lização – art. 31 da Lei no 8.313/91 tinação – art. 19 do Decreto no 5.761/2006
* projetos culturais e artísticos – art. 9o da
CONSELHO SUPERIOR DO CINEMA Lei no 8.313/91
* Criação; competências; integrantes – art. 3 e * recursos; meios – art. 20 do Decreto no
art. 4o da Medida Provisória no 2.228-1/2001 5.761/2006
* quotas; sujeição – art. 11 da Lei no 8.313/91 –
CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVI- titular; restrições– art. 12 da Lei no 8.313/91
MENTO DA INDÚSTRIA CINEMATOGRÁ-
FICA NACIONAL – CONDECINE FUNDO NACIONAL DE CULTURA – FNC
* fato gerador; segmento de mercado; des- * Comissão; criação, competência; integran-
tinação; sujeitos passivos; regulamento; tes; normas – art. 14 a art. 16 do Decreto no
penalidades; competências; isentos; valores 5.761/2006
148
* carteiras para financiamento; estimulação; – art. 2o a 5o da Lei no 7.505/86 – interme-
projetos culturais – art. 7o da Lei no 8.313/91 diação; vedação – art. 7o da Lei no 7.505/86
* financiamento; percentual; limite; con- * beneficiários – art. 22 do Decreto n o
trapartida; dispensa – art. 12 e art. 13 do 5.761/2006 – recebimento; comunicação;
Decreto no 5.761/2006 Ministério da Cultura; da Fazenda – art. 8o
* Fundo de Promoção Cultural; recursos; da Lei no 7.505/86
aplicação – art. 35 da Lei no 8.313/91 * contribuinte; imposto de renda; abatimento;
* natureza; prazo de duração; constituição – dedução; doações; patrocínios; investimen-
art. 5o da Lei no 8.313/91 tos; natureza cultural; limites – art. 1o da Lei
* objetivos; administração – art. 4o da Lei no no 7.505/86
8.313/91 * doação/patrocínio; dedução; percentual;
* plano anual; previsão – art. 17 do Decreto limites; transferência – art. 28 a art. 30 do
no 5.761/2006 Decreto no 5.761/2006 – pessoa vinculada;
* projetos; objetivos – art. 3 o da Lei n o proibição – art. 9o da Lei no 7.505/86
8.313/91 – acompanhamento; avaliação; * formas; projetos culturais – art. 18 da Lei no
avaliação final; peritos; indenização; repro- 8.313/91 – apresentação; notificação da não
vação, inabilitação – art. 4o da Lei no 8.313/91 aprovação; reconsideração; eficácia – art. 19
-financiamento; percentual – art. 6o da Lei no da Lei no 8.313/91
8.313/91 e art. 12 do Decreto no 5.761/2006 * imposto de renda; não sujeição – art. 23 da
* recursos; aplicação; restrição – art. 4o da Lei Lei no 8.313/91 – dedução; percentual – art.
no 8.313/91 – utilização; forma – art. 10 do 26 da Lei no 8.313/91
Decreto no 5.761/2006 * instituições culturais; sem fins lucrativos –
* receita – Lei no 11.437/2006 e Decreto no art. 34 do Decreto no 5.761/2006
6.299/2007 * montante superior ao permitido; faculdade;
excedente; anos seguintes – art. 10 da Lei
FUNDOS DE FINANCIAMENTO DA IN- no 7.505/86
DÚSTRIA CINEMATOGRÁFICA NACIO- * obras cinematográficas; produção indepen-
NAL – FUNCINES dente; imposto de renda; dedução – art. 1o-A
* constituição; Comissão de Valores Mobili- da Lei no 8.685/1993
ários; autorização, disciplina e fiscalização; * opção; exercício – art. 22 e art. 23 do De-
recursos; aplicação; imposto de renda; de- creto no 5.761/2006
dução; isenção – art. 41 a art. 46 da Medida * radiodifusão de sons e imagens e serviços
Provisória no 2.228-1/2001 de comunicação eletrônica de massa por
assinatura; beneficiários do crédito, empre-
go, remessa, entrega ou pagamento; obras
I audiovisuais ou eventos; abatimento, investi-
mento; projetos – art. 3o-A da Lei no 8.685/93
INCENTIVOS/BENEFÍCIOS FISCAIS – depósito – art. 4o da Lei no 8.685/93
* Ancine; projetos; requisitos; vedação; libe- * renúncia; autorizada; relatório anual – art.
ração dos recursos; limites – art. 4o da Lei 32 do Decreto no 5.761/2006
no 8.685/93 * suspensão; pendências ou irregularidades
Informações complementares

* atividades audiovisuais; imposto de renda; – art. 30 da Lei no 8.313/91


dedução; investimentos; produção indepen- * vale-cultura; imposto de renda; dedução –
dente; responsabilidade, limites; prazo – art. art. 10 da Lei no 12.761/2012
1o da Lei no 8.685/1993 e art. 49 e art. 50 da
Medida Provisória no 2.228-1/2001 – depó- INFRAÇÕES
sito – art. 4o da Lei no 8.685/93 * ANCINE; autuação; empresas exibidoras,
* atividades culturais; doações e patrocínio; distribuidoras e locadoras de vídeo – art. 58 a
investimentos; considerações; transferências art. 60 da Medida Provisória no 2.228-1/2001
149
* atividades audiovisuais – art. 13 e art. 17 da 5.761/2006 – delegação; Estados, Distrito
Lei no 11.437/2006 Federal e Municípios; lei de incentivos
* doador/patrocinador; imposto de renda; fiscais; necessidade – art. 8o do Decreto no
pagamento; responsabilidade; sanção penal; 5.761/2006
independe – art. 30 da Lei no 8.313/91 * projetos culturais; apresentação; notificação
* fraude; redução; imposto de renda – art. 40 da decisão negativa; prazo – art. 19 da Lei
da Lei no 8.313/91, art. 14 da Lei no 7.505/86 no 8.313/91
e art. 10 da Lei no 8.685/93 * publicação; recursos autorizados; prazo –
* liberdade de expressão, de atividade inte- art. 19 da Lei no 8.313/91
lectual e artística – art. 39 da Lei no 8.313/91 * recursos; montante; destinação; definição –
* Programa de Cultura do Trabalhador; exe- art. 5o do Decreto no 5.761/2006
cução inadequada; desvio de finalidade – art. * relatório anual; Tribunal de Contas da
12 da Lei no 12.761/2012 União; encaminhamento – art. 9o do Decreto
* Recursos; FNC – art. 61 da Medida Provi- no 5.761/2006
sória no 2.228-1/2001 * taxa de administração; agentes financeiros;
definição; limite – art. 10 do Decreto no
5.761/2006
M
MINISTRO DE ESTADO DA CULTURA
MINISTÉRIO DA CULTURA * aprovação; projetos culturais – art. 4o da
* apoio técnico; Comissão Nacional de In- Lei no 8.313/91
centivo à Cultura – art. 39 do Decreto no * instruções normativas; expedição; condi-
5.761/2006 ções; procedimentos; definições – art. 10 do
* certificado de reconhecimento; investidores; Decreto no 5.761/2006
beneficiários; entidades culturais – art. 49 do * pedido de reconsideração; projeto não
Decreto no 5.761/2006 aprovado; prazo – art. 19 e art 20 da Lei no
* cópias do produto cultural; obrigatoriedade; 8.313/91
composição acervo – art. 45 do Decreto no * procedimentos administrativos; definição
5.761/2006 – art. 6o do Decreto no 5.761/2006
* CVM; articulação; regras e procedimentos;
definição – art. 21 do Decreto no 5.761/2006
* empresas patrocinadoras; recursos; promo- O
ção de processos; forma independente; in-
formação – art. 5o do Decreto no 5.761/2006 ORDEM DO MÉRITO CULTURAL
* FNC; administração – art. 4o da Lei no * instituição– art. 34 da Lei no 8.313/91
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

8.313/91 – financiamento; percentual; limite;


aprovação – art. 12 do Decreto no 5.761/2006
* instituições culturais; sem fins lucrativos; P
avaliação; critérios – art. 34 do Decreto no
5.761/2006 PLANO NACIONAL DE CULTURA
* plano anual; elaboração; publicação – art. * aprovação, competências do poder público;
3o do Decreto no 5.761/2006 financiamento; sistema de monitoramento e
* programas; projetos; ações culturais; es- avaliação; diretrizes; estratégias; ações – Lei
colha – art. 5o do Decreto no 5.761/2006 no 12.343/2010
– análise técnica; pedido de reconside-
ração – art. 6o do Decreto no 5.761/2006 POLÍTICA NACIONAL DO CINEMA
– acompanhamento; avaliação; recur- * princípios gerais – art. 2o da Medida Provi-
so; penalidades – art. 7o do Decreto no sória no 2.228-1/2001

150
PROGRAMA CINEMA PERTO DE VOCÊ PROGRAMA NACIONAL DE APOIO À
* instituição; linhas de crédito – art. 9o a art. 11 CULTURA – PRONAC
da Lei no 12.599/2012 e Decreto no 7.729/2012 * distribuição gratuita; produtos; patro-
* Projeto Cinema da Cidade; instituição; cinador; limite –art. 31 do Decreto n o
Municípios, Estados ou Distrito Federal; 5.761/2006
apresentação – art. 17 da Lei no 12.599/2012 * implementação; mecanismos, abrangência;
e Decreto no 7.729/2012 vedação – art. 2o da Lei no 8.313/91
* Regime Especial de Tributação para De- * instituição; finalidade – art. 1o da Lei no
senvolvimento da Atividade de Exibição 8.313/91
Cinematográfica (RECINE); beneficiários; * intercâmbio; mecanismo; Estados, Municí-
máquinas, aparelhos, instrumentos e equi- pios e Distrito Federal – art. 48 do Decreto
pamentos; mercado interno ou importação; no 5.761/2006
contribuições; impostos; não exigência; isen- * logomarca; Ministério da Cultura; obriga-
ção; alíquota zero; prazo – art. 12 a art. 15 da toriedade – art. 47 do Decreto no 5.761/2006
Lei no 12.599/2012 e Decreto no 7.729/2012 * programas, projetos e ações; acesso – art.
27 do Decreto no 5.761/2006 – circulação
PROGRAMA DE APOIO AO DESENVOLVI- pública – art. 46 do Decreto no 5.761/2006
MENTO DA INFRA-ESTRUTURA DO CI- * projetos culturais; objetivos – art. 3o da Lei
NEMA E DO AUDIOVISUAL – PRÓ-INFRA no 8.313/91
* mecanismo de fomento; atividades audio- * nomenclatura utilizada; proponente; bene-
visuais; fontes de recursos – art. 47 e art. 48 ficiário; incentivador; doação; patrocínio;
da Medida Provisória no 2.228-1/2001 e art. pessoa jurídica; produção cultural-educativa
4o da Lei no 11.437/2006 – art. 4o do Decreto no 5.761/2006
* plano anual; normas, diretrizes e metas –
PROGRAMA DE APOIO AO DESENVOLVI- art. 3o do Decreto no 5.761/2006
MENTO DO AUDIOVISUAL BRASILEIRO * programas, projetos e ações culturais; apoio;
– PRODAV) finalidades – art. 2o do Decreto no 5.761/2006
* mecanismo de fomento; atividades audio- – planos de distribuição; critérios – art. 44
visuais; fontes de recursos – art. 47 e art. 48 do Decreto no 5.761/2006
da Medida Provisória no 2.228-1/2001 e art. * procedimentos administrativos – art. 6o a
4o da Lei no 11.437/2006 art. 9o do Decreto no 5.761/2006

PROGRAMA DE APOIO AO DESENVOL- PROJETOS CULTURAIS


VIMENTO DO CINEMA BRASILEIRO – * acompanhamento; avaliação – art. 20 da
PRODECINE) Lei no 8.313/91
* mecanismo de fomento; atividades audio- * apresentação; Ministério da Cultura; notifi-
visuais; fontes de recursos – art. 47 e art. 48 cação; decisão; pedido reconsideração; pu-
da Medida Provisória no 2.228-1/2001 e art. blicação; eficácia – art. 19 da Lei no 8.313/91
4o da Lei no 11.437/2006 * apreciação subjetiva; vedação – art. 22 da
Lei no 8.313/91
PROGRAMA DE CULTURA DO TRABA- * aprovação; publicação; conteúdo mínimo –
Informações complementares

LHADOR art. 35 do Decreto no 5.761/2006


* instituição; objetivos;áreas culturais; vale * avaliação final; inabilitação; reconsideração
cultura; nomenclatura utilizada – art. 1o a – art. 20 da Lei no 8.313/91
art. 5o da Lei no 12.761/2012 * compreensão; música gospel – art. 25 e art.
* vale cultura; beneficiário; valor; vedação; 31-A da Lei no 8.313/91
prazo – art. 6o a art. 9o – imposto de renda; * doações; equiparação – art. 24 da Lei no
dedução – art. 10 da Lei no 12.761/2012 - 8.313/91 – vedação; vinculação – art. 27 da

151
Lei no 8.313/91 – recursos; depósito – art. 29 * contrapartida – art. 12 do Decreto n o
da Lei no 8.313/91 5.761/2006 – dispensa – art. 13 do Decreto
* entidades incentivadoras e captadoras; no 5.761/2006
comunicação – art. 21 da Lei no 8.313/91 * FICART; programas, projetos e ações cul-
* imposto de renda; não sujeição – art. 23 da turais; finalidade – art. 19 do Decreto no
Lei no 8.313/91 – dedução; percentual – art. 5.761/2006 – aplicação; modalidade – art.
26 da Lei no 8.313/91 20 do Decreto no 5.761/2006
* incentivos; formas; – art. 18 da Lei n o * FNC; restrição – art. 4o da Lei no 8.313/91
8.313/91 – apresentação; notificação da não – utilização; instrução normativa; taxa de
aprovação; reconsideração; eficácia – art. 19 administração; subsídios – art. 10 do De-
da Lei no 8.313/91 creto no 5.761/2006
* infrações; sanções penais; pagamento – art. * Ministério da Cultura; publicação; prazo
30 da Lei no 8.313/91 –art. 19 da Lei no 8.313/91
* intermediação; vedação – art. 28 da Lei no * transferências financeiras; conta bancária
8.313/91 específica – art. 36 do Decreto no 5.761/2006
* Ministério da Cultura; escolha –art. 5o do – controle do fluxo – art. 37 do Decreto no
Decreto no 5.761/2006 5.761/2006
* patrocinador; recebimento vantagem; infra-
ção – art. 23 da Lei no 8.313/91
* princípio da não concentração por segmen- S
to – art. 19 da Lei no 8.313/91
SISTEMA DE INFORMAÇÕES E MONITO-
RAMENTO DA INDÚSTRIA CINEMATO-
R GRÁFICA E VIDEOFONOGRÁFICA
* criação; utilização; relatórios periódicos;
RECURSOS registro; ANCINE; comunicação; execução;
* captação – art. 1o da Lei no 8.313/91 – des- veiculação; requerimentos; informações
pesas; detalhamento; limite – art. 25 e art. 26 – art. 16 a art. 30 da Medida Provisória no
do Decreto no 5.761/2006 – prazo máximo; 2.228-1/2001
prorrogação; impedimento – art. 35 do De-
creto no 5.761/2006
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais

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