Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Cultura
Captação de recursos e
incentivos fiscais
Cultura
captação de recursos
e incentivos fiscais
SENADO FEDERAL
Mesa
Biênio 2013 – 2014
SUPLENTES DE SECRETÁRIO
Senador Magno Malta
Senador Jayme Campos
Senador João Durval
Senador Casildo Maldaner
Secretaria de Editoração e Publicações
Coordenação de Edições Técnicas
Cultura
captação de recursos
e incentivos fiscais
Brasília – 2013
Edição do Senado Federal
Diretor-Geral: Antônio Helder Medeiros Rebouças
Secretária-Geral da Mesa: Claudia Lyra Nascimento
ISBN: 978-85-7018-517-4
CDD 353.7
Legislação correlata
34 Lei no 7.505/1986 (Lei Sarney)
38 Lei no 8.685/1993 (Lei do Audiovisual)
42 Lei no 9.637/1998
48 Lei no 9.790/1999
53 Lei no 11.437/2006
60 Lei no 12.343/2010
88 Lei no 12.599/2012
95 Lei no 12.761/2012
98 Medida Provisória no 2.228-1/2001
122 Decreto no 3.100/1999
129 Decreto no 4.456/2002
132 Decreto no 5.396/2005
133 Decreto no 5.520/2005
138 Decreto no 6.299/2007
141 Decreto no 7.729/2012
Informações complementares
148 Índice geral de assuntos e entidades
Dispositivos constitucionais
pertinentes
Constituição
da República Federativa do Brasil
TÍTULO I – Dos Princípios Fundamentais Art. 23. É competência comum da União, dos
............................................................................... Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
...............................................................................
Art. 4 o A República Federativa do Brasil V – proporcionar os meios de acesso à cul-
rege-se nas suas relações internacionais pelos tura, à educação e à ciência;
seguintes princípios: ...............................................................................
...............................................................................
IX – cooperação entre os povos para o pro- Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao
gresso da humanidade; Distrito Federal legislar concorrentemente
............................................................................... sobre:
Parágrafo único. A República Federativa do ...............................................................................
Brasil buscará a integração econômica, política, IX – educação, cultura, ensino e desporto;
social e cultural dos povos da América Latina, ...............................................................................
visando à formação de uma comunidade latino-
-americana de nações. TÍTULO VI – Da Tributação e do
Orçamento
Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem dis- CAPÍTULO I – Do Sistema Tributário
tinção de qualquer natureza, garantindo-se aos Nacional
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País ...............................................................................
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos SEÇÃO II – Das Limitações do Poder de
termos seguintes: Tributar
...............................................................................
IX – é livre a expressão da atividade inte- Art. 150. Sem prejuízo de outras garan-
lectual, artística, científica e de comunicação, tias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
independentemente de censura ou licença; União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
............................................................................... Municípios:
XXVIII – são assegurados, nos termos da lei: ...............................................................................
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
da sociedade brasileira, nos quais se incluem: e econômico com pleno exercício dos direitos
I – as formas de expressão; culturais.
II – os modos de criar, fazer e viver; § 1o O Sistema Nacional de Cultura funda-
III – as criações científicas, artísticas e tec- menta-se na política nacional de cultura e nas
nológicas; suas diretrizes, estabelecidas no Plano Nacional
IV – as obras, objetos, documentos, edifica- de Cultura, e rege-se pelos seguintes princípios:
ções e demais espaços destinados às manifesta- I – diversidade das expressões culturais;
ções artístico-culturais; II – universalização do acesso aos bens e
V – os conjuntos urbanos e sítios de valor serviços culturais;
histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, III – fomento à produção, difusão e circula-
paleontológico, ecológico e científico. ção de conhecimento e bens culturais;
9
IV – cooperação entre os entes federados, como de sua articulação com os demais siste-
os agentes públicos e privados atuantes na área mas nacionais ou políticas setoriais de governo.
cultural; § 4o Os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
V – integração e interação na execução das nicípios organizarão seus respectivos sistemas
políticas, programas, projetos e ações desen- de cultura em leis próprias.
volvidas; ...............................................................................
VI – complementaridade nos papéis dos
agentes culturais; CAPÍTULO IV – Da Ciência e Tecnologia
VII – transversalidade das políticas culturais; ...............................................................................
VIII – autonomia dos entes federados e das
instituições da sociedade civil; Art. 219. O mercado interno integra o patri-
IX – transparência e compartilhamento das mônio nacional e será incentivado de modo a
informações; viabilizar o desenvolvimento cultural e sócio-
X – democratização dos processos decisórios -econômico, o bem-estar da população e a
com participação e controle social; autonomia tecnológica do País, nos termos de
XI – descentralização articulada e pactuada lei federal.
da gestão, dos recursos e das ações;
XII – ampliação progressiva dos recursos
contidos nos orçamentos públicos para a cultura. CAPÍTULO V – Da Comunicação Social
§ 2o Constitui a estrutura do Sistema Na- ...............................................................................
cional de Cultura, nas respectivas esferas da
Federação: CAPÍTULO VII – Da Família, da Criança,
I – órgãos gestores da cultura; do Adolescente, do Jovem e do Idoso
II – conselhos de política cultural; ...............................................................................
III – conferências de cultura;
IV – comissões intergestores; Art. 227. É dever da família, da sociedade e
V – planos de cultura; do Estado assegurar à criança, ao adolescente
VI – sistemas de financiamento à cultura; e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à
VII – sistemas de informações e indicadores vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao la-
culturais; zer, à profissionalização, à cultura, à dignidade,
VIII – programas de formação na área da ao respeito, à liberdade e à convivência familiar
cultura; e e comunitária, além de colocá-los a salvo de
IX – sistemas setoriais de cultura. toda forma de negligência, discriminação,
§ 3o Lei federal disporá sobre a regulamen- exploração, violência, crueldade e opressão.
tação do Sistema Nacional de Cultura, bem ...............................................................................
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
10
Lei Rouanet e sua regulamentação
Lei no 8.313/1991
Restabelece princípios da Lei no 7.505, de 2 de julho de 1986, institui o Programa Nacional de Apoio
à Cultura (Pronac) e dá outras providências.
cimento dos modos de criar, fazer e viver da artistas e técnicos brasileiros ou estrangeiros
sociedade brasileira; residentes no Brasil;
VI – preservar os bens materiais e ima- b) concessão de prêmios a criadores, autores,
teriais do patrimônio cultural e histórico artistas, técnicos e suas obras, filmes, espetácu-
brasileiro; los musicais e de artes cênicas em concursos e
VII – desenvolver a consciência internacio- festivais realizados no Brasil;
nal e o respeito aos valores culturais de outros c) instalação e manutenção de cursos de
povos ou nações; caráter cultural ou artístico, destinados à for-
VIII – estimular a produção e difusão de mação, especialização e aperfeiçoamento de
bens culturais de valor universal, formadores
e informadores de conhecimento, cultura e
memória; 1
Lei no 11.646/2008.
IX – priorizar o produto cultural originário 2
Lei no 9.874/1999 e Medida Provisória no 2.228-
do País. 1/2001.
12
pessoal da área da cultura, em estabelecimentos b) contratação de serviços para elaboração
de ensino sem fins lucrativos; de projetos culturais;
II – fomento à produção cultural e artística, c) ações não previstas nos incisos anteriores
mediante: e consideradas relevantes pelo Ministro de Esta-
a) produção de discos, vídeos, obras cinema- do da Cultura, consultada a Comissão Nacional
tográficas de curta e média metragem e filmes de Apoio à Cultura.
documentais, preservação do acervo cinemato-
gráfico bem assim de outras obras de reprodu-
ção videofonográfica de caráter cultural; CAPÍTULO II – Do Fundo Nacional da
b) edição de obras relativas às ciências hu- Cultura (FNC)
manas, às letras e às artes;
c) realização de exposições, festivais de arte, Art. 4o Fica ratificado o Fundo de Promoção
espetáculos de artes cênicas, de música e de Cultural, criado pela Lei no 7.505, de 2 de julho
folclore; de 1986, que passará a denominar-se Fundo
d) cobertura de despesas com transporte e Nacional da Cultura (FNC), com o objetivo
seguro de objetos de valor cultural destinados de captar e destinar recursos para projetos
a exposições públicas no País e no exterior; culturais compatíveis com as finalidades do
e) realização de exposições, festivais de arte Pronac e de:3
e espetáculos de artes cênicas ou congêneres; I – estimular a distribuição regional eqüitati-
III – preservação e difusão do patrimônio va dos recursos a serem aplicados na execução
artístico, cultural e histórico, mediante: de projetos culturais e artísticos;
a) construção, formação, organização, ma- II – favorecer a visão interestadual, estimu-
nutenção, ampliação e equipamento de museus, lando projetos que explorem propostas cultu-
bibliotecas, arquivos e outras organizações rais conjuntas, de enfoque regional;
culturais, bem como de suas coleções e acervos; III – apoiar projetos dotados de conteúdo
b) conservação e restauração de prédios, cultural que enfatizem o aperfeiçoamento
monumentos, logradouros, sítios e demais profissional e artístico dos recursos humanos
espaços, inclusive naturais, tombados pelos na área da cultura, a criatividade e a diversidade
Poderes Públicos; cultural brasileira;
c) restauração de obras de artes e bens mó- IV – contribuir para a preservação e proteção
veis e imóveis de reconhecido valor cultural; do patrimônio cultural e histórico brasileiro;
d) proteção do folclore, do artesanato e das V – favorecer projetos que atendam às
tradições populares nacionais; necessidades da produção cultural e aos in-
IV – estímulo ao conhecimento dos bens e teresses da coletividade, aí considerados os
valores culturais, mediante: níveis qualitativos e quantitativos de atendi-
a) distribuição gratuita e pública de ingres- mentos às demandas culturais existentes, o
sos para espetáculos culturais e artísticos; caráter multiplicador dos projetos através de
b) levantamentos, estudos e pesquisas na seus aspectos sócio-culturais e a priorização
área da cultura e da arte e de seus vários seg- de projetos em áreas artísticas e culturais com
Lei Rouanet e sua regulamentação
Art. 7 o A SEC/PR estimulará, através do Art. 11. As quotas dos Ficart, emitidas sempre
FNC, a composição, por parte de instituições sob a forma nominativa ou escritural, consti-
financeiras, de carteiras para financiamento tuem valores mobiliários sujeitos ao regime da
de projetos culturais, que levem em conta o Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976.
caráter social da iniciativa, mediante critérios,
normas, garantias e taxas de juros especiais a Art. 12. O titular das quotas de Ficart:
serem aprovados pelo Banco Central do Brasil. I – não poderá exercer qualquer direito real
sobre os bens e direitos integrantes do patri-
mônio do fundo;
CAPÍTULO III – Dos Fundos de II – não responde pessoalmente por qual-
Investimento Cultural e Artístico (Ficart) quer obrigação legal ou contratual, relativa-
mente aos empreendimentos do fundo ou da
Art. 8 o Fica autorizada a constituição de instituição administradora, salvo quanto à
Fundos de Investimento Cultural e Artístico obrigação de pagamento do valor integral das
(Ficart), sob a forma de condomínio, sem per- quotas subscritas.
sonalidade jurídica, caracterizando comunhão
de recursos destinados à aplicação em projetos Art. 13. A instituição administradora de Ficart
culturais e artísticos. compete:
I – representá-lo ativa e passivamente, judi-
Art. 9o São considerados projetos culturais e cial e extrajudicialmente;
artísticos, para fins de aplicação de recursos II – responder pessoalmente pela evicção de
do Ficart, além de outros que venham a ser direito, na eventualidade da liquidação deste.
declarados pelo Ministério da Cultura:5
I – a produção comercial de instrumentos Art. 14. Os rendimentos e ganhos de capital
musicais, bem como de discos, fitas, vídeos, auferidos pelos Ficart ficam isentos do imposto
filmes e outras formas de reprodução fonovi- sobre operações de crédito, câmbio e seguro,
deográficas; assim como do imposto sobre renda e proventos
II – a produção comercial de espetáculos de qualquer natureza.6
teatrais, de dança, música, canto, circo e demais
atividades congêneres; Art. 15. Os rendimentos e ganhos de capital
III – a edição comercial de obras relativas distribuídos pelos Ficart, sob qualquer forma,
às ciências, às letras e às artes, bem como de sujeitam-se à incidência do imposto sobre a
Lei Rouanet e sua regulamentação
obras de referência e outras de cunho cultural; renda na fonte à alíquota de vinte e cinco por
IV – construção, restauração, reparação ou cento.
equipamento de salas e outros ambientes des- Parágrafo único. Ficam excluídos da in-
tinados a atividades com objetivos culturais, de cidência na fonte de que trata este artigo, os
propriedade de entidades com fins lucrativos; rendimentos distribuídos a beneficiário pessoas
V – outras atividades comerciais ou indus- jurídica tributada com base no lucro real, os
triais, de interesse cultural, assim consideradas quais deverão ser computados na declaração
pelo Ministério da Cultura. anual de rendimentos.
5
Lei no 9.874/1999. 6
Lei no 8.894/1994.
15
Art. 16. Os ganhos de capital auferidos por físicas ou jurídicas a opção pela aplicação de
pessoas físicas ou jurídicas não tributadas com parcelas do Imposto sobre a Renda, a título de
base no lucro real, inclusive isentas, decorrentes doações ou patrocínios, tanto no apoio direto
da alienação ou resgate de quotas dos Ficart, a projetos culturais apresentados por pessoas
sujeitam-se à incidência do imposto sobre a físicas ou por pessoas jurídicas de natureza
renda, à mesma alíquota prevista para a tribu- cultural, como através de contribuições ao FNC,
tação de rendimentos obtidos na alienação ou nos termos do art. 5o, inciso II, desta Lei, desde
resgate de quotas de fundos mútuos de ações. que os projetos atendam aos critérios estabele-
§ 1o Considera-se ganho de capital a dife- cidos no art. 1o desta Lei.7
rença positiva entre o valor de cessão ou resgate § 1o Os contribuintes poderão deduzir do
da quota e o custo médio atualizado da aplica- imposto de renda devido as quantias efetiva-
ção, observadas as datas de aplicação, resgate mente despendidas nos projetos elencados no
ou cessão, nos termos da legislação pertinente. § 3o, previamente aprovados pelo Ministério da
§ 2o O ganho de capital será apurado em Cultura, nos limites e nas condições estabeleci-
relação a cada resgate ou cessão, sendo per- dos na legislação do imposto de renda vigente,
mitida a compensação do prejuízo havido em na forma de
uma operação com o lucro obtido em outra, da a) doações; e
mesma ou diferente espécie, desde que de renda b) patrocínios.
variável, dentro do mesmo exercício fiscal. § 2o As pessoas jurídicas tributadas com
§ 3o O imposto será pago até o último dia base no lucro real não poderão deduzir o
útil da primeira quinzena do mês subseqüente valor da doação ou do patrocínio referido no
àquele em que o ganho de capital foi auferido. parágrafo anterior como despesa operacional.
§ 4o Os rendimentos e ganhos de capital a § 3o As doações e os patrocínios na produ-
que se referem o caput deste artigo e o artigo ção cultural, a que se refere o § 1o, atenderão
anterior, quando auferidos por investidores re- exclusivamente aos seguintes segmentos:
sidentes ou domiciliados no exterior, sujeitam- a) artes cênicas;
-se à tributação pelo imposto sobre a renda, nos b) livros de valor artístico, literário ou hu-
termos da legislação aplicável a esta classe de manístico;
contribuintes. c) música erudita ou instrumental;
d) exposições de artes visuais;
Art. 17. O tratamento fiscal previsto nos arti- e) doações de acervos para bibliotecas públi-
gos precedentes somente incide sobre os rendi- cas, museus, arquivos públicos e cinematecas,
mentos decorrentes de aplicações em Ficart que bem como treinamento de pessoal e aquisição
atendam a todos os requisitos previstos na pre- de equipamentos para a manutenção desses
sente lei e na respectiva regulamentação a ser acervos;
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
Art. 28. Nenhuma aplicação dos recursos Art. 31. Com a finalidade de garantir a parti-
previstos nesta Lei poderá ser feita através de cipação comunitária, a representação de artista
qualquer tipo de intermediação.13 e criadores no trato oficial dos assuntos da
Parágrafo único. A contratação de serviços cultura e a organização nacional sistêmica da
necessários à elaboração de projetos para a área, o Governo Federal estimulará a institucio-
obtenção de doação, patrocínio ou investi- nalização de Conselhos de Cultura no Distrito
mento, bem como a captação de recursos ou a Federal, nos Estados, e nos Municípios.14
sua execução por pessoa jurídica de natureza
cultural, não configura a intermediação referida Art. 31-A. Para os efeitos desta Lei, ficam reco-
neste artigo. nhecidos como manifestação cultural a música
gospel e os eventos a ela relacionados, exceto
Art. 29. Os recursos provenientes de doações aqueles promovidos por igrejas.15
ou patrocínios deverão ser depositados e mo-
vimentados, em conta bancária específica, em Art. 32. Fica instituída a Comissão Nacional
nome do beneficiário, e a respectiva prestação de incentivo à Cultura – CNIC, com a seguinte
de contas deverá ser feita nos termos do regu- composição:
lamento da presente Lei. I – o Secretário da Cultura da Presidência
Parágrafo único. Não serão consideradas, da República;
para fins de comprovação do incentivo, as con- II – os Presidentes das entidades supervisio-
tribuições em relação às quais não se observe nadas pela SEC/PR;
esta determinação. III – o Presidente da entidade nacional que
congregar os Secretários de Cultura das Uni-
Art. 30. As infrações aos dispositivos deste dades Federadas;
capítulo, sem prejuízo das sanções penais IV – um representante do empresariado
cabíveis, sujeitarão o doador ou patrocinador brasileiro;
ao pagamento do valor atualizado do Impos- V – seis representantes de entidades asso-
to sobre a Renda devido em relação a cada ciativas dos setores culturais e artísticos de
exercício financeiro, além das penalidades e âmbito nacional.
demais acréscimos previstos na legislação que § 1o A CNIC será presidida pela autoridade
Lei Rouanet e sua regulamentação
Art. 34. Fica instituída a Ordem do Mérito Art. 40. Constitui crime, punível com reclusão
Cultural, cujo estatuto será aprovado por de dois a seis meses e multa de vinte por cento
Decreto do Poder Executivo, sendo que as do valor do projeto, obter redução do imposto
distinções serão concedidas pelo Presidente de renda utilizando-se fraudulentamente de
da República, em ato solene, a pessoas que, qualquer benefício desta Lei.
por sua atuação profissional ou como incen- § 1o No caso de pessoa jurídica respondem
tivadoras das artes e da cultura, mereçam pelo crime o acionista controlador e os admi-
reconhecimento.16 nistradores que para ele tenham concorrido.
§ 2o Na mesma pena incorre aquele que,
Art. 35. Os recursos destinados ao então recebendo recursos, bens ou valores em função
Fundo de Promoção Cultural, nos termos do desta Lei, deixa de promover, sem justa causa,
art. 1o, § 6o, da Lei no 7.505, de 2 de julho de atividade cultural objeto do incentivo.
1986, serão recolhidos ao Tesouro Nacional
para aplicação pelo FNC, observada a sua Art. 41. O Poder Executivo, no prazo de ses-
finalidade. senta dias, Regulamentará a presente lei.
Art. 36. O Departamento da Receita Federal, Art. 42. Esta lei entra em vigor na data de sua
do Ministério da Economia, Fazenda e Pla- publicação.
nejamento, no exercício de suas atribuições
específicas, fiscalizará a efetiva execução desta Art. 43. Revogam-se as disposições em con-
Lei, no que se refere à aplicação de incentivos trário.
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
16
Decreto no 1.711/1995.
20
Decreto no 5.761/2006
Regulamenta a Lei no 8.313, de 23 de dezembro de 1991, estabelece sistemática de execução do
Programa Nacional de Apoio à Cultura – PRONAC e dá outras providências.
IV – promover a preservação e o uso susten- este artigo será elaborado pelo Ministério da
tável do patrimônio cultural brasileiro em sua Cultura, que o publicará até o dia 30 de novem-
dimensão material e imaterial; bro do ano anterior àquele em que vigorará, de
V – incentivar a ampliação do acesso da acordo com o disposto na Lei no 8.313, de 1991,
população à fruição e à produção dos bens e neste Decreto, observadas as diretrizes e metas
culturais; estabelecidas no Plano Nacional de Cultura.
VI – fomentar atividades culturais afirmati-
vas que busquem erradicar todas as formas de Art. 4o Para os efeitos deste Decreto, entende-
discriminação e preconceito; -se por:
21
I – proponente: as pessoas físicas e as pessoas movidos pelo Ministério da Cultura deverão
jurídicas, públicas ou privadas, com atuação na informar, previamente, o volume de recursos
área cultural, que proponham programas, pro- que pretendem investir, bem como sua área
jetos e ações culturais ao Ministério da Cultura; de interesse, respeitados o montante e a distri-
II – beneficiário: o proponente de progra- buição dos recursos definidas pelo Ministério
ma, projeto ou ação cultural favorecido pelo da Cultura.
PRONAC; § 3o A promoção de processos públicos
III – incentivador: o contribuinte do Im- para seleção de projetos realizada, de forma
posto sobre a Renda e Proventos de qualquer independente, por empresas patrocinadoras
natureza, pessoa física ou jurídica, que efetua deverá ser previamente informada ao Minis-
doação ou patrocínio em favor de programas, tério da Cultura.
projetos e ações culturais aprovados pelo Minis-
tério da Cultura, com vistas a incentivos fiscais, Art. 6o Os procedimentos administrativos rela-
conforme estabelecido na Lei no 8.313, de 1991; tivos à apresentação, recepção, seleção, análise,
IV – doação: a transferência definitiva e aprovação, acompanhamento, monitoramento,
irreversível de numerário ou bens em favor de avaliação de resultados e emissão de laudo
proponente, pessoa física ou jurídica sem fins lu- de avaliação final dos programas, projetos e
crativos, cujo programa, projeto ou ação cultural ações culturais, no âmbito do PRONAC, serão
tenha sido aprovado pelo Ministério da Cultura; definidos pelo Ministro de Estado da Cultura e
V – patrocínio: a transferência definitiva publicados no Diário Oficial da União, obser-
e irreversível de numerário ou serviços, com vadas as disposições deste Decreto.
finalidade promocional, a cobertura de gastos § 1o Nos casos de programas, projetos ou
ou a utilização de bens móveis ou imóveis do ações culturais que tenham como objeto a
patrocinador, sem a transferência de domínio, preservação de bens culturais tombados ou
para a realização de programa, projeto ou ação registrados pelos poderes públicos, em âm-
cultural que tenha sido aprovado pelo Minis- bito federal, estadual ou municipal, além do
tério da Cultura; cumprimento das normas a que se refere o
VI – pessoa jurídica de natureza cultural: caput, será obrigatória a apreciação pelo órgão
pessoa jurídica, pública ou privada, com ou sem responsável pelo respectivo tombamento ou
fins lucrativos, cujo ato constitutivo disponha registro, observada a legislação relativa ao
expressamente sobre sua finalidade cultural; e patrimônio cultural.
VII – produção cultural-educativa de caráter § 2o Os programas, projetos e ações apre-
não comercial: aquela realizada por empresa de sentados com vistas à utilização de um dos
rádio e televisão pública ou estatal. mecanismos de implementação do PRONAC
serão analisados tecnicamente no âmbito do
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
Art. 5o O Ministério da Cultura poderá esco- Ministério da Cultura, pelos seus órgãos ou
lher, mediante processo público de seleção, os entidades vinculadas, de acordo com as suas
programas, projetos e ações culturais a serem respectivas competências.
financiados pelos mecanismos definidos no art. § 3 o A apreciação técnica de que trata
2o da Lei no 8.313, de 1991, podendo designar o § 2o deverá verificar, necessariamente, o
comitês técnicos para essa finalidade. atendimento das finalidades do PRONAC, a
§ 1o O montante dos recursos destinados adequação dos custos propostos aos praticados
aos processos públicos de seleção e a sua res- no mercado, sem prejuízo dos demais aspectos
pectiva distribuição serão definidos em portaria exigidos pela legislação aplicável, vedada a apre-
do Ministério da Cultura, que será publicada no ciação subjetiva baseada em valores artísticos
Diário Oficial da União, observado o estabele- ou culturais.
cido no plano anual do PRONAC. § 4o A proposta com o parecer técnico será
§ 2o As empresas patrocinadoras interes- submetida, de acordo com a matéria a que esteja
sadas em aderir aos processos seletivos pro- relacionada, à Comissão do Fundo Nacional
22
da Cultura, criada pelo art. 14, ou à Comissão o beneficiário tomou ciência da decisão mi-
Nacional de Incentivo à Cultura, a que se refe- nisterial e do correspondente laudo final de
re o art. 38, que recomendará ao Ministro de avaliação.
Estado da Cultura a aprovação total, parcial § 5o O recurso de que trata o § 4o será
ou a não aprovação do programa, projeto ou apreciado pelo Ministro de Estado da Cultura
ação em questão. em até sessenta dias contados da data de sua
§ 5o Da decisão referida no § 4o caberá interposição, após a manifestação do órgão
pedido de reconsideração dirigido ao Mi- competente do Ministério.
nistro de Estado da Cultura, no prazo de até § 6o No caso de não aprovação da exe-
dez dias contados da comunicação oficial ao cução dos programas, projetos e ações de
proponente. que trata o § 3o, será estabelecido o prazo
§ 6o O pedido de reconsideração será apre- estritamente necessário para a conclusão do
ciado pelo Ministro de Estado da Cultura em até objeto proposto.
sessenta dias contados da data de sua interpo- § 7o Não concluído o programa, projeto ou
sição, após manifestação do órgão responsável ação no prazo estipulado, serão aplicadas pelo
pela análise técnica e, se julgar oportuno, da Ministério da Cultura as penalidades previstas
Comissão competente. na Lei no 8.313, de 1991, e adotadas as demais
medidas administrativas cabíveis.
Art. 7o Os programas, projetos e ações cultu-
rais aprovados serão acompanhados e avaliados Art. 8o As atividades de acompanhamento e
tecnicamente pelos órgãos competentes do avaliação técnica de programas, projetos e ações
Ministério da Cultura. culturais poderão ser delegadas aos Estados,
§ 1o O Ministério da Cultura e suas entida- Distrito Federal e Municípios, bem como a
des vinculadas poderão utilizar-se dos serviços órgãos ou entidades da administração pública
profissionais de peritos, antes da aprovação, federal e dos demais entes federados, median-
durante e ao final da execução dos programas, te instrumento jurídico que defina direitos e
projetos e ações já aprovados, permitida a deveres mútuos.
indenização de despesas com deslocamento e Parágrafo único. A delegação prevista no
pagamento de pró-labore ou de ajuda de custo caput, relativamente aos Estados, Distrito Fe-
para vistorias, quando necessário. deral e Municípios, dependerá da existência, no
§ 2 o O acompanhamento e a avaliação respectivo ente federado, de lei de incentivos
referidos neste artigo objetivam verificar a fiel fiscais ou de fundos específicos para a cultura,
aplicação dos recursos e dar-se-ão por meio bem como de órgão colegiado com atribuição
de comparação entre os resultados esperados de análise de programas e projetos culturais em
e atingidos, os objetivos previstos e alcançados, que a sociedade tenha representação ao menos
os custos estimados e os efetivamente reali- paritária em relação ao Poder Público e no qual
zados, além do aferimento da repercussão da as diversas áreas culturais e artísticas estejam
iniciativa na sociedade, de forma a atender aos representadas.
objetivos da Lei no 8.313, de 1991, bem como
Lei Rouanet e sua regulamentação
ao disposto neste Decreto e no plano anual do Art. 9o O Ministério da Cultura deverá elabo-
PRONAC. rar e publicar relatório anual de avaliação do
§ 3o A avaliação referida no § 2o será ul- PRONAC, relativo à avaliação dos programas,
timada pelo Ministério da Cultura, mediante projetos e ações culturais referidos neste Decre-
expedição do laudo final de avaliação, devendo to, enfatizando o cumprimento do disposto no
o beneficiário ser notificado da decisão minis- plano anual do PRONAC.
terial resultante. Parágrafo único. O relatório de que trata
§ 4o Da decisão a que se refere o § 3o caberá este artigo integrará a tomada de contas anual
recurso ao Ministro de Estado da Cultura, no do Ministério da Cultura, a ser encaminhada
prazo de dez dias, contados da data em que ao Tribunal de Contas da União.
23
CAPÍTULO II – Do Fundo Nacional da no mínimo, preservem o valor originalmente
Cultura concedido, conforme o disposto no inciso IX
do art. 5o da Lei no 8.313, de 1991.
Art. 10. Os recursos do Fundo Nacional da Cul- § 5o Os subsídios decorrentes de financia-
tura poderão ser utilizados, observado o disposto mentos realizados a taxas inferiores à taxa de
no plano anual do PRONAC, da seguinte forma: captação dos recursos financeiros pelo Gover-
I – recursos não-reembolsáveis – para utili- no Federal devem ser registrados pelo Fundo
zação em programas, projetos e ações culturais Nacional da Cultura para constar na lei orça-
de pessoas jurídicas públicas ou privadas sem mentária e suas informações complementares.
fins lucrativos; § 6o Na operacionalização do financia-
II – financiamentos reembolsáveis – para mento reembolsável, o agente financeiro será
programas, projetos e ações culturais de pessoas qualquer instituição financeira, de caráter ofi-
físicas ou de pessoas jurídicas privadas, com cial, devidamente credenciada pelo Ministério
fins lucrativos, por meio de agentes financeiros da Cultura.
credenciados pelo Ministério da Cultura; § 7o Os subsídios concedidos em financia-
III – concessão de bolsas de estudo, de pes- mentos reembolsáveis, devem ser apurados
quisa e de trabalho – para realização de cursos para compor o rol dos benefícios creditícios
ou desenvolvimento de projetos, no Brasil ou e financeiros que integram as informações
no exterior; complementares da Lei Orçamentária Anual.
IV – concessão de prêmios;
V – custeio de passagens e ajuda de custos Art. 11. A execução orçamentária, financeira
para intercâmbio cultural, no Brasil ou no e patrimonial do Fundo Nacional da Cultura,
exterior; bem como a supervisão e coordenação das
VI – transferência a Estados, Municípios atividades administrativas necessárias ao seu
e Distrito Federal para desenvolvimento de funcionamento, serão exercidas em conformi-
programas, projetos e ações culturais, mediante dade com o disposto nos §§ 1o e 3o do art. 4o da
instrumento jurídico que defina direitos e de- Lei no 8.313, de 1991.
veres mútuos; e
VII – em outras situações definidas pelo Art. 12. O percentual de financiamento do
Ministério da Cultura, enquadráveis nos arts. Fundo Nacional da Cultura, limitado a oitenta
1o e 3o da Lei no 8.313, de 1991. por cento do custo total de cada programa,
§ 1o O Ministro de Estado da Cultura expe- projeto ou ação cultural, será aprovado pelo
dirá as instruções normativas necessárias para Ministério da Cultura, mediante proposta da
definição das condições e procedimentos das Comissão do Fundo Nacional da Cultura.
concessões previstas neste artigo e respectivas Parágrafo único. A contrapartida a ser
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
para aprovação final de seus termos; inclusive quanto às suas áreas de atuação.
IV – apreciar as propostas de plano anual das
entidades vinculadas ao Ministério da Cultura, Art. 19. Para receber recursos dos FICART, os
com vistas à elaboração da proposta de que trata programas, projetos e ações culturais deverão
o inciso III; e destinar-se:
V – exercer outras atribuições estabelecidas I – à produção e distribuição independentes
pelo Ministro de Estado da Cultura. de bens culturais e à realização de espetáculos
artísticos e culturais :
Art. 15. A Comissão do Fundo Nacional da II – à construção, restauração, reforma,
Cultura será integrada: equipamento e operação de espaços destina-
25
dos a atividades culturais, de propriedade de obedecendo a critérios a serem definidos em
entidades com fins lucrativos; e ato do Ministério da Cultura.
III – a outras atividades comerciais e indus-
triais de interesse cultural, assim consideradas Art. 23. As opções previstas nos arts. 18 e 26
pelo Ministério da Cultura. da Lei no 8.313, de 1991, serão exercidas:
I – em favor do Fundo Nacional da Cultura,
Art. 20. A aplicação dos recursos dos FICART com destinação livre ou direcionada a progra-
far-se-á, exclusivamente, por meio de: mas, projetos e ações culturais específicos, sob a
I – contratação de pessoas jurídicas com sede forma de doação, ou com destinação especifica-
no território brasileiro, tendo por finalidade da pelo patrocinador, sob a forma de patrocínio;
exclusiva a execução de programas, projetos e II – em favor de programas, projetos e ações
ações culturais; culturais apresentados por pessoas físicas ou
II – participação em programas, projetos e jurídicas sem fins lucrativos, sob a forma de
ações culturais realizados por pessoas jurídicas doação, abrangendo:
de natureza cultural com sede no território a) numerário ou bens, para realização de
brasileiro; e programas, projetos e ações culturais; e
III – aquisição de direitos patrimoniais para b) numerário para aquisição de produtos
exploração comercial de obras literárias, audio- culturais e ingressos para espetáculos culturais
visuais, fonográficas e de artes cênicas, visuais, e artísticos, de distribuição pública e gratuita,
digitais e similares. conforme normas a serem estabelecidas em ato
do Ministério da Cultura;
Art. 21. O Ministério da Cultura, em articu- III – em favor de programas, projetos e ações
lação com a CVM, definirá regras e procedi- culturais apresentados por pessoas físicas ou
mentos para acompanhamento e fiscalização da jurídicas, com ou sem fins lucrativos, sob a
execução dos programas, projetos e ações cul- forma de patrocínio, abrangendo:
turais beneficiados com recursos do FICART. a) numerário ou a utilização de bens, para
realização de programas, projetos e ações
culturais; e
CAPÍTULO IV – Dos Incentivos Fiscais b) numerário, para a cobertura de parte do
SEÇÃO I – Das Formas de Aplicação valor unitário de produtos culturais e ingressos
para espetáculos culturais e artísticos, conforme
Art. 22. A opção prevista no art. 24 da Lei no normas e critérios estabelecidos pelo Ministério
8.313, de 1991, exercer-se-á: da Cultura;
I – em favor do próprio contribuinte do IV – em favor dos projetos culturais selecio-
Imposto sobre a Renda e Proventos de qualquer nados pelo Ministério da Cultura por meio de
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
natureza, quando proprietário ou titular de pos- processo público de seleção, na forma estabe-
se legítima de bens móveis e imóveis tombados lecida no art. 2o; e
pela União, e após cumprimento das exigências V – em favor de projetos que tenham por
legais aplicáveis a bens tombados e mediante objeto a valorização de artistas, mestres de cul-
prévia apreciação pelo Instituto do Patrimônio turas tradicionais, técnicos e estudiosos, com re-
Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, no levantes serviços prestados à cultura brasileira.
valor das despesas efetuadas com o objetivo de § 1o Os programas, projetos e ações cul-
conservar ou restaurar aqueles bens; e turais apresentados por órgãos integrantes da
II – em favor de pessoas jurídicas contribuin- administração pública direta somente poderão
tes do Imposto sobre a Renda e Proventos de receber doação ou patrocínio na forma prevista
qualquer natureza, para compra de ingressos no inciso I.
de espetáculos culturais e artísticos, desde que § 2o É vedada a destinação de novo subsídio
para distribuição gratuita comprovada a seus para a mesma atividade cultural em projeto já
empregados e respectivos dependentes legais, anteriormente subsidiado.
26
Art. 24. Equiparam-se a programas, projetos Art. 27. Dos programas, projetos e ações
e ações culturais os planos anuais de atividades realizados com recursos incentivados, total
consideradas relevantes para a cultura nacional ou parcialmente, deverá constar formas para a
pela Comissão Nacional de Incentivo à Cultura: democratização do acesso aos bens e serviços
I – de associações civis de natureza cultural, resultantes, com vistas a:
sem fins lucrativos, cuja finalidade estatutária I – tornar os preços de comercialização de
principal seja dar apoio a instituições da União, obras ou de ingressos mais acessíveis à popu-
dos Estados, do Distrito Federal ou dos Muni- lação em geral;
cípios, no atendimento dos objetivos previstos II – proporcionar condições de acessibili-
no art. 3o da Lei no 8.313, de 1991; e dade a pessoas idosas, nos termos do art. 23
II – de outras pessoas jurídicas de natureza da Lei no 10.741, de 1o de outubro de 2003, e
cultural, sem fins lucrativos. portadoras de deficiência, conforme o disposto
§ 1o O valor a ser incentivado nos planos no art. 46 do Decreto no 3.298, de 20 de dezem-
anuais será equivalente à estimativa de recursos bro de 1999;
a serem captados a título de doações e patro- III – promover distribuição gratuita de obras
cínios, conforme constar da previsão anual de ou de ingressos a beneficiários previamente
receita e despesa apresentada pelo proponente. identificados que atendam às condições esta-
§ 2o Os planos anuais submeter-se-ão às belecidas pelo Ministério da Cultura; e
mesmas regras de aprovação, execução, ava- IV – desenvolver estratégias de difusão que
liação e prestação de contas aplicáveis aos pro- ampliem o acesso.
gramas, projetos e ações culturais incentivados. Parágrafo único. O Ministério da Cultura
poderá autorizar outras formas de ampliação
Art. 25. As despesas referentes aos serviços do acesso para atender a finalidades não pre-
de captação dos recursos para execução de vistas nos incisos I a IV, desde que devidamente
programas, projetos e ações culturais aprova- justificadas pelo proponente nos programas,
dos no âmbito da Lei no 8.313, de 1991, serão projetos e ações culturais apresentados.
detalhadas em planilha de custos, obedecidos
os limites definidos em ato do Ministério da Art. 28. No caso de doação ou patrocínio de
Cultura. pessoas físicas e jurídicas em favor de progra-
Parágrafo único. Os programas, projetos mas e projetos culturais amparados pelo art.
e ações culturais aprovados mediante a siste- 18 da Lei no 8.313, de 1991, o percentual de
mática descrita no art. 5o não poderão realizar dedução será de até cem por cento do valor do
despesas referentes a serviços de captação de incentivo, respeitados os limites estabelecidos
recursos. na legislação do imposto de renda vigente e o
disposto no § 4o do art. 3o da Lei no 9.249, de 26
Art. 26. As despesas administrativas relacio- de dezembro de 1995, não sendo permitida a
nadas aos programas, projetos e ações culturais utilização do referido montante como despesa
que visem à utilização do mecanismo previsto operacional pela empresa incentivadora.
neste Capítulo ficarão limitadas a quinze por
Lei Rouanet e sua regulamentação
cento do orçamento total do respectivo pro- Art. 29. Os valores transferidos por pessoa
grama, projeto ou ação cultural. física, a título de doação ou patrocínio, em favor
Parágrafo único. Para efeito deste Decreto, de programas e projetos culturais enquadrados
entende-se por despesas administrativas aque- em um dos segmentos culturais previstos no
las executadas na atividade-meio dos progra- art. 26 da Lei no 8.313, de 1991, poderão ser
mas, projetos e ações culturais, excluídos os deduzidos do imposto devido, na declaração
gastos com pagamento de pessoal indispensável de rendimentos relativa ao período de apuração
à execução das atividades-fim e seus respecti- em que for efetuada a transferência de recursos,
vos encargos sociais, desde que previstas na obedecidos os limites percentuais máximos de:
planilha de custos. I – oitenta por cento do valor das doações; e
27
II – sessenta por cento do valor dos patro- cução orçamentário-financeira de programas,
cínios. projetos e ações culturais deverão integrar o
Parágrafo único. O limite máximo das relatório anual de atividades.
deduções de que tratam os incisos I e II é de Parágrafo único. O valor da renúncia de que
seis por cento do imposto devido, nos termos trata o caput será registrado anualmente no de-
do disposto no art. 22 da Lei no 9.532, de 10 de monstrativo de benefícios tributários da União
dezembro de 1997. para integrar as informações complementares
à Lei Orçamentária Anual.
Art. 30. Observado o disposto no § 4o do art.
3o da Lei no 9.249, de 1995, os valores corres- Art. 33. Os programas, projetos e ações cul-
pondentes a doações e patrocínios realizados turais a serem analisados nos termos do inciso
por pessoas jurídicas em favor de programas II do art. 25 da Lei no 8.313, de 1991, deverão
e projetos culturais enquadrados em um dos beneficiar somente as produções culturais
segmentos culturais previstos no art. 26 da Lei independentes.
no 8.313, de 1991, poderão ser deduzidos do
imposto devido, a cada período de apuração, Art. 34. As instituições culturais sem fins
nos limites percentuais máximos de: lucrativos referidas no § 2o do art. 27 da Lei no
I – quarenta por cento do valor das doa- 8.313, de 1991, poderão beneficiar-se de incen-
ções; e tivos fiscais preferencialmente em seus planos
II – trinta por cento do valor dos patrocínios. anuais de atividades, nos termos do inciso II
§ 1o A pessoa jurídica tributada com base do art. 24 e seus §§ 1o e 2o.
no lucro real poderá lançar em seus registros Parágrafo único. O Ministério da Cultura
contábeis, como despesa operacional, o valor estabelecerá os critérios para avaliação das
total das doações e dos patrocínios efetuados instituições referidas neste artigo.
no período de apuração de seus tributos.
§ 2o O limite máximo das deduções de que Art. 35. A aprovação do projeto será publicada
tratam os incisos I e II do caput é de quatro no Diário Oficial da União, contendo, no mí-
por cento do imposto devido, nos termos do nimo, os seguintes dados:
disposto no inciso II do art. 6o da Lei no 9.532, I – título do projeto;
de 1997. II – número de registro no Ministério da
Cultura;
Art. 31. Não constitui vantagem financeira ou III – nome do proponente e respectivo CNPJ
material a destinação ao patrocinador de até dez ou CPF;
por cento dos produtos resultantes do progra- IV – extrato da proposta aprovada pelo
ma, projeto ou ação cultural, com a finalidade Ministério da Cultura;
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
o fato ao referido colegiado, abstendo-se de atu- Art. 47. É obrigatória a inserção da logomarca
ar, sob pena de nulidade dos atos que praticar. do Ministério da Cultura:
I – nos produtos materiais resultantes de
Art. 42. Os membros da Comissão Nacional programas, projetos e ações culturais realizados
de Incentivo à Cultura e respectivos suplentes, com recursos do PRONAC, bem como nas ati-
referidos nos inciso II do art. 39, abster-se-ão vidades relacionadas à sua difusão, divulgação,
de atuar na apreciação de programas, proje- promoção, distribuição, incluindo placa da obra,
tos e ações culturais nos quais as respectivas durante sua execução, e placa permanente na
entidades vinculadas tenham interesse direto edificação, sempre com visibilidade pelo menos
na matéria, sob pena de nulidade dos atos que igual à da marca do patrocinador majoritário; e
praticarem. II – em peças promocionais e campanhas
institucionais dos patrocinadores que façam re-
Art. 43. O funcionamento da Comissão Na- ferência a programas, projetos e ações culturais
cional de Incentivo à Cultura será regido por beneficiados com incentivos fiscais.
30
Parágrafo único. As logomarcas e os cri- detentor, para fins promocionais, consoante
térios de inserção serão estabelecidos pelo normas estabelecidas pelo Ministério da Cul-
manual de identidade visual do Ministério da tura.
Cultura, aprovado pelo Ministro de Estado da
Cultura, em consonância com o órgão respon- Art. 50. No prazo de até cento e vinte dias a
sável pela comunicação social no âmbito da contar da publicação deste Decreto, o Ministro
Presidência da República, e publicado no Diário de Estado da Cultura expedirá as instruções
Oficial da União. necessárias para seu cumprimento.
CAPÍTULO VIII – Das Disposições Finais e Art. 53. O Ministério da Fazenda e o Minis-
Lei Rouanet e sua regulamentação
32
Legislação correlata
Lei no 7.505/1986 (Lei Sarney)
Dispõe sobre benefícios fiscais na área do imposto de renda concedidos a operações de caráter cultural
ou artístico.
imposto devido, valor equivalente à aplicação III – doar bens móveis ou imóveis, obras de
da alíquota cabível do imposto de renda, tendo arte ou de valor cultural a museus, bibliotecas,
como base de cálculo: arquivos, e outras entidades de acesso público,
I – até 100% (cem por cento) do valor das de caráter cultural, cadastradas no Ministério
doações; da Cultura;
II – até 80% (oitenta por cento) do valor do IV – doar em espécies às mesmas entidades;
patrocínio; V – editar obras relativas às ciências huma-
III – até 50% (cinqüenta por cento) do valor nas, às letras, às artes e outras de cunho cultural;
do investimento. VI – produzir discos, vídeos, filmes e outras
§ 4o Na hipótese do parágrafo anterior ob- formas de reprodução fono-videográficas, de
servado o limite máximo de 2% (dois por cento) caráter cultural;
do imposto devido, as deduções previstas não VII – patrocinar exposições, festivais de arte,
estão sujeitas a outros limites estabelecidos na espetáculos teatrais, de dança, de música, de
legislação do imposto de renda. ópera, de circo e atividades congêneres;
34
VIII – restaurar, preservar e conservar pré- XXI – custear despesas com transporte e
dios, monumentos, logradouros, sítios ou áreas seguro de objetos de valor cultural destinados
tombadas pelo Poder Público Federal Estadual a exposição ao público no País;
ou Municipal; XXII – outras atividades assim consideradas
IX – restaurar obras de arte e bens móveis de pelo Ministério da Cultura.
reconhecido valor cultural, desde que acessíveis
ao público; Art. 3o Para fins desta Lei considera-se do-
X – erigir monumentos, em consonância ação a transferência definitiva de bens ou
com os Poderes Públicos, que visem preservar numerário, sem proveito pecuniário para o
a memória histórica e cultural do País, com doador.
prévia autorização do Ministério da Cultura; § 1o O doador terá direito aos favores fiscais
XI – construir, organizar, equipar, manter, previstos nesta Lei se expressamente declarar,
ou formar museus, arquivos ou bibliotecas de no instrumento de doação a ser inscrito no Re-
acesso público; gistro de Títulos e Documentos, que a mesma
XII – construir, restaurar, reparar ou se faz sob as condições de irreversibilidade do
equipar salas e outros ambientes destinados ato e inalienabilidade e impenhorabilidade do
a atividades artísticas e culturais em geral, objeto doado.
desde que de propriedade de entidade sem § 2o O Ministério da Cultura ou o Ministério
fins lucrativos; da Fazenda poderá determinar a realização de
XIII – fornecer recursos para o Fundo de perícia para apurar a autenticidade e o valor
Promoção Cultural do Ministério da Cultura, do bem doado, cuja despesa correrá por conta
para fundações culturais, ou para instalação do doador.
e manutenção de cursos de caráter cultural § 3o Quando a perícia avaliar o bem doado
ou artístico, destinados ao aperfeiçoamento, por valor menor ao atribuído pelo doador, para
especialização ou formação de pessoal em efeitos fiscais, prevalecerá o valor atribuído
estabelecimentos de ensino sem fins lucrativos; pela perícia.
XIV – incentivar a pesquisa no campo das § 4o Os donatários de bens ou valores, na
artes e a cultura; forma prevista nesta Lei, ficam isentos da inci-
XV – preservar o folclore e as tradições dência do imposto de renda sobre a receita não
populares nacionais bem como patrocinar os operacional obtida em razão da doação.
espetáculos folclóricos sem fins lucrativos;
XVI – criar, restaurar ou manter jardins bo- Art. 4o Para os efeitos desta Lei, consideram-se
tânicos, parques zoológicos e sítios ecológicos investimentos a aplicação de bens ou numerá-
de relevância cultural; rios com proveito pecuniário ou patrimonial
XVII – distribuir gratuitamente ingressos, direto para o investidor, abrangendo as seguin-
adquiridos para esse fim, de espetáculos artís- tes atividades:
ticos ou culturais; I – compra ou subscrições de ações nomina-
XVIII – doar livros adquiridos no mercado tivas preferenciais sem direito a voto, ou quotas
nacional a bibliotecas de acesso público; de sociedades limitadas de empresas livreiras,
XIX – doar arquivos, bibliotecas e outras ou editoriais que publiquem, pelo menos, 30%
coleções particulares que tenham significado (trinta por cento) dos seus títulos de autores
especial em seu conjunto, a entidades culturais nacionais, devidamente cadastrados no Minis-
de acesso público; tério da Cultura;
Legislação correlata
Art. 5o Para os efeitos desta Lei, considera-se contribuinte ou dos titulares, administradores,
patrocínio a promoção de atividades culturais, acionistas ou sócios de pessoa jurídica vin-
sem proveito pecuniário ou patrimonial direto culada ao contribuinte nos termos da alínea
para o patrocinador. anterior;
c) o sócio, mesmo quando outra pessoa
Art. 6o As instituições financeiras, com os jurídica.
benefícios fiscais que obtiverem com base
nesta Lei, poderão constituir carteira especial Art. 10. Se, no ano-base, o montante dos
destinada a financiar, apenas com a cobertura incentivos referentes a doação, patrocínio,
dos custos operacionais, as atividades culturais ou investimento, for superior ao permitido, é
mencionadas no art. 4o. facultado ao contribuinte deferir o excedente
para até os 5 (cinco) anos seguintes, sempre
Art. 7 o Nenhuma aplicação de benefícios obedecidos os limites fixados no art. 1o e seus
fiscais previstos nesta Lei poderá ser feita parágrafos.
36
Art. 11. As infrações aos dispositivos desta nível com reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) meses
Lei, sem prejuízo das sanções penais cabíveis, e multa.
sujeitarão o contribuinte à cobrança do imposto § 1o No caso de pessoa jurídica, respondem
sobre a renda não recolhido em cada exercício pelo crime o acionista controlador e os admi-
acrescido das penalidades previstas na legis- nistradores, que para ele tenham concorrido.
lação do imposto de renda, além da perda do § 2o Na mesma pena incorre aquele que,
direito de acesso, após a condenação, aos be- recebendo recursos, bens ou valores, em função
nefícios fiscais aqui instituídos, e sujeitando o desta Lei, deixe e promover, sem justa causa,
beneficiário à multa de 30% (trinta por cento) atividade cultural objeto do incentivo.
do valor da operação, assegurando o direito
de regresso contra os responsáveis pela fraude. Art. 15. No prazo de 120 (cento e vinte) dias
o Poder Executivo baixará decreto regulamen-
Art. 12. As doações, patrocínios e investimen- tando a presente Lei.
tos, de natureza cultural, mencionados nesta
Lei serão comunicados ao Conselho Federal Art. 16. Esta Lei produzirá seus efeitos no
de Cultura, para que este possa acompanhar exercício financeiro de 1987, sendo aplicável às
e supervisionar as respectivas aplicações, po- doações, patrocínios e investimentos realizados
dendo, em caso de desvios ou irregularidades, a partir da data de sua publicação.
serem por ele suspensos.
§ 1o O Conselho Federal de Cultura, nas Art. 17. Esta Lei entra em vigor na data de
hipóteses deste artigo, será auxiliado, (Vetado), sua publicação.
pelos Conselhos Estaduais de Cultura (Vetado).
§ 2o (Vetado) Art. 18. Revogam-se as disposições em con-
trário.
Art. 13. A Secretaria da Receita Federal, no
exercício das suas atribuições específicas, fis- Brasília, em 2 de julho de 1986; 165o da Inde-
calizará a efetiva execução desta Lei, no que se pendência e 98o da República.
refere à realização das atividades culturais ou
à aplicação dos recursos nela comprometidos. JOSÉ SARNEY – Dilson Domingos Funaro –
João Sayad – Angelo Oswaldo de Araújo Santos
Art. 14. Obter redução do imposto de renda,
utilizando-se fraudulentamente de qualquer Promulgada em 2/7/1986, publicada no DOU de
dos benefícios desta Lei, constitui crime pu- 3/7/1986 e republicada no DOU de 4/7/1986.
Legislação correlata
37
Lei no 8.685/1993 (Lei do Audiovisual)
Cria mecanismos de fomento à atividade audiovisual e dá outras providências.
execução desta lei no que se refere à realização Promulgada em 20/7/1993 e publicada no DOU de
de obras audiovisuais e à aplicação dos recursos 21/7/1993.
nela comprometidos.
41
Lei no 9.637/1998
Dispõe sobre a qualificação de entidades como organizações sociais, a criação do Programa Nacional
de Publicização, a extinção dos órgãos e entidades que menciona e a absorção de suas atividades
por organizações sociais, e dá outras providências.
Art. 14. É facultado ao Poder Executivo a ces- Art. 17. A organização social fará publicar,
são especial de servidor para as organizações no prazo máximo de noventa dias contado da
sociais, com ônus para a origem. assinatura do contrato de gestão, regulamento
§ 1o Não será incorporada aos vencimentos próprio contendo os procedimentos que adota-
ou à remuneração de origem do servidor cedido rá para a contratação de obras e serviços, bem
qualquer vantagem pecuniária que vier a ser como para compras com emprego de recursos
paga pela organização social. provenientes do Poder Público.
§ 2o Não será permitido o pagamento de
vantagem pecuniária permanente por orga- Art. 18. A organização social que absorver
nização social a servidor cedido com recursos atividades de entidade federal extinta no âmbito
provenientes do contrato de gestão, ressalvada da área de saúde deverá considerar no contrato
a hipótese de adicional relativo ao exercício de gestão, quanto ao atendimento da comuni-
de função temporária de direção e assessoria. dade, os princípios do Sistema Único de Saúde,
§ 3o O servidor cedido perceberá as van- expressos no art. 198 da Constituição Federal
tagens do cargo a que fizer juz no órgão de e no art. 7o da Lei no 8.080, de 19 de setembro
origem, quando ocupante de cargo de primeiro de 1990.
ou de segundo escalão na organização social.
Art. 19. As entidades que absorverem ativi-
Legislação correlata
Art. 15. São extensíveis, no âmbito da União, dades de rádio e televisão educativa poderão
os efeitos dos arts. 11 e 12, § 3o, para as enti- receber recursos e veicular publicidade ins-
dades qualificadas como organizações sociais titucional de entidades de direito público ou
pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos privado, a título de apoio cultural, admitindo-se
Municípios, quando houver reciprocidade e o patrocínio de programas, eventos e projetos,
desde que a legislação local não contrarie os vedada a veiculação remunerada de anúncios e
45
outras práticas que configurem comercialização passivamente, serão transferidos para a União,
de seus intervalos.23 na qualidade de sucessora, sendo representada
pela Advocacia-Geral da União.
Art. 20. Será criado, mediante decreto do
Poder Executivo, o Programa Nacional de Art. 22. As extinções e a absorção de ati-
Publicização – PNP, com o objetivo de estabe- vidades e serviços por organizações sociais
lecer diretrizes e critérios para a qualificação de que trata esta Lei observarão os seguintes
de organizações sociais, a fim de assegurar preceitos:
a absorção de atividades desenvolvidas por I – os servidores integrantes dos quadros
entidades ou órgãos públicos da União, que permanentes dos órgãos e das entidades
atuem nas atividades referidas no art. 1o, por extintos terão garantidos todos os direitos e
organizações sociais, qualificadas na forma vantagens decorrentes do respectivo cargo ou
desta Lei, observadas as seguintes diretrizes: emprego e integrarão quadro em extinção nos
I – ênfase no atendimento do cidadão- órgãos ou nas entidades indicados no Anexo
-cliente; II, sendo facultada aos órgãos e entidades su-
II – ênfase nos resultados, qualitativos e pervisoras, ao seu critério exclusivo, a cessão de
quantitativos nos prazos pactuados; servidor, irrecusável para este, com ônus para a
III – controle social das ações de forma origem, à organização social que vier a absorver
transparente. as correspondentes atividades, observados os
§§ 1o e 2o do art. 14;
Art. 21. São extintos o Laboratório Nacional II – a desativação das unidades extintas será
de Luz Síncrotron, integrante da estrutura realizada mediante inventário de seus bens
do Conselho Nacional de Desenvolvimento imóveis e de seu acervo físico, documental e
Científico e Tecnológico – CNPq, e a Fundação material, bem como dos contratos e convênios,
Roquette Pinto, entidade vinculada à Presidên- com a adoção de providências dirigidas à ma-
cia da República. nutenção e ao prosseguimento das atividades
§ 1o Competirá ao Ministério da Adminis- sociais a cargo dessas unidades, nos termos da
tração Federal e Reforma do Estado supervi- legislação aplicável em cada caso;
sionar o processo de inventário do Laboratório III – os recursos e as receitas orçamentárias
Nacional de Luz Síncrotron, a cargo do Con- de qualquer natureza, destinados às unidades
selho Nacional de Desenvolvimento Científico extintas, serão utilizados no processo de inven-
e Tecnológico – CNPq, cabendo-lhe realizá-lo tário e para a manutenção e o financiamento das
para a Fundação Roquette Pinto. atividades sociais até a assinatura do contrato
§ 2o No curso do processo de inventário da de gestão;
Fundação Roquette Pinto e até a assinatura do IV – quando necessário, parcela dos recur-
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
contrato de gestão, a continuidade das ativida- sos orçamentários poderá ser reprogramada,
des sociais ficará sob a supervisão da Secretaria mediante crédito especial a ser enviado ao
de Comunicação Social da Presidência da Congresso Nacional, para o órgão ou entidade
República. supervisora dos contratos de gestão, para o
§ 3o É o Poder Executivo autorizado a qua- fomento das atividades sociais, assegurada a
lificar como organizações sociais, nos termos liberação periódica do respectivo desembolso
desta Lei, as pessoas jurídicas de direito privado financeiro para a organização social;
indicadas no Anexo I, bem assim a permitir a V – encerrados os processos de inventário,
absorção de atividades desempenhadas pelas os cargos efetivos vagos e os em comissão serão
entidades extintas por este artigo. considerados extintos;
§ 4 o Os processos judiciais em que a VI – a organização social que tiver absorvido
Fundação Roquette Pinto seja parte, ativa ou as atribuições das unidades extintas poderá
adotar os símbolos designativos destes, segui-
23
Decreto no 5.396/2005 (Regulamentação). dos da identificação “OS”.
46
§ 1o A absorção pelas organizações sociais tividade, sem alteração de cargo ou de tabela
das atividades das unidades extintas efetivar-se- remuneratória.24
-á mediante a celebração de contrato de gestão, Parágrafo único. As disposições do caput
na forma dos arts. 6o e 7o. aplicam-se aos servidores que se encontram
§ 2o Poderá ser adicionada às dotações or- cedidos nos termos do inciso I do art. 22 e do
çamentárias referidas no inciso IV parcela dos art. 23 desta Lei.
recursos decorrentes da economia de despesa
incorrida pela União com os cargos e funções Art. 24. São convalidados os atos praticados
comissionados existentes nas unidades extintas. com base na Medida Provisória no 1.648-7, de
23 de abril de 1998.
Art. 23. É o Poder Executivo autorizado a
ceder os bens e os servidores da Fundação Art. 25. Esta Lei entra em vigor na data de
Roquette Pinto no Estado do Maranhão ao sua publicação.
Governo daquele Estado.
Brasília, 15 de maio de 1998; 177o da Indepen-
Art. 23-A. Os servidores oriundos da extinta dência e 110o da República.
Fundação Roquette Pinto e do extinto Territó-
rio Federal de Fernando de Noronha poderão FERNANDO HENRIQUE CARDOSO – Pedro
ser redistribuídos ou cedidos para órgãos e Malan – Paulo Paiva – José Israel Vargas – Luiz
entidades da Administração Pública Federal, Carlos Bresser Pereira – Clovis de Barros Carvalho
independentemente do disposto no inciso II do
art. 37 e no inciso I do art. 93 da Lei no 8.112, Promulgada em 15/5/1998, publicada no DOU
de 11 de dezembro de 1990, assegurados todos de 18/5/1998 e retificada no DOU de 25/5/1998.
os direitos e vantagens, inclusive o pagamento Conversão da Medida Provisória no 1.648-7/1998.
de gratificação de desempenho ou de produ- Não constam os anexos.
Legislação correlata
24
Lei n o 12.269/2010 e Medida Provisória n o
479/2009.
47
Lei no 9.790/1999
Dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e
dá outras providências.
26
Medida Provisória no 2.216-37/2001.
52
Lei no 11.437/2006
Altera a destinação de receitas decorrentes da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria
Cinematográfica Nacional – CONDECINE, criada pela Medida Provisória no 2.228-1, de 6 de
setembro de 2001, visando ao financiamento de programas e projetos voltados para o desenvolvimento
das atividades audiovisuais; altera a Medida Provisória no 2.228-1, de 6 de setembro de 2001, e a
Lei no 8.685, de 20 de julho de 1993, prorrogando e instituindo mecanismos de fomento à atividade
audiovisual; e dá outras providências.
deste artigo não poderão ser aplicados em observados, em relação a cada espécie de
obras audiovisuais de natureza publicitária. destinação, os percentuais mínimos a serem
.......................................................................... estabelecidos em regulamento.
§ 6o Os projetos produzidos com os recursos ..........................................................................
de que trata o inciso X do caput deste artigo § 5o As obras audiovisuais de natureza publi-
poderão utilizar-se dos incentivos previstos citária, esportiva ou jornalística não podem
55
se beneficiar de recursos dos Funcines ou do do ganho de capital, os valores deduzidos na
FNC alocados na categoria de programação forma do caput deste artigo na hipótese em
específica Fundo Setorial do Audiovisual. que a alienação ocorra após 5 (cinco) anos
.......................................................................... da data de sua aquisição.
§ 7o Nos casos do inciso I do caput deste ar- ..........................................................................
tigo, o projeto deverá contemplar a garantia § 6o (Revogado)”
de distribuição ou difusão das obras. “Art. 47. Como mecanismos de fomento de
§ 8o Para os fins deste artigo, aplica-se a atividades audiovisuais, ficam instituídos,
definição de empresa brasileira constante conforme normas a serem expedidas pela
no § 1o do art. 1o desta Medida Provisória.” Ancine:
“Art. 44. Até o período de apuração relativo I – o Programa de Apoio ao Desenvolvimento
ao ano-calendário de 2016, inclusive, as pes- do Cinema Brasileiro – PRODECINE, des-
soas físicas e jurídicas tributadas pelo lucro tinado ao fomento de projetos de produção
real poderão deduzir do imposto de renda independente, distribuição, comercialização
devido as quantias aplicadas na aquisição de e exibição por empresas brasileiras;
cotas dos Funcines. II – o Programa de Apoio ao Desenvolvimento
§ 1o A dedução referida no caput deste artigo do Audiovisual Brasileiro – PRODAV, desti-
pode ser utilizada de forma alternativa ou nado ao fomento de projetos de produção,
conjunta com a referida nos arts. 1o e 1o-A programação, distribuição, comercialização
da Lei no 8.685, de 20 de julho de 1993. e exibição de obras audiovisuais brasileiras
§ 2o No caso das pessoas físicas, a dedução de produção independente;
prevista no caput deste artigo fica sujeita ao I I I – o P r o g r a m a d e Ap o i o a o
limite de 6% (seis por cento) conjuntamente Desenvolvimento da Infra-Estrutura do
com as deduções de que trata o art. 22 da Lei Cinema e do Audiovisual – PRÓ-INFRA,
no 9.532, de 10 de dezembro de 1997. destinado ao fomento de projetos de infra-
§ 3o Somente são dedutíveis do imposto -estrutura técnica para a atividade cinemato-
devido as quantias aplicadas na aquisição gráfica e audiovisual e de desenvolvimento,
de cotas dos Funcines: ampliação e modernização dos serviços e
I – pela pessoa física, no ano-calendário a bens de capital de empresas brasileiras e
que se referir a declaração de ajuste anual; profissionais autônomos que atendam às
II – pela pessoa jurídica, no respectivo pe- necessidades tecnológicas das produções
ríodo de apuração de imposto.” audiovisuais brasileiras.
“Art. 45. .......................................................... ..........................................................................
.......................................................................... § 2o A Ancine estabelecerá critérios e dire-
III – no ano-calendário, conforme ajuste trizes gerais para a aplicação e a fiscalização
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
nicação eletrônica de massa por assinatura, fomento direto, conforme normas expedidas
de quaisquer obras audiovisuais ou eventos, pela Ancine.
mesmo os de competições desportivas das
quais faça parte representação brasileira, Art. 12. Poderá constar dos orçamentos das
poderão beneficiar-se de abatimento de 70% obras cinematográficas e audiovisuais nacionais
(setenta por cento) do imposto devido, desde que utilizam os incentivos fiscais previstos nas
que invistam no desenvolvimento de proje- Leis nos 8.313, de 23 de dezembro de 1991,
tos de produção de obras cinematográficas e 8.685, de 20 de julho de 1993, na Medida
brasileira de longa-metragem de produção Provisória no 2.228-1, de 6 de setembro de
independente e na co-produção de obras 2001, e nesta Lei, no montante de até 10% (dez
cinematográficas e videofonográficas brasi- por cento) do total aprovado, a remuneração
leiras de produção independente de curta, dos serviços de gerenciamento e execução do
média e longas-metragens, documentários, respectivo projeto por empresas produtoras
telefilmes e minisséries. cinematográficas brasileiras.
58
Parágrafo único. No caso de os serviços III – proibição de contratar com a admi-
a que se refere o caput deste artigo serem nistração pública, pelo período de até 2 (dois)
terceirizados, seus pagamentos deverão ser anos;
comprovados nas prestações de contas com IV – suspensão ou proibição de fruir dos
notas fiscais ou recibos das empresas con- benefícios fiscais da legislação audiovisual, pelo
tratadas, acompanhados dos comprovantes período de até 2 (dois) anos.
de recolhimento dos tributos e contribuições
correspondentes. Art. 15. O descumprimento ao disposto nos
arts. 10 e 11 desta Lei sujeitará o infrator a
Art. 13. Para os fins desta Lei, classificam-se multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$
as infrações cometidas nas atividades audio- 1.000.000,00 (um milhão de reais), na forma do
visuais em: inciso II do caput do art. 13 desta Lei.
I – leves, aquelas em que o infrator seja be-
neficiado por circunstância atenuante; Art. 16. O descumprimento ao disposto nos
II – graves, aquelas em que for verificada arts. 18, 22 e 23 da Medida Provisória no 2.228-
uma circunstância agravante; 1, de 6 de setembro de 2001, sujeitará o infrator
III – gravíssimas, aquelas em que seja verifi- a multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$
cada a existência de 2 (duas) ou mais circuns- 100.000,00 (cem mil reais).
tâncias agravantes.
§ 1o A advertência será aplicada nas hipó- Art. 17. Nos dispositivos sem previsão de
teses de infrações consideradas leves, ficando limite específico, a multa aplicada em razão
o infrator notificado a fazer cessar a irregulari- do descumprimento do disposto na Medida
dade, sob pena de imposição de outras sanções Provisória no 2.228-1, de 6 de setembro de 2001,
previstas em lei. e nesta Lei, limitar-se-á a 5% (cinco por cento)
§ 2o A multa simples será aplicada quando da receita bruta mensal da empresa, observado
o infrator incorrer na prática de infrações leves o disposto no art. 60 da Medida Provisória no
ou graves e nas hipóteses em que, advertido 2.228-1, de 6 de setembro de 2001.
por irregularidades que tenham sido pratica-
das, deixar de saná-las no prazo assinalado, Art. 18. O Poder Executivo regulamentará esta
devendo o seu valor variar entre R$ 500,00 Lei no prazo de 90 (noventa) dias, a contar da
(quinhentos reais) e R$ 100.000,00 (cem mil sua publicação.
reais).
§ 3o Nas infrações para as quais não haja Art. 19. Esta Lei entra em vigor na data de
sanção específica prevista em lei, a Ancine sua publicação.
privilegiará a aplicação de sanção de multa
simples. Art. 20. Ficam revogados os incisos I, II, IV e
XIII do caput do art. 11, os §§ 3o e 6o do art. 45,
Art. 14. Para os efeitos desta Lei, da Lei no o art. 51 e o § 1o do art. 60 da Medida Provisória
8.685, de 20 de julho 1993, e dos demais ins- no 2.228-1, de 6 de setembro de 2001.
trumentos normativos aplicáveis às atividades
audiovisuais, serão consideradas as seguintes Brasília, 28 de dezembro de 2006; 185o da In-
sanções restritivas de direito, sem prejuízo das dependência e 118o da República.
sanções previstas no art. 13 desta Lei:
Legislação correlata
Art. 2o São objetivos do Plano Nacional de Art. 3o Compete ao poder público, nos termos
Cultura: desta Lei:
I – reconhecer e valorizar a diversidade I – formular políticas públicas e programas
cultural, étnica e regional brasileira; que conduzam à efetivação dos objetivos, dire-
II – proteger e promover o patrimônio his- trizes e metas do Plano;
tórico e artístico, material e imaterial; II – garantir a avaliação e a mensuração do
III – valorizar e difundir as criações artísticas desempenho do Plano Nacional de Cultura e as-
e os bens culturais; segurar sua efetivação pelos órgãos responsáveis;
60
III – fomentar a cultura de forma ampla, por formulação e debater estratégias de execução
meio da promoção e difusão, da realização de das políticas públicas de cultura;
editais e seleções públicas para o estímulo a X – regular o mercado interno, estimulando
projetos e processos culturais, da concessão de os produtos culturais brasileiros com o objetivo
apoio financeiro e fiscal aos agentes culturais, de reduzir desigualdades sociais e regionais,
da adoção de subsídios econômicos, da implan- profissionalizando os agentes culturais, forma-
tação regulada de fundos públicos e privados, lizando o mercado e qualificando as relações de
entre outros incentivos, nos termos da lei; trabalho na cultura, consolidando e ampliando
IV – proteger e promover a diversidade cul- os níveis de emprego e renda, fortalecendo
tural, a criação artística e suas manifestações e redes de colaboração, valorizando empreendi-
as expressões culturais, individuais ou coletivas, mentos de economia solidária e controlando
de todos os grupos étnicos e suas derivações abusos de poder econômico;
sociais, reconhecendo a abrangência da noção XI – coordenar o processo de elaboração de
de cultura em todo o território nacional e planos setoriais para as diferentes áreas artís-
garantindo a multiplicidade de seus valores e ticas, respeitando seus desdobramentos e seg-
formações; mentações, e também para os demais campos
V – promover e estimular o acesso à produ- de manifestação simbólica identificados entre
ção e ao empreendimento cultural; a circulação as diversas expressões culturais e que reivindi-
e o intercâmbio de bens, serviços e conteúdos quem a sua estruturação nacional;
culturais; e o contato e a fruição do público com XII – incentivar a adesão de organizações
a arte e a cultura de forma universal; e instituições do setor privado e entidades da
VI – garantir a preservação do patrimônio sociedade civil às diretrizes e metas do Plano
cultural brasileiro, resguardando os bens de Nacional de Cultura por meio de ações pró-
natureza material e imaterial, os documentos prias, parcerias, participação em programas e
históricos, acervos e coleções, as formações integração ao Sistema Nacional de Informações
urbanas e rurais, as línguas e cosmologias in- e Indicadores Culturais – SNIIC.
dígenas, os sítios arqueológicos pré-históricos § 1o O Sistema Nacional de Cultura – SNC,
e as obras de arte, tomados individualmente criado por lei específica, será o principal ar-
ou em conjunto, portadores de referência aos ticulador federativo do PNC, estabelecendo
valores, identidades, ações e memórias dos mecanismos de gestão compartilhada entre os
diferentes grupos formadores da sociedade entes federados e a sociedade civil.
brasileira; § 2o A vinculação dos Estados, Distrito
VII – articular as políticas públicas de Federal e Municípios às diretrizes e metas do
cultura e promover a organização de redes e Plano Nacional de Cultura far-se-á por meio
consórcios para a sua implantação, de forma de termo de adesão voluntária, na forma do
integrada com as políticas públicas de educação, regulamento.
comunicação, ciência e tecnologia, direitos hu- § 3o Os entes da Federação que aderirem
manos, meio ambiente, turismo, planejamento ao Plano Nacional de Cultura deverão elaborar
urbano e cidades, desenvolvimento econômico os seus planos decenais até 1 (um) ano após a
e social, indústria e comércio, relações exterio- assinatura do termo de adesão voluntária.
res, dentre outras; § 4o O Poder Executivo federal, observados
VIII – dinamizar as políticas de intercâmbio os limites orçamentários e operacionais, poderá
e a difusão da cultura brasileira no exterior, oferecer assistência técnica e financeira aos
Legislação correlata
promovendo bens culturais e criações artísticas entes da federação que aderirem ao Plano, nos
brasileiras no ambiente internacional; dar su- termos de regulamento.
porte à presença desses produtos nos mercados § 5o Poderão colaborar com o Plano Nacio-
de interesse econômico e geopolítico do País; nal de Cultura, em caráter voluntário, outros
IX – organizar instâncias consultivas e de entes, públicos e privados, tais como empresas,
participação da sociedade para contribuir na organizações corporativas e sindicais, organi-
61
zações da sociedade civil, fundações, pessoas CAPÍTULO IV – Do Sistema de
físicas e jurídicas que se mobilizem para a Monitoramento e Avaliação
garantia dos princípios, objetivos, diretrizes e
metas do PNC, estabelecendo termos de adesão Art. 8o Compete ao Ministério da Cultura
específicos. monitorar e avaliar periodicamente o alcance
§ 6o O Ministério da Cultura exercerá a das diretrizes e eficácia das metas do Plano
função de coordenação executiva do Plano Nacional de Cultura com base em indicadores
Nacional de Cultura – PNC, conforme esta Lei, nacionais, regionais e locais que quantifiquem
ficando responsável pela organização de suas a oferta e a demanda por bens, serviços e con-
instâncias, pelos termos de adesão, pela im- teúdos, os níveis de trabalho, renda e acesso da
plantação do Sistema Nacional de Informações cultura, de institucionalização e gestão cultural,
e Indicadores Culturais – SNIIC, pelo estabele- de desenvolvimento econômico-cultural e
cimento de metas, pelos regimentos e demais de implantação sustentável de equipamentos
especificações necessárias à sua implantação. culturais.
Parágrafo único. O processo de monito-
ramento e avaliação do PNC contará com a
CAPÍTULO III – Do Financiamento participação do Conselho Nacional de Política
Cultural, tendo o apoio de especialistas, técni-
Art. 4o Os planos plurianuais, as leis de dire- cos e agentes culturais, de institutos de pesquisa,
trizes orçamentárias e as leis orçamentárias da de universidades, de instituições culturais, de
União e dos entes da federação que aderirem organizações e redes socioculturais, além do
às diretrizes e metas do Plano Nacional de apoio de outros órgãos colegiados de caráter
Cultura disporão sobre os recursos a serem consultivo, na forma do regulamento.
destinados à execução das ações constantes do
Anexo desta Lei. Art. 9o Fica criado o Sistema Nacional de
Informações e Indicadores Culturais – SNIIC,
Art. 5o O Fundo Nacional de Cultura, por com os seguintes objetivos:
meio de seus fundos setoriais, será o principal I – coletar, sistematizar e interpretar dados,
mecanismo de fomento às políticas culturais. fornecer metodologias e estabelecer parâmetros
à mensuração da atividade do campo cultural e
Art. 6o A alocação de recursos públicos fede- das necessidades sociais por cultura, que per-
rais destinados às ações culturais nos Estados, mitam a formulação, monitoramento, gestão
no Distrito Federal e nos Municípios deverá e avaliação das políticas públicas de cultura e
observar as diretrizes e metas estabelecidas das políticas culturais em geral, verificando e
nesta Lei. racionalizando a implementação do PNC e sua
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
do regulamento.
Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de
Art. 12. O processo de revisão das diretrizes e sua publicação.
estabelecimento de metas para o Plano Nacional
de Cultura – PNC será desenvolvido pelo Co- Brasília, 2 de dezembro de 2010; 189o da Inde-
mitê Executivo do Plano Nacional de Cultura. pendência e 122o da República.
63
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Guido Promulgada em 2/12/2010 e publicada no DOU de
Mantega – João Luiz Silva Ferreira 3/12/2010.
Anexo
1.1.11 Fortalecer as políticas culturais setoriais 1.3.3 Promover o investimento para a pesquisa
visando à universalização do acesso e garantia de inovação e a produção cultural independente
ao exercício do direito à cultura. e regional.
1.2 Consolidar a implantação do Sistema Na- 1.3.4 Realizar acordos com bancos e fundos
cional de Informações e Indicadores Culturais públicos e privados de financiamento para
– SNIIC como instrumento de acompanhamen- oferecimento de linhas de crédito especiais para
to, avaliação e aprimoramento da gestão e das a produção artística e cultural, viabilizando a
políticas públicas de cultura. sua produção e circulação comercial.
1.4.5 Ampliar e aprimorar a divulgação dos 1.5.4 Estabelecer programas específicos para
programas, ações e editais públicos de apoio setores culturais, principalmente para artes
à cultura. visuais, música, artes cênicas, literatura, au-
diovisual, patrimônio, museus e diversidade
1.4.6 Ampliar o uso de editais e comissões de cultural, garantindo percentuais equilibrados
seleção pública com a participação de represen- de alocação de recursos em cada uma das po-
tantes da sociedade na escolha de projetos para líticas setoriais.
destinação de recursos públicos provenientes
do orçamento e da renúncia fiscal, garantindo 1.5.5 Estabelecer mecanismos complementares
regras transparentes e ampla divulgação. de fomento e financiamento tornando o FNC
sócio de empreendimentos culturais e permi-
1.4.7 Incentivar o uso de editais pelas entidades tindo a incorporação de receitas advindas do
financiadoras privadas, bem como por organi- sucesso comercial dos projetos.
zações não governamentais e outras instituições
que ofereçam recursos para cultura. 1.5.6 Ampliar as fontes de recursos do Fundo
Nacional de Cultura, buscando fontes em ex-
1.4.8 Ampliar as linhas de financiamento e fo- trações das loterias federais, doações e outros
mento à produção independente de conteúdos montantes para além dos oriundos do caixa
para rádio, televisão, internet e outras mídias, geral da União.
com vistas na democratização dos meios de
comunicação e na valorização da diversidade 1.6 Aprimorar o mecanismo de incentivo
cultural. fiscal, de forma a aproveitar seus recursos no
sentido da desconcentração regional, susten-
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
cionais e dos direitos coletivos das populações 1.9.13 Incentivar e fomentar o desenvolvimen-
detentoras desses conhecimentos e autoras to de produtos e conteúdos culturais intensivos
dessas manifestações, garantindo a participação em conhecimento e tecnologia, em especial sob
efetiva dessas comunidades nessa ação. regimes flexíveis de propriedade intelectual.
1.9.6 Descentralizar o registro de obras prote- 1.9.14 Promover os interesses nacionais rela-
gidas por direitos autorais, por meio da abertu- tivos à cultura nos organismos internacionais
ra de representações estaduais dos escritórios de governança sobre o Sistema de Propriedade
de registro, e facilitar o registro de obras nos Intelectual e outros foros internacionais de ne-
órgãos competentes. gociação sobre o comércio de bens e serviços.
1.9.7 Regular o funcionamento de uma instân- 1.9.15 Qualificar os debates sobre revisão e
cia administrativa especializada na mediação de atualização das regras internacionais de pro-
conflitos e arbitragem no campo dos direitos priedade intelectual, com vistas em compensar
70
as condições de desigualdade dos países em e federais, com o objetivo de desenvolver
desenvolvimento em relação aos países desen- diagnósticos e planos conjuntos de trabalho.
volvidos. Instituir marcos legais e articular as redes de
ensino e acesso à cultura.
1.10 Promover uma maior articulação das
políticas públicas de cultura com as de outras 1.10.8 Atuar em conjunto com os órgãos de
áreas, como educação, meio ambiente, de- educação no desenvolvimento de atividades
senvolvimento social, planejamento urbano que insiram as artes no ensino regular como
e econômico, turismo, indústria e comércio. instrumento e tema de aprendizado, com a fina-
lidade de estimular o olhar crítico e a expressão
1.10.1 Construir um sistema de gestão com- artístico-cultural do estudante.
partilhada e em rede para as políticas de cultura
intersetoriais de modo a ampliar a participação 1.10.9 Realizar programas em parceria com os
social no monitoramento, avaliação e revisão de órgãos de educação para que as escolas atuem
programas, projetos e ações. também como centros de produção e difusão
cultural da comunidade.
1.10.2 (Vetado)
1.10.10 Incentivar pesquisas e elaboração de
1.10.3 Estabelecer um sistema articulado de materiais didáticos e de difusão referentes a
ações entre as diversas instâncias de governo conteúdos multiculturais, étnicos e de educação
e os meios de comunicação públicos, de modo patrimonial.
a garantir a transversalidade de efeitos dos re-
cursos aplicados no fomento à difusão cultural. 1.10.11 Estabelecer uma política voltada ao
desenvolvimento de ações culturais para a
1.10.4 Estabelecer a participação contínua dos infância e adolescência, com financiamento e
órgãos culturais nas instâncias intersetoriais e modelo de gestão compartilhado e intersetorial.
nas ações das instituições responsáveis pelo
desenvolvimento científico e tecnológico que 1.10.12 Promover políticas, programas e ações
definem e implementam as políticas de inclusão voltados às mulheres, relações de gênero e
e de distribuição da infraestrutura de serviços LGBT, com fomento e gestão transversais e
de conexão às redes digitais. compartilhados.
1.11.8 Promover planos bilaterais e multilaterais Esse planejamento oferece uma oportunidade
de cooperação técnica e financeira, visando à tro- histórica para a adequação da legislação e da
ca de experiências, conhecimentos e metodolo- institucionalidade da cultura brasileira de
gias para a viabilização de programas nacionais. modo a atender à Convenção da Diversidade
72
Cultural da Unesco, firmando a diversidade no e comunidades tradicionais, por meio de con-
centro das políticas de Estado e como elo de teúdos para rádio, internet, televisão, revistas,
articulação entre segmentos populacionais e exposições museológicas, materiais didáticos e
comunidades nacionais e internacionais. livros, entre outros.
2.1.3 Reconhecer a atividade profissional dos sobre a diversidade das práticas religiosas,
mestres de ofícios por meio do título de “no- incluindo seus ritos e festas.
tório saber”.
2.1.12 Integrar as políticas públicas de cultura
2.1.4 Realizar campanhas nacionais, regionais destinadas ao segmento LGBT, sobretudo no
e locais de valorização das culturas dos povos que diz respeito à valorização da temática do
73
combate à homofobia, promoção da cidadania manifestações culturais populares por parte
e afirmação de direitos. das comunidades que as abrigam, estimulando
a autogestão de sua memória.
2.1.13 Incentivar projetos de moda e vestuário
que promovam conceitos estéticos baseados na 2.3.4 Desenvolver uma rede de cooperação
diversidade e na aceitação social dos diferentes entre instituições públicas federais, estaduais
tipos físicos e de suas formas de expressão. e municipais, instituições privadas, meios de
comunicação e demais organizações civis para
2.1.14 Fomentar políticas públicas de cul- promover o conhecimento sobre o patrimônio
tura voltadas aos direitos das mulheres e sua cultural, por meio da realização de mapeamen-
valorização, contribuindo para a redução das tos, inventários e ações de difusão.
desigualdades de gênero.
2.3.5 Mapear o patrimônio cultural brasileiro
2.2 Ampliar o reconhecimento e apropriação guardado por instituições privadas e organi-
social da diversidade da produção artística zações sociais, com o objetivo de formação de
brasileira, por meio de políticas de capacitação um banco de registros da memória operária
e profissionalização, pesquisa e difusão, apoio à nacional.
inovação de linguagem, estímulo à produção e
circulação, formação de acervos e repertórios 2.4 Desenvolver e implementar, em conjunto
e promoção do desenvolvimento das atividades com as instâncias locais, planos de preservação
econômicas correspondentes. para as cidades e núcleos urbanos históricos
ou de referência cultural, abordando a cultura
2.2.1 Formular e implementar planos setoriais e o patrimônio como eixos de planejamento e
nacionais de linguagens artísticas e expressões desenvolvimento urbano.
culturais, que incluam objetivos, metas e siste-
mas de acompanhamento, avaliação e controle 2.4.1 Incentivar e promover a qualificação da
social. produção do design, da arquitetura e do urba-
nismo contemporâneos, melhorando o ambien-
2.3 Disseminar o conhecimento e ampliar a te material, os aspectos estéticos e as condições
apropriação social do patrimônio cultural brasi- de habitabilidade das cidades, respeitando o
leiro, por meio de editais de seleção de pesquisa, patrimônio preexistente e proporcionando a
premiações, fomento a estudos sobre o tema e criação do patrimônio material do futuro.
incentivo a publicações voltados a instituições de
ensino e pesquisa e a pesquisadores autônomos. 2.4.2 Priorizar ações integradas de reabilitação
de áreas urbanas centrais, aliando preservação
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
2.7.16 Capacitar educadores e agentes multi- Estado e sociedade devem pactuar esforços para
plicadores para a utilização de instrumentos garantir as condições necessárias à realização
voltados à formação de uma consciência his- dos ciclos que constituem os fenômenos cultu-
tórica crítica que incentive a valorização e a rais, fazendo com que sejam disponibilizados
preservação do patrimônio material e imaterial. para quem os demanda e necessita.
ESTRATÉGIAS E AÇÕES
CAPÍTULO III – Do Acesso
Universalizar o acesso dos brasileiros à arte e 3.1 Ampliar e diversificar as ações de formação
à cultura e fidelização de público, a fim de qualificar o
Qualificar ambientes e equipamentos contato com e a fruição das artes e das cultu-
culturais para a formação e fruição do público ras, brasileiras e internacionais e aproximar as
Permitir aos criadores o acesso às condições e esferas de recepção pública e social das criações
meios de produção cultural artísticas e expressões culturais.
meios rurais e nos demais territórios em que culturais, incorporando novas tecnologias da
vivem as populações. informação e da comunicação nessas estra-
tégias.
É necessário ampliar o horizonte de contato
de nossa população com os bens simbólicos e 3.1.3 Estimular as associações de amigos, clu-
os valores culturais do passado e do presente, bes, associações, sociedades e outras formas
77
comunitárias que potencializem o acesso a bens 3.1.11 Instalar espaços de exibição audiovisual
e serviços em equipamentos culturais. nos centros culturais, educativos e comunitários
de todo o País, especialmente aqueles localiza-
3.1.4 Identificar e divulgar, por meio de se- dos em áreas de vulnerabilidade social ou de
leções, prêmios e outras formas de incentivo, baixos índices de acesso à cultura, disponibi-
iniciativas de formação, desenvolvimento de lizando aparelhos multimídia e digitais e pro-
arte educação e qualificação da fruição cultural. movendo a expansão dos circuitos de exibição.
3.1.5 Ampliar o acesso à fruição cultural, por 3.1.12 Reabilitar os teatros, praças, centros
meio de programas voltados a crianças, jovens, comunitários, bibliotecas, cineclubes e cine-
idosos e pessoas com deficiência, articulando mas de bairro, criando programas estaduais e
iniciativas como a oferta de transporte, des- municipais de circulação de produtos, circuitos
contos e ingressos gratuitos, ações educativas de exibição cinematográfica, eventos culturais
e visitas a equipamentos culturais. e demais programações.
3.1.6 Implantar, em parceria com as empresas 3.1.13 Mapear espaços ociosos, patrimônio
empregadoras, programas de acesso à cultura público e imóveis da União, criando progra-
para o trabalhador brasileiro, que permitam a mas para apoiar e estimular o seu uso para a
expansão do consumo e o estímulo à formaliza- realização de manifestações artísticas e cultu-
ção do mercado de bens, serviços e conteúdos rais, espaços de ateliês, plataformas criativas e
culturais. núcleos de produção independente.
3.1.7 Promover a integração entre espaços 3.1.14 Fomentar unidades móveis com infra-
educacionais, esportivos, praças e parques de estrutura adequada à criação e à apresentação
lazer e culturais, com o objetivo de aprimorar as artística, oferta de bens e produtos culturais,
políticas de formação de público, especialmente atendendo às comunidades de todas as regiões
na infância e juventude. brasileiras, especialmente de regiões rurais ou
remotas dos centros urbanos.
3.1.8 Estimular e fomentar a instalação, a
manutenção e a atualização de equipamentos 3.1.15 Estabelecer critérios técnicos para a
culturais em espaços de livre acesso, dotando-os construção e reforma de equipamentos cultu-
de ambientes atrativos e de dispositivos técnicos rais, bibliotecas, praças, assim como outros es-
e tecnológicos adequados à produção, difusão, paços públicos culturais, dando ênfase à criação
preservação e intercâmbio artístico e cultural, arquitetônica e ao design, estimulando a criação
especialmente em áreas ainda desatendidas de profissionais brasileiros e estrangeiros de
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
3.1.9 Garantir que os equipamentos culturais 3.1.16 Implantar, ampliar e atualizar espaços
ofereçam infraestrutura, arquitetura, design, multimídia em instituições e equipamentos
equipamentos, programação, acervos e ativi- culturais, conectando-os em rede para ampliar
dades culturais qualificados e adequados às a experimentação, criação, fruição e difusão da
expectativas de acesso, de contato e de fruição cultura por meio da tecnologia digital, demo-
do público, garantindo a especificidade de cratizando as capacidades técnicas de produ-
pessoas com necessidades especiais. ção, os dispositivos de consumo e a recepção
das obras e trabalhos, principalmente aqueles
3.1.10 Estabelecer e fomentar programas de desenvolvidos em suportes digitais.
amparo e apoio à manutenção e gestão em rede
de equipamentos culturais, potencializando in- 3.1.17 Implementar uma política nacional de
vestimento e garantindo padrões de qualidade. digitalização e atualização tecnológica de la-
78
boratórios de produção, conservação, restauro 3.2.1 Estimular a formação de redes de
e reprodução de obras artísticas, documentos equipamentos públicos e privados conforme
e acervos culturais mantidos em museus, bi- os perfis culturais e vocações institucionais,
bliotecas e arquivos, integrando seus bancos de promovendo programações diferenciadas para
conteúdos e recursos tecnológicos. gerações distintas, principalmente as dedicadas
às crianças e aos jovens.
3.1.18 Garantir a implantação e manutenção de
bibliotecas em todos os Municípios brasileiros 3.2.2 Atualizar e ampliar a rede de centros
como espaço fundamental de informação, técnicos de produção e finalização de produtos
de memória literária, da língua e do design culturais, aumentando suas capacidades de ope-
gráfico, de formação e educação, de lazer e ração e atendimento, promovendo a articulação
fruição cultural, expandindo, atualizando e com redes de distribuição de obras, sejam as
diversificando a rede de bibliotecas públicas e desenvolvidas em suportes tradicionais, sejam
comunitárias e abastecendo-as com os acervos as multimídias, audiovisuais, digitais e desen-
mínimos recomendados pela Unesco, acresci- volvidas por meio de novas tecnologias.
dos de integração digital e disponibilização de
sites de referência. 3.3 Organizar em rede a infraestrutura de
arquivos, bibliotecas, museus e outros centros
3.1.19 Estimular a criação de centros de re- de documentação, atualizando os conceitos e os
ferência e comunitários voltados às culturas modelos de promoção cultural, gestão técnica
populares, ao artesanato, às técnicas e aos sa- profissional e atendimento ao público, reci-
beres tradicionais com a finalidade de registro clando a formação e a estrutura institucional,
e transmissão da memória, desenvolvimento ampliando o emprego de recursos humanos
de pesquisas e valorização das tradições locais. inovadores, de tecnologias e de modelos de
sustentabilidade econômica, efetivando a cons-
3.1.20 Estabelecer parcerias entre o poder pú- tituição de uma rede nacional que dinamize
blico, escritórios de arquitetura e design, técni- esses equipamentos públicos e privados.
cos e especialistas, artistas, críticos e curadores,
produtores e empresários para a manutenção 3.3.1 Instituir programas em parceria com
de equipamentos culturais que abriguem a a iniciativa privada e organizações civis para
produção contemporânea e reflitam sobre ela, a ampliação da circulação de bens culturais
motivando a pesquisa contínua de linguagens brasileiros e abertura de canais de prospecção
e interações destas com outros campos das e visibilidade para a produção jovem e inde-
expressões culturais brasileiras. pendente, disponibilizando-a publicamente por
meio da captação e transmissão de conteúdos
3.1.21 Fomentar a implantação, manutenção em rede, dando acesso público digital aos usu-
e qualificação dos museus nos Municípios ários e consumidores.
brasileiros, com o intuito de preservar e
difundir o patrimônio cultural, promover 3.3.2 Garantir a criação, manutenção e expan-
a fruição artística e democratizar o acesso, são da rede de universidades públicas, desen-
dando destaque à memória das comunidades volvendo políticas públicas e a articulação com
e localidades. as pró-reitorias de cultura e extensão, para os
equipamentos culturais universitários, os labo-
Legislação correlata
3.4.3 Fomentar o desenvolvimento das artes e 3.5 Ampliar a circulação da produção artística
expressões experimentais ou de caráter amador. e cultural, valorizando as expressões locais
e intensificando o intercâmbio no território
3.4.4 Fomentar, por meio de editais adapta- nacional, inclusive com as de outros países,
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
dos à realidade cultural de cada comunidade, com constante troca de referências e conceitos,
a produção de conteúdos para a difusão nas promovendo calendários de eventos regulares e
emissoras públicas de rádio e televisão. de apreciação crítica e debate público.
3.4.5 Promover o uso de tecnologias que faci- 3.5.1 Incentivar, divulgar e fomentar a realiza-
litem a produção e a fruição artística e cultural ção de calendários e mapas culturais que apre-
das pessoas com deficiência. sentem sistematicamente os locais de realização
de eventos culturais, encontros, feiras, festivais
3.4.6 Estimular a participação de artistas, pro- e programas de produção artística e cultural.
dutores e professores em programas educativos
de acesso à produção cultural. 3.5.2 Estimular o equilíbrio entre a produção
artística e as expressões culturais locais em
3.4.7 Desenvolver uma política de apoio à eventos e equipamentos públicos, valorizando
produção cultural universitária, estimulando o as manifestações e a economia da cultura regio-
80
nal, estimulando sua interação com referências 3.5.10 Apoiar e fomentar os circuitos culturais
nacionais e internacionais. universitários e oferecer condições para que
os campi e faculdades promovam a formação
3.5.3 Apoiar a criação de espaços de circulação de público, a recepção qualificada e a abertura
de produtos culturais para o consumo domés- de espaços para a produção independente e
tico, criando oferta de qualidade e distribuição inovadora, abrindo espaço para produção in-
nacional que permitam a diversificação do mer- dependente e circuitos inovadores.
cado interno e a absorção das produções locais.
3.5.11 Integrar as políticas nacionais, estaduais
3.5.4 Estimular a existência de livrarias e lojas e municipais dedicadas a elevar a inserção de
de produtos culturais junto aos equipamentos conteúdos regionais, populares e independentes
culturais, dando destaque à produção das nas redes de televisão, rádio, internet, cinema
comunidades e permitindo aos consumidores e outras mídias.
locais obter produtos nacionais e internacionais
de qualidade. 3.6 Ampliar o acesso dos agentes da cultura
aos meios de comunicação, diversificando a
3.5.5 Fomentar e estimular a construção de programação dos veículos, potencializando o
sítios eletrônicos e dispositivos alternativos uso dos canais alternativos e estimulando as
de distribuição e circulação comercial de pro- redes públicas.
dutos, permitindo a integração dos diversos
contextos e setores a uma circulação nacional 3.6.1 Apoiar os produtores locais do segmento
e internacional. audiovisual e a radiodifusão comunitária no
processo de migração da tecnologia analógica
3.5.6 Incentivar e fomentar a difusão cultural para a digital, criando inclusive linhas de cré-
nas diversas mídias e ampliar a recepção pública dito para atualização profissional e compra de
e o reconhecimento das produções artísticas e equipamentos.
culturais não inseridas na indústria cultural.
3.6.2 Estimular a criação de programas e conte-
3.5.7 Apoiar a implementação e qualificação de údos para rádio, televisão e internet que visem
portais de internet para a difusão nacional e in- a formação do público e a familiarização com
ternacional das artes e manifestações culturais a arte e as referências culturais, principalmente
brasileiras, inclusive com a disponibilização de as brasileiras e as demais presentes no território
dados para compartilhamento livre de informa- nacional.
ções em redes sociais virtuais.
3.6.3 Apoiar as políticas públicas de universa-
3.5.8 Apoiar iniciativas de sistematização de lização do acesso gratuito de alta velocidade à
agenda de atividades artísticas e culturais em internet em todos os Municípios, juntamente
todas as regiões brasileiras de forma a otimizar com políticas de estímulo e crédito para aqui-
oportunidades e evitar a proliferação de eventos sição de equipamentos pessoais.
coincidentes e redundantes.
3.6.4 Fomentar provedores de acesso público
3.5.9 Estimular a criação de programas nacio- que armazenem dados de texto, som, vídeo e
nais, estaduais e municipais de distribuição de imagem, para preservar e divulgar a memória
Legislação correlata
A cultura faz parte da dinâmica de inovação 4.1.5 Estimular estudos para a adoção de me-
social, econômica e tecnológica. canismos de compensação ambiental para as
atividades culturais.
Da complexidade do campo cultural derivam
distintos modelos de produção e circulação de 4.1.6 Fomentar a capacitação e o apoio técnico
bens, serviços e conteúdos, que devem ser iden- para a produção, distribuição, comercialização
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
4.1.10 Promover o turismo cultural sustentável, 4.3.1 Mapear, fortalecer e articular as cadeias
aliando estratégias de preservação patrimonial e produtivas que formam a economia da cultura.
ambiental com ações de dinamização econômi-
ca e fomento às cadeias produtivas da cultura. 4.3.2 Realizar zoneamento cultural-econômico
com o objetivo de identificar as vocações cul-
4.1.11 Promover ações de incremento e turais locais.
qualificação cultural dos produtos turísticos,
valorizando a diversidade, o comércio justo e o 4.3.3 Desenvolver programas de estímulo à
desenvolvimento socioeconômico sustentável. promoção de negócios nos diversos setores
culturais.
4.2 Contribuir com as ações de formalização
do mercado de trabalho, de modo a valorizar o 4.3.4 Promover programas de exportação de
trabalhador e fortalecer o ciclo econômico dos bens, serviços e conteúdos culturais de forma
setores culturais. a aumentar a participação cultural na balança
comercial brasileira.
4.2.1 Realizar, em parceria com os órgãos e
poderes competentes, propostas de adequação 4.3.5 Instituir selos e outros dispositivos que
da legislação trabalhista, visando à redução da facilitem a circulação de produtos e serviços re-
informalidade do trabalho artístico, dos téc- lativos à cultura na América Latina, Mercosul e
nicos, produtores e demais agentes culturais, Comunidades dos Países de Língua Portuguesa.
estimulando o reconhecimento das profissões
e o registro formal desses trabalhadores e 4.3.6 Estimular o uso da diversidade como
ampliando o acesso aos benefícios sociais e fator de diferenciação e incremento do valor
previdenciários. agregado dos bens, produtos e serviços cultu-
rais, promovendo e facilitando a sua circulação
4.2.2 Difundir, entre os empregadores e contra- nos mercados nacional e internacional.
tantes dos setores público e privado, informações
sobre os direitos e obrigações legais existentes 4.3.7 Incentivar a associação entre produtoras
nas relações formais de trabalho na cultura. de bens culturais visando à constituição de
carteiras diversificadas de produtos, à moder-
4.2.3 Estimular a organização formal dos nização de empresas e à inserção no mercado
setores culturais em sindicatos, associações, internacional.
federações e outras entidades representativas,
apoiando a estruturação de planos de previ- 4.3.8 Fomentar a associação entre produtores
dência e de seguro patrimonial para os agentes independentes e emissoras e a implantação de
envolvidos em atividades artísticas e culturais. polos regionais de produção e de difusão de
documentários e de obras de ficção para rádio,
4.2.4 Estimular a adesão de artistas, autores, televisão, cinema, internet e outras mídias.
técnicos, produtores e demais trabalhadores
Legislação correlata
4.5 Promover a apropriação social das tec- 4.7 Aprofundar a inter-relação entre cultura e
nologias da informação e da comunicação turismo gerando benefícios e sustentabilidade
para ampliar o acesso à cultura digital e suas para ambos os setores.
possibilidades de produção, difusão e fruição.
4.7.1 Instituir programas integrados de ma-
4.5.1 Realizar programa de prospecção e disse- peamento do potencial turístico cultural, bem
minação de modelos de negócios para o cenário como de promoção, divulgação e marketing de
de convergência digital, com destaque para os produtos, contextos urbanos, destinos e roteiros
segmentos da música, livro, jogos eletrônicos, turísticos culturais.
festas eletrônicas, webdesign, animação, audio-
visual, fotografia, videoarte e arte digital. 4.7.2 Envolver os órgãos, gestores e empresários
de turismo no planejamento e comunicação com
4.5.2 Implementar iniciativas de capacitação e equipamentos culturais, promovendo espaços de
fomento ao uso de meios digitais de registro, pro- difusão de atividades culturais para fins turísticos.
dução, pós-produção, design e difusão cultural.
4.7.3 Qualificar os ambientes turísticos com
4.5.3 Apoiar políticas de inclusão digital e mobiliário urbano e design de espaços públicos
de criação, desenvolvimento, capacitação e que projetem os elementos simbólicos locais de
utilização de softwares livres pelos agentes e forma competitiva com os padrões internacio-
instituições ligados à cultura. nais, dando destaque aos potenciais criativos
dos contextos visitados.
4.5.4 Identificar e fomentar as cadeias de
formação e produção das artes digitais, para 4.7.4 Fomentar e fortalecer as modalidades
desenvolver profissões e iniciativas compreen- de negócios praticadas pelas comunidades
didas nesse campo, bem como as novas relações locais e pelos residentes em áreas de turismo,
existentes entre núcleos acadêmicos, indústrias fortalecendo os empreendedores tradicionais
criativas e instituições culturais. em sua inserção nas dinâmicas comerciais
estabelecidas pelo turismo.
4.6 Incentivar e apoiar a inovação e pesquisa
científica e tecnológica no campo artístico e cul- 4.7.5 Realizar campanhas e desenvolver pro-
tural, promovendo parcerias entre instituições de gramas com foco na formação, informação e
ensino superior, institutos, organismos culturais educação do turista para difundir adequada-
e empresas para o desenvolvimento e o aprimo- mente a importância do patrimônio cultural
ramento de materiais, técnicas e processos. existente, estimulando a comunicação dos
valores, o respeito e o zelo pelos locais visitados.
4.6.1 Integrar os órgãos de cultura aos pro-
cessos de incentivo à inovação tecnológica, 4.7.6 Fomentar programas integrados de for-
promovendo o desenvolvimento de técnicas mação e capacitação sobre arte, arquitetura,
associadas à produção cultural. patrimônio histórico, patrimônio imaterial,
antropologia e diversidade cultural para os
Legislação correlata
aperfeiçoamento das políticas públicas. ração técnica para adoção de marcos legais para
a gestão e o financiamento das políticas culturais
Reafirma-se, com isso, a importância de siste- e o apoio aos segmentos culturais e aos grupos,
mas de compartilhamento social de responsa- respeitando a diversidade da cultura brasileira.
bilidades, de transparência nas deliberações e
de aprimoramento das representações sociais 5.1.5 Criar mecanismos de participação e
buscando o envolvimento direto da sociedade representação das comunidades tradicionais,
civil e do meio artístico e cultural. Este processo indígenas e quilombolas na elaboração, im-
vai se completando na estruturação de redes, plementação, acompanhamento, avaliação e
na organização social dos agentes culturais, revisão de políticas de proteção e promoção
na ampliação de mecanismos de acesso, no das próprias culturas.
acompanhamento público dos processos de
realização das políticas culturais. Esta forma 5.2 Ampliar a transparência e fortalecer o
colaborativa de gestão e avaliação também deve controle social sobre os modelos de gestão
86
das políticas culturais e setoriais, ampliando o 5.3.4 Apoiar a realização de fóruns e seminá-
diálogo com os segmentos artísticos e culturais. rios que debatam e avaliem questões específi-
cas relativas aos setores artísticos e culturais,
5.2.1 Disponibilizar informações sobre as leis estimulando a inserção de elementos críticos
e regulamentos que regem a atividade cultural nas questões e o desenho de estratégias para a
no País e a gestão pública das políticas culturais, política cultural do País.
dando transparência a dados e indicadores
sobre gestão e investimentos públicos. 5.4 Estimular a criação de conselhos paritários,
democraticamente constituídos, de modo a for-
5.2.2 Promover o monitoramento da eficácia talecer o diálogo entre poder público, iniciativa
dos modelos de gestão das políticas culturais privada e a sociedade civil.
e setoriais por meio do Sistema Nacional de
Informações e Indicadores Culturais – SNIIC, 5.4.1 Fortalecer a atuação do Conselho Nacio-
com base em indicadores nacionais, regionais nal de Política Cultural, bem como dos conse-
e locais de acesso e consumo, mensurando lhos estaduais e municipais, como instâncias
resultados das políticas públicas de cultura no de consulta, monitoramento e debate sobre as
desenvolvimento econômico, na geração de políticas públicas de cultura.
sustentabilidade, assim como na garantia da
preservação e promoção do patrimônio e da 5.4.2 Estimular que os conselhos municipais,
diversidade cultural. estaduais e federais de cultura promovam a
participação de jovens e idosos e representan-
5.2.3 Criar ouvidorias e outros canais de inter- tes dos direitos da criança, das mulheres, das
locução dos cidadãos com os órgãos públicos comunidades indígenas e de outros grupos
e instituições culturais, adotando processos de populacionais sujeitos à discriminação e vul-
consulta pública e de atendimento individual nerabilidade social.
dos cidadãos que buscam apoio.
5.4.3 Promover a articulação dos conselhos
5.3 Consolidar as conferências, fóruns e semi- culturais com outros da mesma natureza
nários que envolvam a formulação e o debate voltados às políticas públicas das áreas afins
sobre as políticas culturais, consolidando es- à cultural.
paços de consulta, reflexão crítica, avaliação e
proposição de conceitos e estratégias. 5.4.4 Aumentar a presença de representantes
dos diversos setores artísticos e culturais nos
5.3.1 Realizar a Conferência Nacional de conselhos e demais fóruns dedicados à dis-
Cultura pelo menos a cada 4 (quatro) anos, cussão e avaliação das políticas públicas de
envolvendo a sociedade civil, os gestores pú- cultura, setoriais e intersetoriais, assim como
blicos e privados, as organizações e instituições de especialistas, pesquisadores e técnicos que
culturais e os agentes artísticos e culturais. qualifiquem a discussão dessas instâncias
consultivas.
5.3.2 Estimular a realização de conferências es-
taduais e municipais como instrumentos de par- 5.5 Promover espaços permanentes de diálo-
ticipação e controle social nas diversas esferas, go e fóruns de debate sobre a cultura, abertos
com articulação com os encontros nacionais. à população e aos segmentos culturais, nas
Legislação correlata
87
Lei no 12.599/2012
Altera as Leis nos 10.893, de 13 de julho de 2004, que dispõe sobre o Adicional ao Frete para a
Renovação da Marinha Mercante – AFRMM e o Fundo da Marinha Mercante – FMM, 11.434,
de 28 de dezembro de 2006, 11.196, de 21 de novembro de 2005, 10.865, de 30 de abril de 2004,
8.685, de 20 de julho de 1993, 12.249, de 11 de junho de 2010, 11.775, de 17 de setembro de 2008,
e 11.491, de 20 de junho de 2007, e a Medida Provisória no 2.228-1, de 6 de setembro de 2001;
revoga dispositivos das Leis nos 9.432, de 8 de janeiro de 1997, e 10.925, de 23 de junho de 2004;
altera a incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da
Seguridade Social – COFINS na cadeia produtiva do café; institui o Programa Cinema Perto de
Você; e dá outras providências.
Anexo
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
................................................................................................................................
a) ...........................................................................................................................
................................................................................................................... .......................
92
................................................................................................................... .......................
................................................................................................................... .......................
................................................................................................................... .......................
................................................................................................................... .......................
b) ...........................................................................................................................
................................................................................................................... R$ 200.000,00
R$ 166.670,00
...................................................................................................................
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária estrangeira, para
R$ 23.810,00
o mercado de serviços de comunicação eletrônica de massa por assinatura
R$ 14.290,00
...................................................................................................................
R$ 14.290,00
...................................................................................................................
R$ 2.380,00
...................................................................................................................
c) (Revogado)
d) ............................................................................................................................
................................................................................................................... R$ 3.570,00
R$ 2.380,00
...................................................................................................................
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária brasileira, para o
R$ 1.190,00
mercado de serviços de comunicação eletrônica de massa por assinatura
R$ 710,00
Legislação correlata
...................................................................................................................
R$ 710,00
...................................................................................................................
R$ 240,00
...................................................................................................................
93
Art. 33, inciso III do caput:
................................................................................................................................
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
94
Lei no 12.761/2012
Institui o Programa de Cultura do Trabalhador; cria o vale-cultura; altera as Leis nos 8.212, de 24
de julho de 1991, e 7.713, de 22 de dezembro de 1988, e a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT,
aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943; e dá outras providências.
95
Parágrafo único. Somente será admitido o a renda devido, observado o disposto no § 4o
fornecimento do vale-cultura impresso quando do art. 3o da Lei no 9.249, de 26 de dezembro
comprovadamente inviável a adoção do meio de 1995.
magnético. § 2o A pessoa jurídica inscrita no Programa
de Cultura do Trabalhador como beneficiária,
Art. 7o O vale-cultura deverá ser fornecido ao de que trata o inciso II do art. 5o, poderá deduzir
trabalhador que perceba até 5 (cinco) salários o valor despendido a título de aquisição do vale-
mínimos mensais. -cultura como despesa operacional para fins de
Parágrafo único. Os trabalhadores com apuração do imposto sobre a renda, desde que
renda superior a 5 (cinco) salários mínimos tributada com base no lucro real.
poderão receber o vale-cultura, desde que § 3o A pessoa jurídica deverá adicionar o
garantido o atendimento à totalidade dos em- valor deduzido como despesa operacional, de
pregados com a remuneração prevista no caput, que trata o § 2o, para fins de apuração da base
na forma que dispuser o regulamento. de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido – CSLL.
Art. 8o O valor mensal do vale-cultura, por § 4o As deduções de que tratam os §§ 1o e
usuário, será de R$ 50,00 (cinquenta reais). 2 somente se aplicam em relação ao valor do
o
em regulamento.
Art. 12. A execução inadequada do Programa
Art. 9o Os prazos de validade e condições de de Cultura do Trabalhador ou qualquer ação
utilização do vale-cultura serão definidos em que acarrete desvio de suas finalidades pela em-
regulamento. presa operadora ou pela empresa beneficiária
acarretará cumulativamente:
Art. 10. Até o exercício de 2017, ano-calen- I – cancelamento do Certificado de Inscrição
dário de 2016, o valor despendido a título de no Programa de Cultura do Trabalhador;
aquisição do vale-cultura poderá ser deduzido II – pagamento do valor que deixou de ser
do imposto sobre a renda devido pela pessoa recolhido relativo ao imposto sobre a renda,
jurídica beneficiária tributada com base no à contribuição previdenciária e ao depósito
lucro real. para o FGTS;
§ 1o A dedução de que trata o caput fica III – aplicação de multa correspondente a
limitada a 1% (um por cento) do imposto sobre 2 (duas) vezes o valor da vantagem recebida
96
indevidamente no caso de dolo, fraude ou ..........................................................................
simulação; VIII – o valor correspondente ao vale-cultura.
IV – perda ou suspensão de participação em ........................................................................ ”
linhas de financiamento em estabelecimentos
oficiais de crédito pelo período de 2 (dois) anos; Art. 15. O art. 6o da Lei no 7.713, de 22 de
V – proibição de contratar com a administra- dezembro de 1988, passa a vigorar acrescido
ção pública pelo período de até 2 (dois) anos; e do seguinte inciso XXIII:
VI – suspensão ou proibição de usufruir de “Art. 6o ............................................................
benefícios fiscais pelo período de até 2 (dois) ..........................................................................
anos. XXIII – o valor recebido a título de
vale-cultura.
Art. 13. O § 9o do art. 28 da Lei no 8.212, de ........................................................................ ”
24 de julho de 1991, passa a vigorar acrescido
da seguinte alínea y: Art. 16. O Poder Executivo regulamentará esta
“Art. 28. .......................................................... Lei no prazo de 60 (sessenta) dias, contados da
.......................................................................... data de sua publicação.
§ 9o ..................................................................
.......................................................................... Art. 17. Esta Lei entra em vigor na data de
y) o valor correspondente ao vale-cultura. sua publicação.
........................................................................ ”
Brasília, 27 de dezembro de 2012; 191o da In-
Art. 14. O § 2o do art. 458 da Consolidação das dependência e 124o da República.
Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-
-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, passa a DILMA ROUSSEFF – Guido Mantega – Carlos
vigorar acrescido do seguinte inciso VIII: Daudt Brizola – Marta Suplicy
“Art. 458. ........................................................
.......................................................................... Promulgada em 27/12/2012 e publicada no DOU de
§ 2o .................................................................. 27/12/2012 – Seção Extra.
Legislação correlata
97
Medida Provisória no 2.228-1/2001
Estabelece princípios gerais da Política Nacional do Cinema, cria o Conselho Superior do Cinema
e a Agência Nacional do Cinema – ANCINE, institui o Programa de Apoio ao Desenvolvimento
do Cinema Nacional – PRODECINE, autoriza a criação de Fundos de Financiamento da
Indústria Cinematográfica Nacional – FUNCINES, altera a legislação sobre a Contribuição para o
Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional e dá outras providências.
III – obra videofonográfica: obra audiovisual à empresa produtora brasileira e utilizar para
cuja matriz original de captação é um meio sua produção, no mínimo, 2/3 (dois terços) de
magnético com capacidade de armazenamento artistas e técnicos brasileiros ou residentes no
de informações que se traduzem em imagens Brasil há mais de 3 (três) anos.
em movimento, com ou sem som; VI – segmento de mercado: mercados de
IV – obra cinematográfica e videofonográ- salas de exibição, vídeo doméstico em qualquer
fica de produção independente: aquela cuja suporte, radiodifusão de sons e imagens, co-
empresa produtora, detentora majoritária dos municação eletrônica de massa por assinatura,
direitos patrimoniais sobre a obra, não tenha mercado publicitário audiovisual ou quaisquer
qualquer associação ou vínculo, direto ou indi- outros mercados que veiculem obras cinema-
reto, com empresas de serviços de radiodifusão tográficas e videofonográficas;
VII – obra cinematográfica ou videofonográ-
fica de curta metragem: aquela cuja duração é
28
Leis nos 10.454/2002, 12.485/2011 e 12.599/2012. igual ou inferior a quinze minutos;
98
VIII – obra cinematográfica ou videofo- sediadas no Brasil, por satélite ou por qualquer
nográfica de média metragem: aquela cuja outro meio de transmissão ou veiculação;
duração é superior a quinze minutos e igual ou XVI – obra cinematográfica ou videofono-
inferior a setenta minutos; gráfica publicitária: aquela cuja matriz original
IX – obra cinematográfica ou videofonográ- de captação é uma película com emulsão fo-
fica de longa metragem: aquela cuja duração é tossensível ou matriz de captação digital, cuja
superior a setenta minutos; destinação é a publicidade e propaganda, expo-
X – obra cinematográfica ou videofonográfi- sição ou oferta de produtos, serviços, empresas,
ca seriada: aquela que, sob o mesmo título, seja instituições públicas ou privadas, partidos
produzida em capítulos; políticos, associações, administração pública,
XI – telefilme: obra documental, ficcional assim como de bens materiais e imateriais de
ou de animação, com no mínimo cinqüenta e qualquer natureza;
no máximo cento e vinte minutos de duração, XVII – obra cinematográfica ou videofono-
produzida para primeira exibição em meios gráfica publicitária brasileira: aquela que seja
eletrônicos. produzida por empresa produtora brasileira re-
XII – minissérie: obra documental, ficcional gistrada na ANCINE, observado o disposto no §
ou de animação produzida em película ou ma- 1o, realizada por diretor brasileiro ou estrangeiro
triz de captação digital ou em meio magnético residente no País há mais de 3 (três) anos, e
com, no mínimo, 3 (três) e no máximo 26 (vinte que utilize para sua produção, no mínimo, 2/3
e seis) capítulos, com duração máxima de 1.300 (dois terços) de artistas e técnicos brasileiros ou
(um mil e trezentos) minutos; residentes no Brasil há mais de 5 (cinco) anos;
XIII – programadora: empresa que oferece, XVIII – obra cinematográfica ou videofo-
desenvolve ou produz conteúdo, na forma de ca- nográfica publicitária brasileira filmada no ex-
nais ou de programações isoladas, destinado às terior: aquela, realizada no exterior, produzida
empresas de serviços de comunicação eletrônica por empresa produtora brasileira registrada
de massa por assinatura ou de quaisquer outros na ANCINE, observado o disposto no § 1o,
serviços de comunicação, que transmitam sinais realizada por diretor brasileiro ou estrangeiro
eletrônicos de som e imagem que sejam gerados residente no Brasil há mais de 3 (três) anos, e
e transmitidos por satélite ou por qualquer ou- que utilize para sua produção, no mínimo, 1/3
tro meio de transmissão ou veiculação; (um terço) de artistas e técnicos brasileiros ou
XIV – programação internacional: aquela residentes no Brasil há mais de 5 (cinco) anos;
gerada, disponibilizada e transmitida direta- XIX – obra cinematográfica ou videofono-
mente do exterior para o Brasil, por satélite ou gráfica publicitária estrangeira: aquela que não
por qualquer outro meio de transmissão ou atende o disposto nos incisos XVII e XVIII do
veiculação, pelos canais, programadoras ou caput;
empresas estrangeiras, destinada às empresas XX – obra cinematográfica ou videofonográ-
de serviços de comunicação eletrônica de massa fica publicitária brasileira de pequena veiculação:
por assinatura ou de quaisquer outros serviços aquela que seja produzida por empresa produto-
de comunicação que transmitam sinais eletrô- ra brasileira registrada na ANCINE, observado o
nicos de som e imagem; disposto no § 1o, realizada por diretor brasileiro
XV – programação nacional: aquela gerada e ou estrangeiro residente no País há mais de 3
disponibilizada, no território brasileiro, pelos ca- (três) anos, e que utilize para sua produção, no
nais ou programadoras, incluindo obras audio- mínimo, 2/3 (dois terços) de artistas e técnicos
Legislação correlata
realizados com recursos públicos e incentivos legais no âmbito de suas competências, nos
fiscais, ressalvadas as competências dos Minis- termos do § 6o do art. 5o da Lei no 7.347, de 24
térios da Cultura e das Comunicações; de julho de 1985.
XII – fornecer os Certificados de Produto XXII – promover interação com administra-
Brasileiro às obras cinematográficas e video- ções do cinema e do audiovisual dos Estados
fonográficas; membros do Mercosul e demais membros
XIII – fornecer Certificados de Registro da comunidade internacional, com vistas na
dos contratos de produção, co-produção, consecução de objetivos de interesse comum; e
distribuição, licenciamento, cessão de direitos XXIII – estabelecer critérios e procedimen-
de exploração, veiculação e exibição de obras tos administrativos para a garantia do princípio
cinematográficas e videofonográficas; da reciprocidade no território brasileiro em
XIV – gerir o sistema de informações para relação às condições de produção e exploração
o monitoramento das atividades da indústria de obras audiovisuais brasileiras em territórios
cinematográfica e videofonográfica nos seus estrangeiros.
102
Parágrafo único. A organização básica e as IX – julgar recursos interpostos contra de-
competências das unidades da ANCINE serão cisões de membros da Diretoria;
estabelecidas em ato do Poder Executivo. X – autorizar a contratação de serviço de
terceiros na forma da legislação vigente;
XI – autorizar a celebração de contratos,
SEÇÃO II – Da Estrutura convênios e acordos;
Parágrafo único. A Diretoria Colegiada
Art. 8o A ANCINE será dirigida em regime reunir-se-á com a presença de, pelo menos, três
de colegiado por uma diretoria composta de diretores, dentre eles o Diretor-Presidente, e
um Diretor-Presidente e três Diretores, com deliberará por maioria simples de votos.
mandatos não coincidentes de quatro anos.
§ 1o Os membros da Diretoria serão brasi- Art. 10. Compete ao Diretor-Presidente da
leiros, de reputação ilibada e elevado conceito ANCINE:
no seu campo de especialidade, escolhidos I – exercer a representação legal da agência;
pelo Presidente da República e por ele nome- II – presidir as reuniões da Diretoria Co-
ados após aprovação pelo Senado Federal, nos legiada;
termos da alínea “f ” do inciso III do art. 52 da III cumprir e fazer cumprir as decisões da
Constituição Federal. Diretoria Colegiada;
§ 2o O Diretor-Presidente da ANCINE será IV – exercer o voto de qualidade, em caso de
escolhido pelo Presidente da República entre os empate nas deliberações da Diretoria Colegiada;
membros da Diretoria Colegiada. V – nomear, exonerar e demitir servidores
§ 3o Em caso de vaga no curso do mandato e empregados;
de membro da Diretoria Colegiada, este será VI – prover os cargos em comissão e as
completado por sucessor investido na forma funções de confiança;
prevista no § 1o deste artigo, que o exercerá pelo VII – aprovar editais de licitação e homolo-
prazo remanescente. gar adjudicações;
§ 4o Integrarão a estrutura da ANCINE uma VIII – encaminhar ao órgão supervisor a
Procuradoria-Geral, que a representará em proposta de orçamento da ANCINE;
juízo, uma Ouvidoria-Geral e uma Auditoria. IX – assinar contratos, acordos e convê-
§ 5o A substituição dos dirigentes em seus im- nios, previamente aprovados pela Diretoria
pedimentos será disciplinada em regulamento. Colegiada;
X – ordenar despesas e praticar os atos de
Art. 9o Compete à Diretoria Colegiada da gestão necessários ao alcance dos objetivos da
ANCINE: ANCINE;
I – exercer sua administração; XI – sugerir a propositura de ação civil pú-
II – editar normas sobre matérias de sua blica pela ANCINE, nos casos previstos em lei;
competência; XII – exercer a função de Secretário-Execu-
III – aprovar seu regimento interno; tivo do Conselho Superior do Cinema;
IV – cumprir e fazer cumprir as políticas e XIII – exercer outras atividades necessárias
diretrizes aprovadas pelo Conselho Superior à gestão da ANCINE e à implementação das
de Cinema; decisões do Conselho Superior do Cinema.
V – deliberar sobre sua proposta de orça-
mento;
Legislação correlata
que lei fixe seu valor. o primeiro dia útil seguinte à sua solicitação,
para obra cinematográfica ou videofonográfica
Art. 34. O produto da arrecadação da Con-
decine será destinado ao Fundo Nacional da 42
Lei no 11.437/2006.
43
Lei no 12.485/2011.
41
Lei no 12.485/2011. 44
Leis nos 10.454/2002, 12.485/2011 e 12.599/2012.
107
publicitária brasileira, brasileira filmada no devida referente ao inciso III do caput do art. 33
exterior ou estrangeira para cada segmento de e das taxas de fiscalização de que trata a Lei no
mercado, conforme Anexo I; 5.070, de 7 de julho de 1966, que cria o Fundo
IV – na data do registro do título, para o de Fiscalização das Telecomunicações.
mercado de serviços de radiodifusão de sons e
imagens e de comunicação eletrônica de massa Art. 39. São isentos da CONDECINE:47
por assinatura, para obra cinematográfica e I – a obra cinematográfica e videofonográ-
videofonográfica nacional, conforme Anexo I; fica destinada à exibição exclusiva em festivais
V – na data do pagamento, crédito, emprego e mostras, desde que previamente autorizada
ou remessa das importâncias referidas no pa- pela ANCINE;
rágrafo único do art. 32; II – a obra cinematográfica e videofonográfi-
VI – na data da concessão do certificado ca jornalística, bem assim os eventos esportivos;
de classificação indicativa, nos demais casos, III – as chamadas dos programas e a publi-
conforme Anexo I. cidade de obras cinematográficas e videofono-
VII – anualmente, até o dia 31 de março, gráficas veiculadas nos serviços de radiodifusão
para os serviços de que trata o inciso II do art. de sons e imagens, nos serviços de comunicação
32 desta Medida Provisória. eletrônica de massa por assinatura e nos seg-
mentos de mercado de salas de exibição e de
Art. 37. O não recolhimento da CONDECINE vídeo doméstico em qualquer suporte;
no prazo sujeitará o contribuinte às penalidades IV – as obras cinematográficas ou videofo-
e acréscimos moratórios previstos nos arts. 44 e nográficas publicitárias veiculadas em Municí-
61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.45 pios que totalizem um número de habitantes a
§ 1o A pessoa física ou jurídica que promo- ser definido em regulamento;
ver a exibição, transmissão, difusão ou veicula- V – a exportação de obras cinematográficas
ção de obra cinematográfica ou videofonográfi- e videofonográficas brasileiras e a programação
ca que não tenha sido objeto do recolhimento brasileira transmitida para o exterior;
da CONDECINE responde solidariamente por VI – as obras audiovisuais brasileiras,
essa contribuição. produzidas pelas empresas de serviços de
§ 2o A solidariedade de que trata o § 1o não radiodifusão de sons e imagens e empresas de
se aplica à hipótese prevista no parágrafo único serviços de comunicação eletrônica de massa
do art. 32. por assinatura, para exibição no seu próprio
segmento de mercado ou quando transmitida
Art. 38. A administração da CONDECINE, por força de lei ou regulamento em outro seg-
inclusive as atividades de arrecadação, tribu- mento de mercado, observado o disposto no
tação e fiscalização, compete à:46 parágrafo único, exceto as obras audiovisuais
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
por assinatura, estarão sujeitas ao pagamento da II – trinta por cento, quando se tratar de:
CONDECINE se vierem a ser comercializadas a) obras audiovisuais destinadas ao segmen-
em outros segmentos de mercado. to de mercado de salas de exibição que sejam
§ 2o Os valores correspondentes aos 3% exploradas com até 6 (seis) cópias;
(três por cento) previstos no inciso X do caput
deste artigo deverão ser depositados na data do 48
Leis nos 10.454/2002 e 12.599/2012.
109
b) obras cinematográficas e videofonográ- em projetos e programas que, atendendo aos
ficas destinadas à veiculação em serviços de critérios e diretrizes estabelecidos pela ANCI-
radiodifusão de sons e imagens e cuja produção NE, sejam destinados a:50
tenha sido realizada mais de vinte anos antes I – projetos de produção de obras audiovi-
do registro do contrato no ANCINE; suais brasileiras independentes realizadas por
III – (Revogado); empresas produtoras brasileiras;
IV – 10% (dez por cento), quando se tratar II – construção, reforma e recuperação das
de obra publicitária brasileira realizada por salas de exibição de propriedade de empresas
microempresa ou empresa de pequeno porte, brasileiras;
segundo as definições do art. 3o da Lei Com- III – aquisição de ações de empresas brasilei-
plementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, ras para produção, comercialização, distribui-
com custo não superior a R$ 10.000,00 (dez ção e exibição de obras audiovisuais brasileiras
mil reais), conforme regulamento da Ancine. de produção independente, bem como para
prestação de serviços de infra-estrutura cine-
matográficos e audiovisuais;
CAPÍTULO VII – Dos Fundos de IV – projetos de comercialização e distri-
Financiamento da Indústria Cinematográfica buição de obras audiovisuais cinematográficas
Nacional – FUNCINES brasileiras de produção independente realiza-
dos por empresas brasileiras; e
Art. 41. Os Fundos de Financiamento da V – projetos de infra-estrutura realizados
Indústria Cinematográfica Nacional – FUN- por empresas brasileiras.
CINES serão constituídos sob a forma de con- § 1o Para efeito da aplicação dos recursos
domínio fechado, sem personalidade jurídica, dos Funcines, as empresas de radiodifusão de
e administrados por instituição financeira auto- sons e imagens e as prestadoras de serviços de
rizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil telecomunicações não poderão deter o controle
ou por agências e bancos de desenvolvimento.49 acionário das empresas referidas no inciso III
§ 1o O patrimônio dos FUNCINES será do caput deste artigo.
representado por quotas emitidas sob a forma § 2 o Os Funcines deverão manter, no
escritural, alienadas ao público com a interme- mínimo, 90% (noventa por cento) do seu pa-
diação da instituição administradora do Fundo. trimônio aplicados em empreendimentos das
§ 2o A administradora será responsável por espécies enumeradas neste artigo, observados,
todas as obrigações do Fundo, inclusive as de em relação a cada espécie de destinação, os
caráter tributário. percentuais mínimos a serem estabelecidos
em regulamento.
Art. 42. Compete à Comissão de Valores § 3o A parcela do patrimônio do Fundo não
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
Art. 74. O Poder Executivo estimulará a as- Brasília, 6 de setembro de 2001; 180o da Inde-
sociação de capitais nacionais e estrangeiros, pendência e 113o da República.
inclusive por intermédio dos mecanismos de
conversão da dívida externa, para o finan- FERNANDO HENRIQUE CARDOSO – Sérgio
ciamento a empresas e a projetos voltados às Silva do Amaral – Francisco Weffort – Pedro
atividades de que trata esta Medida Provisória, Parente
na forma do regulamento.
Promulgada em 6/9/2001 e publicada no DOU de
64
Lei no 11.314/2006. 10/9/2001. Não consta o anexo II.
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
Anexo I
65
Lei no 10.454/2002.
66
Lei no 10.454/2002.
117
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária brasileira filmada no
R$ 28.000,00
exterior com pagamento simultâneo para todos os segmentos de mercado
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária brasileira filmada no
R$ 20.000,00
exterior, para o mercado de serviços de radiodifusão de sons e imagens
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária brasileira filmada no
exterior, para o mercado de serviços de comunicação eletrônica de massa por R$ 6.000,00
assinatura [Lei no 12.599/2012]
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária brasileira filmada no
R$ 3.500,00
exterior, para o mercado de vídeo doméstico, em qualquer suporte
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária brasileira filmada no
R$ 3.500,00
exterior, para o mercado de salas de exibição
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária brasileira filmada no
R$ 500,00
exterior para outros segmentos de mercado
c) (Revogado)68
67
Leis nos 10.454/2002 e 12.599/2012.
68
Lei no 12.599/2012.
69
Leis nos 10.454/2002 e 12/599/2012.
118
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária brasileira, para o merca-
R$ 710,00
do de vídeo doméstico, em qualquer suporte
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária brasileira, para o merca-
R$ 710,00
do de salas de exibição
– obra cinematográfica ou videofonográfica publicitária brasileira para outros
R$ 240,00
segmentos de mercado
a) base 160,00
a) Serviço Móvel Celular b) repetidora 160,00
c) móvel 3,22
a) base em área de até 300.000 habi-
80,00
tantes
b) Serviço Limitado Móvel Especiali- b) base em área acima de 300.000 até
112,00
zado 700.000 habitantes
c) base acima de 700.000 habitantes 144,00
d) móvel 3,22
c) Serviço Especial de TV por Assinatura 289,00
d) Serviço Especial de Canal Secundário de Radiodifusão de Sons e Imagens 40,00
e) Serviço Especial de Repetição de Televisão 48,00
f) Serviço Especial de Repetição de Sinais de TV Via Satélite 48,00
g) Serviço Especial de Retransmissão de Televisão 60,00
a) terminal de sistema de comunicação
3,22
global por satélite
b) estação terrena de pequeno porte
com capacidade de transmissão e
24,00
diâmetro de antena inferior a 2,4m,
controlada por estação central
c) estação terrena central controlado-
ra de aplicações de redes de dados e 48,00
outras
h) Serviço Suportado por Meio de d) estação terrena de grande porte com
Satélite capacidade de transmissão, utilizada
para sinais de áudio, vídeo, dados ou 1.608,00
telefonia e outras aplicações, com diâ-
metro de antena superior a 4,5m
e) estação terrena móvel com capacida-
402,00
de de transmissão
f) estação espacial geoestacionária (por
3.217,00
satélite)
g) estação espacial não geostacionária
3.217,00
(por sistema)
Legislação correlata
70
Lei no 12.485/2011.
119
a) base em área de até 300.000 habi-
1.206,00
tantes
i) Serviço de Distribuição Sinais Multi-
b) base em área acima de 300.000 até
ponto Multicanal 1.608,00
700.000 habitantes
c) base acima de 700.000 habitantes 2.011,00
a) base em área de até 300.000 habi-
1.206,00
tantes
j) Serviço de TV a Cabo b) base em área acima de 300.000 até
700.000 habitantes 1.608,00
c) base acima de 700.000 habitantes 2.011,00
k) Serviço de Distribuição de Sinais de TV por Meios Físicos 624,00
a) estações instaladas nas cidades com
1.464,00
população até 500.000 habitantes
b) estações instaladas nas cidades com
população entre 500.001 e 1.000.000 de 1.728,00
habitantes
c) estações instaladas nas cidades com
população entre 1.000.001 e 2.000.000 2.232,00
de habitantes
d) estações instaladas nas cidades com
l) Serviço de Radiodifusão de Sons e população entre 2.000.001 e 3.000.000 2.700,00
Imagens de habitantes
e) estações instaladas nas cidades com
população entre 3.000.001 e 4.000.000 3.240,00
de habitantes
f) estações instaladas nas cidades com
população entre 4.000.001 e 5.000.000 3.726,00
de habitantes
g) estações instaladas nas cidades
com população acima de 5.000.000 de 4.087,00
habitantes
m) Serviço Auxiliar de Radiodifusão e Correlatos – Ligação para Transmissão de Programas,
Reportagem Externa, Comunicação de Ordens, Telecomando, Telemando e outros
m.1) Televisão 120,00
m .2) Televisão por Assinatura 120,00
a) até 200 terminais 88,00
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
120
a) base em área de até 300.000 habi-
1.206,00
tantes
b) base em área acima de 300.000 até
1.608,00
700.000 habitantes
c) base acima de 700.000 habitantes 2.011,00
q) Serviço de Acesso condicionado d) base com capacidade de cobertura
2.011,00
nacional
e) estação terrena de grande porte com
capacidade para transmissão de sinais
1.608,00
de televisão ou de áudio, bem como de
ambos
a) base 160,00
r) Serviço de Comunicação Multimídia b) repetidora 160,00
c) móvel 3,22
a) base 160,00
s) Serviço Móvel Pessoal b) repetidora 160,00
c) móvel 3,22
Legislação correlata
121
Decreto no 3.100/1999
Regulamenta a Lei no 9.790, de 23 de março de 1999, que dispõe sobre a qualificação de pessoas
jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e dá outras providências.
Art. 2o O responsável pela outorga da qua- Art. 4o Qualquer cidadão, vedado o anonimato
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
122
Art. 5o Qualquer alteração da finalidade ou próprio, do qual constarão os direitos, as res-
do regime de funcionamento da organização, ponsabilidades e as obrigações das partes e as
que implique mudança das condições que cláusulas essenciais descritas no art. 10, § 2o, da
instruíram sua qualificação, deverá ser comu- Lei no 9.790, de 1999.
nicada ao Ministério da Justiça, acompanhada
de justificativa, sob pena de cancelamento da Art. 9 o O órgão estatal responsável pela
qualificação. celebração do Termo de Parceria verificará
previamente:71
Art. 6o Para fins do art. 3o da Lei no 9.790, de I – a validade da certidão de regularidade
1999, entende-se: expedida pelo Ministério da Justiça, na forma
I – como Assistência Social, o desenvolvi- do Regulamento;
mento das atividades previstas no art. 3o da Lei II – o regular funcionamento da Organiza-
Orgânica da Assistência Social; ção da Sociedade Civil de Interesse Público; e
II – por promoção gratuita da saúde e edu- III – o exercício pela Organização da Socie-
cação, a prestação destes serviços realizada pela dade Civil de Interesse Público de atividades
Organização da Sociedade Civil de Interesse referentes à matéria objeto do Termo de Par-
Público mediante financiamento com seus ceria nos últimos três anos.
próprios recursos.
§ 1o Não são considerados recursos próprios Art. 9o-A. É vedada a celebração de Termo de
aqueles gerados pela cobrança de serviços de Parceria com Organizações da Sociedade Civil
qualquer pessoa física ou jurídica, ou obtidos de Interesse Público que tenham, em suas rela-
em virtude de repasse ou arrecadação com- ções anteriores com a União, incorrido em pelo
pulsória. menos uma das seguintes condutas:72
§ 2o O condicionamento da prestação de I – omissão no dever de prestar contas;
serviço ao recebimento de doação, contrapar- II – descumprimento injustificado do objeto
tida ou equivalente não pode ser considerado de convênios, contratos de repasse ou termos
como promoção gratuita do serviço. de parceria;
III – desvio de finalidade na aplicação dos
Art. 7o Entende-se como benefícios ou vanta- recursos transferidos;
gens pessoais, nos termos do inciso II do art. 4o IV – ocorrência de dano ao Erário; ou
da Lei no 9.790, de 1999, os obtidos: V – prática de outros atos ilícitos na exe-
I – pelos dirigentes da entidade e seus côn- cução de convênios, contratos de repasse ou
juges, companheiros e parentes colaterais ou termos de parceria.
afins até o terceiro grau;
II – pelas pessoas jurídicas das quais os Art. 10. Para efeitos da consulta mencionada
mencionados acima sejam controladores ou no art. 10, § 1o, da Lei no 9.790, de 1999, o mo-
detenham mais de dez por cento das partici- delo a que se refere o parágrafo único do art. 8o
pações societárias. deverá ser preenchido e remetido ao Conselho
de Política Pública competente.
Art. 8o Será firmado entre o Poder Público e § 1o A manifestação do Conselho de Políti-
as entidades qualificadas como Organizações ca Pública será considerada para a tomada de
da Sociedade Civil de Interesse Público, Termo decisão final em relação ao Termo de Parceria.
de Parceria destinado à formação de vínculo de § 2o Caso não exista Conselho de Política
Legislação correlata
123
zar a consulta, não podendo haver substituição I – relatório sobre a execução do objeto do
por outro Conselho. Termo de Parceria, contendo comparativo entre
§ 3o O Conselho de Política Pública terá o as metas propostas e os resultados alcançados;
prazo de trinta dias, contado a partir da data II – demonstrativo integral da receita e des-
de recebimento da consulta, para se manifestar pesa realizadas na execução;
sobre o Termo de Parceria, cabendo ao órgão III – parecer e relatório de auditoria, nos
estatal responsável, em última instância, a casos previstos no art. 19; e
decisão final sobre a celebração do respectivo IV – entrega do extrato da execução física e
Termo de Parceria. financeira estabelecido no art. 18.
§ 4o O extrato do Termo de Parceria, confor-
me modelo constante do Anexo I deste Decreto, Art. 13. O Termo de Parceria poderá ser ce-
deverá ser publicado pelo órgão estatal parceiro lebrado por período superior ao do exercício
no Diário Oficial, no prazo máximo de quinze fiscal.
dias após a sua assinatura. § 1o Caso expire a vigência do Termo de
Parceria sem o adimplemento total do seu ob-
Art. 11. Para efeito do disposto no art. 4o, jeto pelo órgão parceiro ou havendo excedentes
inciso VII, alíneas “c” e “d”, da Lei no 9.790, financeiros disponíveis com a Organização da
de 1999, entende-se por prestação de contas a Sociedade Civil de Interesse Público, o referido
comprovação da correta aplicação dos recursos Termo poderá ser prorrogado.
repassados à Organização da Sociedade Civil de § 2o As despesas previstas no Termo de
Interesse Público. Parceria e realizadas no período compreen-
§ 1o As prestações de contas anuais serão dido entre a data original de encerramento e
realizadas sobre a totalidade das operações a formalização de nova data de término serão
patrimoniais e resultados das Organizações da consideradas como legítimas, desde que cober-
Sociedade Civil de Interesse Público. tas pelo respectivo empenho.
§ 2o A prestação de contas será instruída
com os seguintes documentos: Art. 14. A liberação de recursos financeiros
I – relatório anual de execução de ativi- necessários à execução do Termo de Parceria
dades; far-se-á em conta bancária específica, a ser
II – demonstração de resultados do exer- aberta em banco a ser indicado pelo órgão
cício; estatal parceiro.
III – balanço patrimonial;
IV – demonstração das origens e aplicações Art. 15. A liberação de recursos para a imple-
de recursos; mentação do Termo de Parceria obedecerá ao
V – demonstração das mutações do patri- respectivo cronograma, salvo se autorizada sua
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
Art. 31-A. O Termo de Parceria deverá ser Decretado em 30/6/1999, publicado no DOU de
assinado pelo titular do órgão estatal respon- 1o/7/1999 e republicado no DOU de 13/7/1999.
74
Decreto no 7.568/2011.
75
Decreto no 7.568/2011.
Anexo I
..............................................................................................................................
Extrato de Termo de Parceria
Custo do Projeto: ......................................................................................................................................................
Local de realização do Projeto: ...............................................................................................................................
Legislação correlata
.....................................................................................................................................................................................
127
Endereço: ...................................................................................................................................................................
.....................................................................................................................................................................................
Cidade: .......................................................................................... UF: .......... CEP: ..............................
Tel.: .............................. Fax: .............................. E-mail: .......................................................................
Nome do responsável pelo Projeto: ........................................................................................................................
Cargo/Função: ..........................................................................................................................................................
Anexo II
..............................................................................................................................
Extrato de Relatório de Execução Física e Financeira de Termo de Parceria
Custo do Projeto: ......................................................................................................................................................
Local de realização do Projeto: ...............................................................................................................................
Data de assinatura do TP: ....../....../...... Início do Projeto: ....../....../...... Término: ....../....../......
Objetivos do Projeto:
Resultados alcançados:
128
Decreto no 4.456/2002
Regulamenta o art. 67 da Medida Provisória no 2.228-1, de 6 de setembro de 2001, estabelecendo as
competências do Ministério da Cultura e da Agência Nacional do Cinema – ANCINE, com relação
aos projetos audiovisuais realizados com base na Lei no 8.313, de 23 de dezembro de 1991, dispõe
sobre a transferência de atividades, nos termos do art. 66, inciso I, da referida Medida Provisória,
e dos processos relativos aos projetos audiovisuais realizados com base na citada Lei no 8.313, de
1991, e na Lei no 8.685, de 20 de julho de 1993, e dá outras providências.
nas Leis nos 8.313, de 1991, e 8.685, de 1993; bancárias vinculadas ao projeto e o respectivo
II – o exercício dos direitos e obrigações do prazo para encerramento das captações.
Ministério da Cultura correspondentes às com-
petências de que trata o inciso I deste artigo e os Art. 4o As prestações de contas encaminhadas
arts. 7, 55 e 56 da Medida Provisória no 2.228- até 30 de outubro de 2002 deverão ser anali-
1, de 2001, que estejam consubstanciados em sadas e aprovadas ou não, pelo Ministério da
129
Cultura, que ficará responsável, após tal provi- do Ministério da Cultura, a partir de 19 de
dência, pelo encaminhamento dos processos a novembro de 2002;
quem de direito, observadas as competências VII – os projetos já aprovados e em anda-
fixadas nos arts. 1o e 2o deste Decreto. mento, em data anterior à mencionada neste
inciso, e que se enquadrem nos incisos I e II
Art. 5o O valor máximo das deduções do im- do art. 1o deste Decreto, com base nas Leis nos
posto sobre a renda devido relativas às doações 8.685, de 1993, e 8.313, de 1991, a partir de 11
e aos patrocínios e investimentos em favor de de novembro de 2002;
projetos de que trata o art 1o deste Decreto e os VIII – a análise, aprovação, acompanha-
arts. 44 e 45 da Medida Provisória no 2.228-1, mento da execução e prestação de contas dos
de 2001, será fixado anualmente em decreto projetos, cujos processos de aprovação tenham
específico, excetuando-se daquele limite o valor início a partir de 11 de novembro de 2002, e que
referente ao art. 3o da Lei no 8.685, de 1993. se enquadrem nos incisos I e II do art. 1o deste
Decreto a serem realizados com os incentivos
Art. 6o O valor máximo das deduções do im- fiscais previstos nas Leis nos 8.313, de 1991, e
posto sobre a renda devido relativas às doações 8.685, de 1993;
e aos patrocínios em favor dos projetos culturais IX – os processos referentes aos acordos
de que trata a Lei no 8.313, de 1991, será fixado internacionais em execução, a partir da data
anualmente em decreto específico, excetuando- da publicação deste Decreto;
-se os casos previstos no art. 5o deste Decreto. X – a conservação e o tratamento dos acer-
vos documentais da EMBRAFILME – Distri-
Art. 7o Ficam transferidos da Secretaria do buidora de Filmes S.A. e do Conselho Nacional
Audiovisual do Ministério da Cultura para a de Cinema – CONCINE, a serem realizados
ANCINE as seguintes competências: pela ANCINE nas dependências do Ministério
I – registro de obras audiovisuais cine- da Cultura, onde se encontram atualmente, a
matográficas e videofonográficas, bem como partir da data da publicação deste Decreto;
todas aquelas passíveis de enquadramento XI – a guarda dos acervos documentais da
nas normas fixadas pela Medida Provisória no EMBRAFILME e CONCINE, a partir de 7 de
2.228-1, de 2001, a partir da data da publicação maio de 2004;
deste Decreto; XII – os contratos, convênios ou congêneres
II – emissão de Certificados de Registro de firmados com órgãos e entidades públicas ou
títulos relativos aos contratos de produção, co- privadas e os processos administrativos de que
-produção, distribuição, licenciamento, cessão trata o art. 1o, inciso II, deste Decreto.
de direitos de exploração, veiculação e exibição Parágrafo único. Os registros de contratos
de obras cinematográficas e videofonográficas, solicitados ao Ministério da Cultura até 31 de
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
a partir da data da publicação deste Decreto; maio de 2002 são de responsabilidade daquele
III – emissão de Certificados de Produto Ministério.
Brasileiro – CPB às obras audiovisuais enqua-
dráveis no art. 1o da Medida Provisória no 2.228- Art. 8o A participação oficial, o apoio à parti-
1, de 2001, a partir de 11 de novembro de 2002; cipação de obras cinematográficas e videofono-
IV – concessão de autorização para filmagens gráficas em festivais nacionais e a participação
estrangeiras, a partir de 11 de novembro de 2002; oficial em eventos organizados por organismos
V – as relações com os organismos de de caráter cultural serão de responsabilidade do
governo responsáveis pela autorização para Ministério da Cultura.
importação e exportação de obras cinemato-
gráficas e videofonográficas, a partir da data Art. 9 o A participação oficial e o apoio à
da publicação deste Decreto; participação de obras cinematográficas e vi-
VI – os acervos documentais da Coordena- deofonográficas em festivais internacionais, em
ção de Registro da Secretaria do Audiovisual feiras comerciais e mercados cinematográficos
130
e videofonográficos, além da participação em a exibição do cinema nacional e estatísticas
eventos organizados por organismos de caráter sobre o cinema estrangeiro, fornecidos pelas
comercial e industrial, serão de responsabilida- entidades de produção, distribuição e exibição.
de da ANCINE.
Art. 12. O encaminhamento à ANCINE pelo
Art. 10. O Ministério da Cultura deverá, até 6 Ministério da Cultura dos documentos de que
de dezembro de 2002, ceder à ANCINE a base trata o inciso XII do art. 7o deverá ser acom-
de dados referente aos projetos que serão a ela panhado de relatórios individuais contendo
transferidos e a respectiva documentação técnica todo o histórico e andamento do exercício dos
dos programas-fontes do sistema de acompanha- direitos e obrigações deles decorrentes, com a
mento de projetos, já cedidos àquela Agência. fase em que se encontram e demais informações
Parágrafo único. O Ministério da Cultura necessárias ao cumprimento, pela ANCINE, de
deverá prestar consultoria à ANCINE para suas atribuições.
adaptação dos programas de que trata o caput.
Art. 13. Este Decreto entra em vigor na data
Art. 11. O Ministério da Cultura deverá, até de sua publicação.
6 de dezembro de 2002, entregar à ANCINE,
impressos e em meio magnético: Brasília, 4 de novembro de 2002; 181o da Inde-
I – relatórios históricos dos benefícios fiscais pendência e 114o da República.
concedidos, com os respectivos valores, desde a
sua criação, relativos às Leis nos 8.685, de 1993, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO –
e 8.313, de 1991; Francisco Weffort – Pedro Parente
II – relatórios e estatísticas disponíveis sobre
o cumprimento das exigências legais, inclusive Decretado em 4/11/2002 e publicado no DOU de
da Lei no 8.401, de 8 de janeiro de 1992, sobre 5/11/2002.
Legislação correlata
131
Decreto no 5.396/2005
Regulamenta o art. 19 da Lei no 9.637, de 15 de maio de 1998, que dispõe sobre o recebimento de
recursos e a veiculação de publicidade institucional por organizações sociais que exercem atividades
de rádio e televisão educativa, e dá outras providências.
132
Decreto no 5.520/2005
Institui o Sistema Federal de Cultura – SFC e dispõe sobre a composição e o funcionamento do
Conselho Nacional de Política Cultural – CNPC do Ministério da Cultura, e dá outras providências.
Federal; e
VII – Comissão de Educação e Cultura da Art. 18. As reuniões do Plenário do CNPC
Câmara dos Deputados. serão instaladas com a presença de, no mínimo,
§ 3o O CIPOC será formado pelos titulares cinqüenta por cento dos conselheiros.82
das secretarias, autarquias e fundações vincu-
ladas ao Ministério da Cultura. Art. 19. As decisões do Plenário do CNPC
§ 4o Os Colegiados Setoriais serão consti- serão tomadas por maioria simples de votos, à
tuídos por representantes do Poder Público e exceção das situações que exijam quórum qua-
da sociedade civil, de acordo com regimento lificado, de acordo com o regimento interno.83
interno do CNPC.
§ 5o As Comissões Temáticas ou Grupos de
Trabalho serão integrados por representantes 81
Decreto no 6.973/2009.
do Poder Público e da sociedade civil, de acordo 82
Decreto no 6.973/2009.
com norma do Ministério da Cultura. 83
Decreto no 6.973/2009.
136
Art. 20. Ao Presidente do CNPC caberá so- Art. 23. Este Decreto entra em vigor na data
mente o voto de qualidade, nas votações que de sua publicação.
resultarem em empate.
Art. 24. Ficam revogados o Decreto no 3.617,
Art. 21. A Secretaria de Articulação Institu- de 2 de outubro de 2000, e o art. 5o do Decreto
cional do Ministério da Cultura prestará apoio no 5.036, de 7 de abril de 2004.
técnico e administrativo ao CNPC.84
Brasília, 24 de agosto de 2005; 184o da Indepen-
Art. 22. O Ministério da Cultura fará publicar, dência e 117o da República.
ad referendum do CNPC, o regulamento da
primeira Conferência Nacional de Cultura, a LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Gilberto Gil
ser realizar em 2005.
Decretado em 24/8/2005 e publicado no DOU de
25/8/2005.
Legislação correlata
84
Decreto no 6.973/2009.
137
Decreto no 6.299/2007
Regulamenta os arts. 1o, 2o, 3o, 4o, 5o e 6o da Lei no 11.437, de 28 de dezembro de 2006, que destinam
recursos para o financiamento de programas e projetos voltados para o desenvolvimento das atividades
audiovisuais, e dá outras providências.
141
implantação, construção e ampliação de com- mentos privados em salas de cinema, favorecer
plexos cinematográficos, deverão observar os a digitalização do parque exibidor e fortalecer
seguintes critérios de prioridade na avaliação a sustentabilidade econômica da atividade de
e aprovação de projetos: exibição cinematográfica.
I – localização dos complexos em zonas ur-
banas, cidades e regiões brasileiras desprovidas Art. 8o Poderão ser beneficiárias do RECINE
ou mal atendidas pela oferta de salas de exibição as pessoas jurídicas que atendam, cumulativa-
cinematográfica; mente, às seguintes condições e características:
II – contribuição para a ampliação do estrato I – sejam titulares de projeto de exibição
social com acesso ao cinema; cinematográfica previamente credenciado e
III – compromissos relativos a preços de aprovado pela Agência Nacional do Cinema
ingresso; – ANCINE;
IV – opção pela digitalização da projeção II – exerçam atividades relativas à implan-
cinematográfica; tação ou operação de complexos cinematográ-
V – parcerias com Municípios, Estados e ficos, ou à locação de equipamentos para salas
Distrito Federal; e de cinema;
VI – prioridade para a exibição de filmes III – comprovem regularidade fiscal em rela-
nacionais. ção aos impostos e contribuições administrados
pela Secretaria da Receita Federal do Brasil do
Art. 5o O Comitê Gestor de que trata o art. 5o Ministério da Fazenda; e
da Lei no 11.437, de 28 de dezembro de 2006, IV – sejam habilitadas pela Secretaria da Re-
disporá, observados os critérios de prioridade ceita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda.
previstos no art. 4o, sobre:
I – condições, cidades e zonas urbanas para Art. 9o O RECINE suspende a exigência de
a seleção dos projetos concorrentes às linhas de tributos incidentes sobre a venda no mercado
crédito e investimento do Programa Cinema interno e sobre a importação de máquinas,
Perto de Você; e aparelhos, instrumentos e equipamentos, no-
II – taxas de juros e de administração, ga- vos, para incorporação no ativo imobilizado
rantias, equalização de encargos financeiros, e utilização em complexos de exibição, bem
limites, prazos e forma de retorno dos investi- como de materiais para sua construção, quando
mentos do FSA. a aquisição ou a importação forem efetuadas
por pessoa jurídica beneficiária.
Art. 6o Qualquer empresa com sede e admi- § 1o A suspensão da exigência prevista no
nistração no País poderá inscrever projetos caput abrange os seguintes tributos:
para as linhas financeiras do FSA, observada a I – a Contribuição para o PIS/PASEP e a
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
Art. 15. Concluída a execução do projeto, Art. 18. A suspensão da exigência da Con-
deverá ser solicitado, no prazo de trinta dias, tribuição para o PIS/PASEP e da COFINS,
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
Art. 25. A Secretaria da Receita Federal do DILMA ROUSSEFF – Guido Mantega – Anna
Brasil do Ministério da Fazenda e a ANCINE Maria Buarque de Hollanda
disciplinarão, no âmbito de suas competências,
a aplicação das disposições deste Decreto, inclu- Decretado em 25/5/2012 e publicado no DOU de
sive em relação aos procedimentos para creden- 28/5/2012. Não consta o anexo.
ciamento e aprovação dos projetos e habilitação
ao RECINE e demais medidas tributárias.
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
146
Informações complementares
Índice geral de assuntos e entidades
150
PROGRAMA CINEMA PERTO DE VOCÊ PROGRAMA NACIONAL DE APOIO À
* instituição; linhas de crédito – art. 9o a art. 11 CULTURA – PRONAC
da Lei no 12.599/2012 e Decreto no 7.729/2012 * distribuição gratuita; produtos; patro-
* Projeto Cinema da Cidade; instituição; cinador; limite –art. 31 do Decreto n o
Municípios, Estados ou Distrito Federal; 5.761/2006
apresentação – art. 17 da Lei no 12.599/2012 * implementação; mecanismos, abrangência;
e Decreto no 7.729/2012 vedação – art. 2o da Lei no 8.313/91
* Regime Especial de Tributação para De- * instituição; finalidade – art. 1o da Lei no
senvolvimento da Atividade de Exibição 8.313/91
Cinematográfica (RECINE); beneficiários; * intercâmbio; mecanismo; Estados, Municí-
máquinas, aparelhos, instrumentos e equi- pios e Distrito Federal – art. 48 do Decreto
pamentos; mercado interno ou importação; no 5.761/2006
contribuições; impostos; não exigência; isen- * logomarca; Ministério da Cultura; obriga-
ção; alíquota zero; prazo – art. 12 a art. 15 da toriedade – art. 47 do Decreto no 5.761/2006
Lei no 12.599/2012 e Decreto no 7.729/2012 * programas, projetos e ações; acesso – art.
27 do Decreto no 5.761/2006 – circulação
PROGRAMA DE APOIO AO DESENVOLVI- pública – art. 46 do Decreto no 5.761/2006
MENTO DA INFRA-ESTRUTURA DO CI- * projetos culturais; objetivos – art. 3o da Lei
NEMA E DO AUDIOVISUAL – PRÓ-INFRA no 8.313/91
* mecanismo de fomento; atividades audio- * nomenclatura utilizada; proponente; bene-
visuais; fontes de recursos – art. 47 e art. 48 ficiário; incentivador; doação; patrocínio;
da Medida Provisória no 2.228-1/2001 e art. pessoa jurídica; produção cultural-educativa
4o da Lei no 11.437/2006 – art. 4o do Decreto no 5.761/2006
* plano anual; normas, diretrizes e metas –
PROGRAMA DE APOIO AO DESENVOLVI- art. 3o do Decreto no 5.761/2006
MENTO DO AUDIOVISUAL BRASILEIRO * programas, projetos e ações culturais; apoio;
– PRODAV) finalidades – art. 2o do Decreto no 5.761/2006
* mecanismo de fomento; atividades audio- – planos de distribuição; critérios – art. 44
visuais; fontes de recursos – art. 47 e art. 48 do Decreto no 5.761/2006
da Medida Provisória no 2.228-1/2001 e art. * procedimentos administrativos – art. 6o a
4o da Lei no 11.437/2006 art. 9o do Decreto no 5.761/2006
151
Lei no 8.313/91 – recursos; depósito – art. 29 * contrapartida – art. 12 do Decreto n o
da Lei no 8.313/91 5.761/2006 – dispensa – art. 13 do Decreto
* entidades incentivadoras e captadoras; no 5.761/2006
comunicação – art. 21 da Lei no 8.313/91 * FICART; programas, projetos e ações cul-
* imposto de renda; não sujeição – art. 23 da turais; finalidade – art. 19 do Decreto no
Lei no 8.313/91 – dedução; percentual – art. 5.761/2006 – aplicação; modalidade – art.
26 da Lei no 8.313/91 20 do Decreto no 5.761/2006
* incentivos; formas; – art. 18 da Lei n o * FNC; restrição – art. 4o da Lei no 8.313/91
8.313/91 – apresentação; notificação da não – utilização; instrução normativa; taxa de
aprovação; reconsideração; eficácia – art. 19 administração; subsídios – art. 10 do De-
da Lei no 8.313/91 creto no 5.761/2006
* infrações; sanções penais; pagamento – art. * Ministério da Cultura; publicação; prazo
30 da Lei no 8.313/91 –art. 19 da Lei no 8.313/91
* intermediação; vedação – art. 28 da Lei no * transferências financeiras; conta bancária
8.313/91 específica – art. 36 do Decreto no 5.761/2006
* Ministério da Cultura; escolha –art. 5o do – controle do fluxo – art. 37 do Decreto no
Decreto no 5.761/2006 5.761/2006
* patrocinador; recebimento vantagem; infra-
ção – art. 23 da Lei no 8.313/91
* princípio da não concentração por segmen- S
to – art. 19 da Lei no 8.313/91
SISTEMA DE INFORMAÇÕES E MONITO-
RAMENTO DA INDÚSTRIA CINEMATO-
R GRÁFICA E VIDEOFONOGRÁFICA
* criação; utilização; relatórios periódicos;
RECURSOS registro; ANCINE; comunicação; execução;
* captação – art. 1o da Lei no 8.313/91 – des- veiculação; requerimentos; informações
pesas; detalhamento; limite – art. 25 e art. 26 – art. 16 a art. 30 da Medida Provisória no
do Decreto no 5.761/2006 – prazo máximo; 2.228-1/2001
prorrogação; impedimento – art. 35 do De-
creto no 5.761/2006
Cultura: captação de recursos e incentivos fiscais
152