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Sexualidade e a Educação
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Carga horária: 55hs
Conteúdo Programático:
Contextualização
Sexualidade na escola
Pedagogia de gêneros
Orientações ao educador
O papel da escola
O papel da família
Quebrando os dogmas
A homossexualidade
Drogas
DSTs
Orientação sexual
Primeiras experiências
Sexualidade na infância
Sexo na adolescência
Encerramento
Bibliografia
Contextualização
A sexualidade humana tem sido ao longo dos tempos, objeto de estudo em
várias pesquisas. Neste contexto, a orientação sexual aparece com relevante
significado, isso em virtude da sua relação com a própria condição humana.
A sexualidade vai mais além do que a busca de prazer, passa pela constituição
do indivíduo, até a questão da cidadania.
De 1935 até 1950, não se tem registros de qualquer tipo de iniciativa ligada à
sexualidade. O que resultou num tremendo retrocesso no caminho da
educação sexual no Brasil.
Entretanto, devido à reprovação dos pais, esta abordagem não sobreviveu por
muito tempo. Essas escolas tinham uma orientação mais progressista, muito à
frente do contexto social retrógrado da época.
Enquanto o povo gritava nas ruas por “diretas já!”, eram publicadas as
primeiras revistas exibindo corpos nus, coisa que antes não ocorria.
Estava também ocorrendo uma grande revolução sexual nas mídias de massa,
a televisão, o cinema, e a mídia impressa, passava a publicar conteúdos que
até então, eram proibidos.
Em 1983 foi realizado o primeiro encontro para uma reflexão mais robusta
acerca da sexualidade na escola. Esta discussão se deu, sobretudo, pelo
crescimento acentuado nos índices de gravidez na adolescência e o
crescimento da AIDS entre os jovens.
O modelo foi tão bem elaborado, que foi copiado por outras capitais brasileiras
como Porto Alegre, Belo Horizonte, Florianópolis, entre outras.
O objetivo inicial era capacitar o educador para a abordagem deste tema tão
complexo, além de produzir material sobre o tema para que os educadores
estivessem aptos a trabalhar a orientação sexual e a prevenção das DSTs.
Dos anos 1990 até hoje, muito se tem estudado e discutido a respeito do tema.
Os educadores têm sido subsidiados de informação. Contudo, as redes
privadas e públicas de ensino, não tem tido eficácia, por motivos de tabu, pois
discutir um tema complicado abertamente, não é tarefa fácil.
Dentro do contexto atual, a orientação sexual nas escolas se faz cada vez mais
necessária, entretanto precisa ser discutida de forma clara e coesa, de maneira
que chegue à raiz do problema, isto é, informe e conscientize.
Certamente foi com muita ironia que Freud escreveu tais linhas, pois sua teoria
foi muito mais além de considerar a sexualidade um evento da puberdade,
inerte na fase da infância, e incontrolável na maturidade. Sua obra na verdade
foi uma crítica radical ao que a comunidade médica do século XVIII e, por que
não dizer ao que pensam muitas pessoas nos dias de hoje, sobre a
sexualidade.
Pessoas sofreram e outras ainda sofrem, pelo fato de terem uma orientação
sexual diferente. Isso é o resultado de séculos de omissão do governo, aliado à
hipocrisia da sociedade.
O que é sexualidade? “A sexualidade faz parte de nossa conduta. Ela faz parte
da liberdade em nosso usufruto deste mundo.” (Michel Foucault) A Sexualidade
é parte integrante de todo ser humano, está relacionada à intimidade, a
afetividade, ao carinho, a ternura, a uma forma de expressão de sentir e
expressar o amor humano através das relações afetivo-sexuais. Sua presença
está em todos os aspectos da vida humana desde a concepção até a morte,
manifestando-se em todas as fases da vida, infância, adolescência, fase adulta,
terceira idade; sem distinção de raça, cor, sexo, deficiência, etc.; além de que
não está apenas nos aspectos genitais, mas sendo considerada como uma das
suas formas de expressão, porém nunca como forma isolada, como um fim em
si mesma. Podemos definir sexualidade como um conjunto colorido que contém
contato, relação corpórea, psíquica, sentimental, desejo voltado a pessoas e
objetos; sonhos e delírios; prazer, gozo e dor; perda, sofrimento e frustração;
crescimento e futuro; consciência, plenitude do presente e memória do
passado; processos estes que vão sendo elaborados e dando espaço para
novas conquistas.
E isso não pode ser mais considerado como patológico ou como um distúrbio
de conduta. Encontramos casos que possam ter fatores assim, mas em nossa
experiência a maioria das situações estava infelizmente relacionada ao manejo
inadequado dos envolvidos com os portadores de necessidades especiais,
portanto de entenderem e serem continentes a estas expressões humanas.
Como conduzir estas emoções e comportamentos que transbordam em nós,
nas pessoas, em nossos filhos, em nossos alunos? Este é o grande impasse,
origem talvez de muitos conflitos dos pais, na família, na escola, entre
profissionais ligados ao atendimento dos deficientes mentais e autistas. As
famílias, sobretudo os pais, são as pessoas indicadas para atender essas
necessidades no curso desse momento evolutivo. Eles conhecem o filho há
mais tempo e podem proporcionar uma sensação de continuidade pessoal
quando ele sente as ameaças externas. Deram-lhe o aparato necessário e os
cuidados durante a infância, determinaram as regras, de modo que serão as
pessoas indicadas para ajudá-lo em mais esse desafio. As crises ocorrem com
o desenvolvimento normal dos adolescentes, independente de serem ou não
portadores de necessidades especiais, trazendo à tona conflitos não resolvidos
pelos pais, situações pensadas como resolvidas ou até mesmo esquecidas. A
vivência de velhos problemas aparece para os pais em função dos filhos,
aumentam a tensão em ambos os lados. É preciso educar-se para poder
educar. É a oportunidade de aprender com as experiências dos filhos e
resolver situações não vividas anteriormente. Embora os pais possam ser
mantidos num estado contínuo de trocas de papéis, os filhos adolescentes
conservam-se por um grande período ainda como crianças e dependentes,
principalmente quando estão diante dos pais. É difícil compreender essa
dualidade. O período inclui transformações e adaptações frequentes para o
sistema dos pais e dos filhos. Os pais precisam aprender a desenvolver um
relacionamento mais adulto com seus filhos, colaborando no processo de
crescimento, dentro das condições impostas por esse mesmo processo. O
adolescente experimenta uma contínua necessidade de sentir-se protegido
enquanto vai ensaiando sua independência, se rebelando, procurando suas
escolhas, indo contra aos hábitos dos pais, etc. O ideal seria que os pais
estivessem presentes quando necessário, sem interferir muito, transmitindo
uma sensação de firmeza para proporcionar o estabelecimento dos novos
comportamentos que estão conquistando.
Muito têm sido feito para ampliar as reflexões acerca das questões da
sexualidade na educação nos mais diversos níveis. Entretanto o assunto ainda
é visto com certo receio.
Há três abordagens sobre o tema educação, ou orientação sexual. A primeira é
a abordagem pedagógica, cujo intuito volta-se mais diretamente ao processo
ensino-aprendizado de sexualidade.
Por fim, temos a abordagem política, e por isto a importância desta na relação
entre a sexualidade e a educação. Ela possui as seguintes características:
Sexualidade na escola
Pedagogia de gêneros
Construindo identidades.
Quando nascemos logo nos primeiros anos aprendemos como falar, andar,
quem é a mãe, etc. Quando tomamos ciência de que somos um indivíduo, isto
é, quando nos reconhecemos enquanto sujeito é que começamos a construir
nossas identidades de gênero e sexual.
A maioria dos estudiosos acredita que não há uma identidade inata, trata-se de
um processo em que a criança se desenvolve. Tais processos são
influenciados por diversos fatores que constituem o próprio ser humano. A
classe social, a etnia, a religião, o gênero, etc.
A sexualidade tem sido colocada como tema central nas rodas pedagógicas de
discussão, sobretudo ela é colocada como central a nossa própria existência, o
governo acredita que a discussão deste tema nas escolas, “tem grande
importância no desenvolvimento e na vida psíquica das pessoas, pois
independentemente da potencialidade reprodutora, relaciona-se com o prazer,
necessidade fundamental dos seres humanos” (Brasil. 1998:17).
Vejamos:
Orientações ao educador
Dentro de um contexto sociocultural, vemos que o professor é uma espécie de
intermediador. Cabe a ele, a responsabilidade pela formação do aluno.
É preciso também considerar que estas questões vêm sendo pouco, ou quase
nada, discutidas em salas de aulas, mesmo em cursos superiores de
pedagogia. Ou mesmo abordada em uma conversa em família.
Percebe-se ainda a necessidade de que pais e professores, psicólogos infantis
e toda a diversidade de profissionais voltados à educação e ao cuidado de
crianças, tenham uma visão de infância que dê conta de suprir as
necessidades impostas pelo tema sexualidade.
Por tudo isso, é necessário discutir o tema em sala de aula, e nas reuniões
pedagógicas, para que a escola tenha não somente, alunos informados, como
também educadores capacitados e preparados para esclarecer suas dúvidas.
Uma das grandes pensadoras a discutir a sexualidade foi Marta Suplicy. Desde
o início da década de 1980 ela desenvolve estudos e traz o tema para a
reflexão.
Ela corroborou, de certa forma, para que hoje em dia, tivéssemos a ideia de
que educação sexual não significa apenas transmitir informações sobre sexo.
Mas também significa relação interpessoal, valores, atitudes, comportamento.
Muitas vezes, suas experiências se deram apenas pela leitura de revistas que
só leva em consideração o caráter biológico, desconsiderando os sentimentos
e emoções, ou por vezes pela tímida troca de informação com colegas
educadores.
Na charge acima se pode observar como o autor faz uma crítica ao despreparo
e à descontextualização do professor. Apesar do humor, trata-se da realidade
em muitas escolas do Brasil.
É extremamente necessário, olharmos com mais atenção para este tema, que
deve ser discutido intensamente nas escolas, desde que com o devido preparo
do educador.
Esse tema age em conjunto com várias matérias, cabe ao educador ter
orientação e discernimento para ministrá-los de forma coerente, mostrando aos
jovens a importância de conhecer seus próprios limites.
Uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz entre julho de 1999 e
fevereiro de 2001 mostra que 32,5% das mães que engravidaram na
adolescência estudaram no máximo até a quarta série do ensino fundamental.
Certamente a falta de instrução e escolaridade contribui para estes índices.
Para termos uma ideia, vinte anos após o primeiro relato público de caso de
AIDS, estima-se que as mortes causadas pela doença já chegam a 22 milhões.
Como se percebe, a educação sexual não surge na escola a partir dos PCNs.
Como vimos, a inserção da orientação sexual na escola parece estar associada
a uma questão epidêmica. Além de mudanças significativas no comportamento
sexual da sociedade.
– que em geral instigam a falar para escutar, e/ou registrar e redistribuir o que
dela se diz (RIBEIRO, 2007).
Mas por que tal dificuldade? Começa pelas reações dos alunos: sorrisinhos
maliciosos, piadinhas, burburinho geral, e, claro, as perguntas indiscretas que
ultrapassam o saber da biologia (AQUINO, 1997). Na escola, o discurso
biológico tem ocupado um espaço privilegiado em relação aos outros, visto que
existem muitos programas de educação sexual, como livros, manuais, mas a
sexualidade está principalmente vinculada com o conhecimento anátomo-
fisiológico dos sistemas reprodutores, ao uso de métodos anticoncepcionais,
aos mecanismos de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e da
AIDS (RIBEIRO, 2007). Esta intenção é evidenciada na justificativa de
implementação dos PCNs. Nesse âmbito a sexualidade tem ficado ligada
somente a aquisição de conhecimentos científicos dos sistemas reprodutores e
á genitalidade
A escola deve ressaltar que o bem estar e a saúde dependem de como você se
relaciona com sua sexualidade. Deve transmitir a ideia de que sim, o sexo é
prazeroso, e pode também ser seguro.
Nos PCNs, há uma grande intenção de estruturar as ações dos alunos e alunas
de modo que eles absorvam a mentalidade preventiva e pratique-a sempre,
incondicionalmente.
O professor e a diversidade.
Isso porque, cada vez mais os jovens querem falar sobre sexo, crianças e
adolescentes estão descobrindo a sexualidade e os limites do próprio corpo.
Nessa medida, o professor deve saber como direcionar uma conversa.
- O professor deve sempre encarar a dúvida de seu aluno como relevante por
mais simples que pareça.
- Por fim, deve haver uma espécie de acordo entre o educador e os jovens, em
que garanti o sigilo do que foi discutido em sala de aula, para que não ocorram
zombarias e comentários maldosos dos colegas. O respeito é à base de
qualquer tipo de relação humana, este caso, não é exceção.
O papel da escola
Tendo em vista que a sexualidade é um aspecto inerente aos seres humanos,
que também influencia o pensamento, sentimentos e emoções, além de estar
diretamente ligado ao bem estar físico e psicológico do indivíduo, podemos
refletir sobre o papel das instituições de ensino ao tratar da sexualidade.
A escola tem como responsabilidade prezar pela saúde e bem estar, dos seus
alunos, sobretudo proporcioná-los uma formação acadêmica que garanta
cidadania, respeito e consciência.
Entretanto, não é o que apontam as pesquisas. Elas revelam que esta não é a
realidade nas escolas de todo o Brasil. Apesar da evidente necessidade de
abordar o tema da sexualidade, percebe-se certa inércia das instituições de
ensino.
A escola para o aluno significa muito mais do que um lugar para adquirir
conteúdo acadêmico. Lá ocorrem vivências, e experiências,
independentemente da idade do educando.
c) oficinas com alunos: o que eles querem e precisam discutir? Caixa com
dúvidas anônimas, espaços para discussão com suporte de um psicólogo,
espaço para mobilização de sentimentos relacionados às opiniões e atitudes
diante da vida.
Educação preventiva
A orientação sexual corrobora com valores que podem levar crianças e jovens
a adquirir noções significativas como justiça, responsabilidade, autonomia,
respeito por si e pelos outros, influenciando diretamente na construção de uma
sociedade melhor.
Em sala de aula o tema sexualidade deve ser tratado como outra disciplina.
Deve haver um envolvimento incondicional por parte dos professores e pais.
É preciso desenvolver nos alunos o respeito pelo próprio corpo e pelo próximo.
É fundamental desenvolver atividades que promovam a reflexão sobre as
diferenças de gênero e relacionamento.
É normal que os pequenos toquem os genitais para ter prazer e para conhecer
o próprio corpo. É de suma importância propor a descoberta de outras formas
de satisfação na escola, como brincar na areia e na terra ou na água.
Pode-se sem dúvida, dizer a eles que é normal tocar os órgãos genitais,
entretanto, por se tratarem de partes íntimas do corpo, não se deve manipular
em locais públicos.
É muito comum crianças nesta idade flagrarem os pais tendo relações sexuais,
ou mesmo imagens obscenas na televisão. Neste momento é necessário
levantar questões como: Todos sabem como nasceram?
Caso os palavrões façam menção aos órgãos sexuais, levante com eles, outros
palavrões que a turma conheça para pênis e vagina. É importante botar tudo
em discussão, isto é, em debate.
Uma boa atividade é propor aos alunos que descrevam as qualidades ou algo
que ache bonito no colega. Isso estimulará os alunos a perceberem que os
padrões de beleza são efêmeros e sem importância.
Cãs prematuras Prantos convulsos Meu Deus, salvai-o! Filhos são o demo
Melhor não tê-los... Mas se não os temos Como sabê-los? Como saber Que
macieza Nos seus cabelos Que cheiro morno Na sua carne Que gosto doce Na
sua boca! Chupam gilete Bebem xampu Ateiam fogo No quarteirão Porém, que
coisa Que coisa louca Que coisa linda Que os filhos são!”
Outro tema recorrente entre os alunos desta faixa etária são os métodos
anticoncepcionais. É interessante levar para a sala de aula carteiras de pílulas,
camisinhas masculinas e femininas, tabelinha, e outros métodos.
Desta forma, os alunos podem ter contato com este tipo de informação. Em
sala de aula é necessário fazer circular entre todos, dando explicações sobre
cada tipo.
As atividades em grupo são muito positivas, sendo assim, dividir a sala em dois
grupos e realizar demonstrações de uso da camisinha em bananas e cenouras,
possibilita ao aluno um contato prévio com o preservativo.
O aborto é outro tema relevante para figurar numa discussão em grupo em sala
de aula. No Brasil a interrupção intencional da gravidez é crime, exceto quando
a mãe é vitima de estupro, ou corre risco de morte.
Para falar de DSTs é interessante trazer alguns exemplos, como exemplo, para
ouvir a Via láctea, de Renato Russo, e Ideologia, de Cazuza, ambos mortos em
decorrência da AIDS.
O papel da família
A família tem papel fundamental no processo de construção da sexualidade.
Sabemos que a falta de informação, o preconceito, a imagem negativa do sexo
e os conceitos distorcidos acerca da sexualidade, por fazerem parte da cultura,
nos atinge diretamente.
Em casos assim, esta mesma família encara o sexo como algo sujo, impuro,
ameaçador e proibido. Estas são regras e conceitos transmitidos, muitas vezes,
por pessoas que tem grande significado em nossas vidas, isso certamente
ocasionará um trauma.
É importante que a família tenha clareza do que sente e do que espera de seus
membros. Entretanto, é bem complicado estabelecer uma noção de certo e
errado.
Por ser um local em que crianças e adolescentes passam grande parte de suas
vidas, a escola é um lugar privilegiado para aprendizagem, construção de
valores e formação de consciência humana. "O papel do colégio deve ser o de
priorizar os questionamentos dos pais e dos estudantes, informando,
conscientizando e desmistificando crenças e tabus", diz Ariana. Clara acredita
que a escola deve ser um apoio, que complementa a educação que se dá em
casa. Porém, uma mãozinha não seria de se jogar fora quando o assunto é
sexo. Neste caso, sinceramente, acho que seria mais fácil se a escola
ajudasse, porque é um assunto delicado. Acho que a mensagem precisa ser
passada corretamente, e a didática pra isso é muito importante, argumenta.
Ariana acredita que há uma falha na formação acadêmica dos professores, que
não tiveram a oportunidade de conhecer e discutir sobre sexualidade. "É
preciso um investimento maior nessa área, para que possibilite nossos
educadores um conhecimento aprofundado sobre o assunto, gerando mais
tranquilidade e confiança para abordar o assunto", opina. O trabalho deve ser
realizado desde a educação infantil, para ajudar mães como Clara a sanarem
as dúvidas dos seus pequenos. Aliás, nessa idade, as crianças já têm até
manifestações sexuais, como o ato de chupar o dedo, o controle do esfíncter e
a masturbação. "Elas são naturais e devem ser vividas para que a criança
possa desenvolver a sua maturidade sexual, sem traumas nem tabus", alerta.
Apesar da importância da escola nesse processo, os pais permanecem com
um papel fundamental. É no núcleo familiar que as crianças aprendem os
primeiros conceitos sobre o seu corpo, sua identidade e sobre o que é
permitido ou desaconselhável na sociedade em que vive. A pedagoga lembra
que a atitude dos pais em relação à sexualidade é a principal influência na
educação sexual dos filhos. Quando há perguntas esclarecidas e
demonstrações de afeto, a criança assimila a capacidade de amar e erotizar-
se. *O nome foi trocado a pedido da entrevistada
Como vimos à família tanto pode ser um elemento agregador na construção da
sexualidade, como também pode ser seu algoz, é importante ter em mente que
o apoio e a compreensão da família é fundamental.
Quebrando os dogmas
Vamos falar sobre sexo?
Deve ser um ambiente onde as respostas sejam mais do que: “fale com sua
mãe”, “Quando você crescer eu respondo”. É preciso ter em mente que sempre
que a criança apresentar uma dúvida é necessário uma resposta. Mesmo que
ela não compreenda toda a resposta.
Quando você responde uma pergunta sobre sexo a uma criança, o mais
importante é o modo como se fala (voz, postura), e não o que se fala.
Não existe uma idade “certa” para perguntar. Uma criança falante e curiosa
pode apresentar interesse por sexo aos 2-3 anos, mesmo sem o uso da
palavra. Na maioria, ocorre entre 3-4 anos de idade.
Se a criança não perguntar nada sobre sexo até os 6 anos seria interessante o
adulto começar a falar. E nunca crie uma situação formal, por exemplo, “agora
vamos falar de sexo”.
O menino percebe que o pênis do pai é maior que o dele. “Por que é assim?”,
“será que o meu vai ficar assim um dia?”. É a preocupação que a pergunta
esconde.
O menino também repara que sua irmã. Alice, não tem pênis. Ele não imagina
que o órgão genital feminino não é aparente. Logo, o menino fantasia que algo
nela está faltando ou fora cortado. E teme pela integridade do seu.
Como é que o bebê sai da barriga da mãe? Sai pela vagina (se tiver um
desenho mostre a ele), que é a abertura por onde a mulher faz xixi. Na hora
que o bebê nascer ela aumenta a largura.
O estudo de diversas culturas, em livros ou através de sua arte fez com que os
estudiosos chegassem à conclusão de que a atividade homossexual é
conhecida por quase todas as sociedades.
Não preocupam, pois meninos se comportam dentro das regras para o gênero
masculino e as meninas seguem o perfil predefinido das garotas.
Uma pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo mostra que, quando
perguntados sobre as pessoas que menos gostam de encontrar, os
homossexuais são classificados em 4° lugar. Foram deixados pra traz apenas
dos usuários de drogas, os ateus e os ex-presidiários.
Primeiramente é necessário ter em mente que ninguém escolhe ser gay. Essa
orientação tem relação direta com o desejo, a atração física por alguém do
mesmo sexo. Não é algo premeditado, mas sim espontâneo.
Grande parte dos homossexuais descobre seu desejo sexual na idade escolar,
como também acontece com os heterossexuais. Durante a adolescência,
jovens podem ter experiências com colegas do mesmo sexo.
O que não significa que sua orientação sexual seja esta. Pode ser um meio de
buscar conhecer certas formas de satisfação. Mas também pode ser um
momento de descoberta, caso o jovem se sinta confortável com a experiência.
Desta forma, temas como o sexo, drogas, entre outros, ficam apenas na
conversa superficial ao invés de uma profunda reflexão, sendo abordados
apenas em épocas esporádicas, como semanas temáticas, feira de ciências, e
alguns projetos isolados. Estas campanhas não visam à conscientização, mas
sim a informação não significativa acerca dos métodos contraceptivos. Diante
deste quadro crescem a cada dia o número de adolescentes gestantes no
Brasil.
Por tudo isso, podemos crer que a adolescência não é o melhor momento para
a maternidade, neste período a jovem tem que experimentar vivências, adquirir
maturidade para encarar os desafios que virão.
Nas classes menos favorecidas, 80% das meninas levam a gravidez até o final,
enquanto na classe média ocorre o contrário, isto é, 80% abortam. Em ambos
os casos o aborto é feito na clandestinidade.
O remédio foi criado para provocar contrações no útero quando era necessário
apressar um parto ou expulsar um feto já morto, mas após alguns anos ao sair
do seu estágio experimental, passou a ser comercializado para tratamento de
úlceras.
Em algumas mulheres sua ingestão não provoca efeito algum, nem mesmo a
expulsão do feto; em outras, provoca apenas a expulsão do feto. Não há
assessoria médica para quem queira tomar CITOTEC, e sua utilização pode
trazer muitos danos futuros, desde hemorragias a retirada do útero. Sua venda
e procura no Mercado Negro é grande, facilitando cada vez mais o acesso para
os adolescentes.
Desde muito antes de Cristo, alguns povos usavam plantas como estimulantes,
alívio de sofrimento e dores, autocastigo ou como forma de contato divino.
Houve épocas auge para cada tipo de droga. Na década de 1970 houve uma
proliferação da cocaína e seus derivados, isto em plena época dos movimentos
pacíficos e musicais como o grande evento Woodstock.
Além disso, a associação entre o orgasmo e a fissura dos usuários pode fazer
com que a prática sexual seja uma porta aberta, facilitando o retorno ao
consumo.
As drogas possuem efeitos que fazem com que as pessoas se interessem pelo
seu uso cada vez mais. Entretanto, as consequências que podem aparecer de
curto e longo prazo, costumam ser desastrosas.
O uso de drogas pelos adolescentes pode ser influenciado pela família, escola,
amigos, ou pela própria comunidade. As relações estabelecidas em cada um
destes ambientes e os exemplos interferem na consciência desenvolvida que o
jovem tem das drogas.
DSTs
As DSTs – Doenças Sexualmente Transmissíveis, figuram como tema
transversal nos Parâmetros Nacionais Curriculares – PCNs.
São conhecidas como doenças venéreas e são transmitidas pelo contato
direto, isto é, através de relações sexuais, em que um dos parceiros tenha a
doença, e indireto por meio do compartilhamento de utensílios pessoais mal
higienizados, como roupa intima, ou manipulação indevida de objetos
contaminados como, lamina de barbear e seringas.
Segundo o Censo Escolar 2008, no Brasil, 44.7% dos estudantes tem vida
sexual ativa. E outro estudo sobre comportamento sexual, realizado pelo
Ministério da Saúde com a participação de 8.000 pessoas em 2009 mostrou
que 39.4% dos brasileiros fizeram sexo antes dos 15 anos de idade.
Dados recentes do Ministério da Saúde indicam que cerca de 170 mil casos de
infecção de HIV no Brasil, se referem a portadores de 13 a 19 anos de idade. O
número corresponde a 30% dos casos conhecidos de HIV no país em todas as
idades.
Neste sentido, não há lugar mais apropriado que a escola, uma instituição que
visa formar cidadãos, indivíduos autônomos e críticos. A instituição de ensino
deve ser o lugar onde não se aprende sobre sexo, mas de maneira geral, sobre
a vida.
Perguntas como “como será meu futuro?”, “como estará minha vida daqui
alguns anos?”, de maneira geral o questionamento, é uma ótima maneira de
orientar os adolescentes.
Isso faz com que eles reflitam e entendam a importância de prevenir gravidez
indesejada, além das doenças sexualmente transmissíveis e para tanto basta
informação.
Orientação sexual
Orientação sexual X Educação sexual
Sendo assim, identidade sexual, é o modo segundo o qual a pessoa sente sua
individualidade, enquanto homem ou mulher, inclusive sua ambivalência na sua
autopercepção.
A identidade sexual não existe somente no plano físico, ela está presente em
todos os espaços sociais. E a internet não é diferente, lá se constitui também a
identidade sexual.
É cada vez mais comum, pessoas que manifestam suas orientações sexuais
em redes de relacionamento. Os movimentos contra a homofobia, o
preconceito com soros positivos, entre outros temas, são debatidos nas redes
sociais hoje em dia, isto é uma tendência.
É também sabido que tanto crianças quanto jovens são expostos a uma
enchente de informação, na maioria das vezes, inapropriada. Este ambiente
apesar de proporcionar maior liberdade para suas manifestações de
sexualidade, também oferece pornografia, pedofilia, entre outros.
Recentes estudos apontam que 80% das crianças com idade entre 7 e 18 anos
já identificam o spam, isto é, as mensagens recebidas no correio eletrônico,
mensagem estas que vão desde pirâmides, à pornografia, passando por
ofertas e empréstimos.
Por dia, 2,5 bilhões de e-mails são enviados e recebidos com conteúdo
pornográfico, 8% de todos os e-mails do planeta.
As preocupações não terminam por aqui, constam 100.000 sites que oferecem
pornografia infantil. De 100% da internet, 42,7% são frequentadores de sites
pornográficos e conteúdos relacionados.
Como um local social livre, a internet traz um risco ainda maior, pois a maioria
dos abusos sexuais é intermediada por sites de relacionamento.
Ainda temos o problema das crianças e jovens navegarem por longos períodos
de tempo, fazendo questão de permanecerem sozinhos enquanto acessam.
Outro fator que vem contribuindo para o uso demasiado e indevido da internet
são os computadores nos quartos, onde as crianças e jovens literalmente se
internam.
Por outro lado, na internet é possível encontrar muitos blogs de qualidade que
tem uma linha de investigação e embasamento. Ou mesmo chats de jovens
com as mesmas dúvidas que o adolescente.
Primeiras experiências
As características da sexualidade dependem da idade do indivíduo, pois em
cada estágio da vida temos diferentes experiências. As primeiras experiências
com sexualidade ocorrem ainda na infância.
Entre cinco e seis anos a criança apresenta ideias fantásticas sobre a própria
origem, é neste período que o individuo do outro sexo começa a ser incluído
nos jogos sexuais.
A partir dos sete anos, apesar do interesse por assuntos sexuais, a criança se
retrai com os contatos mais íntimos, isto é, o próprio corpo, começando a
manipular seu órgão sexual. Podem ocorrer frequentes brincadeiras sexuais
com crianças do mesmo sexo, isto não significa que ela se torne homossexual.
Trata-se apenas da descoberta da própria sexualidade.
Lembrando que trocar beijos e carícias, apertar as mãos, ter contato com suor,
lágrima ou saliva, usar os mesmos pratos, talheres, copos, não significam
riscos.
Virgindade
Existem muitos garotos e garotas que passaram a adolescência e chegaram à
vida adulta sem ter uma experiência sexual, muitos podem achar que “há algo
errado”. Na verdade não há necessariamente algo errado com o indivíduo, seja
homem ou mulher.
No caso dos meninos é, em geral, mais fácil arranjar uma parceira para
vivenciar esta experiência. Mas há os que se preservam até encontrarem a
pessoa certa para compartilhar este momento.
Desta forma, percebe-se que não há nada de errado, trata-se apenas de uma
questão de escolha, em que a primeira relação sexual deve ocorrer quando
sentir-se totalmente preparado e a vontade para vivenciar esta experiência com
uma pessoa que goste e confie.
Sexualidade na infância
A sexualidade se inicia no indivíduo ainda no ventre da mãe, acompanhando-o
por toda existência. Viver uma sexualidade satisfatória e prazerosa na idade
adulta depende do quão foi desenvolvida na infância e na adolescência.
Esta confiança é importante para uma relação de equilíbrio entre pais e filhos.
Os pais devem estar atentos, pois a presença afetiva é de suma importância
para a formação de um adulto feliz nos relacionamentos e na sexualidade.
É bem comum observarmos crianças cada vez mais novas dançando ao som
dos refrões cheios de erotismo e sexualidade, utilizando roupas absolutamente
impróprias para a idade.
O acesso precoce da criança com este tipo de produto cultural faz com que ela
se perca e deixe de vivenciar momentos importantes no desenvolvimento da
sua sexualidade, isto é, aquele momento que é próprio da idade dela, que é
brincar.
Isso gera terríveis consequências, pois a criança ainda não conhece seu corpo
e começa a lidar com a sexualização. Um dos resultados é gravidez na
adolescência.
"A ligação entre mãe e bebê é um embrião relacional que, mais adiante, será
desafiado com a percepção de que a figura materna desvia sua atenção para
outras pessoas, como o pai ou um irmão", explica Ada Morgenstern,
psicanalista e professora do Instituto Sedes Sapientiae, em São Paulo. Ao
constatar que não é o centro das atenções, a criança sente certo abalo em seu
"reinado", mas também percebe que a sensação boa de se relacionar pode ser
estendida para além da figura da mãe. Inicialmente, ela se volta para outros
membros do contexto familiar e, em seguida, depois do primeiro ano de vida,
para fora dele.
"Essas relações dão uma referência à criança sobre sua própria identidade.
Interagindo com amigos, ela percebe a si mesma", diz Maria Helena Vilela,
educadora sexual e diretora do Instituto Kaplan, em São Paulo. Para
compreender as relações entre casais, os pequenos criam representações com
faz de conta e imitação.
O prazer do vínculo afetivo e das interações sociais se dá em paralelo com a
percepção das relações amorosas entre casais. Para compreender essa
realidade do mundo, a criança se utiliza de recursos próprios da fase que vive:
o faz de conta e a imitação. Falas como a de Ana Beatriz, que representa no
desenho um passeio de mãos dadas com um colega
– conversas, filmes e livros, por exemplo. A fala de Luís Antônio, que parece se
contentar com a ideia de que os bebês vêm do hospital, é um exemplo disso
(veja o diálogo abaixo). Luís Antônio, 4 anos: "A minha mãe tá perguntando
para o meu pai se ela pode me dar um irmãozinho. Se ele deixar, vai nascer."
Repórter: "E de onde ele vai vir?" Luís Antônio: "Do (hospital) Samaritano."
"Nessa hora, o importante é responder exatamente o que a criança está
perguntando, sem antecipar dúvidas", diz Marcos Ribeiro, sexólogo e
coordenador geral da ONG Centro de Educação Sexual, no Rio de Janeiro. Se
uma criança indaga como os bebês nascem, dizer que eles saem do hospital,
embora não seja errado, não resolve a dúvida, pois poderia indicar que eles
são comprados ou pegos no local. Uma possibilidade é dizer que eles vêm da
barriga da mãe, sem dizer como ele entra ou sai dela (a menos que o pequeno
pergunte). "Assim, é possível garantir que eles tenham acesso à informação à
medida que as questões façam sentido para eles ou os inquietem", diz Ribeiro.
No espaço escolar, fale sobre o que é público e o que é privado. "Aqui é um
homem porque ele é forte. Olha o muque dele." Felipe, 4 anos Além de
explicações sobre anatomia e concepção, os pequenos vão aos poucos
construindo ideias sobre cada gênero. Por volta dos 2 anos, a criança percebe
se é do sexo feminino ou masculino e, no contato com os adultos ao seu redor
e pela mídia, aprende o que é ser menino ou menina em sua sociedade
Sexo na adolescência
A adolescência compreende um período muito conturbado, tanto para os
jovens quanto para os pais. Trata-se de um período em que o corpo passa por
alterações de ordem hormonal e psicológica.
É necessária muita maturidade, além de informação dos pais para lidar com
esta situação. Na verdade, quanto menos preparados tiverem os pais, mais
conturbado será o processo de diálogo com o adolescente.
Por outro lado, começa a haver um enfoque mais abrangente também quanto
às relações homossexuais. Hoje em dia, o namoro tradicional é uma fase
remota dos relacionamentos.
O que se pode fazer nesta fase é apenas colher os frutos de uma educação
que os pais plantaram na infância dos filhos. É justamente na infância que se
começa os trabalhos para lidar com a adolescência.
Os pais e educadores não devem ter medo de falar sobre sexo nem discutir
sobre o tema. Devem orientar sobre a necessidade de estar maduro o
suficiente para encarar os desafios da vida.
Quando o jovem decidir iniciar sua vida sexual, os pais e a escola devem
conversar sobre preservativos, validar sentimentos de amizade, amor, prazer e
carinho como uma espécie de qualificação para o ato sexual.
É uma questão de suma importância, pois sexo sem proteção gera gravidez na
adolescência, sem falar no risco de contrair doenças sexualmente
transmissíveis como a AIDS.
O maior problema, neste sentido, são os pais que tapam o sol com a peneira,
pois preferem ignorar que seus filhos são sexualmente ativos, acreditando que
eles ainda são crianças ou não estão preparados para esta experiência.
É claro, que dentro dos limites, os pais devem orientar seu filho desde cedo
para que ele tome atitudes responsáveis, é preciso estabelecer um jogo de
confiança, os pais devem acreditar que ele será competente para fazer suas
próprias escolhas.
Este é um tema que gera medo e muitas dúvidas nos pais. Os filhos vão
crescendo e a ansiedade de que o assunto venha à tona se torna cada vez
maior. Pois, de modo geral, a maioria dos pais não sabe como lidar nem como
responder a uma onda de perguntas cabeludas.
Caso contrário, ele passará a não mais questionar aos pais, e começará a
buscar essas informações na rua, e lá elas não são confiáveis. Procure em
livros, internet, em sites confiáveis ou mesmo peça orientação a um profissional
se necessário.
É importante preparar uma criança desde cedo com relação aos cuidados com
seu corpo e com a própria sexualidade, ensinando, por exemplo, antes de a
menina menstruar, o que irá acontecer.
Antecipar que o sexo virá, também funciona. Não deixe para falar em namoro
depois que o adolescente tiver dado o primeiro beijo, nem mesmo para falar de
gravidez e escolhas amorosas depois delas feitas.
1 - Minha filha nos pegou namorando. Estávamos só nos beijando e ela gritou:
"Credo, vocês não têm nojo?" É hora de explicar a ela que o ato parece
esquisito à primeira vista, mas é uma das melhores coisas da vida. E que, se
for quem a gente gosta, nunca será nojento, e sim muito gostoso. Lembre-se
de que ela pode ter pensado em nojo, mas também pode ter apenas sentido
ciúme de os pais estarem juntos sem ela.
2 - Meu filho gosta de mexer no pênis. Faz isso em qualquer lugar, desde que
sinta vontade. Como dizer a ele que não dá para fazer isso na frente dos
outros? Ok, a situação é constrangedora, principalmente quando acontece na
frente de pessoas não tão íntimas. Fazer alarde só incentivará o ato. Respire
fundo e explique que, sim, as pessoas gostam de se tocar nessa parte do
corpo porque dá uma sensação gostosa. Mas que se trata de algo muito
particular e existe local certo para fazer isso, sozinho, e não na frente dos
outros.
3 - De namorado, igual na novela. É assim que meu filho quer que sejam os
meus beijos! Não. Seja direta desde sempre: esse tipo de beijo só no papai.
Diga que um dia ele terá uma namorada e vai beijá-la assim também. Dessa
forma, você impede a idealização do amor pela mãe e deixa claro quais os
papéis de pais e filhos. Cada um, cada um.
4 - Tomar banho comigo vai fazer meu filho se interessar por sexo mais cedo?
Crianças não funcionam assim. Tomar banho com um adulto não desperta
vontade nele de ter relações sexuais, mas aumenta a curiosidade em relação
às transformações corporais de meninas e meninos. Aí é o momento de você
explicar que algumas mudanças hormonais vão ocorrer no corpo dele para
prepará-lo para a idade adulta. Vale usar até desenhos didáticos para isso.
Além de uma conversa divertida, o diálogo vai aplacar o interesse dele.
10 - Sempre tomei banho com a minha filha. Agora, com 6 anos, começou a
observar mais e brincar, dizendo que quer mamar no meu peito. Não sei como
agir. Ninguém disse que iria ser fácil ter filhos, não é? É normal nessa idade
eles ficarem mais atentos e curiosos em relação às mudanças corporais. Não
corra o risco de reprimir o seu filho, trate o assunto com naturalidade. Mostre
seu corpo, deixe-a tocar e conte que quando crescer também será assim. Mas
coloque um limite, ok? Explique que ela não é mais bebê e por isso não pode
mamar no peito. As principais dúvidas, dos pais, para falar de sexo com os
filhos Eles perguntam, mas quem tem dúvidas são vocês. Descobrimos as
principais e contamos como dialogar com as crianças sem susto
12 - Durante o banho, meu filho, de 6 anos, fica com o pênis ereto. Ele quer
uma explicação. Simples: diga a ele que isso acontece algumas vezes com os
meninos e é natural. Só dê continuidade ao assunto se ele perguntar mais. A
resposta deve ter o tamanho proporcional à curiosidade dele. Quanto a você,
não se preocupe porque faz parte do autoconhecimento.
13 - Minha filha perguntou por que fecho a porta do quarto à noite. O que
respondo? Que tal a verdade? Isso mesmo, que vocês vão ficar juntos,
sozinhos. E que casais precisam de privacidade para namorar, matar a
saudade. Da mesma forma quando ela vai para o quarto dela ouvir música ou
fazer lição de casa e prefere ficar sozinha. Acostume sua filha com a ideia de
que os pais também são gente, namoram, têm direito à privacidade, têm uma
vida só deles.
14 - No café da manhã, meu filho comentou que o primo mais velho transou
com a namorada. Será que ele tem noção do que falou? Nem sempre a criança
sabe o significado do que fala. Às vezes, está apenas repetindo um termo que
não entende. Se você nunca explicou o que é transar para o seu filho, pergunte
se ele sabe o que é – mas esteja preparado para a resposta porque o garoto
pode realmente saber a verdade e você tomar um susto. Escute, complete
informações se for necessário ou, se notar que ele não sabe de nada, diga
apenas que é um tipo de carinho feito quando se é adulto.
15 – Não tenho a menor ideia de como chamar os órgãos genitais do meu filho!
Cuidado, a criatividade para denominar as partes íntimas é espantosa! Não
invente muita moda. Se quiser dar algum apelido, dê. Mas fale, em seguida, os
nomes científicos para a criança saber que pênis é pênis e vagina é vagina, e
não algo como periquitinha.
16 - Às vezes, percebo que minha filha, de 9 anos, quer privacidade, vai para o
quarto com amiguinhos e amiguinhas e acho que a brincadeira pode resultar
em algo mais apimentado. É o caso de proibir? A verdade – difícil de assimilar
– é que esse tipo de brincadeira vai acontecer na escola, na sua casa ou
mesmo na casa da amiga. A curiosidade existe e as crianças vão tentar
descobrir o que podem. Por outro lado, ela também tem direito à privacidade.
Proibi-la de ficar sozinha com os amigos só vai causar mais confusão.
Supervisione de longe, combinando, por exemplo, que a porta ficará
entreaberta e você entrará lá de vez em quando. Se você oferecer atividades
legais quando os amigos forem em casa, esses momentos nem vão existir.
17 - Meu filho quer tomar banho com a amiguinha depois da piscina. Deixo?
Acredite: nada de nocivo pode acontecer entre eles. Se forem da mesma idade,
podem até matar curiosidades sobre o próprio corpo, sem malícia. Se quiser,
fique por perto. Mas tudo tem de ser natural para você. Se acha que não
consegue lidar com a situação, o melhor a fazer é não deixar que tomem banho
juntos. Proíba se as idades forem muito diferentes.